Filosofia Politica Na Idade Média
Filosofia Politica Na Idade Média
Filosofia Politica Na Idade Média
Nome do Aluno: Nº
Fred Buque 31
Hamed Francisco 32
Isabel Domingos 33
Jesus Jiedson 36
Lázaro Fernando 34
Lazaro Victor 35
Malcom Macatane 40
I. INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
III. CONCLUSÃO................................................................................................................8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................9
I. INTRODUÇÃO
As perspectivas da filosofia política abrangem diversas eras do mundo humano. Desde seu
prelúdio inicial na Grécia antiga até os ideais duvidosos do mundo actual, pode-se observar o
desenvolvimento da política juntamente com cada período histórico. Esse desenvolvimento
acompanha a evolução das organizações sociais que culminam, por fim, no Estado Moderno
(ÉRICA, 2018).
Apesar de advindos de séculos de distância, filósofos da era clássica como Sócrates, Platão e
Aristóteles têm sido referência e base para toda uma parcela relativamente mais “moderna”
da filosofia. Suas ideias sobre política, organização social, visão de mundo e, de certo modo,
religião, correm pelas entrelinhas de obras dos gigantes pensadores da nossa sociedade
(ÉRICA, 2018).
A idade média foi o intervalo de séculos que contribuiu para a formação do Estado moderno e
da burguesia liberalista: com a ascensão e queda do sistema feudal, assim como da
abrangência em certo ponto totalitária da igreja católica, as actividades e acontecimentos que
tornaram possível o desmantelamento deste antigo sistema são processos repletos de diversas
etapas, actos e realizações; não pode ser excluída aqui a produção intelectual. Ela foi de
extrema importância para a solidificação e, mais tarde, justificar a manutenção do poder e
influência exercidos pela igreja católica apostólica romana (ÉRICA, 2018).
A Idade Média só produziu livros sobre o pensamento político a partir do século XIV,
embora as ideias políticas fossem discutidas em escritos de outros assuntos nos séculos
anteriores. Destaca-se João de Salisbury, que escreveu Policraticus, na década de 1160, no
qual ele não faz nenhuma referência ao Estado feudal onde viveu e trabalhou, preferindo falar
de uma res-publica imaginária. Também Santo Tomás de Aquino, no século XIII, discutiu
intensamente a lei na Summa Theologica (STREFLING, 2016).
O presente trabalho é do âmbito académico para a disciplina de Filosofia, tendo como tema
´´Filosofia Política na Idade Média´´ procurando mais concretamente os pensamentos ou
concepções de Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Encontra-se dividido em três
capítulos, sendo o primeiro reservada a contextualizar (introdução); o segundo dedica-se a
realizar o levantamento bibliográfico de conceitos inerentes ao tema; e o ultimo, a retirada de
ilações (conclusão).
1
II. DESENVOLVIMENTO
A palavra Filosofia é de origem grega, e significa “amor à sabedoria”. Filosofar quer dizer
reflectir sobre questões fundamentais da vida humana porque quem o faz sente que precisa de
uma resposta a essas questões para viver melhor. Filosofa mesmo sem saber o nome dessa
actividade quem se pergunta, por exemplo, como deveria ser uma sociedade justa, ou como
distinguir entre o que verdadeiramente se sabe e o que apenas se opina. Também filosofa que
busca a maneira correta de enfrentar um dilema moral, ou quem quer saber se a existência
humana tem um significado
A Filosofia académica tem diversas áreas, sendo as principais: a Lógica, que estuda as formas
de raciocínio correto, diferenciando-as das formas equivocadas pelas que podemos ser
enganados. A Epistemologia ou Teoria do Conhecimento, em que se indaga sobre a natureza
do conhecimento humano, seus fundamentos, variedades e limites. A Ontologia, o ramo da
Filosofia em que tratamos de esclarecer em que consiste dizer que algo existe, ou que é real, à
diferença de ficções (os números, por exemplo, existem?). A Ética, que pesquisa os
fundamentos dos juízos morais. A Filosofia Política, endereçada a compreender e questionar
a organização da vida social e o exercício do poder. A Filosofia da Linguagem, que analisa
esse instrumento básico da humanidade. E a Estética, cujo interesse gira em torno da
experiência artística (SETIC-UFSC, [s.d.]).
b) Filosofia Política
A filosofia política é uma vertente filosófica que tem por objectivo entender as questões da
convivência humana em todos os seus aspectos, principalmente a relação que existe entre os
grupos humanos e as instituições de poder 1.
Na prática, a filosofia política busca entender os elementos que norteiam a sociedade, como
os conceitos de justiça, governo, liberdade, pluralismo, a natureza do estado, iniciativa
privada, direito a propriedade, a vida, defesa pessoal.
1
BRASIL, E. M. Filosofia Política. Disponível em:
<https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/filosofia-politica>. Acesso em: 11 jun. 2023.
2
De um modo geral, essa corrente filosófica questiona como se dão essas interacções sociais e
qual o papel das instituições dentro do acordo social. Desse modo, a filosofia política está
sempre se questionando sobre o que é o governo e qual o seu papel, por que ele é necessário,
como o governo deve assegurar os directos, quando ele é legítimo e tantas outras questões.
2
A escolástica pode ser conceituada como o ensino teológico-filosófico da doutrina aristotélico-tomista
ministrado nas escolas de conventos e catedrais e também nas universidades europeias da Idade Média e do
Renascimento. O desenvolvimento da escolástica vale-se, além da Igreja e de sua imposição da unificação da fé
cristã, do emprego do latim, tornado universal.
