Peritonite Infecciosa Felina Relato de Dois Casos Clínicos
Peritonite Infecciosa Felina Relato de Dois Casos Clínicos
Peritonite Infecciosa Felina Relato de Dois Casos Clínicos
Ciências Agrárias
Relato de caso
Introdução
A Peritonite Infecciosa Felina (PIF) é uma doença viral, sistêmica,
imunomediada e geralmente fatal que acomete felinos selvagens e domésticos
(DAIHA, 2003). A etiologia da PIF origina-se de uma mutação do coronavírus entérico
felino, o qual se encontra amplamente disseminado na população felina, dificultando
o controle da doença. Embora a taxa de morbidade da PIF seja baixa, afetando
somente alguns felinos portadores crônicos da infecção, a taxa de letalidade
aproxima-se dos 100% (SILVEIRA, 2008).
A doença está associada a uma falha na resposta imune celular do hospedeiro
frente à infecção, dessa forma gatos jovens ou com idade mais avançada são mais
propensos a desenvolvê-la devido à imaturidade e à deficiência do sistema
imunológico. Além da idade, a superpopulação é um fator importante na epidemiologia
da doença, visto que animais que vivem em grupos, como abrigos e gatis, são mais
susceptíveis pela maior contaminação viral.
Em virtude da severidade dos quadros clínicos da PIF, geralmente evoluindo
ao óbito, é imprescindível o diagnóstico precoce da doença de forma que sejam
estabelecidas medidas de tratamento eficazes, reduzindo os índices de letalidade dos
animais infectados. Todavia, o diagnóstico ante-mortem de PIF constitui um desafio,
especialmente para a forma não-efusiva, cujos sinais clínicos são vagos e as
alterações nos parâmetros clínicos não são patognomônicas (BARROS, 2014). A
enfermidade pode ser confundida clinicamente com outras doenças, por isso uma
variedade de exames laboratoriais é necessária para confirmar o diagnóstico e obter
sucesso no tratamento.
Este trabalho tem como objetivo relatar dois casos clínicos de PIF em felinos,
ressaltar sua importância na clínica de felinos e descrever os principais métodos de
Epidemiologia
A taxa de morbidade da PIF raramente excede os 10%, enquanto que a taxa
de letalidade se aproxima dos 100% (SILVEIRA, 2008). A falta de maturidade do
sistema imunitário (SI) permite que aconteça uma replicação viral menos controlada,
facilitando a ocorrência da mutação viral (HARTMANN, 2005). Nos gatos, com idade
superior a dez anos, observa-se uma maior incidência da doença em função da
deterioração do sistema imune (SILVEIRA, 2008). A PIF é tipicamente fatal entre três
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a dezesseis meses de idade e as mortes geralmente ocorrem como eventos isolados
em gatis ou abrigos (BARROS, 2014).
Gatos que vivem em grupos são mais susceptíveis, embora ocorram casos de
PIF em gatos que vivem sozinhos (SPADIN, 2008). Nesses ambientes há uma
prevalência maior da doença, devido à maior contaminação viral e aumento do
número de cepas do VPIF (ETTINGER, 1997).
O VPIF é excretado nas secreções orais e respiratórias, nas fezes e
possivelmente na urina dos gatos infectados A infecção ocorre através da ingestão ou
inalação das partículas virais sob condições de contato íntimo, especialmente pela via
oro - fecal (SPADIN, 2008).
Os filhotes, que são mais frequentemente infectados, à medida que perdem a
imunidade adquirida da mãe, infectam-se por meio de contato com as fezes de gatos
adultos que excretam o vírus (BIRCHARD; SHERDING, 2013).
Os gatos portadores assintomáticos são importantes na disseminação do VPIF
em locais onde há um grande número de animais, principalmente porque estes
compartilham dos mesmos vasilhames de água e comida com os gatos susceptíveis
(SILVEIRA, 2008).
Como o vírus pode sobreviver por até sete semanas em restos de fezes secas,
a contaminação do ambiente com pequenas partículas de material da caixa de excreta
é uma importante fonte de infecção (BIRCHARDI; SHERDING, 2013).
Pode ocorrer também, embora raramente, a infecção transplacentária ou
durante o período neonatal de gatas portadoras assintomáticas, que transmitem a
infecção para seus filhotes (SPADIN, 2008).
Patogenia
A PIF é tipicamente caracterizada por graves danos inflamatórios e sistêmicos
das membranas serosas e lesões piogranulomatosas generalizadas (CRUZ et al.,
2013). Durante a replicação no trato intestinal do gato, o coronavírus felino pode sofrer
mutações que capacitam o vírus a infectar e replicar nos macrófagos (BIRCHARD;
SHERDING, 2013).
