Apostila Da Disciplina
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Apostila Da Disciplina
Marketing
Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
2021 by Editora Edufatecie
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Tiago Pereira da Silva
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Kauê Berto
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Conceito, Histórico e a Evolução do Marketing
UNIDADE II.................................................................................................... 32
Orientações para o Mercado e Análise de Ambiente
UNIDADE III................................................................................................... 48
Análise da Concorrência e Segmentação de Mercado
UNIDADE IV................................................................................................... 69
Criando e Entregando Valor Por Meio da Comunicação Integrada de
Marketing
UNIDADE I
Conceito, Histórico e a
Evolução do Marketing
Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Plano de Estudo:
● Conceitos e Definições;
● Histórico do Marketing;
● A evolução do marketing (1.0, 2.0, 3.0 e 4.0);
● Tripé mercadológico: Necessidade, desejo e demanda;
● Mix de Marketing (4Ps).
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o Marketing;
● Conhecer o desenvolvimento histórico do Marketing;
● Apresentar a evolução do marketing em suas fases (1.0, 2.0, 3.0 e 4.0);
● Estabelecer a importância do tripé mercadológico
(necessidade, desejo e demanda)
para o desenvolvimento das atividades de marketing;
● Descrever os elementos do mix de marketing
(produto, preço, praça e promoção).
3
INTRODUÇÃO
Segundo Kotler (2000 apud Basta 2006, p.18), marketing evolui ao longo do tempo:
Nos anos 1970 praticava-se o marketing de massa. Então, os clientes eram todos iguais.
A mídia de massa, especialmente a TV, os estimulava a comprar produtos e serviços. Era a
época do marketing perdulário, do marketing “na marra”, como diz o autor.
Nos anos 1980 praticava-se o marketing segmentado. Nessa perspectiva, os clientes
tinham necessidade e desejos diferentes, e o que servia para um grupo de clientes não era
necessariamente interessante para outro.
Na década de 1990 passou-se a adotar o marketing de relacionamento. As organizações
procuraram ouvir mais os clientes, tentando identificar seus desejos e necessidades para
poder atendê-los. As ofertas de marketing, em termos de produtos, serviços, preços, canais
e comunicação, tornaram-se muito mais específicas e rentáveis.
A partir de 2000 e cada vez mais, no futuro, as organizações tenderão a praticar o marketing
individualizado, desenvolvendo, fidelizando os seus clientes. A personalização crescente do
marketing se traduz também na sua variedade de denominações: marketing individualizado;
micromarketing; marketing personalizado; marketing one-to-one, entre outros.
Para entender melhor o Marketing 3.0, Kotler (2010) apresenta a ascensão das três
grandes forças que moldam os negócios na era do Marketing 3.0: a era da participação, a
era do paradoxo da globalização e a era da sociedade criativa. Essas três grandes forças
transformam os consumidores, tornando-os mais colaborativos, culturais e voltados para o
espírito.“Entendendo essa transformação, teremos condições de entender melhor o Marke-
ting 3.0 como uma mistura de marketing colaborativo e espiritual” (KOTLER, 2010).
Desde o início do ano 2000, a tecnologia da informação permitiu a conectividade
e a interatividade proporcionada pelos computadores e celulares baratos e a internet de
baixo. A tecnologia permite que os indivíduos se expressem e colaborem entre si.
Para Kotler (2017, p. 25), o fluxo de inovação e informação, que antes era vertical
(das empresas para o mercado), tornou-se horizontal. A internet proporciona uma intensa
troca entre empresas e consumidores, as respostas das marcas às mudanças no mercado
e as novas necessidades dos clientes devem ser rápidas e muito eficientes.
O autor destaca que as estratégias de Marketing 4.0 devem ser baseadas princi-
palmente em análise de dados e do comportamento dos consumidores mais específicos e
aprofundados nas interações por meio de canais digitais.
Essa revisão nos conceitos de marketing ao longo do tempo, nos mostrou que
no início a atividade tinha o foco nos aspectos mais básicos de produção e de troca entre
fabricantes e consumidores.
Com o tempo, essa prática evolui para uma abordagem mais próxima da realidade
que vivenciamos hoje no mercado, pois leva em consideração a diversificação de públicos
e suas necessidades mais específicas, conceitos de valor agregado, sustentabilidade e
responsabilidade social, assim como as novas formas digitais de comunicação e relaciona-
mento das marcas com os consumidores por meio das redes sociais.
ceitos centrais e estão interligados numa relação causal direta. Essa tríade é considerada
Isso ocorre porque uma das principais funções do marketing é estudar o mercado
expectativas dos consumidores. Mas para isso é preciso também levar em consideração o
fator demando, ou seja, se este mercado tem uma quantidade suficiente de pessoas aptas
quais são suas necessidades, a partir daí as empresas desenvolvem produtos novos ou
ção das necessidades do consumidor pode também ser considerada como a base da tríade
‘necessidades, desejos e demandas’, pois estes dois últimos são decorrentes do primeiro.
Fonte: https://veg11.com.br/site/images/stories/maslows-hierarchy1.jpg
4.2 Desejo
O desejo tem relação direta com nossa cultura e com os hábitos sociais. Segundo
Kotler (2007), o desejo pode ser moldado pelas ações das marcas e empresas, principal-
mente por meio de suas campanhas publicitárias, que ao apelar para o emocional, desper-
tam o desejo por um produto de marca específica.
Para Kotler (2007) necessidades se tornam desejos quando são dirigidas a objetos
específicos capazes de satisfazê-las. Um norte americano NECESSITA de comida, mas
DESEJA um hambúrguer, batatas fritas e um refrigerante (…). Desejos são moldados pela
sociedade em que se vive.
Portanto, podemos entender que as ações de marketing não criam necessidades,
as identificam e criam produtos para atender essas necessidades, mas o desejo por uma
marca específica, esse sim pode e é criado pelas ações de marketing, realizadas e retrata-
das na publicidade e imersas na cultura.
