A Plica Cao Escala Rosenberg

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Aplicação da Escala de Rosenberg para avaliação da autoestima de mulheres

submetidas à cirurgia oncológica mamária¹

Application of the Rosenberg Scale to evaluate the self-esteem of women


undergoing breast cancer surgery¹

Gian Fonseca do Rozario


Graduação em Psicologia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Residente do Programa de Residência em Área Profissional da Saúde (Multiprofissional) da
Universidade Federal de Uberlândia – Área de Concentração Atenção em Oncologia
E-mail: [email protected]
Eliane Maria de Carvalho
Doutorado em Ciências (Fisiopatologia Experimental) pela Universidade de São Paulo
Professora da Universidade Federal de Uberlândia
E-mail: [email protected]

¹ Artigo a ser submetido para publicação na revista científica Saúde em Foco

RESUMO
Objetivo: avaliar a autoestima de mulheres submetidas à abordagem cirúrgica como tratamento
para o câncer de mama. Método: estudo descritivo, correlacional, transversal, quantitativo, com
27 pacientes em tratamento oncológico em um hospital público no estado de Minas Gerais; para
obtenção dos dados, utilizou-se a Escala de Autoestima de Rosenberg, questionário com
questões sociodemográficas e clínicas e consulta a prontuários. Resultados: o tipo
predominante de cirurgia divergiu de outros estudos; o tempo decorrido do diagnóstico à
cirurgia não foi considerado em nenhum outro trabalho; encontrou-se correlação
estatisticamente significante entre autoestima e o tempo entre diagnóstico e cirurgia.
Conclusão: quanto menor o tempo que a paciente esperou para ser submetida à cirurgia após o
diagnóstico, maior sua autoestima; há necessidade de outros estudos acerca do impacto da
trajetória da mulher até a realização do tratamento cirúrgico em dimensões psicossociais, nas
quais se inclui a autoestima.
Palavras-chave: mulher; câncer de mama; cirurgia; autoestima

ABSTRACT
Objective: to evaluate the self-esteem of women submitted to the surgical approach as a
treatment for breast cancer. Method: descriptive, correlational, cross-sectional, quantitative
study with 27 patients undergoing oncological treatment in a public hospital in the state of
Minas Gerais; to obtain the data, we used the Rosenberg Self-esteem Scale, a questionnaire
1
with sociodemographic and clinical questions and a questionnaire. Results: the predominant
type of surgery differed from other studies; the time from diagnosis to surgery was not
considered in any other study; we found a statistically significant correlation between self-
esteem and the time between diagnosis and surgery. Conclusion: the shorter the time the patient
waited to undergo surgery after diagnosis, the greater her self-esteem; there is a need for further
studies about the impact of the woman's trajectory until the surgical treatment in psychosocial
dimensions, which includes self-esteem.
Keywords: woman; breast cancer; surgery; self-esteem

1 INTRODUÇÃO / REFERENCIAL TEÓRICO

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) apresentam uma etiologia múltipla,


muitos fatores de risco, longos períodos de latência, curso prolongado e origem não infecciosa.
Associam-se a deficiências e incapacidades funcionais, influenciando na qualidade de vida e
nas atividades de trabalho e lazer, e produzirem grande demanda para os serviços de saúde. Sua
emergência é muito influenciada pelas condições de vida, não sendo resultado unicamente de
escolhas individuais (BRASIL 2009). No Brasil, doenças cardiovasculares, cânceres, diabetes,
enfermidades respiratórias crônicas e doenças neuropsiquiátricas são as principais DCNT
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE, 2014).
Dos cânceres, excluindo-se os tumores de pele não melanoma, o de mama é o mais
incidente em mulheres de todas as regiões do país, exceto na região Norte, na qual predomina
o câncer do colo do útero. Estima-se, para cada ano do biênio 2018/2019, 59.700 novos casos
de câncer com localização primária na mama, o que corresponde a 29,5% de todos os tumores
malignos femininos. Há um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres
(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – INCA,
2017).
O câncer de mama resulta da multiplicação de células anormais da mama, que forma
um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há diferentes tipos de câncer de mama,
alguns se desenvolvendo mais rapidamente que outros. Na maior parte dos casos, há boa
resposta ao tratamento; diagnóstico e, consequentemente, tratamento precoces contribuem para
isto (INCA, 2014). No entanto, fatores como falta de programas de detecção precoce e carência
de estrutura para assegurar diagnóstico adequado e tratamento oportuno, que resultam no atraso
no diagnóstico e tratamento, têm contribuído para que as taxas de mortalidade cresçam em