O VPIF replica-se em células epiteliais do trato respiratório superior da
orofaringe onde anticorpos antivirais são produzidos e o vírus é capturado pelos
macrófagos. Dentro de monócitos/macrófagos, o vírus é transportado por todo o
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corpo, localizando-se em várias paredes venosas e locais perivasculares (BARR;
BOWMAN, 2010).
O envolvimento de muitos vasos sanguíneos resulta em aumento da
permeabilidade vascular e derrame de exsudato rico em proteínas para a cavidade,
dando origem à forma efusiva da doença. Quando há poucos vasos afetados, o curso
da PIF se torna mais crônico e discreto. Os piogranulomas se disseminam pelo
organismo causando a forma não efusiva (RAMSEY; TENNANT, 2010).
O aparecimento da doença e as diferentes formas clínicas (efusiva ou não-
efusiva) dependem da eficiência da imunidade celular. Se ocorrer uma forte resposta
imunitária celular logo após a infecção, a replicação viral é controlada e a doença não
ocorre. Se ocorrer uma forte resposta imunitária humoral e uma resposta imunitária
celular fraca ou inexistente, ocorrerá a forma efusiva de PIF. A forma não-efusiva
ocorre quando existe uma forte imunidade humoral concomitantemente com uma
resposta imunitária celular intermediária (BARROS, 2014).
Sinais clínicos
O início dos sinais clínicos é geralmente insidioso, mas podem se desenvolver
rapidamente, especialmente nos filhotes (SPADIN, 2008).
Inicialmente, os gatos apresentam sinais clínicos como febre persistente e não
responsiva a antibióticos, anorexia, perda de peso, diminuição do apetite, vômito,
diarreia, palidez sugestiva de anemia e subdesenvolvimento em filhotes (SPADIN,
2008).
À medida que a doença avança, os sinais clínicos agravam-se e surgem outros
adicionais que indicam tanto efusão de cavidade corporal na forma efusiva (úmida) da
doença, quanto anormalidades de órgãos-específicos na forma não efusiva (seca) da
infecção (BIRCHARD; SHERDING, 2013).
Diagnóstico diferencial
A forma não-efusiva deve ser diferenciada de neoplasias, como o linfossarcoma
multicêntrico e doenças mieloproliferativas, tuberculose, infecções micóticas como
criptococose e histoplasmose e toxoplasmose (SPADIN, 2008).
A forma efusiva da doença deve ser diferenciada de peritonite bacteriana,
piotórax, colangitelinfocítica, doença cardíaca, neoplasias, doença renal e hepática,
pancreatite, obstrução da veia cava caudal, enteropatias, toxoplasmose, gestação,
traumatismo, hérnia diafragmática (SPADIN, 2008).
Tratamento
Vários tratamentos com imunomoduladores e antivirais têm sido realizados,
porém sem grandes resultados. Atualmente, o tratamento paliativo com
glicocorticoides, ciclofosfamida e talidomida, parecem ser o mais eficaz e vem sendo
utilizado tradicionalmente (SILVEIRA, 2008).
Os melhores candidatos para terapia clínica paliativa são os gatos ativos que
se alimentam e exibem boa condição corporal (BIRCHARD; SHERDING, 2013). Uma
vez que os animais se apresentam debilitados e o apetite e peso diminuem, os
proprietários devem ser preparados para a realidade (AUGUST, 2011).
A prednisolona é o principal fármaco imunossupressor usado no tratamento de
PIF, constituindo o fármaco mais eficaz conhecido, fazendo o animal sentir-se melhor
e estimulando o apetite. Administrada por via oral, é utilizada numa dose de 2-4 mg/kg
SID, com uma redução gradual da dose a cada 10-14 semanas (BARROS, 2014).
A ciclofosfamida também pode ser associada na dose de 2mg/kg/dia em ciclos
de quatro dias por semana (BARROS, 2014). Sempre que o gato for tratado com
imunossupressores, deve também receber antibióticos para protegê-lo de infecções
oportunistas (SPADIN, 2008). O antibiótico de eleição para ser associado ao
tratamento é a ampicilina na dosagem de 50 mg/kg, TID (SPADIN, 2008). Alguns
poucos pacientes tratados com corticosteroides têm mostrado melhora por até alguns
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meses (AUGUST, 2011). É utilizado também um tratamento suporte que tem como
objetivo melhorar a qualidade de vida e possivelmente a sobrevida (BIRCHARD;
SHERDING, 2013).
