1) O documento discute a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em diferentes relações jurídicas segundo diferentes teorias doutrinárias.
2) É analisada a relação entre consumidores e fornecedores em contratos de locação, franquia, serviços educacionais e outros.
3) O documento também aborda a aplicação do CDC em relações como a entre condomínios e condôminos e a proteção a consumidores por equiparação.
1) O documento discute a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em diferentes relações jurídicas segundo diferentes teorias doutrinárias.
2) É analisada a relação entre consumidores e fornecedores em contratos de locação, franquia, serviços educacionais e outros.
3) O documento também aborda a aplicação do CDC em relações como a entre condomínios e condôminos e a proteção a consumidores por equiparação.
Descrição original:
Direto
Título original
A Relação de Consumo Nos Tribunais Gercino-convertido
1) O documento discute a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em diferentes relações jurídicas segundo diferentes teorias doutrinárias.
2) É analisada a relação entre consumidores e fornecedores em contratos de locação, franquia, serviços educacionais e outros.
3) O documento também aborda a aplicação do CDC em relações como a entre condomínios e condôminos e a proteção a consumidores por equiparação.
1) O documento discute a aplicação do Código de Defesa do Consumidor em diferentes relações jurídicas segundo diferentes teorias doutrinárias.
2) É analisada a relação entre consumidores e fornecedores em contratos de locação, franquia, serviços educacionais e outros.
3) O documento também aborda a aplicação do CDC em relações como a entre condomínios e condôminos e a proteção a consumidores por equiparação.
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A RELAÇÃO DE CONSUMO NOS TRIBUNAIS
Algumas exceções ao conceito de fornecedor foram estabelecidas pela
jurisprudência. A posição majoritária do Superior Tribunal de Justiça é pela não incidência da legislação consumerista para resolução dos casos envolvendo, por exemplo, contratos de locação, contratos de franquia, contratos de crédito educativo custeados pelo Estado (Fies), relações entre condomínio e condômino, bem como a Autarquia Previdenciária (INSS) e seus beneficiários.
CONSUMIDOR SEGUNDO A TEORIA MAXIMALISTA
Para a teoria maximalista, a definição de consumidor é puramente objetiva. A
aplicação do CDC deve ser a mais ampla possível, não importando se a pessoa física ou jurídica busca ou não o lucro quando adquire um produto ou utiliza um serviço. Portanto, o destinatário final é o destinatário fático do produto, aquele que o retira do mercado e o utiliza.
CONSUMIDOR SEGUNDO A TEORIA FINALISTA
Para os finalistas, o campo de aplicação do CDC deve restringir-se àqueles
que necessitam de proteção. Por isso, consumidor é a pessoa física ou jurídica que, além de ser a destinatária fática, é também a destinatária econômica, pois, com a utilização do bem ou serviço, busca o atendimento de necessidade pessoal, sem reutilizá-lo no processo produtivo, nem mesmo de forma indireta quando adquire um produto ou utiliza um serviço. Portanto, o destinatário final é o destinatário fático do produto, aquele que o retira do mercado e o utiliza. Os finalistas afirmam que, ao se adquirir um produto ou serviço com a finalidade de desenvolver uma atividade de produção, seja para compor o estabelecimento ou para revender o produto, mesmo que transformado, este não estaria utilizando o produto ou serviço como destinatário final.
CONSUMIDORSEGUNDOATEORIA MISTA
Nesta corrente doutrinária, o consumidor— destinatário final seria aquela
pessoa que adquire o produto ou o serviço para o uso privado, porém, admitindo-se esta utilização em atividade de produção, com a finalidade de desenvolver atividade comercial ou profissional, desde que seja provada a vulnerabilidade desta pessoa física ou jurídica que está adquirindo o produto ou contratando o serviço. "Em casos difíceis envolvendo pequenas empresas que utilizam insumos para a sua produção, mas não em sua área de expertise ou com uma utilização mista, principalmente na área dos serviços, provada a vulnerabilidade, concluiu-se pela destinação final de consumo prevalente. Esta nova linha, em especial do STJ, tem utilizado, sob o critério finalista e subjetivo, expressamente a equiparação do art. 29 do CDC, em se tratando de pessoa jurídica que comprove ser vulnerável e atue fora do âmbito de sua especialidade, como hotel que compra gás. Isso porque o CDC conhece outras definições de consumidor. O conceito-chave é o da vulnerabilidade."
