Fundamentos Da Enfermagem
Fundamentos Da Enfermagem
Fundamentos Da Enfermagem
Pré-Cristão
No período Pré-cristão, doenças eram tidas como um castigo de Deus ou
resultavam do poder do demônio. O tratamento consistia em aplacar as
divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios.
Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente, purgativos,
substâncias provocadoras de náuseas. Mais tarde os sacerdotes adquiriram
conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas,
delegando-lhes funções de enfermeiros e farmacêuticos.
Cristianismo
O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. Influiu
positivamente através da reforma dos indivíduos e da família. Os cristãos
praticavam uma tal caridade, que movia os pagãos: "Vede como eles se amam".
Desde o início do cristianismo os pobres e enfermos foram objeto de cuidados
especiais por parte da Igreja. Pedro, o apóstolo, ordenou diáconos para socorrerem
os necessitados.
As diaconisas prestavam igual assistência às mulheres. Os cristãos até
então perseguidos, receberam no ano 335 pelo Edito de Milão, do imperador
Constantino, a liberação para que a Igreja exercesse suas obras assistenciais e
atividades religiosas.
Houve uma profunda modificação na assistência aos doentes - os enfermos
eram recolhidos às diaconias, que eram casas particulares, ou aos hospitais
organizados para assistência a todo tipo de necessitados.
Desenvolvimento das práticas de saúde durante os períodos históricos
Abaixo segue a subdivisão dos períodos relacionados com a mudança das
práticas de saúde:
Gerencia
Equipe de
higienização
Serviço Equpe de
CLIENTE
administrativo enfermagem
Laboratório/
Farmácia/almoxar
exames de
ifado/lavanderia
diagnóstico
Fisioterapia Nutrição
Segurança
Nível de Saúde
Primário
A promoção da saúde destina-se a reduzir riscos de doenças. A saúde é
promovida por meio de ensino e educação individual, sobre o modo de vida
saudável e como prevenir e controlar doenças existentes. A prevenção envolve
identificação dos fatores de risco e sinais precoces indicadores da doença. Ex.:
Unidade Básica de Saúde, Programa de Saúde da Família.
Secundário
Para detecção e o tratamento de doença são realizados teste diagnóstico,
exame físico, cirurgia, cuidados de emergência e terapia medicamentosa. Ex.:
Hospital geral, ambulatório de especialidades.
Terciário
A reabilitação auxiliadora a pessoa a aprender ou reaprender habilidades
necessárias para viver, trabalhar e apreciar a vida. Ex.: Hospital especializado,
AACD.
Estrutura Hospitalar
De acordo com a OMS “hospital é o elemento de uma organização de caráter
médico e social, cuja sua função consiste em assegurar assistência médica
completa, curativa e preventiva a população”.
Hospital é uma organização complexa e, além das funções de acolhimento
de paciente/cliente para a prestação de cuidados simples e complexos.
Composto de diversos setores e de uma organização ampliada, uma das
equipes principais é a de enfermagem, na qual tem como maior importância no
processo de melhorias e mudanças por ser referência em durante todo período de
internação do paciente/cliente durante as 24 horas.
Objetivo do Hospital
O hospital tem como objetivo:
• Prevenção: prevenir doenças por meio de medidas de educação em
saúde a população, principalmente ambulatório;
• Restauração: restaurar a saúde por meio de medidas curativas, o que
no Brasil continua sendo função primordial;
• Educativa: por meio de reciclagem, atualização e equipe
multiprofissional;
• Pesquisa: sendo utilizado como meio para estudo científico, com
objetivo de modificar o curso da doença e obter melhores
tratamentos;
• Reabilitação: contribui na reabilitação do cliente, visando
proporcionar condições de retornar ao seu meio e a suas atividades.
Classificação
Assim como podemos dar diversos conceitos ao hospital, também
podemos classificá-lo de diversas formas, tais como:
• Geral: responsável por atender paciente/cliente portadores de
doenças variadas, com especialidades diversas.
• Especializado: limita-se a atender pacientes/clientes necessitados
de uma assistência específica.
• Público: são sustentados por recursos proveniente da arrecadação
de impostos e patrocinados pelo governo federal, estadual ou
municipal.
• Privado: operam com finalidade de obter lucros, sendo financiado por
um grupo de médicos ou outra empresa que de algum modo pretende
obter vantagens.
• Hospital-escola: são mantidos por universidades a qual são
vinculadas.
• Filantrópicos: não visam lucros, não distribuem dividendos e aplicam
seus resultados financeiros a fins da instituição.
• Ensino: recebem estudantes, são reconhecidos como campo de
estágio para diversas áreas da saúde.
Wanda Horta
Segundo Horta, nenhuma ciência pode sobreviver sem filosofia própria. Na
enfermagem, prossegue Horta, existem três seres:
• O ser enfermeiro (gente que cuida de gente);
• O ser cliente/paciente (indivíduo, família, comunidade);
• O ser enfermagem (comprometimento, compromisso).
A partir desse raciocínio, temos a enfermagem, segundo Horta, sempre
acumulando conhecimentos e técnicas empíricas, relacionadas entre si, que
procuram explicar os fatos à luz do universo natural.
Verificação da temperatura
A temperatura corporal pode ser verificada na região axilar, oral ou anal. No
entanto no ambiente hospitalar sua verificação é realizada em região axilar.
✓ Abaixo de 35ºC Hipotermia;
✓ 36,1ºC a 37,2ºC Afebril ou Normotérmico;
✓ 37,3ºC a 37,7ºC Febrícula;
✓ 37,8ºC a 38,9ºC Febril;
✓ 39,0ºC a 40.0ºC Pirexia;
✓ Acima de 40ºC Hiperpirexia;
Método:
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Realizar a assepsia do termômetro com algodão embebido em álcool á
70%;
• Em termômetros digitais zera-lo;
• Colocar o termômetro com o bulbo em contato direto com a pele na
região axilar;
• Pedir ao paciente para comprimir o braço com a mão ao ombro oposto;
• Após 3 a 5 minutos ou sinalização de termino de verificação, observar
o valor e registrar;
• Comunicar e registrar alterações;
• Realizar assepsia do termômetro.
Verificação do pulso
O pulso é a onda de contração e expansão das artérias, resultante dos
batimentos cardíacos. O valor normal em adultos é de 60 a 100 bpm.
As artérias mais utilizadas para a verificação do pulso: Radial (pulso);
Braquial (região interna do braço); Carótida (próximo a laringe); Poplítea (atrás do
joelho); Pediosa (dorso do pé).
Terminologias básicas:
✓ 60 a 100bpm Pulso normocárdico: batimento cardíaco normal;
✓ Acima de 100bpm Taquicardia: pulso acelerado, acima do valor
normal;
✓ Abaixo de 60bpm Bradicardia: frequência cardíaca abaixo do valor
normal;
✓ Pulso rítmico: os intervalos entre os batimentos são iguais;
✓ Pulso arrítmico: intervalos entre os batimentos desiguais;
✓ Pulso filiforme: fraco, quase que imperceptível.
Método:
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Manter o paciente confortável (deitado ou sentado), com o braço
apoiado;
• Colocar os dedos indicador e médio sobre a artéria, fazendo leve
pressão (o suficiente para sentir a pulsação);
• Procurar sentir bem o pulso antes de iniciar a contagem;
• Contar batimentos em período de um minuto;
• Repetir contagem, em casos de dúvidas;
• Anotar o valor e comunicar alterações.
Verificação da respiração
A respiração consiste no ato de inspirar e expirar, promovendo a troca de
gases entre o organismo e o ambiente. O valor normal é 14 a 20 rpm.
Terminologias básicas:
✓ 14 a 20 rpm Eupnéia: respiração normal;
✓ Acima de 20 rpm Taquipnéia: respiração acelerada;
✓ Abaixo de 14 bpm Bradipnéia: diminuição do número de
movimentos respiratórios;
✓ 0 rpm Apnéia: ausência de movimentos respiratórios;
✓ Dispnéia: dor ou dificuldade ao respirar;
Método:
• Deitar o paciente ou senta-lo;
• Observar os movimentos de abaixamento e elevação do tórax;
• Os dois movimentos (inspiração e expiração) somam um movimento
respiratório;
• Colocar a mão no pulso do paciente a fim de disfarçar a observação;
• Contar os movimentos respiratórios durante um minuto;
• Anotar o valor;
• Comunicar e registrar anormalidades.
