Gabriel Justen Dapper
Gabriel Justen Dapper
Gabriel Justen Dapper
São Leopoldo
2018
GABRIEL JUSTEN DAPPER
São Leopoldo
2018
A minha mãe Marli Justen Dapper, a meu pai Clóvis
Ignácio Dapper e a minha namorada Ágatha Cristhi de
Oliveira, dedico este trabalho.
AGRADECIMENTOS
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 20
1.1 Tema ................................................................................................................... 21
1.2 Delimitação do tema.......................................................................................... 21
1.3 Objetivos ............................................................................................................ 22
1.3.1 Objetivo geral ................................................................................................... 22
1.3.2 Objetivos específicos........................................................................................ 22
1.4 Justificativa ........................................................................................................ 23
1.5 Estrutura do trabalho ........................................................................................ 23
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA. ............................................................................ 24
2.1 Teorias de resistência. ...................................................................................... 24
2.1.1 Teoria de Rankine ou da máxima tensão normal. ............................................ 24
2.2 Cilindros e esferas de parede espessa submetidos a pressão ..................... 25
2.2.1 Teoria de Lamé para cálculo de tensões em cilindros. ..................................... 25
2.2.2 Teoria de Lamé para cálculo de tensões em esferas ....................................... 27
2.3 Teoria de membra de revolução....................................................................... 27
2.4 Teoria de viga sobre base elástica .................................................................. 28
2.5 Vasos de pressão .............................................................................................. 29
2.5.1 Tipos e formatos dos vasos de pressão ........................................................... 30
2.5.2 Tampos dos vasos de pressão ......................................................................... 31
2.5.3 Flanges............................................................................................................. 35
2.5.4 Suportes para vasos de pressão ...................................................................... 38
2.5.5 Teste hidrostático ............................................................................................. 38
2.5.6 Aberturas e reforços ......................................................................................... 39
2.5.7 Códigos de projeto ........................................................................................... 39
2.6 Tubulações ........................................................................................................ 40
2.7 Conexões soldadas ........................................................................................... 43
2.8 Norma ASME de Caldeiras e Vasos de Pressão ............................................. 45
2.8.1 Norma ASME Seção VIII Divisão 1 .................................................................. 47
2.8.2 Norma ASME Seção VIII Divisão 2 .................................................................. 48
2.9 Códigos para verificação de vasos de pressão do Instituto Americano de
Petróleo .................................................................................................................... 50
2.9.1 API 510: Código para inspeção de vasos de pressão ...................................... 50
2.9.2 API 579-1/ASME FFS-1 para avaliação de integridade estrutural .................... 51
2.10 Normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil
.................................................................................................................................. 58
2.10.1 NR-13 Caldeiras e vasos de pressão ............................................................. 58
2.11 Ensaios não destrutivos ................................................................................. 60
2.11.1 Ensaio de ultrassom para medição de espessura .......................................... 61
3 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA...................................................................... 63
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 65
4.1 Projeto de processo .......................................................................................... 66
4.1.1 Projeto de processo do vaso de pressão 1 ...................................................... 66
4.1.2 Projeto de processo do vaso de pressão 2 ...................................................... 67
4.2 Projeto mecânico............................................................................................... 68
4.2.1 Projeto mecânico do vaso de pressão 1 ........................................................... 68