2
países em desenvolvimento (SABINO NETO et al., 2012). Segundo o Altas On-line de
Mortalidade, do INCA, em 2015, o Brasil registrou 13,68 óbitos/100.000 mulheres por câncer
de mama, a primeira causa de morte por câncer na população feminina brasileira.
O tratamento para o câncer de mama depende de alguns fatores, a saber, estadiamento
(extensão) da doença, características biológicas do tumor e condições da paciente, que incluem
idade, status menopausal, comorbidades e preferências pessoais (INCA, 2018). Quando o
diagnóstico é realizado precocemente, o tratamento tem maior potencial curativo, ao passo que,
evidenciadas metástases (doença à distância), diminui-se o potencial curativo e o tratamento
passa a objetivar, principalmente, prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida (INCA,
2018). As possibilidades de tratamento se dividem em dois grupos: tratamento local e
tratamento sistêmico. No primeiro, podem ser realizadas cirurgia e radioterapia, além de
reconstrução mamária, e, no segundo, quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica
(INCA, 2018).
Em relação à abordagem cirúrgica, esta pode ser feita inicialmente ou após outra terapia,
a depender dos fatores mencionados acima, de modo especial o estadiamento. Habitualmente,
mais de uma abordagem é realizada, de maneira complementar (SABINO NETO et al., 2012).
A cirurgia pode ser convencional ou radical. Na primeira, faz-se a retirada apenas do
tumor/nódulo, ou seja, de um quadrante, uma parte da mama, com margem e segurança. Já na
segunda, ocorre a retirada total da mama, com ou sem músculo peitoral, que se localiza abaixo
dela. As duas modalidades cirúrgicas, geralmente, são acompanhadas da retirada de nódulos
linfáticos da axila (linfonodos), cuja avaliação tem função predominantemente prognóstica
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – UNIFESP, 1998; INCA, 2018).
A despeito do frequente sucesso do tratamento do câncer de mama, principalmente
quando o diagnóstico é realizado precocemente, e, apesar de as abordagens cirúrgicas serem
menos desfigurantes, estas continuam a ser um desafio para as mulheres. A própria cirurgia e
os diversos efeitos colaterais possíveis podem ter repercussão biopsicossocial. (FRIERSON,
THIEL e ANDERSEN, 2006). Recorrendo à literatura, Sabino Neto et al. (2012) apontam que,
quando o tratamento para a neoplasia em questão se dá por cirurgias que podem levar à
mutilação, a saúde psicológica das pacientes pode ser bastante afetada. Citam repercussão em
várias áreas da qualidade de vida, como plano psicossexual, autoimagem, autoestima,
sentimento de ser atraente e sexualidade.
A autoestima é um constructo que diz respeito à experiência particular na qual a pessoa
julga a si própria. Para Braden (2000), é a soma da autoconfiança e do autorrespeito, agregando

3
sentimentos de competência e valor pessoais. Ela pode ser considerada elevada ou alta, quando
há sentimento de confiança e de se estar adequado à vida; baixa, quando o julgamento presente
é o de inadequação à vida, de erro enquanto pessoa; ou média, quando o sujeito de sente
flutuando entre sentimentos de adequação e inadequação, de certo e errado perante sua
existência. A autoestima considerada positiva (elevada/alta) pode ser desenvolvida, e isto
implica na expansão da capacidade de ser feliz, segundo Braden (2000), ou da capacidade de
desenvolver o bem-estar, segundo a Psicologia Positiva, para a qual a autoestima é uma
característica que pode estar presente no processo de produção do bem-estar, o florescimento
(SELIGMAN, 2011).
Utilizando a autoestima como uma medida para tentar compreender a experiência de
mulheres que vivenciaram a retirada de parte de uma das mamas ou dela toda, o presente
trabalho se propõe a avaliar a autoestima de mulheres submetidas à abordagem cirúrgica como
tratamento para o câncer de mama. Este estudo integra uma pesquisa maior, ainda em
andamento, intitulada “Repercussão funcional e qualidade de vida de mulheres
mastectomizadas”, que recebeu aprovação do Comitê de Ética da Universidade Federal de
Uberlândia - protocolo 2.731.732.

2 MÉTODO

Caráter da pesquisa
Tratou-se de um estudo descritivo, correlacional, de corte transversal e abordagem
quantitativa, no qual foram resguardados todos os princípios éticos de pesquisa com seres
humanos.

Participantes
Coletou-se os dados no Ambulatório de Oncologia do Hospital de Clínicas da
Universidade Federal de Uberlândia, com 27 pacientes do sexo feminino que se submeteram a
alguma modalidade de cirurgia na mama como tratamento para o câncer de mama e que
receberam liberação médica para submissão à orientação de exercícios terapêuticos - tendo em
vista que esta é prevista no estudo maior - e foram encaminhadas para avaliação e tratamento
fisioterápico. Tratou-se de uma amostra não probabilística, de conveniência. Foram fatores de
exclusão de pacientes do estudo: ter lesões abertas na região da mama, ter recidiva do câncer e
apresentar fraturas patológicas de membros superiores.