SAIBA MAIS
Para Basta (2006, p. 35) entre as principais decisões relativas à gerência da política de
produto cabe salientar: marca, design e embalagens e rótulos.
Uma marca pode englobar até quatro níveis de significado (BASTA, 2006, p. 36):
● atributos – boa concepção, durabilidade, prestígio, velocidade;
● benefícios – os consumidores não compram atributos, mas benefícios; portanto, os
atributos correspondem aos benefícios funcionais e emocionais;
● valores – identificação dos grupos específicos de compradores cujos valores coinci-
dam com o pacote de benefícios oferecidos;
● personalidade – a marca também projeta a personalidade, visto que atrai a pessoa
cuja imagem real ou desejada combina com a imagem dessa marca.
Design: outra forma de valorizar o produto é através do seu design. Com a intensifica-
ção da concorrência, o design torna-se um elemento poderoso de diferenciação e forta-
lece o posicionamento dos produtos e serviços de uma empresa. Para Basta (2006, p.
38) “um bom design pode atrair a atenção, melhorar o desempenho do produto, reduzir
os custos de produção, logística e distribuição, e conferir ao produto uma forte vantagem
competitiva no mercado-alvo”.
Embalagens e rótulos: as embalagens dos produtos não servem apenas para prote-
ger, acondicionar ou transportar. Elas se tornaram vitais para diferenciar os produtos e
influenciar na decisão de compra dos consumidores no ponto-de-venda. “À medida que
os produtos se igualam em suas características, os profissionais de marketing se desdo-
bram para chamar a atenção dos consumidores” (BASTA, 2006, p. 38).
Levando em conta que grande parte das compras no varejo são feitas por impulso a em-
balagem e rótulo adquiriram cada vez mais importância nas estratégias de marketing.
“Os clientes compram produtos, e não embalagens, mas a apresentação é fundamental
para motivar a compra. Por isso as embalagens são periodicamente trocadas” (BASTA,
2006, p. 38).
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 23
5.2 Preço
O Preço é o valor agregado ou unidade monetária que justifica a troca, além de
ser um fator decisivo de compra. Na atividade de marketing, o preço é o elemento que
tangibiliza a transferência de posse de um produto.
Nesse sentido o preço se dá, entre outros fatores, pela relação entre os benefícios
oferecidos pelo produto/serviço e o valor percebido pelo consumidor, quanto maior essa
relação, mais a empresa poderá cobrar pelo produto.
Segundo Basta (2006), o preço reflete os custos do produto e gera expectativa
em relação à qualidade, pois culturalmente julgamos algo como “bom” ou “ruim” de acordo
com “caro” ou “barato”, logo, o fato de um produto custar mais, pode transmitir imagem de
qualidade ao mercado.
De acordo com Basta (2006), é preciso deixar bem claro que essa relação de Valor é
muito relativa e está extremamente associada à capacidade da empresa de gerar valor agre-
gado ao produto, principalmente por meio de estratégias de gestão de marca e comunicação.
Para Basta (2006) antes de definir preços, a organização deve considerar quais
são os objetivos de marketing relativos a seu produto (ou serviço). Quanto mais claros
forem seus objetivos, mais fácil será estabelecer os preços. “As decisões de precificação
devem ser coordenadas com o projeto, a distribuição e a promoção do produto, a fim de
tornar o seu posicionamento coerente e eficaz”.
Nesse sentido, algumas organizações tomam decisões de preço analisando os
custos inerentes à produção, comercialização, distribuição e divulgação do produto, con-
sideram a margem de lucro pretendida e definem seu preço levando ou não em conta os
preços médios praticados pelos concorrentes.
Minadeo (2008, p.233) afirma que o preço “é o elemento mais flexível, pois pode
ser ajustado para atender às condições do mercado” e está ligado não apenas a aspectos
econômicos, mas também a conotações sociais e psicológicas, pois, para a empresa, o
preço é a quantidade de dinheiro que ela está disposta a aceitar em troca do produto e, para
os consumidores, é algo que eles estão dispostos a pagar em troca de um produto.
Portanto, as decisões sobre o preço refletem os objetivos que a empresa pretende
com um produto ou serviço com: o público alvo, grau de serviço a oferecer, posição a
conquistar junto ao consumidor e a concorrência (lei da oferta e da demanda).
5.3 Praça
O “P” de Praça que tem origem na tradução da palavra em inglês, place pode
confundir um pouco ao ser definido simplesmente como lugar, já que este “p” está relacio-
nado não apenas com o lugar no qual o produto é encontrado, mas também com todas as
questões ligadas à distribuição, estocagem e logística da empresa.
Praça seria, portanto a atividade de concretizar a transmissão de posse, incluindo a
movimentação física, de um produto ou serviço da fábrica ou da empresa que o oferece em
direção ao consumidor. Podemos defini-lo também como um conjunto de elementos que
visa tornar o produto disponível para o consumidor onde e quando ele o desejar.
5.4 Promoção
O “P” de Promoção do mix de marketing não representa simplesmente aquela promo-
ção de vendas que vemos aos montes no dia-a-dia nas ofertas das redes de varejo. Esse “P”
vem do inglês Promotion que tem o significado de Promover o produto ou serviço no mercado.
Nesse sentido, a Promoção para o marketing é muito mais ampla e abrangente do
que a promoção de vendas, brindes e sorteios. Podemos expandir o conceito de Promoção
para Comunicação. Nesse caso, podemos até propor uma mudança de perspectiva no
“P”de Promoção para o “C” de Comunicação.
Os 4″C”s do Marketing
4 Ps 4 Cs Características
Produto Cliente Tudo o que se refere ao produto ou serviço em si, como
formulação física, características, produção, qualidade,
marca, design, embalagem, etc.
Preço Custo política de preços, descontos, e formas e prazos de pa-
gamento;
Praça Conveniência tarefas necessárias para apresentar o produto ou servi-
ço ao consumidor, para que ele possa comprá-lo e con-
sumi-lo, canais de distribuição, cobertura, variedades,
locais, estoque, transporte.
Promoção Comunicação todas as tarefas de comunicação que visam promover o
consumo do produto ou serviço, promoção de vendas,
publicidade, força de vendas, relações públicas, marke-
ting direto, propaganda, etc.
Fonte: http://marketingfuturo.com/os-4-cs-do-marketing-o-marketing-sobre-a-otica-do-consumidor/
LIVRO
Título: Marketing 4.0 - Do Tradicional Ao Digital
Autor: Hermawan Kartajaya, Philip Kotler, Iwan Setiawan, Ivo
Korytowski.
Editora: Sextante
Sinopse: De tempos em tempos surge um “novo” movimento
no marketing, porém desta vez não foram apenas as regras que
mudaram, mas toda a sociedade. Marketing 4.0 apresenta uma
análise sólida do consumidor do presente e do futuro e oferece as
informações necessárias para atingi-los da maneira mais eficaz.
Nesta obra, junto com Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, Kotler
examina as importantes transformações na passagem do marke-
ting tradicional para o digital (4.0). Eles mostram não só como a
conectividade alterou de forma radical o modo como vivemos, mas
como entender os caminhos do consumidor na era digital e adotar
um conjunto novo de métricas e práticas de marketing.
FILME / VÍDEO
Documentário: 5 anos mudaram tudo
O documentário “O que mudou nos últimos 5 anos” foi realizado
pela HOTWords e tem como tema as grandes transformações vi-
vidas pelo mercado da comunicação nos últimos 5 anos. Fazendo
assim uma retrospectiva e uma análise dos principais aconteci-
mentos dessa revolução tecnológica, a partir das entrevistas de
personalidades envolvidas nesse mercado.
Imagem: Reprodução YouTube.
Patrocínio e idealização: HOTWords
Produção e direção: Estilingue Filmes
Link: <https://www.youtube.com/watch?v=yz0b6oZFP-g>.
Plano de Estudo:
● Orientações Para O Mercado Ou Filosofias De Marketing Societal;
● Análise do Ambiente: macroambiente e microambiente.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar os diferentes tipos de orientações ou filosofias
empresariais: para a produção, para o produto, para vendas, para o marketing,
orientação de marketing holístico ou marketing societal;
● Conhecer e descrever os elementos do ambiente de marketing:
macroambiente e microambiente.
32
INTRODUÇÃO
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 33
1. ORIENTAÇÕES PARA O MERCADO OU FILOSOFIAS DE MARKETING SOCIETAL
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 34
Kotler (2006, p. 13) lembra que esse tipo de orientação tem sentido em países em
desenvolvimento, como a China, no qual “o maior fabricante de PCs, a Legend, e o gigante
dos eletrodomésticos Hailer aproveitam a enorme quantidade de mão-de-obra barata para
dominar o mercado”.
Segundo Basta (2006) as organizações orientadas para a produção desenvolvem
produtos em larga escala, que podem ser facilmente encontrados a preços baixos, seguem
a lógica do fabricante e não levam em conta a qualidade nem a variedade de ofertas.
Esse conceito é utilizado também quando a empresa deseja expandir o mercado,
mas que deve ser analisado com cuidado, pois os consumidores podem até experimentar
um produto de baixo preço uma vez, mas se não ficar minimamente satisfeito, dificilmente
voltará a comprá-lo.
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 35
1.3 Orientação para vendas
A orientação para vendas sustenta que os consumidores não compram os produtos
oferecidos pelas empresas por vontade própria. Segundo Basta (2006), nessa orientação, a
empresa tem seu foco voltado para vendas. Neste sentido, essas empresas empregam um es-
forço agressivo de vendas e promoção para “empurrar” os produtos aos clientes. Seu objetivo é
vender aquilo que fabrica, em vez de fabricar aquilo que o mercado necessita ou deseja.
Basta (2006) reforça que essa orientação parte do pressuposto de que os clientes
normalmente mostram inércia e podem ser induzidos a comprar mais. Assim, a organização
desenvolve um conjunto de instrumentos promocionais – venda pessoal, propaganda e
promoções – com o objetivo de vender mais.
Muitas vezes, porém, essa venda se resume a uma compra por impulso ou a
uma única transação, não existindo, portanto, a preocupação de estabelecer
um relacionamento comercial ao longo do tempo. (BASTA, 2006, p. 18).
Kotler (2006) explica que a orientação de vendas é praticada de maneira mais agres-
siva com produtos pouco procurados, que os compradores dificilmente pensam em comprar,
como seguros e jazigos funerários. “O marketing fundamentado em vendas agressivas pres-
supõe riscos, ainda mais se o produto não gerar o mínimo de satisfação ou, pelo contrário,
gerar frustração, que é o que ocorre na maioria dos casos” (KOTLER, 2006, p. 13).
Se pressupõe que os clientes persuadidos a comprar um produto gostarão
dele; caso isso não ocorra, imagina-se que esses clientes não vão devolvê-lo,
não falarão mal dele, tampouco reclamarão a um órgão de proteção ao con-
sumidor – e talvez até voltem a comprá-lo” (KOTLER, 2006, p. 13).
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 36
Essa filosofia se baseia no conceito de que as necessidades e desejos das pessoas
evoluem ao longo do tempo, levando as organizações a promover mudanças. “Em vez de
uma filosofia de fazer-e-vender, voltada para o produto, passamos para uma filosofia de
sentir-e-responder, centrada no cliente. Em vez de caçar, o marketing passa a plantar”
(KOTLER, 2006, p. 14).
Basta (2006) reforça que as empresas orientadas para o marketing, passam a
desenvolver suas ofertas, considerando não apenas uma transação comercial, mas um
relacionamento de longo prazo que traga benefícios constantes para ambas as partes.
