043629

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PROJETO DE PESQUISA CIENTÍFICA

Título do Projeto: Recuperação de uma Área Degradada a partir da


Agroecologia, no Município de Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro.

Linha de Pesquisa a que se vincula: CCT/ Avaliação, conservação e


planejamento ambiental.

Nome do Coordenador do Projeto: Verônica Rocha Bonfim


E-mail: [email protected] telefone: (21) 98399-5008
Link do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8634811047422703

Nome dos Docentes participantes: Profa. Verônica Rocha Bonfim


Matrícula: 043629

Nome dos Discentes participantes: Thamirys de Araujo Siqueira Domingues


Matrícula: 01015050
Link do Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/4561196217684271
e-mail: [email protected]

Resumo do projeto:
O município de Teresópolis vem sofrendo historicamente com a falta de
planejamento urbano o que acarreta, dentre outros, conseqüências graves ao
meio ambiente e à integridade física da população. A ocupação desordenada e
irregular tem ocasionado um quadro preocupante de degradação ambiental
com reflexos no uso e ocupação do solo de forma insustentável. O presente
estudo tem como objetivo recuperar uma área degradada utilizando princípios e
práticas agroecológicos, como forma de integrar as vertentes social, ecológica
e econômica. Para tanto, será realizado um Plano de Recuperação da Área
Degradada (PRAD), prevendo diagnóstico prévio, recuperação e
monitoramento.

Palavras-chave: Conservação Ambiental; Recuperação; Agroecologia.

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1. Introdução
O Brasil tem um histórico de uso e ocupação do solo pautado em modificações
impostas pela sociedade aos ecossistemas naturais, causando impactos
negativos, muitas vezes, irreversíveis.

O modelo predatório levou a uma rápida destruição de grande parte dos


recursos naturais comprometendo as características físicas, químicas e
biológicas e, consequentemente, a qualidade de vida dos seres humanos.

Inicialmente a exploração do Pau-Brasil (Caesalpinia echinata), posteriormente o


país vivenciou os ciclos econômicos da cana de açúcar, do café, do ouro... A
Mata Atlântica foi desaparecendo do mapa aos poucos restando, atualmente,
menos que 7% da sua floresta original.

A degradação ambiental ganhou novos rumos com a destruição progressiva da


Mata Atlântica, o que provocou a intensificação do aparato legal sobre este
ecossistema em todos os níveis. O avanço para o Cerrado e a Amazônia tem
custado muito caro à manutenção da flora e fauna nestes biomas e à
sustentabilidade sociocultural.

A degradação do solo ocorre por motivos, tais como: derrubada indiscriminada


da vegetação nativa, com consequente exposição do solo aos fenômenos
erosivos; aração de terrenos de encostas íngremes, no sentido de maior
declive; uso intensivo de monoculturas, dentre outros (SILVA, 1994).

Diante desse quadro a Agroecologia surge como um modelo de agricultura


sustentável, pautada na comunhão entre os conhecimentos empíricos dos
agricultores, acumulados através de muitas gerações e o conhecimento
científico. Conhecimentos que estão a serviço de uma agricultura com padrões
ecológicos (respeito à natureza), econômicos (eficiência produtiva), sociais
(eficiência distributiva) e com sustentabilidade em longo prazo (AMBIENTE
BRASIL, 2014; ALTIERI, 2004).

Na agroecologia a agricultura é vista sob uma abordagem ampla, como um


sistema vivo, complexo, dinâmico e integrado à natureza, seus componentes e
suas interações.

O conceito de agroecologia e agricultura sustentável consolidou-se na Eco 92,


quando foram lançadas as bases para um desenvolvimento sustentável no
planeta. Nos dias de hoje, o termo é entendido como um conjunto de princípios
e técnicas que visam reduzir a dependência de energia externa e o impacto
ambiental da atividade agrícola, produzindo alimentos mais saudáveis e
valorizando o homem do campo, sua família, seu trabalho e sua cultura
(AMBIENTE BRASIL).

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O município de Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro vivencia desde
2011 a apreensão de uma nova tragédia como a ocorrida naquele ano, na qual
em decorrências das fortes chuvas, muitas famílias perderam parentes, casas,
muitas pessoas desapareceram e as perdas humanas e materiais foram
irreparáveis.