4
Instrumentos
Foram coletados dados referentes a 11 variáveis independentes, a saber: faixa etária,
estado civil, escolaridade, renda familiar média mensal, situação laboral, tempo entre
diagnóstico do câncer e cirurgia, tempo entre diagnóstico e participação da paciente na pesquisa
(avaliação), tempo entre cirurgia e avaliação, tipo de cirurgia, se a mama operada foi a do
membro superior dominante (cirurgia no lado dominante) e existência de tratamento(s)
associado (s) à cirurgia (tratamento(s) complementar(es). Para tal, foi utilizado um questionário
contento informações sociodemográficas e clínicas das participantes. Em alguns casos, foi
necessária consulta ao prontuário das pacientes para completar dados, principalmente
relacionados à cirurgia, como a data na qual esta ocorreu, tendo em vista que nem todas as
entrevistadas souberam informa-la com precisão.
Já para a obtenção dos dados referentes à variável dependente (autoestima), utilizou-se
a versão adaptada para o português por Hutz (2000) e revisada (HUTZ e ZANON, 2011) da
Escala de Autoestima desenvolvida por Rosenberg (Apêndice I), uma medida unidimensional
que se propõe capaz de avaliar a autoestima global e que tem sido utilizada mundialmente para
a mensuração da autoestima e apresentado boas propriedades psicométricas. No Brasil, a Escala
de Autoestima de Rosenberg (EAR), tem sido utilizada em algumas populações, como
adolescentes, estudantes, docentes de enfermagem, indivíduos que foram submetidos à cirurgia
de revascularização do miocárdio, mulheres submetidas à cirurgia oncológica mamária,
mulheres que irão se submeter à cirurgia plástica e idosos praticantes de atividade física (DINI,
QUARESMA e FERREIRA, 2004; VARGAS, DANTAS e GOIS, 2005; FREIRE e
TAVARES, 2011; HUTZ e ZANON, 2011; MEURER et al., 2012; FERNANDES et al., 2013;
TERRA, MARZIALE e ROBAZZI, 2013).
A EAR é composta de 10 itens que devem ser respondidos em uma escala do tipo Likert
de quatro pontos, com opções que variam de discordo totalmente a concordo totalmente. Das
10 questões contidas no instrumento, cinco avaliam sentimentos positivos do indivíduo sobre
si mesmo e as demais avaliam sentimentos negativos. Para a correção da EAR, a cada opção de
resposta é atribuído um valor e a somatória dos valores correspondentes a resposta de cada item
resulta no desempenho de cada sujeito da pesquisa, com um valor único, num intervalo que
varia de 10 a 40 pontos. Quanto maior o escore obtido na escala, maior o nível de autoestima.

5
Procedimentos
A aplicação dos instrumentos utilizados foi realizada de maneira individual, entre os
meses de abril e dezembro de 2018, após a paciente ter aceito, formal e voluntariamente,
participar da pesquisa, por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido,
o qual garantiu o sigilo das informações pessoais.
Após a coleta, foi construído um banco de dados no programa Microsoft Excel, versão
15.0.5093.1000, que foi exportado para o programa Software Statistical Package for Social
Science (SPSS), versão 18.0, para a análise estatística descritiva e inferencial. A análise
descritiva de todas as variáveis foi realizada por meio de medidas de tendência central (média
e mediana) e de dispersão (valor mínimo e máximo, desvio-padrão) para as variáveis contínuas
(numéricas) e frequência relativa e absoluta para as variáveis categóricas.
Na análise inferencial foi, primeiramente, testada a normalidade da distribuição para a
variável dependente (autoestima). Para isto, foram utilizados dois testes, Kolmogorov-
Smirnova e Shapiro-Wilk. Em seguida, foi realizada uma análise de variância (ANOVA
multifatorial/GLM univariada) com todas as variáveis categóricas incluídas. Outra ANOVA foi
executada, desta vez somente com as variáveis escolaridade e estado civil, incluindo também a
interação entre ambas. Para as variáveis contínuas, uma análise de regressão linear multivariada
foi realizada. Foi considerado o nível de significância de 5%, ou seja, os dados foram
estatisticamente significantes para p<0,05.

3 RESULTADOS

A análise descritiva dos dados referentes às variáveis independentes encontra-se na


Tabela 1, que permite traçar um perfil tanto sociodemográfico quanto clínico das mulheres que
compuseram a amostra.

