Dreno Tórax
Dreno Tórax
Dreno Tórax
ISSN: 2525-8761
DOI:10.34117/bjdv7n11-415
RESUMO
Resumo: Drenos de tórax são dispositivos utilizados para descompressão torácica
causada por acúmulo de coleções anômalas de gás, líquido e sólidos do espaço pleural e
mediastino. Sua implantação, por romper a integridade tecidual do cliente, constitui
mecanismo terapêutico invasivo, requerendo capacitação e atenção para a profilaxia de
agravos. Objetivo: Apresentar as atribuições da enfermagem nos cuidados voltados ao
paciente com dreno de tórax visando a qualidade do cuidado assistencial e a prevenção
de complicações. Metodologia: Pesquisa de revisão bibliográfica de cunho aleatório,
narrativo, qualitativo que avaliou 19 bibliografias entre os anos de 2010 e 2021, tendo
como base majoritária 8 artigos e 2 livros que trataram da temática de drenos de tórax no
contexto epidemiológico e de cuidados de enfermagem. O artigo também menciona
resoluções, manuais e Protocolos Operacionais Padrão que trataram da temática direta e
indiretamente, sobre base de dados diversa. Foram incluídas abordagens de cuidados
exclusivas em região de tórax, com foco de manejo em espaço pleural e de mediastino.
Resultados: Os prejuízos relacionados ao uso de drenos torácicos compreendem a
complicações clínicas e causas evitáveis como: danos iatrogênicos traumáticos, infecção
de sítio e obstrução por coágulos. Partindo da prerrogativa de segurança do paciente,
configura-se competência técnica da equipe de enfermagem a manipulação e cuidado com
ABSTRACT
Abstract: Chest drains are devices used for thoracic decompression caused by
accumulation of anomalous gas, liquid and solid collections in the pleural space and
mediastinum. Their implantation, by breaking the client's tissue integrity, constitutes an
invasive therapeutic mechanism, requiring training and attention for the prophylaxis of
diseases. Objective: To present the nursing attributions in the care of patients with chest
drain, aiming at the quality of care and the prevention of complications. Methodology:
Bibliographic review research of random, narrative, qualitative nature that evaluated 19
bibliographies between the years 2010 and 2021, with a majority of 8 articles and 2 books
that dealt with the topic of chest drains in the epidemiological context and nursing care.
The article also mentions resolutions, manuals and Standard Operating Protocols that
dealt with the theme directly and indirectly, on a diverse database. Exclusive care
approaches in chest region were included, with a focus of management in pleural and
mediastinal space. Results: The harms related to chest drain use comprise clinical
complications and preventable causes such as: iatrogenic traumatic damage, site
infection, and clot obstruction. Based on the prerogative of patient safety, it is the nursing
team's technical competence to handle and care for chest drains after insertion. It is
understood as the nurse's private activity the nursing care of higher technical and
scientific complexity, the assistance to severe and life-threatening patients, as well as the
removal of chest drains under medical prescription as long as trained and with
institutional support. Conclusion: Given the general parameters of customer care by the
nursing team, it is evident the fundamental role of nurses in the consolidation of direct
and indirect patient care in order to predict and prevent the main clinical complications
in the use of chest drains. It is the nurse's duty to train the technical team to assist in the
care of chest drains: water seal exchange, flow rate measurement and dressing, under the
theoretical basis of the SAE (Systematization of Health Care Assistance) with a view to
customer safety.
1 INTRODUÇÃO
Drenos são dispositivos que auxiliam no extravasamento e saída de líquidos de
alguma cavidade corporal, são utilizados para descomprimir porções anatômicas com
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Por se tratar de uma revisão qualitativa narrativa, foi dispensado o parecer do
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Considerando a observância legal da ética e da
autoria, o artigo assegurou os direitos dos autores mencionados por meio da citação em
corpo de texto, reafirmada nas referências do artigo.
Pesquisa de revisão bibliográfica de cunho aleatório, narrativo, qualitativo. O
artigo avaliou bibliografias entre os anos de 2010 e 2021 que trataram da temática de
drenos de tórax no contexto epidemiológico e de cuidados de enfermagem. A seleção
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A drenagem torácica tem como objetivo a manutenção ou restabelecimento da
pressão negativa do espaço pleural. É indicada quando são encontradas coleções
anômalas de gás, líquido e sólidos (fibrina) no espaço abaixo da pleura e mediastino
(MEDEIROS; WESTPHAL; LIMA, 2020).
A Toracostomia, procedimento que consiste na abertura da cavidade torácica,
associada com a drenagem tubular em sistema fechado, constitui prática hospitalar
rotineira, com aplicação em diversas situações clínicas associadas a mudanças na
fisiologia respiratória (NISHIDA, 2011). O procedimento é realizado com anestesia local,
o dreno é inserido na cavidade, vedado na extremidade externa e submetido a pressão
negativa quando mantido a nível abaixo do tórax. Deste modo, os fluídos presentes no
compartimento torácico são drenados sem retorno à cavidade (COFEN, 2016).
