Laudo de Análise e Reforço Estrutural
Laudo de Análise e Reforço Estrutural
Laudo de Análise e Reforço Estrutural
LAUDO DE ANÁLISE E
REFORÇO ESTRUTURAL
LM ENGENHARIA INTEGRADA
E M IS S Ã O
0 LM LM LM LM 10/08/2021
REV. DESCRIÇÃO PROJ. ELAB. VER. APR. SE. DATA
9 RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL.......................................................................................... 34
9.3 Limpeza, raspagem e pintura das paredes, vigas, lajes e pilares ....................................... 35
10 RECOMENDAÇÕES .................................................................................................................. 36
1 IDENTIFICAÇÕES
1.1 CONTRATADA
1.2 CONTRATANTE
4 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
Realização de vistoria de nível I, com identificação de anomalias e falhas aparentes, de
conformidade com as normas técnicas brasileiras e com a norma de inspeção predial do IBAPE – Instituto
Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia;
Consulta as normas técnicas publicadas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
a seguir relacionadas:
a) NBR 6.118/2014 Execução de estrutura de concreto – Procedimentos
b) NBR 7.200/1998 Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassa inorgânica –
Procedimento
Elaboração de laudo técnico de conformidade com a norma técnica NBR 13.752 – Perícias de
engenharia na construção civil com relatório fotográfico da vistoria.
empreendimento, além de orientações para a melhoria e ajuste dos procedimentos existentes no plano
de manutenção.
c) Quanto às anomalias:
ENDÓGENA
Originaria da própria edificação (projeto, materiais e execução).
EXÓGENA
Originaria de fatores externos a edificação, provocados por terceiros.
NATURAL
Originaria de fenômenos da natureza (previsíveis ou imprevisíveis).
FUNCIONAL
Originaria do uso.
d) Quanto às falhas:
Quanto ao grau de risco:
CRÍTICO
Impacto irrecuperável, relativo ao risco contra a saúde, segurança do usuário e do meio ambiente bem
como perda excessiva de desempenho, recomendando intervenção imediata.
REGULAR
Impacto parcialmente recuperável relativo ao risco quanto à perda parcial de funcionalidade e
desempenho, recomendando programação e intervenção em curto prazo.
MINIMO
Impacto recuperável relativo a pequenos prejuízos, sem incidência ou a probabilidade de ocorrência dos
riscos acima expostos. Recomendando programação e intervenção em médio prazo.
e) Quanto ao estado de conservação:
CRÍTICO
Quando o elemento construtivo analisado contém anomalias e/ou falhas classificadas com grau de risco
crítico;
REGULAR
Quando o elemento construtivo analisado contém anomalias e/ou falhas classificadas com grau de risco
regular;
SATISFATÓRIO
Quando o elemento construtivo analisado não contém anomalias e/ou falhas significativas;
5 CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Realização de vistoria de nível I, com identificação de anomalias e falhas aparentes, de
conformidade com as normas técnicas brasileiras e com a norma de inspeção predial do IBAPE – Instituto
Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia;
Dentre os aspectos das patologias que atingem uma edificação, particularmente importante são as
trincas, pois indicam aviso de situação crítica da estrutura ou comprometimento do desempenho da
estrutura.
As características e morfologia das fissuras indicam a qual fenômeno a mesma estaria
relacionada;
Os mecanismos de formação de fissuras em uma edificação são diversos e estudos científicos
demonstram que as características físicas aparentes daquelas apontadas na inicial pelos reclamantes,
juntamente com análise do conjunto da edificação indicarão se as mesmas estão relacionadas a:
a) Movimentações térmicas;
b) Movimentações higroscópicas;
c) Sobrecargas ou dimensionamento inadequado da estrutura de concreto;
d) Deformação dos componentes da alvenaria;
e) Deformação estrutural e
f) Vibrações
Nas alvenarias, além da forma geométrica das mesmas, diversos outros fatores intervêm na
fissuração e na resistência final de uma parede a esforços axiais de compressão, tais como: resistência
mecânica dos componentes de alvenaria e da argamassa de assentamento, módulos de deformação
longitudinal e transversal dos componentes de alvenaria e da argamassa, rugosidade superficial e
porosidade dos componentes de alvenaria, poder de aderência, retenção de água, elasticidade e retração
da argamassa, espessura, regularidade e tipo de junta de assentamento e finalmente, esbeltez da
parede.
Em elementos estruturais, além das fissuras causadas por sobrecarga existem aquelas devido à
corrosão das armaduras, haja vista que durante o processo de corrosão há expansão das barras de aço,
gerando tensões internas de tração na argamassa do concreto maiores que aquelas que ela é capaz de
resistir.
As fissuras originadas por ação de sobrecargas ocorrem devido à modificação da resistência à
compressão das alvenarias acabadas, haja vista que a resistência dos seus elementos constituintes não
acompanha a resistência do conjunto.
As fissuras originadas por movimentações térmicas e de umidade são oriundas das tensões
geradas pelas variações dimensionais de seus elementos constituintes, que podem ser agravadas
quando existem lajes a elas associadas.
As fissuras originadas por retração de produtos à base de cimento ocorrem devido às tensões
internas que ocorrem durante o processo de cura.
Os danos causados por infiltrações e vazamentos têm características próprias, pois a resposta
e danos dos elementos constituintes da construção à presença da água são característicos.
Mudanças higroscópicas alteram o teor de umidade dos materiais de construção e em razão de
sua maior ou menor porosidade e capilaridade acabam induzindo à variações dimensionais.
O item 13.4 da NBR 6118/2014 trata do controle de fissuração e proteção das armaduras e afirma
ser inevitável a fissuração em elementos estruturais de concreto, estabelecendo limite para o qual não
há importância significativa para abertura máxima característica das fissuras entre 0,2mm e 0,4mm,
dependendo da classe de agressividade ambiental.
O limite para abertura de fissuras, relacionadas à durabilidade e proteção das armaduras em
função da classe de agressividade ambiental é determinado pela tabela 13.4 da NBR 6118:
No caso em análise os cobrimentos mínimos e limites para abertura de fissuras para garantir a
proteção das armaduras das peças de concreto da edificação são:
Componente/Elemento Cobrimento (mm) Abertura de fissuras (mm)
Laje – Face superior 35 0,3
Laje – Face inferior 35 0,3
Viga ou Pilar 40 0,3
O item 13.4.3 da NBR 6118 esclarece que quanto à aceitabilidade sensorial, as fissuras não
devem causar desconforto ao usuário, mesmo que não representem perda de segurança da estrutura.
O limite da imperfeição local para desaprumo de pilares, de conformidade com o item 11.3.3.4.2
da NBR 6118 é de 1/200.
O subitem 5.1.1 da NBR 6.118 determina que as estruturas de concreto devam atender aos
requisitos mínimos de qualidade classificados no subitem 5.1.2., durante sua construção e serviço e aos
requisitos adicionais estabelecidos em conjunto com o autor do projeto.
São requisitos de qualidade de uma estrutura de concreto, segundo o subitem 5.1.2 da NBR
6.118:
a) Capacidade resistente;
b) Desempenho de serviço e
c) Durabilidade.
A NBR 6118 caracteriza da seguinte forma os mecanismos de deterioração dos concretos e suas
armaduras:
a) LIXIVIAÇÃO
Ação de águas puras, carbônicas agressivas ou ácidas que dissolvem e carreiam os compostos
hidratados da pasta de cimento;
b) EXPANSÃO
Por ação de águas e solos que contenham ou estejam contaminados com sulfatos, dando origem
a reações expansivas e deletérias com a pasta de cimento hidratado ou por ação das reações entre os
álcalis do cimento e certos agregados reativos;
c) REAÇÕES QUÍMICAS
Reações deletérias superficiais de certos agregados decorrentes de transformações de produtos
ferruginosos presentes na sua constituição mineralógica.
d) DESPASSIVAÇÃO
Por ação do gás carbônico da atmosfera ou elevado teor de cloretos, transformando o meio
alcalino original da argamassa que compõe o concreto em meio ácido.
