Fichamento Orlandi AD
Fichamento Orlandi AD
Fichamento Orlandi AD
ATIVIDADE III
Fichamento
Referências:
Orlandi, Eni. 2006. Análise de Discurso. In: Orlandi, Eni. P.; Lagazzi-Rodrigues,
Suzy. (Orgs). Introdução às Ciências da Linguagem – Discurso e Textualidade:
Pontes.
2. O que é Discurso
M. Pêcheux (1969) diz que o discurso é o efeito de sentidos. Nessa perspectiva, não
há uma relação linear entre locutores onde a língua seria apenas um código no qual
se pautaria a mensagem transmitida entre os sujeitos. Os locutores são sujeitos
tocados pelo simbólico que atuam de acordo com as circunstâncias, mobilizando,
cada um, sua memória discursiva, determinando os efeitos. Dentro da análise de
discurso, importa, portanto, a relação sujeito-situação e suas condições de produção
de discurso.
3. Condições de produção
As condições de produção incluem o sujeito, a situação, a memória discursiva e o
interdiscurso. A situação se refere às circunstâncias imediatas em que se produz um
enunciado por um sujeito, e junto a isso, ao contexto sócio-histórico ideológico. O
sujeito é posição projetada no discurso e não o sujeito físico, empírico que funciona
no discurso.
Dentro disso, existem as formações imaginárias, onde os elementos da situação
discursiva mobilizam a imagem que têm sobre quem lhe fala, o objeto do discurso e
sobre si mesmos. O interlocutor também tem a capacidade de se colocar na posição
do locutor e se antecipar quanto a sua resposta.
Sobre o imaginário, o que importa é a posição social do discurso.”Desse modo, não
é do operário que estamos falando, por exemplo, mas da imagem que a nossa
sociedade faz do operário.”, diz Orlandi.
Faz-se interessante mencionar também o conceito das relações de sentido que
dizem respeito aos dizeres outros que têm relação com o que dizemos. Além disso,
as relações de força entram como um outro ponto da AD quando refletimos sobre a
força da locução marcada pelo lugar social no qual se executa a produção discursiva
entre sujeitos representando uma posição. É dizer: importa se um sujeito está na
posição de pai ou de filho, determinando a força da relação de interlocução.
6. Sujeito
7. Esquecimentos
A memória discursiva vai se tratar de algo que já foi dito e que de alguma maneira
influencia naquilo que está se dizendo / vai se dizer agora. O texto vai explicitar o
pensamento de J.J Courtine (1985) no qual temos como base dois eixos um vertical
que é o da constituição do dizer e outro na horizontal que é o da formulação. Esses
dois eixos se cruzam e nesse cruzamento (constituição e formulação) se dá todo o
dizer e a constituição desse dizer determina a sua formulação. A memória fica no
eixo vertical.
9. Texto e Discurso
A autora cita que para ser texto é necessário ter textualidade e define textualidade
como função da relação do texto consigo mesmo e com a exterioridade
(características que fazem com que o texto seja mais que um amontoado de palavras
ou frases). Em outra citação temos que o texto é um objeto linguístico-histórico. Ele
não é apenas um conjunto de enunciados portadores de uma e até mesmo várias
significações; é antes um processo que se desenvolve de múltiplas formas em
determinadas situações sociais. (P. Fiala e C. Ridoux, 1973).
O discurso está para o texto assim como o sujeito está para o autor. Foucault (1971)
considera então o autor como princípio de agrupamento do discurso, como unidade
e origem de suas significações, como o núcleo de sua coerência. O que o coloca
como responsável pelo texto que produz. Já para nós o autor não se limita como em
Foucault; a função do autor se realiza sempre que o produtor de linguagem se
representa na origem, produzindo um texto com unidade, coerência, progressão, não
contradição e fim. O autor fica responsável pelo que diz ou escreve, pois é suposto
estar em sua origem. Assim se cria uma correlação entre sujeito/autor e
discurso/texto. O autor, embora não instaure discursividade, produz, no entanto, um
lugar de interpretação no meio dos outros. Esta é a sua particularidade. O sujeito só
se faz autor se o que ele produz for interpretável.
11. Interpretação
A interpretação pela análise do discurso, segundo Eni P. Orlandi, segue por duas
vias: uma que entende a interpretação como atividade do analista e outra que
entende o mesmo como atividade interpretativa do sujeito. E enquanto atividade
do analista a interpretação não procura produzir sentidos, porém busca explicitar
como aquele objeto simbólico estudado produz sentidos. Vale ressaltar que a
interpretação é uma questão ideológica, ou seja, ao se analisar determinados
signos aquele que faz a interpretação analítica de um artifício linguístico não deve
se ater ao que o conteúdo quer dizer, mas sim aos sentidos encontrados nas
entrelinhas da produção linguística observada. A ideologia no ato de sua produção
para o sujeito funciona como uma ocultação, por isso na análise não se interpreta
o que foi produzido, se interpreta o que levou determinado fato linguístico a ser
produzido.
14. Finalizando