Método
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Realizar assepsia das olivas e diafragma do estetoscópio;
• Manter o paciente deitado ou sentado, com o braço apoiado;
• Deixar o braço descoberto, evitando – se compressão;
• Colocar o manguito 4 cm acima da prega do cotovelo, prendendo-o
sem apertar demasiado, nem deixar muito frouxo;
• Não deixar as borrachas se cruzarem para não ocorrer alterações;
• Colocar o manômetro de modo que fique bem visível;
• Localizar com o dedo indicador e médio, a artéria braquial;
• Colocar o estetoscópio no ouvido;
• Fechar a válvula de ar e insuflar rapidamente até 180 ou 200 mmHg;
• Abrir vagarosamente a válvula, observando o manômetro, os pontos
em que são ouvidos os primeiros batimentos;
• Observar o ponto em que houve desaparecimento dos sons;
• Retirar todo o ar do manguito, remove-lo e deixar o paciente
confortável;
• Anotar os valores;
• Comunicar e anotar alterações;
• Realizar assepsia das olivas e diafragma do estetoscópio;
• Manter materiais em ordem.
Dor
A dor é um fenômeno multidimensional, e, caracterizá-la como tal significa
observar e avaliar a experiência nas suas várias dimensões, quais sejam:
neurofisiológica, pois envolve mecanismos de ativação dos receptores periféricos;
psicossocial, considerando a influência emocional positiva e negativa sobre o
indivíduo; cognitivo cultural, relacionando-a a crenças, significados e
comportamentos prévios a dor; comportamental, pois estressores situacionais, de
desenvolvimento profissional e pessoal podem exercer influência sobre o limiar da
dor; e sensorial, relativas às características semiológicas da mesma.
Sua avaliação é aplicada através de algumas escalas. São elas:
• Escala qualitativa: O paciente deve classificar a sua dor como: sem
dor, dor leve, dor moderada, dor intensa, dor insuportável.
• Escala numérica: Consiste em uma régua, dividida em onze partes
iguais, numeradas de 0 a 10. O paciente deve apontar a intensidade
da sua dor. O nível 0 corresponde à ausência de dor, e o nível 10
significa a pior dor imaginável.
• Escala de faces: Na escala de faces o doente classifica a intensidade
da sua dor de acordo com a expressão representada em cada face
desenhada. A expressão de felicidade corresponde à classificação
"sem dor" e a expressão de máxima tristeza corresponde à
classificação "dor máxima".
• Escala comportamental: Para a aplicação desta escala o paciente é
questionado sobre sua lembrança de dor em relação a suas
atividades diárias, o qual atribui uma nota:
➢ Zero - Dor ausente ou sem dor;
➢ Três - Dor presente, havendo períodos em que é esquecida;
➢ Seis - A dor não é esquecida, mas não impede exercer
atividades da vida diária;
➢ Oito - A dor não é esquecida, e atrapalha todas as atividades
da vida diária, exceto alimentação e higiene;
➢ Dez - A dor persiste mesmo em repouso, está presente e não
pode ser ignorada, sendo o repouso imperativo.
Medidas antropométricas
É o ato de verificar peso e altura. Sua finalidade é acompanhar o
crescimento pondo-estatura e detectar variações patológicas do equilíbrio entre
peso e altura.
Infecção Hospitalar
É uma infecção adquirida durante a internação do paciente-cliente. Pode se
manifestar durante a internação ou mesmo após alta hospitalar. A infecção
hospitalar está associada com a hospitalização ou com procedimentos
hospitalares.
Tipos de infecções
Endógena
Pode ocorrer quando parte da flora natural do paciente sofre alterações,
convertendo-se em patógenos por modificação de sua estrutura. Exemplo:
candidíase vaginal.
Exógena
Resulta de microrganismos externos ao indivíduo que não fazem parte da
flora natural. Exemplo: bactérias, vírus, fungos, entre outros.
Modo de transmissão
1- Contato
• Direto: transferência física direta de um indivíduo infectado e um
hospedeiro susceptível. Exemplo: manusear um paciente infectado e
logo em seguida manipular outro sem lavar as mãos (infecção
cruzada).
• Indireto: contato pessoal do hospedeiro susceptível com objetos
inanimados contaminados. Exemplo: agulhas, roupas de camas,
fômites (comadres, papagaios), entre outros.
Exemplos de doenças que necessitam isolamento de contato:
Infecções por bactérias multirresistentes; Clostridium difficile;
Difteria cutânea; Enterovírus; Hepatite A; Herpes simples; herpes
zoster; Escabíose; Pediculose; Shigell; Febre hemorrágica (Ébola);
entre outros.
2. Gotículas: São transmitidas em via respiratória por partículas >5 micras, e
são transmitidas por fala, tosse ou espirro. Exemplo: meningite bacteriana,
Influenza, Parotidite, Rubéola.
3. Aerossol: São transmitidas em via respiratória por partículas < 5 micras,
onde permanecem suspensas no ar ou ressecadas no ambiente e são
transmitidas por fala, tosse ou espirro. Exemplo: tuberculose pulmonar ou
laríngea; sarampo; varicela.
Precaução e Isolamento
O objetivo básico de um sistema de precauções e isolamento é a prevenção
da transmissão de um microrganismo de um paciente portador, são ou doente,
para outro paciente, tanto de forma direta ou indireta.
Esta prevenção abrange medidas referentes aos pacientes, mas também
aos profissionais de saúde. É recomendada para todas as situações, independente
da presença ou ausência de doença transmissível comprovada.
Microbiota residente
A microbiota residente, que está aderida às camadas mais profundas da
pele, é mais resistente à remoção apenas com água e sabonete. As bactérias que
compõem está microbiota (por exemplo, estafilococos coagulase-negativos e
bacilos difteróides) são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por
contato.
As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente
colonizadas por microrganismos patogênicos (como Staphylococcus aureus,
bacilos Gram-negativos ou leveduras) que, em áreas críticas como unidades de
terapia intensiva (UTI’s) e unidades com pacientes imunocomprometidos e
pacientes cirúrgicos, podem ter um importante papel adicional como causa de
infecção relacionada à assistência à saúde.
Sabonete comum
O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contém em
baixas concentrações, funcionando apenas como conservantes. Os sabonetes
para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob várias formas: em
barra, em preparações líquidas (as mais comuns) e em espuma. Favorecem a
remoção de sujeira, de substâncias orgânicas e da microbiota transitória das
mãos pela ação mecânica.
Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota
transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente
para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades práticas nos
serviços de saúde.
Agentes antissépticos
Os agentes antissépticos utilizados para a higienização das mãos devem
ter ação antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser
tóxicos, alergênicos ou irritantes para a pele. Recomenda-se que sejam agradáveis
de utilizar, suaves e, ainda, custo-efetivos.
Álcool
O modo de ação predominante dos álcoois consiste na desnaturação e
coagulação das proteínas. Outros mecanismos associados têm sido reportados,
como a ruptura da integridade citoplasmática, a análise celular e a interferência no
metabolismo celular.
A coagulação das proteínas, induzida pelo álcool, ocorre na parede celular,
na membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas. Essa interação
do álcool com as proteínas levantou a hipótese da interferência de sujidade
contendo proteínas na antissepsia e desinfecção.
Os álcoois têm rápida ação microbicida quando aplicados à pele, mas não
têm atividade residual apreciável. Entretanto, a recolonização bacteriana na pele
ocorre lentamente após o uso de antisséptico à base de álcool nas mãos. A adição
de clorexidina, octenidina ou triclosan à solução alcoólica pode resultar em
atividade residual.
As preparações alcoólicas não são apropriadas quando as mãos estiverem
visivelmente sujas ou contaminadas com material proteico. Os álcoois podem
prevenir a transferência de patógenos hospitalares.
Em um estudo, bacilos Gram-negativos foram transferidos da pele
colonizada de um paciente a um pedaço de material de cateter, por meio das mãos
de enfermeiros, em 17% das vezes após fricção das mãos com preparação
alcoólica.
Em contraste, a transferência dos agentes ocorreu em 92% das vezes em
que se utilizou a higienização das mãos com água e sabonete comum. Este
modelo experimental indica que, quando as mãos estão contaminadas, friccioná-
las com produto alcoólico pode prevenir a transmissão de patógenos com maior
efetividade do que higienizar as mãos com água e sabonete comum
(EHRENKRANZ; ALFONSO, 1991).
Clorexidina
O gluconato de clorexidina, bis-biguanida catiô- nica, foi desenvolvido na
Inglaterra no início dos anos 1950 e introduzido nos EUA nos anos 70. A base
clorexidina é pouco solúvel em água, mas a forma digluconato é solúvel em água.
A atividade antimicrobiana da clorexidina provavelmente é atribuída à
ligação e subsequente ruptura da membrana citoplasmática, resultando em
precipitação ou coagulação de proteínas e ácidos nucléicos.
A atividade antimicrobiana imediata ocorre mais lentamente que a dos
álcoois, sendo considerada de nível intermediário; seu efeito residual, porém, pela
forte afinidade com os tecidos, torna-o o melhor entre os antissépticos
disponíveis.
A clorexidina apresenta boa atividade contra bactérias Gram-positivas,
menor atividade contra bactérias Gram-negativas e fungos, mínima atividade
contra micobactérias, e não é esporicida.