As fortes chuvas somaram-se a um quadro de falta de políticas públicas e


investimento em planejamento urbano e infraestrutura, ocupação irregular em
áreas de preservação, falta de saneamento básico e gerenciamento efetivo dos
resíduos urbanos, dentre outros.

O presente projeto tem como objetivo geral a recuperação de uma área


degradada por ação antrópica neste município, utilizando princípios e práticas
agroecológicos, tendo em vista o problema exposto. Espera-se que este estudo
possa servir de referência para a recuperação de outras áreas em estágio
similar de degradação ambiental.

2. Justificativa

As consequências ambientais danosas em decorrência da falta de


planejamento ambiental pelo poder público têm sido deflagradas em algumas
regiões do País, de forma a mobilizar todos os seguimentos administrativos,
sejam públicos ou privados, bem como as comunidades, tendo em vista os
impactos ambientais negativos relacionados ao uso e ocupação do solo de
forma desordenada e descomprometidas com o ordenamento jurídico
ambiental. As antigas práticas de planejamento e condução do
desenvolvimento urbano estão por demais enraizadas na cultura urbana,
oferecendo ainda grandes desafios que não foram vencidos mesmo com os
mecanismos legais (MELO et al., 2012).

Teresópolis não está livre desse histórico de uso e ocupação do solo que se
agrava progressivamente, no que tange aos impactos negativos causados pela
ação antrópica. Dentre os problemas, destacam-se: a falta de planejamento
urbano, ocupação desordenada, falta de saneamento básico e gerenciamento
efetivo dos resíduos, colocando em risco a saúde da população e o meio
ambiente.

Por outro lado, o município agrega um conjunto de fatores potenciais para o


desenvolvimento de ações voltadas à conservação ambiental: a existência de
inúmeras áreas naturais protegidas dentro da região de abrangência; um
capital social e científico bem desenvolvido; recursos naturais em abundância;
iniciativas locais em organização produtiva e agroecologia, dentre outros.

A realização deste estudo vem corroborar a necessidade da criação de


parâmetros e referências positivas, respaldadas cientificamente, que possam
contribuir com respostas às demandas da sociedade.

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Os princípios da Agroecologia, bem como suas práticas, serão referências para
este projeto de recuperação de área degradada, agregando elementos que
respeitam os parâmetros da sustentabilidade, compatibilizando práticas
socialmente justas, ecologicamente adequadas e economicamente viáveis.

O estudo tem como premissa o respeito à vida e ao meio ambiente, aliando


conservação ambiental e produção sustentável e justa.

3. Objetivos e Metas
Objetivo Geral: Recuperação de área degradada a partir de princípios e
práticas agroecológicos.
Objetivos Específicos: Recuperar uma área degradada a partir de análises de
solo, água e recomposição florística com fins conservacionistas e produtivos.
Metas: 1. Proceder estudo de material secundário e referencial bibliográfico
relacionados ao tema; 2. Realizar um diagnóstico ambiental na área de estudo;
iii) encaminhar amostras para análises de solo e água na área; 3. Elaborar e
implementar o PRAD - Plano de Recuperação da Área Degradada, prevendo
monitoramento e manutenção; 4. Elaborar relatório final com os resultados do
projeto.
4. Metodologia
O estudo será realizado dentro do município de Teresópolis – RJ, em área
previamente autorizada pelo responsável/proprietário bem como o órgão
ambiental competente.
O município de Teresópolis localiza-se na região serrana do Estado do Rio de
Janeiro juntamente com os municípios de Petrópolis, Nova Friburgo,
Cantagalo, Cordeiro, Duas Barras, São Sebastião do Alto, Sumidouro, São
José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim, Macuco, Carmo, Santa Maria
Madalena e Trajano de Moraes. Confronta-se em seus limites geográficos com
os municípios de Cachoeiras de Macacu, Guapimirim, Nova Friburgo,
Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia e Sumidouro (MELO et
al., 2012)

Trata-se de uma Pesquisa Qualitativa, Acadêmica, Exploratória, Teórica e de


Campo (GOLDENBERG, 1999; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 1982).
Um diagnóstico ambiental prévio será realizado, identificando dados
qualitativos relacionados ao solo e à água para posterior comparação após a
recuperação da área.
4.1. Estratégias de Coleta de Dados
Os dados serão coletados a partir de visitas de campo, nas quais dados
primários e secundários serão levantados a partir do diagnóstico prévio e
amostras de solo e água serão encaminhadas à análise.