É indicada a drenagem intermitente da efusão da cavidade corporal, quando
necessário, para aliviar a dispneia (BIRCHARD e SHERDING, 2013). É importante
incentivar o gato a se alimentar, fornecendo qualquer alimento que o estimule a comer
(TILLEY; JR, 2008), bem como instituir transfusão de sangue no caso da presença de
anemia grave (BIRCHARD; SHERDING, 2013).
Pode ser administrada vitamina A, um antioxidante, na dose de 200
UI/animal/dia e vitamina B1 (tiamina)100 ug/dia, que são estimulantes do apetite e
fáceis de serem encontradas, podendo ser utilizadas em doses pediátricas. A aspirina
(10 mg/kg a cada 48-72) é utilizada para agir como anti-inflamatório e alívio da dor
(SILVEIRA, 2008).
O prognóstico da PIF é bastante reservado. Gatos com PIF efusiva podem
sobreviver por dias ou semanas e gatos com PIF não efusiva, podem sobreviver até
um ano com tratamento suporte, desde que a doença seja diagnosticada na fase inicial
(RAMSEY; TENNANT, 2010).
Controle e prevenção
O controle e prevenção da infecção pelo vírus são complicados pelo fato do
mesmo estar amplamente disseminado na população felina (FLORES, 2012). O
controle da doença pelo uso de vacinação é um ponto polêmico. Já foram produzidas
diversas vacinas que falharam (FLORES, 2012). Embora ainda não exista no Brasil,
foi criada uma vacina para aplicação intranasal, disponível comercialmente nos
Estados Unidos desde 1991 (CARDOSO, 2007). Essa vacina é composta por uma
cepa de coronavírus causador de PIF viva modificada e termo-instável (BIRCHARD;
SHERDING, 2013).
Em gatis onde o vírus é endêmico, as fêmeas prenhas devem ser isoladas de
outros gatos do alojamento antes do momento do parto até que seus filhotes estejam
com cinco a seis semanas de idade (RAMSEY; TENNANT, 2010). Outra estratégia
utilizada para eliminar o vírus em gatis endêmicos é a redução do número de gatos e
a manutenção de superfícies limpas, possivelmente contaminadas pelo vírus, podem
minimizar a carga da população (AUGUST, 2011).
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Considerando-se que a principal forma de infecção é por meio da transmissão
oro-fecal, é necessário manter uma limpeza e desinfecção adequada do ambiente,
principalmente em relação às caixas de areia, devendo limpá-las com frequência e
manter várias caixas distribuídas no ambiente (SILVEIRA, 2008). Medidas básicas de
controle da PIF incluem desinfecção das gaiolas, pisos, vasilhas sanitárias e fômites
com hipoclorito de sódio diluído em água, juntamente com a higiene pessoal das
pessoas que manejam os gatos (CRUZ, et al., 2013).
O manejo sanitário integrado a grandes populações de gatos, incluindo-se o
controle de doenças imunossupressoras, a diminuição do estresse ambiental e
enriquecimento inespecífico dos padrões higiênicos são formas objetivas de controle
da doença (FLORES, 2012).
Procedimentos metodológicos
Foi atendido no Hospital Veterinário SOS Animais, na cidade de Brusque – SC,
no mês de setembro de 2015, dois casos clínicos diagnosticados com PIF. O primeiro
foi de um felino sem raça definida, fêmea, de dois meses de idade, que apresentava
apatia e diminuição no apetite há uma semana. No exame clínico geral, o paciente
pesava 1,2 kg, apresentava-se em um estado nutricional abaixo do normal, com perda
de pelo, desidratado e com dor à palpação abdominal. Os parâmetros de frequência
cardíaca, respiratória e temperatura, encontravam-se normais. A proprietária relatou
que o animal era o menor da ninhada e parecia não se desenvolver normalmente.
Foram realizados exames de hemograma, perfil bioquímico, ultrassom e
recomendada a internação do paciente. Para os exames de sangue foram coletadas
amostras com uma seringa descartável de 3 ml, retirando 1,5 ml para o hemograma e
1,5 ml para o perfil bioquímico.
O animal permaneceu internado por um dia e neste período, foi administrado
fluidoterapia com solução isotônica de cloreto de sódio a 0.9% via intravenosa,
antibioticoterapia à base de benzilpenicilina procaína e sulfato de diidroestreptomicina
na dose de 0,1 ml/kg SC, BID e vitamina B12 na dose de 0,5 a 1 ml/kg IM, SID. No
dia seguinte, a proprietária retornou para buscá-lo, sendo receitado para tratamento
em casa, um poli vitamínico por 20 dias e ração úmida hipercalórica.