O gluconato de clorexidina tem sido incorporado às várias preparações de
higienização das mãos. Formulações aquosas ou detergentes contendo 0,5%,
0,75% ou 1% de clorexidina são mais efetivas que sabonetes não associados a
antissépticos, mas menos efetivas que soluções detergentes contendo gluconato
de clorexidina a 4%.
As preparações com gluconato de clorexidina a 2% não apresentam
diferenças significativas de atividade antimicrobiana comparadas àquelas
contendo 4% de clorexidina.
A clorexidina tem efeito residual importante, em torno de seis horas. A
adição de baixas concentrações desse antisséptico (0,5% a 1%) às preparações
alcoólicas resulta em atividade residual dessas formulações proporcionada pela
clorexidina.
O uso de clorexidina para a higienização das mãos nos serviços de saúde é
seguro e a absorção pela pele é mínima, senão nula. A ocorrência de irritação na
pele é concentração-dependente, com probabilidade maior para produtos que
contém 4% de clorexidina e quando utilizados com frequência na higienização das
mãos, sendo que reações alérgicas são raras.
Triclosan
O triclosan, cujo nome químico é éter 2,4,4’-tricloro-2’-hidroxidifenil, é um
derivado fenólico, introduzido em 1965. É incolor, pouco solúvel em água, mas
solúvel em álcool e em detergentes aniônicos.
A ação antimicrobiana do triclosan ocorre por sua difusão na parede
bacteriana, inibindo a síntese da membrana citoplasmática, ácido ribonucléico,
lipídios e proteínas, resultando na inibição ou morte bacteriana. Estudos recentes
indicam que a atividade antimicrobiana é decorrente da sua ligação ao sítio ativo
da redutase proteica enoil-acil, bloqueando a síntese lipídica.
Este antisséptico tem amplo espectro de atividade antimicrobiana, sendo
bacteriostático com concentrações inibitórias mínimas (CIM) entre 0,1 a 10 µg/ ml;
entretanto, as concentrações bactericidas mínimas são de 25-500 µg/ml por 10
minutos de exposição.
A atividade bactericida é maior contra bactérias Gram-positivas, incluindo
MRSA, do que contra bactérias Gram-negativas, particularmente a Pseudomonas
aeruginosa. Possui atividade razoável contra micobactérias e Candida spp., mas é
limitada contra fungos filamentosos, como Aspergillus spp., cuja CIM é 100 µg/ml
Detergentes contendo triclosan em concentrações menores que 2% são
geralmente bem tolerados, sendo que em concentração de 1% apresentou menos
problemas na pele do que os produtos à base de iodóforos e solução alcoólica a
70% contendo clorexidina a 4%.
Indicação
Uso de água e sabonete: As mãos devem ser higienizadas com água e sabonete
nas seguintes situações:
• Quando estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e
outros fluidos corporais.
• Ao iniciar e terminar o turno de trabalho.
• Antes e após ir ao banheiro.
• Antes e depois das refeições.
• Antes de preparar alimentos.
• Antes de preparar e manipular medicamentos.
• Antes e após contato com paciente colonizado ou infectado por Clostridium
difficile.
• Após várias aplicações consecutivas de produto alcoólico.
• Nas situações indicadas para o uso de preparações alcoólicas.
Uso de preparações alcoólicas: A higienização das mãos deve ser feita com
preparação alcoólica (sob a forma gel ou líquida com 1%-3% de glicerina) quando
estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:
• Antes de ter contato com o paciente.
• Após ter contato com o paciente.
• Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos
invasivos.
• Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não
requeiram preparo cirúrgico.
• Após risco de exposição a fluidos corporais.
• Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o
cuidado ao paciente.
• Após ter contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente
próximas ao paciente.
• Antes e após a remoção das luvas.
Uso de agentes antissépticos: Estes produtos associam detergentes com
antissépticos e se destinam à higienização antisséptica das mãos e à degermação
da pele das mãos.
Higiene das Mãos: Evitar infecções hospitalares promovendo uma correta higiene
das mãos pelos profissionais. A higienização das mãos é um procedimento básico
essencial na prevenção de infecções. É uma medida simples que compreende a
lavagem de mãos com água e sabão ou higienização com formulação alcóolica.
Reduzir quedas e lesão por pressão: Evitar quedas e lesões por pressão nos
ambientes hospitalares, garantindo uma assistência de qualidade. O importante é
evitar que a queda aconteça. O desenvolvimento de lesão por pressão é um
indicador de qualidade da assistência, por isso, as instituições que controlam este
indicador elaboram protocolos de prevenção.
Restrição no Leito
São meios utilizados para conter ou limitar os movimentos do paciente para
seu benefício ou segurança. Seus objetivos são: proteger o paciente contra lesão,
trauma e deslocamento de cateteres/dispositivos; evitar danos à integridade da
equipe e de outros pacientes; e auxiliar nos exames e tratamentos.
Os meios de restrição são:
• Contenção mecânica é a utilização de dispositivos para imobilizar.
• Contenção física é a utilização de um ou mais membros da equipe para
conter o paciente;
• Contenção química é a utilização de medicamentos para controlar o
comportamento do paciente.
Os materiais para restrição Mecânica são:
• Atadura;
• Lençóis;
• Algodão ortopédico;
• Loção ou creme hidratante;
• Esparadrapo ou fita hipoalergênica.
O método consiste em:
• Lavar e secar a área a ser restringida;
• Aplicar loção ou creme hidratante se a área estiver ressecada;
• Dobrar a compressa de algodão em três e enrolar ao redor do punho ou
tornozelo do paciente;
• Realizar a restrição e prender as pontas na cama do paciente.
Conforto do Paciente
Meios utilizados para dar conforto físico e segurança do paciente acamado.
As complicações decorrentes são: complicações Circulatórias; complicações
Gastrintestinais; complicações Respiratórias, e complicações do Sistema
Tegumentar.
Coxins: podemos utilizar coxins para auxiliar e melhorar o posicionamento do
paciente acamado.
Travesseiros: devem ser colocados para elevar o tronco do paciente colocando a
mão sob o ombro, no lado oposto. Afofar o travesseiro e recoloca-lo com cuidado.
Suporte para os pés: colocado perpendicularmente ao colchão, paralelo e em
contato com a região plantar do paciente, com a finalidade de evitar o pé equino
ou queda plantar.
Mudança de Decúbito
De modo geral, os pacientes acamados preferem o decúbito dorsal e assim,
permanecem quando não são estimulados ou auxiliados a se movimentarem. No
entanto, devem ser mudados de posição frequentemente, sendo indicada a
mudança a cada 2 horas.
Com a mudança de decúbito, é importante proceder-se à massagem de
conforto para melhorar a circulação e evitar as lesões por pressão. Para estimular
a circulação e musculatura do paciente, podemos também utilizar movimentos
ativos e passivos.
Os objetivos são: descomprimir a área sobre a proeminências ósseas;
prevenir a fadiga; manter o tônus muscular; ativar a circulação; prevenir
complicações pulmonares, lesões, lesões por pressão; reduzir o risco de hipóxia
tissular; e promover conforto.
Os materiais utilizados são: travesseiro; coxins; e luvas de procedimento, e
o método consiste em:
• Lavar as mãos;
• Calçar as luvas;
• Solicitar ajuda de um colega, se necessário;
• Identificar-se para o paciente;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Parar a infusão de dieta por SNE (sonda nasoenteral), caso o paciente
estiver em uso da mesma;
• Abaixar a cabeceira da cama (caso não haja contraindicação);
• Colocar o paciente em decúbito lateral;
• Para mover um paciente imóvel, é necessário flexionar os joelhos de
forma que não fiquem próximos ao colchão;
• Colocar uma mão sobre os quadris do paciente e outra mão sobre os
ombros;
• Se necessário, eleve o paciente em direção a cabeceira;
• Colocar um travesseiro sob a cabeça e pescoço do paciente;
• Colocar os braços em posição ligeiramente flexionados. O braço
superior deve ser apoiado sobre um travesseiro ao nível do ombro e o
braço inferior deve ser apoiado no colchão;
• Colocar apoio no dorso do paciente;
• Colocar travesseiro entre as pernas semiflexionadas na altura dos
quadris;
• Manter grades laterais elevadas;
• Manter as contenções mecânicas, se o paciente estiver usando;
• Reiniciar a infusão da dieta por SNE, se o paciente estiver usando;
• Anotar o procedimento realizado com as observações e checar a
prescrição de enfermagem.
Massagem de Conforto
A massagem de conforto é realizada para melhorar a circulação corporal do
paciente e evitar hiperemia tecidual e lesões por pressão. Os objetivos são:
estimular a circulação; proporcionar relaxamento muscular, conforto, bem-estar;
e prevenir lesões por pressão.
