Aula 2 - COMPETNCIA PARA A EXECUO CIVIL

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TUTELA EXECUTIVA

Profª Ms. Liliana Santo Rodrigues


COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO CIVIL

O Código de Processo Civil - CPC trata sobre competência em dois artigos: o 516 e o
781.

O art. 516 trata da competência para o cumprimento de sentença;


O art. 781 trata da competência para o processo de execução, fundada em título
extrajudicial.

Na execução civil, a competência pode ser absoluta (imposta por norma de ordem
pública) ou relativa (quando não é imposta).
Só a violação às primeiras pode ser conhecida de ofício.
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR O
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - ART. 516
O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante:

I – os tribunais, nas causas de sua competência originária;


II – no juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
III – no juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de
sentença arbitral ou de sentença estrangeira.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente poderá optar pelo juízo do
atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à
execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não
fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem.
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR O
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - ART. 516
As duas primeiras hipóteses (inc. I e II) são de competência funcional, pois a execução
civil está sempre atrelada a um processo de conhecimento que a antecedeu.

A ação só pode correr em um dos juízos concorrentes previamente estabelecidos por


lei, escolhidos não por contrato ou eleição, mas por opção do credor.

Caso seja proposta em outro juízo, ele , de ofício, irá declarar-se incompetente.

O requerimento de cumprimento da sentença deverá ser feito no juízo concorrente


escolhido pelo credor.

Para as execuções de alimentos, o credor poderá optar pelo foro de seu


próprio domicílio, ainda que a sentença tenha sido proferida em outro foro.
COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR O
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA - ART. 516
Na hipótese do inciso III, a competência não é funcional, pois não há nenhum prévio
processo de conhecimento.
No caso de sentença penal condenatória - deve-se verificar qual é o juízo competente
pelos arts. 46 e ss. do CPC.
A competência será absoluta ou relativa, conforme a regra aplicável ao caso concreto.

Ex: execução de sentença penal condenatória por acidente de trânsito, a vítima poderá
propô-la no foro do seu domicílio ou no do local do acidente, conforme art. 53, V, do CPC.

Execução de sentença arbitral -competência do foro em que se realizou a arbitragem.


Sentença estrangeira, homologada pelo STJ - a execução será processada perante a
Justiça Federal de primeira instância, na forma do art. 109, X, da CF.
COMPETÊNCIA PARA A EXECUÇÃO DE TÍTULO
EXTRAJUDICIAL - ART. 781
A competência para execução de título extrajudicial é relativa.

De acordo com as regras do art. 781 do CPC, é preciso verificar:


1 ) Se há foro de eleição, pois as partes podem fixá-lo, o que deverá constar do título.

2) Se não houver eleição, deverá prevalecer a regra geral de competência do foro do


domicílio do executado ou o de situação dos bens sujeitos à execução.

Essas regras valem também para a execução hipotecária, que tem natureza pessoal: o
que se executa é a dívida, ainda que venha garantida por um direito real.

Nas execuções fiscais, a competência é dada pelo art. 46, § 5º, do CPC (foro de domicílio
do réu, no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado).
DAS PARTES NA EXECUÇÃO
O art. 778 e seu § 1º, do CPC, trazem os LEGITIMADOS ATIVOS da execução:

Art. 778. o credor a quem a lei confere título executivo (legitimado ativo por excelência)

§ 1º :
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei; (legitimidade extraordinária)
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes
for transmitido o direito resultante do título executivo; (legitimidade ordinária)
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por
ato entre vivos; (legitimidade ordinária)
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional. (legitimidade
ordinária)
DAS PARTES NA EXECUÇÃO
O art. 779, do CPC, traz os LEGITIMADOS PASSIVOS da execução. Desse modo, a
execução pode ser promovida contra:

I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo; (legitimado passivo primário)


II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante
do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
DÚVIDA

O empregador pode ser executado com


fundamento em sentença condenatória
do empregado?
RESPOSTA

O empregador pode ser executado com


fundamento em sentença condenatória do
empregado?
SIM!
O patrão responde objetivamente pelos danos causados pelo
empregado, no exercício de suas atividades.
Desde que a vítima ajuize a ação contra o empregado e
o empregador. Trata-se de um litisconsórcio facultativo.
LITISCONSÓRSIO NA EXECUÇÃO

Tanto no cumprimento de sentença quanto na execução por título extrajudicial será


possível o litisconsórcio, ativo, passivo ou misto, dependendo do que conste do
título.

O litisconsórcio, na execução, será facultativo ou necessário, conforme a obrigação


que conste do título.

Sempre que for de pagamento, será facultativo, já que as quantias são sempre
divisíveis.

Mas, se a obrigação imposta no título for de fazer ou não fazer, ou de entregar coisa, e
tiver objeto indivisível, o litisconsórcio será necessário.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS

Dentre as formas de intervenção de terceiros previstas na Parte Geral do CPC, apenas


a denunciação da lide e o chamamento ao processo não são admissíveis na
execução.
Existem ainda situações próprias da execução, da intervenção de terceiros no processo,
são elas:
a adjudicação - requerida pelo credor com garantia real, pelos credores
concorrentes, ou pelo cônjuge, descendentes ou ascendentes (art. 876, § 5º);

a arrematação, feita em leilão judicial, por terceiro;

o concurso de preferências, quando credores preferenciais intervêm na execução


para assegurar a prioridade de pagamento, em caso de alienação judicial do bem.
Bons estudos!

A semana foi longa, mas o fim


de semana chegou.
Sextou :)

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