Dae M6
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É de vital importância para o negócio conhecer o que se tem em mão e como lidar com
ele. Muitas vezes, a separação entre sucesso e fracasso é determinada pelo
conhecimento (ou ignorância) dos fundamentos básicos necessários para fazer crescer
o projeto. Embora existam gerentes que estão encarregados dos aspectos financeiros
do projeto, é sempre bom conhecer seus prós e contras.
Não prever diferentes cenários. Pensar que a única opção é um cenário bem-
sucedido é outro dos erros mais comuns. A melhor maneira de adaptar-se ao que
está para vir é ter pelo menos três cenários com os quais nos podemos
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A elaboração das contas anuais é obrigatória e deve ser depositada no Registo Mercantil
para que possam ser consultadas. Como este manual está dirigido ao empreendedor e
o volume de seu projeto vai para a categoria de pequena empresa, os dados financeiros
que obrigatoriamente deve realizar são os seguintes:
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
ATIVO
PASSIVO
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Se a informação contida for objetiva significa que não está apresentada sob qualquer
prejuízo, desvio ou obliquidade que esconda a verdadeira realidade. A informação
objetiva e neutra pode ser verificada sem dificuldade. As auditorias possibilitam verificar
se as informações fornecidas se adequam à realidade, de modo que lhe darão
confiabilidade (é um marco importante, pois as empresas precisam gerar confiança para
crescer). Essa informação financeira deve ser completa e relevante significa que nenhum
dado deve ser deixado de fora dos relatórios. Caso contrário, estaríamos confrontados
com alguns dados que não seriam totalmente verdadeiros e não seriam úteis em uma
tomada de decisão importante. Recorde-se que a função das demonstrações financeiras
é facilitar a análise e o controle das decisões e determinar se uma política tem sido boa
ou não (e, neste caso, para corrigir o curso no tempo). Portanto, informações relevantes
e abrangentes mostrarão os riscos aos quais a empresa está exposta no futuro.
Finalmente, a clareza da informação permite que qualquer pessoa que consulta as
demonstrações financeiras para formar um juízo adequado sobre o estado da empresa
e pode enfrentar com garantias a tomada de decisão. Além disso, se todas as
informações em conjunto satisfizerem estes requisitos, pode ser comparada com a
situação de outras empresas e contrastar a sua situação e rentabilidade, possíveis riscos,
etc.
Esses requisitos são refletidos no plano geral de contabilidade (PGC), que é também a
norma que rege a contabilidade das empresas.
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Ativos: móveis, marcas, dinheiro, bens, patentes, carros etc. Qualquer bem,
direito ou outro recurso controlado financeiramente, resultantes de eventos
passados, com os quais se espera ganhar benefício econômico ou algum
rendimento no futuro.
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Patrimônio líquido: capital social, subsídios, doações. É uma parte residual dos
ativos uma vez que todos os seus passivos foram deduzidos. Inclui contribuições
de membros ou proprietários que não são considerados passivos.
Gastos: estas são as diminuições que ocorrem nos ativos líquidos durante o ano,
por partidas ou diminuindo o valor dos ativos, ou aumentando o valor do passivo.
Dentro dos ativos e passivos, eles podem ser classificados em corrente e não-atual ativo
e não-corrente passiva e passiva atual:
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Passivo circulante: estas são as dívidas utilizadas para financiar ativos correntes.
A maturidade é geralmente a curto prazo e a pagar por terceiros.
Passivo não circulante: são as dívidas da empresa que foram utilizadas para o
financiamento de ativos não correntes. A maturidade é geralmente mais de um
ano e é pagável por terceiros.
O movimento nas contas é, em verdade, duplo, uma vez que, ao adquirir um bem, o
património aumenta, mas cria uma despesa monetária que prejudica a liquidez da
empresa ou aumenta sua dívida. Graficamente, se pode representar da seguinte forma:
DE ATIVO
CONTAS DE BALANÇO
DE PASSIVO
DE COMPRAS E GASTOS
CONTAS DE RESULTADO
DE VENDAS E GANHOS
Este sistema caracteriza-se pelo facto de existirem uma ou mais contas devedoras e uma
ou mais contas credoras em cada lançamento contabilístico. As contas são
personificadas à medida que forem capazes de dar e receber, aumentar e diminuir. Além
disso, o que se anota no DEVE tem que ser igual ao que é registrado no HAVER. A ação
de marcar uma operação contábil chama-se assentar. Os lançamentos são anotações
completas de uma operação.
A maneira mais difundida para fazer essas anotações conhecesse como entrada
dupla. Consiste em gravar duas vezes, no DEVE e HAVER, cada operação, de
modo que se estabeleça uma relação de movimento. Visto que se estabelece
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uma relação entre o DEVE e HAVER, deve haver sempre uma concordância entre
si, de modo os assentos serão sempre quadrados.
As contas de ativo funcionam da seguinte forma:
DEVE HAVER
+ -
Estes tipos de contas aumentam seu valor pelo DEBE e diminuem pele HAVER, portanto,
os aumentos do ativo se anotam na parte esquerda e as diminuições na parte direita.