Tabela 1 –Perfil sociodemográfico e clínico das mulheres submetidas à cirurgia oncológica mamária.
Uberlândia-MG, 2018

Variável N % Média Mediana Desvio Mínimo Máximo


Padrão
Faixa etária* 54,1 54 9,3 38 73
38-40 2 7,4 - - - - -
41-50 8 29,6 - - - - -
51-60 11 40,8 - - - - -
61-70 4 14,8 - - - - -
71-73 2 7,4 - - - - -
Estado civil - - - - -
Solteira 6 22,2 - - - - -
6
Casada 14 51,9 - - - - -
Divorciada 3 11,1 - - - - -
Viúva 2 7,4 - - - - -
Outro 2 7,4 - - - - -
Escolaridade - - - - -
Ens. Fundamental incompleto 9 33,3 - - - - -
Ens. Fundamental completo 9 33,3 - - - - -
Ens. Médio 7 26 - - - - -
Ens. Superior 2 7,4
Situação laboral - - - - -
Aposentada ou em licença médica 19 70,4 - - -
Trabalhando 2 7,4 - - - - -
Desempregada ou não exercendo 6 22,2 - - - - -
Renda familiar média mensal** 1,7 1 1,2 0 5,5
Nenhum 2 7,4 - - - - -
Um 13 48,2 - - - - -
Dois 6 22,2 - - - - -
Três ou mais 6 22,2 - - - - -
Tempo entre diagnóstico e cirurgia*** 7,3 8 5,3 0 22
0-6 12 44,4
7-12 12 44,4 - - - - -
13-22 3 11,2 - - - - -
Tempo entre diagnóstico e avaliação*** 18,1 11 16,2 5 82
0–6 2 7,4
7 – 12 13 48,2 - - - - -
13 – 24 7 25,9 - - - - -
>24 5 18,5
Tempo entre cirurgia e avaliação*** 10,7 4 16,4 0 77
0–6 15 55,6 - - - - -
7 – 12 7 25,9 - - - - -
13 – 24 2 7,4 - - - - -
>24 3 11,1 - - - - -
Tipo de Cirurgia

Conservadora 20 74,1 - - - - -
Radical 7 25,9 - - - - -
Cirurgia no lado dominante
Sim 15 55,6 - - - - -
Não 11 40,7 - - - - -
Tratamento(s) complementar(es)
Sim 25 92,6 - - - - -
Não 2 7,4 - - - - -
Legenda: - não se aplica
* em anos
** em salários mínimos – no período da coleta dos dados, o salário mínimo em vigor era de R$ 954,00
*** em meses

Em relação aos tratamentos complementares à abordagem cirúrgica, três modalidades


foram citadas: radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Nos 25 casos em que a
neoadjuvância ou a adjuvância ocorreu, foi mais comum a combinação de pelo menos mais
duas modalidades (72%), prevalecendo radioterapia + quimioterapia (36%).
O gráfico contido na Figura 1 apresenta o desempenho das mulheres pesquisadas no
instrumento utilizado para avaliar a variável dependente. Nele, observa-se que os escores de

7
autoestima na EAR variaram entre 14 e 40 pontos. A média e a mediana foram de 31,9 e 32
pontos, respectivamente, com um desvio padrão de 5,8 pontos.

40 39 39
37 37
34 35 35 36 36
34
36
34
32 32 32
30 31 29
31
28 28 28 28
ESCORES

25
21

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27
PARTICIPANTES

Figura 1 – Distribuição das mulheres submetidas à cirurgia oncológica mamária conforme avaliação na
Escala de Autoestima de Rosenberg. Uberlândia-MG, 2018.

A análise descritiva das variáveis dependente e independentes aponta que a


mulher/paciente típica da amostra tem 54,1 anos; é casada; iniciou o ensino fundamental, ao
menos; é aposentada ou está em licença médica; tem uma renda familiar média mensal de 1,7
salários mínimos; se submeteu à cirurgia 7,3 meses após o diagnóstico; participou da pesquisa
18,1 meses após o diagnóstico; sua cirurgia, conservadora, ocorreu 10,7 meses antes da
abordagem dos pesquisador, sendo o tratamento cirúrgico, que foi combinado com outras
modalidades, realizado na mama do lado do membro superior dominante; e, por fim, tem uma
autoestima de 31,9, segundo avaliação da EAR.
No tocante à análise inferencial, a primeira etapa, a testagem de normalidade da
distribuição para a variável dependente, obteve dois resultados diferentes: o primeiro teste
utilizado (Kolmogorov-Smirnova) apontou que a distribuição é normal e o outro (Shapiro-
Wilk) indicou a não-normalidade.
A Tabela 2 apresenta a avaliação da autoestima em relação às variáveis categóricas,
sejam socioedomográficas ou clínicas. Os valores de p permitem observar que nenhuma das
variáveis categóricas do estudo apresentou relação estatisticamente significante com a
autoestima.

