Elasticidade
Elasticidade
Elasticidade
Bouzid Izerrougene
Aula: Introdução à Economia
Universidade Federal da Bahia
ELASTICIDADES
A elasticidade mede a variação da demanda ou da oferta de um bem ou serviço frente à
determinada variação de preços ou de renda.
ELASTICIDADE-PREÇO DA DEMANDA - Ed
Mensura o quanto a quantidade demandada de um produto responde à variação de preço.
Ela serve para avaliar a possibilidade ou impossibilidade que o consumidor possui de
alterar a sua demanda por determinado produto quando o preço muda.
Quando responde de forma expressiva, a demanda será qualificada de elástica, ao passo
que quando responde ligeiramente será caracterizada como demanda inelástica.
ELASTICIDADE-PREÇO DA OFERTA - Es
A elasticidade-preço da oferta mede a resposta da quantidade oferecida de um
determinado bem ou serviço a variações de preço.
Serve para avaliar a possibilidade ou impossibilidade que o vendedor ou produtor possui
de alterar a sua oferta quando o preço muda.
Es: variação percentual da quantidade / variação percentual do preço
Exemplo: uma empresa oferece 1000 unidades de um produto x por 100 reais. A demanda
pelo bem em questão aumenta e, com ela, o preço no mercado passa para 120 reais,
levando a empresa a aumentar sua oferta para 2000 unidades. Qual é a elasticidade-preço
dessa oferta?
Aplicando a fórmula,
Es = Δ%Qs / Δ%P = 100 / 20 = 500%
O resultado é uma oferta bastante elástica, pois quando o preço aumentou em 100%,
a oferta aumentou 500%, cinco vezes mais. Nesse caso, pode se tratar de uma
empresa que operava com capacidade ociosa, devido à insuficiência da demanda e
ao preço baixo. A elevação posterior do preço permitiu aumentar a exploração da
planta produtiva e elevar significativamente a oferta.
A elasticidade-preço da oferta é refletida na curva de oferta. À medida que aumenta a
elasticidade, a curva de oferta se inclina. Quanto mais inclinada, maiores serão as
possibilidades do vendedor de reduzir a oferta quando o preço cai e de aumentá-la quando
o preço sobe.
A elasticidade não depende somente do preço, mas de outros fatores como o horizonte do
tempo e o grau de utilização das capacidades de produção. No curto prazo, a oferta tende
a ser menos elástica, uma vez que os ofertantes não dispõem de tempo hábil para ajustar
suas ofertas em função da variação do preço, coisa que é mais factível no longo prazo.
Num horizonte maior de tempo, o aumento de preço pode desencadear novos
investimentos e, consequentemente, maior oferta, acentuando a inclinação da curva.
Também, a elasticidade pode apresentar um comportamento cíclico. Em geral, as
empresas funcionam parte do tempo com capacidade ociosa de produção. Aí, quando
aumenta o preço, aumentam o uso das capacidades produtivas e com ele a oferta, o que
se traduz por uma elasticidade alta. Mas, à medida que se aproximam do pleno emprego,
o aumento da oferta irá exigir novos investimentos, o que significa menores
possibilidades de resposta (elasticidade baixa) e maiores pressões inflacionárias.
A elasticidade-preço da oferta varia de zero ao infinito
GRÁFICOS
Erd < 1 : o aumento da renda reduz a demanda. Nesse caso, o bem em questão passa a
ser inferior para o consumidor cuja renda aumenta. Trata-se, para o determinado
consumidor, de bem inferior que pode ser substituído por um outro mais caro. É o caso
quando uma pessoa, ao ganhar mais, deixa de usar ônibus para se locomover de taxi.
0<Erd < 1 : a variação da renda é acompanhada por uma variação mais ou menos
proporcional na variação da demanda. Trata-se, para o determinado consumidor, de um
bem normal.
Erd > 1 : o aumento de renda eleva a demanda de determinado produto numa proporção
maior do que o aumento da renda, caracterizando uma situação em que o consumidor
(ainda) está ávido daquele bem ou serviço. Trata-se, para o determinado consumidor, de
um bem superior.
Exemplo: com uma renda de 8 mil, o consumidor compra 10 unidades de um bem x. Sua
renda passa para 12 mil e a quantidade demandada cai para 6.
Calcular elasticidade-renda. Que tipo de bem?
Aplicando a fórmula,
Erd = Δ%Qd / Δ%R
Erd = [(10-6)/8] / [(12-8/10)] = 0,5/0,4 = 1,25 = 125%
Quando a renda aumentou 100%, a demanda caiu em 125%. Demanda elástica. O
consumidor estaria próximo de ter sua demanda satisfeita, ficando saciado neste
consumo. Trata-se de um bem inferior para o consumidor em questão.
Calcular a elasticidade
Aplicando a fórmula,
Exy= (∆Qc/Qc)/(∆Ph/Ph)
Caso os bens fossem complementares e não substitutos, seria de esperar que a elasticidade
cruzada da demanda entre eles seja inferior a zero. Numa socieadde em que,
predominantemente, se consome café com açúcar, é de se esperar que um aumento das
vendas de café solúvel gere um aumento no consumo de açúcar. Então, um aumento no
preço do café causará uma redução na demanda por café e, consequentemente, uma
redução na demanda por açúcar.
Quando Exy < 0, estamos na presença de bens complementares, como cimento e areia;
Quando Exy > 0, os bens são substitutos, como gasolina e álcool para consumo de um
automóvel flex;
Exy = 0, os bens são autônomos, independentes um do outro, como bananas e livros.
ELASTICIDADE E INVESTIMENTO
Há uma diferença quando se investe para atender uma demanda elástica ao preço ou para
atender uma demanda inelástica.
Exemplo: Imaginamos uma introdução de novas técnicas no plantio de arroz que eleva a
produtividade e gera maior oferta do bem e queda no seu preço. No entanto, a demanda
do arroz é inelástica, isto é, aumenta menos que proporcionalmente à queda do preço.
Portanto, o agricultor inovador pode sofrer retração de suas receitas.
Supúnhamos que o preço do arroz caia de 3 para 2 e a quantidade vendida passe de 100
para 125. Aí, a receita diminui de 300 para 250, apresentando perda de 50.
Neste exemplo, o aumento da produtividade no cultivo do arroz é uma boa notícia para
os consumidores, mas uma má notícia para o agricultor.