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O diagnóstico será realizado de forma participativa dentro da área de
abrangência, integrando a comunidade e outros atores sociais e institucionais
de interesse, para que estes possam contribuir com o estudo e se apropriarem
do mesmo.
O aprofundamento teórico sobre o tema ocorrerá durante toda a pesquisa
como forma de respaldar e subsidiar as análises de resultados.

4.2 Estratégias de tratamento e análise


Após a coleta, os dados serão confrontados através de estudo comparativo
antes e após a intervenção e também com material bibliográfico pertinente.
Serão gerados mapas e gráficos visando subsidiar o texto final com a análise
qualitativa acerca da recuperação.

5. Bibliografia
ALTIERI, M. Agroecologia: a dinâmica produtiva da agricultura
sustentável. 4.ed., Porto Alegre : Editora da UFRGS, 2004.
AMBIENTE BRASIL. Conceitos de Agroecologia. Disponível em:
[http://ambientes.ambientebrasil.com.br/agropecuario/agroecologia/conceitos_de_agro
ecologia.html]. Acesso em: 06/03/2014.

MELO, N.M de ; PACHECO, C.R.O.; MACHADO, C.E.T.; FARIAS, C. A.


Labogeo: diagnóstico ambiental dos solos do município de Teresópolis- RJ. In:
III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Goiânia: IBEAS – Instituto
Brasileiro de Estudos Ambientais. 19 a 22/11/2012. Disponível em:
[http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2012/XI-044.pdf]. Acesso em:
06/03/2014.
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa e
Ciências Sociais. 3 ed. Rio de Janeiro: Record. 1999. 107 p.
OLIVEIRA, R.D.; OLIVEIRA, M.D. Pesquisa social educativa: conhecer a
realidade para poder transformá-la. In: BRANDÂO, C.R. (org). Pesquisa
participante. 2 ed. São Paulo: Editora Brasiliense. 1982. p. 17-33.
SILVA, E. ENF 381 – Conservação de Recursos Naturais Renováveis, UFV:
Viçosa – MG, 1994. 63p. (Apostila).

6. Cronograma

MESES
Metas ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
1. Proceder estudo de material
secundário e referencial X X
bibliográfico relacionados ao

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tema;
2. Realizar um diagnóstico X X X
ambiental na área de estudo;
3. Elaborar e implementar o
PRAD - Plano de X X X X X X X
Recuperação da Área
Degradada, prevendo
monitoramento e manutenção.
4. Elaborar relatório final com X X
os resultados do projeto.

7. Plano de Trabalho do Bolsista de Iniciação Científica


Mês 1 e 2 – A bolsista deverá realizar consultas a material secundário e
referencial bibliográfico relacionados ao tema;
Mês 1, 2 e 3 – A bolsista deverá participar de reuniões com a coordenadora do
projeto para definição dos critérios qualitativos e dos principais aspectos as
serem levantados no diagnóstico ambiental prévio; O bolsista deverá realizar
visitas de campo para registro fotográfico da área e levantamento de dados
amostrais (solo e água); A bolsista deverá auxiliar as ações do diagnóstico
prévio.
Mês 3-9 – A bolsista deverá participar de reuniões com a coordenadora do
projeto para definição das etapas do PRAD – Plano de Recuperação da Área
Degradada; A bolsista deverá auxiliar as etapas previstas no PRAD. A bolsista
deverá elaborar relatórios mensais de acompanhamento das atividades
previstas e realizadas;
Mês 8 e 9 – A bolsista deverá elaborar relatório geral acerca de suas atividades
subsidiando a análise dos resultados do projeto, os quais deverão constar no
documento final; A bolsista auxiliará a elaboração do documento final,
contribuindo com as análises dos resultados.

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