Control F Farmaco
Control F Farmaco
Control F Farmaco
Cardiovascular
2022 - 2023
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Topicos
- Angina de peito
o
Hipertensäo arterial
- Insuficiéncia cardiaca
Angina de peito
o + S
Angina de peito
Patologia caracterizada pela disfunçäo de aporte de O, ao miocardio
Q15
Circulaçäo coronéria normal
7 Isquémia coronaria
o
Angina de peito
Patologia caracterizada pela disfunçäo de aporte de O, ao miocardio
Mecanismos: Isquémia coronéria episôdica (desequilibrio entre aporte/consumo de O,), dor toracica
Fatores de risco: Idade, tabagismo, DM, dislipidémia, hipertensäo, DRC, obesidade, sedentarismo
Caracterizaçäo fisiopatolôgica
1. Angina estavel
‘Angina de esforço’, assintomatica em repouso mas despoletada por exercicio fisico
Alivio com farmacos antianginosos e com periodo de repouso (reperfusäo)
2. Anginainstavel
‘Angina em crescendo’, ocorre em repouso e com duraçäo prolongada
Sintomas de novo, com agravamento progressivo (intensidade, frequência, duraçäo)
Angina de peito
Patologia caracterizada pela disfunçäo de aporte de O, ao miocardio
Angina de peito
Nitratos (dinitrato de isosorbida, nitroglicerina)
Efeitos: Relaxamento direto do musculo liso arteriolar, diminuiçäo da resisténcia vascular, diminuiçäo
da pôs-carga
Efeitos secundarios: Cefaleia, taquicardia reflexa, flush, nausea, vomito, toleräncia
Contra-indicaçôes: Hipotensäo grave, choque cardiogénico, utilizaçäo simultânea com inibidores PDE, °
(ex. sildenafil)
Outros farmacos
1. Beta-bloqueantes (diminuem frequéncia cardiaca e consumo de O,)
2. Blogueadores dos canais de Ca* (diminuem frequência e contratilidade cardiaca)
° °
Angina de peito
Nitratos (dinitrato de isosorbida, nitroglicerina)
Ca
Canal de Ca**
i i
GP ——>
I GMPc ——> GMP
° o Relaxamento
fodiesterase-5 muscular
=”
Dinitrato de isosorbida
Hipertensao arterial
Hipertensao arterial
Patologia médica que se caracteriza pela elevaçäo persistente da tensao arterial
Doença crônica comum, assintomatica na generalidade dos casos
Classificaçäo clinica
(1) Hipertensao primaria ou essencial (fatores genéticos, idade, dieta, obesidade, alcool..)
T. sistolica T. diastélica
Optima <120 e <80
Normal 120-129 e/ou 80-84
Normal alta 130-139 e/ou 85-89
HTA Grau 1 140-159 e/ou 90-99
HTA Grau2 160-179 e/ou 100-109
Valores em mmHg
o
Hipertensao arterial
Patologia médica que se caracteriza pela elevaçäo persistente da tensäo arterial
Doenga crônica comum, assintomatica na generalidade dos casos
Epidemiologia
Elevada mortalidade cardiovascular (1* causa de morte a nivel mundial)
Prevaléncia variavel - 30-45% (> 60% acima dos 60 anos)
Idade diagnostica 40-55 anos
Fatores de risco
Fatores mo aveis
Obesidade Idade
Tabagismo Género
Consumo de sal Etnia / raça
Consumo de alcool Predisposiçäo genética
Sedentarismo
Hipertensao arterial
Patologia médica que se caracteriza pela elevaçäo persistente da tensäo arterial
A hipertensao arterial é fator de risco para:
AVC
Doença coronéria
Insuficiéncia cardiaca
Fibrilhaçäo auricular
Doengça arterial periférica
Doença renal crônica
Deméncia (encefalopatia)
Hemorragia retiniana
Hipertrofia ventricular esquerda
Dissecçäo da aorta
Aumento da mortalidade e morbilidade global
o
Hipertensao arterial
Patologia médica que se caracteriza pela elevaçäo persistente da tensäo arterial
Hipertensao arterial
Patologia médica que se caracteriza pela elevagao persistente da tensäo arterial
Mecanismos de regulaçäo
Re ência peri
Frequência cardiaca Hipertrofia vascular
Pré-carga e pôs-carga SNAutônomo
Contratilidade Mediadores locais
Volémia Viscosidade (hematôcrito)
Natrémia Idade
o
Hipertensao arterial
Farmacos utilizados no tratamento e controlo
Diuréticos
Farmacos que interferem com a fisiologia renal aumentando excreçäo de agua e sôdio
Principios de fisiologia renal
1. Rim excreta âgua, iôes e substancias tôxicas
2. Regulaçäo fina da quantidade de Na*, K*, CK, HCO,, Ca™, Mg*, PO, e NH "
3 Regulaçäo do equilibrio âcido-base (excreçäo de H*)
4. Regulaçäo da volémia
5. Regulaçäo da tensäo arterial
e 140 ©
Diureticos
Farmacos que interferem com a fisiologia renal aumentando excreçäo de agua e sôdio
Efeitos adversos
1. Depleçäo de sodio
Hipotensäo ortostatica, principalmente em idosos
2. Deplegao de potassio
Letargia, fraqueza muscular
Potencial pro-arritmogénico
NaHCO,
Inibidores da
anidrase carbénica
Glucose
Aminoacidos Inibidores
SGLT2 H,0
Na* <€
(65-70%) Na*K*
2cr
Diuréticos da ansa
Na*
H,0 — KH*
Poupadores do
potéssio
o
Diureticos
° - .
Mecanismos fisiolôgicos
1. Reabsorçäo de Nat* (- 66%), NaHCO3 (- 85%), glucose, aminoacidos, solutos orgânicos através de
transportadores
2. Agua (- 60%) reabsorvida por via paracelular e transcelular (aquaporinas)
3. l6es K* (- 65%) reabsorvidos pela via paracelular
Diureticos
Farmacos que atuam no tubo contornado proximal do nefrônio
H,CO.
Na* Z ’
u = -— H,CO3
<« AC > Inibidores da
e (-EQ anidrase carbônica
i~
o
NH2
. .. /
Diureticos o= i
Inibidores da anidrase carbônica NN CHs
Acetazolamida
Utilidade clinica: atualmente pouco utilizados como diuréticos, outras indicaçôes clinicas incluem
glaucoma (diminuiçäo da produçäo do humor aquoso), alcalinizaçäo urinäria, tratamento da alcalose
metabéôlica, tratamento do aumento da pressäo intracraniana
Efeitos secundärios: Acidose metabôlica hiperclorémica (por perda de base HCO,), aumento
compensatôrio da reabsorçäo de NaCl, hipocaliémia, fosfatüria e calciüria com precipitaçäo em pH
alcalino (litiase urinaria)
° +
Diureticos o= H
Q 4 . /NHZ
O// \ / \7ÿ°
Inibidores da anidrase carbonica NN CHs
Acetazolamida
Caracteristicas farmacocinéticas
- Boa absorçäo por via oral
- Inicio de açäo aprox. 30 min., com pico maximo apos -2 h
- Tempo de semi-vida T,,, - 912 h
- Excreçäo renal
Diureticos
Inibidores SGLT2
Dapagliflozina, canagliflozina, empagliflozina
Mecanismo de açäo: Inibiçäo da reabsorçäo de Na* e glucose no tubo contornado proximal (bloqueio
SGLT2)
Caracteristicas farmacocinéticas
- Boa absorçäo por via oral
- Inicio de açäo rapido, pico <2 h
- Elevada ligaçäo às proteinas plasmaticas
- Metabolizaçäo hepâtica com excreçäo biliar e renal
Efeitos secundärios: Risco aumentado de ITU (glicosuria), desidrataçäo (sinergismo com tiazidas),
diminuiçäo da eficacia com utilizaçäo simultânea de bloqueadores do eixo RAA (angiotensina I induz
expressäo de SGLT2)
Diuréticos
Inibidores SGLT2
Dapagliflozina, canagliflozina, empagliflozina
o on
Ho HO OH Ho o
° o
voo- -
*
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—2
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05e
—
O PP
= c OH OS o °
°
Diureticos
° - .
Mecanismos fisiologicos
1. Segmento descendente da ansa com absorçäo de âgua por osmose (medula renal hipertônica)
2. Segmento ascendente da ansa impermeavel à âgua
3. Funçäo principal: reabsorçäo de Na* (~ 25%), CK
Resultado: Reabsorçäo de sais mantendo agua no lümen leva a diluiçäo do conteudo luminal
(segmento diluidor)
Diuréticos
Farmacos que atuam na ansa de Henle
Na*
K+
e
K*
2Cr
° Diuréticos da ansa
K
Na*
o
Diureticos
Diuréticos da ansa
Furosemida, torasemida, bumetanida, âc. etacrinico »»> Farmacos diuréticos mais potentes
Outros mecanismos: vasodilataçäo (?), aumentam aporte de Na* no tubo contornado distal, reduçäo
do volume plasmatico com retençäo de HCO, (alcalose metabôlica)
Caracteristicas farmacocinéticas
- Boa absorçäo por via oral (alternativa EV)
- Inicio de açäo rapido, pico - 1-2 h
- Elevada ligaçäo às proteinas plasmaticas
- Duragao do efeito - 3-6 h
- Metabolizaçäo hepâtica (glucuronidaçäo)
Diuréticos
Diuréticos da ansa
Furosemida, torasemida, bumetanida, âc. etacrinico »»> Farmacos diuréticos mais potentes
Utilidade clinica: Estados congestivos e sobrecarga hidrica, tratamento do edema pulmonar agudo,
insuficiéncia cardiaca, ascite e sindrome hepato-renal, insuficiéncia renal, hipercaliémia, hipercalcémia
Diureticos
Diuréticos da ansa
Furosemida, torasemida, bumetanida, âc. etacrinico »»> Farmacos diuréticos mais potentes
o CHs
el e o N CHs
= |
HO N ° M NN
“ i N
o
o HN \N —N HN OH
H A En
Ac. etacrinico
sN CHs
Diureticos
Q 4 .
Mecanismos fisiolôgicos
1. Reabsorçäo de Na* (- 10%) e CK
2. Segmento relativamente impermeavel à âgua
3. Reabsorçäo de Ca”* (regulavel por PTH e calcitriol)
Resultado: Absorçäo de solutos mantendo solvente no lümen contribui para diluiçäo do filtrado
tubular
Diuréticos
Farmacos que atuam no tubo contornado distal do nefrônio
Diuréticos
Diuréticos tiazidas
Hidroclorotiazida, clorotalidona*, indapamida*, metolazona*, xipamida*
Mecanismo de açäo: Inibiçäo do co-transportador Na*/CK >> natriurese, aumento do volume urinario
Utilidade clinica: Tratamento cronico da HTA (preferenciais a longo prazo), insuficiéncia cardiaca,
tratamento de retençäo hidrica e edema resistente à terapéutica, prevençäo de litiase urinaria
Diureticos
Diuréticos tiazidas
Hidroclorotiazida, clorotalidona*, indapamida*, metolazona*, xipamida*
Diuréticos
Diuréticos tiazidas
Hidroclorotiazida, clorotalidona*, indapamida*, metolazona*, xipamida*
cl
H
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7N o Hs HsC
SS
Metolazona Xipamida
o
Diuréticos
Farmacos que atuam no tubo coletor
Diuréticos poupadores de potassio (antagonistas da aldosterona)
Mecanismos fisiolôgicos
1. Reabsorçäo de Na* (- 2-5%), CI, secreçäo de K* (células principais)
2 Secreçäo de H* (células alfa), secreçäo de HCO, (células beta)
3. Local de acçäo dos mineralocorticoides (aldosterona)
4. Segmento impermeavel à agua - absorçäo dependente de vasopressina (ADH)
Diuréticos
Farmacos que atuam no tubo coletor
| — Aldosterona
— Na*Îz )
Rl —
/_‘ Poupadores do
Nat —— ° potassio
——
o
Diuréticos
Antagonistas da aldosterona
Espironolactona, eplerenona
Contra-indicaçôes: Doença renal crônica (agravamento da hipercaliémia), interaçäo com iECA, ARA
ou beta-bloqueantes
Diuréticos
Antagonistas da aldosterona
Espironolactona, eplerenona
Aldosterona Espironolactona
o
Diuréticos
Antagonistas da aldosterona
Espironolactona, eplerenona
Caracteristicas farmacocinéticas
- Biodisponibilidade oral variävel
- _ Inicio de açäo lento (varios dias)
- _ Metabolismo hepatico
- Maior efeito em individuos obesos
- Maior eficacia nos doentes hepâticos e sindrome nefrôtico
- Espironolactona com semi-vida T, - 1 h>> metabolito activo canrenona com semi-vida T,,, - 16 h
° +
Grupos principais
1. Di-hidropiridinas
Local de açéo preferencial: musculo liso vascular (mais selectivos como vasodilatadores)
Pouca depressäo cardiovascular
Principal escolha para tratamento da HTA
2. Nao di-hidropiridinas
Local de açäo preferencial: miocärdio e células cardiacas (mas com efeitos sistémicos)
Efeito depressor cardiovascular
Utilizados no tratamento de fibrilhaçäo auricular e arritmias supra-ventriculares com re-entrada
» Contra-indicadas em caso de insuficiéncia cardiaca, estados congestivos, edema
° +
o loqueadores dos
canais de Ca**
+
o
S ,
Taquicardia ,
reflexa ,‘ S, A
Diminuiçéo da resisténcia vascular
“ periférica
Mecanismo de açäo: bloqueio selectivo dos canais de câlcio tipo L no musculo liso vascular
> Dilataçäo arterial, diminuiçäo da TA, aumento do débito cardiaco, diminuiçäo da pôs-carga
»» Näo interagem com receptores cardiacos (vasoselectivos)
Efeitos secundarios: Edema dos membros inferiores, cefaleia, flushing, obstipaçäo, ndusea
° +
Ligaçäo às
prot. (%)
Amlodipina Felodipina
+
o
beta-bloqueantes
+
o
de Semi-vida Ligaçäo às
(,, prot. (%) Ducctèelh
Verapamil 20-35% -1-2h 37h ~90% Hepatico » renal
Diltiazem ~40% <30 min. -5h >95% Hepâtico » biliar
Verapamil Diltiazem
° +
Taquicardia o o +
Freq. cardiaca | J 170
Conduçäo A-V JUl Jl O
Inotropia 1 J o
Vasodilataçäo Î 1/0 M
Obstipaçäo/näusea + + +/0
Inibidores da ECA
Farmacos que inibem a conversäo de angiotensinogénio em angiotensina-Il (iECA)
Interferem com homeostasia do sistema renina-angiotensina-aldosterona
Regulador critico da volémia e resisténcia vascular sistémica
>> Alteraçôes mais prolongadas no tempo (manutençäo) vs. alteraçôes agudas (baroreceptores)
Funçôes: regulaçäo da TA, tônus vascular, volémia, reabsorçäo de Na*, excreçäo de K*, reabsorçäo de
âgua
Inibidores da ECA
Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA)
1. Renina
- Secretada pelo aparelho justaglomerular do rim
- Estimulada por macula densa (diminuiçäo de Na* no tübulo contornado distal) e agonistas
adrenérgicos beta
2. Angiotensina-Il
- Mediador ativo obtido a partir do angiotensinogénio e angiotensina | (conversäo por ECA)
- Orgäos-alvo: rim, côrtex supra-renal, arteriolas, cérebro
- Semi-vida plasmatica 1-2 min. >> receptores AT, e AT,
3. Aldosterona
- Actua no rim promovendo a reabsorçäo de Na*
o
Inibidores da ECA
Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA)
el Aumentoda TA
o
Angiotensina-Il
Enz. conversora de
angiotensina (ECA)
Retençäo de
Angiotensina-l
sôdio
<— Renina
Angiotensinogénio
S
Inibidores da ECA
Sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA)
Receptores AT e AT,
Receptores da angiotensina-II (receptores metabotrôpicos)
Inibidores da ECA
Captopril, enalapril*, lisinopril, perindopril, ramipril*, trandolapril
Inibidores da enzima conversora de angiotensinogénio (iECA)
- Localizada no endotélio vascular
- Converte angiotensina-| em angiotensina-ll e degrada bradicinina
Utilidade clinica: Tratamento da HTA primaria, hipertensäo renovascular, doença renal crônica,
tratamento da insuf. cardiaca
Caracteristicas farmacocinéticas
- Absorçäo rapida por via oral (interaçäo com alimentos)
- Semi-vidas relativamente longas
- Farmacos polares »» excreçäo renal (näo atravessam BHE)
Inibidores da ECA
Captopril, enalapril*, lisinopril, perindopril, ramipril*, trandolapril
Inibidores da enzima conversora de angiotensinogénio (iECA)
- Localizada no endotélio vascular
- Converte angiotensina-| em angiotensina-Il e degrada bradicinina
Efeitos secundärios: Lesäo renal aguda, tosse seca, edema angioneurôtico, hipotensäo
(principalmente apés 1°. dose), hipercaliémia
»» Especificamente para captopril: exantema, febre, disgeusia, proteinüria, neutropénia
Inibidores da ECA
Captopril, enalapril*, lisinopril, perindopril, ramipril*, trandolapril
Inibidores da enzima conversora de angiotensinogénio (iECA)
Vasodilataçäo (| | TFG)
Vasoconstriçäo (| | TFG) iECA
AINEs ARA-II
Arteriola Arteriola
aferente H H H H eferente
Inibidores da ECA
Captopril, enalapril*, lisinopril, perindopril, ramipril*, trandolapril
Inibidores da enzima conversora de angiotensinogénio (iECA)
de açäoDuraçäo Ligaçäo às
de açäo prot. (%)
@
Inibidores da ECA
Captopril, enalapril*, lisinopril, perindopril, ramipril*, trandolapril
Inibidores da enzima conversora de angiotensinogénio (iECA)
o
<O où
o
E\;W
oH we
o
o
X Perindopr (ramipn— Kc
Trandolapril
o o
e ce
N o
Utilidade clinica: semelhante aos iECA, podem ser considerados se intoleräncia (tosse persistente)
>> Mais selectivos para bloqueio do sistema RAA (sem efeitos na bradicinina)
» Evidéncia menos robusta na diminuiçäo da mortalidade que iECA
Efeitos secundarios: Hipotensäo, lesäo renal aguda, trombocitopenia, alteraçôes da funçäo hepatica,
exantema cutâneo, efeitos teratogénicos
Insuficiencia cardiaca
o
Insuficiéncia cardiaca
Patologia caracterizada pela disfunçäo ventricular
Mecanismos: Enchimento ventricular insuficiente (diastole) ou diminuiçäo do débito cardiaco (sistole)
Sinais e sintomas: Dispneia, edemas, fadiga, ortopneia, dispneia paroxistica nocturna, ingurgitamento
jugular
Insuficiéncia cardiaca
Patologia caracterizada pela disfunçäo ventricular
Caracterizaçäo fisiopatologica
1. Insuficiéncia cardiaca direita vs. esquerda
Disfunçäo do VD (acumulaçäo de sangue nas veias dos membros inferiores - edema)
Disfunçäo do VE (acumulaçäo de sangue na circulaçäo pulmonar - dispneia)
Insuficiéncia cardiaca com fraçäo de ejeçäo preservada vs. fraçäo de ejeçäo reduzida
ICFEp com volume sistôlico > 50%
ICFEr com volume sistôlico < 40%
Insuficiéncia cardiaca aguda vs. crônica
o
Insuficiéncia cardiaca
° +
S
Insuficiencia cardiaca
e ..n . -
Insuficiéncia Insuficiéncia
cardiaca direita cardiaca esquerda
o
Insuficiéncia cardiaca
Patologia caracterizada pela disfunçäo ventricular
Tratamento farmacolôgico
1. iECAs ou ARAs
2. Beta-bloqueantes
Diuréticos
w
Antagonistas da aldosterona
5
Inibidores SGLT2
9H
Inibidores da neprilisina
Inotrôpicos positivos
Insuficiéncia cardiaca
Patologia caracterizada pela disfunçäo ventricular
O papel dos péptidos natriuréticos
Produzidos, armazenados e secretados pelas células do miocardio em resposta a stress (aumento da
volémia, hipertensäo)
Insuficiéncia cardiaca
Patologia caracterizada pela disfunçäo ventricular
O papel dos péptidos natriuréticos
=2 -
| — %) 1
" Vasodilataçäo Aldosterona
1 /
l Angiotensina Il
L
- A ,, 1 Natriurese
| Tensao arterial | Volémia 1 Diurese
Insuficiéncia cardiaca
Inibidores da neprilisina
Sacubitril, sacubitrilat
Mecanismo de açäo: Inibiçäo da neprilisina - aumento dos niveis séricos de ANP e BNP
Utilidade clinica: Insuficiéncia cardiaca com fraçäo de ejeçäo reduzida (ICFEr)
Efeitos secundarios: Aumento dos niveis séricos de bradicinina »» edema, tosse, estado congestivo
Caracteristicas farmacocinéticas
- Biodisponibilidade razoavel > 60%
- Absorçäo rapida (pico plasmatico - 30 min.)
- Metabolizado em sacubitrilat - metabolito activo
- Excreçäo renal e biliar
- Tempo de semi-vida T, - 90 min. »»> sacubitrilat aumenta para - 11.5 h
o . . S
Insuficiéncia cardiaca
Inotrôpicos positivos
Digoxina (glicosideo cardiaco)
Mecanismo de açäo: Inibiçäo da ATPase Na*/K* >> aumento da contratilidade e do volume sistôlico,
diminuiçäo da freq. cardiaca
Utilidade clinica: Tratamento de fibrilhaçäo auricular, flutter auricular, insuf. cardiaca
Efeitos secundérios: Ginecomastia, nausea, bloqueio AV, hipercaliémia maligna
Caracteristicas farmacocinéticas
- Razoävel biodisponibilidade oral, absorçäo 45 - 70 %
- Baixa ligaçäo às proteinas plasmaticas
- Excreçäo renal na forma inalterada, cinética de primeira ordem “
- Tempo de semi-vida T,,, - 36 h
»> Indice terapêutico estreito (potencial arritmogénico elevado, alteraçôes visuais, alucinaçôes)
Farmacologia
e
S TP
Cardiovascular .
e
° S
o A S
o |æa| * &
© w æ
S
S D
S
2022 - 2023 8
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Farmacologia geral da
inflamagao e histamina
S
S D
2022 - 2023 8
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Inflamaçäo?
° +
2. Patologia inflamatoria
Resposta inflamatôria inicial inapropriada ou resposta inflamatôria normal progride para
inflamaçäo crônica
Exemplo: Resposta inapropriada a um estimulo de longa duraçäo ou näo é possivel remover o o
estimulo (transplante, doença auto-imune, infecçäo cronica)
° +
‘Bad’
inflammation
Vial nfctons
en niscsons
=* stloimmuneiydsosses P ;o oo
CHRONC MFLANMATION
“Agogeness
oenuclear c e
* rs (s
+
o
INFLAMAGAO RESOLUCAO
‘ o
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o
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+
o
7. Imunossupressores
Mediadores inflamatorios
MEDIADORES LOCAIS Fonte
; Histamina Mastôcitos, basôfilos, plaquetas
Pré-formados "
- Serotonina Plaquetas
(granulos) N ; ; e ;
Enzimas lisossomais Neutrôfilos, macrôfagos
MEDIADORES SISTÉMICOS
Cininas (bradicinina)
Factores da coagulaçäo
® Fibrinogénio
Sistema do complemento (C3a, C5a)
+
o
& oric
Natralr cl Fn
pn
autoimmunity
%] - o L 2 =
“ àe :B@ = un Neutroph (Z/
/) L3 Ln stromal and
Dendritie cel epithelal cell
(™ Allergy
» cA °
Smooth muscle
Vasodilataçäo Histamina, C3a, C5a, PGIZ, PGE‘, PGEZ, PGDZv NO, BK, plasmina
° Aumento da permeabilidade vascular Histamina, C3a, C5a, CysLT, PAF, BK, substancia P, CGRP
Quimiotaxia e ativaçäo leucocitaria LTB4, LXA‘, LXB‘, PAF, C3a, C5a, Ag bacterianos
° +
. . S
Eicosanoides
Mediadores inflamatorios derivados dos fosfolipidos membranares
Ac. araquidonico
Leucotrienos
T
PGD/PGE/PGF/PGI PGH
TX sintase 2 Ciclo-oxigenase-1/2 Lipo-oxigenase By, LTB, °
| I Q Vérias isoformas
LTD, LTE,
S TXA, PGE, —_
Prostanéides 12-HETE SSN
PGF,, PGD, PG,
o
[6 o
° +
° +
. “ . ~ “
Anti-inflamatorios nao esteroides (AINEs)
Caracteristicas farmacodinamicas comuns
Inibidores reversiveis da COX-1/2 (excepçäo?)
Indutivel FD:l:re
Ciclo-oxigenase-2 Inflamaçäo Perfusäo e homeostasia renal
Ciclooxigenases
Enzimas localizadas na membrana (lümen do RE e envelope nuclear)
2 isoformas, partilham 60% da sequéncia estrutural, mesma atividade catalitica
COX-1 COX-2
o
- PR Indutivel (näo expressa na maioria dos tecidos)
Expressäo Constitucional PR om
Constitucional em partes do SNC e endotélio renal
° +
Ciclo-oxigenase-1/2
> PGE. PGI
O ane |
Centro termo-regulador
N hipotalâmico
Diminuiçäo da sintese de PGE,
- Produtos microbianos, mediadores inflamatôrios, leucécitos activados
Ciclo-oxigenase-1/2
O anes ] l
Diminuiçäo da sintese de PGE, — Terminaçôes nervosas
rético e analgésico
° +
- Distribuem-se para o liquido sinovial na administraçäo crônica, tecidos inflamados, baixo pH local
2. Hematolôgicos
Hemorragia prolongada, perdas hemâticas
3. Renais
Lesäo renal aguda, retençäo de Na* e HZO, diminuiçäo da eficâcia de agentes diuréticos
4. Cardiovasculares
Hipertensäo, tromboembolismo, edema, EAM, AVC
° +
Efeitos reportados
Factores predisponentes: histôria de Ulcera gastrica prévia, idade avançada (> 65 A), género feminino,
tabagismo, alcoolismo, consumo exagerado de cafeina, utilizaçäo prolongada de AINEs, associaçôes de
AINEs em simultâneo
o
Efeitos reportados
Efeitos reportados
- Aumento da retençäo de sodio e agua, edema, diminuiçäo da funçäo renal, aumento sérico da
creatinina e ureia, insuficiéncia renal, hipertensäo
Efeitos reportados
S
AINEs ¢ dicados em doentes com risco cardiovascular aumentado!
° +
Efeitos reportados
\ Rofecoxib *
I Etoricoxib
Inibidores selectivos COX-2
S Valdecoxib
IS Celecoxib
MS Âc. mefenamico
E Nimesulide
Inibidores preferenciais COX-2 E Meloxicam
HE Diclofenac
H Etodolac
Ac. acetilsal o |
Piroxicam HE
Indometacina 8
Ibuprofeno @
Naproxeno ME
Inibidores preferenciais COX-1
Cetoprofeno ME
Fenoprofeno E
_ Flurbiprofeno mmmn )
2 -1 0 1 2 3
Acido fraco - bem absorvido pela mucosa gastrica, maior absorçäo no jejuno-ileon
Semi-vida - 2 - 4.5 h com pico plasmatico apôs administraçäo oral 1-2 h
- Doses baixas eliminadas com cinéticas de primeira ordem
Metabolizaçäo hepatica
Eliminaçäo renal
° +
o o N\
Salicilatos }
 ù ilealirili ù (-15%)
Acido acetilsalicilico (Aspirina ®) c
H- o H—
o
@ o Acacetilsalicilico ; ° O
Ac. gentisico (-1%) ä
OŸO on 5=
o 5
H C ——â
us 08O
HO 0 e — | OH g
Ÿ . Ï g
@ _ OH
> . L y
Sangue
Salicilato sôdico Estômago o
Salicilato livre (-10%)
rigady
o
0O
.o o
Salicilatos ~
Acido acetilsalicilico (Aspirina ®) o
Eliminaçäo renal
Dependente do pH
- Aumento do pH urinario melhora a eliminaçäo de salicilatos (acidos fracos)
(efeito ion trapping)
Mas, com aumento de dose, maior a excreçäo de farmaco livre (näo metabolizado)
° +
004
.…
Salicilatos —
Acido acetilsalicilico (Aspirina ®) ce
HO. O
OH
COX-1
o
Salicilatos .
Acido acetilsalicilico (Aspirina ®)
OH
COX-1
Salicilatos
Acido acetilsalicilico (Aspirina ®)
Hepaticos
Renais
AU P.
Salicilatos
Excesso de salicilatos - toxicidade (salicilismo)
Audiçäo diminuida
Doses >150 mg/kg
Zumbidos
1. zoo;r:cl’_o Vertigens Intoxicaçäo GRAVE
Hg Cefaleia 70 kg = 10,5 g = 21 cp. 500 mg
Nausea, vomitos
2 >350 Polipneia
@ Estimulaçéo respiratoria
ï Hg/mL Alcalose respiratoria (12-24h)
Depressäo respiratoria
Acidose metabélica <E Acumulaçéo de âcidos
(>24h)
450-800 Sudorese
3. Hg/mL Hiperglicémia
Convusôes
Coma
o
oH
.…
Salicilatos
Acido acetilsalicilico (Aspirina ®)
Contra-indicaçôes
- Doenga ulcerosa péptica
- Hemofilia e outras discrasias hemorragicas
- Doentes anticoagulados e/ou anti-agregados
- Doenga renal aguda / cronica
- Hiperuricémia / gota
- DPOC (asma, bronquite crônica)
- Gravidas
Salicilatos .
Sindrome de Reye
- Encefalopatia aguda
- Esteatohepatite aguda
Letalidade elevada
Resulta do consumo de ac. acetilsalicilico e derivados por criangas e adolescentes
Na pratica:
NAO administrar âc. acetilsalicilico para tratamento da febre em crianças e adolescentes (< 16 anos)
Ibuprofeno ne cs
Farmaco de escolha em Med. Dentaria
Maior açäo anti-inflamatôria (2 g ibuprofeno - 4 g âc. acetilsalicilico)
Doses terapêuticas
> 200 mg efeito analgésico + anti-pirético
> 400 mg efeito anti-inflamatôrio
Dose mäxima diaria 2400 mg
Semi-vida 2-4 h, metabolizaçäo hepâtica (CYP2C8, CYP2C9)
Efeitos adversos: cefaleia, alteraçôes da visäo, lesäo renal aguda, näusea, dispepsia, edema, exantema,
prurido, zumbidos
o
Ibuprofeno mc
Naproxeno
Eficacia maxima com analgésico
- De todos os AINEs, naproxeno é o mais seguro (menor risco cardiovascular)
Dose maxima diaria 1500 mg
Semi-vida 13 h (maiores efeitos gastrointestinais) ÇO
HO
°
Diclofenac
e
Efeito anti-inflamatôrio eficaz
- Também inibe LOX - diminui produçäo de leucotrienos
- Biodisponibilidade < 80% por efeito de 1* passagem
- Contra-indicado na gravidez
Indicaçôes: Inflamaçäo crônica, artrite reumatôide, gota (acumulaçäo no lig. sinovial)
Efeitos adversos: Gl, dispepsia, elevaçäo das transaminases hepâticas
Indometacina
Efeito anti-inflamatorio eficaz, inibidor potente da COX-1, pouco efeito analgésico
- Maior toxicidade que âc. acetilsalicilico, contra-indicado na gravidez
Meloxicam
Efeito anti-inflamatôrio eficaz
- _ Semi-vida -20 h N
- Deve ser utilizado na menor dose e tempo possivel JI \>7n
Efeitos adversos: Gl, cefaleia, edema, exantema
COXIBs
Celecoxib, etoricoxib, valdecoxib, rofecoxib
Inibidores selectivos da COX-2
- _ Anti-inflamatôrios muito eficazes
- _ Menos efeitos GI (« nausea, vomitos, Ulceras, hemorragia)
- Näo interferem com agregaçäo plaquetar (ndo inibem COX-1, sintese TXA )
o o o
bn QI ol wel
F e 0ms 07
N 3 #
S £ o |
= v O N/
me O
Celecoxib Etoricoxib Valdecoxib Rofecoxib
COXIBs
Celecoxib, etoricoxib, valdecoxib, rofecoxib
Outros AINEs
Nimesulide
Banido em muitos paises por risco de hepatotoxicidade
- Rapido inicio de açäo
- Efeito anti-inflamatôrio eficaz
- Deve ser utilizado durante o menor tempo possivel, semi-vida 2-4 h
- Inibe produçéo de radicais livres de O,
- Contra-indicado na gravidez e durante aleitamento materno
Dose mäxima diaria 200 mg
Efeitos adversos: Hepatotoxicidade fulminante, diarreia, vomitos, nausea, exantema, prurido o
Outros AINEs e o
Paracetamol /©/ o
HO
Mecanismo de açäo näo esclarecido: inibiçäo COX-1/2 periférica vs. central (COX-3?)
o
Outros AINEs o
Paracetamol /Û/ o
HO
° +
Outros AINEs
Paracetamol »
N\"/CH
HO
O |
2 TT T m w
CHs
/ \ (IJ
Gien
Conjugaçäo com GSH
Paracetamol metabolizado no figado em 3 vias
H
. A . ot N cH,
- _ todos os metabolitos conjugados säo inactivos e näo toxicos \n/ °
- ometabolito resultante da oxidaçäo (NAPQI) é muito reativo °
- _ conjugaçäo rapida com glutationa (GSH) HO
° ©
Outros AINEs
Intoxicaçäo 10-15 g
Paracetamol »
O
N\"/CHa
HO |
Oxidaçäo
CYP2E1
N CHs
=
NAPQI
O,N °
Outros AINEs
Paracetamol - toxicidade
Sintomas inespecificos
1 Anorexia, nausea, vomitos
n Alteraçôes laboratoriais
2. ÎI; h Elevaçäo das transaminases. hiperbilirrubinémia
Prolongamento TP, trombocitopénia
C BI
o
Outros AINEs 0 N (
HO-§ NN
Metamizol o J
Potente efeito analgésico, anti-pirético e espasmolitico
Indicaçôes: Dor peri-operatôria, traumatismos, dor biliar, côlica renal, dor aguda/crônica
Utilidade clinica: Efeito espasmolitico melhora dor obstrutiva (côlica biliar, côlica renal), melhor perfil
de segurança que outros AINEs - renal, cardiovascular, gastrointestinal
Efeitos adversos: Discrasia hemorragica, agranulocitose, anemia aplastica, necrolise epidérmica toxica
Histamina
o
Histamina
Mediador inflamatorio importante
Amina biogénica
- Sintetizada a partir da histidina (aminoacido essencial)
- Molécula hidrofilica
- Neurotransmissor SNC, tubo digestivo, Utero
- Metabolizaçäo hepatica - produtos resultantes säo inertes
- Importante conjugaçäo com ribose - formaçäo de neurotransmissor GABAérgico
Histamina @
/N
_
Mediador inflamatôrio importante
Histidina
Niveis de histamina podem ser alterados por:
; N
1. Biossintese aumentada (/J/Ÿ o
Nz
2. Catabolismo diminuido HN /
o ImAA Histamina
3. Consumo de alimentos ricos em histamina
ImAA-riboside
HiC
Alimentos ricos em histamina ou “histamine-like”
Vasodilataçäo Histamina, C3a, C5a, PGIZ, PGE‘. PGEZ, PGD2v NO, BK, plasmina
° Aumento da permeabilidade vascular Histamina, C3a, C5a, CysLT, PAF, BK, substäncia P, CGRP
Quimiotaxia e ativaçäo leucocitaria LTB A LXA, e LXB, , PAF, C3a, C5a, Ag bacterianos
Histamina
Armazenamento e libertagao
Histamina
Estimulos para a desgranulaçäo dos mastocitos
1. Imuno-mediada
- IgE (receptor FceRI - elevada afinidade): desgranulaçäo explosiva
- Toxinas bacterianas
- Toxinas derivadas de animais, insectos (p. ex. abelhas)
- Frio
- Trauma
A concentraçäo de histamina é elevada em tecidos que contém elevado nûmero de mastocitos (pele,
mucosa brônquica, mucosa intestinal..)
Histamina
Efeitos sistémicos
1. Cardiovasculares
Vasodilataçäo, taquiarritmias, hipotensäo, anafilaxia
2. Neurologicos
Cefaleia, nausea, vômitos, tonturas, alteraçôes do ritmo circadiano
3. Gastrointestinais
Aumento da secreçäo acida, dor abdominal, célica, diarreia, meteorismo
4. Pulmonares
Aumento da secreçäo de muco, obstruçäo nasal, rinorreia, broncoconstriçäo
5. Cutâneos
Vasodilataçäo, rubor, flushing, prurido, urticaria
6. Genito-urinarios
Contraçäo musculo liso, dismenorreia
o
Receptores de histamina
Receptores associados a proteinas G
[4 ## [
Lo (&) (o) (o)
1 DAG 1 cAMP | cAMP | cAMP
TIP,
1 [Ca?]
+
o
Receptores de histamina
Alvo-terapêutico: receptor H,
Anti-histaminicos H‘ (loratadina, cetirizina)
Anti-histaminicos
Anti-H,
o
- _ Volume de distribuiçäo elevado (anti-H, de 1° geraçäo, tecidos periféricos e SNC)
- Alguns säo substratos da P-gp
- Elevada ligaçäo às proteinas plasmaticas (78-99%)
- _ Metabolizaçäo hepatica (CYP2D6 e CYP3A4) com eliminaçäo através da urina
- Podem existir metabolitos intermédios activos
° +
° e _—
Anti-histaminicos H,
1% geraçäo
- Difusao através da barreira hemato-encefalica
- Podem causar sonolência, sedaçäo
- Interaçäo com outros receptores (baixa afinidade H )
o
23 geragao (muitos säo metabolitos intermédios de 1° geraçäo - menos reaçôes adversas)
- Menor permeabilidade da barreira hemato-encefalica (grupos polares)
- Substratos P-gp
- Menos efeitos sedativos (interagdes com alcool e benzodiazepinas)
- Mais selectivos para os receptores H,
- Mais dispendiosos
S
Preferencialmente utilizar anti-H, de 2* geraçäo para sintomas alérgicos mais persistentes
S
o
Anti-histaminicos H,
Ë QTce
Difenidramina Clemastina Ebastina … Fexofenadina
\
o
1* geraçäo 2* geraçäo
% - Mais lipofilicos - Mais hidrofilicos
- Boa penetraçäo na barreira hemato-encefalica - Penetraçäo fraca na barreira hemato-encefalica
- Sedativos - _ Menos sedativos, menos interaçôes
+
o
P - . S
Utilizagao clinica dos anti-histaminicos H,
Maior eficacia quando administrados por via oral
1. Näo sedativos
Utilizados como anti-alérgicos generalistas
° 2. Sedativos
Induzir sono, tratamento de insonia, anti-eméticos, prevençäo de enjoo de movimento
Anti-histaminicos H ,
Hidroxizina (1* geraçäo)
- Sedativo
- Risco reduzido de efeitos colinérgicos
Indicaçôes: Prurido, nausea, agitaçäo, ansiedade
Efeitos adversos: Cefaleia, prolonga o intervalo QT no ECG
Anti-histaminicos H,
Prometazina (1* geraçäo)
- Sedativo
- Anti-psicotico
Indicaçôes: Insônia, néusea, agitaçäo, ansiedade, adjuvante nas reaçôes alérgicas graves (anafilaxia,
angioedema)
Efeitos adversos: Cefaleia, xerostomia, parkinsonismo, discinésia, acatisia, depressäo
Anti-histaminicos H 1
Cetirizina (2° geraçäo)
- Menor efeito sedativo
- Näo sofre metabolismo hepatico (CYP)
Indicaçôes: Rinite alérgica, dermatite, urticaria
Anti-histaminicos H,
Ebastina (2° geraçäo)
- Menor efeito sedativo
- Efeito de primeira passagem extenso, metabolizaçäo completa (CYP3A4)
Indicaçôes: Rinite alérgica sazonal, urticaria, dermatoses pruriginosas
Efeitos adversos: Precauçäo em doentes com anomalias conhecidas do intervalo QT
Anti-histaminicos H 1
Fexofenadina (2° geraçäo)
- Menor efeito sedativo
- Seguro em doentes com prolongamento do intervalo QT
- Interagao extensa com alimentos, inibidores P-gp (sumo de toranja)
Indicaçôes: Rinite alérgica, urticaria
Efeitos adversos: Cefaleia, mialgia, dorsalgia, nausea, insonia
o
Anti-histaminicos H 2
Utilizaçäo principal como anti-secretorios gastricos
- Bloqueio dos receptores H, nas células parietais do estômago
- Diminuiçäo da secreçäo de H* para o lumen gastrico
- Efeito nocturno acentuado, sem efeito na secreçäo induzida por alimentos
Utilizaçäo clinica: tratamento da DRGE, doença ulcerosa péptica, dispepsia, sindrome de
Zollinger-Ellison, prevençäo de ülceras de stress
H*/K* ATPase
Histamina ---------
Gastrina - v
Anti-histaminicos H 2
Caracteristicas farmacocinéticas comuns
Anti-histaminicos H 2
Cimetidina
- Metabolizagdo hepâtica (inibidor CYP) - interaçôes farmacologicas importantes
- Inibe metabolismo endôgeno do estradiol
- _ Aumenta niveis séricos de prolactina
- Contra-indicado na gravidez e durante aleitamento materno
Efeitos adversos: Ginecomastia, disfunçäo sexual, galactorreia, diarreia, mialgias
Famotidina
- Precauçäo em doentes com intervalo do prolongamento QT no ECG
- Poucas interaçôes farmacolôgicas (metabolismo minimo por CYP)
- Contra-indicado durante aleitamento materno
Efeitos adversos: Cefaleia, diarreia, dor abdominal, tonturas
Anti-histaminicos H 2
Ranitidina
- Risco aumentado de pneumonia
- Risco aumentado de colite
- Prevengao de Ulceras de stress em doentes sedoanalgesiados e ventilados
Efeitos adversos: Cefaleia, arritmias, sonoléncia, insônia
Nizatidina
- Ultimo antagonista H, desenvolvido
- Substituido por IBPs
Efeitos adversos: Diarreia, obstipaçäo, cefaleia, mialgias
o
. . el ©
Outros anti-histaminicos
Anti-histaminicos H ..
3 e
Receptores H, e°ie
; L Histamina
- _ Receptores do neurônio pré-sinaptico
- Activaçäo do receptor inibe libertaçäo de dopamina, GABA, ACh, noradrenalina, serotonina,
histamina
- Papel importante no controlo da saciedade e ingestäo alimentar
Agonistas inversos H,R promovem vigilia, melhoram a funçéo cognitiva, diminuem o apetite (ex.
beta-histina, pitolisant)
Farmacologia geral da
inflamacgao e histamina
& %
° S
N 8 S
LF
e æ
S D ¥
S D
2022 - 2023
F
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Farmacologia geral dos
anestésicos locais e
analgésicos centrais
S
S D
2022 - 2023 E%
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Transporte ionico
o
Canais ionicos
Proteinas integrais de membrana, transporte de iôes
Habitualmente a favor do gradiente de concentraçäo ou electroquimico
- _ poro central
- _ do meio extracelular para o meio intracelular (p. ex. Na*)
- do meio intracelular para 0 meio extracelular (p. ex. K*)
° +
Canais ionicos
. .r .
Canais ionicos
Funçôes biolôgicas
1. Conduçäo do impulso nervoso: potencial de acçäo e transmissäo sinaptica
2. Contragao do musculo cardiaco, esquelético e liso
3. Transporte transepitelial de nutrientes e iôes
4. Transduçäo do estimulo visual
5. Activaçäo de linfôcitos T
6. Libertaçäo de insulina pelas células beta pancreaticas
e e
° ° °
° + r
Canais ionicos l l |
° .r . r
+++++ l ------ I |
2. Voltage-gated | T t+rrt
Em resposta ao potencial de membrana Aberto
3. Phosphorylation-gated
Em resposta a fosforilaçäo citoplasmatica l
Aberto
o .r e ©
Canais ionicos dependentes da voltagem
Alteraçäo conformacional em resposta ao potencial de acçäo
o + ®
Tipos e familias
1. Canais de câlcio paganats Hs
Excitaçäo/contraçäo Gate de | _"Iä‘✠de
Libertaçäo de neurotransmissores activaçäo inactivaçäo
Repouso
2. Canais de sodio
Despolarizaçäo
3. Canais de bsio
Repolarizaçäo —
Aberto
4. Outros o
Canais de cloro
Canais +++eeet ++++FRP
-20
-50
-70
Tempo (mseg.)
-20
-50
-70
Tempo (mseg.)
o
-20
Tempo (mseg.)
-70
Tempo (mseg.)
+
o
2 dominios
- Transmembranar: poro
- Extracelular: ligaçäo ao mensageiro
3 superfamilias
1. Cysteine-loop °
2. Receptor ionotrôpico do glutamato
3. ATP-gated
+
o
° +
- Anti-arritmicos
- _ Anti-hipertensores
- _ Anti-convulsivantes
- Anti-epilépticos
- Anestésicos gerais
- Anestésicos locais
o
Canalopatias
Patologias cujos mecanismos moleculares de doença residem nos canais iônicos
5. Retinite pigmentosa
6. Osteopetrose
7. Hipertermia maligna
Anestesicos locais
o
o S
Anestesia
Insensibilidade
° +
Anestesicos locais
14 ° . ®
Definigao farmacologica
Cocaina
Primeiro farmaco com efeito anestésico local identificado
Inicialmente estudada a partir da observaçäo dos efeitos produzidos na regiäo oral de nativos
dos Andes que mascavam folhas da planta Erythroxylum coca
Caracteristicas ideais
Anestésicos locais a considerar em Medicina Dentaria
A
Controlo da dor Duraçäo de acçäo
Analgesia eficaz com dose minima Tipo de intervençäo
<
Mecanismo de acçäo diferente dos analgésicos (p. ex. AINEs) - sû diminuem percepçäo de dor
A z  SENSIBILIDADE
FIBRA DlA:îÏRO FUNÇAO MIELINA VEL C((Zr)“l\js[')UCAO ANESTÉSICA
Estrutura e classificagao
Amino-ésteres Amino-amidas
R3 o R3
R1 R2 R1 R2
Estrutura e classificaçäo
Amino-ésteres Amino-amidas
R3 o R3
R1 R2 R1 R2
Estrutura e classificagao
Amino-ésteres Amino-amidas
R3 o R3
e 058
o N
R4
R1 R2 R1
Estrutura e classificaçäo
Amino-ésteres Amino-amidas
R3 O R3
R1 R2 R1 R2
Estrutura e classificagao
Amino-ésteres Amino-amidas
R3 O R3
ZI
R4 O R4
R2 R1 R2
+
o
Estrutura e classificaçäo
R3 0 r3
H
1B N î_‘A N RS
o OSN N
R4 o R4
R1 R2 R1 R2
Amino-ésteres Amino-amidas
- Cocaina - Lidocaina
- Procaina - Mepivacaina
- Tetracaina - Prilocaina
- Cloroprocaina - Bupivacaina
- Benzocaina - Ropivacaina
+
o
Estrutura e classificagao
Amino-ésteres Amino-amidas
- Cocaina - Lidocaina
- Procaina - Mepivacaina
- Tetracaina - Prilocaina
- Cloroprocaina - Bupivacaina
- Benzocaina - Ropivacaina
° +
1. Lipossolubilidade
Quanto mais lipossolûvel for o AL, maior a sua poténcia
Penetram no SNC
Atravessam a placenta
3. Vasodilataçäo
Todos os AL sao vasodilatadores (excepto cocaina)
Determina absorçäo mais rapida e duraçäo de açäo mais curta
Associaçäo com adrenalina
+
o
Geralmente preparados quimicamente na forma conjugada com sal de âcido forte, melhorando a
hidrossolubilidade e a estabilidade em meio aquoso (p. ex. HCI - cloridratos)
cs e
H WA“' en N \n/\ N T0n
es sOL es es sL es
-
pH 4 10
+
o
(pK, 7.9)
754 — Bupivacaina (pK, 81)
% de anestésico local ionizado
Maior rapidez
de açäo Procaina (pK, 8.9)
50 + Menor rapidez
de açäo
254
pH fisioldgico -
pH
o
Mecanismo de acçäo
° O
Anestésicos locais (N
Transmissäo do impulso
Mecanismo de acçäo
Inactivaçäo dos canais de Na* dependentes da voltagem
Canal tem que estar aberto para anestésico local aceder ao local (gate) de inactivaçäo
Na*
Canais de Na* permanecem no estado inactivo - impede nova despolarizaçäo e influxo de Na*
o
Mecanismo de acçäo
Inactivaçäo dos canais de Na* dependentes da voltagem
Inflamaçäo local
Os mediadores inflamatôrios e células do sistema imunitario acidificam os tecidos
Produtos da inflamaçäo
- Debris celulares
- Corpos apoptôticos
- Pus
- _ Necrose tecidular
Ocorre uma diminuiçäo do pH local por aumento dos âcidos livres resultantes da acçäo das células
imunitarias e morte das células residentes
° +
CUIDADO
Utilizagao de vasoconstritores
Contra-indicaçôes absolutas
1. Doença cardiovascular
Angina instavel
Enfarte agudo do miocardio (EAM) recente 6 meses)
Acidente vascular cerebral (AVO recente (< meses)
Arritmias malignas e/ou refractarias
Insuficiéncia cardiaca congestiva
Hipertensäo arterial grave näo controlada e/ou näo tratada
Doentes em tratamento com digoxina
Utilizaçäo de vasoconstritores
Contra-indicaçôes relativas
É da sua responsabilidade informar os doentes dos riscos a que estäo expostos, adiando a intervençäo pelo
menos 24h apôs o consumo
o
- Curta duraçäo
Procaina
Cloroprocaina n
Duraçäo do efeito influenciada por:
- Duraçäo intermédia e à ; ;
1. Ligaçäo às proteinas tecidulares
Lidocaina
Mepivacaina 2. Vascularizaçäo do tecido
° +
Metabolismo hepatico
- Doentes transplantados
- Doentes cirrôticos
- Doentes com hepatites crônicas
Inibidores dos CYPs com potencial de interaçäo (diminuem metabolismo dos anestésicos)
- Antibiôticos (macrôlidos, fluoroquinolonas)
- Antifüngicos (cetoconazol, itraconazol)
- Antagonistas dos canais de calcio (diltiazem, verapamil)
- IBPs (omeprazole)
- Anti-H, (cimetidina)
- Sumo de toranja (furanocumarinas)
o
Efeitos neurologicos
Todos os anestésicos locais podem funcionar como anestésicos gerais
Efeitos cardiovasculares
Efeitos locais vs. sistémicos
Efeitos sistémicos
- Depressao cardiovascular - dilataçäo arteriolar (excepto cocaina)
- Hipotensäo
- Arritmias (bloqueio auriculo-ventricular)
- Diminuiçäo da contractilidade, frequéncia cardiaca e velocidade de conduçäo
Ü |
nc
|;
e
e * e °
Oxyhemoglobin Deoxyhemoglobin Methemoglobin
() (empty) (H,00r OH)
Utilizaçäo em gravidas
Anestésicos locais atravessam placenta (lipofilicos)
Tratamento dentario deve ser programado para o periodo pôs-parto sempre que possivel
Bupivacaina c
Lidocaina B
Mepivacaina c
Benzocaina c
Adrenalina c
Lidocaina
Amida ù o
+
o
Anestesicos locais
LA . . ®
Mepivacaina qs (U
Amida Î{L J
|
Inicio de açäo rapido - pK - 7.7 (2-4 min.) m %
Quimicamente semelhante a bupivacaina
Farmacologicamente semelhante a lidocaina
Semi-vida T, , 2-3 h, ligaçéo às proteinas plasmaticas - 75%
Hs CHs
Prilocaina
NH es
Amida m/l\ PV
Inicio de açäo rapido - pK 7.9 (2-4 min)
Apresenta a menor toxicidade sistémica de todos os AL
Combinado com lidocaina em emulsäo para aplicaçäo tôpica (EMLA)
Pode induzir metahemoglobinémia - metabolito o-toluidina
o
Anestésicos locais
Bupivacaina cs
Amida K
Ropivacaina
Amida q Hîpo
N
Inicio de açäo lento - pK - 8.1 (2-4 min) ! Ï
Menor cardiotoxicidade que bupivacaina Q
Semi-vida T, , - 4 h, ligaçäo às proteinas plasmaticas - 94% o
+
°
Anestesicos locais
LA . e ®
Articaina v — o
. o
Amida N\“)\ N/\/c…
Caracteristicas farmacocinéticas
Metabolizaçäo hepatica lenta
Baixa toxicidade sistémica
Metabolizaçäo rapida pelas esterases plasmaticas - 90%
Metabolizaçäo dependente da idade (clearance diminui com idade)
Semi-vida T, , 20-30 min.
Analgésicos centrais
+
o
10
L
Escada analgesica Opiéides fortes s
Morfina
Fentanil 8
Oxicodona
Hidromorfona 7
Buprenorfina
Tapentadol S -
âo
5
Opioides fracos z
Codeina 4 8
Tramadol i
3
Paracetamol Û
Metamizol
o
°
Opioides
Caracteristicas farmacocinéticas
Absorçäo
>> Vias parentéricas
- _ Via endovenosa
° - Via subcutânea
- Transdérmica
- Intramuscular
- _ Intranasal
- Inalatôria
Distribuiçäo
- Extensa ligaçäo às proteinas plasmaticas
- _ Albumina e alfa-1-glicoproteina
Metabolismo
- _ Hepâtico
- Via CYP450 e UGT
- Produçäo de muitos metabolitos farmacologicamente activos
° +
Opioides
Caracteristicas farmacocinéticas
DURAGAO DO
FARMACO BIODISPONIBILIDADE SEMT"V'DA
2 EFEITO
Morfina 15-65% 25-3h 2-3h>»8-12h
Meperidina 50 - 60% 4-6h 2-4h
Metadona ~90% 18-47h 4-8h
Receptores opidides
1. p(mu) Maioria dos farmacos säo
agonistas do JOR
2. K (kappa)
3. 5 (delta)
4. 0 (sigma)
5. € (epsilon)
Receptores opioides
Receptores metabotropicos (associados a proteinas G) HoR
Descritas 5 classes diferentes
Efeitos
Receptor u (mu) | cAMP
H, — Analgesia
H, — Sedaçäo, vômito, depressäo respiratôria, prurido, euforia, anorexia, retençäo urindria, dependéncia fisica
Receptor k (kappa)
Analgesia, sedaçäo, dispneia, efeitos psicomiméticos, miose, depressäo respiratoria, euforia, disforia
Receptor à (delta)
Analgesia, anestesia espinhal
o
Receptores opioides
Maioria dos farmacos säo agonistas do HOR
Fentanil Agonista
Metadona Agonista
Depressäo respiratôria
Miose
Reduçäo da motilidade GI
Euforia
Disforia +++
Sedaçäo
° o .
Afinidade e efeitos
FARMACO RECEPTOR y RECEPTOR K RECEPTOR &
AGONISTAS PUROS E PARCIAIS
Morfina, codeina, oximorfona +++
Metadona ++
Meperidina +
Etorfina, bremazocina +++
Fentanil, sufentanil +
AGONISTAS - ANTAGONISTAS MISTOS
Pentazocina 0
Nalbufina 0
Nalorfina o
Buprenorfina HH
ANTAGONISTAS
Afinidade e efeitos
Estrutura molecular influencia afinidade para os diferentes receptores
pue
5
œ Ho
@ Æ\
CON
é
ï
° +
Analgesia
Efeitos na medula espinhal: inibigdo da transmissäo nociceptiva
Efeitos no cérebro: estimulaçäo do sistema antinociceptivo (inibiçäo da percepçäo da dor)
Efeitos adversos
Potencialmente graves, causam morte por sobredosagem
Depressäo respiratoria
Euforia
Retençäo urinaria
® 9
Sedaçäo
N
Hipotensäo, broncoconstriçäo
Toleräncia e dependéncia
Toleräncia para os efeitos analgésicos, eméticos, euforia e depressäo respiratoria
o
Efeitos adversos
Potencialmente graves, causam morte por sobredosagem
SOURCE: CDC/NCHS, National Vit SatistcsSystem, Moralty, CDC WONDER, Atlanta, GA: US Department of Healthand Human
Service, CDC, 2020, htpe./wanderce gouf
Dependéncia e abstinéncia
Desenvolve-se ao longo de varias horas-dias com diferentes sintomas
Ansiedade Taquicardia
Desejo de consumo (craving) Nauseas
Vômitos
Fase 2 (8 - 24 hrs.) Diarreia
Hipertensäo
Ansiedade
Insénia Febre
Disturbios GI Calafrios
Rinorreia Tremor _
Midriase Convulsdes
Diaforese Espasmos musculares
o
Contra-indicagoes
1. Insuficiéncia respiratoria grave
Estados convulsivos
n
Alcoolismo activo
o
Opioides
Morfina
Caracteristicas farmacocinéticas
- Rapida absorçäo apôs administraçäo oral ou IM
- Viaoral: efeito de 1* passagem hepâtica >>>>> F 15 - 65%
- Ampla distribuiçäo (rim, figado, pulmëo, medula..)
- Atravessa BHE e placenta, excretada no leite materno
Metabolismo
> 90% da dose administrada é metabolizada no figado
Principal via metabôlica - conjugaçäo (morfina-3- e 6-glucuronidos: actividade farmacolôgica)
Outros metabolitos: normorfina (actividade farmacolôgica)
Eliminaçäo
90% excreçäo renal + 10% excreçäo biliar
o
Opioides
Morfina
° P
Morfina-3-glucuronido Normorfina Morfina-6-glucuronido
HO H HO.
S
Hiperalgesia
Alodinia
Opioides
Codeina
Utilidade clinica: dor ligeira a moderada, tosse persistente
Analgésico fraco (s da poténcia da morfina)
Caracteristicas farmacocinéticas
Administrado por via oral - ndo administrado por via EV (risco de libertaçäo de histamina, vasodilataçäo,
hipotensäo)
Metabolismo
Hepâtico
»» Conversäo por CYP3A4 em norcodeina (actividade farmacolôgica)
> Conversäo por CYP2D6 em morfina
7% dos caucasianos e 50% dos asiaticos com polimorfismo CYP2D6 (metabolizadores lentos)
% Resistentes à analgesia por codeina - incapacidade para conversäo em morfina
CwCVP1D6
CYP2B7 K
Morfina-3-glucuronido
Codeina-6-glucuronido
Morfina-6-glucuronido
UGT1A1
RN ormoria
° +
Opioides
[ &)
Tramadol d _o
Utilidade clinica: Controlo da dor moderada (2R amacol (1529 vamadel
Opidide atipico
Mecanismo de acçäo: Agonista parcial , inibe recaptaçäo 5-HT, inibe recaptaçäo NA
Utilidade clinica: Analgesia peri-operatôria (cirûrgica), analgesia espinhal, dor crônica (fentanil)
Adjuvantes anestésicos
Muito potentes - cerca de - 500x, 80x e 20x mais potentes que morfina (respetivamente)
° ©
Opiodides @ N
Metadona O O
Utilidade clinica: Tratamento da dependéncia de opidides
Perfil analgésico e poténcia equivalente à morfina mas semi-vida mais longa
Mecanismo de acçäo: Agonista u de longa duraçäo
Sintomas de privaçäo menos intensos e de instalaçäo mais lenta que heroina (tratamento da
dependéncia)
Antagonistas opioides
Naloxona, naltrexona
Caracteristicas farmacolôgicas
»> Naloxona com semi-vida T, curta (-1 hr), com açéo rapida entre 2-4 hr.
>> Naltrexona 3-5x mais potente que naloxona, maior duraçäo de acçéo (semi-vida T, - 10 hr) °
Farmacologia geral dos
anestésicos locais e
analgésicos centrais
S
S D
2022 - 2023 B% E
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Farmacologia geral dos
anti-infecciosos
Antibacterianos | S
S
S D
2022 - 2023 H%
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Quimioterapia antimicrobiana
o
Principios basicos
Quimioterapia
Utilizaçäo de farmacos com ‘toxicidade selectiva’ para microrganismos invasores
Efeitos minimos no hospedeiro
- Toxicidade selectiva sobre organismo invasor (virus, bactérias, protozoarios, fungos)
Revoluçäo antibiôtica
Penicilina (1940)
Outras substäncias produzidas por alguns microrganismos (ou de sintese quimica) que matam ou
inibem o crescimento bacteriano
Principios basicos
Terapéutica
Dirigida - doença infecciosa definida, com microrganismo identificado e sensibilidade conhecida ao
antibiôtico (p. ex. antibiograma)
Empirica - infecçäo clinicamente diagnosticada, sem identificaçäo do agente etiolôgico, mas com grau
de suspeiçäo elevado do possivel microrganismo
Profilaxia
1. Pré-exposiçäo - antes do contacto com microrganismo (p. ex. endocardite infecciosa, HIV)
Principios basicos
Selecçäo do farmaco correcto para terapéutica antibiôtica
1. Microrganismo
Patogenicidade
Sensibilidade ao antibiético selecionado, resisténcias
Tipo e localizaçäo anatômica dos efeitos patogénicos
2. Hospedeiro
Idade
Gravidez e aleitamento
Estado fisiolôgico global (sistema imunitério, funçäo renal, gastrointestinal)
Alteraçôes genéticas
Histôria de alergias medicamentosas
3. Färmaco
Farmacodinamica (espectro de açäo, alvo terapéutico, mecanismo de acçäo)
Farmacocinética (via de administraçäo, distribuiçäo no local da infecçäo, tempo de eliminaçäo)
Principios basicos
Selecçäo do farmaco correcto para terapéutica antibiôtica
Um dado antibiôtico pode apresentar MIC e MBC (habitualmente utiliza-se MIC devido ao seu valor inferior -
menor toxicidade)
o
Principios basicos
Antibiôticos podem exercer efeito bacteriostatico e bactericida
Farmaco Férmaco
adicionado removido
8
Ë
@
g l l Farmaco
2 bacteriostätico
b
2
@
ë
3
z
Färmaco
bactericida
Tempo (h)
° +
Principios basicos
Factores que influenciam a posologia de prescriçäo (dose e frequência)
1.
Semi-vida do farmaco
Dose e via de administraçäo devem ser adequados para manter concentraçäo de farmaco
antibiôtico no local de infeçäo durante tempo adequado até à proxima toma
Tipo de efeito
- Concentraçäo (dose)-dependente
- Tempo-dependente
o
° .… . ©
Principios basicos
Efeito bactericida concentraçäo-dependente vs. tempo dependente
Efeito concentraçäo-dependente
L8
£
Ë
—ë Efeito tempo-dependente
É
2
5
2
2
æ
Ë
*
; MBC
Concentraçäo de farmaco (mg / mL)
o + ®
Principios basicos
Efeito bactericida concentragao-dependente vs. tempo dependente
Concentraçäo-dependente Tempo-dependente
Cnx
/ MIC
Concentraçäo (mg / mL)
AUC/MIC
MIC MIC
Principios basicos
Efeito pôs-antibiôtico (PAE)
Permite que farmacos antibiôticos com T, , curtos sejam administrados id-bid
Principios basicos
Classes farmacolôgicas
Bactericidas
ostaticos Tempo-dependente Concentraçäo-dependente
- Cloranfenicol - - Aminoglicosideos
- _ - B-lactamicos o
- Clindamicina A - Bacitracina
- _ Isoniazida ;
- Etambutol ; - Quinolonas
E - _ Metronidazole
- _ Macrôlidos n .
- Pirazinamida
- Sulfonamidas
- Rifampicina
- Tetraciclinas
- Glicopéptidos
- Trimetoprim
o
Principios basicos
LA . ®
Antibiôticos bacteriostaticos
Tetraciclinas, cloranfenicol, macrolidos, sulfonamidas... °
Principios basicos
. 0 . ° « . ®
Membrana celular
DNA RNA
Sintese de ;
tetrahidrofolato | T> T §~|-> Proteinas
Sulfonamidas
Trimetoprim (
Macrélidos
Tetraciclinas
Aminoglicosideos
Cloranfenicol
Clindamicina
o
Principios basicos
Caracteristicas do antibiôtico ideal
2. Bactericida
8. Custo razoävel
- =
; )
L e oo
|s FeS e
2
,
À Lalanine
° +
Membrane Phospholipid
Cytoplasm protein
°
. . °
Biossintese da parede bacteriana
Fase 1- Sintese do monômero de mureina (fase citoplasmatica)
o —3 2.9,
sEPEP1 N_ NADPH Vêfi
o
L-Ala, D-Glu, L-Lys,
ATP ATP ATP » ; 22 Cd
Ëw 5 S \ we/Ë;g\
>E = Ë… MurF, ; ATP we bc t
cécmn\f'e
WP @
a…_c\ïo…x
oo W WP ,…(m o
0H 0# pDAlæDAla G . >
UDP-NAG UDP-NAM (Zrcydoserlne …,5 ATP in
Fosfomycin ] D-Ala + DAl
Fosmidomycin A/.mme …J\…
racerrase o
Laa + LAl
Park nucieotide
( Bactams:
, Penicillins
e Cephalosporins
PA DS cp DSDN Monobactams
u eq Carbapenems en Peripiasnt
b u £ Telcoplanin
T; s ls Y ARSI
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T £ra,.
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[Bssivsan] 37 G e sd o Lipidil
Cytoplasm
° +
. « .