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO OU BYSTANDER
Pessoas atingidas por falhas no produto ou na prestação de serviço,
independentemente de serem consumidoras diretas, são amparadas pelas normas de defesa do consumidor. A doutrina convencionou chamar de consumidor por equiparação ou bystander, aquele que, embora não esteja na direta relação de consumo, por ser atingido pelo evento danoso, equipara-se à figura de consumidor pelas normas dos arts. 20, parágrafo único, 17 e 29 do CDC.
CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO OU BYSTANDER
Pessoas atingidas por falhas no produto ou na prestação de serviço,
independentemente de serem consumidoras diretas, são amparadas pelas normas de defesa do consumidor. A doutrina convencionou chamar de consumidor por equiparação ou bystander, aquele que, embora não esteja na direta relação de consumo, por ser atingido pelo evento danoso, equipara-se à figura de consumidor pelas normas dos arts. 20, parágrafo único, 17 e 29 do CDC.
APLICABILIDADE DO CONCEITO DE PROFISSIONAIS LIBERAIS
As relações jurídicas estabelecidas entre os profissionais liberais e seus
clientes se enquadram nas relações de consumo e são submetidas ao Código de Defesa do Consumidor. Os profissionais liberais são considerados fornecedores por prestarem serviço de forma autônoma e habitual. Assim, no caso, a responsabilidade civil contratual deve ser apurada mediante culpa. (EXCEÇÃO AO CDC) INAPLICABILIDADE DO CDC NAS RELAÇÕES ENTRE CLIENTE E ADVOGADO
Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor em relação contratual entre
cliente e advogado para a prestação de serviços advocatícios, mas sim o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil — Lei n.o 8.906/94.
APLICABILIDADE DO CDC NAS RELAÇÕES ENTRE AS COOPERATIVAS
DE CRÉDITO E OS COOPERADOS
Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas
estabelecidas entre as cooperativas de crédito e os cooperados. Nos termos do art. 18, Sio da Lei 4.595/1964, a cooperativa quando oferta crédito aos associados integra o Sistema Financeiro Nacional e, assim, equipara-se às instituições financeiras.
RELAÇÃO JURÍDICA ENTRE OS CONDÔMINOS E O CONDOMÍNIO
Inaplicável o Código de Defesa do Consumidor às relações entre os
condôminos e o condomínio quanto às despesas para manutenção e conservação do prédio e dos seus serviços. As partes não se identificam com os conceitos de consumidor e fornecedor, consoante arts. 2° e 3° do CDC.
RELAÇÃO DE CONSUMO ENTRE O CONCESSIONÁRIO DE SERVIÇO
PÚBLICO E O USUÁRIO FINAL
O vínculo existente entre o concessionário de serviço público e o usuário final
é estritamente contratual, e, por isso, regido pelo Código de Defesa do Consumidor. As partes se configuram como fornecedor e consumidor, a teor do que dispõem os artigos 20 e 30 da Lei 8.078/19go.
RELAÇÃO DE CONSUMO ENTRE O CONCESSIONÁRIO DE SERVIÇO
PÚBLICO E O USUÁRIO FINAL
Ementa do julgado: direito do consumidor, civil e administrativo. Ação de
indenização. Responsabilidade civil. Fornecimento de serviços de esgoto e água tratada. código de defesa do consumidor. Rompimento da tubulação da rede de abastecimento de água. Vazamento. Infiltração no subsolo. Danos estruturais ao imóvel situado no local do evento. caesb. Culpa. Falha nos serviços. Omissão. Culpa concorrente da consumidora. Obra executada em desconformidade com as exigências técnicas. prova. Inexistência. Danos materiais. Ressarcimento devido. Lucros cessantes. prédio destinado a locação. Frustração. Cabimento. Honorários. Adequação. Redução. Impossibilidade. Sentença mantida.
RELAÇÃO DE CONSUMO ENTRE LOCADOR E LOCATÁRIO
Não se aplicam as disposições do Código de Defesa do Consumidor às
relações de locação. Os contratos locatícios são regidos pela Lei n.° 8.245/91, além disso, inexistem as características delineadoras da relação de consumo apontadas nos arts. 2° e 3° do CDC.