Os materiais utilizados são creme hidratante e luvas de procedimento, e o
método consiste em:
• Verificar as contraindicações para a massagem de conforto (fraturas
vertebrais ou costelas, queimaduras ou feridas abertas);
• Verificar o produto a ser utilizado, conforme a prescrição de
enfermagem;
• Higienizar as mãos e reunir o material;
• Identificar-se para o paciente;
• Explicar o procedimento;
• Abaixar a cabeceira da cama e posicionar o paciente em decúbito lateral
(direito ou esquerdo) ou ventral;
• Parar a infusão de dieta por SNE (sonda nasoenteral), caso o paciente
estiver em uso da mesma;
• Descobrir a região do dorso até as nádegas;
• Calçar as luvas, a seguir, coloque uma pequena quantidade de hidratante
nas mãos;
• Iniciar o deslizamento das mãos, na região dorsal inferior e central,
coluna vertebral, ombros até o deltoide, retornar para a superfície lateral;
• Manter sempre as mãos sobre a pele do paciente e fazer deslizamentos
suaves;
Higiene Oral
É a remoção mecânica de sujidade para garantir a limpeza da cavidade oral.
Na cavidade oral existem microrganismos, portanto assegurar uma frequente e
rigorosa higienização oral contribui para a conservação dos dentes e para uma
saudável condição bucal.
A higiene oral deve ser realizada pela manhã, após as refeições e sempre
que necessário, ou seja, no mínimo 3 vezes ao dia.
Os materiais utilizados são: escova de dente macia ou espátula com gaze;
creme dental e/ou solução antisséptica bucal; copo de água; canudo plástico;
toalha de rosto; cuba-rim; luvas de procedimento.
O método consiste em:
• Higienizar as mãos e reunir o material;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Colocar o paciente em posição de Fowler, e na impossibilidade
lateralizar a cabeça;
• Calar luvas de procedimentos;
• Colocar a toalha sobre o tórax do paciente;
• Colocar creme dental na escova de dentes ou umedecê-la com solução
antisséptica;
• Escovar os dentes do paciente com movimentos circulares sempre no
sentido a raiz para a coroa;
• Oferecer um copo com água para o paciente realizar bochechos (se
necessário, ofereça um canudo);
• Colocar a cuba-rim abaixo da mandíbula do paciente para que ele possa
esvaziar o conteúdo da boca;
• Enxugar os lábios e a região perilabial do paciente;
• Recolher o material e manter a unidade em ordem;
• Anotar no prontuário o procedimento realizado e intercorrências.
Higiene íntima
Compreende a limpeza dos órgãos genitais externos, feminino ou masculino
e região anal. Deve ser feita pelo menos a cada 6 horas no paciente acamado,
poupando a madrugada, ou seja, ser feita 3 vezes ao dia.
Geralmente, é feita pela manhã, junto ao banho, à tarde e à noite, antes do paciente
dormir ou após episódios de micção ou evacuação. Ressaltamos que, em
pacientes com SVD (sonda vesical de demora), a higiene íntima deve ser realizada
criteriosamente a cada 6 horas.
Devem ser observados: nódulos, corrimentos, mudanças de cor na região,
entre outros, caso ocorram, comunique ao enfermeiro e anote-os no prontuário.
Os materiais utilizados são: jarro com água morna; comadre; cuba pequena
com bolas de algodão e sabão líquido (se possível); luva de banho, se necessário;
luvas de procedimento; toalha; biombo.
O método consiste em:
• Higienizar as mãos;
• Reunir material e avisar o paciente;
• Colocar o paciente no caso de mulheres em posição ginecológica e no
caso de homens em decúbito lateral dorsal horizontal com os MMII
(membros inferiores) ligeiramente afastados, proteja a região genital
com lençol;
• Forre a cama com a toalha sob as nádegas;
• Calçar as luvas;
• Coloque a comadre;
• Expor a região pubiana; nas mulheres realize a higiene da vulva e períneo
com bolas de algodão, ou pano de banho com movimentos da região
pubiana para a perianal, nos homens exponha a glande, contraindo o
prepúcio, higienizando o corpo do pênis, a seguir a bolsa escrotal com
suavidade sempre no sentido pubiano para região perianal;
• Irrigar a região pubiana com água morna, enxaguando todo o sabão;
• Retirar a comadre, enxugar a região e cobrir o paciente;
• Lavar e guardar o material;
• Higienizar as mãos e fazer anotações no prontuário.
Banho no leito
O banho no leito é um procedimento realizado diariamente com o paciente
hospitalizado, os pacientes que deambulam são encaminhados ao banho de
chuveiro, este é denominado de banho de aspersão, pode ainda ser realizado em
cadeira de banho (quando há limitação dos membros inferiores).
Corrosivo para
metais;
Ação reduzida
Compostos Baixo custo;
Desinfecção de na presença de
clorados Ação rápida;
superfícies fixas; matéria
inorgânicos É bactericida,
Equipamentos de orgânica;
(sódio, cálcio e tuberculocida e
diálise Irritante para
lítio) esporicida.
pele e mucosas;
Odor
desagradável.
Age na presença
de matéria Irritante para
Compostos
Descontaminaçã orgânica; pele e mucosa;
clorados
o de superfícies É bactericida, Mancha roupas
orgânicos
virucida, e carpetes;
tuberculocida e
esporicida;
Apresentação
em pó;
Não pode ser
usado para
desinfetar
instrumentos;
Pisos, paredes e
Soluções
mobílias;
Não corrosivo; diluídas podem
Quaternário de Usado em
Não toxico; crescer
amônio ambientes de
Pouco irritante microrganismos;
nutrição e
Ação reduzida
neonatologia
na presença de
matéria
orgânicas;
Corrosivo;
mobília; usado em
de limpeza Os ductos de ar
o de materiais o
Baixa toxicidade
Usado em
humana e Pode causar
Quaternário de limpeza de
ambiental irritação dérmica
amônio ambiente,
Amplo espectro Pode danificar
combinado com equipamento,
Baixa borracha
Polihexametilen mobiliários e
volatilidade e sintética,
o Biguanida próximos ao
corrosividade cimento e
(PHMB) paciente nas
Baixo odor alumínio
instituições.
Fácil manuseio
na forma de
espuma
Técnica de Limpeza:
Como falado anteriormente, para a realização de desinfecção deve ser feito
uma limpeza anteriormente.
Não importa a superfície, se cama, mesa de cabeceira, equipamentos, entre
outros, a técnica de limpeza deve seguir o mesmo princípio.
A equipe de higienização que fica sobe responsabilidade da hotelaria, realiza a
limpeza de chão, parede, teto, banheiro, realizam a retirada de resíduos.
A equipe de enfermagem realiza a higiene de equipamentos e mobiliários,
como cama, mesa de cabeceira, monitor cardíaco, bomba de infusão, entre outros
equipamentos.
Em algumas instituições a hotelaria hospitalar, pode realizar algumas
higienizações, como higiene do leito por troca, durante a troca de roupa de cama
por exemplo.
Material:
- Pano limpo;
- Produto pronto uso padronizado pela instituição
- Luvas de Procedimento
Ou Para realizar desinfecção
com álcool a 70%, deverá
- Álcool 70% ser realizado limpeza
simples (água e sabão)
Fazendo a limpeza...
- Separe o material necessário;
- Calce as luvas de procedimento;
- Aplique o produto em no plano limpo umedecendo o mesmo;
- Passe o pano umedecido em movimento único (não fazer movimentos de vai
e vem);
- Após terminar o procedimento, descarte as luvas de procedimento e
higienize as mãos.
Resíduo de Serviço de Saúde
No Brasil, temos uma lei que estabelece a Política Nacional de Resíduos
Sólidos, o marco foi em 02 de agosto de 2010, apresenta uma visão moderna na
luta contra um dos maiores problemas do nosso planeta: o resíduo (lixo) urbano.
Essa nova lei tem como objetivo a responsabilidade compartilhada envolvendo o
governo, empresas e a população, cuja função é alavancar o retorno dos produtos
às industrias após o consumo e obrigar o poder público a realizar planos para a
gestão do resíduo, com mudanças importantes.
Um dos passos mais importantes na história, foi em a publicação da RDC
ANVISA nº 306, de 07 de dezembro de 2004, alinhada a resolução do CONAMA
nº358, de abril de 2005. Ambas legislações, dispões o regulamento técnico para o
gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.
o Epidural;
o Intratecal;
o Intraóssea;
o Intraperitoneal;
• Tópica: são medicamentos aplicados na pele e na mucosa;
• Via Inalatória: são medicamentos prontamente absorvidos e atuam
rapidamente devido a rica vascularização alveolocapilar.
• Via Intraocular: o medicamento é injetado diretamente no olho.
Administração de medicação
Administração oral
Os pacientes normalmente são capazes de ingerir ou se autoadministrar
medicamentos orais, sem quase nenhum problema. A via oral é uma das vias
mais fáceis e desejadas de uso medicamentoso. Porém o ácido estomacal, tem
como efeito atrasar o medicamento e diminuir o seu efeito, por esse motivo, é
recomendado, fazer a ingestão do medicamento oral de 30 minutos a 1 hora
antes das refeições, para melhor ação terapêutica. Por outro lado, algumas
medicações orais, devem ser ingeridas junto com alimentos.
