6 Meses para o Enem - Humanas

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Os assuntos que mais caem no Enem


CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS
Essa área de conhecimento avalia habilidades como a compreensão de processos históricos,
geográficos, sociológicos e antropológicos, a capacidade de analisar e interpretar textos, mapas
e gráficos, além da habilidade de estabelecer relações entre diferentes contextos e temáticas. As
tecnologias também são importantes nesse contexto, pois permitem o acesso a informações e a
construção de conhecimento a partir de diferentes fontes, sendo um recurso fundamental para o
desenvolvimento dessas habilidades.
Fazem parte de Ciências Humanas e suas tecnologias a História, a Geografia, a Filosofia e a
Sociologia.

HISTÓRIA
A prova de História no Enem costuma cobrar questões que abrangem desde a pré-história
até a atualidade. O conteúdo inclui temas como as civilizações antigas, as Grandes Navegações,
a Revolução Industrial, a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, o período da Guerra Fria, a
globalização e a história recente do Brasil. É importante estar bem preparado e ter uma boa
compreensão dos fatos históricos.

História do Brasil
Os temas abordados podem variar bastante, mas geralmente incluem questões sobre os
períodos colonial, imperial e republicano, bem como eventos importantes como a Independência
e a Proclamação da República. Também é comum que a prova traga questões relacionadas à
escravidão, à participação do Brasil nas guerras mundiais e à ditadura militar. É importante estar
familiarizado com a história do País.

Segundo reinado
O Segundo Reinado foi um período da história do Brasil que se estendeu de 1840 a 1889.
Durante esse tempo, o país passou por diversas mudanças políticas, motivadas e sociais,
incluindo a consolidação do regime monárquico, a expansão da produção de café, a intensificação
do tráfico negreiro e a Guerra do Paraguai. Esse tema é abordado através de questões como a
política de centralização do poder de D. Pedro II, a Guerra do Paraguai, a abolição da escravidão,
o movimento abolicionista, a Guerra do Paraguai e as revoltas populares, como a Revolta Praieira
e Revolta dos Malês.

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FÁCIL

Durante os anos de 1854-55, o governo brasileiro – por meio de sua representação


diplomática em Londres – e os livre-cambistas ingleses – nas colunas do Daily News e na
Câmara dos Comuns – aumentaram a pressão pela revogação da Lei Aberdeen. O governo
britânico, entretanto, ainda receava que, sem um tratado anglo-brasileiro satisfatório para
substituí-la, não haveria nada que impedisse os brasileiros de um dia voltarem aos seus velhos
hábitos.
BETHELL, L. A abolição do comércio brasileiro de escravos. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

As tensões diplomáticas expressas no texto indicam o interesse britânico em estabelecer


jurisdição conciliadora.
a) compartilhar negócios marítimos.
b) fomentar políticas higienistas.
c) manter a proibição comercial.
d) promover o negócio familiar.

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INTERMEDIÁRIO

Respeitar a diversidade de circunstâncias entre as pequenas sociedades locais que


constituem uma mesma nacionalidade, tal deve ser a regra suprema das leis internas de
cada Estado. As leis municipais seriam as cartas de cada povoação doadas pela assembleia
provincial, alargadas conforme o seu desenvolvimento, alteradas segundo os conselhos da
experiência. Então, administrar-se-ia de perto, governar-se-ia de longe, alvo a que jamais se
atingirá de outra sorte.
BASTOS, T. A província (1870). São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1937 (adaptado).

O discurso do autor, no período do Segundo Reinado no Brasil, tinha como meta a implantação do
a) regime monárquico representativo.
b) sistema educacional democrático.
c) modelo territorial federalista.
d) padrão político autoritário.
e) poder oligárquico regional.

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DIFÍCIL

Texto I
Em todo o país a lei de 13 de maio de 1888 libertou poucos negros em relação à população
de cor. A maioria já havia conquistado a alforria antes de 1888, por meio de estratégias possíveis.
No entanto, a importância histórica da lei de 1888 não pode ser mensurada apenas em termos
numéricos. O impacto que a extinção da escravidão causou numa sociedade constituída a
partir da legitimidade da propriedade sobre a pessoa não cabe em cifras.
ALBUQUERQUE. W. O jogo da dissimulação: Abolição e cidadania negra no Brasil.
São Paulo: Cia. das Letras, 2009 (adaptado).

Texto II
Nos anos imediatamente anteriores à Abolição, a população livre do Rio de Janeiro se
tornou mais numerosa e diversificada. Os escravos, bem menos numerosos que antes, e com
os africanos mais aculturados, certamente não se distinguiam muito facilmente dos libertos
e dos pretos e pardos livres habitantes da cidade. Também já não é razoável presumir que
uma pessoa de cor seja provavelmente cativa, pois os negros libertos e livres poderiam ser
encontrados em toda parte.
CHALHOUB, S. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte.
São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado).

Sobre o fim da escravidão no Brasil, o elemento destacado no texto I que complementa os


argumentos apresentados no texto II é o(a)
a) variedade das estratégias de resistência dos cativos.
b) controle jurídico exercido pelos proprietários.
c) inovação social representada pela lei.
d) ineficácia prática da libertação.
e) significado político da Abolição.

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Primeira república
A Primeira República é um tema muito cobrado no Enem, abordando questões como o
processo de proclamação da República, a instauração do regime republicano, a questão do voto e
da cidadania, a Revolta da Armada, a política do café-com-leite, a política externa do período e as
tensões sociais e políticas que marcaram o período.

FÁCIL

As secas e o apelo econômico da borracha — produto que no final do século XIX alcançava
preços altos nos mercados internacionais — motivaram a movimentação de massas humanas
oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, até o início do século XX, essa região
pertencia à Bolívia, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não obedecesse à
autoridade boliviana.Para reagir à presença de brasileiros, o governo de La Paz negociou o
arrendamento da região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violentas
disputas dos dois lados da fronteira. O conflito só terminou em 1903, com a assinatura do
Tratado de Petrópolis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de libras esterlinas.
Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado)

Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresentados, o Acre tornou-se parte


do território nacional brasileiro
a) pela formalização do tratado de Petrópolis, que indenizava o Brasil pela sua anexação.
b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes brasileiros na região.
c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam os seringais.
d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros na região.
e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bolívia.

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5
INTERMEDIÁRIO

A Revolta da Vacina (1904) mostrou claramente o aspecto defensivo, desorganizado,


fragmentado da ação popular. Não se negava o Estado, não se reivindicava participação nas
decisões políticas; defendiam-se valores e direitos considerados acima da intervenção do Estado.
CARVALHO, J. M. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi.
São Paulo: Cia. das Letras, 1987 (adaptado).

A mobilização analisada representou um alerta, na medida em que a ação popular questionava


a) a alta de preços.
b) a política clientelista.
c) as reformas urbanas.
d) o arbítrio governamental.
e) as práticas eleitorais.

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DIFÍCIL

Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem
revistas, nas quais se limita a ver figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem
o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão
os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas
principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania.
Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social
a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

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6
Era Vargas
As questões abordam temas como a ascensão de Getúlio Vargas ao poder, o Estado Novo, o
populismo, a política trabalhista, a Constituição de 1934, o golpe do Estado Novo, a participação do
Brasil na Segunda Guerra Mundial e a redemocratização do país. A análise dos aspectos políticos,
médicos e sociais desse período são frequentemente explorados nas questões da história do
Brasil no Enem, destacando a atuação de Vargas como um dos principais líderes políticos do país
no século XX.

