Plano de Negócios para Implantação de Uma Usina Recicladora de Pneus

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PLANO DE NEGÓCIOS PARA IMPLANTAÇÃO

DE UMA USINA RECICLADORA DE PNEUS


José Pretto da Silva*
Jones Damo**

Resumo
Diante da importância da reciclagem de pneus inservíveis como meio de preser-
vação ambiental e reaproveitamento da borracha, o presente trabalho teve como
objetivo analisar a viabilidade econômica de uma usina de reciclagem, através da
elaboração de um plano de negócios. Para tal, utilizou-se o modelo proposto por
Rosa (2007) e realizou-se um estudo de caso com pesquisa descritiva, coletando
informações, via questionários e entrevistas, com fornecedores, clientes e empresas
que descartam os pneus. Mediante a identificação que a Reciclanip, uma entidade
sem fins lucrativos, mantém com ecopontos em praticamente todos os municípios
da região de Marau e o levantamento de todos os custos e investimentos necessários,
passou-se a verificar a viabilidade de indicadores. Diante dos cálculos que conside-
raram três cenários simulados, constatou-se que a usina apresentaria lucros. Em um
cenário provável, por exemplo, a mesma atingiria um lucro operacional de 46,14%,
correspondente a R$ 36.278,33. Enquanto que em um cenário pessimista, cujo per-
centual de redução de faturamento foi de 30%, mesmo assim ela teria um lucro de
R$ 441,92, ou seja, 1,12%. Sendo assim, analisando-se os cenários, mesmo o pessi-
mista, pôde-se constatar que seria viável a implantação de uma usina de reciclagem
de pneus no município de Marau.

Palavras-chave: Reciclagem. Pneus. Usina. Viabilidade.

Abstract
Given the importance of recycling waste tires as a means of environmental preser-
vation and reuse of rubber, the present study aimed to analyze the economic feasibil-
ity of a recycling plant by developing a business plan. To this end, we used the model
proposed by Rose (2007) and performed a case study with descriptive research, col-
lecting information with suppliers, customers and companies who dismiss the tires
through questionnaires and interviews. By identifying the Reciclanip, a nonprofit
organization, maintains ecopoints in virtually all municipalities in the region of

* Mestre em Administração pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).


E-mail: [email protected]>.
** Graduado em Administração de Empresas pela Fabe Marau, RS.
E-mail: [email protected]..

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 69


José Pretto da Silva, Jones Damo

Marau and the lifting of all costs and investments needed, went to check the feasi-
bility of using indicators. Given all the calculations that considered three scenarios
simulated, it was found that the plant would present profits. In a likely scenario,
for example, it would reach an operating profit of 46.14%, corresponding to R$
36,278.33. While in a pessimistic scenario, whose percentage reduction of revenue
was 30%, yet she would have a profit of R$ 441.92, or 1.12%. Therefore, analyzing the
scenarios, even pessimistic, one can see that it would be feasible to implement a tire
recycling plant in the city of Marau.

Keywords: Recycling. Tires. Plant. Viability.

1 Introdução
O interesse sobre assuntos relacionados à preservação do meio ambiente é cres-
cente em todo o mundo. O desequilíbrio provocado por ações do ser humano na na-
tureza tem preocupado a sociedade contemporânea, que agora clama por atividades
ambientalmente corretas e políticas preventivas. Empresas que poluem e degradam
o meio ambiente têm sido pressionadas a aderirem ao conceito de desenvolvimento
sustentável, ou seja, prosperar sem afetar futuras gerações. Vive-se uma época onde
é essencial para o planeta encontrar meios de obter o progresso associado ao respeito
ao meio ambiente.
Dentro deste contexto, a dificuldade para disposição de pneus no fim de sua
vida útil torna-se uma problemática cada vez mais relevante para a sociedade. Nos
últimos anos, tem-se evidenciado um aumento significativo na quantidade de pneus
produzidos no Brasil. O descarte inadequado de pneus inservíveis acarreta grandes
impactos para a natureza, além de prejudicar a saúde humana.
Segundo Tenório e Espinosa (2004 apud ARAÚJO, 2010, p. 2), aparentemente o
homem seria o único agente gerador de resíduos, causados pelos padrões de consu-
mo da sociedade atual. Essa formulação é bastante simplista, mas serve como ponto
de partida para uma pequena reflexão. Na verdade, o conceito de cadeia alimen-
tar não é tão fechado nem tão perfeitamente sustentável assim. O que efetivamente
acontece é que mesmo em espécie mais simples, ocorrem perdas e geração de resí-
duos, os quais não seriam contabilizados e, portanto, o sistema não seria tão perfeito
quanto se imaginava no início.
Verifica-se que esses eventuais desequilíbrios são sempre muito pequenos, uma
vez que as populações na maioria dos casos são pequenas. Muitas vezes, fenômenos
naturais localizados são suficientes para desfazer a harmonia local, causando mu-
danças nos ciclos e nas cadeias alimentares. Porém, em muitos casos, o sistema tem
mecanismo para, em médio e longo prazo, estabilizar o eventual desequilíbrio local.
O reaproveitamento de pneus inservíveis se constitui um desafio em todos os
países, dadas as suas características de durabilidade, quantidade, volume, peso e
principalmente a grande dificuldade de lhes propiciar uma nova destinação ecoló-
gica e economicamente viável. De acordo com Resende (2004, p. 14), estima-se que
a durabilidade de um pneu no meio ambiente seja de aproximadamente 600 anos.
Assim sendo, as empresas têm encontrado na reciclagem uma alternativa para a
destinação destes resíduos, pois permite o reaproveitamento da borracha, reincor-
porando-a ao ciclo de negócios.
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Dentre as alternativas de reutilização de borracha de pneus, o destaque evidente


pode ser dado à incorporação em ligantes asfálticos devido aos benefícios que propor-
ciona, surgindo então como uma potencial solução para a problemática apresentada.
Além de ter uma estreita relação com o meio ambiente, o asfalto ecológico, como é
denominada a mistura asfáltica, misturada ao pó de pneu velho, também possui ligação
direta com o setor de transportes, especialmente o transporte rodoviário. O asfalto é
uma infraestrutura fundamental para a circulação de bens e pessoas no Brasil.
Diante deste contexto, o trabalho busca na tomada de decisão, relacionada à lo-
calização dos ecopontos, determinação dada aos pontos ecologicamente corretos de
reciclagem, otimizar o fluxo reverso dos pneus inservíveis no estado do Rio Grande
do Sul. Cada ecoponto que for explorado poderá auxiliar nas estratégias e disponibi-
lizar ao responsável dados para a tomada decisão, a fim de explorar várias alternativas
e poder desenvolver uma ótima estratégia.
Tomar uma decisão sobre localização em uma rede de transporte é um problema
relevante, e que influencia todo o processo logístico de uma empresa. Em especial,
o reaproveitamento de pneus, onde começamos a trabalhar com a logística reversa,
que está em aprimoramento no país. Esta, diz respeito a todas as atividades logísti-
cas de um produto usado ou rejeitado pelo consumidor, até sua reintegração ao ciclo
produtivo. Esse processo é de ampla importância para garantir um bom desempe-
nho do sistema de aproveitamento da borracha de pneus inservíveis em ligantes
asfálticos e, portanto, faz-se necessária uma grande estrutura logística para que as
cidades do Rio Grande do Sul sejam cobertas. Apresentamos a seguir o problema de
pesquisa deste trabalho.
O presente trabalho de pesquisa engloba diversas áreas de interesse, pois existe
a necessidade inicial de definição dos principais assuntos, para posterior efetivação
de uma revisão bibliográfica ampla, incluindo pesquisas em livros, periódicos, in-
ternet e outras fontes confiáveis. Definiram-se como as principais áreas de estudo
deste trabalho os modelos de localização, a logística reversa e o asfalto ecológico.
Entretanto, como o objetivo de estudo está diretamente ligado aos pneus inservíveis,
procurou-se focar em questões referentes a este tema, visando também identificar
suas principais adversidades e finalidades, após seu ciclo de vida.

2 Referencial teórico
No presente capítulo, apresenta-se o referencial teórico desse estudo, para abordar
temas sobre inovação, meio ambiente, reciclagem e plano de negócios.

2.1 Inovação
As organizações que planejam aumentar sua competitividade sentem a neces-
sidade de investir em práticas voltadas ao desenvolvimento sistemático de novas
tecnologias, buscando novas formas de desenvolver suas atividades, seja na criação
de novos produtos, serviços ou processos, ou ainda, melhorando os já existentes
(DRUCKER, 1994, p. 63). Diante de um cenário de globalização, o mercado se carac-
teriza por uma demanda crescente de novos produtos, com maior rapidez, qualidade
e preços menores.