3
Fonte: CATANEO, 2011.
4
instituição exercida por homens marcados pelo pecado, a política para ser vivida com
autenticidade e justiça, necessita da graça de Cristo. Santo Agostinho enfatiza que só haverá
convivência justa nas organizações sociais quando Cristo for o alicerce e o centro, inspirando
e ao mesmo tempo dirigindo as acções humanas. Para Santo Agostinho, a política constitui
uma actividade fundamental para que no seio da sociedade humana haja o bem e a paz. A
função política só será correctamente vivenciada se for pautada pelo interesse dos
governantes em servir e prestar culto ao verdadeiro Deus (STREFLING, 2016).
Contudo, esse agrupamento de pessoas que Santo Agostinho chama de Cidade ou Estado
existe para tornar a vida dos seus cidadãos um pouco mais amena; conseguirá este intento
quando estiver alicerçada em Deus, fonte inesgotável de onde promana a paz e a concórdia
por excelência; em outras palavras, quando os responsáveis pelos negócios humano-
administrativos respeitarem a Ordem Divina, o Estado cumprirá com esmero sua função; do
contrário, a ordem humana será subvertida (BIGNOTTO, 1992).
Como o Estado foi criado pela necessidade dos homens viverem em sociedade e se
organizarem em busca do Bem Comum, ele carece incessantemente de ser iluminado pela
sabedoria de Deus, pois o Estado é composto por homens e esses homens carregam a marca
da concupiscência de nossos primeiros pais Adão e Eva. É evidente que o Estado só realizará
plenamente os interesses de seus cidadãos quando for permeado pelos valores do Evangelho.
Sem a graça de Cristo, é impossível que o Estado não se torne um tirano comprometendo a
paz e a harmonia que deve existir na sociedade fundada sobre o alicerce de fé (BIGNOTTO,
1992).
5
II.3.3. Funções do Estado
A paz e o bem comum são tesouros que o Estado bem constituído deve assegurar aos
cidadãos. Aliás, a paz temporal, no pensamento agostiniano, é a função primordial do Estado.
Ainda que seja provisório, o bem da paz que só será definitivo na pátria celeste; deve ser
promovido pelo Estado; embora tenha um valor relativo, não deve se excluir de almejar essa
tranquilidade da ordem, resultante da paz. A função do Estado não é absoluta; ela existe
enquanto realidade deste mundo terreno, porém não pode esquecer-se do destino
transcendente de seus membros (STREFLING, 2016).
6
consequência, os fins do Estado são fins morais (o bem-estar de toda comunidade), sendo que
os cidadãos estão comprometidos com um fim temporal (representado pela autoridade estatal)
e com um fim espiritual (corporificado pela Igreja, que atua como instancia maior). O poder
do Estado não fica subordinado de forma absoluta ao poder da igreja (como defendia Santo
Agostinho), mas sim de modo relativo; a autoridade da Igreja é superior em matéria espiritual
(GRABMANN, 1945).
No que toca a origem do Estado, Tomás não toma a concepção de Santo Agostinho de que o
Estado nasceu do pecado original, mas concorda com Aristóteles ao afirmar que o Estado
nasce da natureza social do homem e não das limitações do individuo (GEGUE, 2010).
No que diz respeito à natureza do Estado, Tomás Aquino diz que o Estado é uma sociedade,
uma sociedade perfeita. Para ele, o Estado é uma sociedade porque consiste na reunião de
indivíduos que pretendem fazer coisas em comum. E diz que o Estado é uma sociedade
perfeita porque tem um fim próprio: O bem comum. O Estado tem meios suficientes para
proporcionar um modo de vida que permite a todos os cidadãos ter aquilo que necessitam
para viver como homens (GEGUE, 2010).
Quanta relação entre o Estado e a Igreja, Tomas de Aquino diz que sendo o Estado uma
sociedade perfeita, goza de perfeita autonomia; mas sendo a meta da igreja o bem
sobrenatural, este é superior ao do Estado, que é simplesmente o bem comum neste mundo. A
Igreja é uma sociedade mais perfeita, devendo, por isso, o Estado subordinar-se a da, em tudo
o que concerne ao fim sobrenatural do homem (GEGUE, 2010).
Nas mesmas ideias de Santo Agostinho, Tomás de Aquino diz que o Estado sendo uma
sociedade perfeita goza de perfeita autonomia, mas, a Igreja sendo um bem sobrenatural, é
superior ao Estado e por conseguinte, o Estado deve subordinar-se à Igreja.
7
III. CONCLUSÃO
Tendo sido desenvolvido o tema e referenciados todos os factos relacionados a Filosofia
Política na Idade Média são chegados o momento de retirar as ilações finais, pelo que
conclui-se:
8
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
STREFLING, Sérgio. R. A Filosofia Politica na Idade Média. Dissertatio Incipiens. Brasil:
Pelotas, 2016.
BIGNOTTO, Newton. O Conflito das Liberdades em Santo Agostinho. Síntese Nova fase, V.
19, n. 58, p. 3327- 359, 1992.
ÉRICA. Filosofia política na idade média. Medium, 6 jan. 2018. Disponível em:
<https://medium.com/@ergrz/filosofia-pol%C3%ADtica-na-idade-m%C3%A9dia-
4ab545e20beb>. Acesso em: 11 jun. 2023.