FÁCIL

O governo Vargas, principalmente durante o Estado Novo (1937-1945), pretendeu construir


um Estado capaz de criar uma nova sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha no
território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas então instituições encarregadas de
fornecer dados confiáveis para a ação do governo, como o Conselho Nacional de Geografia, o
Conselho Nacional de Cartografia, o Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938.
LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponivel em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).

A criação dessas instituições pelo governo Vargas representava uma estratégia política de
a) levantar informações para a preservação da paisagem dos sertões.
b) controlar o crescimento exponencial da população brasileira.
c) obter conhecimento científico das diversidades.
d) conter o fluxo migratório do campo para a cidade.
e) propor a criação de novas unidades da federação.

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7
INTERMEDIÁRIO

Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova – 1932


A Educação Nova, alargando a sua finalidade para além dos limites das classes, assume, com
uma feição mais humana, a sua verdadeira função social, preparando-se para formar “a hierarquia
democrática” pela “hierarquia das capacidades”, recrutadas em todos os grupos sociais, a que se
abrem as mesmas oportunidades de educação. Ela tem, por objeto, organizar e desenvolver os
meios de ação durável com o fim de “dirigir os desenvolvimentos natural e integral do ser humano
em cada uma das etapas de seu crescimento”, de acordo com uma certa concepção do mundo.
Disponível em: www.histedbr.fe.unicamp.br. Acesso em: 7 out. 2015.

Os autores do manifesto citado procuravam contrapor-se ao caráter oligárquico da sociedade


brasileira. Nesse sentido, o trecho propõe uma relação necessária entre
a) ensino técnico e mercado de trabalho.
b) acesso à escola e valorização do mérito.
c) ampliação de vagas e formação de gestores.
d) disponibilidade de financiamento e pesquisa avançada.
e) remuneração de professores e extinção do analfabetismo.

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DIFÍCIL

Os generais abaixo-assinados, de pleno acordo com o Ministro da Guerra, declaram-se


dispostos a promover uma ação enérgica junto ao governo no sentido de contrapor medidas
decisivas aos planos comunistas e seus pregadores e adeptos, independentemente da esfera
social a que pertençam. Assim procedem no exclusivo propósito de salvarem o Brasil e suas
instituições políticas e sociais da hecatombe que se mostra prestes a explodir.
Ata de reunião no Ministério da Guerra, 28/09/1937. BONAVIDES, P.; AMARAL. R.
Textos políticos da história do Brasil, v. 5. Brasília: Senado Federal, 2002 (adaptado).

Levando em conta o contexto político-institucional dos anos 1930 no Brasil, pode-se considerar
o texto como uma tentativa de justificar a ação militar que iria
a) debelar a chamada intentona comunista, acabando com a possibilidade da tomada do
poder pelo PCB.
b) reprimir a aliança nacional libertadora, fechando todos os seus núcleos e prendendo os
seus líderes.
c) desafiar a ação integralista brasileira, afastando o perigo de uma guinada autoritária para
o fascismo.
d) instituir a ditadura do Estado novo, cancelando as eleições de 1938 e reescrevendo a
constituição do país.
e) combater a revolução constitucionalista, evitando que os fazendeiros paulistas
retomassem o poder perdido em 1930.

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História Geral
Tenha um conhecimento amplo e abrangente sobre os principais eventos históricos que
moldaram o mundo, desde a Antiguidade até os dias atuais. Alguns tópicos relevantes incluem as
grandes civilizações antigas, as revoluções políticas e sociais, as guerras mundiais e a globalização.
Estudar história geral é fundamental para compreender o contexto histórico e social em que
vivemos atualmente.

Mundo Moderno
Diversos temas relacionados ao mundo moderno aparecem com frequência, tais como o
processo de industrialização, o imperialismo europeu, as duas guerras mundiais, a Guerra Fria e a
globalização. Além disso, há também uma ênfase nas transformações sociais, políticas e culturais
que ocorreram ao longo do século XX, incluindo movimentos sociais, revoluções e mudanças no
papel da mulher na sociedade.

FÁCIL

Texto I
Macaulay enfatizou o glorioso acontecimento representado pela luta do Parlamento
contra Carlos I em prol da liberdade política e religiosa do povo inglês; significou o primeiro
confronto entre a liberdade e a tirania real, primeiro combate em favor do Iluminismo e do
Liberalismo.
ARRUDA, J. J. A. Perspectiva da Revolução Inglesa. Rev. Bras. Hist. n. 7, 1984 (adaptado).

Texto II
A Revolução Inglesa, como todas as revoluções, foi causada pela ruptura da velha
sociedade, e não pelos desejos da velha burguesia. Na década de 1640, camponeses se
revoltaram contra os cercamentos, tecelões contra a miséria resultante da depressão e os
crentes contra o Anticristo a fim de instalar o reino de Cristo na Terra.
HILL. C. Uma revolução burguesa? Rev. Bras. Hist. n. 7. 1984 (adaptado).

A concepção de Revolução Inglesa apresentada no texto II diferencia-se da do texto I ao


destacar a existência de
a) pluralidade das demandas sociais.
b) homogeneidade das lutas religiosas.
c) unicidade das abordagens históricas.
d) superficialidade dos interesses políticos.
e) superioridade dos aspectos econômicos.

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9
INTERMEDIÁRIO

Os cercamentos do século XVIII podem ser considerados como sínteses das transformações
que levaram à consolidação do capitalismo na Inglaterra. Em primeiro lugar, porque sua
especialização exigiu uma articulação fundamental com o mercado. Como se concentravam
na atividade de produção de lã, a realização da renda dependeu dos mercados, de novas
tecnologias de beneficiamento do produto e do emprego de novos tipos de ovelhas. Em
segundo lugar, concentrou-se na inter-relação do campo com a cidade e, num primeiro
momento, também se vinculou à liberação de mão de obra.
RODRIGUES, A. E. M. “Revoluções burguesas”. In: REIS FILHO, D.A.etal (Orgs.). O século XX, v. I.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000 (adaptado).

Outra consequência dos cercamentos que teria contribuído para a Revolução Industrial na
Inglaterra foi o
a) aumento do consumo interno.
b) congelamento do salário mínimo.
c) fortalecimento dos sindicatos proletários.
d) enfraquecimento da burguesia industrial.
e) desmembramento das propriedades improdutivas.

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DIFÍCIL

Nos romances clássicos do século XIX, sobretudo de Balzac ou Jane Austen, a equivalência
entre capital e rendimento anual, por intermédio de uma taxa de rendimento de 5% (ou, mais
raramente, de 4%), era uma evidência absoluta. Por esse motivo, com frequência os escritores
omitiam a natureza do capital e se contentavam em indicar apenas o montante da renda anual
produzida. Informavam-nos, por exemplo, que um personagem dispunha de 50 000 francos
ou de 2 000 libras esterlinas de renda, sem precisar se eram rendimentos da terra ou de juros
sobre a dívida pública. Pouco importava, já que a renda era segura e sistemática nos dois
casos, permitindo reproduzir, ao longo do tempo, uma estratificação social conhecida.
PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrinseca, 2014 (adaptado).

A equivalência destacada nas obras desses romancistas remete aos seguintes aspectos da
dinâmica europeia naquele período:
a) conflito de classes e movimentos migratórios.
b) cultura individualista e ampliação do consumo.
c) desenvolvimento científico e expansão urbana.
d) modernização produtiva e desconcentração fundiária.
e) monetarização das trocas e financiamento do Estado.

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10
Mundo contemporâneo
Aborda temas como a Guerra Fria, a queda do Muro de Berlim, a globalização, a ascensão
da China como potência mundial, a crise do petróleo e a questão do terrorismo. Além disso, há
também uma ênfase nas transformações sociais, políticas e culturais que ocorreram desde o final
do século XX, como a luta por direitos civis e o surgimento da Internet.

FÁCIL

Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de 1960, esgueirando-se


pela fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social
revolucionário. Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com
bases e ajuda militar, mas, sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos
anos mais tarde, mantinha o país à tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos
soviéticos – e depois com seus herdeiros russos – por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões.
Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade socialista tinha um preço definido.
PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19 jul 2014 (adaptado).

O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram
marcadas pelo(a)
a) busca da neutralidade política.
b) estímulo à competição comercial.
c) subordinação à potência hegemônica.
d) elasticidade das fronteiras geográficas.
e) compartilhamento de pesquisas científicas.

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11
INTERMEDIÁRIO

O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no


princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres
então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos
patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial
trouxe a necessidade da mobilização permanente.
HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização


da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária
do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da
mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que
a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação
para o enfrentamento do desemprego.
b) a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação
dos operários.
c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho
material para os operários.
d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem
adaptados aos novos tempos industriais.
e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações
coletivas em favor dos direitos trabalhistas.

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DIFÍCIL

A participação da África na Segunda Guerra Mundial deve ser apreciada sob a ótica da
escolha entre vários demônios. O seu engajamento não foi um processo de colaboração com o
imperialismo, mas uma luta contra uma forma de hegemonia ainda mais perigosa.
MAZRUI, A. “Procurai primeiramente o reino do político...” In: MAZRUI, A., WONDJI, C. (Org.). Historia geral da
África: África desde 1925. Brasília: Unesco, 2010.

Para o autor, a “forma de hegemonia” e uma de suas características que explicam o engajamento
dos africanos no processo analisado foram:
a) comunismo / rejeição da democracia liberal.
b) capitalismo / devastação do ambiente natural.
c) fascismo / adoção do determinismo biológico.
d) socialismo / planificação da economia nacional.
e) colonialismo / imposição da missão civilizatória.

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Idade Média
Aborda a Idade Média como um período que se estendeu do século V ao XV. Dentre os temas
mais recorrentes, estão: a organização política e social da Europa medieval, o feudalismo, as
Cruzadas, o papel da Igreja Católica, a economia agrícola, o surgimento das cidades, as invasões
bárbaras, as transformações culturais e artísticas e o Renascimento. É importante destacar que
a Idade Média não foi um período homogêneo e que as mudanças ocorridas foram diversas e
graduais.

FÁCIL

Desde o século XII que a cristandade ocidental era agitada pelo desafio lançado pela cultura
profana – a dos romances de cavalaria, mas também a cultura folclórica dos camponeses e
igualmente a dos citadinos, de caráter mais jurídicos – à cultura eclesiástica, cujo veículo era o
latim. Francisco de Assis veio alterar a situação, propondo aos seus ouvintes uma mensagem
acessível a todos e, simultaneamente, enobrecendo a língua vulgar através do seu uso na
religião
VAUCHEZ, A. A espiritualidade da Idade Média Ocidental, séc. VIII-XIII. Lisboa: Estampa, 1995.

O comportamento desse religioso demonstra uma preocupação com as características


assumidas pela Igreja e com as desigualdades sociais compartilhada no seu tempo pelos(as)
a) senhores feudais.
b) movimentos heréticos.
c) integrantes das Cruzadas.
d) corporações de ofícios.
e) universidades medievais.

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13
INTERMEDIÁRIO

Nem guerras, nem revoltas. Os incêndios eram o mais frequente tormento da vida urbana
no Regnum Italicum. Entre 880 e 1080, as cidades estiveram constantemente entregues
ao apetite das chamas. A certa altura, a documentação parece vencer pela insistência do
vocabulário, levando até o leitor mais crítico a cogitar que os medievais tinham razão ao tratar
aqueles acontecimentos como castigos que antecediam o julgamento final. Como um quinto
cavaleiro apocalíptico, o incêndio agia ao feitio da peste ou da fome: vagando mundo afora,
retornava de tempos em tempos e expurgava justos e pecadores num tormento derradeiro,
como insistiam os textos do século X. O impacto acarretado sobre as relações sociais era
imediato e prolongava-se para além da destruição material. As medidas proclamadas pelas
autoridades faziam mais do que reparar os danos e reconstruir a paisagem: elas convertiam
a devastação em ocasião para alterar e expandir não só a topografia urbana, mas as práticas
sociais até então vigentes.
RUST, L. D. Uma calamidade insaciável. Rev. Bras. Hist., n. 72, maio-ago. 2016 (adaptado).

De acordo com o texto, a catástrofe descrita impactava as sociedades medievais por


proporcionar a
a) correção dos métodos preventivos e das regras sanitárias.
b) revelação do descaso público e das degradações ambientais.
c) transformação do imaginário popular e das crenças religiosas.
d) remodelação dos sistemas políticos e das administrações locais.
e) reconfiguração dos espaços ocupados e das dinâmicas comunitárias

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DIFÍCIL

Constantinopla, aquela cidade vasta e esplêndida, com toda a sua riqueza, sua ativa
população de mercadores e artesãos, seus cortesãos em seus mantos civis e as grandes damas
ricamente vestidas e adornadas, com seus séquitos de eunucos e escravos, despertaram nos
cruzados um grande desdém, mesclado a um desconfortável sentimento de inferioridade.
RUNCIMAN, S. A Primeira Cruzada e a fundação do Reino de Jerusalém. Rio de Janeiro: Imago, 2003 (adaptado).

A reação dos europeus quando defrontados com essa cidade ocorreu em função das diferenças
entre Oriente e Ocidente quanto aos(às)
a) modos de organização e participação política.
b) níveis de disciplina e poderio bélico do exército.
c) representações e práticas de devoção politeístas.
d) dinâmicas econômicas e culturais da vida urbana.
e) formas de individualização e desenvolvimento pessoal.

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14
GEOGRAFIA
A Geografia é uma disciplina importante no Enem, abordando temas que vão desde a
geopolítica mundial até as questões ambientais locais. Tenha atenção a respeito de conceitos
como urbanização, globalização, sustentabilidade, climatologia, cartografia, entre outros. Além
disso, a interpretação de mapas, gráficos e tabelas é fundamental para a resolução de questões.
É importante lembrar que a Geografia no Enem também pode estar presente em questões
interdisciplinares, relacionando-se com outras áreas do conhecimento.

Geografia 1

Meio ambiente
Desmatamento, aquecimento global, poluição, conservação da biodiversidade, uso dos
recursos naturais, impactos ambientais da atividade humana, gestão de resíduos sólidos são
assuntos recorrentes. Fique atento a esses assuntos e suas inter-relações, assim como às políticas
públicas e iniciativas privadas voltadas para a preservação do meio ambiente.