Curativos
PROCEDIMENTO Comentários
• A troca deve ser realizada • O
com intervalo médio de 24h. primeiro curativo é realizado pelo
• Deve ser realizada com médico no momento da fixação.
técnica de curativo asséptico. • A
• O profissional de fixação do dreno depende mais da técnica
enfermagem deve estar atento e comunicar o médico de de fixação correta no momento do
plantão diante dos seguintes sinais: curativo do que dos pontos de fixação na
- Sinais flogísticos que indiquem infecção do dreno. pele.
-Vazamento pela ferida do dreno. • A equipe
- Ferida do dreno larga. de enfermagem deve realizar a fixação
- Orifício do dreno no nível da pele e fios de fixação frouxos. posterior do dreno e oclusão das laterais
• Realize o posicionamento da ferida de acordo com a técnica de
do dreno adequando ao corpo do paciente de modo a evitar meso e contrameso para diminuir o
dobras. Não é recomentado a fixação na região do quadril incomodo local do paciente e evitar
pois durante as movimentações do paciente pode-se tração.
provocar coágulos no dreno.
Transporte do paciente
PROCEDIMENTO Comentários
• Durante o transporte o O frasco coletor dever ser mantido
frasco coletor deve-se manter abaixo do nível do tórax. abaixo da linha do tórax para evitar
retorno de líquido a cavidade do tórax.
Diante dos quadros acima, Cipriano & Dessote (2011), reforçam como proibições
no manejo de drenos: a elevação do frasco acima do nível do tórax por tempo prolongado,
o interrompimento da aspiração sem antes desconectar o sistema de aspiração do respiro
do frasco de selo d´agua, a conexão direta da rede de vácuo no frasco de selo de água e o
clampe do dreno quando o conteúdo presente no frasco está borbulhando.
Quanto ao procedimento adotado em casos de saída acidental de drenos cirúrgicos,
Reis et al (2018) em Protocolo Operacional Padrão mencionam compressão total do
orifício até a chegada do médico. Porto et al (2012), adicionam junto a compressão a
clampagem dupla em drenagem torácica no doente com cancro de pulmão avançado.
Para Cipriano & Dessote (2011), a oclusão de drenos torácicos por tracionamento
acidental é recomendada de imediato em pacientes sem fistulas. Em pacientes com
fistulas recomenda a oclusão do orifício na inspiração e abertura da expiração. Em casos
de piora do quadro clínico sugere a desobstrução do orifício priorizando evitar
pneumotórax hipertensivo ao pneumotórax total. Adiciona ainda fornecer O2 para
melhora do desconforto respiratório e instrui não deixar o paciente sozinho até a chegada
da equipe.
No que cerne a retirada do dreno evidencia-se que a mesma é prevista para
drenagem sem débito ou com débito mínimo em 24 horas com estabilização da coluna de
água, melhora do quadro clínico e da ausculta pulmonar comprovada pela radiografia.
Nos casos de pneumotórax o dreno é retirado quando a fístula aérea do parênquima
pulmonar estiver fechada, nestes casos pinça-se o dreno por 6 a 12 horas fazendo
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A drenagem de tórax é um procedimento comum na prática da assistência intra-
hospitalar. Realizada para fins de diagnóstico, prevenção e cura. Embora relativamente
simples, constitui-se como invasiva uma vez que agride os tecidos profundos e estabelece
conexão com estruturas orgânicas internas.
A inserção e manejo imediato dos drenos de tórax configura-se competência
médica, contudo o enfermeiro é o principal profissional responsável pelos cuidados pós-
inserção, cabendo a ele a realização das trocas do sistema de drenagem; aferição de débito
drenado; curativos; ordenha, transporte do paciente e retirada do dreno, desde que
prescrito por médico.
É dever do enfermeiro, também, capacitar a equipe técnica no auxílio aos
cuidados com drenos de tórax: troca de selo de água, aferição do débito e curativo, sobre
base teórica da SAE com vistas à segurança do cliente. Nesse sentido, a abordagem do
técnico de enfermagem frente aos cuidados com drenos fica restrita ao quadro clínico do
paciente, ao protocolo institucional e a necessidade do setor. Nos casos não amparados
pelo conselho/protocolo institucional, o técnico fica responsável por auxiliar e prestar
assistência de baixa complexidade e cuidados assistidos ao paciente de média
complexidade.
Diante dos parâmetros gerais de cuidado ao cliente pela equipe de enfermagem,
sobressai-se, portanto, o papel fundamental do enfermeiro na consolidação da assistência
direta e indireta ao paciente nos três níveis da assistência com o intuito de prever e evitar
as principais complicações clínicas no uso de drenos torácicos.
REFERÊNCIAS
br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-
uftm/documentos/pops/toracocentese_e_drenagem_pleural-final-1.pdf. Acesso em:26
Ago, 2021.
18 REIS et al. Cuidados com drenos cirúrgicos. EBSERH. Publicado em fev 2018.
Disponível
em:<file:///C:/Users/acer/Downloads/POP%201.43_CUIDADOS%20COM%20DREN
OS%20CIR%C3%9ARGICOS.pdf>. Acesso em 14 out, 2021.