Com relação a deslocamentos dos elementos estruturais quando no estado limite de serviço a
tabela 13.3 da NBR 6118 estabelece os seguintes limites:
7 RELATÓRIO FOTOGRÁFICO
A classe de agressividade ambiental do local onde a estrutura se encontra é definida de
conformidade com a tabela 6.1 do item 6.4.2 da NBR 6118.
8 RESULTADOS PERICIAIS
8.1 CORROSÃO GENERALIZADA EM VIGAS AÉREAS E PILARES
A existência de umidade decorrente das infiltrações e a falta de manutenção na estrutura,
geraram a corrosão da armadura em vigas e pilares. As principais vigas afetadas, foram as vigas das
fachadas (localizadas nos peitoris das janelas) e os pilares que as sustentam. Quando o aço sofre
corrosão, o mesmo expande ocasionando o desplacamento do concreto e a exposição da armadura
existente ocasionando uma reação de oxidação em cadeia;
9 RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL
9.1 RECUPERAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO
As estruturas de concreto que serão mantidas e estão danificadas com a armadura exposta
(pilares de fachada que sustentam vigas que serão removidas e algumas vigas aéreas e lajes). Deverão
ser tratadas e recuperadas conforme segue:
a) Remoção mecânica de partículas soltas
Todas as partículas que estiverem soltas, tais como concretos desagregados, argamassas de
reboco e lascas de tinta devem ser removidas mecanicamente, com auxílio de ferramentas adequadas,
para que o aço comprometido possa ser devidamente limpo em todos os locais necessários.
e) Recomposição do Concreto
Após o procedimento acima, deverá ser executado a recomposição do concreto nos pontos em
que houver desplacamentos. Para isso, deverá ser utilizada argamassa polimérica de alto desempenho.
Deve-se adicionar aditivo impermeabilizante na argamassa a ser utilizado para a recomposição.
Após o preenchimento dos pontos com argamassa polimérica, deverá ser providenciado o
desempenamento e acabamento com massa acrílica para recebimento do fundo selador e pintura.
10 RECOMENDAÇÕES
10.1 LAVAGEM GERAL DA FACHADA
Limpeza das superfícies através de hidrojateamento. Após lavagem deve-se aplicar hidrofugante
à base de silano / siloxano somente nos rejuntes, com utilização de pincel.
Deve-se consultar o fabricante quanto às especificações do produto e sua aplicação.
Com relação à manutenção do hidrofugante, deve ser realizada nova aplicação a cada 2 anos
ou conforme especificado pelo fabricante.
Mesmo não sendo o foco deste trabalho, recomenda-se também realizar lavagem das
esquadrias, bem como revisão geral das suas vedações.
11 CONCLUSÕES FINAIS
Conforme analisando no presente laudo, um dos fatores primordiais para o surgimento das
anomalias mencionadas se refere a falha no recobrimento das estruturas de concreto armado, sendo
inferior aos 40mm para o grau de agressividade III, como preconiza a ANBT 6118/2014, quanto a
durabilidade no ambiente marinho, considerando que a deterioração da estrutura pode ocorrer em um
curto intervaldo de tempo.
Outro agente das anomalias previstas a serem apresentadas será a umidade de percolação
inicialmente oculta proveniente das áreas úmidas devido ao deplacamento do reboco externo.
Salientamos também que o revestimento atual existente (emboço/reboco/textura) apresenta altíssimo
índice de absorção de água com baixa resistência mecânica além da umidade percolante de fora para
dentro, tendo sido submetido a esforços térmicos e exposição ao intemperismo por longo período. Por
esses motivos o revestimento (emboço/reboco/textura) poderá apresentar novas placas soltas em médio
prazo, mesmo com a execução da nova pintura atual e correção das placas soltas existentes atualmente.
As tintas empregadas deverão ser oriundas de fornecedor confiável enquadrando-se na classificação de
primeira linha.
A mão de obra a ser empregada para tais reparos mencionados, deverão ser de boa qualidade
com acompanhamento e orientação técnica.
Para efeito de manutenção preventiva a fachada externa deverá ser pintada no máximo a cada
04 anos com 01 demão de líquido preparador e 02 (duas) demãos de tinta látex 100% acrílica nas
paredes externas.
Pelotas/RS, 10/08/2021