A orientação de marketing consiste em uma empresa ser mais eficaz que seus
concorrentes na criação, na entrega e na comunicação de um valor superior, na percepção
do cliente, em seus mercados-alvo escolhidos.
Kotler (2006, p. 14) relembra uma colaboração feita por Theodore Levitt comparan-
do as orientações de vendas e marketing:
A venda está voltada para as necessidades do vendedor; o marketing, para
as necessidades do comprador. A venda preocupa-se com a necessidade do
vendedor de converter seu produto em dinheiro; o marketing, com a ideia de
satisfazer as necessidades do cliente por meio do produto e de todo conjunto
de coisas associado a sua criação, entrega e consumo final.
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 37
1.5.1 Orientação para o marketing societal
Cada vez mais as organizações se preocupam em desenvolver produtos socialmente
responsáveis, que contribuam para o equilíbrio ambiental e o desenvolvimento sustentável.
A partir desse contexto, o chamado marketing societal tem como foco agregar a
filosofia empresarial a responsabilidade social e ambiental. Essas preocupações e focos
de ação, são impulsionadas por um momento de maior consciência dos consumidores a
respeito do impacto que o consumo não sustentável pode gerar.
De acordo com Kotler (2007, p. 9) esta abordagem questiona se a orientação de
marketing pura deixa de considerar possíveis conflitos entre desejos do consumidor em
curto prazo e seu bem-estar em longo prazo. “Uma empresa que satisfaz as necessida-
des e desejos imediatos do mercado-alvo está sempre fazendo o que é melhor para os
clientes no longo prazo?”.
Nesse sentido, a orientação de marketing societal sustenta que a estratégia de
marketing deveria entregar valor para os clientes, ofertando a satisfação das necessidades
e desejos melhor do que a concorrência,de um modo que mantivesse ou melhorasse o
bem-estar também da sociedade.
UNIDADE II
I Orientações
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Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 38
2. ANÁLISE DO AMBIENTE: MACROAMBIENTE E MICROAMBIENTE
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 39
● deve-se considerar o ambiente e suas variáveis relevantes no qual está
inserida a empresa;
● esse ambiente proporciona à empresa oportunidades que deverão ser
usufruídas e ameaças que deverão ser evitadas;
● para enfrentar essa situação do ambiente externo, a empresa deverá ter
pleno conhecimento de seus pontos fortes e fracos; e
● esse processo de análise interna e externa deverá ser integrado, contí-
nuo e acumulativo.
Oliveira (2015, p. 70) reforça que o conjunto das informações externas e internas
da empresa formam seu sistema de informações global e apresenta as funções básicas das
análises interna e externa da organização – ou seja, empresa não é uma ilha isolada do
resto do mundo, pelo contrário, pois em um mundo cada vez mais globalizado e conectado,
às influências externas são muitas. Por isso, a análise externa tem por finalidade estudar
a relação existente entre a empresa e seu ambiente, em termos de oportunidades e de
ameaças, bem como a sua atual posição quanto a produtos versus mercados e, prospecti-
va, quanto a sua posição em produtos versus mercados, no futuro.
O ambiente empresarial não é um conjunto estável, uniforme e disciplinado,
mas um conjunto bastante dinâmico em que atua, constantemente, grande
quantidade de forças, de diferentes dimensões e naturezas, em direções di-
ferentes, e que muda a cada momento pelo fato de cada uma dessas forças
interferir, influenciar e interagir com as demais forças do ambiente (OLIVEI-
RA, 2015, p. 70).
2.1 Microambiente
De acordo com Basta (2006, p. 23) o microambiente do marketing é formado por con-
correntes, intermediários, fornecedores, entidades privadas e públicas, a seguir discriminados:
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 40
Concorrentes atuais e potenciais: Pode-se afirmar que os concorrentes
exercem forte influência na lucratividade, na participação de mercado (Market
share) e até mesmo na viabilidade de qualquer organização.
Fornecedores: os fornecedores interessam particularmente ao marketing por
interferirem na proposta de valor que a organização pretende desenvolver para
os seus clientes, seja do ponto de vista técnico, de produção e logística, seja
nas atividades de custeio e na precificação de produtos, considerando diferen-
tes níveis de serviços. Como se sabe, a gestão de fornecedores exige grande
habilidade de negociação. A questão, para o marketing, é identificar as condi-
ções existentes na organização vis-à-vis as dos principais concorrentes.
Intermediários: os intermediários de marketing são os atacadistas, distribui-
dores e varejistas, que representam os canais de distribuição. As atividades
dos intermediários destinam-se a fazer chegar às mãos dos clientes uma
vasta gama de produtos e serviços produzidos pelos fabricantes.
Entre os intermediários incluem-se organizações transportadoras ou de tele-
comunicações; serviços, tais como bancos, seguradoras e agências de pu-
blicidade; o comércio varejista, representando por lojas tradicionais e virtuais
etc. todos eles têm importante papel na competitividade e lucratividade das
organizações, razão pela qual devem ser objeto de constante avaliação por
parte dos profissionais de marketing.
Entidades privadas e públicas: A opinião pública pode afetar positiva ou ne-
gativamente a competitividade de uma organização, caso esta adote ou não
prática ética e socialmente responsáveis. Tal pressão se exerce através de
associações ou organizações não-governamentais (ONGs). Essas entidades
privadas e públicas têm alertado a opinião pública para vários questões, tais
como utilização de mão-de-obra infantil nas atividades organizacionais; pro-
paganda enganosa (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária
– Conar); proteção aos direitos dos consumidores (Fundação de Proteção e
Defesa do Consumidor – Procon); segurança no trabalho; proteção ambien-
tal; utilização de matérias-primas biodegradáveis etc.
2.2 Macroambiente
Qualquer empresa ou organização que atua economicamente, opera em um ma-
croambiente, formado por um conjunto de variáveis consideradas incontroláveis ou forças
sociais maiores que afetam todo o microambiente. Sendo assim, é preciso que as empresas
também observem e analisem constantemente tais forças externas que podem representar
oportunidades e ameaças futuras.
