Manifesto Pela Reforma Tributária Turismo e Eventos v3

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 4

Brasília - DF, 28 de junho de 2023

MANIFESTO PELA REFORMA TRIBUTÁRIA JUSTA QUE PROMOVA O CRESCIMENTO DO


BRASIL E DO TURISMO NACIONAL

A Reforma Tributária carrega duas promessas essenciais ao Brasil: simplificação


tributária e não aumento de impostos. A proposta é que o país adote um imposto
sobre valor agregado (IVA), em linha com a média mundial, modernizando nossa
economia.

Porém, o setor de turismo e eventos, através das diversas associações que o


representam e assinam esta carta, precisa trazer suas preocupações relacionadas à
Reforma que está em andamento. O setor representa cerca de 10,5% do PIB brasileiro,
com R$1.041 trilhão de receita bruta[1], é também um dos maiores empregadores,
com 13,6 milhões de empregos diretos[2]. Tudo isto com baixo impacto ambiental,
promovendo nossa cultura e patrimônio e apoiando a preservação do meio ambiente.
Tudo isso de modo descentralizado, nos vários cantos do Brasil, levando
desenvolvimento regional por meio da geração de emprego e renda.

A proposta de Reforma Tributária apresentada pelo Grupo de Trabalho, especialmente


pelo Relator, Dep. Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), pode aumentar drasticamente a carga
tributária do setor de Turismo e Eventos e inviabilizar a competitividade internacional
do Brasil no setor, destruindo emprego, renda e arrecadação de impostos.

O turismo e os eventos, como boa parte do setor de serviços, são intensivos em mão
de obra. E, infelizmente, estes valores não são considerados “créditos” na reforma.
É previsto um aumento de alíquota de 8,65% para 25%, mesmo considerando as
demais alterações, o que representa um aumento de custo de 153%, segundo dados
da CNC.

Este cenário, se concretizado, pode ter um impacto catastrófico, inviabilizando muitas


operações no setor de Turismo e Eventos, com fechamento de postos de trabalho e
empresas e fará com que o consumidor também seja onerado, o que irá ocasionar
impactos negativos no desenvolvimento das atividades, nas localidades que
dependem do turismo e de eventos e respectiva sociedade.

[1] R$ 727 trilhões do turismo e R$ 314 trilhões de eventos em relação a R$ 9,9 trilhões do PIB 2022.
https://www.gov.br/turismo/pt-br/assuntos/noticias/turismo-sera-responsavel-por-quase-8-milhoes-de-empregos-e-7-
8-do-pib-do-brasil-em-2023-afirma-wttc
[1]7,4 milhões em turismo e 6,2 milhões em eventos – https://www.otempo.com.br/economia/mercado-de-eventos-
volta-a-crescer-e-gerar-empregos-em-2022-1.2795554
Para efeitos de comparação com o cenário mundial, observamos que em diversos
locais, especialmente nos países que enxergam o Turismo como atividade central
para o desenvolvimento, tais como França, Espanha, Itália, Inglaterra, México,
Tailândia, a alíquota do IVA é reduzida para as atividades turísticas. O setor não paga
mais de 10% de IVA e, em vários, os turistas estrangeiros são isentos:

PAÍS IVA Geral IVA Específico - Atividades Turísticas

Alemanha 19% 7%

China 13% 9%, 6% e 0%

Espanha 21% 10%

França 20% 10% e 5,5%

Itália 22% 10%

Reino Unido 20% Isento

Tailândia 7% 0%

Turquia 18% 8%

Particularmente, a situação fica mais evidente quando se tem em conta as atividades


econômicas de hospedagem e comércio varejista de alimentação preparada e
bebidas (restaurantes, bares e similares), onde o artigo 98, da Directiva 2006/112/CE do
Conselho, permite que os estados-membros da União Europeia fixem apenas 5% de
IVA.

No Brasil, projeta-se uma alíquota de 25%. É impossível para o setor privado ser
competitivo no cenário internacional, fortalecer o desenvolvimento do turismo
nacional, atrair turistas internacionais e investidores e fomentar o setor de eventos
com o triplo de carga tributária.