4.2.2 Projeto mecânico do vaso de pressão 2 ........................................................... 69
4.3 Projeto de fabricação ........................................................................................ 70
4.3.1 Projeto de fabricação do vaso de pressão 1 .................................................... 70
4.3.2 Projeto de fabricação do vaso de pressão 2 .................................................... 70
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 72
5.1 Projeto de processo .......................................................................................... 72
5.1.1 Projeto de processo do vaso de pressão 1 ...................................................... 72
5.1.2 Projeto de processo do vaso de pressão 2 ...................................................... 73
5.2 Projeto mecânico............................................................................................... 74
5.2.1 Projeto mecânico do vaso de pressão 1 ........................................................... 74
5.2.2 Projeto mecânico do vaso de pressão 2 ........................................................... 82
5.3 Projeto de fabricação ........................................................................................ 88
5.3.1 Projeto de fabricação do vaso de pressão 1 .................................................... 88
5.3.2 Projeto de fabricação do vaso de pressão 2 .................................................... 91
5.4 Fabricação dos vasos de pressão ................................................................... 94
5.4.1 Fabricação do vaso de pressão 1..................................................................... 94
5.4.2 Fabricação do vaso de pressão 2..................................................................... 97
5.5 Ensaio de medição de espessura por ultrassom ........................................... 98
5.6 Teste hidrostático............................................................................................ 101
5.7 Verificação de vida útil remanescente via API 579-1/ASME FFS-1 ............. 104
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 107
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 108
APÊNDICE A - DETALHAMENTO DOS COMPONENTES PRINCIPAIS DO VASO
DE PRESSÃO 1 ...................................................................................................... 110
APÊNDICE B - DETALHAMENTO DOS COMPONENTES PRINCIPAIS DO VASO
DE PRESSÃO 2 ...................................................................................................... 113
APÊNDICE C - ENSAIO DE MEDIÇÃO DE ESPESSURA POR ULTRASSOM NO
CASCO DO VASO DE PRESSÃO 2....................................................................... 115
APÊNDICE D - ENSAIO DE MEDIÇÃO DE ESPESSURA POR ULTRASSOM NOS
TAMPOS DO VASO DE PRESSÃO 2 .................................................................... 122
ANEXO A – GRUPO DE POTENCIAL DE RISCO ................................................. 127
ANEXO B - CONDIÇÕES RECOMENDADAS DE USINAGEM PARA FRESAS HSS-
CO ........................................................................................................................... 128
20
1 INTRODUÇÃO
1.1 Tema
1.3 Objetivos
1.4 Justificativa
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
Este critério de falha estabelece que o material falhará quando uma das
tensões principais atuantes no mesmo for maior que a tensão máxima atingida por ele
25
no ensaio de tração simples. Estabelece também que as tensões principais devem ser
ordenadas conforme a equação 1.
𝜎1 ≥ 𝜎2 ≥ 𝜎3 (1)
𝑇 𝐶
Onde a 𝜎𝑎𝑑𝑚 é a tensão máxima admissível de tração e 𝜎𝑎𝑑𝑚 é a tensão máxima
admissível de compressão.
A expressão 2 implica que, para o material poder ser aplicado a sua função de
projeto ele deve respeitar os limites máximos de tração e compressão.
atua no sentido radial do cilindro é denominada como 𝜎𝑟 , a tensão que atua no sentido
Fonte: Adaptado de Resistência dos Materiais e Vasos de Pressão (2014, cap. 8, p.2)
Sendo as três tensões principais que atuam no corpo perpendiculares entre si,
𝑅𝑖 2 (7)
𝜎2 = 𝜎𝑥(𝑟=𝑅𝑖) = |𝑝|
𝑅𝑒 2 − 𝑅𝑖 2
|𝑝|. 𝑅𝑒 (10)
𝑡=
𝜎𝑎𝑑𝑚 + 0,4. |𝑝|
A teoria de Viga sobre Base Elástica trata sobre o estudo de vigas suportadas
por um meio elástico, é utilizada para a determinação de deslocamentos e esforços
internos sofridos pela viga. Esta teoria se aplica para dimensionamento em diversos
problemas de engenharia, porém, a interpretação necessária para determinação da
viga e da base elástica em alguns casos é um tanto quanto abstrata. Observa-se uma
aplicação simples desta teoria para trilhos de trem, onde há a distribuição de uma
carga em um trilho (que neste caso é a viga) que sofrerá um deslocamento, abaixo
dele, tem-se o solo que é denominado como base elástica e reagirá com uma reação
ao longo do trilho. (GROEHS, 2014).
Conhecendo-se esta afirmação, pode-se dizer que o material da base obedece
a lei de Hooke “A elasticidade deste material pode ser caracterizada por uma força
que, distribuída sobre uma unidade de área do material, produz um deslocamento de
uma unidade de comprimento”. (GROEHS, 2014, cap. 10, p.2).