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Tabela 2 - Relação entre autoestima e variáveis categóricas das mulheres submetidas à cirurgia oncológica
mamária. Uberlândia-MG, 2018.
Variável Valor de p
Estado civil 0,555
Situação laboral atual 0, 469
Escolaridade 0,663
Cirurgia no lado dominante 0,844
Tipo de cirurgia 0,865
Tratamento(s) complementar(es) 0,658

A Tabela 3 apresenta os resultados da segunda análise de variância, que considerou


somente as variáveis escolaridade e estado civil, assim como a interação entre ambas.
Novamente, não se observou relação significativa entre as variáveis.

Tabela 3 - Relação entre autoestima e escolaridade e estado civil das mulheres submetidas à cirurgia
oncológica mamária. Uberlândia-MG, 2018.
Variável Valor de p
Estado civil 0.552
Escolaridade 0,228
Estado civil - Escolaridade 0,270

Por fim, a Tabela 4 mostra os resultados da análise de regressão realizada com as


variáveis contínuas. Durante a realização da análise, percebeu-se que a variável tempo entre
diagnóstico e avaliação está contida nas outras duas que investigam temporalidade (tempo entre
diagnóstico e cirurgia e entre cirurgia e avaliação) e, por isto, não foi incluída no modelo de
análise. Observa-se correlação estatisticamente significante entre autoestima e apenas uma
variável, tempo entre diagnóstico e cirurgia. Trata-se de uma correlação negativa, o que sugere
que, quanto menor o tempo que a paciente esperou para ser submetida à cirurgia após o
diagnóstico, maior sua autoestima.

Tabela 4 - Relação entre autoestima e variáveis contínuas das mulheres submetidas à cirurgia oncológica
mamária. Uberlândia-MG, 2018.
Variável Valor de p
Idade 0,270
Renda familiar média mensal 0,403
Tempo entre diagnóstico e cirurgia 0,006
Tempo entre cirurgia e avaliação 0,293

9
4 DISCUSSÃO

Primeiramente, cabe destacar que, neste trabalho, observou-se que é discreta a


quantidade de estudos recentes que abordam a cirurgia oncológica mamária. Mais
especificamente, foram encontrados apenas dois estudos que investigaram diretamente a
autoestima de mulheres que se submeteram a esta modalidade de tratamento. Destes, apenas
um testou a correlação da autoestima com outras variáveis (FERNANDES et al., 2013; GOMES
e SILVA, 2013).
A distribuição da amostra no que diz respeito à faixa etária vai ao encontro de outros
estudos que investigaram mulheres que se submeteram à cirurgia oncológica mamária e das
políticas públicas em relação ao rastreio do câncer de mama no Brasil, que é recomendado, por
meio da mamografia bienal, para as mulheres na faixa etária de 50 a 69 anos (NASCIMENTO
et al., 2012; FERNANDES et al., 2013; GOMES e SILVA, 2013; SOUSA, et al., 2013; INCA,
2015; ALVES et al., 2017; PRATES et al., 2017;). No entanto, chama a atenção o fato de uma
parte significativa da amostra deste estudo ter idade inferior a esta faixa etária. Um aumento
significativo da incidência da doença em mulheres mais jovens foi constatado em um estudo no
estado de Goiânia, Brasil, assim como também um aumento nos demais grupos etários - 40 a
59 anos e a partir de 60 anos (FREITAS-JUNIOR et al., 2010). Ainda em relação à faixa etária
das mulheres pesquisadas, há de se levar em conta que este dado diz respeito à idade da paciente
no dia da abordagem do pesquisador, e não à idade desta quando do diagnóstico, tendo em vista
que a média de tempo entre o diagnóstico e à avaliação na pesquisa foi de aproximadamente
um ano e meio. Este adendo, no entanto, não altera a perspectiva de faixa etária aqui discutida.
Os demais dados referentes às variáveis sociodemográficas mostram-se similares a
outros estudos realizados com mulheres submetidas à cirurgia da mama para tratamento de
câncer (FERANNDES et al., 2013; GOMES e SILVA, 2013; SOUSA et al., 2013; PAIVA e
CESSE, 2015; ALVES et al., 2017; PRATES et al., 2017;). Algumas particularidades puderam
ser observadas: em relação à escolaridade, os dados mostram que todas as mulheres tiveram
acesso ao ensino formal, mesmo que uma parte não tenha completado sequer o ensino
fundamental; no que diz respeito à renda familiar média mensal, chama a atenção o fato de duas
pacientes não terem renda alguma – destas, uma informou estar desempregada e, a outra, em
licença médica. O aumento do nível de escolaridade relaciona-se com a melhoria de outros
padrões, como o socioeconômico, que, em última instância, contribui para a melhoria de
condições de vida e saúde (ROSA e RADÜNZ, 2013). Um estudo que analisou dados de