Entendemos que é fundamental que o nosso país avance em um processo de


simplificação e transparência do sistema tributário, mas, apesar disso, também é
primordial que a reforma não deixe de olhar em detalhes os impactos em diferentes
setores, buscando resguardar e/ou aprimorar a competitividade de nosso país como
destino turístico para os brasileiros e para os estrangeiros.

Por isso, entendemos que é de enorme importância a adoção de uma alíquota


diferenciada para o setor de Turismo e Eventos no processo de reformulação do
sistema tributário brasileiro.
Ao adotar uma alíquota diferenciada para o setor, teremos condições de aumentar a
competitividade do Brasil como destino turístico, estimulando a economia local,
atraindo novos investimentos e promovendo o crescimento sustentável.

Portanto, conclamamos os (as) senhores (as) parlamentares a considerarem


seriamente a importância de uma alíquota diferenciada para o setor de Turismo e
Eventos no Brasil, alinhando-se no bom senso e temperança às melhores práticas
adotadas por outros países membros da OCDE – Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico, na qual o Brasil pleiteia adesão. Acreditamos que essa
medida será um catalisador para o crescimento do setor, gerando empregos e
posicionando o Brasil como um destino de destaque no cenário internacional
impulsionando a economia brasileira como um todo.

Em uníssono, assina o G20+, grupo composto pelas principais associações do


Turismo e Eventos no Brasil, abaixo-assinadas e representantes dos segmentos de
agências de viagens, atrações turísticas, cruzeiros marítimos, eventos, hotéis,
parques de diversões, resorts, operadoras de turismo, promotores de destinos e
empresas aéreas nacionais.

Atenciosamente,

MAGDA NASSAR VANESSA COSTA ALEXANDRE SAMPAIO


Presidente Presidente Presidente
Associação Brasileira de Associação das Empresas de Federação Brasileira de
Agências de Viagens (ABAV) Parques de Diversões do Brasil Hospedagem e Alimentação
(ADIBRA) (FBHA)

JUREMA MONTEIRO CAIO CALFAT ORLANDO DE SOUZA


Presidente Presidente Presidente Executivo
Associação Brasileira das Associação para o Fórum de Operadores Hoteleiros
Empresas Aéreas (ABEAR) Desenvolvimento Imobiliário e do Brasil (FOHB)
Turístico do Brasil (ADIT BRASIL)

FÁTIMA FACURI LUCIANO GUIMARÃES MARCELO PICKA VAN ROEY


Presidente Presidente do Conselho Presidente do Conselho
Associação Brasileira de Associação Brasileira dos Associação Brasileira de Resorts
Empresas de Eventos (ABEOC) Consolidadores de Passagens (RESORTS BRASIL)
Aéreas e Serviços de Viagens (AIR
TKT)
VINICIUS VIEGAS FRANCISCO DE ASSIS LEITE MURILO PASCOAL
Presidente Presidente Presidente
Associação Brasileira das Associação das Agências de Sistema Integrado de Parques e
Empresas de Ecoturismo e Viagem de Ribeirão Preto e Atrações Turísticas (SINDEPAT)
Turismo de Aventura (ABETA) Região (AVIRRP)

MANOEL CARDOSO FABIANO CAMARGO CARLOS ALBERTO SAUANDAG


LINHARES Presidente Presidente
Presidente Associação Brasileira das Sindicato de Emp. de Prom. Org.
Associação Brasileira da Operadoras de Turismo e Montagem de Feiras Cong. e
Indústria de Hotéis (ABIH) (BRAZTOA) Ev. do Est. de SP (SINDIPROM)

GERVÁSIO TANABE SIMONE SCORSATO ARMANDO ARRUDA


Presidente Executivo CEO PEREIRA DE CAMPOS MELLO
Associação Brasileira de Brazilian Luxury Travel Relações Públicas
Agências de Viagens Association (BLTA) União Brasileira de Feiras e
Corporativas (ABRACORP) Eventos de Negócios (UBRAFE)

DORENI CARAMORI JR. MARCO FERRAZ TONI SANDO


Presidente Presidente Presidente
Associação Brasileira dos Associação Brasileira de Cruzeiros União Nacional de CVBx e
Promotores de Eventos Marítimos (CLIA BRASIL) Entidades de Destinos
(ABRAPE) (UNEDESTINOS)

Você também pode gostar