FÁCIL

O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor não tiver o devido cuidado de


combater as causas, relacionadas a vários processos, tais como: empobrecimento químico e
lixiviação provocados pelo esgotamento causado pelas colheitas e pela lavagem vertical de
nutrientes da água que se infiltra no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos
com as colheitas. Os nutrientes retirados, quando não repostos, são comumente substituídos
por elementos tóxicos, como, por exemplo, o alumínio.
LEPSCH, I. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002 (adaptado).

A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte consequência para o solo


agricultável:
a) Elevação da acidez.
b) Ampliação da salinidade.
c) Formação de voçorocas.
d) Remoção da camada superior.
e) Intensificação do escoamento superficial.

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15
INTERMEDIÁRIO

Uma nova modalidade de conservação surgiu da associação entre movimentos sociais


que lutam pelo direito de acesso à terra e aos recursos naturais por camponeses, pescadores,
ribeirinhos, povos da floresta e de setores do ambientalismo do Terceiro Mundo para os quais
a crise ambiental está profundamente associada à crise do modelo de desenvolvimento, à
miséria crescente e à degradação ambiental. O ambientalismo nos países do Norte surge
com a rejeição do industrialismo e dos seus valores consumistas. Muito raramente incluem o
problema da pobreza e, principalmente, a má distribuição de renda.
Nesse sentido, parte considerável do ambientalismo dos anos 1960 e 1970, nos países
industrializados, nasceu com a opulência das nações ricas.
DIEGUES, A C. O mito da natureza intocada. São Paulo: Huctec; ‘Nupaus- USPICEC, 2008 (adaptado).

De acordo com a análise do texto, tanto nos países centrais quanto nos periféricos, os
movimentos ambientalistas tiveram como origem o(a)
a) crescimento e aprofundamento de mecanismos de cooperação científica.
b) ampliação e radicalização dos movimentos socialistas internacionais.
c) polarização e cisão do modelo geopolítico de dominação.
d) expansão e exaustão do padrão socioeconômico vigente.
e) enfrentamento e resolução dos problemas fundiários.

CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR A RESOLUÇÃO GABARITO: D

DIFÍCIL

Os movimentos de massa constituem-se no deslocamento de material (solo e rocha)


vertente abaixo pela influência da gravidade. As condições que favorecem os movimentos
de massa dependem principalmente da estrutura geológica, da declividade da vertente, do
regime de chuvas, da perda de vegetação e da atividade antrópica.
BIGARELLA, J. J. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais.
Florianópolis: UFSC, 2003 (adaptado).

Em relação ao processo descrito, sua ocorrência é minimizada em locais onde há


a) exposição do solo.
b) drenagem eficiente.
c) rocha matriz resistente.
d) agricultura mecanizada.
e) média pluviométrica elevada.

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Espaço rural
Aborda frequentemente temas como a agricultura, a pecuária e a reforma agrária. São
comuns questões que tratam da organização do espaço rural, dos conflitos agrários, da produção
de alimentos, das técnicas de manejo do solo, das relações de trabalho no campo e da diversidade
dos sistemas agrícolas. Além disso, é importante entender as transformações no campo e a
influência das políticas públicas na estruturação do espaço rural brasileiro.

FÁCIL

Atualmente, o Programa de Melhoramento “Uvas do Brasil” utiliza métodos clássicos de


melhoramento, como seleção massal, seleção clonal e hibridações. Ações de ajuste de manejo
de seleções avançadas vêm sendo desenvolvidas paralelamente a Programa de Melhoramento,
no sentido de viabilização desses materiais. Ao longo dos seus 40 anos, uma grande equipe
técnica trabalhou para executar projetos de pesquisa para atender às necessidades e às
demandas de diferentes atores da vitivinicultura nacional, incluindo produtores de uvas
de mesa para exportação do semiárido nordestino, viticultores interessados em produzir
sucos em regiões tropicais ou pequenos produtores familiares da região da Serra Gaúcha,
interessados em melhorar a qualidade do vinho artesanal que produzem.
Programa de Melhoramento Genético “Uvas do Brasil”. Disponível em: www.embrapa.br.
Acesso em: 24 nov. 2018 (adaptado).

Para melhorar a produção agrícola nas regiões mencionadas, as técnicas referidas no


texto buscaram adaptar o cultivo aos(às)
a) espécies nativas ameaçadas.
b) cadeias econômicas autônomas.
c) estruturas fundiárias tradicionais.
d) elementos ambientais singulares.
e) mercados consumidores internos.

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17
INTERMEDIÁRIO

O conjunto representado pelo agronegócio demanda condições específicas que passam


a ser exigidas dos territórios. Como há uma elevação da formação de fluxos, materiais e
imateriais, a crescente articulação com as escalas que vão do local ao global terminam por
pressionar o Estado a agir visando uma instalação no território de fixos diversos, bem como
de uma regulação específica.
LIMA, R. C.; PENNA, N. A. A logística de transportes do agronegócio em Mato Grosso (Brasil).
Confins, n. 26, fev. 2016.

O mapa e o texto se complementam indicando que a expansão das rodovias se deu como
resposta ao(à)
a) alteração da matriz econômica.
b) substituição do modal hidroviário.
c) retração do contingente demográfico.
d) projeção do escoamento produtivo.
e) estagnação de lavouras policultoras.

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18
DIFÍCIL

O clima é um dos elementos fundamentais não só na caracterização das paisagens naturais,


mas também no histórico de ocupação do espaço geográfico.
Tendo em vista determinada restrição climática, a figura que representa o uso de tecnologia
voltada para a produção é:

a) d)

b) e)

c)

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19
Espaço urbano
O espaço urbano aborda assuntos como a urbanização, as desigualdades sociais e espaciais,
a segregação urbana, a mobilidade urbana, as políticas públicas para as cidades, o planejamento
urbano e a sustentabilidade urbana.

FÁCIL

A expansão das cidades e a formação das aglomerações urbanas no Brasil foram


marcadas pela produção industrial e pela consolidação das metrópoles como locais de seu
desenvolvimento. Na segunda metade do século XX, as metrópoles brasileiras estenderam-se
por áreas de ocupação contínua, configurando densas regiões urbanizadas.
MOURA, R. Arranjos urbano-regionais no Brasil: especificidades e reprodução de padrões.
Disponível em: www.ub.edu. Acesso em: 11 fev. 2015.

O resultado do processo geográfico descrito foi o(a)


a) valorização da escala local.
b) crescimento das áreas periféricas.
c) densificação do transporte ferroviário.
d) predomínio do planejamento estadual.
e) inibição de consórcios intermunicipais.

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INTERMEDIÁRIO

A participação social no planejamento e na gestão urbanos ganhou impulso a partir do


Estatuto da Cidade (Lei n. 10.257/2001), que estabeleceu condições para elaboração de planos
diretores participativos, instrumentos esses indutores da expansão urbana e do ordenamento
territorial que, a princípio, devem buscar representar os interesses dos diversos segmentos da
sociedade.No entanto, é notório o limite à representação dos interesses das camadas sociais
menos favorecidas nesse processo. Este rumo deve ser corrigido e deve-se continuar buscando
mecanismos de inclusão dos interesses de toda a sociedade.
Caderno Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS n. 11: tornar as cidades e
os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Brasília: Ipea, 2019.