Existem alguns casos que contraindicam uso de ingestão de medicamentos
orais, por exemplo, pacientes acamados que fazem uso de sondagem
nasoenteral ou gastrostomia.
Aplicação tópica
São aquelas aplicadas localmente, mais frequente em pele íntegra. Esses
medicamentos apresentam diferentes formas e podem ser aplicados em
mucosas.
Aplicação cutânea
Medicação localmente aplicadas, como loções, cremes, pomadas, geram
efeitos sistêmicos e locais.
Instilação nasal
Alguns pacientes com alterações do seio nasal, em alguns momentos
necessitam receber medicamento por meio de spray, gotas ou tampões.
Administração parenteral
A administração de medicamentos parenterais, como já falado
anteriormente, são aquelas medicações administradas por meio de injeções.
Existem alguns tipos de vias injetáveis e cada uma delas requer uma técnica
asséptica a fim de evitar infecções. Para cada via injetável existe uma seringa
mais indicada, assim como um tipo de agulha também. Vamos falar sobre elas?
Técnica:
- Higienizar as mãos;
- Reunir material necessário;
- Selecionar o local a ser puncionado;
- Colocar o membro em hiperextensão;
- Calçar as luvas de procedimento;
- Colocar o garrote no membro selecionado aproximadamente 4 cm do
local a ser puncionado;
- Realize a antissepsia do local em técnica centrifuga ou caracol (do
centro para a periferia aproximadamente 5 cm) com algodão ou gaze embebida
em álcool 70%;
- Posicione o cateter agulhado ou flexível com o bisel para cima;
- Introduza na veia selecionada em ângulo de 30 a 45º, apresentando
retorno venoso, solte o garrote;
- Em caso de utilizar cateter flexível, pressione a parte superior do vaso,
retire a agulha, conecte a dânula ou outro conector;
- Realize a fixação do dispositivo;
- Salinize o acesso;
- Coloque a etiqueta da identificação com nome do profissional, data da
punção e calibre do dispositivo utilizado na punção;
- Retire as luvas;
- Higienize as mãos e recolha o material.
Nutrição Enteral
O alimento poderá ser administrado por diversas vias. A nutrição enteral
pode ser administrada por via oral (suplementos alimentares) ou por sondas
(enterais, gastrostomia/jejunostomias).
A sonda enteral poderá ser posicionada no estômago, duodeno ou jejuno, já
as ostomias podem ser realizadas no estômago ou jejuno.
Método
Para cada uma dessas vias, devemos ter cuidados específicos, que
abordaremos a seguir.
• Lavagem das mãos antes e após o procedimento.
• Limpeza com álcool e gaze nas junções da sonda e equipo antes de
instalar a dieta.
• Manter a sonda fixa na pele, com esparadrapo antialérgico.
• Não tracionar a sonda enteral.
• Observar a marcação ou numeração da sonda diariamente (para garantir
que não saiu do lugar).
• Fornecer a dieta sempre com cabeceira elevada ou sentado.
• Lavar a sonda com 20 ml de água filtrada após dietas ou medicações.
• Após as dietas, manter paciente sentado ou com a cabeceira elevada por
pelo menos 30 minutos ou a critério médico.
• Diluir bem as medicações, antes de administrar.
• Trocar o equipo da dieta 1 vez por semana.
Complicações da NP
As complicações da NP ocorrem em aproximadamente 5% dos pacientes e
são classificadas:
• Mecânicas: pneumotórax, hemotórax, embolia gasosa, trombose venosa e
ruptura do cateter;
• Metabólicas: hiperglicemia; hipopotassemia, hipomagnesemia,
hipofosfatemia, esteatose hepática, produção excessiva de CO2 e
deficiência de ácidos graxos;
• Infecciosas: sepse relacionada ao cateter venoso central (CVC),
tromboflebite séptica e predisposição às infecções em geral.
Transfusão autóloga
O sangue do paciente pode ser armazenado para uma transfusão posterior.
O paciente pode doar uma unidade a cada 3 ou 4 dias até 3 dias antes de sua
cirurgia, desde que a concentração de hemoglobina seja superior a 11g/dl.
A transfusão autóloga elimina os riscos de alo imunização, de reações
transfusionais, de doenças, constituindo -se na opção transfusional mais segura.
Transfusão Homologa
Opção mais comum, são hemoderivados de doadores voluntários e são
distribuídos por pacientes aleatórios, de acordo com a sua necessidade.
Transfusão Direcionada
Os hemoderivados são doados por uma pessoa para serem transfundidos em
um receptor específico.
Triagem de Hemoderivados
Cuidados Padrão
• Acompanhar os resultados do hemograma e comunicar o médico para
que possa solicitar o hemoderivado adequado com base no estado do
paciente;
• Conseguir assinatura do consentimento formal;
• Contatar o banco de sangue com o pedido médico e certificar-se que o
hemoderivado será administrado no momento adequado;
• Estabelecer o AVP com hidratação IV compatível;
• Utilizar um conjunto de administração apropriado, filtro aquecedor, etc;
• Aferir SSVV;
• Certificar-se de que o hemoderivado a ser administrado é o correto e no
paciente correto;
• Transfundir em velocidade prescrita, durante o período prescrito,
conforme tolerado pelo paciente;
• Esta atento as reações agudas, alergias, picos febris, sinais se sepse,
hemolíticas, embolia gasosa e sobrecarga circulatória pela
determinação de SSVV, sons respiratórios, edema, rubor, urticárias,
vômitos, cefaleia e dor nas costas;
• Notificar médico sobre qualquer reação ou anormalidades;
• Estar ciente das reações tardias e orientar o paciente sobre os riscos e
o que deve ser observações: reação hemolítica, sobrecarga de ferro,
doença enxerto-versus-hospedeiro, hepatite e outras doenças
infecciosas;
Sangue Total
Consiste em eritrócito, plasma, proteína plasmática e cerca de 60ml de
solução anticoagulante/conservante em um total de aproximadamente 500ml. É
indicada para perda de sangue aguda e maciça superior a 1.000ml;
Concentrado de hemácias
Consiste em eritrócito, uma pequena quantidade de plasma e cerca de
100ml de solução anticoagulante/conservante para um total de 250 a
300ml/unidade.
É indicada para restauração ou manutenção da oxigenação orgânica
adequada com expansão mínima do volume sanguíneo.
Administração de hemoderivados
Material
• Garrote;
• Antisséptico cutâneo;
• Cateter venoso;
• Equipo para infusão de sangue em Y;
• Filtro de 170µ;
• Soro Fisiologico 0,9%;
• Hemoderivados conforme prescrição médica.
Procedimento
Nessa unidade vamos falar sobre a forma correta para coleta de exames e
posicionamento correto para exames e procedimentos cirúrgicos.
Material:
• Garrote;
• Algodão ou gaze;
• Antissépticos: álcool 70% ou Clorexidina alcoólico 0,5% ou PVPI alcoólico;
• Frasco de hemocultura (frasco adulto ou pediátrico)
• Agulha e seringa (ou conjunto de scalp e dispositivo de coleta a vácuo)
• Luva de procedimento
Técnica de coleta:
• Higienizar as mãos;
• Preparar o material, dispor a etiqueta de identificação no frasco, anotando o
nome do paciente, leito, data, hora e local de coleta, imediatamente ao
procedimento. ATENÇÃO: Não colar a etiqueta de identificação sobre o código de
barras do frasco.
• Limpar a tampa de borracha com algodão embebido em álcool 70%. Manter
o algodão sobre o frasco até o momento da punção ou proceder conforme as
instruções do fabricante.
• Escolher o melhor local de punção para a coleta de sangue. Colocando o
garrote e apalpando livremente as veias do paciente para escolher a mais calibrosa
e menos móvel. Soltar o garrote.
• Fazer a antissepsia com clorexidina alcoólico 0,5%, friccionando a pele em
círculos semiabertos a partir do ponto a ser puncionado. Secar por 30 segundos.
Em seguida, aplicar novamente clorexidina alcoólico 0,5% utilizando novo algodão
ou gaze. Esperar cerca de 30 segundos para secar, repetir o procedimento por mais
uma vez e aguardar secar.
Swab retal:
• Usar swab de algodão, certificando-se de que a ponta da haste que suporta
o algodão está bem revestida.
• Umedecer o swab em salina estéril (não usar gel lubrificante) e inserir no
esfíncter retal, fazendo movimentos rotatórios.
• Ao retirar, certifique-se que existe coloração fecal no algodão. O número de
swabs depende das investigações solicitadas.
• Identificar a amostra e enviar ao laboratório no intervalo de 30 minutos ou
utilizar o meio de transporte fornecido.
• Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto
fizer a higiene e coleta do material.
• No caso de menstruação ou na presença de corrimento, remover a secreção
visível com gaze e colocar um tampão de gaze durante a coleta.
• Usar uma gaze embebida em sabão, lavar de frente para trás e certificar-se
que está limpando por entre as dobras, o melhor possível. Iniciar pela região Peri
uretral, introito vaginal, seguindo pelos pequenos e grandes lábios e concluindo pela
região perineal (não alcançando a região anal).
• Enxaguar com uma gaze umedecida, sempre no sentido de cima para baixo,
para limpeza e remoção do sabão. Repetir mais duas vezes esse procedimento.
• Secar com outra gaze.
• Continuar afastando os grandes lábios e pedir para a paciente urinar. O
início do jato urinário deve ser desprezado na cuba ou comadre. Sem interromper a
micção, colher o jato médio urinário no frasco estéril (até a metade do frasco).
• Desprezar o jato final na cuba ou comadre.
• Após o término, fechar bem o frasco. Remover o tampão (se usado).
• Levar o frasco para o laboratório (ou colocar no isopor com gelo).
Transporte de urina:
Escarro:
É um exame que auxilia no diagnóstico de pesquisa do bacilo de Kock: BK
(bacilo da tuberculose). Para a pesquisa de BK, são colhidas 2 amostras de
escarros uma no momento do diagnóstico e outra no dia seguinte.
Material:
• Bandeja;
• Recipiente com tampa;
• Etiqueta: contendo nome completo do paciente, registro hospitalar, quarto,
leito, tipo de material coletado, e se necessário, número da amostra coletada.
Técnica:
• Higienizar as mãos;
• Reunir todo material necessário;
• Identifica-lo com os dados já especificados;
• Levar o material para o quarto do paciente (uma amostra por dia);
• Explicar o procedimento para o paciente;
• Peça para o paciente tossir e expectorar profundamente;
• Colher o material no recipiente;
• Higienizar as mãos;
• Organizar o setor;
• Realizar anotação de enfermagem no prontuário.
Coleta de Sangue:
Geralmente é realizada antes do desjejum. A amostra é colhida através de
punção venosa e colocada em um recipiente apropriado de acordo com a natureza
do exame: tubos de ensaio, tubos esterilizados, frascos com meio de cultura,
frascos com anticoagulantes.
Exemplos:
Material:
• Seringa de 05 ou 10ml, de acordo com o tipo de exame solicitado;
• Agulha estéril apropriada para punção venosa;
• Algodão com álcool;
• Garrote;
• Recipiente coletor identificado;
• Luvas de procedimento.
Método:
Material:
• Bandeja;
• Frasco com fitas reagentes;
• Luvas de procedimento;
• Algodão e álcool 70-%;
• Glocozimetro;
• Lanceta ou agulha 13x4,5.
Método:
• Reunir todo material necessário em uma bandeja;
• Explicar o procedimento ao paciente;
• Higienizar as mãos;
• Colocar as luvas;
• Introduzir a fita reagente no glocozimetro;
• Fazer antissepsia local com algodão embebido em álcool 70% e esperar
evaporação dele, somente após a evaporação puncionar a lateral do dedo (polpa);
• Colocar uma gota de sangue no local indicado na fita reagente;
• Aguardar o resultado;
• Desprezar a lanceta.
• Higienizar as mãos;
• Anotar o resultado (Ex: 120 mg/dl –miligrama por decilitro).
Lavagem Intestinal:
A lavagem intestinal consiste no processo de introdução de líquidos no
intestino através do ânus por meio de uma sonda retal. Este procedimento é
utilizado para facilitar a eliminação fecal, aliviar distensão abdominal ocasionada
pela flatulência, preparar pacientes para cirurgias ou exames e remover o sangue
me caso de melena.
Tipos de Lavagem Intestinal:
✓ Enteroclisma: quando a quantidade de solução utilizada para o
procedimento é igual ou superior a 500ml.
✓ Enema, clister ou Fleetenema: quando a quantidade da solução utilizada é
inferior a 500ml.
Material:
Método:
Posicionamento
Quando necessário, de acordo com o exame a ser feito, o paciente é colocado
em mesas especiais ou em seu próprio leito.
Existem diferentes posições, com a finalidade de proporcionar conforto,
realizar exames físico, exames diagnósticos, procedimentos e cirurgias. Em todos
os casos, o paciente deve permanecer coberto, com exceção da área a ser
examinada, expondo apenas o necessário.
Principais Posições:
Cateter nasal
Dispositivo que fornece baixo fluxo de oxigênio; é necessário respiração
nasal e não consegue fornecer concentrações de oxigênio superior a 40%.
O material utilizado é:
• Fonte de oxigênio;
• Cânula nasal de plástico com circuito de conexão (descartável);
• Umidificador cheio de água destilada estéril (caso seja prescrição
médica);
• Fluxômetro.
O procedimento consiste em:
O material utilizado é:
• Fonte de oxigênio;
• Frasco umidificador de água destilada, quando se deseja uma alta
umidade para máscara simples;
• Máscara facila simples ou máscara de plástico para aerossol;
• Tubo corrugado de grosso calibre para aerossol ou tubo de pequeno
calibre para máscara facial simples;
• Fluxômetro;
• Nebulizador para aerossol.
O procedimento consiste em:
Ação de enfermagem Justificativa
O material utilizado é:
• Fonte de oxigênio;
• Máscara de venturi ou adaptador para concentração prescrita;
• Fluxômetro;
• Circuito de grosso ou pequeno calibre.
O procedimento consiste em:
Ação de enfermagem
Ação de enfermagem
10. Limpe a sonda para retirar a secreção cumulada com água estéril. Após
recolha o material utilizado e higienize as mãos.
Unidade 13:
Feridas e Curativos
A pele é um órgão vivo em constante renovação, que possui diversas
funções. Sua constituição em diferentes camadas, juntamente com as glândulas
sebáceas e sudoríparas, protege a superfície do organismo contra agentes
externos potencialmente agressivos. Entre as diversas funções desempenhadas
pela pele, destacam-se:
• Impermeabilidade à água;
• Barreira imunológica e de proteção contra a gentes químicos, físicos e
biológicos;
• Pigmentogênica: melanoblastos;
• Temponante: quando exposta a substância ácida ou básica, a pele
mantém seu pH ácido normal;
• Ceratogênica;
• Termorregulação;
• Sensorial;
• Respiratória;
• Secretora.
Quando a barreira imunológica da pele é rompida ou alterada, podem
ocorrer: transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, como síndrome da
imunodeficiência adquirida, sífilis, tricomoníase, entre outros; hanseníase,
micoses.
Epiderme
É constituída por um epitélio estratificado, pavimentoso, queratinizado,
derivados dos folhetos ectodérmicos (do qual se originam as estruturas epiteliais
e neurais). Sua espessura varia de 0,04 a 1,5 mm, de acordo com a região,
distinguindo a pele fina da pele mais espessa, de acordo com a espessura da
camada de queratinização.
As camadas que compõe a epiderme são organizadas em quatro ou cinco
camadas que são: camada basal ou germinativa, espinhosa, granulosa, lucida
(presente somente na parte espessa) e córnea.
A fragilidade da epiderme ocorre por uma série de fatores, a saber:
• Raspagem ou descamação de sua superfície pelo uso de lâminas de
barbear seca;
• Remoção de fitas adesivas;
• Técnicas inadequadas de posicionamento do paciente.
• Ressecamento excessivo que causa fissuras.
• Exposição constante da pele a umidade.
• Uso incorreto de sabões, cosméticos.
• Banhos muito quentes ou frios.
• Fricção excessiva.
Derme
A derme é constituída de tecido conjuntivo denso não modelado e situa-se
logo abaixo da epiderme, sendo originada ne mesoderme. A derme pode ser
dividida em três partes: superficial ou papilar, profunda ou reticular e advencial.
Hipoderme
A hipoderme encontra-se logo abaixo da derme, sendo formada por tecido
conjuntivo frouxo, com qualidade variável de gordura.
Cicatrização
Fases da cicatrização
Fase inflamatória
Essa começa no momento da lesão. As plaquetas, hemácias e fibrinas,
trazidas pela corrente sanguínea, facilitam as trocas. O coágulo protege a lesão da
contaminação. A lesão tecidual ocasiona a liberação de histamina, serotonina e
bradicinina, que causam a vasodilatação, aumentando o fluxo sanguíneo, o que
ocasiona sinais flogisticos, com calor e rubor.
O edema é ocasionado pela maior permeabilidade capilar, que aumenta o
extravasamento de liquido do meio intra para extracelular. A resposta inflamatória
é facilitada por mediadores bioquímicos, que aumentam a permeabilidade
vascular, da mesma forma que os de ação curta, como a histamina e a serotonina,
e os mais duradouros, como a bradicinina e a prostaglandina.