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Os novos produtos são importantes para a prosperidade das organizações, que


necessitam de um processo de inovação sustentado para responder ao desafio deste
aumento de demanda (MATTOS, 2005, p. 84). Sendo assim, o processo de ino-
vação no mundo organizacional tem adquirido crescente e relevante importância,
devido à acirrada concorrência e as diversas demandas dos consumidores, cada vez
mais exigentes, buscando produtos e serviços de alto valor agregado, menor custo
e maior qualidade.
Nesse contexto, a abordagem conceitual de inovação tomou forma e alcançou
maior espaço a partir da obra de Schumpeter, com a Teoria do Desenvolvimento
Econômico, colocando-a num lugar de destaque na área organizacional. Dessa for-
ma, a inovação, de acordo com Schumpeter (1934, p. 36), é a ação de inovar, a cria-
ção de processos que promovam a ruptura no sistema econômico, fazendo surgir
novidades. Para o referido autor, nas economias capitalistas o desenvolvimento eco-
nômico é dirigido pelo impacto das inovações tecnológicas, ocorrendo através de
um processo dinâmico de destruição criativa, sendo a inovação, então, caracterizada
por um processo de criação do novo e destruição do que está se tornando obsoleto.
Para Schumpeter (1934, p. 38), a inovação classifica-se em quatro propriedades
fundamentais: incerteza gerada pela existência de problemas técnicos e econômicos,
cujas soluções são desconhecidas; crescente dependência das novas oportunidades
tecnológicas no conhecimento científico, devendo ser visto com ressalva quando se
considera a importância do conhecimento tácito para o processo de inovação; cres-
cente formalização das atividades de pesquisa e desenvolvimento e sua execução no
interior das empresas; e, aprendizagem por meio de atividades informais de solução
de problemas de produção e esforços para satisfazer as necessidades dos clientes.
A partir das definições de Schumpeter, referente à abordagem conceitual de ino-
vação, diversos autores propuseram o conceito de inovação, bem como variáveis e
caminhos que interferem no estabelecimento da mesma. Para Carvalho (2009,
p. 103), a inovação é um processo que se inicia pela percepção de um novo mer-
cado ou oportunidade de novos serviços, para uma invenção de base tecnológi-
ca que conduz ao desenvolvimento, produção e marketing, em busca do sucesso
comercial da inovação.
De acordo Cassiolatto e Lastres (2000, p. 87), a inovação é constituída de um pro-
cesso de busca e aprendizado, fortemente influenciado pelos formatos locais e regionais,
existindo entre os sistemas de inovação de um país para outro, de uma região do
mesmo país para outra e até mesmo de um local para outro. As organizações em ní-
vel local, na forma de parcerias, associações, redes, sistemas de inovação, promovem
o aumento da capacidade de aprendizado da região, devendo existir relações com
órgãos governamentais, empresas, estado, a sociedade e as instituições de ensino.
Para Carvalho (2009, p. 105), uma invenção só se torna inovação se chega ao
mercado e se seu impacto econômico está intimamente ligado ao seu grau de di-
fusão. Tigre (2006) afirma que quando uma inovação é introduzida pioneiramente
por uma única empresa, seus impactos econômicos são limitados ao âmbito inova-
dor e eventualmente de seus clientes. Uma inovação só produz impactos econômi-
cos abrangentes quando se difunde amplamente entre empresas, setores ou regiões,
desencadeando novos empreendimentos e criando novos mercados.
Segundo Porter (1986, p. 132), a busca pela vantagem competitiva através da di-
ferenciação conduz a investimentos em inovação e em tecnologia, sempre com foco
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em necessidades específicas dos consumidores. Percebe-se, assim, que a atividade


inovadora se constitui em vista do capital humano, tanto em seus meios (quem a
produz) como em seus fins (quem dela se beneficia).
Nota-se pela análise dos conceitos e dos vieses sobre inovação que esta impacta
num processo de mudança. O processo de inovação envolve não só os conhecimen-
tos teóricos ou práticos num plano estritamente tecnológico, como também conhe-
cimentos nas áreas de marketing e gestão das organizações. Nesse sentido, de acordo
com o Manual de Oslo (2004, p. 55), existem quatro tipos principais de inovação:
a. inovação tecnológica de produto: pode assumir duas formas abrangentes: pro-
dutos tecnologicamente novos, cujas características diferem dos existentes no
mercado; e produtos tecnologicamente aprimorados, cujas características do
produto tenham sido significativamente aprimoradas ou elevadas;
b. inovação tecnológica de processo: é a adoção de métodos e produção de novos
ou significativamente melhorados, incluindo métodos de entrega dos produtos;
c. inovação organizacional: a inovação organizacional inclui a introdução de es-
truturas organizacionais significativamente alteradas, implantação de técnicas
de gerenciamento avançado, implantação de orientações estratégicas novas
ou substancialmente alteradas. Em princípio, a mudança organizacional con-
ta como inovação apenas se houver mudanças mensuráveis nos resultados, tais
como aumento de produtividade ou vendas;
d. inovação de marketing: consiste de atividades relacionadas ao lançamento de um
produto tecnologicamente novo ou aprimoradas. Podem incluir pesquisa preli-
minar de mercado, testes de mercado e propaganda de lançamento.

Percebe-se, pela análise dessas categorias de inovação que os resultados da mesma


vão além do processo produtivo ou do mercado, promovendo um ganho no poten-
cial produtivo para toda ou quase toda a economia e efeitos, também, no campo
social e cultural. A partir da nova tecnologia pode ser estabelecida mudança nas
relações capital versus trabalho ou nos produtos ofertados que geram novos padrões
de comportamento social.

2.2 Meio ambiente e sustentabilidade


Conforme especifica Morais (2009, s/p):
O desenvolvimento sustentável significa a compatibilidade do crescimento econômico, com o de-
senvolvimento humano e a qualidade ambiental. Portanto, o desenvolvimento sustentável an-
tecipa que as sociedades atendam às necessidades humanas em dois sentidos: aumentando o po-
tencial de produção e assegurando a todos as mesmas oportunidades. A preocupação com o meio
ambiente gera medidas no mundo todo. Pensando nas gerações futuras e na preservação de áreas
que estão cada vez mais escassas, o planeta se volta para o chamado desenvolvimento sustentável.

Conforme conceitua Nohara et al. (2005, p. 24), a estratégia de desenvolvimento


sustentável defende a harmonia entre os seres da natureza. Porém, a década de 60
foi um marco para o interesse pelo tema ambiental. O extraordinário crescimento
econômico do pós-guerra, principalmente nos países do hemisfério norte, levantou
questões sobre a sua continuidade e o seu impacto ambiental.
Os modelos de crescimento econômico que buscavam analisar a otimização do
uso dos recursos naturais, dependiam de hipóteses empíricas sobre a utilização e
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substituição dos recursos naturais. Segundo Seroa da Motta (1997 apud NOHARA
et al., 2005, p. 24): essa abordagem da época:
Carece de realismo sobre a produtividade dos sistemas naturais. A capacidade de geração de
serviços dos ecossistemas depende da manutenção de certos componentes ecossistêmicos,
tais como, população e cadeia alimentar, dentro de limites específicos. Uma vez vencidos estes
limites o sistema poderá entrar em colapso e sua produtividade torna-se nula.

Todavia, a preocupação com o crescimento econômico e populacional também


existia, e tornava-se essencial, pois se sabia que os recursos eram finitos. No entan-
to, ao lado das indagações dos economistas, havia problemas ambientais criados
pela incessante busca de aumento da produtividade. Com isso, as monoculturas, de-
pendentes de agrotóxicos e de adubos inorgânicos, prometia terminar rapidamente
com a insuficiência de alimentos. Porém, muitos autores da época já chamavam a
atenção para as consequências danosas para o meio ambiente e para a humanidade
devido ao uso de agrotóxicos (NOHARA et al., 2005, p. 25).
Um grupo informal de cientistas buscou analisar os cenários alternativos a res-
peito do futuro da humanidade, partindo de dados sobre a produção da época,
o crescimento populacional e o consumo de matéria-prima e alimentos, sendo
considerados os resíduos industriais e domésticos. Em contrapartida, a ONU (Or-
ganização das Nações Unidas) promove a Conferência das Nações Unidas sobre
o meio Ambiente Humano. Na ocasião, a industrialização acelerada da Europa
havia provocado a intensificação das chuvas ácidas na Escandinávia, que causava
inúmeros problemas ambientais e morte das florestas (SILVA FILHO; DINATO,
2003, apud NOHARA et al., 2005, p. 25).
Essa conferência e os seus desdobramentos têm vários marcos, dentre os quais
podemos citar: a existência de um meio ambiente sadio e equilibrado como um
direito fundamental dos indivíduos, o fim da ideia de um crescimento econômico
sem restrições ambientais e a passagem do debate ambiental local para global.
Para os países em desenvolvimento, as taxas de crescimento econômico pareciam
mais importantes do que a preocupação ambiental. Essa desviaria recursos escas-
sos, aumentando o preço dos bens e reduzindo os índices de crescimento, com eles
o combate à miséria, ao analfabetismo e a outros problemas mais prementes para
essas economias.
Chegou-se a um compromisso, expresso no Princípio 21 da Declaração de
Estocolmo, que reconhece o direito soberano dos Estados de explorar seus próprios
recursos, de acordo com a sua política ambiental, desde que arquem com a res-
ponsabilidade de assegurar que as atividades na sua jurisdição ou sob seu controle
não prejudiquem o meio ambiente de outros Estados ou de zonas situadas fora
dos limites da jurisdição nacional. Assim, a Conferência de Estocolmo, além da
institucionalização internacional da proteção ao meio ambiente, com a criação do
Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, resultou nas seguintes mudanças
no plano intelectual:
a. alguns autores, considerando a relevância do meio ambiente, a finitude dos re-
cursos e as possibilidades de sua substituição – anteriormente tidas como infini-
tas – atentam para a mudança do paradigma social dominante, com visão antro-
pocêntrica e crescimento econômico ilimitado, e para o surgimento de um ‘novo
paradigma socioambiental’ (DALY, 1973 apud NOHARA et al., 2005, p. 26);

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b. já outros, devido ao destaque dado ao meio ambiente, acreditavam que estava


surgindo um novo padrão ambiental ou ecológico.

Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das


Nações Unidas, ao produzir um relatório, incorpora, definitivamente, a ideia de
uma estratégia de desenvolvimento que visa à criação, à manutenção e ao constan-
te aperfeiçoamento, direcionados à conservação futura de um modelo econômico
de crescimento apropriado, capaz de suprir as necessidades da população atual,
promovendo o seu bem-estar, sem comprometer as condições de desenvolvimen-
to harmônico das gerações futuras, sua coesão social e a conservação das con-
dições do meio ambiente. Ou seja, um desenvolvimento econômico sustentável
(NOHARA et al., 2005, p. 26).
Essa postura envolve um rol de medidas de cunho legal, político educacional,
além de um sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecoló-
gica do desenvolvimento atual e futuro da humanidade como um todo. A soberania
nacional, do Princípio 21 da Declaração de Estocolmo, cede o lugar à preocupação
ambiental em escala global. Os desdobramentos posteriores, tais como a Agenda
21, fruto fundamental da Conferência Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvol-
vimento, realizada no Brasil, em 1992 (Rio-92) e promovida pelas Nações Unidas,
incorporam, definitivamente, a ideia do desenvolvimento sustentável tornando-a
indispensável às agendas políticas nacionais (NOHARA et al., 2005, p. 26).
Note-se que o conceito não envolve apenas o impacto da atividade econômica
no meio ambiente, mas abrange, fundamentalmente, os seus desdobramentos em
relação à qualidade de vida, ao bem-estar da sociedade e à coesão social. Sua apli-
cação exige medidas de integração entre o poder público e a iniciativa privada. A
busca do desenvolvimento sustentável não é tarefa fácil, visto que demanda um
sistema político que possa assegurar a participação efetiva dos cidadãos no proces-
so decisório. Ainda, demanda um sistema econômico capaz de gerar excedentes,
um sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimen-
to mal-estruturado, um sistema de produção ecologicamente correto, um siste-
ma tecnológico e, por fim, um sistema administrativo flexível e autossuficiente
(NOHARA et al., 2005, p. 27-29).
Na visão de Cunha (2003 apud NOHARA et al., 2005, p. 29), a busca de sustentabi-
lidade ecológica é uma dimensão fundamental, mas não a única, e a sustentabilidade
econômica que lhe oferece suporte se dá num contexto desafiador de integração
econômica e de crescente perda de autonomia decisória de cada país. As atividades
econômicas e seus efeitos sobre o meio ambiente são assuntos de deliberações no
plano nacional e internacional. Para evitar, compensar ou minimizar os impactos
ambientais negativos, as atividades econômicas potencialmente nocivas ao meio
ambiente são contempladas com legislação específica, disciplinadora de procedi-
mentos tecnológicos e operacionais, capazes de reduzir ou mesmo de eliminar os
danos ambientais provenientes da atividade fabril.
Enquanto a legislação contempla de maneira mais ampla as atividades atuais,
que possam agredir o meio ambiente, há certa discrepância em relação ao passivo
ambiental já acumulado. Normas legais, recomendações e propostas, ainda sem re-
gulamentação, estão aos poucos sendo implantadas para gerar responsabilidade e
obrigações quanto à restauração de danos ao ambiente.

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Comenta-se que de acordo com o IBRACON (Instituto dos Auditores Indepen-


dentes do Brasil) (1995 apud NOHARA et al., 2005, p. 30), o passivo ambiental “pode
ser conceituado como toda a agressão que se praticou/pratica contra o meio ambiente
e consiste no valor de investimento necessário para reabilitá-lo, bem como multas
e indenizações em potencial”. Assim, entende-se que ele se refere ao conjunto de
obrigações, as quais demandam ações de controle e preservação do meio ambiente.
De acordo com Ribeiro (1995 apud NOHARA et al., 2005, 29), esse passivo acar-
reta em sacrifício de benefícios econômicos que devem ser assumidos para a recu-
peração e a proteção do meio ambiente, decorrente de uma conduta inadequada
em relação às questões ambientais. De forma bastante simples, são danos causados
ao ambiente por empresas no decorrer da sua atividade de produção e de comer-
cialização que, de acordo com a legislação atual, devem ser parte integrante da
responsabilidade social das empresas que aos originaram e originam.

2.3 Reciclagem de pneus


A reciclagem de acordo com Morais (2009, s/p), torna-se uma das alternativas
para evitar que produtos degradem ainda mais o ambiente, sendo atualmente uma
obrigação e dever de todos. Destaca-se que um terço do lixo doméstico do Brasil
compõe-se de embalagens que poderiam ser recicladas. O país de acordo com a au-
tora, “possui elevados níveis de poluição do meio ambiente, desmatamento e outros
problemas ambientais”. Em 2008, por exemplo, foram produzidos em torno de 60
milhões de pneus no país e destes praticamente a metade foi descartada no mesmo
ano. Para agravar a situação, boa parte desse material é descartada em locais impró-
prios, como terrenos baldios, acarretando em graves danos ao meio ambiente.
O uso de métodos de reciclagem e reaproveitamento é a saída para evitar esse
tipo de situação. Os pneus abandonados não são apenas um problema ambiental,
mas também de saúde pública, pois acumulam água das chuvas, formando ambien-
tes bastante propícios à proliferação de doenças como a dengue e também a febre
amarela. Para deter o avanço desse lixo, é preciso fazer o uso da reciclagem. No
entanto, a reciclagem dos pneus chamados inservíveis – sem condições de rodagem
ou de reforma – ainda é um desafio para muitos países. A reciclagem é fruto da
preocupação com a qualidade de vida, associado a um modelo de desenvolvimento
racional e sustentável (MORAIS, 2009, s/p).
O Brasil é o segundo na lista de países que realizam a reciclagem, ocupa atual-
mente o segundo lugar no ranking desta prática, considerada como alternativa para
reaproveitar o produto e amenizar o impacto no ambiente, evitando assim o descarte
final do material. Conforme Morais (2009, s/p), na recapagem de pneus, são inseridas
novas camadas de borracha, fazendo-os ganhar uma sobrevida. Além do mais, pro-
porciona uma economia de energia e matéria-prima, que seriam utilizadas na produ-
ção de um novo pneu. Outra medida de reciclagem de pneus surge como alternativa e
ganha cada vez mais espaço, a qual se refere à criação de calçados e demais produtos.
Ainda, comenta-se que o maior mercado que utiliza pneus reciclados é o de usinas
de energia, fábricas de papel e fornos para cimento, os quais utilizam o produto
como combustível, representando dois terços da indústria de reciclagem. Também
se citam empresas que fabricam sandálias com o pneu depois de reciclado. Assim,
com a missão de reutilizar pneus que não possuem mais uso, elas buscam manter o
desenvolvimento sustentável do país (MORAIS, 2009, s/p).
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A iniciativa dessas empresas demonstra que é viável desenvolver o crescimento


e ao mesmo tempo promover o desenvolvimento sustentável, sem degradar o meio
ambiente. De acordo com Morais (2009, s/p), já foram reciclados mais de dois mi-
lhões de pneus, tendo em vista que a partir de cada pneu reciclado, se produz cinco
sandálias. Assim, percebe-se que essa iniciativa resulta em bons lucros para as em-
presas investidoras, além de exibir a imagem de empresa socialmente responsável.
Percebe-se que:
Com o surgimento da técnica de reciclagem, vários tipos de produtos passaram a ser reciclados
também, criando assim novas oportunidades de geração de renda e novas atividades que atual-
mente geram um faturamento de cerca de 1,2 bilhões de dólares anuais no Brasil, e que poderá
chegar a 5,8 bilhões nos próximos anos. A partir dessas informações, presume-se um mercado
bastante promissor e ainda pouco explorado pelas empresas, onde apenas algumas entraram
nesse ramo da reciclagem com seus produtos inovadores (MORAIS, 2009, s/p).

Destaca-se, nesse sentido, que existem várias alternativas para a destinação de


pneus, as quais são recomendadas inclusive pela legislação. Dentre elas citam-se a
utilização em pavimentação asfáltica e combustível em indústrias cimenteiras.

2.3.1 Pavimentação asfáltica: asfalto ecológico


Bertollo et al. (2002 apud GARDIN; FIGUEIRÓ; NASCIMENTO, 2010, p. 9),
mencionam que:
A borracha obtida da trituração de pneus deve ser considerada como um bem valioso, cuja
utilização vem se expandindo em mercados diversificados. Ainda acrescentam que os resul-
tados apresentados indicam que a inclusão de borracha de pneus nas misturas asfálticas não
compromete seu desempenho, ao contrário, pode melhorar algumas propriedades mecânicas, o
que torna promissor o seu uso como agregado.

Os autores comentam que essa borracha é mais resistente e durável, além de ser
ecologicamente correta. Conforme Gardin, Figueiró e Nascimento (2010, p. 9), dados
obtidos com determinada empresa brasileira que produz o asfalto ecológico, para
recapear um quilômetro de pista com espessura de 5 cm de concreto betuminoso
usinado à quente, são aproveitados aproximadamente 1000 (mil) pneus. “No Brasil,
testes com este tipo de asfalto vêm sendo feitos desde 2001. Em 2009, já existiam
mais de 3.500 km de vias urbanas e rodoviárias brasileiras utilizando este material”.
Outro ponto enfatizado por estes autores é que menos de 10% da malha rodo-
viária brasileira é revestida por pavimentos asfálticos. Assim, a pavimentação de
apenas 0,5% (cerca de 7.800 km) do total de quilômetros de rodovias não pavimen-
tadas poderia consumir mais de 11 milhões de pneus inservíveis, dependendo da
espessura das pistas. Com um descarte anual estimado em 44 milhões de pneus, a
incorporação de borracha de pneus ao pavimento asfáltico pode contribuir signifi-
cativamente para o equacionamento da questão da disposição final desses resíduos
no país (GARDIN; FIGUEIRÓ; NASCIMENTO, 2010, p. 10).
Nesse sentido, Specht (2004 apud GARDIN; FIGUEIRÓ; NASCIMENTO, 2010,
p. 10), aponta que a pavimentação é uma das áreas mais estudadas e considera como
alternativa com maior potencial de utilização, devido a dois fatores: utilização de
um grande volume de pneumáticos usados e melhoria das características dos ligantes
asfálticos e do concreto asfáltico com a adição de farelo de pneu. Cabe ressaltar que
o custo do asfalto ecológico é 12% superior ao convencional.
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No entanto, comenta-se que ainda assim essa medida se justifica devido “à redução
do gasto com manutenção, uma vez que o asfalto borracha prolonga a vida útil do
pavimento em torno de 44% e também reduz a espessura da mistura asfáltica utili-
zada” (GARDIN; FIGUEIRÓ; NASCIMENTO, 2010, p. 10). Contudo, analisando-
-se outros fatores, acredita-se que somente essa alternativa de reutilização do pneu
inservível não constitui uma solução para o problema ambiental que o descarte
do produto gera. Isso porque existem baixos investimentos nesse setor no país, o
que demonstra a real necessidade de que empresas tomem a iniciativa e busquem
alavancar esse tipo de reciclagem.