Qual medida promove a participação social descrita no texto?


a) Redução dos impostos municipais.
b) Privatização dos espaços públicos.
c) Adensamento das áreas de comércio.
d) Valorização dos condomínios fechados.
e) Fortalecimento das associações de bairro.

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20
DIFÍCIL

Foi-se o tempo em que era possível mostrar um mundo econômico organizado em


camadas bem definidas, onde grandes centros urbanos se ligavam, por si próprios, a economias
adjacentes “lentas”, com o ritmo muito mais rápido do comércio e das finanças de longo alcance.
Hoje tudo ocorre como se essas camadas sobrepostas estivessem mescladas e interpermeadas.
Interdependências de curto e longo alcance não podem mais ser separadas umas das outras.
BRENNER, N. A globalização como reterritorialização. Cadernos Metrópole, n. 24, jul-dez. 2010 (adaptado).

A maior complexidade dos espaços urbanos contemporâneos ressaltada no texto explica-se pela
a) expansão de áreas metropolitanas.
d) articulação de redes multiescalares.
b) emancipação de novos municípios.
e) redefinição de regiões administrativas.
c) consolidação de domínios jurídicos.

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Geografia 2

Industrialização
São tratados temas como os impactos socioeconômicos da industrialização, processos de
urbanização, relações de trabalho e produção, aspectos ambientais, globalização econômica,
transformações nos setores psicológicos e o papel das políticas públicas no desenvolvimento
industrial.

FÁCIL

A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de desconcentração da produção industrial,


uma das manifestações do desdobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A
produção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo, para novas áreas do
Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do Nordeste e do Norte.
SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI.
Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento).

Um fator geográfico que contribui para o tipo de alteração da configuração territorial descrito
no texto é:
a) obsolescência dos portos. d) ampliação de políticas protecionistas.
b) estatização de empresas. e) desenvolvimento dos meios de
c) eliminação de incentivos fiscais. comunicação.

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21
INTERMEDIÁRIO

Constatou-se uma ínfima inserção da indústria brasileira nas novas tecnologias ancoradas
na microeletrônica, capazes de acarretar elevação da produtividade nacional de forma
sustentada. Os motores do crescimento nacional, há décadas, são os grupos relacionados
a commodities agroindustriais e à indústria representativa do antigo padrão fordista de
produção, esta última também limitada pela baixa potencialidade futura de desencadear
inovações tecnológicas capazes de proporcionar elevação sustentada da produtividade.
AREND, M. A industrialização do Brasil antes a nova divisão internacional do trabalho.
Disponível em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 16 jul. 2015 (adaptado).

Um efeito desse cenário para a sociedade brasileira tem sido o (a)


a) barateamento da cesta básica.
b) retorno à estatização econômica.
c) ampliação do poder de consumo.
d) subordinação aos fluxos globais.
e) incentivo à política de modernização.

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DIFÍCIL

A reestruturação global da indústria, condicionada pelas estratégias de gestão global


da cadeia de valor dos grandes grupos transnacionais, promoveu um forte deslocamento
do processo produtivo, até mesmo de plantas industriais inteiras, e redirecionou os fluxos
de produção e de investimento. Entretanto, o aumento da participação dos países em
desenvolvimento no produto global deu-se de forma bastante assimétrica quando se compara
o dinamismo dos países do leste asiático com o dos demais países, sobretudo os latino-
americanos, no período 1980-2000.
SARTI, F.; HIRATUKA, C. Indústria mundial: mudanças e tendências recentes.
Campinas: Unicamp, n. 186, dez. 2010.

A dinâmica de transformação da geografia das indústrias descrita expõe a complementaridade


entre dispersão espacial e
a) autonomia tecnológica.
b) crises de abastecimento.
c) descentralização política.
d) concentração econômica.
e) compartilhamento de lucros.

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22
Países e regiões do mundo
Costuma cobrar questões a respeito como características geográficas, aspectos culturais,
sociais e psicológicos, conflitos políticos, relações internacionais, acordos comerciais, impactos
da globalização, fluxos migratórios, entre outros temas relevantes para compreender a geopolítica
mundial.

FÁCIL

Texto I
A “Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio”, de Barbalha (CE), constitui-se de elementos
históricos que congregam cultura e natureza. Trata-se de uma manifestação de cultura popular,
expressa em décadas de tradição, por meio da devoção ao santo padroeiro e ao simbolismo da
árvore, cujo caule é conduzido nos ombros dos devotos e hasteado em frente à matriz do santo,
abrindo os festejos do padroeiro da cidade. O significado dos rituais do “Pau da Bandeira” se expressa
na tradução da fé, como objeto sagrado e indispensável à realização da festa. O conhecimento das
áreas de florestas que subsidiam o caule que serve de mastro para o carregamento e hasteamento
da bandeira de Santo Antônio de Barbalha é de fundamental importância para elaboração de
políticas que objetivem a sustentabilidade da natureza e da tradição.
Disponível em: https://barbalha.ce.gov.br. Acesso em: 15 out. 2021.

Texto II
Carregamento do Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha

CARDOSO, A. I. D.; SILVA, J. F. Pau da Bandeira de Santo Antônio de Barbalha: intervenção cultural na natureza
mediada pela fé. In: SOARES, I. M.; SIL VA, I. B. M. (Org.). Sentidos de devoção: festa e carregamento em
Barbalha. Fortaleza: Iphan, 2013.

Reunindo natureza e cultura, a festividade descrita no texto e presente na imagem associa o


patrimônio religioso aos(às):
a) Biomas degradados.
b) Explorações agrícolas.
c) Ecossistemas intocados.
d) Condições geoambientais.
e) Circunstâncias climáticas.

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23
INTERMEDIÁRIO

ALBUQUERQUE, M. M.; REIS, A. C. F.; CARVALHO, C. D. Atlas histórico escolar.


Rio de Janeiro, Fename, 1977 (adaptado).

Nos Estados Unidos, durante o século XIX, tal como representada no mapa, a relação entre
território e nação foi reconfigurada por uma política que
a) transferiu as populações indígenas para territórios de fronteira anexados, protegendo a
cultura protestante dos migrantes fundadores da nação norte-americana.
b) respondeu às ameaças europeias pelo fim da escravidão, integrando a população de
escravos ao projeto de expansão por meio da doação de terras.
c) assinou acordos com países latino-americanos, ajudando na reestruturação da economia
desses países após suas independências.
d) projetou o avanço de populações excedentes para além da faixa atlântica, reformulando
fronteiras para o estabelecimento de um país continental.
e) instalou manufaturas nas áreas compradas e anexadas, visando utilizar a mão de obra
barata das populações em trânsito.

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24
DIFÍCIL

Disponível em: https://noticias.uol.com.br. Acesso em: 13 jun. 2018 (adaptado).

Os aspectos físicos apresentados originam-se da atuação da força natural de


colisão de placas tectônicas.
a) rifteamento da crosta terrestre.
b) subducção da plataforma oceânica.
c) formação de cadeias montanhosas.
d) metamorfismo de bordas continentais.

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25
Globalização
Na prova, são considerados aspectos como os psicológicos, sociais e culturais da globalização,
os fluxos de mercadorias, capitais e informações, as transformações nos espaços urbanos e rurais,
a divisão internacional do trabalho, os problemas socioambientais decorrentes do processo
globalizador e as estratégias de desenvolvimento sustentável.

FÁCIL

O cidadão norte-americano desperta num leito construído segundo padrão originário do


Oriente Próximo, mas modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à América.
Sai debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou doméstica na Índia. No
restaurante, toda uma série de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito
de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de aço, liga feita pela primeira vez
na Índia do Sul; o garfo é inventado na Itália medieval; a colher vem de um original romano.
Lê noticias do dia impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em material
inventado na China e por um processo inventado na Alemanha.
LINTON, R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo; Martins, 1959 (adaptado).

A situação descrita é um exemplo de como os costumes resultam da


a) assimilação de valores de povos exóticos.
b) experimentação de hábitos sociais variados.
c) recuperação de heranças da Antiguidade Clássica.
d) fusão de elementos de tradições culturais diferentes.
e) valorização de comportamento de grupos privilegiados.

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26
INTERMEDIÁRIO

Brasil, Alemanha, Japão e Índia pedem reforma do Conselho de Segurança


Os representantes do G4 (Brasil, Alemanha, Índia e Japão) reiteraram, em setembro de
2018, a defesa pela ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas
(ONU) durante reunião em Nova York (Estados Unidos). Em declaração conjunta, de dez itens,
os chanceleres destacaram que o órgão, no formato em que está, com apenas cinco membros
permanentes e dez rotativos, não reflete o século 21. “A reforma do Conselho de Segurança é
essencial para enfrentar os desafios complexos de hoje. Como aspirantes a novos membros
permanentes de um conselho reformado, os ministros reiteraram seu compromisso de
trabalhar para fortalecer o funcionamento da ONU e da ordem multilateral global, bem como
seu apoio às respectivas candidaturas”, afirma a declaração conjunta.
Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 7 dez. 2018 (adaptado).

Os países mencionados no texto justificam sua pretensão com base na seguinte característica
comum:
a) extensividade de área territorial.
b) protagonismo em escala regional.
c) investimento em tecnologia militar.
d) desenvolvimento de energia nuclear.
e) disponibilidade de recursos minerais.

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DIFÍCIL

O mundo entrou na era do globalismo. Todos estão sendo desafiados pelos dilemas e
horizontes que se abrem com a formação da sociedade global. Um processo de amplas
proporções envolvendo nações e nacionalidades, regimes políticos e projetos nacionais,
grupos e classes sociais, economias e sociedades, culturas e civilizações.
IANNI. O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1997.

No texto, é feita referência a um momento do desenvolvimento do capitalismo. A expansão do


sistema capitalista de produção nesse momento está fundamentada na
a) difusão de práticas mercantilistas.
b) propagação dos meios de comunicação.
c) ampliação dos protecionismos alfandegários.
d) manutenção do papel controlador dos Estados.
e) conservação das partilhas imperialistas europeias.

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27
Filosofia
A Filosofia busca estimular o pensamento crítico e reflexivo do candidato, além de oferecer
ferramentas para a compreensão do mundo e da sociedade. São considerados temas como ética,
política, epistemologia, lógica, filosofia da ciência, entre outros. O candidato precisa estar atento
às correntes filosóficas, bem como às suas principais características e contribuições.

Filosofia no século XX
No Enem, os assuntos mais cobrados sobre Filosofia no século XX são: Existencialismo,
Fenomenologia, Pragmatismo, Positivismo, Marxismo, Neoliberalismo, Pós-modernismo, Ética,
Política e Epistemologia. Esses apresentavam envolvimento de questões sobre a natureza
humana, a sociedade, a política, a ética e o conhecimento.

FÁCIL

A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as
coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos, e
de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem. Pois deve haver uma natureza
qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas se engendram, mas continuando ela a
mesma.
ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Abril Cultural, 1973.

O texto aristotélico, ao recorrer à cosmogonia dos pré-socráticos, salienta a preocupação


desses filósofos com a
a) mutação ontológica dos entes.
b) alteração estética das condutas.
c) transformação progressiva da ascese.
d) sistematização crítica do conhecimento.
e) modificação imediata da espiritualidade.

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28
INTERMEDIÁRIO

O leproso é visto dentro de uma prática da rejeição, do exílio-cerca; deixa-se que se perca
lá dentro como numa massa que não tem muita importância diferenciar; os pestilentos são
considerados num policiamento tático meticuloso onde as diferenciações individuais são
os efeitos limitantes de um poder que se multiplica, se articula e se subdivide. O grande
fechamento por um lado; o bom treinamento por outro. A lepra e sua divisão; a peste e seus
recortes. Uma é marcada; a outra, analisada e repartida. O exílio do leproso e a prisão da peste
não trazem consigo o mesmo sonho político.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.

Os modelos autoritários descritos no texto apontam para um sistema de controle que se baseia
no(a):
a) Formação de sociedade disciplinar.
b) Flexibilização do regramento social.
c) Banimento da autoridade repressora.
d) Condenação da degradação humana.
e) Hierarquização da burocracia estatal.

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DIFÍCIL

Em A morte de Ivan Ilitch, Tolstoi descreve com detalhes repulsivos o terror de encarar
a morte iminente. Ilitch adoece depois de um pequeno acidente e logo compreende que se
encaminha para o fim de modo impossível de parar. “Nas profundezas de seu coração, ele
sabia estar morrendo, mas em vez de se acostumar com a ideia, simplesmente não o fazia e
não conseguia compreendê-la”.
KAZEZ, J. O peso das coisas: filosofia para o bem-viver. Rio de Janeiro: Tinta Negra, 2004.

O texto descreve a experiência do personagem de Tolstoi diante de um aspecto incontornável


de nossas vidas. Esse aspecto foi um tema central na tradição filosófica
a) marxista, no contexto do materialismo histórico.
b) logicista, no propósito de entendimento dos fatos.
c) utilitarista, no sentido da racionalidade das ações.
d) pós-modernista, na discussão da fluidez das relações.
e) existencialista, na questão do reconhecimento de si.

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29
Contratualismo
Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Esses filósofos tratam da ideia de
que a origem da sociedade está no contrato social, no qual os indivíduos renunciam a certas
liberdades na troca de proteção e garantias. As questões costumam envolver a diferença entre as
teorias desses pensadores e seus impulsos políticos e sociais.

FÁCIL

Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser
expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento.
A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se
reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se
e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras,
gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção
contra quem quer que não faça parte dela.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.

Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada
cidadão deve
a) manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.
b) abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
c) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
d) concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
e) renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.

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INTERMEDIÁRIO

Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII —
em 1789, precisamente — que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária
para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das
ideias e das mentalidades: o iluminismo.
FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado)

Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento


que tem como uma de suas bases a
a) modernização da educação escolar. d) socialização do conhecimento científico.
b) atualização da disciplina moral cristã. e) universalização do princípio da
c) divulgação de costumes aristocráticos. igualdade civil.

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30
DIFÍCIL

Texto I
Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a
submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei
com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde
Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há
nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.
HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

Texto II
Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as
inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens
podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de
lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos


ligados à natureza humana e ao Estado.
Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a)
a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da
morte violenta.
b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais:
vida, liberdade, igualdade e propriedade.
c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o
homem possa constituir o Estado civil.
d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos
em sua livre decisão pelo pecado original.
e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as
relações sociais e violenta a humanidade.