Para Basta (2006, p. 26) todas as organizações são também afetadas por fatores
externos, sobre os quais normalmente não se tem controle e sua análise não garante que
se possa prever com certeza o que as organizações terão de enfrentar, mas pode ajudar
no que concerne a:
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 41
De acordo com Basta (2006, p. 26) os segmentos do macroambiente são os am-
bientes social, econômico, político e tecnológico, como veremos a seguir.
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
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e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 42
Basta (2006) reforça que ao refletir sobre o impacto que as mudanças econômicas
geram nos negócios, deve-se compreender a diferença entre as mudanças de ordem es-
trutural e as de ordem cíclica.
As mudanças de ordem estrutural são aquelas que acontecem num setor econô-
mico, como a convergência de produtos e serviços de voz, dados e imagem no setor de
telecomunicações. “Elas podem também envolver mais de um setor econômico. É o caso
do interesse em envolver mais de um setor econômico. É o caso do interesse das organi-
zações produtoras e distribuidoras de energia elétrica pelos mercados de gás natural e de
telecomunicações” (BASTA, 2006, p.27).
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 43
Basta (2006, p. 28) chama atenção para a importância de considerar a atuação dos
partidos e dos grupos que eles representam:
As privatizações e a desregulamentação de alguns setores, as instituições
jurídicas, a legislação sindical, a proteção à indústria nacional, a lei de paten-
tes, os impostos, o código de defesa do consumidor e a legislação antitruste
são algumas variáveis importantes.
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
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e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 44
SAIBA MAIS
A população mundial cresce a um ritmo alucinante e excederá a casa dos 7,9 bilhões em
2025. O explosivo crescimento da população mundial tem importantes implicações para os
negócios. População em crescimento significa mais necessidades humanas e satisfazer.
Dependendo do poder de compra, isso também pode significar oportunidades de mercado
em crescimento. Por exemplo: para conter o alto crescimento de sua população, o
governo chinês aprovou leis que limitam o número de crianças por família. Cada família
pode ter um filho. (KOTLER, 2006, p. 28).
Dados como esses podem fazer a diferença de maneira positiva para as organizações que
observam as mudanças no ambiente demográfico e com isso construir cenários futuros
de oportunidades e ameaças, que podem repercutir em seu planejamento e estratégias.
UNIDADE II
I Orientações
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Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 45
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade vimos que as empresas buscam estratégias para construir relações
duradouras com seus clientes e que essas estratégias são fundamentadas em orientações
ou filosofias empresariais ao se posicionar no mercado. Apresentamos e analisamos as cin-
co orientações com base nas quais as organizações conduzem suas atividades: orientação
para a produção, orientação para o produto, orientação para as vendas, orientação para o
marketing e orientação para o marketing holístico ou societal.
Vimos que a orientação para produção se trata de um conceito antigo, voltado
quase exclusivamente para a redução de custos e melhora dos processos produtivos, sem
se preocupar com questões ligadas a qualidade e inovação. Já a orientação para o produto,
a princípio, pode parecer interessante, mas se o foco da empresa não for ampliado, ela
pode se “apaixonar” demasiadamente pela melhoria contínua do produto e se esquecer de
atender as necessidades dos clientes, oferecendo soluções para seus problemas, mesmo
que para isso tenha que “canibalizar” seu próprio produto e oferecer um novo.
A orientação para vendas direciona o foco da empresa para “empurrar” os produtos
aos clientes. Seu objetivo é vender aquilo que fabrica, em vez de fabricar aquilo que o
mercado necessita ou deseja.
Além disso, estudamos e analisamos a orientação para o marketing holístico e
societal, no qual a primeira apresenta uma versão mais integrada e abrangente das ativi-
dades de marketing. Já o marketing societal preocupações com a responsabilidade social
e ambiental, impulsionadas por um momento de maior consciência dos consumidores a
respeito do impacto que o consumo pelo consumo pode gerar.
Por fim, vimos que as empresas mais bem-sucedidas são aquelas que estão sempre
observando e se adaptando às mudanças no ambiente. Vimos também que este ambiente
é constituído de forças internas (microambiente) e forças externas (macroambiente) a ele
que afetam a capacidade da administração das empresas com seus clientes-alvo e sua
análise oferece tanto oportunidades quanto ameaças.
Concluímos que, ao conduzir uma análise ambiental cuidadosa e constante é pos-
sível ajustar as estratégias de marketing aos novos desafios e oportunidades do mercado
em constante evolução.
UNIDADE II
I Orientações
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Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 46
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Pesquisa de Marketing - Uma orientação aplicada
Autor: MALHOTRA, NARESH.
Editora: BOOKMAN.
Ano: 2012.
Sinopse: Essa obra ilustra a interação entre decisões de pesqui-
sa de marketing e decisões gerenciais de marketing. É um texto
abrangente, prático e equilibrado, que descreve o processo de
pesquisa de marketing de forma ampla, evidenciando sua aplica-
ção a qualquer área da administração.
FILME / VÍDEO
Título: Fome de Poder: Filme sobre a história do McDonald’s
Ano: 2016.
Sinopse: dirigido por John Lee Hancock (Um Sonho Possível, O
Álamo), o filme narra a trajetória de Ray Kroc (Michael Keaton),
um homem de negócios de Illinois que conheceu Mac e Dick Mc-
Donald, os quais comandavam uma hamburgueria em 1950, no
sudeste da Califórnia. Impressionado pelo sistema de rapidez dos
irmãos McDonald, Kroc manuseou a sua própria função e conse-
guiu arrancar a companhia para si e construir a própria fortuna.
