"Elas Na Roda": Experiências E Vozes Femininas No Âmbito Da Cultura Popular
"Elas Na Roda": Experiências E Vozes Femininas No Âmbito Da Cultura Popular
"Elas Na Roda": Experiências E Vozes Femininas No Âmbito Da Cultura Popular
CULTURA POPULAR.
Como arte e como documento o cinema busca nos informar algo tanto por meio de
mensagens diretas e na maioria das vezes claras, mas também se utiliza de outros subterfúgios
para nos cativar, incomodar, inquietar, animar, etc. Buscamos tanto visualizar em um filme o que
achamos o que ele deseja informar e representar que muitas vezes esquecemos de pensar como
tudo é dito: os figurinos, os cenários, o enquadramento, a iluminação, a movimentação da câmera,
a trilha sonora, etc. Esses recursos são muitos e se renovam cada vez mais junto a tecnologia.
As escolhas feitas para a construção desse curta-metragem foram baseadas primeiramente
em entende-lo como um produto audiovisual construído com o propósito de chegar a sala de aula
e a olhos e ouvidos de crianças e pré-adolescentes de 11 aos 14 anos, lotados em turmas do
Ensino Fundamental Maior – com possibilidade de serem direcionados a outras turmas se de
interesse da escola ou do professor. Portanto buscamos construir uma linguagem visual limpa e
dinâmica com a utilização de uma câmera fixa junto a uma câmera de apoio e móvel, permitido
uma mobilidade visual ao espectador.
As escolhas referentes as personagens apresentadas são ligadas diretamente ao interesse de
fala e ajuda da propagação da cultura popular para sala de aula, além da acessibilidade aos
sujeitos entrevistados.
A equipe responsável pelas entrevistas foi formada por mais três integrantes são eles:
Wendell Emmanuel Brito de Sousa, Leide Ana Oliveira Caldas e Inácio Júnior. Todos
trabalhando alternadamente entre captura de som, captura de imagem, disposição de iluminação,
controle de áudio.
Cada uma das entrevistadas se dispuseram a participar das entrevistas e gravações dessas.
No intuito de tornar o ambiente menos opressor por causa da câmera, buscamos espaços nos quais
ela se sentissem confortáveis – algumas feitas na Praia Grande, outras nas residências das
entrevistadas, além de tornar as gravações mais semelhantes a uma roda de conversas com a
integração de todos os presentes no processo de conversação. Com mesmo propósito as
entrevistadas não voltam seus olhos para o público (câmera).
Dar voz a essas mulheres faz parte do proposito de apresenta-las como sujeitos desse
curta, porém entendemos que o processo de montagem pelo qual o produto final passou também o
ressignifica a partir das visões, escolhas e subjetividades da pesquisadora. Mesmo entendendo
que nossa subjetividade se percebe em tela, a utilização de voz off1 foi evitada ao máximo.
Buscamos – da mesma forma como a pesquisa – filmar um espaço delimitado extraindo dali uma
visão do “geral”, mas sem tentar delimita-las como representantes ou exemplos de um espaço tão
amplo e complexo.
Outra forma de dinamizar as imagens e os sons do curta-metragem nos utilizamos de uma
narração over2 para que falas e imagens pudessem se tornar complementares e se necessário
explicativas, sem serem enfadonhas. Os enquadramentos foram escolhidos tomando como
referência principal a iluminação e o cenário escolhido para filmagem, localizando as entrevistas
mais a esquerda ou a direta do quadro com o propósito de deixar espaços para legendas e
informações escritas necessárias.
Tanto por limitações técnicas quanto por escolhas narrativas, o áudio das entrevistas é
percebido paralelo a sons do mundo, cada qual referente aos espaços específicos de cada
gravação. A trilha sonora escolhida também se refere a sons e batuques gravados em diferentes
oficinas e festividades acompanhados pelo grupo “Mulheres que dão no couro”.
1 Voz off diz respeito às vozes que estão fora de quadro, mas que pertencem ao universo sonoro da cena em questão.
2 Voz over remete à sobreposição às imagens de vozes externas, alheias a cena.
A duração de cada entrevista variou de 40 a 100 minutos. Os cortes e escolhas no que se
refere as falas de cada uma delas foram feitos a partir de uma seleção na qual levou-se em conta:
a linguagem, o conteúdo, o áudio e a inserção dentro da narrativa.
O tempo do documentário de 25 minutos e 30 segundos também é resultado de um
processo de decupagem minuciosa, com o propósito do documentário apresentar uma narrativa
concisa e compreensível, mas sem torna-la muito extensa e prolixa. Sendo possível a utilização
desse vídeo em aulas de 50 minutos, onde pode-se reproduzir e construir um debate/texto com a
turma de imediato.
A presença de mulheres provenientes de diferentes espaços sociais e experiências de vida,
permite que aja a construção de uma representatividade por parte dos alunos e alunos em
diferentes ângulos, seja por meio do gênero, da cor, do espaço social, da prática cultural.
Tentamos aproximar as temáticas apresentadas da vivência e dos espaços cotidianos também
reconhecidos e vividos pelo corpo discente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS