Regra de Chachy

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Superior >> Derivadas

Derivadas de Funções Reais (II)


Sônia Ferreira Lopes Toffoli
Ulysses Sodré
Material desta página

1 Regras de Derivação
2 Regra da cadeia
3 Projeto para um trabalho
4 Derivadas de Ordem Superior
5 Derivadas de funções Implícitas
6 Regra de L'Hôpital
7 Fórmula de Taylor
1 Regras de Derivação
Nem sempre devemos (ou podemos) calcular as derivadas
diretamente a partir da definição, usando o limite da razão
incremental, pois este método, além de ser repetitivo para
certas funções como as lineares e polinomiais, só é prático
para funções muito particulares e simples. Temos algumas
regras de derivação que permitem obter derivadas de
funções de uma forma mais fácil e rápida.
Regras gerais para derivadas de funções

Multiplicação por escalar


(kf)′(x)=kf′(x)
Soma de funções
(f+g)′(x)=f′(x)+g′(x)
Diferença de funções
(f−g)′(x)=f′(x)−g′(x)
Produto de funções
(f⋅g)′(x)=f(x)⋅g′(x)+f′(x)⋅g(x)
Divisão de funções, quando o denominador g=g(x) é não
nulo, então
(f/g)′(x)=g(x)⋅f′(x)−f(x)⋅g′(x)g2(x)
Neste caso, a ordem das funções f e g, NÃO pode ser
mudada.
Exercício: Determinar as regras de derivação para as
funções:

w(x)=f(x)+g(x)+h(x)
w(x)=f1(x)+...fn(x)
w(x)=f(x)⋅g(x)⋅h(x)
w(x)=f1(x)⋅⋯⋅fn>(x)
w(x)=f(x)⋅g(x)÷h(x)
2 Regra da cadeia
As regras já apresentadas permitem derivar funções que
podem ser representadas por expressões com termos
simples, o que ocorre com funções conhecidas, mas tais
regras não se aplicam a funções mais complexas.

Por exemplo, f(x)=(4x+1)100


pois, é quase impossível derivar um produto com 101
termos pela regra usual. Mas, podemos expressar esta
função como a composta de duas funções mais simples,
motivo pelo qual, aprendemos a derivar qualquer função
formada pela composição de funções com derivadas
conhecidas.

A seguir apresentamos a Regra da Cadeia, que permite


derivar uma função composta.

Regra da cadeia: Sejam f


eg
funções diferenciáveis e a função composta definida por
h(x)=f(g(x))
. Se u=g(x)
é derivável no ponto x
e se y=f(u)
é derivável no ponto u=g(x)
, então a função composta h
é derivável no ponto x
e a sua derivada é dada por:

h′(x)=f′(g(x))g′(x)
Uma notação mais simples muito utilizada é:

[f(u(x))]′=f′(u)u′(x)
Outras notações comuns, como y=h(x)=f(g(x))
, sendo u=g(x)
e y=f(u)
, fornecem expressões equivalentes:
Dxyyxdydx=DuyDxu=yuux=dydududx
Exemplo: Para f(x)=(4x+1)100
, tomamos u(x)=4x+1
e v(u)=u100
e escrevemos f(x)=v(u(x))
e pela regra da cadeia:

f′(x)=[v(u(x))]′=v′(u(x))u′(x)
logo

f′(x)=400u99=400(4x+1)99
Derivada da função inversa: Seja y=f(x)
uma função inversível, derivável em um ponto x
tal que a derivada de f
não se anula e g(y)=g(f(x))
é a função inversa de f
. Então g
é derivável em y=f(x)
e a derivada de g
é obtida por:

g′(y)=1f′(x)
Este resultado é uma aplicação imediata da regra da
cadeia, pois se g
é a inversa de f
, temos que x=g(f(x))
e derivando em relação à variável x
em ambos os membros da igualdade, obtemos:

1=g′(f(x))f′(x)=g′(y)f′(x)
Exemplo: Seja a função real escrita na forma
y=f(x)=x2+3x
. Mostrar que a derivada da função g
que é a inversa de f=f(x)
é dada por:

g′(y)=12x+3
Derivada de potência de função: Se f(x)=[u(x)]p
onde u=u(x)
é uma função derivável e p
é um número real, então

f′(x)=p[u(x)]p−1u′(x)
Exemplo: Seja f(x)=[sen(2x)]7
, definida para x
real. Mostramos que a derivada, é dada por:

f′(x)=14[sen(2x)]6cos(2x)
Derivadas de uma função elevada a outra função: Se
f(x)=[u(x)]v(x)
, onde u
ev
são funções deriváveis sobre um intervalo I
da reta real e para todo x
no intervalo I
, se tem que u(x)>0
, então:

f′(x)=u(x)v(x)[(v(x)u′(x)/u(x))+v′(x)ln(u(x))]
ou sem a variável x
, como:

f′=uv[vu′/u+v′ln(u)]
Exemplo: Seja f(x)=xx
, definida para x>0
. Mostrar que a derivada, é dada por:

f′(x)=xx[1+ln(x)]
3 Projeto para um trabalho
Construir a circunferência x2+y2=1
e a hipérbole canônica x2−y2=1
;
Na circunferência, identificar o seno, o cosseno e a
tangente;
Na hipérbole, identificar o seno hiperbólico e o cosseno
hiperbólico;
Definir o seno hiperbólico, o cosseno hiperbólico e a
tangente hiperbólica em função das funções exponenciais
f(x)=exp(x)
e g(x)=exp(−x)
;
Apresentar algumas identidades trigonométricas
circulares clássicas;
Apresentar algumas identidades trigonométricas
hiperbólicas;
Obter as derivadas das funções seno hiperbólico, cosseno
hiperbólico e tangente hiperbólica, comparando os
resultados obtidos com as derivadas de seno, cosseno e
tangente circulares.
4 Derivadas de Ordem Superior
Seja f
uma função derivável. Se f′
também é derivável, então a derivada de f′
é denominada a derivada segunda de f
, representada por f′′
(f duas linhas). Se f′′
é uma função derivável, a sua derivada dada por f′′′
, é denominada a derivada terceira de f
. A derivada de ordem n
dada por f(n)
é obtida pela derivada da derivada de ordem n−1
de f
.

Algumas notações para algumas derivadas de ordem


superior: f(n)
é a derivada de ordem n
da função f
e f(0)
é a derivada de ordem zero para f
, que na verdade é a própria função f
.

5 Derivadas de funções Implícitas


As funções tratadas até agora, foram sempre apresentadas
na forma explícita y=f(x)
em que podemos obter y
em termos de x
. Por exemplo, y=f(x)=esen(x)
pode ser derivada pelas regras comuns.
Muitas vezes, trabalhamos com equações em x
ey
, como por exemplo:

x2+y2=1,xy+sen(xy)=3
onde nem sempre se pode explicitar a variável y
em função de x
.

As equações acima, definem relações entre y


ex
, mas nem sempre se pode definir y
como uma única função de x
. Assim, podemos explicitar y
na primeira, mas é impossível explicitar y
na segunda equação.

Para x2+y2=1
, existem duas soluções possíveis:
yy=+1−x2−−−−−√=−1−x2−−−−−√
e podemos obter as derivadas pelos processos comuns.

Para a equação xy+sen(xy)=3


, não podemos extrair o valor de y
em função de x
e isto nos força a pensar na possibilidade da existência da
derivada f′
, mesmo que não exista uma função y=f(x)
.

Construímos outro processo que poupa trabalho. Não


trabalhamos agora com a função xy+sen(xy)=3
, por ser muito complicada, mas tomamos a relação:
x2+y2=1
. Admitindo que existe y=f(x)
definida implicitamente para x
em algum intervalo real I
, tal que f
possua derivada neste intervalo, então para cada x∈I
, podemos escrever:

x2+f2(x)=1
Derivando ambos os membros da igualdade em relação à
variavel x
, obtemos:

2x+2f(x)f′(x)=0
Temos então uma relação entre x
,f
e f′
, dada por:

f′(x)=−xf(x)
desde que f(x)≠0
no ponto sob consideração, assim:

f′(x)=−xy=−x1−x2−−−−−√
Exercício: Derivar implicitamente a função y=f(x)
, definida pela relação:

x3y+x2y2+x+y+xy3=6
6 Regra de L'Hôpital
A regra de L'Hôpital apresenta um método geral para
levantar indeterminações de limites dos tipos 0/0
ou ∞/∞
. Esse método é dado pelo:

Teorema (L'Hôpital): Sejam f


eg
funções deriváveis sobre um intervalo I=(a,b)
, exceto possivelmente no ponto a∈I
. Se para todo x≠a
em I
, a derivada de g
não se anula, limf(x)=0
e limg(x)=0
quando x→a
, e, além disso
limx→af′(x)g′(x)=L
então, também temos que

limx→af(x)g(x)=L
Exemplo: Para obter o limite

L=limx→0sen(x)x
usamos a Regra de L'Hôpital. Derivamos as funções do
numerador e do denominador (NÃO é a derivada do
quociente!) e calculamos o novo limite.

Dessa forma:

L=limx→0sen(x)x=limx→0cos(x)1=1
O teorema acima contínua válido para limites laterais e
limites no infinito, definindo f
eg
em intervalos adequados. É válido também se ao invés do
número L
, o limite for infinito.
Nota: Quando temos formas indeterminadas, podemos
reescrever as mesmas para poder aplicar a Regra de
L'Hôpital.

Exemplo: Para obter o limite L=lim[xlog(x)]


quando x→0
, podemos escrever este limite na forma de uma fração e
usar a Regra de L'Hôpital. Realmente,

L=limx→0[xlog(x)]=limx→0log(x)1/x=limx→01/x−1/
x2=limx→0−x=0
7 Fórmula de Taylor
A fórmula de Taylor é um método para aproximar uma
função por um polinômio algébrico, com um erro que
pode ser estimado. Se f
é uma função real definida sobre um intervalo (a,b)
,f
admitindo derivadas até a ordem n+1
em x=c∈(a,b)
. O polinômio de Taylor de ordem n
associado à função f
em x=c
, denotado por Pnf
, é definido como:

Pnf(x)=f(c)+f′(c)(x−c)11!+f′′(c)(x−c)22!+⋯+f(n)(c)
(x−c)nn!
Aqui Pnf(c)=f(c)
. Dado o polinômio de Taylor de grau n
de uma função f
, o resto Rnf(x)
é a diferença entre f=f(x)
e Pnf(x)
, isto é:

Rnf(x)=f(x)−Pnf(x)
Este resto é definido pela fórmula de Lagrange para o
resto:

Rnf(x)=f(n+1)(z)(n+1)!(x−c)n+1
onde z
é um número que está entre x e c
.

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