A teoria de Viga sobre Base Elástica é fundamental para o entendimento da
descontinuidade de tensões presentes na união entre cascos cilíndricos e tampos dos
Vasos de Pressão, para estes e outros estudos existem alguns modelos de
interpretações de vigas e bases dentre os quais pode-se destacar:
a) Viga infinita sobre base elástica com carga concentrada;
b) Viga infinita sobre base elástica com momento concentrado;
c) Viga semi-infinita sobre base elástica com carga e momento
concentrado na extremidade;
29
Fonte: Adaptado de Resistência dos Materiais e Vasos de Pressão (2014, cap. 11, p.2)
33
os dois. Caso 𝑡𝑟𝑜 > 𝑡𝑟𝑎 utiliza-se a equação 28 para obter-se a tensão produzida pela
pressão em um tampo plano circular e a equação 29 para determinação da pressão
máxima, caso 𝑡𝑟𝑜 < 𝑡𝑟𝑎 utiliza-se da equação 30 para obtenção da tensão que atua no
tampo. (GROEHS, 2014).
(26)
𝐶. |𝑝| 1,9. 𝐹𝑚1 . ℎ𝐺
𝑡𝑟𝑜 = 𝐷𝐺 . √ +
𝜎𝑎𝑑𝑚 . 𝐸𝑠 𝜎𝑎𝑑𝑚 . 𝐸𝑠. 𝐷𝐺3
(27)
1,9. 𝐹𝑤2 . ℎ𝐺
𝑡𝑟𝑎 =√
𝜎𝑎𝑑𝑎 . 𝐸𝑠. 𝐷𝐺
𝐴𝑚 (34)
𝑁𝑝1 =
𝐴𝑛
𝜋. 𝐷𝐶 (35)
𝑁𝑝2 =
2. 𝐷𝑝 + 𝑡𝑓
Em que 𝐴𝑛 representa a área nominal do parafuso a ser utilizado, 𝐷𝑝 o diâmetro
da rosca padronizada e 𝑡𝑓 é a espessura do flange.
Determinado o número de parafusos, calcula-se a área resistente do conjunto
de parafusos 𝐴𝑏 conforme equação 36, então para determinar-se a força aplicada
pelos parafusos 𝐹𝑤2 calcula-se uma média entre a área resistente real 𝐴𝑏 e a calculada
𝐴𝑚 e multiplica-se pela tensão admissível dos parafusos 𝜎𝑎 como observa-se na
equação 37. (GROEHS, 2014).
𝐴𝑏 = 𝑁𝑝 . 𝐴𝑛 (36)
𝐹𝑤2 = 0,5. ( 𝐴𝑚 + 𝐴𝑏 ). 𝜎𝑎 (37)
Para determinação da espessura necessária ao tampo elipsoidal 𝑡𝑟,
representado na Figura 3 a), que é submetido a pressão interna de trabalho 𝑝, tem-se
a equação 38, em que 𝐾𝑒 é uma constante representada pela equação 39.
𝐾𝑒. 𝑅. |𝑝| (38)
𝑡𝑟 =
2. 𝐸𝑠. 𝜎𝑎𝑑𝑚 − 0,2. |𝑝|
1 𝑅 2 (39)
𝐾𝑒 = 3 (2 + (ℎ ) )
2.5.3 Flanges
Fonte: Adaptado de Boiler & Pressure Vessel Code: Section VIII: Division 1: Rules for
Construction of Pressure Vessels. (2007, p.352).
Fonte: Adaptado de Boiler & Pressure Vessel Code: Section VIII: Division 1: Rules for
Construction of Pressure Vessels. (2007, p.359).
38
(46)
𝑀𝑜𝑜 . 𝑌
𝑡𝑟𝑓𝑜 = √
𝐷𝐵 . 𝜎𝑎𝑑𝑚
(47)
𝑀𝑜𝑎 . 𝑌
𝑡𝑟𝑓𝑜 =√
𝐷𝐵 . 𝜎𝑎𝑑𝑚
etc. Neste estudo adotou-se como base a Norma ASME Seção VIII Divisão 1, como
fundamentação teórica.