Após uma semana, o animal retornou ao hospital e foi relatado que não havia
melhora no quadro clínico. O animal apresentava emagrecimento progressivo,
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sensibilidade próxima à cauda e na região lateral do abdômen, andar cambaleante e
pupilas dilatadas, característicos de um quadro neurológico. Foram solicitados novos
hemograma e bioquímico, mas a proprietária optou apenas pelo perfil bioquímico.
O animal foi internado no hospital, recebendo fluidoterapia com solução
isotônica de cloreto de sódio a 0.9% via intravenosa e tratamento de suporte com
prednisolona na dose de 3 mg/kg VO, BID, suplementação com vitamina B12 na dose
de 0,5 a 1 ml/kg IM, SID.O animal permaneceu internado por mais cinco dias e veio a
óbito.
O segundo caso clínico apareceu 20 dias após o primeiro. Um felino macho,
não castrado, sem raça definida, com aproximadamente um ano de idade, chegou ao
hospital com histórico de diminuição de apetite e vômito, porém permanecia ativo. O
paciente era da mesma residência que o primeiro caso clínico relatado. Ao realizar o
exame clínico, o paciente apresentava mucosas pálidas, estava febril e o restante dos
parâmetros encontrava-se normais para a espécie.
Foram solicitados os mesmos exames que no primeiro caso clínico:
hemograma, perfil bioquímico, ultrassom e recomendada a internação do paciente. A
proprietária optou por realizar o tratamento em casa, pois o paciente encontrava-se
ativo. Foi prescrito amoxicilina suspensão 40 mg/kg V.O, a cada 12 horas durante 9
dias e 2,5 ml V.O de poli vitamínico a cada 24 horas durante 15 dias. Solicitou-se a
proprietária que retornasse com o animal para uma nova avaliação após o término do
tratamento.
Com base na sintomatologia clínica, associada aos achados de hemograma e
perfil bioquímico, a suspeita diagnóstica foi de PIF. Sendo assim, solicitou-se a
sorologia para a confirmação da suspeita clínica nos dois casos clínicos. Foram
coletadas as amostras de sangue e enviadas para o laboratório para pesquisa de
anticorpos anti-coronavirus felino.
Resultados e Discussão
No primeiro relato de caso, o hemograma revelou valores de hemoglobina,
volume corpuscular médio (VCM) e a concentração de hemoglobina corpuscular
média (CHCM) abaixo dos valores de referência, indicando uma anemia microcítica
hipocrômica. Além desses parâmetros, o hematócrito também se encontrava abaixo
Tabela 2 -Resultado do perfil bioquímico do primeiro relato de caso com suspeita de PIF
Bioquímica sérica Resultado Valor de referência
Creatinina 2.2 0,8 – 1,8
FA 41 20 – 150
TGP 77 10 – 88
Ureia (mg/dL) 16 20 – 30
Glicose 102 70 – 100
PPT 7,2 5,4 – 7,8
Fonte: Laboratório interno do Hospital Veterinário SOS Animais (2015)
Considerações Finais
A PIF é uma enfermidade de grande importância na clínica de felinos devido
sua alta letalidade entre os animais infectados. Embora apresente baixa prevalência,
seu agente etiológico encontra-se disseminado na população de gatos, dificultando
medidas de controle e prevenção da doença.
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O diagnóstico clínico é difícil, pois a sintomatologia assemelha-se à inúmeras
outras doenças que acometem felinos. Dessa forma, a confirmação deve ser
fundamentada nos sinais clínicos associados a exames laboratoriais como
hemograma e perfil bioquímico. Exames radiográficos e ultrassonográficos também
auxiliam no diagnóstico da doença.
A sorologia para coronavírus felino é uma técnica auxiliar de diagnóstico da
doença, no entanto quando utilizada isoladamente, não fornece um diagnóstico
definitivo para PIF, visto que não diferencia coronavírus associado à PIF de infecções
por outros coronavírus felino.
É de grande importância na resposta ao tratamento que o diagnóstico definitivo
seja realizado precocemente, fundamentado nos parâmetros clínicos associados aos
achados laboratoriais. Assim, é possível a instituição do tratamento mais adequado,
controlando os sinais clínicos e reduzindo os índices de mortes nos felinos infectados.
Referências
AUGUST, J.R. Medicina Interna de Felinos. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
920p.
DAIHA, M.C. Peritonite Infecciosa Felina. In: SOUZA, H.J.M. de. Coletâneas em
medicina e cirurgia felina. Rio de Janeiro: L.F. Livros de Veterinária, 2003. p.364-
373,
NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina Interna de Pequenos Animais. 3 ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2006.
QUINN, P.J.; MARKEY, B.K.; CARTER, M.E.; DONNELLY, W.J.; LEONARD, F.C.
Microbiologia Veterinária e Doenças Infecciosas. Porto Alegre: Artmed, 2005.