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31
Aristóteles
Ética, política, metafísica e lógica são muito cobrados. Suas obras são estudadas por sua
contribuição para a filosofia ocidental, incluindo conceitos como a felicidade, a virtude, a justiça,
a democracia, a causalidade, a substância e a lógica formal. As questões envolvem a compreensão
dos conceitos aristotélicos e sua aplicação em contextos diversos.

FÁCIL

Se, pois, para as coisas que fazemos existe um fim que desejamos por ele mesmo e tudo
o mais é desejado no interesse desse fim; evidentemente tal fim será o bem, ou antes, o sumo
bem. Mas não terá o conhecimento, porventura, grande influência sobre essa vida? Se assim é,
esforcemo-nos por determinar, ainda que em linhas gerais apenas, o que seja ele e de qual das
ciências ou faculdades constitui o objeto. Ninguém duvidará de que o seu estudo pertença à
arte mais prestigiosa e que mais verdadeiramente se pode chamar a arte mestra. Ora, a política
mostra ser dessa natureza, pois é ela que determina quais as ciências que devem ser estudadas
num Estado, quais são as que cada cidadão deve aprender, e até que ponto; e vemos que até
as faculdades tidas em maior apreço, como a estratégia, a economia e a retórica, estão sujeitas
a ela. Ora, como a política utiliza as demais ciências e, por outro lado, legisla sobre o que
devemos e o que não devemos fazer, a finalidade dessa ciência deve abranger as das outras,
de modo que essa finalidade será o bem humano.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Pensadores. São Pauto: Nova Cultural, 1991 (adaptado).

Para Aristóteles, a relação entre o sumo bem e a organização da pólis pressupõe que
a) o bem dos indivíduos consiste em cada um perseguir seus interesses.
b) o sumo bem é dado pela fé de que os deuses são os portadores da verdade.
c) a política é a ciência que precede todas as demais na organização da cidade.
d) a educação visa formar a consciência de cada pessoa para agir corretamente.
e) a democracia protege as atividades políticas necessárias para o bem comum.

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32
INTERMEDIÁRIO

Vemos que toda cidade é uma espécie de comunidade, e toda comunidade se forma com
vistas a algum bem, pois todas as ações de todos os homens são praticadas com vistas ao
que lhe parece um bem; se todas as comunidades visam algum bem, é evidente que a mais
importante de todas elas e que inclui todas as outras tem mais que todas este objetivo e visa
ao mais importante de todos os bens.
ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB,1988.

No fragmento, Aristóteles promove uma reflexão que associa dois elementos essenciais à
discussão sobre a vida em comunidade, a saber:
a) Ética e política, pois conduzem à eudaimonia.
b) Retórica e linguagem, pois cuidam dos discursos na ágora.
c) Metafísica e ontologia, pois tratam da filosofia primeira.
d) Democracia e sociedade, pois se referem a relações sociais.
e) Geração e corrupção, pois abarcam o campo da physis.

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DIFÍCIL

Ninguém delibera sobre coisas que não podem ser de outro modo, nem sobre as que lhe
é impossível fazer. Por conseguinte, como o conhecimento científico envolve demonstração,
mas não há demonstração de coisas cujos primeiros princípios são variáveis (pois todas
elas poderiam ser diferentemente), e como é impossível deliberar sobre coisas que são por
necessidade, a sabedoria prática não pode ser ciência, nem arte: nem ciência, porque aquilo
que se pode fazer é capaz de ser diferentemente, nem arte, porque o agir e o produzir são duas
espécies diferentes de coisa. Resta, pois, a alternativa de ser ela uma capacidade verdadeira e
raciocinada de agir com respeito às coisas que são boas ou más para o homem.
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

Aristóteles considera a ética como pertencente ao campo do saber prático. Nesse sentido, ela
difere-se dos outros saberes porque é caracterizada como
a) conduta definida pela capacidade racional de escolha.
b) capacidade de escolher de acordo com padrões científicos.
c) conhecimento das coisas importantes para a vida do homem.
d) técnica que tem como resultado a produção de boas ações.
e) política estabelecida de acordo com padrões democráticos de deliberação.

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33
Sociologia
A Sociologia aborda questões sociais relevantes, tais como desigualdades, movimentos
sociais, cultura, violência, racismo, preconceito, entre outras. O candidato precisa ter um olhar
crítico e analítico para compreender a realidade social brasileira e mundial, além de estar atento
a teorias sociológicas que fundamentam as análises.

Relações Culturais
Os assuntos mais cobrados incluem o conhecimento sobre as diferentes culturas presentes na
sociedade, a compreensão dos processos de aculturação e resistência cultural, e a relação entre
cultura e poder. É fundamental também ter conhecimentos sobre os conceitos de etnocentrismo,
relativismo cultural e multiculturalismo. A análise das relações culturais é essencial para entender
as diferentes formas de construção e perpetuação de desigualdades sociais e culturais.

FÁCIL

Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é
importante promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não
só de aspectos físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes,
as línguas, as festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados em
consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda contribuem fortemente na formação
do patrimônio imaterial do Brasil, que concentra o segundo contingente de população negra
do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível
em: www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.

Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das


representações culturais para a
a) construção da identidade nacional.
b) elaboração do sentimento religioso.
c) dicotomia do conhecimento prático.
d) reprodução do trabalho coletivo.
e) reprodução do saber tradicional.

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34
INTERMEDIÁRIO

E venham, então, os alegres incendiários de dedos carbonizados! Vamos! Ateiem fogo às


estantes das bibliotecas! Desviem o curso dos canais, para inundar os museus! Empunhem as
picaretas, os machados, os martelos e deitem abaixo sem piedade as cidades veneradas!
MARINETTI, F.T. Manifesto futurista. Disponível em : www.sibila.com.br. Acesso em: 2 Ago.2012(adaptado).

Que princípio marcante do Futurismo e comum a várias correntes artísticas e culturais das
primeiras três décadas do século XX está destacado no texto?
a) tradição é uma força incontornável.
b) A arte é expressão da memória coletiva.
c) A modernidade é a superação decisiva da história.
d) A realidade cultural é determinada economicamente.
e) A memória é um elemento crucial da identidade cultural.

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DIFÍCIL

Espera, resignado, o dia 13 daquele mês porque, em tal data, usança avoenga lhe faculta
sondar o futuro, interrogando a providência. É a experiência tradicional de Santa Luzia. No
dia 12 ao anoitecer expõe ao relento, em linha, seis pedrinhas de sal, que representam, em
ordem sucessiva da esquerda para a direita, os seis meses vindouros, de janeiro a junho. Ao
alvorecer de 13 observa-as: se estão intactas, pressagiam a seca; se a primeira apenas se deliu,
transmudada em aljôfar límpido, é certa a chuva em janeiro; se a segunda, em fevereiro; se a
maioria ou todas, é inevitável o inverno benfazejo. Esta experiência é belíssima.
CUNHA, E. Os sertões. São Paulo: Editora Três, 1984.

No experimento descrito, a relação com a paisagem e com a religiosidade permite que o


sertanejo seja
a) afeito à devoção ao aceitar destinos sacralizados.
b) acostumado à pobreza ao admitir acasos naturais.
c) habituado ao solo ao conhecer terrenos cultiváveis.
d) íntimo à Caatinga ao interpretar condições ambientais.
e) próximo à vegetação ao identificar espécies arbustivas.