2.4 Plano de negócios


Desenvolver um plano de negócio é um sinal de maturidade e planejamento.
Conforme defende o SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio ás Micro e Pequenas
Empresas) (2012, s/p), através dele quem quer iniciar uma empresa tem mais se-
gurança para alcançar o êxito e também ampliar ou promover inovações. Assim
como para construir uma casa, fazer uma viagem, tanto para o litoral ou para o
exterior, organizar uma festa, sempre é necessário fazer um planejamento. Se este
não for feito todos os desejos estarão comprometidos, dada a necessidade de haver
um bom planejamento. Ideias assim vêm e vão a todo o momento, porém para que
se tornem realidade é preciso elaborar o passo a passo (SEBRAE, 2012, s/p).
O Plano de Negócios para Rosa et al. (20[...], p. 5) constitui uma “ferramenta
de planejamento que permite tanto o estabelecimento da visão, posição da empresa
em relação aos objetivos estratégicos, quanto para delinear a estratégia e disponi-
bilizar informação”. Ele produz resultados relevantes e válidos, quando feito com a
fundamentação necessária, tornando-se um pré-requisito para investidores.
Dornelas (20[...], p. 3), cita:
Que seja uma ferramenta para o empreendedor expor suas ideias em uma linguagem que os
leitores do plano de negócios entendam e, principalmente, que mostre viabilidade e probabili-
dade de sucesso em seu mercado. O plano de negócios é uma ferramenta que se aplica tanto no
lançamento de novos empreendimentos quanto no planejamento de empresas maduras.

Deve ser utilizado de maneira dinâmica, devendo ser atualizado ou reformulado


periodicamente de acordo com as mudanças no ambiente externo e nas políticas
internas da empresa. O plano de negócios, por consistir em uma ferramenta de plane-
jamento que trata essencialmente de pessoas, oportunidades, do contexto e mercado,
riscos e retornos, também sofre mudanças (DORNELAS, 20[...], p. 3).
Da mesma forma, Pavani (1997, p. 2) salienta que:
A existência de um Plano de Negócios possibilita a diminuição da probabilidade de morte
precoce das empresas, uma vez que uma parte dos riscos e as situações operacionais adversas
serão previstas no seu processo de elaboração, assim como a elaboração de planos de contin-
gência. Os planejamentos de marketing, operacional, de crescimento, etc. estarão refletidos no
plano financeiro da empresa, permitindo a visualização dos recursos financeiros necessários à
sua execução e possibilitando o planejamento da sua captação.

Nesse sentido, o plano de negócios fornece uma visão de todo o negócio com
base em cenários elaborados através de planejamentos financeiros, marketing, pes-

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 78


Plano de negócios para implantação...

soal, entre outros. Sahlman (1997 apud ROSA et al., 20[...], p. 6) menciona que:
O processo de elaboração do Plano de Negócios é considerado um momento importante do
planejamento do novo empreendimento, mesmo que seus resultados finais não sejam apro-
veitados pela empresa. Isso porque o comprometimento gerado dentro da equipe, ao longo da
coleta, análise e disposição das informações, facilita a conscientização dos empreendedores para
questões determinantes na sobrevivência do negócio – consumidores, segmentos, mercados,
concorrência, projeções financeiras, dentre outras.

Na visão de Rosa et al. (20[...], p. 6), o plano de negócio é o que mais dá traba-
lho aos empreendedores, pois envolve vários conceitos que devem ser entendidos e
expressos de forma escrita, em poucas páginas, dando forma a um documento que
sintetiza toda a essência da empresa, sua estratégia de negócio, seu mercado e com-
petidores, como vai gerar receitas e crescer etc. Determinar os recursos necessários
é consequência do que foi feito e planejado no plano de negócios. Já a captação dos
recursos pode ser feita de várias formas e através de várias fontes distintas. Para ge-
renciar a empresa, o empreendedor também poderá utilizar um plano de negócios,
pois se trata de uma ferramenta de planejamento e gestão.

3 Apresentaçao dos resultados


O presente capítulo visa apresentar os dados coletados com a pesquisa e também
a sua respectiva análise. Relembra-se que a mesma buscou desenvolver um plano de
negócio de uma Usina Recicladora de Pneus, no município de Marau/RS.
A necessidade de realização da mesma se deu pelo fato do município possuir vá-
rios estabelecimentos que reformam pneus e descartam seus resíduos. O município
de Marau não possui uma usina recicladora de pneus, a qual transforme material
inservível em trituração de um subproduto.

3.1 Plano de negócio: usina recicladora de pneus


Para o desenvolvimento do plano de negócio foi considerado o modelo apresen-
tado por Rosa (2007). Os valores estimados para a viabilidade foram extraídos com
base nas pesquisas bibliográficas realizadas na primeira fase da pesquisa. Portanto,
na sequência serão apresentados os custos, investimentos e viabilidade da usina de
reciclagem de pneu no município de Marau.

3.1.1 Investimento total


Os investimentos totais são demonstrados por todos os valores investidos no
negócio. Os mesmos são evidenciados pelo Quadro 1.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 79


José Pretto da Silva, Jones Damo

Quadro 1 - Investimentos Total - Resumo


Descrição dos investimentos Valor (R$) (%)
1. Investimentos Fixos 1.205.259,00 99,16%
2. Capital de Giro 5.518,28 0,45%
3. Investimentos Pré-Operacionais 4.700,00 0,39%
Total (1+2+3) 1.215.477,28 100%
Fonte de recursos Valor (R$) (%)
1. Recursos próprios 400.000,00 32,00%
2. Recursos de terceiros 850.000,00 68,00%
3. Outros - 0,00%
Total (1+2+3) 1.250.000,00 100,00%
Fonte: O autor.

Conforme expõe o Quadro 1, os investimentos totais da usina ficarão em R$


1.215.477,28. A fonte de recursos representa a soma dos valores que os sócios irão
investir na empresa e o recurso que será buscado junto às instituições financeiras.

3.1.2 Estimativa do faturamento mensal da empresa


A quantidade estimada para venda levou em consideração a capacidade produ-
tiva da usina. Assim, os faturamentos mensais foram estimados considerando três
cenários: provável, pessimista e otimista. O Quadro 2 apresenta a estimativa de fa-
turamento da usina em um cenário provável, onde o mercado possivelmente estaria
suscetível aos produtos gerados: pó de borracha, fibras têxteis e fragmentos de aço.

Quadro 2 - Estimativa de faturamento para um cenário provável


Cenário provável
Produto/Serviço Quantidade (Estimativa Preço de venda por Faturamento total
de vendas em Toneladas) Tonelada (em R$) (em R$)
1 Pó de Borracha 117,60 600,00 70.560,00
2 Fibras Têxteis 50,40 80,00 4.032,00
3 Fragmentos de Aço 33,60 120,00 4.032,00
  Total 0   78.624,00
Fonte: O autor.

Verificou-se que num cenário provável, a empresa teria um faturamento mensal


de R$ 78.624,00. Em outra análise, considerando um cenário pessimista, ficou esta-
belecido os valores expostos pelo Quadro 3.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 80


Plano de negócios para implantação...

Quadro 3 - Estimativa de faturamento para um cenário pessimista


Cenário pessimista
Produto/Serviço Quantidade (Estimativa de Preço de venda por Faturamento total
vendas em Toneladas) Tonelada (em R$) (em R$)
1 Pó de Borracha 82,32 600,00 49.392,00
2 Fibras Têxteis 35,28 80,00 2.822,40
3 Fragmentos de Aço 23,52 120,00 2.822,40
  Total 0 55.036,80
Fonte: O autor.

Conforme o Quadro 3, em um cenário pessimista, considerando várias hipó-


teses, como a redução de compra dos clientes, a baixa coleta de pneus inservíveis,
entre outros, com uma redução de 30% da produção, apontou-se um faturamento de
R$ 55.036,80. Já em um cenário otimista, com um acréscimo de 30% na produção
mensal, obteve o faturamento exposto no Quadro 4.

Quadro 4 - Estimativa de faturamento para um cenário otimista


Cenário otimista
Produto/Serviço Quantidade (Estimativa de Preço de venda por Faturamento total
vendas em Toneladas) Tonelada (em R$) (em R$)
1 Pó de Borracha 152,88 600,00 91.728,00
2 Fibras Têxteis 65,52 80,00 5.241,60
3 Fragmentos de Aço 43,68 120,00 5.241,60
  Total 0 102.211,20
Fonte: O autor.

Sendo assim, em um cenário otimista, a usina poderá obter um faturamento


mensal de R$ 102.211,20. Ressalta-se que a capacidade de produção do maquinário
instalado, de acordo com especificações técnicas, é de até 300 ton/mês de pneus,
proporcionando para a empresa o aumento de faturamento.

3.1.3 Estimativa dos custos fixos operacionais mensais


No Quadro 5, foram detalhados os custos fixos mensais da empresa. Para se
estabelecer os mesmos, foram levados em consideração os valores praticados por
empresas semelhantes.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 81


José Pretto da Silva, Jones Damo

Quadro 5 - Estimativa dos custos fixos operacionais mensais


Descrição Custo total mensal (R$)
Aluguel 3.500,00
Condomínio 0,00
IPTU 0,00
Água 200,00
Energia elétrica 1.200,00
Telefone 150,00
Honorários do contador 500,00
Pró-labore 2.000,00
Manutenção dos equipamentos 1.500,00
Salários + encargos 10.764,00
Material de limpeza 120,00
Material de escritório 150,00
Combustível 540,00
Taxas diversas 100,00
Serviços de terceiros 0,00
Depreciação 8.370,50
OUTRAS DESPESAS 0,00
Parcelas Empréstimo 6.300,00
Total 35.394,50
Fonte: O autor.

Analisando o Quadro 5, percebe-se que o custo fixo operacional mensal da


empresa ficará em R$ 32.304,50. O alto valor desses custos é oriundo de custos
com depreciação das máquinas e equipamentos, além das parcelas do empréstimo
realizado. Os salários também representam valor considerável nos custos fixos.

3.1.4 Demonstrativo de resultados


Para elaboração do Demonstrativo de resultados, foram considerados os valores
dos custos fixos operacionais e um faturamento em um cenário provável. Assim,
elaborou-se o Quadro 6.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 82


Plano de negócios para implantação...

Quadro 6 - Demonstrativo de resultado do exercício


Descrição R$ %
1. Receita total com vendas 78.624,00 100,00%
2. Custos variáveis totais    
(-) Custos com materiais (CMV) 110,88 0,14%
(-) Impostos sobre vendas 6.447,17 8,20%
(-) Gastos com vendas 393,12 0,50%
Subtotal 6.951,17 8,84%
3. Margem de contribuição 71.672,83 91,16%
4. (-) Custos fixos 35.394,50 45,02%
5. Resultado operacional (Lucro/Prejuízo) 36.278,33 46,14%
Fonte: O autor.

Conforme o Quadro 6, nota-se que com um faturamento estimado de R$


78.624,00 mensais, a empresa obtém um lucro de R$ 36.278,33, ou seja, 46,14% do
faturamento. Mediante tal resultado analisa-se na sequência os indicadores de via-
bilidade.
19

3.2 Indicadores
Fonte: de viabilidade
O autor.
Conforme o Quadro 6, nota-se que com um faturamento estimado de R$ 78.624,00
Os indicadores de viabilidade demonstram através da análise dos três cenários
mensais, a empresa obtém um lucro de R$ 36.278,33, ou seja, 46,14% do
(provável, pessimista e otimista) a lucratividade, rentabilidade, prazo de retorno e
faturamento. Mediante tal resultado analisa-se na sequência os indicadores de
ponto de equilíbrio
viabilidade.da Usina de Reciclagem. O mesmo considerará os faturamentos
apresentados3.2até o momento
INDICADORES DE e os valores finais foram arredondados.
VIABILIDADE
Os indicadores de viabilidade demonstram através da análise dos três cenários
3.2.1 Cenário(provável,
provável pessimista e otimista) a lucratividade, rentabilidade, prazo de retorno e
ponto de equilíbrio da Usina de Reciclagem. O mesmo considerará os faturamentos
Em um cenário provável, estabeleceu-se que o faturamento da empresa ficaria
apresentados até o momento e os valores finais foram arredondados.
em torno de R$ 78.624,00. A mesma refere-se a uma produção que reciclará 9.600
3.2.1 Cenário provável
kg/dia de pneu. O mesmo indica que o mercado obteve uma aceitação positiva dos
Em um cenário provável, estabeleceu-se que o faturamento da empresa ficaria em
produtos da torno
Usina de Reciclagem. O cálculo do ponto de equilíbrio é o mesmo para
de R$ 78.624,00. A mesma refere-se a uma produção que reciclará 9.600 kg/dia
os três cenários, conforme
de pneu. descrito
O mesmo indica na sequência.
que o mercado obteve uma aceitação positiva dos produtos
da Usina de Reciclagem. O cálculo do ponto de equilíbrio é o mesmo para os três
3.2.1.1 Pontocenários,
de equilíbrio
conforme descrito na sequência.

Este indicador apresenta


3.2.1.1 Ponto a estabilização entre o custo fixo total e o índice da
de equilíbrio
Este indicador apresenta a estabilização entre o custo fixo total e o índice da margem
margem de contribuição estipulada pela empresa. De acordo com os percentuais
de contribuição estipulada pela empresa. De acordo com os percentuais analisados,
analisados, chegou-se ao valor de R$ 6.103,40 para alcançar o ponto de equilíbrio da
chegou-se ao valor de R$ 6.103,40 para alcançar o ponto de equilíbrio da agência.
agência. Segue Quadro 7.
Segue Quadro 7.

Quadro 7 - Ponto de equilíbrio em um cenário provável


Quadro 7 - Ponto de equilíbrio em um cenário provável

Custo fixo total


=
R$ 35.394,50 R$ 38.827,22
Índice da margem de contribuição 91,16%

Fonte: O autor.Fonte: O autor.

3.2.1.2 Lucratividade

Neste indicador pôde-se verificar um percentual e lucratividade para a Usina de


Revistasatisfatória.
Reciclagem bastante Innovare, Marau,
O cálculo v. 1, n. 1,
considerado Jan./Dez.
o Lucro Líquido2015
e a Receita Total da 83
empresa. O resultado pode ser observado no Quadro 8.
José Pretto da Silva, Jones Damo

3.2.1.2 Lucratividade
Neste indicador pôde-se verificar um percentual e lucratividade para a Usina de
Reciclagem bastante satisfatória. O cálculo considerado o Lucro Líquido e a Receita
Total da empresa. O resultado pode ser observado no Quadro 8.
20

Quadro 8 - Quadro
Lucratividade emem
8 - Lucratividade um
umcenário provável
cenário provável

20
Lucro líquido R$ 36.278,33
= 46%
Quadro 8 - Receita
Lucratividade
total em um cenário provável
R$ 78.624,00

Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Lucro líquido R$ 36.278,33
= 46%
Receita total R$ 78.624,00
Portanto, analisando
Portanto, o cálculo
analisando exposto
o cálculo exposto no Quadro
no Quadro 8, verifica-se
8, verifica-se quedeo percentual
que o percentual
de lucratividade resultante foi de 46%. Esse retorno pode ser compreendido,
Fonte: O autor.
lucratividade resultante foi de 46%. Esse retorno pode ser compreendido, pois os pois os
custos com custos
materiais e insumos
com materiais dadausina
e insumos sãopraticamente
usina são praticamente zerados.
zerados.
Portanto, analisando o cálculo exposto no Quadro 8, verifica-se que o percentual de
3.2.1.3 Rentabilidade
lucratividade resultante
Já a rentabilidade, foi de considerando-se
é calculada 46%. Esse retorno pode
o Lucro ser compreendido,
Líquido pois
e o Investimento os
Total
3.2.1.3 Rentabilidade
custos com materiais
da empresa. Como eo insumos da usina
investimento sãode
inicial praticamente
uma usinazerados.
de reciclagem, pois o
maquinário
3.2.1.3 possui um custo elevado, a rentabilidade ainda é baixa considerando o
Rentabilidade
Já a rentabilidade,

é calculada
a rentabilidade,
cenário
considerando-se o Lucro Líquido e o Investimento
é calculada considerando-se o Lucro Líquido e o Investimento Total
provável estabelecido.
Total da empresa. Como
da empresa. Comoo oinvestimento inicial
investimento inicial de umade usina
umadeusina de reciclagem,
reciclagem, pois o pois o
maquináriomaquinário
possui um custo elevado,
possui um custo
Quadro 9 - Rentabilidade em elevado,a rentabilidade
a rentabilidade
um cenário provável ainda é baixa considerando
ainda é baixa considerando o o
cenário provável
cenário estabelecido.
provável estabelecido.
Lucro líquido R$ 36.278,33
= 3%
Quadro 9 - Rentabilidade em um cenário provável
Investimento total R$ 1.250.000,00
Quadro 9 - Rentabilidade em um cenário provável

Fonte: O autor.
Lucro líquido R$ 36.278,33
= 3%
Investimento total R$ 1.250.000,00
Constatou-se que a rentabilidade da empresa, considerando um investimento inicial
Fonte: O autor.
de R$ O
Fonte: 1.250.000,00,
autor. para um lucro de R$ 36.278,33, foi de 3%. Assim, passa-se a
analisar o prazo de retorno do investimento.
Constatou-se que de
3.2.1.4 Prazo
Constatou-se a retorno
querentabilidade da da
do investimento
a rentabilidade empresa,
empresa, considerando
considerando uminicial
um investimento investimento
inicial de R$de
Ao1.250.000,00,
analisar
R$ o prazopara
1.250.000,00, médio
para um
um de lucro
retorno
lucro de R$de
do R$ 36.278,33,
investimento
36.278,33, foi
foi deno3%. deprovável,
cenário
Assim, 3%. Assim,
passa-se foi
a passa-se
a analisar o prazo de retorno do investimento.
identificado
analisar o que
prazo com
de o investimento
retorno do total
investimento. de R$ 1.250.000,00 e um lucro líquido
projetado
3.2.1.4 em de
Prazo R$retorno
36.278,33, a Usina apresentará o retorno do investimento em 34
do investimento
3.2.1.4 Prazo
Aode retorno
meses. Segue
analisar do médio
o Quadro
prazo investimento
10 comde
cálculo.
retorno do investimento no cenário provável, foi
identificado que com o investimento total de R$ 1.250.000,00 e um lucro líquido
Ao analisar o prazo médio de retorno do investimento no cenário provável, foi
projetado em R$ 36.278,33, a Usina apresentará o retorno do investimento em 34
identificadomeses.
que Segue
com Quadro
o investimento
10 com cálculo.total de R$ 1.250.000,00 e um lucro líquido
projetado em R$ 36.278,33, a Usina apresentará o retorno do investimento em 34
meses. Segue Quadro 10 com cálculo.
21