Biossintese da parede bacteriana
Fases 2 e 3 - Polimerizaçäo de monômeros, cross-linking do polimero
(Brlactams:
/ Penicillins
É
"’Z«M—L Ay DG ;:yg;:u.o A és
Cartapenairs m Periplasm
7 o - 4 Telcoplanin
S fo wbetanroouitsoanons
Conmtin o uû C c oreir
o e / e
ns _‘;" TP . e PGT
…ü ……ê«"/“*äeä , |2 ey -l
il i " Lt
( Gytoplasmic membrane
B-lactämicos Q Glicopéptidos s
Glicôlise humana näo inibida - diferenças estruturais entre enzimas bacterianas e dos mamiferos
permite seletividade e segurança
° +
HN HN CHs
S ©
Farmacos que afectam a parede celular
o
Bacitracina »
Interfere com transferência de mureina para a membrana wn :,Ç:N e
Inibidor enzimatico da desfosforilaçäo do bactoprenol O o Ph
Py ek Al { o o T N
° Toxicidade sistémica elevada Wn \.ÀHAWN y rig) Y
Limitado a uso cutâneo e tôpico, pele, olho y .-
Mais activo para bactérias Gram pos., näo absorvido por via oral: utilizado para descontaminaçäo
colorectal ;
A ° o
_ \_g.-’-vmS, S O
Dephosphorylase … ° & Ê.o_\ä
% Lh
Diolu
—— Liys Park nucleotide
Bacitracin | 1~
oAa
° +
. « _e S
Glicopeptidos
Vancomicina, telavancina, dalbavancina, oritavancina
Vancomicina
o =
Vias de administraçäo
- EV - MRSA (pneumonia, bacteriémia, endocardite)
- Oral - Infeçôes GI por Clostridium difficile (absorçäo quase nula
Efeitos secundarios: Neutropenia, nefrotoxicidade: ajuste de dose na insuficiéncia renal
%
- ——
Vancomicina ]D_A\a_D_Na
L
Glicopéptidos
Vancomicina, telavancina, dalbavancina, oritavancina
Inibidores da polimerizaçäo da mureina
Ligaçäo ao terminal D-Ala-D-Ala da mureina, impede ligaçäo enzimâtica
Actividade contra cocos e bacilos Gram pos., sem actividade para bactérias Gram neg.
Telavancina
Ancora lipidica - induz despolarizaçäo da membrana bacteriana (maior poténcia)
T prolongado - permite 1 toma diéria
Nefrotoxicidade
Dalbavancina
Maior actividade contra estafilococos (incluindo coagulase neg.) e enterococos resistentes
Oritavancina
Maior actividade contra enterococos (mesmo resistentes a vancomicina)
° +
« a __
Farmacos B-lactämicos
Penicilinas, cefalosporinas, carbapenemes, monobactamos
o
n e
we
o es ° Æ N S\ e ° N
o o rz o o s
N
Ho o OH HO'
Farmacos B-lactämicos
Organismos susceptiveis
Diferentes perfis de actividade
1. B-lactamicos de largo espectro - actividade contra bactérias Gram pos. e Gram neg.
Farmacos B-lactamicos
Determinantes do espectro
Capacidade de penetraçäo até ao espaço periplasmatico
- Largo espectro: farmacos hidrofilicos atravessam poros das bactérias Gram neg.
Amoxicilina, ampicilina, piperacilina, ticarcilina
=
— ;
Ï î Gram neg.
Gram pos.
o
Farmacos B-lactämicos
Mecanismo de açäo
Inibidores da transpeptidaçäo da mureina
NAG
Transpeptidase
——
B-lactämicos (4
Farmacos B-lactamicos
Mecanismo de agao
Inibidores da transpeptidaçäo da mureina
Farmacos B-lactämicos
Organismos multi-resistentes
Estratégias para evitar resisténcias por B-lactamases
° ©
o OH
Ns
C
°
N
° N C
o
N cHs
o ok oH
HO o
Farmacos B-lactamicos
Estrutura quimica pode induzir reaçôes adversas
Efeitos comuns
1. Reacçôes de hipersensibilidade
Anafilaxia (mais grave)
Exantema cutâneo
Urticaria
3. Reactividade cruzada
Menos frequente entre farmacos de classes diferentes
Aztreonam (monobactamo) com reactividade cruzada apenas com ceftazidima
o
° oge H ©
Penicilinas ‘ _
o N es
Penicilina G o
Benzilpenicilina o -
Inactivada em meio acido - utilizaçäo parentérica
+
o
. ore S
Penicilinas @ ;
Y j;[/ o
M s,
Penicilina V 0 N es
Fenoximetilpenicilina o
Penicilinas
Oxacilina, cloxacilina, dicloxacilina, flucloxacilina, nafcilina, meticilina
Isoxazolpenicilinas
Indicaçôes: infeçôes da pele e tecidos moles (via oral); infecçôes graves da pele e tecidos moles por
MSSA, endocardite, osteomielite, bacteriemia (via EV)
oxac
ina Cloxac
ina Flucloxac
ina
rdiens ex OEx
o
Amoxicilina, ampicilina
Aminopenicilinas P P
Näo säo resistentes a B-lactamases
Indicaçôes: Infecçôes invasivas por Enterococcus spp. e Listeria spp. (ampicilina via EV); infecçôes do
nariz, ouvido, garganta, cavidade oral, tecidos moles, prevençäo da endocardite, tratamento de
Helicobacter pylori (amoxicilina via oral)
Combinaçäo com inibidores das beta-lactamases alarga espectro de actividade para S. aureus, H.
influenzae, E. coli, Klebsiella e organismos anaerôbios
Penicilinas
Profilaxia antibiôtica em procedimentos dentarios
Indicaçôes nao consensuais - farmaco de escolha é amoxicilina
- Extragdes dentarias
- Intervençôes periodontais
- Destartarizaçäo
- _ Gengivectomia
- Implante dentario ou remoçäo de implantes
- _ Intervençôes endodônticas
Risco elevado
- Välvulas cardiacas protésicas
A Bn - Endocardite bacteriana prévia
- Cardiopatias congénitas ; ; ,
; ; - _ Diabetes, doença renal, hepatite cronica ou
- Prolapso da valvula mitral sem
P activa
regurgitaçäo -L
- Imunossupressäo
+
o
Penicilinas
. oge o OH ®
Y s o
Ticarcilina s l j/:!/ o
Carboxipenicilina
Resistente a B-lactamases
Menos hidrofilica, maior dificuldade em atravessar membrana das bactérias Gram neg.
Indicaçôes: Inclui Enterobacter spp. e Pseudomonas spp.
es
Piperacilina [ :î
Ureidopenicilina
. . S
Cefalosporinas m .
Cefazolina, cefalexina, cefadroxil, cefalotina S ûj/:‘“/j/%\…,
1% geraçäo e
Indicaçôes: infeçôes da pele e tecidos moles, faringite estreptococica (via oral); infeçôes graves por
MSSA quando intoleräncia a penicilinas anti-estafilocôcicas, profilaxia pré-operatôria (via EV)
Devem ser evitadas durante a gravidez
\/î{ . Ln s _ Aïn .
Cefalosporinas
Cefuroxima, cefotetano, cefoxitina
2* geraçäo
‘ A
N/) © s, Q —0 — cH °
; h …:Ê=<=>_<N Ÿ ~ H f
cp 20 E
« Yoy ‘ en
Cefotetano Cefoxitina
o
Cefalosporinas
Ceftriaxona, cefotaxima, cefpodoxima, cefoperazona, ceftazidima
3* geraçäo
Muito resistentes a varias B-lactamases, sem actividade contra bactérias produtoras de ESBL
Muito activas contra Enterobacteriaceae (E. coli, Proteus spp., Klebsiella spp., Enterobacter spp., Serratia
spp., Citrobacter spp.), Neisseria spp., H. influenzae, S. pneumoniae
Ceftazidima: Cefalosporina anti-Pseudomonas, actividade minima para bactérias Gram pos., também
utilizada em infeçôes nosocomiais por bactérias Gram neg., neutropenia febril
T
£
Pn Fago
z JŸ
Cetpodorima
Cefalosporinas
Cefepima JJ%Ï/)F—{ &
4* geraçäo SF “Q
Cefalosporinas
Ceftarolina, ceftolozano
5° geraçäo
Actividade contra MRSA, VISA e VRSA
Activa contra bactérias Gram neg. semelhante a ceftriaxona, incluindo bactérias respiratôrias (Moraxella
catarrhalis, H. influenzae)
q $
e o I
N S)I\S\
[comotomne]
+
o
Cefalosporinas
Em resumo
+++ ++ +
Carbapenemos
Imipenem, meropenem, doripenem, ertapenem
Administraçäo por via parentérica
Monobactamos
Aztreonam
Sem actividade contra bactérias Gram pos.
Maior utilidade em doentes com infeçôes por bactérias Gram neg. resistentes
Utilizados por via inalatôria na fibrose quistica
Sem actividade contra bactérias produtoras de ESBL
o
Polimixinas
Colistina
Polimixina E
Farmaco anfipatico, interage fortemente com os fosfolipidos da membrana, com boa penetraçäo,
provoca rutura e alteraçäo da permeabilidade
Sem actividade contra todas as bactérias Gram pos., anaerôbios, Proteus spp. Providencia spp.,
Burkholderia spp., Serratia spp. e cocos Gram neg.
Antimicobacterianos
Etambutol, pirazinamida, isoniazida
Actividade contra micobactérias (possuem parede celular espessa, hidrofôbica, rica em acidos micélicos)
N N
É ‘ NHa = NT
S N |
o
S
Antimicobacterianos
Pirazinamida, isoniazida
; A . ™ O
Inibem sintese do acido micôlico )J\
HsC SHscoa
F*‘S’l D
Antibacterianos | S
. . ÿ
d
S
©
2022 - 2023 8
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Farmacologia geral dos
anti-infecciosos
&
Antibacterianos |l S
S
S D
2022 - 2023 H%
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Principios basicos
Alvos terapéuticos dos antibioticos Vancomicina
Penicilinas
Cefalosporinas
Parede celular
Membrana celular
° DNA RNA
Sintese de — Proteinas
tetrahidrofolato
Sulfonamidas
Trimetoprim (Y
o
Macrélidos
% Rifampicina Q Tetraciclinas
Aminoglicosideos
Quinolonas Cloranfenicol
idazoles Clindamicina
1. Alvo farmacolôgico
Subunidade 30s ou 50s do ribossoma bacteriano
2. Selectividade
Afectam os ribossomas mitocondriais dos mamiferos, os ribossomas citosélicos ou ambos
(efeitos adversos)
3. Bacteriostäticos
A inibiçäo completa da sintese proteica näo é suficiente para matar a bactéria
(excepçäo: aminoglicosideos) o
o
+
o
1 2
Subunidade 50s
fMet
UAC
® Tetraciclinas KM
Competiçäo com tRNA por ligaçäo ao local A
+
o
5 Cloranfenicol Ô 6
Inibiçäo da transpeptidaçäo
5 GGAGG G 3
Aminoglicosideos (N ——J
Alteraçäo da grelha de leitura do MRNA
Emparelhamento anormal codäo:anticodäo
Ligaçäo irreversivel - proteinas ‘non sense’
° +
+
o
10
Macrélidos (N
Inibiçäo da translocaçäo
entre local P e local E
+
o
4 ° . o « ° S
Farmacos inibidores da sintese proteica
FARMACO LOCAL MECANISMO
FARMACOS QUE INTERAGEM COM SUBUNIDADE 30s RIBOSSOMAL
| ä [h leif
Aminoglicosideos rRNA 16s Alteraçäo da gr'e ade elttfra
Interrompem sintese proteica
Tetraciclinas
e uq rRNA 16s Bloqueio da ligaçäo do aminoacil tRNA ao local A ribossomal
Glicilciclinas
° +
. . . S
Aminoglicosideos
Estreptomicina, neomicina, tobramicina, gentamicina, amicacina
Farmacos bactericidas
Ligam-se à subunidade 30s de forma irreversivel
Alteraçäo da grelha de leitura do MRNA - inserçäo de a.a. incorretos na sintese proteica
Produçäo de proteinas anômalas, näo funcionais (‘non sense’)
Espectro de actividade: principalmente bactérias Gram neg., infecçôes graves por bactérias Gram
pos. em associaçäo com outro antibiôtico
Aminoglicosideos
Estreptomicina, neomicina, tobramicina, gentamicina, amicacina
Espectro de actividade
Necessitam de O, para transporte transmembranar - sem actividade em bactérias anaerôbias
Näo utilizar isoladamente contra Staphylococcus spp. (resisténcia)
o
° +
. . «
Aminoglicosideos
Estreptomicina, neomicina, tobramicina, gentamicina, amicacina
HN o ° o o NH ® e
o o ° e
Ho HN N OH u 8 .
