Pele e Anexos
Pele e Anexos
Pele e Anexos
2. Melanócitos: A cor da pele se deve a vários fatores, e os de maior importância são: seu conteúdo
em melanina e caroteno, a quantidade de capilares na derme e a cor do sangue nesses capilares. A pigmentação
da pele é regulada por fatores genéticos, ambientais e endócrinos, que modulam a quantidade, o tipo e a
distribuição de melaninas na pele, nos pelos e nos olhos. A melanina é um pigmento de cor marrom-escura,
produzido pelos melanócitos, que se encontram na junção da derme com a epiderme ou entre os queratinócitos
da camada basal da epiderme. Os melanócitos são células que se originam das cristas neurais do embrião e
invadem a pele entre a 12a e a 14ª semana da vida intrauterina. Apresentam citoplasma globoso, de onde partem
prolongamentos que penetram as reentrâncias das células das camadas basal e espinhosa e transferem os
grânulos de melanina para as células dessas camadas. Os melanócitos não formam desmossomos com os
queratinócitos, mas se prendem à membrana basal por meio de hemidesmossomos. A melanina é sintetizada nos
melanócitos com a participação da enzima tirosinase. Em razão da ação dessa enzima, o aminoácido tirosina é
transformado primeiro em 3,4-di-hidroxifenilalanina (dopa). A tirosinase também age na dopa, produzindo
dopaquinona, que, após várias transformações, converte-se em melanina. A tirosinase é sintetizada nos
polirribossomos, introduzida nas cisternas do retículo endoplasmático granuloso e acumulada em vesículas
formadas no complexo de Golgi. É nessas vesículas (melanossomos) que se inicia a síntese da melanina.
Inicialmente coexistem melanina e tirosinase nos melanossomos. Quando cessa a síntese de melanina, o
melanossomo está repleto de melanina e perde sua atividade tirosinásica, recebendo, então, o nome de grânulo
de melanina. Uma vez formados, os grânulos de melanina migram pelos prolongamentos dos melanócitos e são
injetados, por mecanismo pouco conhecido, no citoplasma dos queratinócitos, que funcionam como depósitos de
melanina e contêm maior quantidade desse pigmento do que os melanócitos. Os grânulos de melanina se fundem
com os lisossomos dos queratinócitos; por isso, as células mais superficiais da epiderme não têm melanina. Nas
células epiteliais os grânulos de melanina localizam-se em posição supranuclear, oferecendo proteção máxima ao
ácido desoxirribonucleico (DNA) contra os efeitos prejudiciais da radiação solar. O bronzeamento da pele por
exposição à luz do sol ocorre inicialmente em razão do escurecimento da melanina preexistente e da aceleração
da transferência de melanina para os queratinócitos. Em uma segunda etapa, a síntese da melanina é aumentada.
5. Nos adultos, um terço dos tumores malignos se origina na pele, e muitos deles são derivados de
células da camada basal da epiderme (carcinoma basocelular) ou de células da camada espinhosa (carcinoma
espinocelular). Ambos, principalmente os carcinomas basocelulares, quando detectados muito cedo, podem ser
removidos com sucesso. Os tumores da pele são mais frequentes nas pessoas de pele muito clara e que se
expõem a muita radiação solar. Os melanomas são tumores muito invasivos que se originam dos melanócitos. As
células desses tumores frequentemente se dividem muito rapidamente, atravessam a membrana basal, entram na
derme e rapidamente invadem os vasos sanguíneos e linfáticos, provocando metástases.
6. As células de Langerhans localizam-se em toda a epiderme entre os queratinócitos; porém, são mais
frequentes na camada espinhosa. Possuem muitos prolongamentos; contudo, em preparações histológicas
comuns, aparecem arredondadas, com um halo claro ao seu redor, separando-as dos queratinócitos. Essas células
se originam de células precursoras da medula óssea que são transportadas pelo sangue circulante. As células de
Langerhans são móveis, capazes de captar antígenos, processá-los e apresentá-los aos linfócitos T, participando da
defesa imunológica na pele e exercendo um papel importante nas reações imunitárias cutâneas
7. Células de Merkel: Essas células existem em maior quantidade na pele espessa da palma das mãos
e da planta dos pés, especialmente nas pontas dos dedos, onde a sensibilidade tátil é maior. Apresentam
pequenos grânulos citoplasmáticos elétron-densos, de composição desconhecida. As células de Merkel, que se
originam de precursores epidérmicos, localizam-se na parte profunda da epiderme, apoiadas na membrana basal
e unidas aos queratinócitos por meio de desmossomos. Em contato com a base das células de Merkel existe uma
estrutura em forma de disco, onde se inserem fibras nervosas aferentes (conduzem impulsos para o sistema
nervoso central). As células de Merkel são mecanorreceptores (sensibilidade tátil), embora existam algumas
evidências de que elas também participem do sistema neuroendócrino difuso, secretando neuropeptídios que
podem potencialmente regular a função de queratinócitos, fibroblastos, células imunitárias, vasos próximos e
neurônios.
8. A maioria das evidências das ações dos estrógenos na pele é resultante de estudos realizados com
mulheres na pós-menopausa. Os anos seguintes à menopausa representam um período de privação de
estrógenos, que resulta em efeitos deletérios em vários órgãos e sistemas, como os ossos e os sistemas
geniturinário e neuroendócrino. Na pele, as consequências da baixa concentração de estrógenos incluem atrofia,
perda de elasticidade, ressecamento e cicatrização deficiente; porém, a terapia com reposição hormonal pode
amenizar esses efeitos.
10. A alopecia androgenética masculina é uma forma comum de calvície, afetando de 30 a 50% dos
homens que chegam à idade de 50 anos. Há uma variação racial na sua prevalência, e a predisposição genética é
muito significativa. Existe uma alteração no ciclo de desenvolvimento do cabelo, além de inflamação e
miniaturização do folículo capilar (característica histológica da alopecia) e perda de inserção do músculo eretor do
pelo. A enzima 5-alfarredutase converte o hormônio testosterona em di-hidrotestosterona, que atua em
receptores androgênicos no folículo e contribui para a alopecia. Algumas substâncias inibidoras dessa enzima têm
sido utilizadas com algum sucesso no tratamento da alopecia androgenética.