Quadro 10Quadro
- Prazo
10 - de retorno
Prazo em
de retorno emum cenário
um cenário provável
provável

Investimento total R$ 1.250.000,00 34


=
Lucro líquido R$ 36.278,33 meses

Fonte: O autor.
Fonte: o autor

3.2.2 Cenário pessimista


Para compor o cenário pessimista, considerou-se uma redução no faturamento de
30%, tomando-se como base a redução na coleta de pneus, redução de compra dos
Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015
clientes, entre outros. Assim, para efeitos de cálculo, considerou-se um faturamento 84
médio mensal de R$ 55.036,80.
3.2.2.1 Ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio não difere nos cenários, isso porque o mesmo leva em
consideração o resultado da divisão entre o custo fixo total, que independente da
21
21
Quadro 10 - Prazo de retorno em um cenário provável
Quadro 10 - Prazo de retorno em um cenário provável
Investimento total R$ 1.250.000,00 Plano
34 de negócios para implantação...
=
Investimento
Lucro líquido total R$
R$ 1.250.000,00
36.278,33 34
meses
=
Lucro líquido R$ 36.278,33 meses
3.2.2 Cenário pessimista
Fonte: o autor
Para compor
Fonte: o o cenário pessimista, considerou-se uma redução no faturamento
autor

de 30%, tomando-se
3.2.2 Cenário como base a redução na coleta de pneus, redução de compra
pessimista
3.2.2 Cenário pessimista
dos clientes, entre outros. Assim,
Para compor o cenário paraconsiderou-se
pessimista, efeitos de uma
cálculo,
reduçãoconsiderou-se
no faturamento deum fatura-
Para compor o cenário pessimista,
base a redução na coleta de pneus, reduçãofaturamento
considerou-se uma redução no de
mento médio30%,mensal de como
tomando-se R$ 55.036,80. de compra dos
30%, tomando-se
clientes, como
entre outros. base a
Assim, redução
para nade
efeitos coleta de pneus,
cálculo, redução um
considerou-se de compra dos
faturamento
clientes, entre de
outros. Assim, para efeitos de cálculo, considerou-se um faturamento
3.2.2.1 Ponto de equilíbrio
médio mensal R$ 55.036,80.
médio mensal
3.2.2.1 deequilíbrio
Ponto de R$ 55.036,80.
O pontoO3.2.2.1
de equilíbrio
Ponto
ponto
não
de equilíbrio
de equilíbrio
difere nos cenários, isso porque o mesmo leva em
não difere nos cenários, isso porque o mesmo leva em
consideração o resultado
O ponto
consideração danão
de equilíbrio
o resultadodivisão
dadifere entre
nos
divisão oo custo
custo
cenários,
entre fixofixo
isso total,total,
porque que independente
o mesmo
que leva em
independente da da
situação é osituação
mesmo
consideração eo a margem
resultado da de contribuição,
divisão entre o custo fixoque
total,também
que não
independente
é o mesmo e a margem de contribuição, que também não difere. Sendo difere.
da Sendo
assim, o ponto
assim,de
situação éequilíbrio
o mesmo
o ponto e é deé de
R$R$38.826,79.
a margem
de equilíbrio de contribuição, que também não difere. Sendo
38.826,79.
assim, o ponto de equilíbrio é de R$ 38.826,79.

Quadro 11Quadro
- Ponto
11 -de equilíbrio
Ponto de equilíbrioem
em um cenário
um cenário pessimista
pessimista
Quadro 11 - Ponto de equilíbrio em um cenário pessimista

Custo fixo total R$ 35.394,50 R$


Custo fixo total = R$ 35.394,50 R$
Índice da margem de contribuição 91,16% 38.826,79
=
Índice da margem de contribuição 91,16% 38.826,79

Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.

3.2.2.2 Lucratividade
3.2.2.2 Lucratividade
3.2.2.2 Lucratividade
Para o cálculo da Lucratividade no cenário pessimista, verificou-se um lucro líquido
Para o cálculo da Lucratividade
Para o cálculo da Lucratividade nono cenário
cenário pessimista,
pessimista, verificou-se
verificou-se um lucro lí-
um lucro líquido
de R$ 14.776,48, em uma receita total de R$ 55.036,80. Assim, obteve-se uma
quido de R$de14.776,48,
R$ 14.776,48,ememuma
uma receita total
receita total de de
R$ R$ 55.036,80.
55.036,80. Assim, Assim,
obteve-se obteve-se
uma uma
lucratividade de 27%, conforme Quadro 12.
lucratividade de 27%, conforme Quadro
lucratividade de 27%, conforme Quadro 12. 12.
22
Quadro 12: Lucratividade em um cenário pessimista.
Quadro 12Quadro
- Lucratividade ememum
12: Lucratividade cenário
um cenário pessimista
pessimista.

Lucro líquido R$ 14.776,48


Quadro 12: Lucratividade em um cenário
= pessimista 27%
Lucro líquido R$ 14.776,48
Receita total = R$ 55.036,80 27%
[[[[[09_quadro_12]]]]]
Receita total R$ 55.036,80
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.

3.2.2.3 Rentabilidade
3.2.2.3 Rentabilidade
Apesar da redução do lucro com a estimativa do cenário pessimista, a Usina de
Apesar da redução do lucro com a estimativa do cenário pessimista, a Usina de
Reciclagem ainda pode apresentar uma lucratividade de 1%. O Quadro 13 demonstra
Reciclagem ainda pode apresentar uma lucratividade de 1%. O Quadro 13 demonstra
o cálculo.o cálculo.

Quadro 13 - Rentabilidade
Quadro em
13 - Rentabilidade emum cenário
um cenário pessimista
pessimista

Lucro líquido R$ 14.776,48


= 1%
Investimento total R$ 1.250.000,00

Fonte: O autor.
Fonte: O autor.

3.2.2.4 Prazo dePrazo


3.2.2.4 retorno do investimento
de retorno do investimento
O prazo de retorno do investimento refere-se ao tempo necessário para que a
O prazo de retorno do investimento refere-se ao tempo necessário para que a
empresa obtenha aquilo que investiu. Nesse sentido, tomando como base os valores
empresa obtenha aquilo que investiu. Nesse sentido, tomando como base os valores do
do cenário pessimista estabelecidos, verificou-se o prazo demonstrado pelo Quadro
cenário pessimista estabelecidos, verificou-se o prazo demonstrado pelo Quadro 14.
14.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015


Quadro 14 - Prazo de retorno em um cenário pessimista
85

Investimento total R$ 1.250.000,00


= 85 meses
Lucro líquido R$ 14.776,48
3.2.2.4 Prazo de retorno do investimento
O prazo de retorno do investimento refere-se ao tempo necessário para que a
empresa obtenha aquilo que investiu. Nesse sentido, tomando como base os valores
do cenário pessimista estabelecidos, verificou-se o prazo demonstrado pelo Quadro
José Pretto da Silva, Jones Damo
14.

Quadro 14Quadro
- Prazo
14 - de retorno
Prazo ememum
de retorno um cenário pessimista
cenário pessimista

Investimento total R$ 1.250.000,00


= 85 meses
Lucro líquido R$ 14.776,48

Fonte: O autor.
Fonte: O autor.

Sendo assim, ao verificar o cálculo realizado no Quadro 14, constata-se que o


prazo de retorno foi de 85 meses. Isso em um cenário pessimista. Portanto, na se-
quência analisa-se o cenário otimista. 23

Sendo assim, ao verificar o cálculo realizado no Quadro 14, constata-se que o prazo
3.2.3 Cenário otimista 23
de retorno foi de 85 meses. Isso em um cenário pessimista. Portanto, na sequência
No cenário
Sendo otimista
assim,
analisa-se considerou-se
ao verificar
o cenário um aumento
o cálculo realizado
otimista. noconstata-se
no Quadro 14, faturamento
que o da empresa no
prazo
de retorno foiotimista
de 85 meses. Isso em um cenário pessimista. Portanto, na sequência
percentual de 30%. O mesmo cenário demonstra os resultados dos índices de viabi-
3.2.3 Cenário
Noanalisa-se
lidade a partir de um
cenário ootimista
cenárioconsiderou-se
otimista.
cenário mais positivo,
um aumentoondeno os produtos
faturamento da oferecidos
empresa no pela Usina
3.2.3 Cenário otimista
percentual de 30%. O mesmo cenário demonstra os resultados dos índices de
de Reciclagem têm uma demanda considerada positiva diante do mercado.
No cenário
viabilidade otimista
a partir considerou-se
de um umpositivo,
cenário mais aumento no os
onde faturamento da empresa
produtos oferecidos no
pela
percentual de 30%. O mesmo cenário demonstra os resultados dos índices de
3.2.3.1 Ponto de equilíbrio
Usina de Reciclagem têm uma demanda considerada positiva diante do mercado.
viabilidade
3.2.3.1 Pontoadepartir de um cenário mais positivo, onde os produtos oferecidos pela
equilíbrio
Conforme
Usinajá
Conforme dedestacado
Reciclagem

na
destacadotêm
análise
na uma
anterior,
demanda
análise
o ponto
considerada
anterior, positiva
o ponto de
de equilíbrio
diante
equilíbrio é do
é o mesmo em
o mercado.
mesmo em
qualquerqualquer
cenário. Sendo
3.2.3.1 Ponto assim,
deSendo
cenário. assim,ooQuadro
equilíbrio Quadro 1515 demonstra
demonstra o cálculo.
o cálculo.
Conforme já destacado na análise anterior, o ponto de equilíbrio é o mesmo em
Quadro 15 - Ponto
qualquer
Quadro de equilíbrio
15 cenário.
- Ponto Sendo
de assim,
equilíbrio em
em um
o Quadro
um cenário otimista
15 demonstra
cenário otimista o cálculo.