2.6 Tubulações
perda de carga permitida ao sistema, que costuma ser utilizada para tubulações de
grande comprimento equivalente, não abordado neste trabalho.
𝑄 4. 𝑄 (49)
𝑉= =
𝐴 𝜋. 𝑑 2
Deve-se determinar o diâmetro a partir das velocidades recomendadas,
conforme demonstra o Quadro 1.
𝐴 = 1,414𝜋ℎ𝑟 - 𝐽𝑢 = 2𝜋𝑟³
|𝑝 | 𝑅 (54)
𝜎 = . ( + 0,6)
𝜎𝑎𝑑𝑚 𝑡
Abordar-se-á neste trabalho somente a verificação para 𝐶𝑂𝑉 ≤ 10% que será
aplicado para análise do vaso. Deve-se calcular primeiramente a espessura mínima
requerida para resistir à pressão 𝑡𝑚𝑖𝑛 dada pela expressão 53. A partir dos dados
medidos ponto a ponto, deve-se determinar a espessura mínima de parede medida
𝑡𝑚𝑚 e a espessura média de parede 𝑡𝑎𝑚 medida no vaso.
Tendo posse de todos os dados necessários, deve-se utilizar a tabela 4.4
Critérios de aceitação para avaliações de nível 1 e 2 do Anexo A da API 579/ASME
FFS-1 que permite-se observar de forma resumida no Quadro 3. Caso a espessura
média das medidas tomadas 𝑡𝑎𝑚 atenda ao critério de avaliação apresentado na
tabela para o casco cilíndrico, o equipamento pode ser avaliado de forma positiva e
está aprovado segundo este critério no que diz respeito a perda geral de material.
Para determinar a vida útil remanescente do equipamento 𝑅𝑙𝑖𝑓𝑒 , dada uma taxa de
corrosão futura definida 𝐶𝑟𝑎𝑡𝑒 , pode-se utilizar da equação 57, em que 𝐾 é um fator
dependente do nível de avaliação, que para o nível 1 abordado neste trabalho
corresponde a: 𝐾 = 1 para este tipo de equipamento.
Fonte: Adaptado de API 579-1/ASME FFS-1 2007 Fitness-For-Service. (2007, parte 4, p.19)
Deve-se então definir as medidas relevantes da falha que são 𝑠 e 𝑐 que dizem
respeito a largura e comprimento da falha dependendo da orientação da mesma no
plano de inspeção do casco, para determinar a área local fina 𝐿𝑇𝐴, conforme pode-se
observar a Figura 7
Determina-se então a espessura remanescente de parede do local da falha 𝑅𝑡
pela equação 60 e o parâmetro longitudinal de falha 𝜆 pela equação 61, em que 𝐷 é
o diâmetro interno do vaso.
𝑡𝑚𝑚 − 𝐹𝐶𝐴 (60)
𝑅𝑡 =
𝑡𝑐
1,285. 𝑠 (61)
𝜆=
√𝐷. 𝑡𝑐
55
Fonte: Adaptado de API 579-1/ASME FFS-1 2007 Fitness-For-Service. (2007, parte 5 p.29)
Caso atenda aos critérios definidos pelas equações 62, 63 e 64, deve-se
calcular a pressão máxima de trabalho admissível 𝑃𝑀𝑇𝐴 utilizando-se da espessura
calculada na equação 58 ou 59, na equação 22, já definida anteriormente.
A partir dos valores de 𝑅𝑡 e 𝜆 deve-se consultar o Gráfico 2, caso o ponto
encontrado esteja sobre ou acima da curva, as dimensões da falha são aceitáveis
56
para a 𝑃𝑀𝑇𝐴 calculada, caso esteja abaixo deve-se calcular o fator de resistência
remanescente 𝑅𝑆𝐹 segundo a expressão 65, caso 𝑅𝑆𝐹 ≥ 𝑅𝑆𝐹𝑎 é aceitável para o vaso
de pressão trabalhar sob a pressão máxima de trabalho admissível do componente
𝑃𝑀𝑇𝐴. Se 𝑅𝑆𝐹 < 𝑅𝑆𝐹𝑎 , permite-se para o vaso de pressão, trabalho sob a pressão
máxima de trabalho admissível do equipamento danificado 𝑃𝑀𝑇𝐴𝑟 , que é definida pela
equação 66.