DEVE HAVER
- +
Representam a forma como os recursos são adquiridos para que a empresa tenha os
bens e direitos com os quais exerce a sua atividade. Nestas contas, o aumento do valor
se dá no HAVER e na diminuição do DEVE, de modo que os aumentos são marcados à
direita da conta e as diminuições à esquerda.
Quanto a contas de resultados, se devem dividir nas contas de rendimentos e de contas
de gastos.
Nas contas de rendimentos ficam registrados os aumentos líquidos do ativo (ou
diminuições de passivo) que geram um aumento do património líquido. Nascem do
HAVER, só recebem anotações no HAVER e somente se apresentam um saldo credor ou
um saldo negativo, a zero. Sua representação é feita da seguinte maneira:
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CONTAS DE GANHOS
DEVE HAVER
Diminuições
Saldado a 31 de Aumentos
dezembro
Nas contas de gastos, ficam registradas as diminuições líquidas do ativo (ou aumentos
de passivo) que geram um descenso no património líquido. Nascem do DEVE, somente
recebem anotações do DEBE e apresentam saldo devedor ou saldo negativo, igual a
zero. Se representa da seguinte maneira:
CONTAS DE GASTOS
DEVE HAVER
Diminuições
Aumentos Saldado a 31 de
dezembro
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AUMENTAM DIMINUEM
DE COMPRAS E
CONTAS DE GASTOS PELO DEVE
RESULTADOS
DE VENDAS E GANHOS PELO HAVER
Existe também o livro maior, composto por um livro ou conjunto de folhas contábeis
em que os elementos patrimoniais são representados com os aumentos e diminuições
que podem sofrer. Sempre que se anota algo no livro diário, esta informação deve ser
refletida no livro maior.
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- O saldo das contas de ganhos e perdas, uma vez obtido o DEVE e o HAVER, dá-
nos o resultado do exercício.
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Além da contabilidade, o empreendedor deve ter algumas noções sobre finanças. Nesta
seção, vamos expor conceitos básicos de gestão financeira, tais como o ciclo financeiro,
investimento, autofinanciamento, cash flow ou scorecard, e desenvolver algo mais dos
elementos vistos na contabilidade.
No que diz respeito aos investimentos de ativos correntes e não correntes, o primeiro é
considerado a curto prazo e o segundo a longo prazo. O investimento ativo é realizado
para assegurar o funcionamento do ciclo de exploração (se nossa companhia imprime
as peças 3D e nós queremos ter mais estoque de matérias-primas, teremos que fazer
um investimento para o conseguir). Contrariamente, o investimento de ativos não
correntes ocorre quando se usa no processo de produção ou, às vezes na sua venda (se
detectarmos uma demanda por uma peça impressa em 3D que não fabricamos e
determinarmos que seu fabrico será rentável, nós faremos um investimento deste tipo).
Visto que este tipo de investimento é feiro durante o ciclo financeiro, devemos saber
exatamente o que é. Consiste no período entre a aquisição de matérias-primas, a sua
transformação em produtos acabados, a sua venda, a documentação de uma conta a
receber e a obtenção de dinheiro para reiniciar o ciclo novamente. Começa com a
aquisição de recursos, ou financiamento, que então se aplicam à compra e pagamento
de bens de ativos fixos (investimento). Estes bens são gradualmente liquidados através
do processo de amortização, que mais não é do que a incorporação do seu valor
consumido em cada ciclo de produção ao custo de produção e que afeta a recolha de
vendas.
Existe também um outro ciclo, o de longo prazo. Está associada à renovação do ativo
não circulante da empresa, no qual encontramos os ativos amortizáveis (aqueles cujo
valor diminui com a passagem do tempo, uso, deterioração ou outras causas além das
mudanças nos preços no mercado. Essa diminuição deve ser registrada nos livros
contábeis) e os ativos não amortizáveis (neste caso, a sua diminuição não é amortizável,
como certos investimentos imobiliários tangíveis, intangíveis ou imobilizados em
andamento).
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Em qualquer caso, o tempo decorrido desde que a empresa faz o investimento até que
seja recuperado pela venda e recolhida do produto é conhecido como o período médio
de maturação (PMM). O PMM por sua vez divide-se em:
A estrutura financeira de uma empresa são os recursos financeiros que possui. Estes
recursos devem ser adaptados às previsões e estruturados da melhor forma possível
para obter a maior rentabilidade. Um investimento não lucrativo não tem razão de
existir. A é no final de contas, a relação entre o lucro e o investimento num determinado
período de tempo.
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Existe uma outra maneira de analisar diferentes aspectos da parte financeira das
empresas, que consiste em relacionar duas magnitudes e obter um rácio. O rácio
permite, portanto, comparar diferentes cifras e expressá-las em porcentagens. Através
dos rácios, podemos comparar períodos (por exemplo, a relação que tem os custos
laborais entre os custos de produção) ou empresas diferentes (por exemplo, os
resultados de nossa empresa com os da empresa líder no setor).