Quadro Custo fixo total


15 - Ponto de equilíbrio em um cenário R$ 35.394,50
otimista R$
=
Índice da margem de contribuição 91,16% 38.826,79
Custo fixo total R$ 35.394,50 R$
=
Fonte: O autor. Índice da margem de contribuição
Fonte: O autor. 91,16% 38.826,79

Percebe-se
Percebe-se
Fonte:que que o ponto de
o ponto
O autor. deequilíbrio
equilíbrioem qualquer cenário apresentado
em qualquer será de R$
cenário apresentado será de
38.826,79. Nesse sentido, analisa-se a Lucratividade.
R$ 38.826,79. Nesse sentido, analisa-se a Lucratividade.
Percebe-se que o ponto de equilíbrio em qualquer cenário apresentado será de R$
3.2.3.2 Lucratividade
38.826,79. Nesse sentido, analisa-se a Lucratividade.
3.2.3.2 Lucratividade
Para o cálculo da lucratividade foi considerado o lucro líquido de R$ 57.780,18 e a
3.2.3.2 Lucratividade
receita total com as vendas de produtos de R$ 102.211,20. Assim, obteve-se uma
Para olucratividade
cálculo
Para da
o cálculo lucratividade
da lucratividade foifoi considerado
considerado
de 57%, conforme o Quadro 16.
o lucro
o lucro líquido líquido
de R$ de eR$
57.780,18 a 57.780,18
e a receita receita
total com as vendas
total com as vendasde de produtos
produtos de de
R$ R$ 102.211,20.
102.211,20. Assim, Assim,
obteve-seobteve-se
uma uma
lucratividade
Quadro de1657%,
lucratividade de conforme
57%, conforme
- Lucratividade o oQuadro
em um
Quadro 16. 16.
cenário otimista

Quadro 16Quadro
- Lucratividade ememum
16 - Lucratividade
Lucro líquido
um cenário
R$otimista
cenário otimista
57.780,18
= 57%
Receita total R$ 102.211,20
Lucro líquido R$ 57.780,18
= 57%
Receita total R$ 102.211,20
Fonte: O autor.
3.2.3.3 Rentabilidade
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
3.2.3.3 Rentabilidade
3.2.3.3 Rentabilidade
A rentabilidade do cenário otimista foi calculada com base no lucro Líquido e no
investimento total. O cálculo está representado no Quadro 17.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 86


24

A rentabilidade do cenário otimista foi calculada com base no lucro Líquido e 24no
Plano de negócios para implantação...
investimento total. O cálculo está representado no Quadro 17.
A rentabilidade do cenário otimista foi calculada com base no lucro Líquido e no
investimento total. O cálculo está representado no Quadro 17.
Quadro 17Quadro
- Rentabilidade ememum
17 - Rentabilidade umcenário otimista
cenário otimista

Quadro 17 - Rentabilidade em um cenário otimista


Lucro líquido R$ 57.780,18
= 5%
Investimento total R$ 1.250.000,00
Lucro líquido R$ 57.780,18
= 5%
Investimento total R$ 1.250.000,00
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.

Fonte: O autor.
Analisando o cálculo
Analisando o cálculo apresentado
apresentado pelopelo Quadro
Quadro 17, verifica-se
17, verifica-se que a rentabi-
que a rentabilidade
lidade resultante
resultante em umcenário
em um cenário otimista
otimista da UsinadadeUsina de Reciclagem
Reciclagem foi de 5%. Porfoi
Analisando o cálculo apresentado pelo Quadro 17, verifica-se que a rentabilidade
fim,de 5%. Por
fim, encerrando
encerrandoa análise demonstra-se
a análise demonstra-se o
o prazo prazo
de de
retorno doretorno do
investimento, investimento,
no
resultante em um cenário otimista da Usina de Reciclagem foi de 5%. Por fim,
cenário no
cenário otimista.
otimista.
encerrando a análise demonstra-se o prazo de retorno do investimento, no cenário
3.2.3.4 Prazo de retorno do investimento
otimista.
3.2.3.4 Prazo de retorno
O prazo de retornodo
do investimento
investimento leva em consideração o investimento total e o
3.2.3.4 Prazo de retorno do investimento
lucro líquido do exercício. Assim, observa-se que o prazo de retorno em um cenário
O prazo de retorno
O prazo de retornododo investimento levaconsideração
investimento leva em em consideração o investimento
o investimento total e o total
cujo aumento de faturamento estimou-se em 30% é de 22 meses.
e o lucro lucro
líquido
líquidodo exercício.
do exercício. Assim,
Assim, observa-se
observa-se que
que o prazo o prazo
de retorno decenário
em um retorno em um
cenário cujo aumento de faturamento estimou-se em 30% é de 22 meses.
cujo aumento de faturamento estimou-se em 30% é de 22 meses.
Quadro 18 - Prazo de retorno do investimento em um cenário otimista

Quadro 18 - Prazo
Quadro de retorno
18 - Prazo de retornodo
Investimento total
investimento
do investimento em umem um otimista
cenário
R$ 1.250.000,00
cenário otimista
= 22 meses
Lucro líquido R$ 57.780,18
Investimento total R$ 1.250.000,00
= 22 meses
Lucro líquido R$ 57.780,18
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
Observa-se que os prazos de retorno do investimento não foram considerados tão
Observa-se
elevadosque
Observa-se
emos prazos
nenhum
que os
dos de
prazos de retorno
cenários
retorno do investimento
simulados, tendo em vista onão
do investimento
alto foram considerados
investimento
não foram considerados tão
tão elevados
elevados em nenhum dos cenários simulados, tendo em vista o alto investimentoinvestimen-
em nenhum
realizado. Por isso, dos cenários
aborda-se, simulados,
no item tendo
seguinte, um em
resumo vista
dos o alto
indicadores de

to realizado. Por Por


viabilidade
realizado. isso,isso,
nos aborda-se,
três
aborda-se, no
cenários. itemseguinte,
no item seguinte, um resumo
um resumo dos indicadores
dos indicadores de de
viabilidade3.2.4
nosIndicadores
três de viabilidade (resumo)
viabilidade noscenários.
três cenários.
Neste tópico será apresentado o resumo dos indicadores de viabilidade, para assim
3.2.4 Indicadores de viabilidade (resumo)
3.2.4 Indicadores de viabilidade (resumo)
relacionar e analisar os percentuais encontrados dentro de cada cenário de acordo
Neste tópico será apresentado o resumo dos indicadores de viabilidade, para assim
com os respectivos índices de faturamento estimados. No Quadro 19, pôde-se
relacionar e analisar os percentuais encontrados dentro de cada cenário de acordo
Neste tópico será apresentado o resumo dos indicadores de viabilidade, para as-
com os respectivos índices de faturamento estimados. No Quadro 19, pôde-se
sim relacionar e analisar os percentuais encontrados dentro de cada cenário de acordo
com os respectivos índices de faturamento estimados. No Quadro 19, pôde-se iden-
tificar a receita total com as vendas, custos variáveis totais, margem de contribuição,
custos fixos totais e, ainda, o lucro do período, nos três cenários simulados.

Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 87


identificar
identificar aa receita
identificar receita total
a receitatotal com
total
com comas vendas,
as as vendas,
vendas, custos variáveis
custos
custos totais,
variáveis
variáveis margem
totais,
totais, margem
margem de
de de
contribuição,
contribuição, custos
contribuição,custos fixos
custos
fixos totais
fixos
totais e,
e, ainda,
totais e, oo lucro
ainda,
ainda, do
o lucro
lucro período,
do do nos
período,
período, três
nosnos cenários
trêstrês cenários
cenários
simulados.
simulados.
simulados. José Pretto da Silva, Jones Damo