𝑅𝑡 (65)
𝑅𝑆𝐹 =
1
(1 − 𝑀 . (1 − 𝑅𝑡 ))
𝑡
𝑅𝑆𝐹 (66)
𝑃𝑀𝑇𝐴𝑟 = 𝑃𝑀𝑇𝐴. ( )
𝑅𝑆𝐹𝑎
Fonte: Adaptado de API 579-1/ASME FFS-1 2007 Fitness-For-Service. (2007, parte 5 p.32)
𝜆𝑐 ≤ 9 (68)
𝐷 (69)
≥ 20
𝑡𝑐
Fonte: Adaptado de API 579-1/ASME FFS-1 2007 Fitness-For-Service. (2007, parte 5 p.33)
conforme o Anexo III da norma que define, a aplicabilidade desta NR, sua cobertura
se estende a equipamentos com o produto 𝑃. 𝑉 superior a 8, sendo 𝑃 a pressão de
operação em 𝑘𝑃𝑎 e 𝑉 o volume interno 𝑃 em 𝑚³, incluem trocadores de calor,
evaporadores, vasos de pressão ou partes dos vasos de pressão sujeitos a chama
que não estão no escopo de outras NRs e nem do item 13.1 desta Norma, vasos de
pressão encamisados, autoclaves, refervedores, reatores, e caldeiras de fluído
térmico que não o vaporizam. Divide os vasos de pressão abrangidos por esta norma
de acordo com o Anexo IV da mesma, que os divide em 4 classes de acordo com o
fluído de trabalho, Classe A até D, também separa os vasos em Grupos de Potencial
de Risco de 1 a 5, conforme o produto de 𝑃. 𝑉, o ANEXO A deste trabalho demonstra
a divisão dos vasos. Dispõe sobre as placas de identificação e as suas informações
obrigatórias, prontuários do vaso para caso de emergência contendo informações de
fabricação, tais como, código de projeto, materiais, determinação de pressão máxima
de trabalho admissível, desenhos, categoria, dados dos dispositivos de segurança,
registro de segurança, etc. (MTE, 2006).
O item 13.7 trata sobre a instalação dos vasos de pressão, fornece diretrizes
para disposição de acessórios tais como bocais de visita, drenos, respiros, indicadores
de nível, pressão e temperatura. Dispõe sobre a instalação de vasos em ambientes
confinados. (MTE, 2006).
O item 13.8 trata sobre a segurança na operação dos vasos de pressão,
obrigatoriedade dos manuais de operação próprios do equipamento, aferição dos
instrumentos de controle instalados, treinamentos necessários para operação de
vasos de Classe I e II, entre outras obrigações. (MTE, 2006).
O item 13.9 dispõe sobre a segurança na manutenção dos vasos de pressão,
orienta sobre alterações ou reparos quando forem realizados, obrigatoriedade de
projetos de alteração e reparo para vasos que tiverem as condições de projeto
modificadas, ou que tenham a segurança comprometida devido a reparos realizados,
obrigatoriedade de teste hidrostático posterior a intervenções que exijam solda,
manutenção dos itens de segurança dos vasos, etc. (MTE, 2006).
O item 13.10 disserta sobre as inspeções de segurança dos vasos de pressão,
estes equipamentos devem ser submetidos a inspeção de segurança inicial, periódica
e extraordinária, a inspeção inicial deve ser realizada para vasos novos, antes de sua
entrada em funcionamento, deve conter exame interno, externo e teste hidrostático.
As inspeções periódicas devem contemplar os mesmos exames e testes que a
60
3 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
4 METODOLOGIA
definição do formato do casco e dos tampos foi feita de forma a permitir a criação de
um sistema de referência de posicionamento para os desgastes realizados
internamente no casco. O estudo de perda geral e localizada de material deve ser
realizado somente no casco do vaso de pressão devido as limitações do nível 1 de
verificação da API 579-1/ASME FFS-1 apresentada no referencial teórico deste
trabalho.