UNIDADE II
I Orientações
Conceito, Histórico
Para o Mercado
e a Evolução
e Análise
do Marketing
de Ambiente 47
UNIDADE III
Análise da Concorrência
e Segmentação de Mercado
Professor Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Plano de Estudo:
● Análise da Concorrência;
● Análise SWOT / Matriz FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças);
● Segmentação de Mercado.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender a importância da análise da concorrência
para o desenvolvimento das estratégias de marketing;
● Conceituar e contextualizar a matriz SWOT;
● Conhecer as variáveis utilizadas para realizar a segmentação de mercado.
48
INTRODUÇÃO
Basta (2006, p. 23) reforça que para avaliar a concorrência, podem-se empregar
diferentes metodologias, entre as quais se destacam:
Para Las Casas (2008, p. 158) a concorrência pode ser vista de várias formas. Uma
empresa normalmente encontra-se três tipos de concorrência:
● Concorrência de marca: estes concorrentes lidam com produtos simi-
lares. São os concorrentes diretos de uma empresa. Assim, o Pão de
Açúcar concorrente diretamente do Carrefour, o Itaú compete com o Bra-
desco, a Ford com a GM, e assim por diante.
Concorrência Características
aos ataques e ações dos rivais, é possível estabelecer uma forma de ação em tempo hábil.
Las Casas (2013, p. 161) resgata as ideias de Michel Porter que desenvolveu um
estudo para identificar quais as forças competitivas que atuam em determinada indústria. Para
atingir este objetivo, criou um esquema de análise estrutural. As análises podem ser feitas
são considerados aspectos de forças que atuam, pois combinando certos fatores é possível
identificar o potencial de lucro que terá a indústria. As forças consideradas pelo autor foram:
A seguir, Las Casas (2013, p. 162) apresenta uma breve descrição de cada uma das
Podemos compreender que para que essas ou outras estratégias sejam bem suce-
didas, as empresas precisam ir além da boa gestão, é preciso atuar de forma proativa em
seus mercados, superando a concorrência e surpreendendo o consumidor.
Las Casas (2013) fala ainda sobre a escolha cuidadosa de onde competir – selecio-
nando os setores ou segmentos mais atraentes - e o controle de recursos estrategicamente
importantes, como o capital financeiro, tornaram-se temas dominantes do desenvolvimento
de estratégias, tanto no nível da unidade de negócios quanto no nível corporativo.
Permitir que a empresa conseguisse sustentar alguma vantagem sobre seus
concorrentes, da maneira mais eficiente possível, é a finalidade de um planejamento estra-
tégico. “Avaliar suas forças, fraquezas, saber limites, atacar os concorrentes no momento
certo, recuar quando necessário, criar condições para a empresa, realizar parcerias com
outras organizações são os objetivos das estratégias de Marketing” (DIAS, 2003 p. 442).
Em um estudo da concorrência, entre outros fatores, é preciso estabelecer uma
análise de três variáveis principais: participação de mercado (market share), share of mind
e share of heart (preferência). Em qualquer destas situações, pode haver lideranças cuja
consideração pelos profissionais de marketing é importante.
● Market share: (participação de mercado): é a situação em que a empresa mo-
nitora o concorrente no mercado-alvo.
● Share Of Mind: é o percentual de clientes que lembram do nome do concorrente
quando questionados a esse respeito.
● Share Of Heart: (participação de preferência): é o percentual de clientes que
mencionaram o nome da empresa quando foram perguntados: “Dê o nome da
empresa cujo produto você preferia comprar” (LAS CASAS, 2013, p. 162).
SAIBA MAIS
Fonte: o autor.
2.3 Oportunidades
Oliveira (2015, p. 69) descreve oportunidades como “variáveis externas e não con-
troláveis pela empresa, que podem criar condições favoráveis para a empresa, desde que
a mesma tenha condições e/ ou interesse de usufrui-las”.
De acordo com SEBRAE (2014, online) é preciso tomar muito cuidado ao elaborar
a lista deste tópico porque empreendedores veem oportunidades em todos os lugares. Para
elaborar a lista, é preciso que a empresa tenha uma estratégia clara, com objetivos, indicado-
res e metas bem definidos. Isso permitirá fazer com que as oportunidades vislumbradas para
o negócio sejam priorizadas de acordo com a estratégia da empresa (SEBRAE, 2014, online).
A segmentação de mercado não é uma técnica inovadora e nem recente, mas que ao
longo das últimas décadas vem se sofisticando e se adaptando para dar suporte ao desafio
que as empresas têm ao atuar em mercados cada vez mais complexos e diversificados.
Imagine quantas variáveis atuam sobre uma economia tão tecnológica e globali-
zada, com consumidores e populações altamente “mutantes”? Pois é, por isso é preciso
que se tenha a compreensão de que as diferenças existem e não dá para tratar diferentes
mercados e diferentes consumidores de forma igual.
Um dos segredos do marketing bem sucedido, é exatamente isso, segmentar o mer-
cado para atender necessidades específicas. Por maior que seja um negócio e as ambições
de um gestor, não dá para atender a todo mundo de maneira igual, porque somos todos dife-
rentes. Cada um tem suas necessidades, suas preferências, suas vontades, desejos, gostos.
Lembre-se “o jeito mais fácil de não agradar a ninguém, é tentar agradar a todo mundo”.
Para Churchill; Peter (2000, p. 204-205) segmentação de mercado é o processo de
dividir um mercado em grupos de compradores que tenham semelhantes necessidades e
desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra. O segmento específico de
mercado que uma organização seleciona para servir é chamado de mercado-alvo.
Na segmentação de mercado, deve-se levar em conta que em um grande grupo
de consumidores existem diferenças e semelhanças e a partir da compreensão do compor-
tamento do consumidor, conseguimos encontrar semelhanças e necessidades em grupos
menores, para atendê-los de maneira mais específica.