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35
Cidadania e direitos
Cidadania e direitos são assuntos fundamentais para a prova. Os assuntos mais cobrados
incluem o conhecimento sobre os direitos civis, políticos e sociais, como formas de exercício da
cidadania, a compreensão dos controles de participação política e a relação entre democracia e
direitos humanos. Além disso, é importante ter conhecimentos sobre as desigualdades sociais
e a luta pelos direitos de minorias e grupos marginalizados. A compreensão dos direitos e da
cidadania é essencial para uma participação consciente e crítica na sociedade.

FÁCIL

Torna-se importante, portanto, salientar que as pautas econômicas dominantes não se


incompatibilizavam com demandas políticas ou por garantia de direitos contra as decisões
da própria Justiça do Trabalho. Pelo contrário, muitas greves incluíam várias demandas de
natureza distinta, e mesmo em demandas primariamente econômicas, colocava-se muitas
vezes a dimensão do enfrentamento político. Em todos esses casos, confirma-se a hipótese
de que direitos instituídos ou garantias das convenções coletivas, respaldadas pela Justiça do
Trabalho, não significavam conquistas materiais às quais os trabalhadores tivessem acesso
líquido e certo. Era preciso muitas vezes recorrer às greves para garantir direitos conquistados.
MATTOS, M. B. Greves, sindicatos e repressão policial no Rio de Janeiro (1954-1964). Revista Brasileira de
História, n. 47, 2004 (adaptado).

De acordo com o texto, um dos problemas com os quais as organizações sindicais de


trabalhadores se defrontavam, de 1954 a 1964, era o descompasso entre
a) legislação e realidade social.
b) profissão e formação técnica.
c) meio rural e cidades industriais.
d) população e representação parlamentar.
e) empresariado nacional e capitais estrangeiros.

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36
INTERMEDIÁRIO

Houve crescimento de 74% da população brasileira encarcerada entre 2005 e 2012. As


análises possibilitaram identificar o perfil da população que está nas prisões do país: homens,
jovens (abaixo de 29 anos), negros, com ensino fundamental incompleto, acusados de crimes
patrimoniais e, no caso dos presos adultos, condenados e cumprindo regime fechado e,
majoritariamente, com penas de quatro até oito anos.
BRASIL. Mapa do encarceramento: os jovens do Brasil. Brasília: Presidência da República, 2015.

Nesse contexto, as políticas públicas para minimizar a problemática descrita devem privilegiar a
a) flexibilização do Código Civil.
b) promoção da inclusão social.
c) redução da maioridade penal.
d) contenção da corrupção política.
e) expansão do período de reclusão.

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DIFÍCIL

Completamente analfabeto, ou quase, sem assistência médica, não lendo jornais, nem
revistas, nas quais se limita a ver figuras, o trabalhador rural, a não ser em casos esporádicos, tem
o patrão na conta de benfeitor. No plano político, ele luta com o “coronel” e pelo “coronel”. Aí estão
os votos de cabresto, que resultam, em grande parte, da nossa organização econômica rural.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978 (adaptado).

O coronelismo, fenômeno político da Primeira República (1889-1930), tinha como uma de suas
principais características o controle do voto, o que limitava, portanto, o exercício da cidadania.
Nesse período, esta prática estava vinculada a uma estrutura social
a) igualitária, com um nível satisfatório de distribuição da renda.
b) estagnada, com uma relativa harmonia entre as classes.
c) tradicional, com a manutenção da escravidão nos engenhos como forma produtiva típica.
d) ditatorial, perturbada por um constante clima de opressão mantido pelo exército e polícia.
e) agrária, marcada pela concentração da terra e do poder político local e regional.

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37
Relações políticas
As questões sobre relações políticas geralmente abordam temas como democracia,
cidadania, poder, Estado e participação popular. Além disso, é comum que sejam explorados
assuntos como a divisão dos poderes, a atuação do Legislativo, Executivo e Judiciário, a formação
e funcionamento dos partidos políticos, a história política do Brasil e a relação entre a sociedade
e o governo. Compreender esses conceitos é fundamental para compreender o sistema político
brasileiro e os desafios enfrentados pela democracia no País.

FÁCIL

Entre as muitas batalhas, destaca-se aquela voltada para a dessegregação dos ônibus de
Montgomery, Alabama. O estopim foi a prisão da costureira Rosa Parks, que se recusou a ceder
seu assento a um homem branco. O boicote aos ônibus teve início em dezembro de 1955. A
população negra preferia andar quilômetros a pé, todos os dias, a sofrer as humilhações de
um transporte segregado.
Disponível em: http://cienciahoje.uol.com.br. Acesso em: 30 mar. 2015 (adaptado).

O tema do texto refere-se a um movimento social que, na longa duração da história norte-
americana, exigia a
a) concretização de princípios socialistas.
b) abolição do trabalho compulsório.
c) proteção da militância política.
d) legitimação do voto feminino.
e) extensão de direitos civis.

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38
INTERMEDIÁRIO

A favela é vista como um lugar sem ordem, capaz de ameaçar os que nela não se incluem.
Atribuir-lhe a ideia de perigo é o mesmo que reafirmar os valores e estruturas da sociedade que
busca viver diferentemente do que se considera viver na favela. Alguns oficiantes do direito, ao
defenderem ou acusarem réus moradores de favelas, usam em seus discursos representações
previamente formuladas pela sociedade e incorporadas nesse campo profissional. Suas falas
se fundamentam nas representações inventadas a respeito da favela e que acabam por marcar
a identidade dos indivíduos que nela residem.
RINALDI, A. Marginais, delinquentes e vítimas: um estudo sobre a representação da categoria favelado no
tribunal do júri da cidade do Rio de Janeiro. In: ZALUAR, A.; ALVITO, M. (Orgs.). Um século de favela. Rio de
Janeiro: Editora FGV, 1998.

O estigma apontado no texto tem como consequência o(a)


a) aumento da impunidade criminal.
b) enfraquecimento dos direitos civis.
c) distorção na representação política.
d) crescimento dos índices de criminalidade.
e) ineficiência das medidas socioeducativas.

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DIFÍCIL

A grande maioria dos países ocidentais democráticos adotou o Tribunal Constitucional


como mecanismo de controle dos demais poderes. A inclusão dos Tribunais no cenário político
implicou alterações no cálculo para a implementação de políticas públicas. O governo, além
de negociar seu plano político com o Parlamento, teve que se preocupar em não infringir a
Constituição. Essa nova arquitetura institucional propiciou o desenvolvimento de um ambiente
político que viabilizou a participação do Judiciário nos processos decisórios.
CARVALHO, E. R. Revista de Sociologia e Política, n. 23, nov. 2004 (adaptado).

O texto faz referência a uma importante mudança na dinâmica de funcionamento dos Estados
contemporâneos que, no caso brasileiro, teve como consequência a
a) adoção de eleições para a alta magistratura.
b) diminuição das tensões entre os entes federativos.
c) suspensão do princípio geral dos freios e contrapesos.
d) judicialização de questões próprias da esfera legislativa.
e) profissionalização do quadro de funcionários da Justiça.

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