Para o projeto de processo do primeiro vaso além dos formatos, pressão de
trabalho e fluído, definiu-se as dimensões básicas, forma de fechamento, tipos de
fixações para fechamento, posição de instalação e operação, condições de erosão ou
corrosão, isolamento térmico, etc.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
parafusos dado que o vaso não será colocado em serviço. Para fins de ensaio ao qual
o vaso é destinado, não se faz necessário a utilização do critério de distância mínima
entre os parafusos. Adotou-se um número de parafusos 𝑁𝑃 = 6 da linha 28 a fim de
permitir a criação de um sistema de referência geométrica para localização dos
desgastes internos com o intuito de utilizar várias combinações diferentes de desgaste
para ensaios vindouros. Calculou-se na linha 29 a área de parafusos utilizada a partir
do 𝑁𝑃 adotado, em seguida obtém-se a força utilizada para o assentamento da junta
a partir da área de parafusos na linha 30. Na linha 31, definida a linha de
posicionamento dos parafusos e da junta, calcula-se a distância de reação (braço de
alavanca) da junta a linha de parafusos.
Nas linhas 32 e 33 desenvolveu-se o cálculo de espessura requerida para o
tampo a partir das equações 26 e 27 do corpo do texto. Observa-se que a condições
de operação a qual o vaso é solicitado apresenta uma pressão pouco elevada, porém,
resulta em uma espessura 𝑡𝑟𝑜 elevada, devido aos momentos produzidos e a carga
total gerada pela pressão, que é distribuída ao longo do tampo de grande diâmetro.
Obtém-se a espessura 𝑡𝑟𝑎 a partir das condições de aperto dos parafusos e
assentamento da junta, que demonstra-se menor devido a tensão 𝜎𝑦 = 0. Para fins de
fabricação do vaso, conforme apresenta o corpo do texto, a Norma orienta a utilização
de uma chapa com espessura comercial 𝑡𝐶 maior que a maior espessura entre 𝑡𝑟𝑜 e
𝑡𝑟𝑎 a fim de atender com segurança as condições de trabalho definidas para o vaso.
A linha 34 apresenta a espessura requerida 𝑡𝑟 e a linha 35 a espessura comercial de
chapa 𝑡𝐶 = 5/8" = 15,9 mm disponível no mercado, porém, chapas desta espessura
são de alto custo e não tornou-se viável a sua utilização. Dado que o vaso é construído
para fins de ensaio, ou seja, não deve ser colocado em serviço, como garantia que
esta condição seja válida ao projeto, o mesmo foi construído sem quaisquer bocais de
conexão, equipamentos ou acessórios de trabalho, o que permite a utilização de uma
chapa disponibilizada pelo Laboratório de Usinagem da UNISINOS, cujo material é
aço 1045 laminada a quente, com espessura 𝑡𝐶 = 3 mm, suas propriedades de tensão
de ruptura, tensão de escoamento e tensão admissível já foram apresentadas
anteriormente. A espessura de chapa adotada para o flange e para os tampos do vaso
de pressão não afeta a proposta de análise de corrosão e vida útil remanescente do
equipamento uma vez que o nível 1 da API 579-1/ASME FFS-1 não permite
verificação de tampos e flanges, somente dos cascos dos vasos.
81
Um dos principais requisitos para este vaso de pressão é, que ele possua uma
válvula de redutora de pressão com pressão regulável, que permita sua configuração
a partir da determinação da 𝑃𝑀𝑇𝐴 calculada utilizando-se da Seção VIII, Divisão 1 da
Norma ASME cujas equações necessárias já foram apresentadas no corpo deste
trabalho.