SAIBA MAIS
Segmentação na prática
De acordo com o guia do Sebrae (online), na prática, existem quatro passos para colo-
car a segmentação em prática:
Fonte: SEBRAE. Segmentação de Mercado. Estratégia inteligente em tempos de crise. / Santa Catari-
brae%20de%20A%20a%20Z/Segmenta%C3%A7%C3%A3o+de+mercado.pdf
LIVRO
Título: A Arte da Guerra
Autor: Sun Tzu
Editora: Madras
Sinopse: A Arte da Guerra é um dos maiores tratados de estraté-
gia de todos os tempos. Um livro útil para o homem de negócios,
militar, ou para qualquer pessoa empenhada em vencer na vida.
Escrito pelo general chinês Sun Tzu, a partir do resultado de sua
experiência nos campos de batalha, que foram as mais variadas.
A Editora Madras traz nesta obra uma visão sintética, porém
abrangente dos postulados básicos de Sun Tzu, convidando todos
à reflexão no sentido de que se aprecie a aplicabilidade desses
fundamentos, no âmbito pessoal e coletivo.
FILME / VÍDEO
Título: A Fuga das Galinhas
Sinopse: O filme é uma animação muito engraçada, mas que tem
como pano de fundo um planejamento estratégico. A Sra. Tweedy
(Miranda Richardson/Nádia Carvalho) é a dona de um galinheiro
no interior da Inglaterra, onde a maior parte das aves vive uma vida
curta e monótona, limitada a produzir ovos e terminar na panela.
Mas quando Rocky (Mel Gibson/ Dário de Castro), um galo vindo
dos Estados Unidos surge voando por cima da cerca da Granja,
as coisas começam a mudar. Rocky se apaixona por Ginger (Julia
Sawalha/Miriam Ficher), que sonha com uma vida melhor e já há
algum tempo deseja fugir da granja. Juntos os dois arquitetam um
plano para conseguir liberdade. No entanto, Rocky e Ginger logo
se vêem correndo contra o tempo quando a Sra. Tweedy decide
que é hora de mandar a granja inteira para o forno.
Plano de Estudo:
● Conceito de valor;
● Posicionamento de Mercado;
● Comunicação Integrada de Marketing.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender o conceito de valor e sua aplicação nas estratégias de marketing.
● Conceituar e contextualizar o posicionamento de mercado
● Conhecer as ferramentas e técnicas da
Comunicação Integrada de Marketing
69
INTRODUÇÃO
O marketing voltado para o valor é uma orientação voltada para alcançar os obje-
tivos organizacionais, desenvolvendo e ofertando valor superior para os clientes. Trata-se
de uma extensão da orientação para o marketing que se sustenta na satisfação das neces-
sidades e desejos dos clientes. A proposta do marketing de valor vai além disso.
Kotler (2006) lembra que a visão tradicional de marketing é de que a empresa faz
alguma coisa e então vende. Mas em mercados competitivos em que os consumidores têm
cada vez mais opções, essa visão tradicional do processo de negócios já não funciona tão
bem. “Uma empresa só pode vencer ajustando o processo de entrega de valor e selecio-
nando, proporcionando e comunicando valor superior” (KOTLER, 2006, p. 34).
É comum a confusão do conceito de valor com preço, mas a concepção de valor
é muito mais ampla. O Preço é o custo financeiro ou monetário para a aquisição de um
bem. Já o Valor é a razão entre tudo aquilo que o cliente recebe, ou seja, seus benefícios
funcionais e emocionais e tudo o que ele dá em troca, como dinheiro, tempo, energia e
desgastes psicológicos.
Um erro muito comum que muitas organizações cometem é o de baixar o preço
de seus produtos com o objetivo de aumentar vendas. Muitas vezes essa tática pode levar
a um crescimento das vendas em curto prazo, mas não é uma estratégia correta para as
empresas que querem agregar valor ao seu produto.
Basta (2006) apresenta algumas questões que podem ajudar na análise de posicionamento:
● Que posição ocupa atualmente a organização?
● Que posicionamento ela deseja ter?
● Que concorrentes precisa superar?
● Que é necessário para implementar a estratégia de posicionamento?
Segundo Basta (2006), a primeira questão refere-se à posição da organização no mer-
cado, isto é, como ela é percebida pelo cliente. A segunda considera como a organiza-
ção deve ser percebida no segmento visado para melhor aproveitar as oportunidades
identificadas na análise do ambiente de marketing. A terceira visa identificar que con-
correntes ocupam as posições que a organização deseja ter na mente do consumidor.
Por último, trata-se de definir as decisões sobre o mix de marketing, isto é, que ações
de diferenciação se devem empreender com relação ao produto / serviço, ao preço, à
distribuição e à promoção.
Como podemos observar, o desenvolvimento da estratégia de posicionamento de-
pende fundamentalmente das técnicas de pesquisa de marketing para responder a
essas questões.
Ao longo deste material, vimos que marketing e comunicação não são a mesma
coisa, mas que se complementam. Agora vamos abordar o composto de comunicação:
Comunicação Institucional, Comunicação Administrativa, Comunicação Interna e
Comunicação Mercadológica.
Essa classificação ou separação é feita para compreendermos como a comunicação
pode ser utilizada de forma eficiente em “departamentos” diferentes de uma organização,
mas já precisamos compreender que o ideal é a integração entre os diferentes tipos de
comunicação, o que traz um resultado mais satisfatório para a empresa.
Este movimento em busca de uma nova prática e um novo conceito, levou a Ame-
rican Association of Advertising Agencies a criar uma força tarefa que teve como missão a
elaboração de um dos primeiros conceitos desta nova forma de comunicar.
Um conceito de planejamento de comunicação de marketing que reconhece
o valor agregado de um plano abrangente que avalie os papéis estratégicos
de uma série de disciplinas da comunicação – por exemplo, propaganda ge-
ral, resposta direta, promoção de vendas e relações públicas – e combine-
-as para oferecer clareza, consistência e impacto máximo nas comunicações
(SCHULTZ, 1993, p. 17, apud, GALINDO, 2009, p. 199).