10
mulheres com câncer de mama atendidas em um hospital estadual de Tocantins, Brasil, de 2000
a 2015, constatou que as mulheres de raça/cor preta e analfabeta apresentaram maior
porcentagem de estadiamento tardio ao passo que as mulheres brancas e com ensino superior
completo tiveram porcentagem maior de estadiamento precoce (SULEIMAN et al., 2017).
Em relação ao tipo de cirurgia, o resultado encontrado vai ao encontro dos achados de
Gomes e Silva (2013) e Fernandes, Mcintyre e Leite (2018), apesar de estes terem constatado
uma frequência menor de realização de cirurgia conservadora do que no presente, mas se
afastam dos resultados de Sousa et al. (2013) e Nascimento et al. (2012), que apresentam até
82% de cirurgia radical. Dois dos estudos citados foram publicados há, pelo menos, 5 anos e o
mais recente, em Portugual, tratou-se de estudo longitudinal, cuja coleta dos dados ocorreu em
período de tempo não informado, mas cujo término sabe-se que foi anterior ao final do ano de
2015, já que esta foi a data da submissão para publicação. Neste sentido, a questão temporal
poderia explicar as diferenças na escolha da abordagem cirúrgica, visto que, nos últimos anos,
a realização de cirurgias menos mutilantes e a individualização do tratamento têm sido
consideradas um avanço na abordagem do câncer de mama (INCA, 2018).
O presente estudo considerou o lado do membro superior dominante em que se realizou
a cirurgia na mama como uma variável. Tal escolha deveu-se ao entendimento de que saber se
o procedimento ocorreu na mama do mesmo lado do membro superior com a qual a mulher
realiza a maior parte de suas atividades poderia dizer mais do impacto na qualidade de vida do
que, simplesmente, a informação de que este ocorreu na mama direita ou esquerda. As duas
possibilidades de entendimento foram verificadas na literatura. Sobre esta variável, apesar de a
maior parte das mulheres ter se submetido à cirurgia na mama do lado dominante, uma outra
parte, significativa, realizou a cirurgia da mama do lado do membro não dominante. Em estudo
realizado com 37 mulheres submetidas à cirurgia mamária oncológica, constatou-se que a
maioria destas realizou cirurgia conservadora do lado esquerdo, sendo que este,
predominantemente, não correspondia ao lado dominante da paciente (54,1%) (GOMES e
SILVA, 2013). No mesmo sentido, outro estudo, com 105 mulheres, encontrou porcentagem
semelhante de cirurgia no lado contrário ao dominante (SOUSA et al., 2013).
A verificação da existência de tratamentos complementares à abordagem cirúrgica,
geralmente numa combinação de local e sistêmicos, como se observa nos resultados
apresentados, está em consonância com outros estudos realizados no contexto de terapêuticas
para a neoplasia em questão (GOMES e SILVA, 2013; ROSA e RANDÜS, 2013; SOUSA, et