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- De liquidez: indica a capacidade que a empresa tem para lidar com sua dívida de
curto prazo através dos seus ativos correntes.
- De tesouraria: mede o mesmo que o rácio de liquidez, mas com a sua tesouraria
e os seus ativos mais líquidos.
- Rentabilidade dos ativos: sem ter em conta a forma como foram financiados, a
rentabilidade dos ativos mede a capacidade que os ativos têm de gerar valor.
Outra forma de medir os recursos gerados pela empresa que não seja o lucro líquido é
o estado do cash flow ou dos fluxos de tesouraria. Durante um determinado período,
determina uma diferença entre pagamentos e cobranças, tornando a tesouraria final
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mais ou menos do que a inicial. Essa variação é o que constitui o fluxo ou movimento
líquido, cuja análise realiza o estado dos fluxos de tesouraria.
Entrada de tesouraria
75 5 110 75
100
Saídas de tesouraria
As entradas totais adicionam até 525 e as saídas, 365. Nesse caso, esse fluxo de caixa
produziria uma liquidez final de 160 unidades monetárias.
Esta análise, juntamente com o restante das demonstrações financeiras, é muito valiosa,
pois permite determinar a capacidade que a empresa tem de gerar tesouraria e as
necessidades de liquidez que ela exigirá. Com estes dados, o empresário pode ter uma
melhor opinião na tomada de decisão, como no caso de um grande investimento.
Quando se começa um projeto empresarial, é bom saber que despesas irá ter a empresa.
O custo pode ser definido como a mensuração e valorização do consumo feito ou
previsto pela aplicação racional dos fatores para a obtenção de um produto, trabalho
ou serviço. No entanto, esta definição é muito ampla e pode afinar-se mais ainda. Os
diferentes tipos de custos podem ser classificados de acordo com:
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Sua variabilidade: neste caso, pode ser diferenciada entre o custo fixo (que é
independente do volume de atividade que a empresa tem e permanece
constante) e o custo variável (que é o custo dos recursos que sofrem variações
de acordo com o volume de atividade da empresa).
Sua representação: os custos anteriores surgem como custos totais, mas podem
ser representados também os custos unitários ou em custos médios.
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Sujeita a regulação
REGULAÇÃO Não sujeita a regulação.
mercantil.
Detalhes periódicos
RELATÓRIOS Resumos anuais.
segundo suas necessidades.
Elaboração de
demonstrações financeiras Detalha em profundidades
OBJETIVOS (balanço patrimonial, conta a conta de ganhos e perdas
de ganhos e perdas...). para tomar decisões
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Quando se inicia um projeto de negócios, mesmo que seja pequeno, deve-se projetar
onde se deseja chegar por meio de um desenvolvimento corporativo no futuro. Disto
trata a planificação financeira a curto e longo prazo.
As operações de longo prazo incluem as necessidades que a empresa espera ter com
base nos fluxos líquidos de caixa líquidos. Entre outros elementos, tem de estimar as
necessidades decorrentes dos seus planos, que custos representam os recursos
financeiros (dependendo das taxas mínimas de retorno exigidas para os projetos de
investimento), a coesão que estes custos têm com os objetivos empresariais etc. Além
disso, a planificação deve ser revisada continuamente, uma vez que podem suceder
diferentes circunstâncias, de modo que há que reajustar para acomodar a nova situação.
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A relação que se estabelece entre o longo e curto prazo permite ver como a empresa se
organiza no seu dia a dia. Por exemplo, um serviço de hospedagem web precisa de um
local com melhor resfriamento para seus servidores. A longo prazo, se prevê um certo
investimento de capital. Com base nessa previsão, se pode organizar o curto prazo e
determinar como distribuir sua liquidez para lidar com o aluguel das instalações atuais,
os salários dos trabalhadores e seu próprio salário. Da mesma forma, se a previsão de
investimento planificada não encaixa com as previsões a curto prazo, haverá que alterar
o plano.
6.2.4 Scorecard
Vimos anteriormente uma ferramenta importante para as finanças. Veremos agora uma
outra que atualmente serve de grande ajuda na gestão de planos de financiamento. O
Scorecard, que é um relatório periódico elaborado em diferentes níveis de
responsabilidade dentro da empresa e que permite ver em detalhes o desenvolvimento
de cada parte e seus desvios em relação aos principais objetivos. Ainda que uma
empresa recém-criada não possua tantos departamentos ou seções, é interessante
saber a existência do scorecard e realizar um controle completo de cada elemento de
acordo com o projeto do empreendedor. Quantas mais informações melhores decisões.
O Scorecard visa precisamente fornecer informações para a tomada de decisão.
Existe uma versão chamada Balanced Score Card (BSC), elaborado por Kaplan e Norton
(1992 e 1996), mediante a qual, a Direção pode desenvolver o processo da sua
estratégia, desde que a concebe até a sua consecução. Também permite uma maior
comunicação dentro da empresa, uma vez que se comunica em todos os níveis, de modo
que a gestão pode receber um feedback de forma mais rápida.
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