O termo Comunicação Integrada tem sido utilizado recentemente para designar a in-
tegração das atividades de propaganda, marketing e relações públicas de uma organização.
No entanto, Lupetti (2009, p. 15) considera que esse conceito deve ser muito mais amplo:
Para que a comunicação integrada exista, é preciso um árduo trabalho de
análise, planejamento e aplicações de técnicas de avaliação. O gerencia-
mento dessas atividades possibilita as intervenções de todos os setores,
combinando orientação, informação, fluxo de processos, colaboração e rela-
cionamento das áreas envolvidas. Inclui em seu planejamento um programa
de incentivo aos colaboradores no local de trabalho, para que seja possível a
viabilização da missão e da visão organizacionais.
Portanto, para a criação e comunicação dos valores de uma marca é preciso que
todas as ações de comunicação da organização possuam um elemento integrador que seja
comunicado e percebido pelo público em todas as suas manifestações e formas de expressão.
Nesta unidade vimos que a visão tradicional do marketing de “fazer e vender” está
ultrapassada. Atualmente, em mercados competitivos em que os consumidores têm cada
vez mais opções, uma empresa só pode se destacar se propor, comunicar e entregar um
valor superior a seus clientes.
Foi destacado também a confusão que muitas empresas fazem em relação ao con-
ceito de valor e preço. O Preço é o custo financeiro ou monetário para a aquisição de um
bem. Já o Valor é a razão entre tudo aquilo que o cliente recebe, ou seja, seus benefícios
funcionais e emocionais e tudo o que ele dá em troca, como dinheiro, tempo, energia e
desgastes psicológicos.
Além disso, constatamos que essa proposição de valor deve ser estabelecida é
expressa ao mercado por meio de um posicionamento que pode ser da marca, produto ou
empresa. A estratégia de posicionamento visa projetar o produto e a imagem da empresa
para ocupar um lugar diferenciado na mente do público-alvo.
Por último, compreendemos a Comunicação Integrada de Marketing como ferra-
menta fundamental para para a criação e comunicação dos valores de uma marca, por
meio de todos os esforços comunicacionais da organização. Vimos que é preciso que todas
as ações de comunicação da organização possuam um elemento integrador para a cons-
trução e manutenção de seu posicionamento junto aos mais diversos públicos.
LIVRO
Título: Marketing para o Século XXI: como criar, conquistar e
dominar mercados
Autor: Kotler, Philip
Editora: Ediouro.
Sinopse: Elaborado pelo mais renomado consultor e professor da
área de marketing do mundo, o trabalho discorre sobre temas rele-
vantes para os gestores de empresas na atualidade. A relação do
marketing com tópicos como relacionamento, internet e banco de
dados é abordada. Uma leitura inteligente que servirá de subsídio
para o dia a dia das empresas.
FILME / VÍDEO
Título: Jobs
Ano: 2013.
Sinopse: o filme é um case de marketing e empreendedorismo
baseado na inovação e na antecipação de necessidades de um
mercado, praticamente criado pela Apple. Em 1976, Steve Jobs
abandonou a faculdade e junto com seu amigo, o gênio da tecno-
logia Steve Wozniak, iniciaram uma revolução nos computadores
com a invenção do Apple 1, o primeiro computador pessoal. Cons-
truído na garagem dos pais de Jobs, o Apple 1 e a formação da
empresa Apple mudaram o mundo para sempre. Steve Jobs não
se incomodava em passar por cima dos outros para atingir suas
metas, o que fez com que tivesse dificuldades em manter relações
amorosas e de amizade.
BASTA, Darci. Fundamentos de Marketing. 7 ed. Rio de Janeiro: Editora FVG, 2006.
CROCCO, Luciano; et. al; GIOIA, Ricardo M. (Coord.). Decisões de Marketing. São
Paulo: Saraiva, 2006.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Prentice Hall,
2006.
KOTLER, Philip. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado
no ser humano. Rio de Janeiro : Elsevier, 2010.
85
LAS CASAS, A. L. Marketing: conceitos, exercícios, casos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MINADEO, Roberto. Gestão Marketing: Fundamentos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 2008.
86
CONCLUSÃO GERAL
Prezado(a) aluno(a),
Neste material, busquei trazer para você os principais conceitos e definições so-
bre os Fundamentos de Marketing. Na Unidade I, percorremos a evolução histórica do
marketing. Nesse contexto, trouxemos a contribuição dos autores como Kotler, Kartajaya e
Setiawan que apresentaram uma evolução do conceito de marketing, em quatro fases, às
quais chamaram de Marketing 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0.
Também conhecemos o chamado tripé mercadológico “necessidades, desejos e
demandas”, que são conceitos centrais para o desenvolvimento das atividades de marke-
ting. Além disso, estudamos mix de marketing composto pelos famosos 4Ps (Produto,
Preço, Praça e Promoção).
Já na Unidade II, identificamos as cinco orientações de mercado ou filosofias
empresariais nas quais as organizações conduzem suas atividades: orientação para a pro-
dução, orientação para o produto, orientação para as vendas, orientação para o marketing
e orientação para o marketing holístico ou societal. Também descrevemos os elementos do
ambiente de marketing: macroambiente e microambiente.
Depois, na Unidade III, conceituamos a análise da concorrência, observando
o complexo ambiente de negócios. Também vimos como realizar a aplicação da matriz
SWOT, uma ferramenta simples para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente). Na
sequência, conhecemos as variáveis utilizadas para realizar a segmentação de mercado.
Por último, na Unidade IV, destacamos a importância da filosofia do marketing
orientado para o valor. Além disso, compreendemos a Comunicação Integrada de Marketing
como ferramenta fundamental para a criação dos valores de uma marca, por meio de todos
os esforços comunicacionais da organização.
A partir de agora, acreditamos que você já está preparado para seguir em frente
desenvolvendo ainda mais suas habilidades e talentos profissionais.
Sucesso!
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