A3 - Como A Inovação Curricular Pode Diminuir A Social Estratificação Escolar
A3 - Como A Inovação Curricular Pode Diminuir A Social Estratificação Escolar
A3 - Como A Inovação Curricular Pode Diminuir A Social Estratificação Escolar
SÃO PAULO
2022
NICOLAS MARCOS PEREIRA
TÍTULO DO TRABALHO
SÃO PAULO
2022
SUMÁRIO
1. Introdução..........................................................................................................04
2. Fundamentação Teórica sobre currículo...........................................................05
2.1 Teorias do currículo……………..……………………………………………………08
2.2. Análise do estudo de caso…..……….……………………………………………. 13
2.3 Currículo inovador..............................................................................................20
3. Considerações Finais........................................................................................23
Referências........................................................................................................24
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1. INTRODUÇÃO
A palavra currículo vem do latim curriculum e significa curso ou percusso, é
um trajeto que deve ser cumprido. E nesse trajeto estão a escola, os professores e
os alunos, todos são direcionados pelo currículo, como uma bússola que orienta
todas as naus para a terra firme. Nela está o papel da escola, o conteúdo que será
ministrado, as formas de avaliação, o papel do professor, o papel do aluno e por
último, mas não menos importante, o resultado desses elos; a aprendizagem.
1 SAVIANI, Nereide. Currículo — Um grande desafio para o professor. São Paulo. Revista de
educação. 2003 — pp. 35 – 38.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O currículo escolar pode ser contemplado como parte inerente da
organização educacional, pois sem a existência de um currículo não se pode
compreender as programações das tarefas escolares e nem se pode planejar os
conteúdos que serão lecionados em aula. Segundo o autor Tomaz Tadeu da Silva,
PH.D e doutor em International Development Education pela Universidade de
Stanford, em suma; a teoria do currículo nasceu nos Estados Unidos no século XX,
com visões diferentes de seus respectivos criadores, entre eles estão os teóricos
pedagógicos; John Franklin Bobbitt, Ralph Tyler com visões mais conservadoras e
John Dewey Michael Apple com visões opostas e progressistas entre os inúmeros
teóricos desse campo como Henry Giroux, Paulo Freire, Demerval Saviani.
Uma das mudanças que visa um futuro mais equitativo é a formação coerente
de novos profissionais na rede de ensino. Segundo Roberto Sidnei Alves Macedo,
Doutorado em Ciências da Educação pela Universidade de Paris 8 e pós-
Doutorados em Currículo e Formação pelas universidades: Fribourg-Suíça e
Universidade do Minho-Portugal. No livro Currículo: campo, conceito e pesquisa diz
“Nunca se constatou na história da educação uma tamanha importância
atribuída às políticas e propostas curriculares, diria mesmo, um tamanho
empoderamento do currículo enquanto definidor dos processos formativos e
suas concepções” (MACEDO, 2007, p.13).
2 https://portal.fazenda.sp.gov.br/acessoinformacao/Paginas/ICMS.aspx — ICMS
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Em meados dos anos sessenta, mais teorias críticas a este modelo surgiram.
Teóricos e educadores, entre eles Louis Althusser, Bourdieu e Passeron, que
propuseram uma nova visão sobre o currículo, o primeiro, apresentou o aparelho
escolar na reprodução do capitalista, já os dois últimos explanam sobre a cultura
dominante na exclusão no sistema de quem não a comporta. Acreditaram que o
currículo não é neutro, e tal ideologia foi mais difundida dos anos setenta e oitenta
até hoje pelos teóricos: Apple (1982), Giroux (1983), Doll (1997), Lopes e Macedo
(2011), Goodson (2012), Moreira e Silva (2011) e Silva (2015).
Importante salientar que esses teóricos e pensadores diziam que aqueles que
possuem mais capital cultural são bem mais sucedidos na escola, esse capital pode
também ser traduzido como recursos tecnológicos, que viabilizam o acesso à
internet e a informação; e por quem sabe fazer o uso dessas ferramentas, hoje,
essenciais, fornece autonomia. Pois segundo Michael Apple, no ambiente escolar há
uma arena de recursos, de poder e de ideologia.
Os anos de 2020 e 2021 não foram bons anos para a educação, porque os
números de analfabetos subiu muito, se equiparando os anos dos piores tempos da
educação brasileira. Na década de 50, a educação não era essencial e nem
obrigatória, não tinha muitas escolas, por conta disso, nem todos os alunos tinha
acesso a ela, nessa década também não tinha um plano nacional de educação. É
inusitado como ficamos a merce do plano de ação nacional mais elaborado que não
veio, justamente pela falta de estrutura, e o que seria uma ação paliativa virou regra
durante o ano. Segundo esses dados, os mais prejudicados com a falta de
organização de governos estaduais e municipais e das instituições foram as crianças
pretas e pardas, pois segundo pesquisas do instituto CETIC 6 (Tecnologias da
Informação e Comunicação), em 2019, domicílios apontaram que 20 milhões de
domicílios brasileiros não possuíam internet (28% da quantidade total). Comparando
as classes, apareciam desigualdades muito expressivas: enquanto nas classes
Nesse estudo, ainda mostra que nos anos de 2017 a 2019 o uso da internet
das classes baixas para realizar pesquisas escolares 27% e trabalhos escolares
18%, diferença é de 50% a menos em relação às classes mais altas. Essa pesquisa
evidencia uma estratificação social no acesso ao estudo e na falta de aparelhos nos
lares. Foi feito uma nova pesquisa em 2020, para verificar as mudanças no uso da
internet durante a pandemia, principalmente nas escolas.
