O artigo discute como a memória e o patrimônio refletem nossa relação com o tempo no contexto do pós-queda do Muro de Berlim. O autor argumenta que vivemos entre a amnésia e a vontade de não esquecer, preservando cada vez mais aspectos do presente como patrimônio. Isso levou a uma aproximação do patrimônio com o presente e questiona se estamos vivendo um novo regime de historicidade centrado no presente.
O artigo discute como a memória e o patrimônio refletem nossa relação com o tempo no contexto do pós-queda do Muro de Berlim. O autor argumenta que vivemos entre a amnésia e a vontade de não esquecer, preservando cada vez mais aspectos do presente como patrimônio. Isso levou a uma aproximação do patrimônio com o presente e questiona se estamos vivendo um novo regime de historicidade centrado no presente.
O artigo discute como a memória e o patrimônio refletem nossa relação com o tempo no contexto do pós-queda do Muro de Berlim. O autor argumenta que vivemos entre a amnésia e a vontade de não esquecer, preservando cada vez mais aspectos do presente como patrimônio. Isso levou a uma aproximação do patrimônio com o presente e questiona se estamos vivendo um novo regime de historicidade centrado no presente.
O artigo discute como a memória e o patrimônio refletem nossa relação com o tempo no contexto do pós-queda do Muro de Berlim. O autor argumenta que vivemos entre a amnésia e a vontade de não esquecer, preservando cada vez mais aspectos do presente como patrimônio. Isso levou a uma aproximação do patrimônio com o presente e questiona se estamos vivendo um novo regime de historicidade centrado no presente.
- O artigo discute a memória e o patrimônio dentro de um novo regime de historicidade
do ocidente, que surgiu após a queda do muro de Berlim. Teria surgido um novo regime de historicidade focada no presente? Para o autor há um crescimento da categoria presente, na qual se vive entre o esquecimento completo e a vontade de nada esquecer. - Historiador não tem pensado o tempo. Naturalizou e instrumentalizou sem refletir sobre. O presente se torna onipresente presentismo. Como exemplo ele usa a história do tempo presente. - Sobre Reinhart Koselleck ele destaca as experiências temporais de “como em cada presente, as dimensões temporais do passado e do futuro tinham sido postas em relação”. Campo de exercício – experiência/ e horizonte de expectativa. - O regime de historicidade pode ser definido como.” Em uma acepção restrita, é como uma sociedade trata seu passado. Em uma acepção ampla, regime de historicidade serviria para designar “a modalidade de consciência de si de uma comunidade humana” p. 03 - Reflete a partir da experiência da queda do muro de Berlim “Que relações manter com o passado, os passados, é claro, mas também, e fortemente, com o futuro? Sem esquecer o presente ou, inversamente, correndo o risco de ver somente a ele: como, no sentido próprio do termo, o habitar? Que destruir, que conservar, que reconstruir, que construir e como? São decisões e ações que impõem uma relação explícita ao tempo. Quem se cega a tal ponto que não consegue vê-lo?” p. 04 - Apagar o passado (queda do muro) ao mesmo tempo em que ainda se tem fragmentos, restos e marcas de tempo. O muro foi destruído com sua instantânea museificação, associada a mercantilização. - Memória e patrimônio são tratados no artigo como conceitos que buscam produzir sentido no tempo – são sentidos e sintomas da nossa relação com o tempo. Seriam assim: “indícios, sintomas também de nossa relação com o tempo — formas diversas de traduzir, refratar, seguir, contrariar a ordem do tempo: como testemunham as incertezas ou uma “crise” da ordem presente do tempo. Uma questão nos acompanhará: um novo regime de historicidade, centrado sobre o presente, estaria se formulando?” - Assim, o autor questiona o que a universalização e ampliação do patrimônio causou no tempo. O gosto pelo passado seria uma nostalgia por um antigo regime de historicidade fora de uso? - O apogeu da extensão do patrimônio fez substituir a história-memória pela história- patrimônio, no caso da França. Patrimônio é a memória da história e símbolo de identidade e nação. Assim, ele está circunscrito no campo da memória e e do território operando como vetores da identidade. Não são as identidades rígidas e seguras, mas as inquietas, que correm risco de se apagar. Não é a identidade que se possui mas a que se é, seja sem saber ou sem ter podido saber. É o dever da memória o remorso obrigação do patrimônio - discussão interessante entre as dicotomias do conservar versus atualizar Conservar: manter determinado tempo congelado. Fazer durar determinado bem material como um vestígio a partir das ideias de autenticidade/originalidade e cópia. Atualizar: O que importa é a forma como o bem cultural se insere no presente – caso dos templos de madeira chineses que são refeitos de tempos em tempos, ou ou sacralização de um saber fazer. Ou seja, o objeto material conta menos do que a produção intangível que o envolve. É importante pela relação com o tempo que não é linear e que tem outras relações com o vestígio. A vaga patrimonial em sintonia com a memória foi ampliada até o extremo. “Tudo patrimônio”. Isso leva a uma aproximação do patrimônio com o presente. Ou seja, há um presente que se historiciza. Outros sintomas: os projetos de reabilitação urbanas de monumentos e prédios históricos. Museifica mantendo vivos e em uso os prédios. “O patrimônio é constituído de testemunhos, grandes ou pequenos. Como em relação a todo testemunho, nossa responsabilidade é de saber reconhecê-los em sua autenticidade, mas além disso nossa responsabilidade se encontra engajada em relação às gerações futuras.” P. 09/269 Declínio da ideia de monumento histórico com o crescimento do patrimônio. História memória nacional é testada e posta em cheque pelas memórias setoriais, particulares, setoriais. Patrimônios locais que associam memória e território “O Estado-nação não impõe mais os seus valores, mas preserva mais rápido o que, no presente, imediatamente, mesmo na urgência, é tido como “patrimônio” pelos diversos atores sociais.16 O próprio monumento tende a ser suplantado pelo memorial: menos monumento do que lugar de memória, onde se esforça para fazer viver a memória, a mantê-la viva e a transmiti-la” p. 10/270 O patrimônio tornou-se um ramo da indústria do turismo, ou seja, está no ritmo da economia e do mercado. “Daí vem este olhar museológico lançado sobre o que nos cerca. Nós gostaríamos de preparar, a partir de hoje, o museu de amanhã e reunir os arquivos de hoje como se fosse já ontem, tomados que estamos entre a amnésia e a vontade de nada esquecer. Para quem? Para nós, já.” P 11/271 “Do ponto de vista da relação ao tempo, de que esta proliferação patrimonial é sinal? Ela é sinal de ruptura, seguramente, entre um presente e um passado, o sentimento vivido da aceleração sendo uma forma de fazer a experiência: a mudança brusca de um regime de memória para um outro, do qual Pierre Nora fez o ponto de partida de sua interrogação. O percurso da noção mostrou indubitavelmente que o patrimônio jamais se nutriu da continuidade, mas, ao contrário, de cortes e da problematização da ordem do tempo, com todos os jogos de ausência e presença, do visível e do invisível, que marcaram e guiaram as incessantes e sempre mutantes formas de produzir semióforos. Começando pela intrusão deste ausente inaugural que foi Jesus naquilo que se tornou, há muito tempo e por muito tempo, a tradição ocidental, com a imposição de uma nova ordem do tempo.” P. 12/272