A válvula redutora de pressão foi selecionada conforme as orientações do
parágrafo UG-128 da mesma Norma. A pressão de abertura 𝑝𝑠 da válvula deve ser
calibrada utilizando-se de uma chave hexagonal CH 5 na parte inferior da válvula,
deve-se remover o capuz de proteção do parafuso de ajuste, então atuar com a chave
apropriada, rotacionando-se o parafuso no sentindo horário para aumentar a pressão
a montante, e no sentido anti-horário para diminuir a pressão a montante, uma rotação
completa do parafuso corresponde a uma variação de pressão de 0,4 bar. Pode-se
verificar a pressão atuante no equipamento por meio de um manômetro com escala
graduada de 1 a 10 bar, pelo usuário que está realizando o trabalho. Uma vez que a
pressão no vaso for maior que a pressão regulada na válvula, a mesma libera a
passagem do fluído do vaso para um tanque secundário de armazenamento por meio
de um sistema de tubulação, até atingir a pressão regulada novamente.
Realizou-se uma abertura no casco para soldagem de uma conexão
rosqueada, a fim de permitir o a acoplamento da válvula de redutora de pressão do
sistema, que foi verificada conforme o parágrafo UG-36 da mesma Norma, e as
orientações presentes no corpo deste trabalho referentes a aberturas e conexões
soldadas.
Utilizou-se de um tanque de armazenamento secundário juntamente com um
sistema de tubulação para direcionamento do fluído, de forma que, quando a válvula
de redutora de pressão for aberta, o escoamento do fluído de trabalho seja direcionada
ao tanque e não para o ambiente.
Tal como o vaso de pressão 1, adota-se a eficiência da solda 𝐸𝑠 = 0,7 segundo
a tabela UW-12 da mesma Norma, eliminando-se assim a necessidade de radiografia
parcial ou total dos cordões de solda empregados, e exclui qualquer tipo de verificação
e todos os cálculos referentes as forças aplicadas aos cordões no corpo do vaso.
Desenvolveu-se a verificação completa do vaso de pressão no Quadro 5
utilizando-se do software Microsoft Office Excel, que apresenta detalhadamente os
resultados obtidos referentes a cada etapa de cálculo.
84
Tubulação.
86
possui ajuste de pressão de 1 a 6 bar, limitação que deve ser atendida na sua
configuração, a pressão de abertura da válvula calculada é superior ao range de ajuste
disponível, porém, para fins de ensaio e verificação do funcionamento do sistema, a
válvula atinge de forma satisfatória a condição de trabalho estabelecida.
A fim de dimensionar a tubulação de conexão utilizada no sistema, definiu-se
como pressão que atua internamente no tubo na linha 9, a pressão de teste
hidrostático que o vaso deve ser solicitado. Tendo a pressão máxima que atua
internamente no tubo, calcula-se na linha 29 a espessura requerida de parede a fim
de resistir a pressão de trabalho, utilizou-se por fins de disponibilidade de material,
uma tubulação de maior espessura de parede que pode ser verificada na linha 30.
Destaca-se que a espessura de tubo utilizado atende de forma satisfatória a
solicitação de pressão existente. Desenvolveu-se também o cálculo do vão máximo
entre suportes na linha 31 a partir das condições de momento resistente da seção dos
tubos e das tensões admissíveis a flexão dos tubos, extraídos das orientações do livro
de Tubulações Industriais: Cálculo, página 50. Destaca-se que a distância mínima
entre vãos é atendida no projeto, dado que a tubulação é engastada por meio de
soldagem no casco do vaso de pressão e apoiada no bocal de entrada do tanque de
armazenamento, garantindo que esta condição seja atendida.
Calculou-se na linha 33 do Quadro 5 a força atuante na seção transversal do
tubo, a partir da pressão de teste hidrostático que o vaso deve ser submetido. Para o
cálculo da força considerou-se o dobro da pressão a fim de garantir que o cordão de
solda empregado para fixação da conexão da válvula redutora de pressão atenda de
forma segura as condições de trabalho do vaso. Verificou-se as tensões admissíveis
de cisalhamento do cordão de solda a partir do material do eletrodo utilizado com as
tabelas disponíveis na revisão bibliográfica deste trabalho, então obteve-se a área de
cordão necessária na linha 32, a fim de resistir à pressão de trabalho do equipamento,
a partir da área de cordão, conhecendo-se a equação que define a área do cordão de
solda a partir da Tabela 2, concluiu-se a largura do cordão utilizado para fixação da
conexão ao corpo do vaso de pressão na linha 34.