11
al., 2013; SOUZA et al., 2015; PRATES et al., 2017), assim como com o que é previsto para o
tratamento para o câncer de mama (INCA, 2018).
A questão temporal envolvendo diagnóstico, cirurgia e participação das mulheres na
pesquisa revela dados interessantes, que não puderam ser observados nos estudos encontrados
que investigaram diretamente a autoestima de mulheres operadas na mama no contexto
oncológico, principalmente por não terem levado em conta a data do diagnóstico
(FERNANDES et al., 2013; GOMES e SILVA, 2013). Destaca-se a heterogeneidade da
distribuição dos dados referentes às variáveis pertencentes ao grupo temporal, o que pode ser
observado nos desvios padrão elevados. Exemplo disto é o intervalo de tempo entre o
diagnóstico da doença e a avaliação da paciente pelo pesquisador, que variou de 5 a 82 meses.
Em relação ao tempo decorrido entre a cirurgia na mama e a coleta de dados, a discussão
em relação a estes estudos fica limitada, considerando as diferenças metodológicas, que podem
explicar o fato de a média nesta variável ter sido inferior à verificada nos outros estudos: 1) ao
passo que a presente investigação não considerou questões relativas à temporalidade como
critério de exclusão, Gomes e Silva (2013) limitaram a amostra a mulheres que submeteram à
cirurgia há, no mínimo 12 meses, encontrando uma média de 31, 7 meses, e Alves et al. (2017)
avaliaram as pacientes no pós-operatório imediato de um mês; 2) os sujeitos deste estudo e os
de Fernandes et al. (2013) foram abordados em contextos diferentes - o primeiro, no de
encaminhamento médico para tratamento fisioterapêutico e, no segundo, no de grupo de apoio
a mulheres mastectomizadas (média de 84,9 meses). Fernandes et al. (2013) e Gomes e Silva
(2013) trazem que os efeitos da cirurgia na autoestima e na imagem corporal das mulheres que
tratam de câncer de mama ocorrem de maneira mais acentuada logo após o procedimento
cirúrgico. Neste trabalho, mesmo havendo uma média de tempo inferior a tais estudos, à época
da avaliação das pacientes, quase um ano havia se passado após a cirurgia.
A respeito do intervalo de tempo entre o diagnóstico e a avaliação das pacientes,
também não foi possível comparar os resultados de tal variável com os estudos que investigaram
diretamente a autoestima de mulheres operadas na mama, já que estes não a consideraram
(FERNANDES et al., 2013; GOMES e SILVA, 2013).
A distribuição da autoestima das mulheres pesquisas neste estudo se assemelha bastante
à constatada por Gomes e Silva (2013), que descrevem média de 30,32, mediana de 32 e desvio
padrão de 4,58 pontos, com valor mínimo e máximo de 19 e 40 pontos, respectivamente. Os
autores classificam a média da autoestima verificada como alta. Destaca-se que o estudo de tais
autores foi o único encontrado que utilizou a mesma versão da EAR que este.

12
Tendo em vista as relações testadas entre a autoestima e as demais variáveis, tem-se que
apenas o tempo decorrido entre o diagnóstico de câncer de mama e a realização da cirurgia na
mama acometida pela doença obteve uma correlação estatisticamente significante com a
autoestima. Embora Gomes e Silva (2013) não tenham considerado a variável tempo de
diagnóstico, encontraram diferenças estatisticamente significantes entre as médias relativas às
mulheres que realizaram, ou não, a cirurgia do lado dominante e a reconstrução mamária e uma
correlação moderada e positiva entre autoestima e escolaridade (quanto maior o nível de
escolaridade, maior a autoestima), o que diverge deste estudo.
A investigação entre o tempo que se passou entre o diagnóstico de câncer e a retirada
de parte da mama acometida ou de toda ela enquanto abordagem terapêutica não foi encontrada
em outro estudo que abordasse a autoestima de tais mulheres. No entanto, há uma discussão na
literatura a respeito do quanto se leva para iniciar o tratamento para o câncer de mama,
constatando que há um atraso entre o diagnóstico (ou os primeiros sintomas) e o início efetivo
do tratamento (BARROS, UEMURA e MACEDO, 2012; PAIVA E CESSE, 2015; SOUZA et
al., 2015). A Lei 12.732 de 22 de novembro de 2012, conhecida como “lei dos 60 dias”,
concede, em seu artigo 2º, o direito ao paciente de “se submeter ao primeiro tratamento no
Sistema Único de Saúde (SUS), no prazo de até 60 (sessenta) dias contados a partir do dia em
que for firmado o diagnóstico em laudo patológico . . .”. A Portaria MS/GM 876/13, que
regulamenta esta lei, prevê que o primeiro tratamento pode se dar tanto por radioterapia quanto
por quimioterapia ou cirurgia.
Atrasos no diagnóstico e no início do tratamento estão associados a pior prognóstico e
impacto na sobrevida. Estudo com 1.299 mulheres idosas que tratavam o câncer de mama
verificou que estas esperaram, em média, 74,7 dias (desvio padrão de 212,6) para iniciar o
tratamento, sendo que mais de 80% das mulheres tiveram até dois meses de intervalo entre o
diagnóstico e o tratamento. A pesquisa revelou que o tempo foi significante para os desfechos
de recidiva e metástase (Souza et al., 2015). Paiva e Cesse (2015), em pesquisa com 25 mulheres
que iniciaram investigação, foram diagnosticadas e iniciaram o tratamento oncológico em uma
unidade hospitalar do estado de Pernambuco, Brasil, constataram que, do início dos sintomas
ao efetivo início da terapêutica, levou-se em torno de nove meses, “tempo suficiente para que
as mesmas assistam à progressão de sua doença e comprometam os resultados de seu
tratamento” (Paiva e Cesse, 2015, p. 27).
Mesmo com a constatação de que, no presente estudo, a maioria das mulheres pesquisas
se submeteu a mais de uma modalidade terapêutica contra o câncer de mama, não é possível