& . . cn 0 < %
o ™ »N
… -
Tobramicina o Gentamicina
o
° . « ©
Aminoglicosideos
Estreptomicina, neomicina, tobramicina, gentamicina, amicacina
Mecanismos de resisténcia
1. Enzimas codificadas em plasmideos - inactivaçäo quimica de aminoglicosideos
2. Inibiçäo da entrada na célula bacteriana - alteraçôes da funçäo/estrutura das porinas
3. Mutaçäo do alvo farmacolôgico na subunidade 30s
Reaçôes adversas
- _ Nefrotoxicidade
Geralmente reversivel, lesdo dos tübulos contornados proximais
- Ototoxicidade °
Irreversivel, lesdo auditiva ou vestibular com destruiçäo da coclea (limitativo de uso clinico)
- Bloqueio neuromuscular
Näo despolarizante, pode induzir paralisia respiratôria
Tetraciclinas
Tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, doxiciclina, minociclina
Farmacos bacteriostaticos
Inibiçäo da ligaçäo de complexos aminoacil-tRNA ao local A na subunidade 30s do ribossoma
Biodisponibilidade oral variavel
Elevada selectividade bacteriana - resultado da acumulaçäo ativa nas células bacterianas, mas nao
nas células humanas (näo existem transportadores)
No entanto, tetraciclinas também inibem sintese proteica nas células de mamifero in vitro
Tetraciclinas
Tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, doxiciclina, minociclina
Espectro de actividade
Antibiôticos de largo espectro, indicaçôes pouco comuns
Tetraciclinas
Tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, doxiciclina, minociclina
Mecanismos de resistência
1. Plasmideos que codificam para bombas de efluxo - mecanismo mais frequente
2. Sintese de proteinas que interferem com ligaçäo da tetraciclina ao ribossoma
3. Inactivaçäo enzimâtica
Reaçôes adversas
- Deposiçäo ôssea - interferência com o crescimento ôsseo, hipoplasia do esmalte dentario,
descoloraçäo dos dentes (contra-indicados em idade pediätrica!)
- Fotossensibilidade (prurido, manchas na pele)
- Hepatotoxicidade, esteatose microvesicular
- Intolerancia Gl: dispepsia,nauseas e vomitos
- Pseudotumor cerebri(hipertensäo intracraniana idiopatica)
- Nefrotoxicidade (tetraciclina)
o
Tetraciclinas
Tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, doxiciclina, minociclina
Deposiçäo ossea (dentaria) - exemplos
Tetraciclinas
Tetraciclina, oxitetraciclina, demeclociclina, doxiciclina, minociclina
Caracteristicas farmacocinéticas
- Elevada interferéncia com alimentos (ricos em Ca*) e farmacos catiônicos (anti-à idos): devem
ser administrados em jejum
Excepçäo: doxiciclina e minociclina (mais lipofilicas, absorçäo - 95%)
- Excreçäo urinaria e biliar (doxiciclina e minociclina mais seguras na insuficiéncia renal)
e 4 M RN NN
o o on
000606
o
c00608
o
00008
o
% H ° OH ° ° H ° OH ° ° o0 ° OH ° °
Tetraciclina Oxitetraciclina
° +
Glicilciclinas À “ï@k
Tigeciclina . .
Estrutura quimica e mecanismo de açäo semelhante a tetraciclinas
Espectro mais alargado
Utilidade clinica: tratamento EV de infecçôes cutâneas e intra-abdominais graves, PAC
Utilizada apenas em ûltimo recurso, sem alternativas (aumento da mortalidade)
Macrolidos
Eritromicina, azitromicina, claritromicina
Farmacos bacteriostaticos
Estrutura quimica tnica com anel lactônico
Azitromicina e claritromicina com espectro mais amplo, melhor toleradas
—l
de elongamento por bloqueio do ‘tünel de saida’
Macrolidos
Eritromicina, azitromicina, claritromicina
Mecanismos de resisténcia
1. Plasmideo: esterases e fosfotransferases das Enterobacteriaceae que inactivam macrolidos
2. Mutagao do local de ligaçäo no ribossoma
3. Efluxo activo (bombas de transporte)
Reaçôes adversas
- Intolerancia Gl: näusea, côlicas (mais comum com eritromicina)
- Alteraçäo das provas de funçäo hepâtica (padräo colestatico)
- Flebites
- Reaçôes de hipersensibilidade
- _ Arritmias malignas (aumento das concentraçôes de cisapride, digoxina)
Macrolidos
Eritromicina, azitromicina, claritromicina
Espectro de actividade
Bactérias Gram pos.
Agentes das infecçôes respiratôrias ‘atipicas” Legionella spp, Mycoplasma spp., Chlamydia
pneumoniae, Campylobacter spp., Bordetella pertussis
Telitromicina: actividade sobre bactérias Gram pos. resistentes aos macrôlidos com o gene erm
(erythromycin resistance methylase gene)
o
Macrolidos
Eritromicina, azitromicina, claritromicina
Indicaçôes clinicas
PAC (em ambulatorio, isoladamente), erradicaçäo de H. pylori (em associaçäo com amoxicilina + IBP),
uretrites näo gonocécicas (azitromicina em toma Unica), infeçäo por Mycobacterium avium (agente
oportunista em doentes com SIDA), utilizaçäo alternativa em doentes com alergia aos B-lactämicos
Macrolidos
Eritromicina, azitromicina, claritromicina
Caracteristicas farmacocinéticas
SIM
Absorçäo
(adm. 30 min antes das
(interaçäo com alimentos)
refeiçôes)
Intoleräncia GI SIM
Lincosamidas NS e
Clindamicina o on
e
Farmaco bacteriostatico, tempo-dependente
Interfere directamente com o local P dos ribossomas
Inibe formaçäo da ligaçäo peptidica por bloqueio da transpeptidaçäo (peptidiltransferase)
Utilidade clinica: infecçôes ginecolôgicas e intra-abdominais graves por Bacteroides fragilis (resistente
a penicilina), bactérias anaerôbias intestinais, infeçôes persistentes a Staphylococcus spp. e
Streptococcus spp. (2° linha), infeçôes Osseas e articulares
Estreptograminas
Quinopristina + dalfopristina
Estreptogramina B + Estreptogramina A
Ligaçäo ao local 23s rRNA (peptidiltransferase)
Mecanismo adicional semelhante aos macrôlidos - inibiçäo da saida do péptido emergente
Efeito sinérgico - aumento da afinidade pelo ribossoma potenciado pelos dois farmacos
Bactericida em algumas espécies, PAE > 10 h
Espectro de actividade: Staphylococcus aureus Met® e Met®, Staphylococcus coagulase neg. Met® e
Met®, Streptococcus pneumoniae Pen® e Pen®, bactérias anaerébias
Estreptograminas
Quinopristina + dalfopristina
Reaçôes adversas
- Inflamagao, dor, flebite
- _ Hepatotoxicidade
- _ Artralgias e mialgias
- _ Sobreinfecçôes por E. faecalis
o
o N
=z
, N
o
A
° o
o
Æ e
( c
Quinopristina Dalfopristina
Oxazolidinonas
Linezolida
Farmaco bacteriostatico
Totalmente sintético
Inibe sintese proteica numa fase inicial: altera a interaçäo do aminoacil-tRNA com subunidade 30s
Espectro de actividade: bactérias Gram pos. resistentes nosocomiais, Staphylococcus spp. Met® e
Met®, Enterococcus spp. (inclusive E. faecalis e E. faecium Vanco®), Streptococcus pneumoniae Pen® e
Pen*
Oxazolidinonas $
Linezolida X— Q \)\/n\fg
Caracteristicas farmacocinéticas e
Administrado por via oral ou EV
Biodisponibilidade oral elevada
Semi-vida T, - 5.5 h mas duraçäo de açéo > 12 h
Sem metabolismo hepâtico, näo afecta CYPs
Reaçôes adversas
- Inibiçäo da MAO (monoamina oxidase) - interaçäo com anti-depressivos e inibidores da
recaptaçäo da noradrenalina
- Diarreia, cefaleia, nausea
- Trombocitopenia
- Descoloraçäo da lingua
- Foliculite
° +
Oxazolidinonas
°
w oo
Cloranfenicol NS …W/KO
|
Farmaco bacteriostatico
Inibiçäo da formagao da ligaçäo peptidica por bloqueio da transpeptidaçäo (interfere com local A)
Potencial de resistências
1. Resisténcia de baixo grau por seleçäo de bactérias com baixa permeabilidade ao cloranfenicol
2. Plasmideos que codificam para acetiltransferases inactivadoras (mais importante)
Toxicidade
- Inibe sintese proteica nas células eucariotas
- Depressao da eritropoiese, perturbaçôes Gl
- Anemia aplasica (fatal) - idiopatica, näo relacionada com a dose
- Inibiçäo do CYP450 - aumento da concentraçäo de farmacos (e.g. varfarina)
Principios basicos
. ° . ° LA . + ®
Bacitracina
Alvos terapéuticos dos antibioticos :::i‘;‘i’l?:i:si"a
Cefalosporinas
Parede celular
; Membrana celular
N
Sintese de
tetrahidrofolato | > Ë‘l‘ Proteinas
Sulfonamidas
Trimetoprim (Y
Macrélidos
Rnfampmma Tetraciclinas
Aminoglicosideos
Quinolonas Cloranfenicol
Nitroimidazoles Clindamicina
° +
Dogma central
Diferenças funcionais entre células procariotas e eucariotas säo alvos terapéuticos
Farmacos utilizados säo tipicamente inibidores da transcriçäo e da traduçäo
° +
e °
Inibidores das topoisomerases
Quinolonas
Farmacos bacteriostaticos em doses baixas, bactericidas em doses altas
Inibem DNA girase (bactérias Gram neg.) e topoisomerase IV (bactérias Gram pos.)
Funcionalizaçäo com elemento flüor - aumento do espectro de actividade
W Fluoroquinolonas \
WJSNYSS\3SSOGOCCOU ®
Inibidores das topoisomerases
Quinolonas
Farmacos bacteriostaticos em doses baixas, bactericidas em doses altas
Caracteristicas farmacocinética
- Eliminaçäo renal (excepto moxifloxacina, näo indicada para ITU)
- Biodisponibilidade diminuida pelos alimentos (AI*, Mg**, Ca**, Fe**, Zn** diminuem absorçäo)
- Metabolizaçäo hepâtica através do CYP450 - ciprofloxacina e norfloxacina
O% 000 71 00
[ Ciprofloxacina } ( Ofloxacina ) [ Moxifloxacina | [ Levofloxacina |
o
S
Inibidores da transcricao
DNA Q RNA
Derivados da fidaxomicina e rifamicina
Inibem transcriçäo de DNA em mRNA por interferéncia com RNA polimerases ë
Fidaxomicina
Farmaco bactericida
Näo absorvido por via oral, espectro semelhante a vancomicina
Reaçôes adversas: Nausea, vomitos, dor abdominal, anemia, hemorragia Gl, neutropenia
Rifampicina, rifabutina
Actividade contra micobactérias
Rifampicina aumenta eficacia da isoniazida
Utilidade clinica: Endocardite por Staphylococcus aureus, prevençäo da meningite a Streptococcus
pneumoniae
+
o
Efeitos adversos:
Nausea, vômitos, anorexia, cefaleia
Sabor metalico desagradavel
Epigastralgias, reaçäo tipo dissulfiram (se toma concomitante com alcool)
Coloraçäo escura da urina, disûria
Convulsôes, sonoléncia, insonia, parestesias
+
o
Sulfonamidas
PABA —— Dihidropteroato
Sulfonilamida, sulfadiazina, sulfametoxazol
Inibidores da dihidropteroato sintetase
Diminuem sintese dos âcidos nucleicos bacterianos
Mecanismos de resisténcia
o
1. Sobreproduçäo de PABA (> 70x em Staphylococcus spp.)
2. Mutagao do centro activo da dihidropteroato sintetase
Reaçôes adversas: Kernicterus - competiçäo com bilirrubina pela albumina - danos cerebrais em RN
+
o
e EZ ) S
Inibidores da DHFR Dihidrofolato —-— Tetrahidrofolato
Trimetoprim, pirimetamina, metotrexato
Inibidores da dihidrofolato redutase
Diminuem sintese dos âcidos nucleicos bacterianos
Nz cH
IC,, DHFR IC,, DHFR
FARMACO C DHÎR o
E. coli Plasmodium Eucariota N
Trimetoprim 7 1800 350 000
HoN AS N o”
c S
Pirimetamina 2500 0.5 1800
S
Metotrexato 01 07 02
° +
Utilidade clinica: ITUs näo complicadas, profilaxia de ITUs recorrentes, meningite a Listeria,
tratamento e profilaxia da pneumonia a P. jirovecii (doentes com SIDA), tratamento da encefalite a
Toxoplasma
° +
Importante!
Doente alérgicos - reaçôes cruzadas com farmacos com grupo quimico sulfa-
Furosemida, sulfadiazina, acetozolamida, hidroclorotiazida, glipizida
Outras consideraçôes
+
o
Aminoglicosideos Ototoxicidade
Cloranfenicol Sindrome do ‘bebé cinzento’ (azul)
Eritromicina Hepatite colestética
Metronidazol Teratogenicidade
Sulfonamidas Kernicterus
Tetraciclinas Coloraçäo dentaria, hipoplasia do esmalte
Trimetoprim Alteraçäo do metabolismo do folato
Quinolonas Atropatias, alteraçôes nas cartilagens
Vancomicina Ototoxicidade
+
- Sulfonamidas e sulfonas
Sulfapiridina, sulfonilureia, sulfametoxazol
- Quinolonas
Ciprofloxacina, norfloxacina, levofloxacina | Pentose phosphate pathway
glucose
- Cloranfenicol
glucose-6-phosphate
(G6P)
NADP* GSH H,0,
G6PD X X
NADPH GSSG H20
6-phosphogluconolactone
Reaçôes alérgicas
Mecanismos imunolôgicos - muitas säo reaçôes de hipersensibilidade tipo |
Libertaçäo de histamina e aminas vasoactivas
Antibacterianos |l S
= '4]34’\\/>
S \ D S
F
2022 - 2023
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Farmacologia geral dos
anti-infecciosos
Antifungicos e
antiviricos d
S
S D
2022 - 2023 E%
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD
Antifüngicos
Fungos
Células eucariotas, reino Fungi
Milhares de espécies - cerca de 50 säo patogénicas para o Homem (importancia clinica)
4. Fungos ‘dimôrficos’ - dependendo das restriçôes nutricionais, podem crescer como leveduras
ou filamentosos (e.g. Histoplasma capsulatum)
Homologia das vias metabôlicas de produçäo de energia, sintese proteica, divisäo celular..