O casco do extintor de incêndio encontrou-se disponível já no formato final para
fabricação do vaso, foi desmontado e todos os acessórios e componentes a ele
agregados foram removidos, utilizou-se de processos de furação, usinagem e
soldagem para fabricação e ajuste dos componentes e do equipamento como um
todo. O processo de fabricação e montagem dos componentes pertencentes ao vaso
88
tempo real. O conjunto foi montado utilizando-se de fita veda rosca em todas as
conexões a fim de evitar vazamentos. Após sua montagem deve ser acoplado no item
2 para conexão com o casco.
A partir do conjunto formado pelas peças 3 e 4 da Figura 14, montou-se o
sistema de tubulação que direciona o fluído de descarga ao tanque de
armazenamento, a peça 5 consiste em um nipple de conexão 3/4", a peça 6 representa
um joelho de 3/4" com ângulo de 90°, a peça 7 constitui-se em um tubo de extensão
galvanizado para permitir a conexão com o tanque de armazenamento, identificado
com o número 8 na Figura 14. O tanque de armazenamento foi fabricado com
materiais disponíveis no Centro de Usinagem da UNISINOS.
Vale destacar que as conexões de tubulação utilizadas possuem rosca do tipo
NPT, e, para garantir a vedação entre todos os componentes, utilizou-se de fita veda
rosca em PTFE.
Os principais componentes pertencentes ao vaso de pressão 2, casco base,
desenho para solda e tanque de armazenamento encontram-se detalhados no
Apêndice B deste trabalho. Componentes comerciais, tais como tubos, acessórios,
manômetro e válvulas não foram detalhados.
O vaso de pressão 1 foi fabricado a partir das definições tomadas nas etapas
de projeto mecânico e de fabricação do mesmo.
O casco do vaso de pressão já calandrado e soldado foi cortado na dimensão
correta de 𝐶𝐸𝑇 com suas faces esquadrejadas, por processo de esmerilhamento
removeu-se a tinta e a oxidação das superfícies externas e internas respectivamente,
deixando o casco pronto para ser soldado aos flanges, conforme observa-se na Figura
15.
95
O vaso de pressão 2 foi fabricado a partir das definições tomadas nas etapas
de projeto mecânico e de fabricação do mesmo.
Inicialmente, o extintor de incêndio foi desmontado, a carga de pó foi removida
e as impurezas internas foram lavadas, inspecionou-se o casco visualmente a fim de
verificar sua integridade para a fabricação.
O casco do vaso de pressão foi o primeiro componente a ser trabalhado, foi
furado utilizando-se de uma serra copo e a conexão para válvula reguladora de
pressão foi soldada, conforme especificado no projeto de fabricação do mesmo.
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6 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANDREUCCI, Ricardo. Ensaios por Ultrassom. Ed. Maio 2014. Abendi, São Paulo.
Disponível em <http://www.abendi.org.br/abendi/Upload/file/US_maio
2014%20(1).pdf> . Último acesso em 10 de junho 2018.
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TELLES, Pedro C. Silva. Vasos de Pressão. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A., 1996.
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CLASSE DE FLUIDO P.V ≥ 100 P.V < 100 P.V < 30 P.V < 2,5 P.V < 1
P.V ≥ 30 P.V ≥ 2,5 P.V ≥ 1
CATEGORIAS
“A”
− Inflamáveis
− Combustível com
temperatura
− igual ou superior a
200ºC I I II III III
− Tóxico com limite de
tolerância
− ≤ 20ppm
− Hidrogênio
− Acetileno
“B”
− Combustível com
temperatura menor
que
I II III IV IV
− 200ºC
− Tóxico com limite de
tolerância
− > 20ppm
“C”
− Vapor de água
− Gases I II III IV V
− asfixiantes simples
Ar comprimido
“D”
Água ou outros fluidos não
enquadrados nas classes “A”, II III IV V V
“B” ou “C”, com temperatura
superior a 50ºC