Fase proliferativa
Nessa fase, ocorre a formação de tecido de granulação, compostos por
novos vasos sanguíneos, a partir dos brotos endoteliais, fibroblastos, macrófagos,
um arcabouço de colágeno que está ainda em formação, ácido hialurônico e
fibronectina. Esse processo se inicia 72 horas após a lesão e prolonga-se por até
2 ou 3 semanas.
O colágeno é produzido pelos fibroblastos que são responsáveis pela
consistência e força da cicatriz e formando a matriz celular. O colágeno é o
material responsável pela força tênsil da cicatriz, produzido e degradado
continuamente pelos fibroblastos.
Fase de maturação
Nessa fase, ocorre o aumento da resistência: no início da terceira semana
do processo de cicatrização, há um equilíbrio entre a produção e a degradação das
fibras de colágeno. Caso ocorra desequilíbrio nessa fase, formam-se cicatrizes
queloideanas ou hipertróficas. Após um ano, a força tensil é estabilizada, mas essa
fase permanece por todo o período de existência da ferida.
Tipos de cicatrização
Primeira intenção
Ocorre em feridas pequenas, nas quais as bordas não são muito afastadas,
sem infecção e sem muito edema, como, por exemplo, as feridas operatórias.
Segunda intenção
Ocorre grande perda de tecidos, maior afastamento das bordas, com ou sem
infecção. Nesse caso, pode-se tentar a aproximação das bordas da lesão. Porém,
sendo esse um processo difícil, as lesões devem ser mantidas abertas, deixando-
as se fecharem por meio de epitelização e contração.
Feridas
Etiologia Patológica
Iatrogênica
Intencionais ou cirúrgicas;
Acidentais ou traumáticas;
Causadas por fatores externos;
Evolução Crônicas
Agudas
Complexidade Simples
Complexas
Espessura Superficial
Profunda superficial
Profunda total
Presença ou Contaminadas
ausência de Colonizadas, infectadas ou sépticas
infecção Não infectadas e limpas
Evolução da ferida
Agudas
São consideradas todas as feridas recentes, traumáticas e nas quais ocorre
a ruptura da vascularização e o desencadeamento imediato do processo de
hemostasia.
Crônicas
São feridas que causam graves transtornos individuais e sociais e surgem
associadas a doenças, como Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica,
hanseníase, neoplasias, problemas vasculares, neurológicos entre outros.
Tecidos necróticos
A necrose é o resultado da morte celular e tecidual, com consequente perda
da função orgânica e do metabolismo celular de forma irreversível, tendo como
característica um tecido de coloração preta, marrom ou acastanhada, que adere
ao leito ou as bordas da ferida e pode se tornar mais endurecida ou amolecida,
dependendo de sua natureza.
Além disso, os tecidos necróticos podem esconder grande quantidade de
exsudato purulento sob seu manto, evidenciando uma ferida infectada.
A classificação da necrose é baseada na forma que o tecido adquire com
morte celular. Os principais tipos de necrose incidente nas feridas são:
• Esfacelo, necrose deliquefação ou liquefativa: tipo de necrose que
acomete a lesão, composta de bactérias, leucócitos, fragmentos
celulares, exsudatos, fibrina, elastina e colágeno. Sua aparência é
de um tecido fibroso, de consistência amolecida, semifluida ou
liquefeita de coloração amarelada, marrom, acinzentada ou
acastanhada, que tanto pode estar firmemente aderido a lesão
como também frouxamente aderido a lesão.
• Necrose coagulativa: é o padrão amis comum da necrose tendo
como causa principal a isquemia do local. Sua coloração pode ser
amarelo-pálido ou acinzentado.
• Masceração ou tecido macerado: tecido esbranquiçado que surge
nas bordas da lesão, das pregas cutâneas e das fistulas quando
há excesso de umidade da ferida por aumento da exsudação.
• Necrose caseosa: é um tipo de necrose que está relacionada as
infecções tuberculosas, tendo como característica o aspecto
similar ao de um queijo, tornando-se friável, amolecido e com
coloração que varia de esbranquiçado ao acinzentado.
• Necrose gangrenosa: é provocada por isquemia ou pela ação de
microorganismo; devido a sua característica pode levar a
amputação do membro por ela acometido.
Cuidados preventivos
• Usar posicionadores e protetores (coxins, colchão caixa de ovo);
• Sentar o paciente fora do leito, com frequência, sempre que seu estado
permitir;
• Incentivar deambulação precoce;
• Reduzir qualquer pressão sobre pontos do corpo, zelando
principalmente pelas proeminências ósseas;
• Mudar constantemente de posição;
• Manter cama limpa, seca, com lençóis bem esticados;
• Zelar pela higiene pessoal;
• Realizar massagem com óleo de girassol (Dersani) ou creme hidratante;
• Executar movimentos passivos;
• Incentivar dietas hiper-proteicas se não houver restrição.
Curativos
Curativo de ferida aberta
Os curativos em feridas sem infecção, que após a limpeza podem
permanecer abertos, sem proteção de gazes. Exemplo: incisão cirúrgica (cesárea).
O material utilizado é:
• Bandeja
• Solução antisséptica
• Gaze estéril
• Luva estéril ou par de ferro
Penrose Medi-drain
O material utilizado é:
• Bandeja
• Luva de procedimento
• Gaze estéril
• Solução antisséptica
• Luva estéril ou par de ferro
• Micropore ou filme transparente
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Informar para o paciente o procedimento a ser realizado;
• Higienizar as mãos
• Calçar luvas de procedimento para remover o curativo anterior;
• Umedeça a gaze estéril com solução antisséptica. A gaze deve ser
utilizada em um único sentido e da área mais limpa para a mais
contaminada.
• Abra a gaze em técnica de pétalas evitando assim contaminar o material;
• Após a antissepsia, substituir as luvas de procedimento por luvas
estéreis;
• Cubra a incisão do dreno com gaze estéril e oclua com micropore ou
filme transparente.
• Coloque a data da realização e o nome do funcionário que realizou o
curativo;
• Observe o funcionamento do dreno a fim de garantir a permeabilidade
do sistema de drenagem, que deve ser removido com gaze estéril.
• Retire as luvas, recolha o material e higienize as mãos.
O material utilizado é:
• Bandeja
• Luva de procedimento
• Frasco graduado
• Compressa estéril
• Agua destilada ou SF0,9%
• Fita adesiva
• Identificação do frasco
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Informar para o paciente o procedimento a ser realizado;
• Higienizar as mãos
• Calçar luvas de procedimento;
• Para a troca ou transporte do paciente, pinçar o dreno (ou seja fechar o
clamp para evitar retorno do conteúdo da drenagem para dentro da caixa
torácica).
• Trocar o sistema com técnica asséptica a cada 24 horas ou toda vez que
o dreno for aberto ou desconectado.
• Abrir a tampa do dreno e colocar sobre a compressa estéril;
• Observe o volume que possui de liquido drenado e despeje no frasco
graduado;
• Jogue solução estéril (água destilada ou SF0,9%) para retirar as
sujidades do frasco e despeje no frasco graduado.
• Adicione 300 ou 500 ml de solução estéril (água destilada ou SF0,9%),
lembrando que se anteriormente estava no frasco SF 0,9% deverá
continuar com a mesma solução.
• Pegue a tampa que está apoiada na compressa estéril e coloque
novamente no frasco do dreno e feche.
• Troque a fita adesiva e marque o nível que está a solução trocada;
• Troque a etiqueta de identificação do frasco, devendo conter nome do
paciente, data da troca, volume e tipo de solução adicionados e o nome
do funcionário que realizou o procedimento.
• Anote o volume drenado, aspecto e coloração na anotação de
enfermagem;
• Retire as luvas, recolha o material e higienize as mãos.
O material utilizado é:
• Bandeja
• Luva de procedimento
• Frasco graduado
• Solução antisséptica
A técnica consiste em:
• Separar o material;
• Informar para o paciente o procedimento a ser realizado;
• Higienizar as mãos
• Calçar luvas de procedimento;
• Remover cuidadosamente a tampa do coletor, mantendo a sua
esterilidade;
• Esvaziar o conteúdo drenado em um frasco graduado.
• Colocar o dreno em superfície plana;
• Limpar a abertura e a tampa com gaze embebida em solução
antisséptica;
• Comprimir completamente o dreno coletor;
• Recolocar a tampa enquanto o coletor ainda está comprimido.
• Verificar se o sistema está funcionando corretamente;
• Fixar o dreno coletor junto ao curativo do paciente e caso ele deambule
poderá ser conectado a sua roupa
• Anote o volume drenado, aspecto e coloração na anotação de
enfermagem;
• Retire as luvas, recolha o material e higienize as mãos.
Unidade 14:
Estomias
Estoma e estomia são termos de origem grega, que significam abertura ou
boca, cuja existência se destina a exposição de qualquer víscera oca do organismo
para o meio externo por causa variadas.
