Resumo 01
Resumo 01
Resumo 01
CURSO
ARAGUAINA-TO
2023
Este resumo é baseado no estudo História da educação escolar no Brasil: notas para uma
reflexão, do professor Paulo Rennes Marçal, que faz uma abordagem precisa e bem articulada
da evolução da educação escolar no Brasil. O artigo examina as principais tendências de
desenvolvimento no setor educacional brasileiro desde o período colonial até os dias atuais,
destacando os desafios contemporâneos da educação brasileira. Embora seu enfoque seja
histórico, o artigo também oferece cruciais notas de reflexão para a melhoria da educação
brasileira no atual século XXI. O artigo investigará ainda as distinções entre o passado e o
presente, destacando o desenvolvimento em termos de estrutura, políticas e recursos para a
educação, bem como a mudança nos papéis dos professores e estudantes. Esta abordagem
esclarecedora da história da educação brasileira é vista do ponto de vista da educação
moderna, com mais ênfase na democracia, no pluralismo, na inclusão e na diversidade.
Finalmente, o artigo discutirá potenciais mudanças no sistema educacional brasileiro e como
isso pode melhorar a qualidade da educação no país.
Como resultado, o ensino primário desta época era regulado e supervisionado diretamente
pelo governo, restringindo ainda mais o acesso à educação escolar. Além disso, outras leis,
como a de 1932, estabeleceram o ensino médio como obrigatório em todas as escolas
primárias. A partir disso, dando início ao período da era Vargas (1930-1945), foi marcado por
uma cultura de nacionalismo que incentivou a universalidade do ensino primário. Dessa
forma, foram criadas leis para expandir o ensino a todos os setores da população, bem como
para uniformizar o ensino primário. Além disso, a Constituição de 1934, estabeleceu a
obrigatoriedade de ensino primário até os quatorze anos de idade. Nessa época, foram também
criadas leis de financiamento e apoio às escolas primárias, bem como incentivos à inovação
pedagógica. O período militar (1964-1985) é caracterizado pela consolidação do ensino como
um direito de todos os brasileiros. Embora o acesso ao ensino primário já houvesse sido
expandido durante o período Vargas, foi somente nessa época que o ensino obrigatório foi
ampliado para todos os alunos. Além disso, foi durante o governo militar que foi criada a base
para uma grande reforma educacional, com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1971. Nesse período, ainda foram criados vários programas de ensino
técnico e profissional, bem como a expansão e criação de outras modalidades de ensino
inovadoras. O período pós-militar (1985-presente) caracteriza-se pelo fim do regime militar e
pela consolidação do sistema de educação brasileiro. Nessa época, o governo brasileiro
desenvolveu e implementou políticas que expandiram o acesso ao ensino, promovendo a
inclusão e a igualdade social. A partir desse contexto, o governo promoveu a reformulação
dos parâmetros educacionais, criando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de
1996. A lei foi responsável pela definição dos princípios pedagógicos, assim como pelas
diretrizes para a estruturação de um sistema nacional de educação de qualidade. Além disso, a
lei determina que todas as unidades escolares sigam normas estabelecidas pelo governo, como
o ensino obrigatório até os 18 anos.
O texto parte da constatação de que a educação nunca foi considerada uma prioridade
nacional durante todos os cinco séculos de história brasileira e que a estrutura educacional
permaneceu substancialmente inalterada, continuando a servir como transmissora da ideologia
das elites e atendendo de forma mais ou menos satisfatória apenas a uma pequena parcela da
sociedade. Marçal começa mostrando como o ensino em Portugal era difundido
exclusivamente entre os membros da aristocracia, chamado de “ensino letrado”,
que preparava os estudantes apenas para estudos literários, estudos teológicos e para a prática
da advocacia e da burocracia nos tribunais. Como consequência desta forma de ensino,
surgiram várias instituições educativas no Brasil, que concentravam os esforços e
investimentos nas camadas sociais mais ricas da época e deixavam de lado as classes menos
abastadas. O artigo destaca que mesmo com a evolução histórico-econômica da sociedade
brasileira desde a colonização até a modernidade, a educação ainda não foi verdadeiramente
considerada como prioridade nacional. Com a industrialização e o desenvolvimento
tecnológico, a população passou a ter maior acesso ao ensino, porém, o sistema educacional
escolar não foi alterado significativamente. Logo, aqueles que foram incluídos foram aqueles
que já tinham acesso mais fácil e a maior parte da população continuou sendo excluída e
marginalizada. Na década de 1930, durante o regime Vargas, a Constituição determinou que a
educação seria obrigatória e gratuita para todos os brasileiros. É nesse momento que a
educação passa a ser pensada e tratada como prioridade pela primeira vez em toda a história
do país.
No entanto, o artigo também destaca que essa determinação legal não foi suficiente para que o
acesso à educação se tornasse realidade para todos, pois o mesmo depende da eficácia na
execução da lei, assim como da disponibilidade de recursos para ações de forma concreta. O
período militar também trouxe alterações significativas na legislação educacional, com o
objetivo de atender à reestruturação econômica imposta pelo regime. Apesar de maiores
investimentos educacionais, o foco passou a ser o ensino técnico e profissionalizante, para
suprir as demandas geradas pelo novo modelo econômico, prejudicando o ensino de ciências
humanas e de caráter mais liberal. Logo, o estudo realizado por Marçal mostra como a
educação escolar no Brasil nunca foi verdadeiramente considerada como prioridade nacional.
Em cada período histórico, existiram alterações na legislação que propiciavam maior acesso à
educação, porém, essas leis não foram suficientes para garantir que a educação fosse
efetivamente acessível a todos. Nesse sentido, o texto reforça a ideia de que, mesmo após 500
anos de história, a desigualdade social permanece presente no Brasil e que a educação escolar
ainda não é considerada como uma prioridade nacional. Atualmente, a educação ainda é
marcada por desigualdades de acesso e desempenho. Os problemas estruturais, como escassez
de recursos financeiros e falta de material didático, vem em detrimento da qualidade do
ensino. O desafio é proporcionar ofertas educacionais de qualidade que privilegiam a inclusão
de todos os membros da sociedade. É possível dizer, portanto, que a partir de Paulo Rennes
Marçal é possível situar e analisar as principais mudanças e as contradições que marcaram o
desenvolvimento da educação escolar no Brasil ao longo da sua história. Essa dialética entre
passado e presente permite a compreensão dos principais desafios que devem ser enfrentados
no futuro.
REFERENCIAS
RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal. História da educação escolar no Brasil: notas para uma
reflexão. Paidéia (Ribeirão Preto) (4) • Jul 1993. < https://doi.org/10.1590/S0103-
863X1993000100003> Acessado em: 22/04/2023