13
saber, a partir dos dados coletados, com que modalidade se iniciou o tratamento. Além disso, o
estadiamento da doença, ao se recorrer à literatura sobre o tema, se revela crucial, inclusive na
definição do tratamento, o que pode influenciar no tempo de espera pela abordagem cirúrgica.
Pelo o que já foi exposto a respeito tanto dos estágios do câncer de mama, que, em última
instância, falam da gravidade da doença, quanto dos esquemas de tratamento, acredita-se que
estes podem ter repercussões físicas e psicossociais variadas nas mulheres diagnosticadas e
tratadas. Desta maneira, a não obtenção de dados referentes ao estadiamento e ao esquema de
tratamento, assim como à realização de reconstrução mamária, foi fator limitante deste estudo.
Sugere-se considerar tais informações no projeto maior e em investigações futuras.
Ainda assim, a inferência - que a análise estatística permite fazer - de que quanto menos
a mulher espera para ser submetida à cirurgia na mama, mais alto será seu nível de autoestima,
remete à trajetória desta mulher até a abordagem cirúrgica. Supõe-se que, independentemente
do tratamento, quanto mais este demorar a se iniciar, mais a paciente aguardará pela cirurgia,
que pode compor o esquema de tratamento e que, a depender do estadiamento e de outras
questões, é definida como a principal modalidade terapêutica (INCA, 2018). Por isto, a
discussão sobre a correlação do intervalo de tempo entre o diagnóstico e a realização da cirurgia
com a autoestima, que teve correlação significante, parece não estar dissociada da discussão,
em voga, sobre os atrasos no diagnóstico e no tratamento para o câncer de mama.
Dada a complexidade do processo de diagnóstico e tratamento do câncer de mama, a
literatura da recente e ainda escassa problematização e investigação de deficiências neste
percurso aponta para responsabilidades individuais e do sistema de saúde, que podem ser
pensadas como interdependentes e que implicam em questões como autocuidado, estratégias de
rastreamento, capacitação profissional e capacidade de resolutividade dos serviços de saúde.
Neste sentido, esta problemática requer um enfrentamento que envolva os diversos atores do
processo saúde-doença, incluindo usuários, profissionais, gestores e pesquisadores (BARROS,
UEMURA e MACEDO, 2012; PAIVA e CESSE, 2015; SULEIMAN et al., 2017).
Os problemas referentes a diagnóstico e tratamento tardios envolvem, mais que questões
práticas, como a deficiência dos serviços e dos níveis de saúde e de questões legais e
normativas, outras de caráter subjetivo, como, por exemplo, a percepção das mulheres sobre
sua experiência neste contexto (PAIVA e CESSE, 2015). No tocante a estas questões, que são
particulares, a abordagem quantitativa, utilizada neste trabalho, mostra-se limitada por não
permitir o pesquisador conhecer as experiências individuais.

14
Ainda sobre o método, o número reduzido da amostra também constitui uma limitação
desta pesquisa, o que pode ser refletido, por exemplo, na divergência dos resultados dos testes
utilizados para verificarem a normalidade da distribuição para a variável dependente. Ter um
número de sujeitos reduzido pode limitar o nível generalização dos resultados e a
representatividade da amostra em relação à população em estudo (FERNANDES, MCINTYRE
e LEITE, 2018).

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que, quanto menor o tempo que a paciente esperou para ser submetida à
cirurgia após o diagnóstico, maior sua autoestima. Ficou evidente a necessidade de outros
estudos acerca do impacto da trajetória da mulher até realização do tratamento cirúrgico em
dimensões psicossociais, nas quais se inclui a autoestima. Investigar a percepção desta mulher
sobre sua vivência neste processo pode contribuir para o entendimento de questões subjetivas.

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APÊNDICE I

Escala de Autoestima de Rosenberg- EAR

Leia cada frase com atenção e faça um círculo em torno da opção mais adequada

1.Eu sinto que sou uma pessoa de valor, no mínimo, tanto quanto as outras pessoas.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
2.Eu acho que eu tenho várias boas qualidades.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
3.Levando tudo em conta, eu penso que eu sou fracasso.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
4.Eu acho que sou capaz de fazer as coisas tão bem quanto a maioria das pessoas.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
5.Eu acho que eu não tenho muito do que me orgulhar.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
6.Eu tenho uma atitude positiva com relação a mim mesma.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
7.No conjunto, eu estou satisfeita comigo.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
8.Eu gostaria de poder ter mais respeito por mim mesma.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente
9.Às vezes eu me sinto inútil.
(1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3) Concordo (4) Concordo Totalmente.
10.Às vezes eu acho que não presto para nada. (1) Discordo Totalmente (2) Discordo (3)
Concordo (4) Concordo Totalmente

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