Diagnostico
Muitas vezes dificil devido às caracteristicas dos microrganismos
Crescimento indolente
- Observagao directa por microscopia - näo fiavel, näo permite determinar espécie
Implicaçôes no prognôstico - tempo desde apresentaçäo até diagnostico
Anti-füngico ideal
Espectro alargado
Baixa toxicidade
Mültiplas vias de administraçäo (diferentes indicaçôes e locais)
Boa distribuiçäo no LCR, osso, urina
W
| Anfotericina B
(Eatnocaniine:6 T
Microtûbulos
Lanosterol
Ai Ifi
morottina Esqualeno
4
- Lanosterol
% " f
Lo Esqualeno
— Hos
Anfotericina B ;
HN Yo
° +
Reaçôes adversas: Sistémicas imediatas com ‘cytokine storm - TNF-q, IL-1 (febre, arrepios, tremores,
cefaleias, hipotensäo), nas primeiras horas apôs administraçäo
Natamicina
Com actividade em doses menores
Maior toxicidade, utilizaçäo tôpica
Utilidade clinica: Infecçôes da côrnea, blefarite, conjuntivite (Aspergillus e Fusarium)
Inibidores da estabilidade da membrana näo devem ser utilizados em associaçäo com cetoconazol
(inibe sintese de ergosterol)
Caracteristicas farmacocinéticas
- Concentragdes plasmaticas variaveis - 6/6h
- Absorçäo favorecida por refeiçôes ricas em gorduras
- Indutor do CYP450 - diminui niveis de varfarina e ACO
Reaçôes adversas: Cefaleia (desaparecem com continuaçäo do tratamento), letargia, visäo turva,
vertigens, neutropenia, angioedema
° +
©
Inibidores da sintese da parede füngica
Caspofungina, micafungina, anidulafungina
Equinocandinas
Utilidade clinica
» Caspofungina: Candidiase esofégica, candidemia, infecçôes por Aspergillus, terapêutica
empirica na neutropenia febril
Antifüngicos sintéticos
Azôlicos
Habitualmente fungistaticos
Mecanismo de açäo: inibiçäo da lanosterol 14-a-desmetilase (CYP51A1), enzima importante do
metabolismo füngico
Selectividade parcial - inibiçäo de CYPs hepâticos, interaçôes farmacolôgicas importantes
Antifüngicos sintéticos
Clotrimazol, econazol, fenticonazol, cetoconazol, miconazol, tioconazol, sulconazol
Imidazôlicos
2 âtomos de azoto na estrutura / \
Posiçäo näo adjacente na molécula
N
H
Antifüngicos sintéticos N
&3 G
Cetoconazol 'Ë<o]/\o
Imidazôlico o O
Primeiro antifüngico oral utilizado no tratamento de infeçôes sistémicas
Utilizaçäo preferencial tôpica
Näo atinge concentraçôes terapéuticas no SNC e urina
Sem eficacia se pH gastrico elevado (utilizaçäo de IBPs ou anti-acidos)
Antifungicos sinteticos
. LA . . “ .
- o .
Antifungicos sinteticos
Fluconazol
Triazôlico
Administrado por via oral ou EV
Atinge niveis terapêuticos em vérios compartimentos sistémicos (mucosa vaginal, saliva, pele, unhas,
LCR, olho) - utilizado no tratamento das candidiases vulvovaginais e meningites füngicas
° +
… ° °
Antifungicos sinteticos OO0y ¥F
LI ‘\ÀJ{ p S
Itraconazol i
Triazélico =
Melhor alternativa ao cetoconazol ;
Boa actividade contra muitos dermatéfitos
Biodisponibilidade oral muito variavel (efeito de 1° passagem hepatica) - via EV preferencial
Maior actividade na aspergilose, blastomicose, histoplasmose em comparaçäo com cetoconazol
Fraca distribuiçäo no LCR mas pode ser utilizado em doses elevadas nas meningites füngicas
Posaconazol
Utilizaçäo na profilaxia de infeçôes füngicas invasivas
Fungistatico contra Candida, Cryptococcus, Trichosporon, algumas espécies de Fusarium, Aspergillus, e
Zygomycetes multirresistentes
Voriconazol
Farmaco de eleiçäo no tratamento da aspergilose invasiva
Fungicida contra todas as espécies de Aspergillus e Candida
Administrado por via oral ou EV
Antifüngicos sintéticos
Flucitosina
Inibiçäo da sintese de DNA füngica
Convertido em 5-FU (fluorouracilo) nas células fungicas, näo em mamiferos
Inibidor potente da timidilato sintetase - inibe sintese do DNA
Espectro estreito, muitas resisténcias quando utilizado isoladamente - associaçäo com anfotericina B
Reaçôes adversas: Disturbios GI, anemia, neutropenia, trombocitopenia, alopécia
Conversäo a 5-FU nas bactérias intestinais
NH,
N F _Fungal — Jj/ ÂÜ/
sPS CV‘OS'”e 41\ 2ogPo//J\
H deaminase
Antifüngicos sintéticos
Terbinafina S , WL
Fungicida queratinofilico | L- Æ %
Administraçäo por via oral |
Inibe esqualeno epoxidase - interfere com sintese do ergosterol
Muito lipofilico, extensa acumulaçäo nos tecidos
Tempo de semi-vida T, , - 300 h
Naftifina, amorolfina
L. ; CHs ©
Topicos, verniz ungueal |
‘ ‘ ;
Candidiase
Candida albicans
Estirpe nativa é sensivel a todos os antifüngicos
Pode afectar qualquer mucosa (candidiase ocular, candidiase vaginal, candidiase oral)
Sintomas
- Placas brancas ou amareladas, aderentes à mucosa oral, lingua e/ou garganta
- Eritema e edema na boca e garganta
- Odinofagia
- Ülceras ou fissuras no canto da boca (queilite)
—
Antiviricos
Infecçôes viricas
Importante causa de morbi-mortalidade a nivel mundial
Medidas de saûde publica e vacinaçäo
Abordagem primaria no controlo da disseminagao de infeçôes virais
Infecçôes viricas
Conceitos-chave
1. Replicaçäo intracelular
Utilizaçäo de mecanismos e recursos da célula hospedeira
3. Algumas proteinas humanas säëo mais importantes para os virus do que para o proprio
hospedeiro
Os virus säo agentes infecciosos muito heterogéneos, a maioria dos anti-viricos säo o
farmacologicamente activos contra um nûmero limitado de virus enquanto os anti-bacterianos säo
activos contra multiplas espécies
° +
Adesäo
Inibidores da
Entrada
polimerase
@ @ —J . Modificaçôes
Inibidores da =
pés-traducionais ù A3
integrase
Descapsidaçäo î O
Replicaçäo .
Inibidores da N
\
protease (HIV) 5
Montagem e
maturaçäo @
Sintese proteica Inibidores da
neuraminidase
Libertaçäo @
° +
2. Inibidores da descapsidaçäo
5. Inibidores da maturaçäo
6. Inibidores da neuraminidase
o
S
Inibidores da adesao e entrada
Maraviroc Q ©
Antagonista do receptor das quimiocinas - CCR5 (proteina do hospedeiro) ;fi ”M”»ÂÀÈ\N/
=N
Medidas ‘preventivas’
Individuos com deleçäo do gene para CCR5 säo resistentes à infecçäo por HIV
Sem actividade contra estirpes do HIV com tropismo para CXCR4
Utilidade clinica: HIV, em associaçäo com outros anti-retroviricos, quando carga viral indetectavel
Enfuvirtide (T-20)
Péptido estruturalmente semelhante a gp41
Interfere com fusäo membranar, liga-se a CD4 impedindo ligaçäo viral
Inibidores da descapsidagao
B 1 o) — r
« 17 B8 w1 (ocifioo) @ rnaPoymorase
& § H emannliin) P. uq chan
3 T NA(Neuraminidase) | @ Rait
it organale
i) S
P Rt Virion e Cytoplasm.
o
H2N cs Q
Inibidores da descapsidaçäo .
Amantadina, rimantadina
Bloqueio fisico do canal ionico M2 dependente do pH
[ Amantadina | [ Rimantadina |
Impedem dissociaçäo da matriz proteica do virido da restante ribonucleoproteina
Utilidade clinica: actividade contra Influenza A
Sem actividade contra Influenza Be C
Reaçôes adversas: Sensaçäo de ‘cabeça leve’, dificuldade de concentraçäo (efeitos sobre canais
ionicos no SNC)
Rimantadina com menos efeitos neurolôgicos nos idosos
° +
S
Inibidores da sialidase/neuraminidase
Sialic acid /
residues
Ü Neuraminidase
activity
Virus multiplication
cycle
° +
Pl e
Inibidores da sialidase/neuraminidase w
Oseltamivir, zanamivir
A
Inibidores da neuraminidase no Influenza Ae B
Analogos do âc. siälico, impedem libertaçäo do virus apôs saida da célula o o
Proteina viral hemaglutinina liga âc. sialico, impede libertaçäo "% SE
Utilidade clinica: Profilaxia da gripe em populaçôes susceptiveis ou em caso de surto (lares de idosos),
tratamento de doentes em risco de infeçäo grave (imunocomprometidos)
Eficacia modesta - ambos reduzem duraçäo dos sintomas da gripe - 1 dia se tomados no intervalo de 2 °
dias apôs o inicio dos sintomas o
S N./j/“ 00s
Reaçôes adversas: Nausea, vômitos, dispepsia e diarreia e /L
He o "
HCV causa doença hepatica grave e mais mortes nos EUA que HIV
1° etapa depois da entrada na célula - traduçäo do genoma viral RNA em poliproteina
o
[ e | [ e ]| € |[Nst
| [ Ns2 | | Ns3 |[w«|[ Ns«B |[ NssA
|| NssB |
Nucleocäpside Envelope viral Protease Co-factores RNA polimerase
Helicase °
ps P Plasma cï
° +
Cinase de timidina do HSV e VZV - fosforila o aciclovir de forma mais eficiente que cinases humanas
Aumento da concentraçäo de aciclovir fosforilado nas células infectadas pelo virus
Famciclovir, penciclovir
Famciclovir por via oral com - 75% biodisponibilidade
Penciclovir por via tôpica no herpes labial, forma activa
Ganciclovir
Mais potente que aciclovir para infecçôes por CMV
Maior semelhança com a deoxiguanosina - maior toxicidade (utilizado apenas em infecçôes graves)
Concentrado nas células infectadas pelo CMV - cinase virica UL97 apenas fosforila o ganciclovir
1000000
10000
1000
Tempo (anos)
o o
e ° . ° ï M N ®
Inibidores da polimerase viral ‘ 0
Y X
Lamivudina (3TC), emtricitabina (FTC) …
\k ÜN
LU
°
=
\kÿv LA °
Analogos nucleosidicos anti-HIV
Estereoisomeros L 5
([ Lamivudina | [ Emtricitabina |
Diferentes mecanismos de resisténcia
Resisténcia a um dos nucledsidos näo confere resisténcia ao outro
Usados em associaçäo, também utilizados contra HBV (frequente em co-infeçäo)
Associaçäo com simeprevir (inibidor da protease) ou ledispavir (inibidor NS5A) em certos genôtipos,
regime de tratamento durante 2-3 meses = CURA
° +
Resisténcia: Frequente e provavel, rapida (uma ünica mutaçäo suficiente para tornar farmaco inactivo),
utilizaçäo apenas em associaçäo
Regimes utilizados no tratamento da infeçäo por HIV - HAART (highly active antiretroviral therapy) o
R .
Inibidores da integrase
Raltegravir, elvitegravir, dolutegravir
Inibidores da integrase do HIV Integrase Integrase
Regimes utilizados no tratamento da infeçäo por HIV - HAART (highly active antiretroviral therapy)
Alguns virus (incluindo HIV) necessitam de um passo adicional além da ‘montagem’ das proteinas virais
com âcidos nucleicos, para se tornarem virides infecciosos - maturaçäo
Mecanismo de açäo: Virus continuam a produzir proteinas viricas mas säo processadas
desadequadamente, ocorre extrusäo de viriôes imaturos e näo infecciosos
° +
1000000
100000
+ 10000
H 1000
100
12
Tempo (anos)
° +
1000000
100000
+ 10000
H 1000
100
[ à 4 ë 8 10 12
Tempo (anos)
Farmacologia geral dos
anti-infecciosos
Antifüngicos e
antiviricos T
S
S D
2022 - 2023 E% E
Tiago Joäo Ferro, MD, MScEng, PhD