Quadro 19: Análise da viabilidade: resumo


Quadro
Quadro 19:
Quadro Análise
19:19: da
da viabilidade
Análise
Análise da –– resumo
viabilidade
viabilidade – resumo
resumo
Descrição
Descrição Cenário
Cenário Provável
Provável CenárioPessimista
Pessimista CenárioOtimista
Otimista
Descrição
Descrição Cenário
Cenário Provável Cenário
Provável Cenário
Cenário Pessimista Cenário
Pessimista Cenário
Cenário Otimista
Otimista
Variação % Variação %
Variação Variaçã
  %
%
Variação
Variação
%  Variaçã
Variaçã
o %
o %o %
-30% 30%
-30%
-30% -30% 30%
30%30%
R$ R$ R$ % % % R$R$ R$ % % % R$ R$ R$ % % %
R$ % R$ % R$ %
1. 1. Receita total 78.624,00 100,00% 39.312,00 100,00% 117.936,00 100,00%
1. Receita
1. Receita
Receita
com vendas
total com
comcom78.624,00
totaltotal 100,00%
78.624,00
78.624,00 100,00%39.312,00
100,00% 39.312,00100,00%
39.312,00 100,00%
100,00% 117.936,00
117.936,00100,00
117.936,00 100,00
100,00
vendas
vendasvendas %% %
2. 2.2.Custos
Custos variáveis
variáveis
Custos totais
totais
variáveis
2. Custos variáveis totais totais
(-)
(-)CPV (-) ou CMV 110,88 0,14% 0,14%55,4455,44 0,14% 0,14%166,32 0,14%
(-) CPV
CPV ou
ou CMV
CPV ou CMV
CMV 110,88
110,88
110,88 0,14%
0,14% 55,44
55,44 0,14%
0,14% 166,32
166,32
166,32 0,14%
0,14%
0,14%
(-)
(-) Impostos sobre 6.447,17 8,20% 3223,584 8,20% 9670,752 8,20%
(-) Impostos
(-) Impostos
Impostos sobre
sobresobre6.447,17
6.447,17 8,20%
6.447,17 8,20%3223,584
8,20% 3223,584 8,20%
3223,584 8,20%8,20%9670,752
9670,7528,20%
9670,752 8,20%
8,20%
vendas vendas
vendas
vendas
(-)
(-) Gastos
(-) Gastos (-)com
Gastos com
Gastos
comcom 393,12
393,12 393,12
393,12 0,50%
0,50%0,50% 196,56
0,50%196,56 0,50%
196,56
196,56 0,50%
0,50% 589,68
0,50%589,68
589,68 0,50%
0,50%
589,68 0,50%
0,50%
vendas vendas
vendas
vendas
Subtotal
Subtotal
Subtotal
Subtotal 6.951,17
6.951,176.951,17
6.951,17 8,84%
8,84%
8,84% 3.475,58
8,84%3.475,58
3.475,58
3.475,58 8,84%
8,84%8,84% 10.426,75
8,84%10.426,75
10.426,75
10.426,75 8,84%
8,84% 8,84%
8,84%
3.
3. Margem
3.3.Margem
MargemMargem de
de dede 71.672,83
71.672,83
71.672,83
71.672,83 91,16%
91,16% 91,16%
91,16% 35836,416
35836,416
35836,416
35836,416 91,16%
91,16% 107.509,25
91,16%
91,16% 91,16%
107.509,25
107.509,25
107.509,25 91,16%
91,16%
91,16%
contribuição
contribuição
contribuição
contribuição (1- (1-
(1- (1-
Subtotal
Subtotal
Subtotal 2)
Subtotal2) 2)2)
4. (-)
4. (-)4.Custos
(-)
Custos
4. (-) Custos
fixos
Custos
fixos
fixos
35.394,50
fixos 35.394,50
35.394,50
35.394,50 45,02%
45,02%35.394,50
45,02%
45,02% 35.394,50
35.394,50
35.394,50
90,03%
90,03%
90,03%
35.394,50
90,03%35.394,50 30,01%
35.394,50
35.394,50 30,01%
30,01%
30,01%
totais
totaistotais
totais
5.
5. Lucro/Prejuízo
5. Lucro/Prejuízo 36.278,33
Lucro/Prejuízo 36.278,33
36.278,33 46,14%
46,14% 441,92
46,14% 441,92 1,12%
441,92 1,12%1,12%72.114,75 61,15%
72.114,75
72.114,75 61,15%
61,15%
5. Lucro/Prejuízo
Operacional (3-4) 36.278,33 46,14% 441,92 1,12% 72.114,75 61,15%
Operacional
Operacional (3-4)(3-4)
Operacional (3-4)
Fonte:
Fonte: O
Fonte: autor.
O autor.
OFonte:
autor. O autor.

Conforme observa-se no Quadro 19, em nenhum dos cenários simulados a


Conforme
Conforme
Conforme observa-se
observa-se
observa-se no
no Quadro
no Quadro
Quadro 19, 19,
em
ememnenhum
nenhum dos
dosdoscenários
cenários simulados
simulados aa empresa
a empresa
empresa apresentou um lucro19, nenhum
negativo, ou no caso, cenários simulados
prejuízo. Apesar empresa
dos elevados
apresentou
apresentouum
custos
apresentou lucro
um negativo,
lucro
umoperacionais,
lucro devidoou
negativo,
negativo, no
ou caso,
no no
basicamente
ou caso,caso,prejuízo.
aos custos
prejuízo. doApesar
prejuízo. Apesar
capital
Apesar dos
de
dos elevados
dos elevados
terceiros custos
e depre-
elevados custos
custos
ciações, os quais representam 41,45% dos custos fixos, os custos com a mercadoria
operacionais,
operacionais,
operacionais, devido
devido basicamente
devido basicamente
basicamente aos custos
aosaos custos
custos do capital
do de
capital
doresultado.
capital de terceiros
de ee depreciações,
terceiros
terceiros e depreciações,
depreciações,
vendida são baixos, proporcionando um bom Diante dos índices identifi-
os
os quais
os
quais representam
quais representam
cados, 41,45%
pôde-se constatar
representam 41,45% dos
41,45%
dosdos
que custos
num fixos,
custos
cenário
custos fixos, os
os custos
fixos, os
provável com
acustos
Usina
custos com aReciclagem
com
de a mercadoria
a mercadoria
mercadoria vendida
atingiriavendida
vendida
um lucro operacional de 46,14%, correspondente a R$ 36.278,33.
são baixos,
sãosão
baixos, proporcionando
baixos, proporcionando
proporcionando um
umumbom
bombomresultado.
resultado.
resultado. Diante dos
Diante
Diante índices
dosdos identificados,
índices
índices pôde-
identificados,
identificados, pôde-pôde-
se constatar
se se
constatar que
constatarquequenum
num cenário
num cenário
cenário provável
provável
provável aa Usina
a Usina
Usina de
de deReciclagem
Reciclagem
Reciclagem atingiria um
atingiria
atingiria umumlucrolucro
lucro
4 Considerações finais
operacional
operacional de
de 46,14%,
operacional de correspondente
46,14%,
46,14%, correspondente
correspondente aa R$ 36.278,33.
a R$
R$ 36.278,33.
36.278,33.
O presente trabalho objetivou elaborar um plano de negócio para implantação
de uma usina recicladora de pneus no município de Marau - RS, analisando-se a sua
viabilidade. Para tal, foi utilizado o modelo de plano de negócios de Rosa (2007), o
qual é bastante descritivo e detalhado, possibilitando assim levantar o maior número
de informações e indicadores do negócio.
Com o auxílio do referencial teórico elaborado, o qual buscou aprofundar o
conhecimento sobre reciclagem de pneus, o mercado, como utilizar os produtos
oriundos desse processo e também, sobre plano de negócios e sua estrutura, foi
possível compreender o contexto de uma usina de reciclagem e, desse modo,
calcular e elaborar toda a análise de viabilidade. Não obstante, existe um mercado
muito promissor para esse tipo de empreendimento, conforme comprovou-se
com os dados levantados no referencial, justamente pela crescente preocupação
com a degradação do meio ambiente.
Revista Innovare, Marau, v. 1, n. 1, Jan./Dez. 2015 88
Plano de negócios para implantação...

Tendo verificado que a Reciclanip, uma entidade sem fins lucrativos criada pela
ANIP para administrar a destinação correta dos pneus descartados, mantém eco-
pontos em praticamente todos os municípios da região de Marau, como Casca, Pas-
so Fundo, Carazinho, Erechim, e consequentemente, nenhuma usina de reciclagem
de pneus foi identificada nessa região, visualizou-se uma oportunidade de negócio
vantajosa para os envolvidos, ou seja, municípios, a Reciclanip, o Empreendedor, a
sociedade e o cliente.
Passou-se então a investigar a viabilidade de implantação do negócio, o processo
de reciclagem de pneus, os custos dos maquinários, equipamentos, investimentos
necessários e outras informações de cunho financeiro e de mercado. Nesse sentido,
a pesquisa partiu da necessidade de se estruturar um plano de negócios que buscava
analisar essa viabilidade de implantação da usina.
Para tal, além de levantar todas as informações necessárias, foram utilizados
indicadores de viabilidade baseado em três cenários para análise: provável, pessi-
mista e otimista. Essa análise permitiu identificar a lucratividade e rentabilidade do
negócio, bem como a possibilidade e o prazo de retorno do investimento.
Diante de todos os cálculos que foram possíveis mediante o auxílio de programas
como o Excel, considerou-se que nos três cenários simulados a empresa apresentou
lucro. Em um cenário provável, por exemplo, a Usina de Reciclagem atingiria um
lucro operacional de 46,14%, correspondente a R$ 36.278,33. Enquanto que em um
cenário pessimista, cujo percentual de redução de faturamento foi de 30%, mesmo
assim ela teria um lucro de R$ 441,92, ou seja, 1,12%. Isso, considerando que a empre-
sa possui elevados custos operacionais, devido basicamente às parcelas do capital de
terceiros adquirido e das depreciações, as quais representam 41,45% dos custos fixos.
Verificou-se também que em um cenário provável, a lucratividade da empresa
gira em torno de 46%, com uma rentabilidade de 3% e prazo de retorno de 34 meses.
Já em um cenário pessimista, a lucratividade diminui para 27%, com a rentabilidade
em 1% e o prazo de retorno em 85 meses. Destaca-se que no cenário pessimista o
faturamento foi reduzido em 30%, ficando em R$ 39.312,00.
No último cenário que considera uma simulação otimista projetou-se um au-
mento de 30%, sendo que o lucro ficou em R$ 72.114,75. Quanto à lucratividade
identificada, a mesma ficará em 57% com uma rentabilidade de 5%, obtendo um
prazo de retorno de 22 meses. Vale salientar que o investimento é bastante elevado,
mas verificou-se faturamentos satisfatórios com os produtos gerados pela usina.
Sendo assim, analisando-se os três cenários, mesmo o pessimista, constatou-se
que seria viável a implantação de uma usina de reciclagem de pneus no município de
Marau. Sob este aspecto, infere-se que as análises foram consideradas satisfatórias e
atenderam aos objetivos do trabalho. Verificou-se que o mercado para a reciclagem
de pneus e comercialização do pó da borracha existe, porém, deve considerar im-
portantes fatores para sua implantação. Deve-se considerar que o estudo limitou-se
a dados coletados nas instituições como Reciclanip, Prefeitura Municipal de Marau,
entre outras fontes, mas não houve coleta de dados com as empresas que descartam
os pneus. Nesse sentido, essa seria a limitação do estudo e a sugestão para estudos
futuros, que sejam analisadas a real oferta de pneus no município de Marau e região.

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José Pretto da Silva, Jones Damo

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