Entre as principais causas para realização de uma estomia figuram as
neoplasias, as doenças inflamatórias e os traumas abdominais, que podem
resultar em estomas de vários tipos, dependendo da sua finalidade, se para
alimentação ou eliminação.
Elas variam de nomenclatura de acordo com a sua localização (intestinais,
urinárias, respiratória, gástrica), a temporalidade e a técnica cirúrgica empregada.
Tipos de Estomias
Colostomia
É definida como exteriorização do intestino grosso através da parede
abdominal, com o objetivo de drenar gases ou fezes ali presentes e costuma ser
realizado após a ressecção intestinal, podendo ser temporário ou permanente.
Existem quatro tipos de colostomias:
1. Colostomia ascendente: é o estoma feito na alça ascendente do
intestino grosso no lado direito do abdome e as fezes apresentam
consistência semilíquida.
2. Colostomia descendente: o estoma é realizado na alça descendente,
no lado esquerdo do abdome e as fezes apresentam consistência
semissólida.
3. Colostomia transversa: o estoma fica no intestino grosso transverso
e as fezes apresentam consistência pastosa.
4. Colostomia sigmoide: o estoma é realizado no colón sigmoide e as
fezes são firmes e solidas.
Ileostomia
Trata-se de um tipo de estoma que fez a comunicação do intestino delgado
com o exterior. As ileostomias podem ser permanentes ou temporárias,
obedecendo a critério semelhante ao das colostomias. A localização é sempre do
lado inferior direito do abdome.
Urostomia
É a criação de uma abertura superficial dos condutos urinários, na parede
abdominal, com o objetivo de drenagem da urina para uma bolsa coletora através
desta abertura, podendo ser:
1. Ureterostomia cutânea: a indicação dessa ostomia possui direta
ligação com os pacientes sépticos e urêmicos com o trato urinário
muito dilatado e mal drenado. A ureterostomia cutânea drena de
maneira imediata e com extrema eficácia o trato urinário alto, com
uma morbidade mínima, estando, porém, associada a uma incidência
elevada de estenose do estoma, no caso de ureteres normais ou
pouco dilatados.
2. Ureteroenterocutânea: um novo reservatório de urina é criado a partir
de uma porção do intestino.
3. Cistostomia ou vesicostomia: conexão criada de forma cirúrgica
entre a bexiga e a pele, utilizada para drenar urina da bexiga em
indivíduos com obstrução do fluxo urinário normal. No paciente
adulto é indicada em casos de bexiga neurogênica, pela dificuldade
de aderência das bolsas coletoras a pele, devido a dobra do abdome
nessa região.
4. Nefrostomia: procedimento cirúrgico que consiste na comunicação
entre o sistema urinário e o meio externo através de uma incisão
mínima na região dorsal do paciente.
Proibições
Art. 8º - Promover e ser conivente com a injúria, calúnia e difamação de
membro da equipe de enfermagem, equipe de saúde e de trabalhadores de outras
áreas, de organizações da categoria ou instituições.
Art. 9º - Praticar e/ou ser conivente com crime, contravenção penal ou
qualquer outro ato, que infrinja postulados éticos e legais.
Responsabilidades e Deveres
Art. 12 - Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de
enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
Art. 13 - Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e
legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho
seguro para si e para outrem.
Art. 14 - Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e
culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da
profissão.
Art. 15 - Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer
natureza.
Art. 16 - Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em
condições que ofereçam segurança, mesmo em caso de suspensão das atividades
profissionais decorrentes de movimentos reivindicatórios da categoria.
Art. 17 - Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a
respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de
enfermagem.
Art. 18 - Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da
pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde,
tratamento, conforto e bem estar.
Art. 19 - Respeitar o pudor, a privacidade e a intimidade do ser humano, em
todo seu ciclo vital, inclusive nas situações de morte e pós-morte.
Art. 20 - Colaborar com a equipe de saúde no esclarecimento da pessoa,
família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências
acerca de seu estado de saúde e tratamento.
Art. 21 - Proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes
de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe
de saúde.
Art. 22 - Disponibilizar seus serviços profissionais à comunidade em casos
de emergência, epidemia e catástrofe, sem pleitear vantagens pessoais.
Art. 23 - Encaminhar a pessoa, família e coletividade aos serviços de defesa
do cidadão, nos termos da lei.
Art. 24 - Respeitar, no exercício da profissão, as normas relativas à
preservação do meio ambiente e denunciar aos órgãos competentes as formas de
poluição e deterioração que comprometam a saúde e a vida.
Art. 25 - Registrar no prontuário do paciente as informações inerentes e
indispensáveis ao processo de cuidar.
Proibições
Art. 26 - Negar assistência de enfermagem em qualquer situação que se
caracterize como urgência ou emergência.
Art. 27 - Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento
da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte.
Art. 28 - Provocar aborto, ou cooperar em prática destinada a interromper a
gestação.
Parágrafo único - Nos casos previstos em lei, o profissional deverá decidir,
de acordo com a sua consciência, sobre a sua participação ou não no ato abortivo.
Art. 29 - Promover a eutanásia ou participar em prática destinada a
antecipar a morte do cliente.
Art. 30 - Administrar medicamentos sem conhecer a ação da droga e sem
certificar-se da possibilidade de riscos.
Art. 31 - Prescrever medicamentos e praticar ato cirúrgico, exceto nos casos
previstos na legislação vigente e em situação de emergência.
Art. 32 - Executar prescrições de qualquer natureza, que comprometam a
segurança da pessoa.
Art. 33 - Prestar serviços que por sua natureza competem a outro
profissional, exceto em caso de emergência.
Art. 34 - Provocar, cooperar, ser conivente ou omisso com qualquer forma
de violência.
Art. 35 - Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência
prestada.
Responsabilidades e deveres
Art. 38 - Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades
profissionais, independente de ter sido praticada individualmente ou em equipe.
Art. 39 - Participar da orientação sobre benefícios, riscos e conseqüências
decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condição de membro da
equipe de saúde.
Art. 40 - Posicionar-se contra falta cometida durante o exercício
profissional seja por imperícia, imprudência ou negligência.
Art. 41 - Prestar informações, escritas e verbais, completas e fidedignas
necessárias para assegurar a continuidade da assistência.
Proibições
Art. 42 - Assinar as ações de enfermagem que não executou, bem como
permitir que suas ações sejam assinadas por outro profissional.
Art. 43 - Colaborar, direta ou indiretamente com outros profissionais de
saúde, no descumprimento da legislação referente aos transplantes de órgãos,
tecidos, esterilização humana, fecundação artificial e manipulação genética.
Do Sigilo Profissional
Art. 81 - Abster-se de revelar informações confidenciais de que tenha
conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que
não estejam obrigadas ao sigilo.
Responsabilidades e Deveres
Art. 82 - Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em
razão de sua atividade profissional, exceto casos previstos em lei, ordem judicial,
ou com o consentimento escrito da pessoa envolvida ou de seu representante
legal.
§ 1º - Permanece o dever mesmo quando o fato seja de conhecimento
público e em caso de falecimento da pessoa envolvida.
§ 2º - Em atividade multiprofissional, o fato sigiloso poderá ser revelado
quando necessário à prestação da assistência.
§ 3º - O profissional de enfermagem, intimado como testemunha, deverá
comparecer perante a autoridade e, se for o caso, declarar seu impedimento de
revelar o segredo.
§ 4º - O segredo profissional referente ao menor de idade deverá ser
mantido, mesmo quando a revelação seja solicitada por pais ou responsáveis,
desde que o menor tenha capacidade de discernimento, exceto nos casos em que
possa acarretar danos ou riscos ao mesmo.
Art. 83 - Orientar, na condição de enfermeiro, a equipe sob sua
responsabilidade, sobre o dever do sigilo profissional.
Proibições
Art. 84 - Franquear o acesso a informações e documentos para pessoas que
não estão diretamente envolvidas na prestação da assistência, exceto nos casos
previstos na legislação vigente ou por ordem judicial.
Art. 85 - Divulgar ou fazer referência a casos, situações ou fatos de forma
que os envolvidos possam ser identificados.
Definições
Negligência: alguém deixa de tomar uma atitude ou apresentar conduta que era
esperada para a situação. Age com descuido, indiferença ou desatenção, não
tomando as devidas precauções.
Imprudência: por sua vez, pressupõe uma ação precipitada e sem cautela. A
pessoa não deixa de fazer algo, não é uma conduta omissiva como a negligência.
Na imprudência, ela age, mas toma uma atitude diversa da esperada.
Imperícia: para que seja configurada a imperícia é necessário constatar a
inaptidão, ignorância, falta de qualificação técnica ou prática, ou ausência de
conhecimento elementares e básicos da profissão. Um médico sem habilitação
em cirurgia plástica que realize uma operação e cause deformidade no paciente
pode ser acusado de imperícia médica.