CDC E O CONTRATO DE FRANQUIA
O contrato de franquia não está sujeito ao âmbito de incidência da Lei n.°
8.078/1990. O franqueado não é consumidor de produtos ou serviços da franqueadora, mas aquele que os comercializa junto a terceiros, estes sim, são os destinatários finais. Ementa: civil e processual civil. Ação de rescisão contratual. Contrato de franquia. código de defesa do consumidor. Inaplicabilidade. circular de oferta de franquia. Entrega aos franqueados comprovada. Desistência manifestada pelos franqueados anteriormente à implementação da franquia e da transferência de know how. Perda da metade da taxa de franquia. Manutenção. Multas contratuais. não cabimento. 1. Os franqueados não se enquadram no conceito de consumidor, por não serem destinatários finais dos produtos e serviços fornecidos pela franqueadora.
CDC E O ESTATUTO DO TORCEDOR
Apesar de o Estatuto do Torcedor (Lei n.° 10.671/2003) ser uma legislação
especial com elementos próprios, por força da especificidade da relação entre o torcedor e o fornecedor, pode ser utilizado, concomitantemente, com o código consumerista, pela coerência que existe entre eles.
Ementa: responsabilidade civil. Direito do consumidor. Estatuto do torcedor.
ingresso vendido com numeração relativa a assento inexistente. vício no fornecimento do serviço. Restituição parcial do preço pago. Responsabilidade solidária de todos os envolvidos no evento. Federação brasiliense de futebol. Preliminar de ilegitimidade passiva rejeitada. Recurso conhecido e desprovido. 1. O torcedor se encontra tutelado por legislação específica, consubstanciada no Estatuto do Torcedor (Lei n° 10.671/2003), sem prejuízo da incidência concomitante, em necessário diálogo de fontes, das disposições providas pelo microssistma consumerista.
CDC E O CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EDUCACIONAIS
O contrato de prestação de serviços educacionais submete-se às regras do
CDC, por traduzir relação de consumo na qual o estabelecimento de ensino figura como fornecedor de serviço e o aluno, como consumidor, uma vez que utiliza o serviço ofertado como destinatário final. Artigos relacionados: arts. 2° e 3° do CDC. Apelação. Direito do consumidor. Obrigação de fazer com indenização. sesi. Bolsa de estudos. Programa ebep. Quantitativo de vagas. Mera expectativa de direito. dano material. Inexistência. 1. A relação jurídica entre as partes configura típica relação de consumo, porquanto envolve fornecedora de serviços educacionais e destinatários finais da prestação dos serviços. Art. 20 e 3° do Código de Defesa do Consumidor. 2. O processo seletivo para a concessão de bolsa de estudo do EBEP gera para o aluno pretendente apenas uma mera expectativa de direito, e não de certeza absoluta de ser contemplado com o referido benefício, mesmo porque havia uma limitação de vagas oferecidas pelo SESI.
CDC E O CONTRATO DE CONSUMO INTERNACIONAL
Caracterizada a relação de consumo, aplica-se o CDC ao contrato
internacional com pessoa jurídica sediada no exterior que possui empresa no Brasil. É abusiva a cláusula de eleição de foro que impõe ao consumidor a obrigação de demandar contra a pessoa jurídica sediada no exterior, quando há empresa do mesmo grupo econômico no Brasil, uma vez que coloca o consumidor em desvantagem exagerada para a defesa de seus direitos, em ofensa ao art. 60, inciso VIII, do CDC. Nessa hipótese, como é assegurada ao consumidor a proteção às relações de consumo, seja nacional, sejam internacionais, a Justiça Brasileira é competente, de forma absoluta, para solucionara demanda. Artigos relacionados: arts. 3° e 51, IV, do CDC; arts. 63 e 75, X, do CPC/2o15. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR
Dada a desigualdade técnico-econômica entre consumidores e fornecedores e
a vulnerabilidade dos consumidores na relação de consumo, o legislador instituiu a responsabilidade objetiva na sistemática de consumo. A culpa é elemento irrelevante para a caracterização do dever de indenizar, eis que, basta ao consumidor lesado demonstrar a relação entre o dano e o defeito do produto/serviço (nexo causal), para que se caracterize o direito à reparação dos danos. Artigos relacionados: arts. 12 e 14 do CDC. Apelação cível. Direito civil. Direito do consumidor. Direito processual civil. furto de veículo no interior do estacionamento. Relação de consumo. Configuração. Responsabilidade civil objetiva do fornecedor do serviço. Falha do dever de guarda, vigilância e segurança. Dever de indenizar. Caso fortuito e força maior. Afastados. Culpa exclusiva de terceiro alheio ao serviço. Ausência de prova. recurso conhecido e não provido. Sentença mantida.
RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL LIBERAL (EXCEÇÃO)
A responsabilidade civil dos profissionais liberais é uma exceção à regra
proclamada pelo CDC, e, portanto, será apurada mediante a verificação de culpa. Isso se dá pelo fato desses profissionais exercerem atividades de meio, utilizando-se de toda a perícia e prudência para atingir um resultado, porém não se comprometendo a alcançá-lo. Artigo relacionado: art. 14, § 40, do CDC. Responsabilidade civil. Clínica odontológica. Profissional liberal. Tratamento odontológico. Obrigação de meio. Falha na prestação do serviço. Não comprovada. 1 - A responsabilidade civil da clínica odontológica é objetiva (art. 14 do CDC). Já a responsabilidade civil do profissional liberal é subjetiva, de modo que incumbe ao paciente comprovar a conduta culposa do profissional, os danos sofridos e o nexo de causalidade (art. 14, §40, do CDC).
RESPONSABILIDADE DO PROFISSIONAL LIBERAL NO CASO DA
CIRURGIA ESTÉTICA
A despeito de a responsabilidade dos profissionais liberais serem subjetiva, no
caso da cirurgia estética, por se tratar de uma obrigação de resultado, adota-se a presunção de culpa do profissional, caso em que o ônus probatório é invertido automaticamente, gerando efeitos práticos semelhantes ao da responsabilidade objetiva. Consumidor, civil e processo civil. Apelação cível. Indenização. Cirurgia plástica nas mamas. Caráter estético. Obrigação de resultado. Profissional liberal. Responsabilidade. Danos materiais e morais. A cirurgia plástica nas mamas tem caráter estético, atraindo a obrigação de resultado e a aplicação das regras da responsabilidade subjetiva com culpa presumida, apenas se eximindo o profissional diante da prova de motivo de força maior, caso fortuito ou culpa exclusiva da vítima.
RESPONSABILIDADE DO HOSPITAL QUANTO À ATUAÇÃO DOS
MÉDICOS. De acordo com o STJ, a responsabilidade dos hospitais, no que tange à atuação técnico-profissional dos médicos que neles atuam ou que a ele sejam ligados por convênio, é subjetiva, ou seja, apenas existirá se for provada a culpa dos médicos. ação reparatória de danos ajuizada em desfavor do hospital. médico preposto do nosocômio. Responsabilidade objetiva da entidade hospitalar. Necessidade de comprovação da responsabilidade subjetiva do médico. Diagnóstico tardio de apendicite. Supuração com derramamento de grande quantidade de material infeccionado na cavidade abdominal (peritone generalizado). má prestação do serviço. Negligência/imperícia do médico. Dano moral. Configuração. Alargamento da cicatriz resultante. Dano estético configurado. Quantum. Obediência aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Adstrição à normativa da efetiva extensão do dano. função preventivo-pedagógica-reparadora-punitiva. provido apenas recurso do autor. sentença parcialmente reformada.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
A responsabilidade no sistema do CDC é solidária. Aponta o CDC no
parágrafo único do art. 70: "Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo". Mais adiante, o art. 25 estabelece em seu parágrafo 10: "Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores" Artigos relacionados: arts. 70 parágrafo único, 12 a 14, a8 e 25, do CDC. Direito civil e consumidor. Venda de terreno para incorporadora construir o empreendimento. Contrato de promessa de compra e venda feita em nome do alienante com o consumidor. Teoria da aparência. Aplicação do cdc. Responsabilidade solidária do vendedor/proprietário do terreno. Inadimplemento contratual. mora da empresa. lucros cessantes devido. Apuração do valor em liquidação de sentença. termo final. data da sentença que decretou a resolução contratual. Imposto de renda. Impossibilidade de dedução da verba indenizatória. teoria do adimplemento substancial. Inaplicabilidade. Honorários advocatícios.