Mas mesmo com acesso à internet nas escolas que fora fundamental para os
professores utilizarem para aulas online, poucas as escolas tinham espaços
preparados como laboratórios, salas de pesquisas, ou inovações para recorrer à
internet. Apenas 21% das escolas (públicas e privadas) ofereciam atividades
remotas antes da pandemia, mas a maioria não tinha acesso à internet, explicando
porque não tinham espaços e estruturação para efetuar inovações na aprendizagem.
Uma das soluções encontradas pelas escolas, foi a utilização dos aplicativos de
mensagens, visto que as escolas possuíam e-mail institucional, mas os alunos
(principalmente da educação básica) não acessam com frequência, nem tem
domínio dessa ferramenta, conforme mostra o estudo:
7https://brasil61.com/noticias/pesquisa-do-ibge-revela-que-4-1-milhoes-de-estudantes-da-rede-
publica-nao-tem-acesso-a-internet-bras214687
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alguns alunos que por falta de aparelho celular ou computador não tem acesso às
aulas online e, infelizmente, só tem à disposição atividades e conteúdo impresso
sem a intermediação do profissional especializado [professor].” Ele disse a respeito
do acesso ao conteúdo curricular disponibilizado pelo estado: “Além de ter que ir
atrás de contato com pais e responsáveis, estamos online 24h por dia. Por mais que
desejamos e ansiamos, não alcançamos a todos os estudantes como queríamos e
poderíamos.” Os pais foram obrigados a ser os tutores presenciais de seus filhos,
sem preparo, sem saber como dar a orientação necessária, pois sem lembrar do
conteúdo ou sem saber do conteúdo, não possuíam tempo de qualidade na maior
parte das ocasiões. A estudante Sofia Santana, 19 anos, destaca o que foi a
dificuldade de muitos alunos, ela mora em Contagem (MG) e passou pela transição
do ensino presencial para o remoto em virtude do agravamento da pandemia da
Covid-19. Segundo ela: “O que me prejudicou nessa falta de tecnologia foi a
quantidade de conteúdo vista. Sinto que atrasei muito e não consegui ver tantos
materiais para estar pronta para fazer uma prova” ela também disse que não tinha
espaço no celular para baixar os conteúdos de tantas matérias. A pesquisa do IBGE
revela que 4,1 milhões de estudantes da rede pública não tem acesso à internet, é
um número expressivo.
8https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/noticia/2022/06/mudanca-no-icms-pode-tirar-ate-r-21-
bilhoes-da-educacao-diz-estimativa.ghtml.
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Complementar que prevê um teto de 17% na alíquota para o ICMS cobrado sobre os
combustíveis e a energia elétrica, limite menor que o praticado em muitos estados.
“Vai faltar para custeio e investimento. Os municípios vão ter que continuar
honrado com o salário dos profissionais, que teve um aumento de 33%
nesse ano. Não vai ter dinheiro para o custeio, que é a água, a energia, a
internet, as reformas, e o investimento, que é a compra de materiais
didáticos, de equipamentos de informática, reforma e ampliação das
unidades escolares, de mobiliário.”9
9https://oglobo.globo.com/brasil/educacao/noticia/2022/06/mudanca-no-icms-pode-tirar-ate-r-21-
bilhoes-da-educacao-diz-estimativa.ghtml.
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A boa notícia é que um problema ignorado e que poderia ser muito maior no
futuro, hoje é necessidade primordial nas escolas. Segundo a mestra em educação,
Rozana Maria de Lima10, a questão financeira das famílias impacta diretamente na
questão educacional e deveria existir, por parte do governo, um suporte tecnológico
para cada residência, de forma que o acesso ao ensino chegue a todos, ela diz:
10https://brasil61.com/noticias/pesquisa-do-ibge-revela-que-4-1-milhoes-de-estudantes-da-rede-
publica-nao-tem-acesso-a-internet-bras214687.
11https://brasilpaisdigital.com.br/mec-lanca-oficialmente-a-rede-de-inovacao-para-educacao-hibrida-
em-todo-o-pais/.
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diferença na vida dos jovens brasileiros. A experiência de outros países com esse
modelo nos mostra que estamos no caminho certo.”, afirmou que o objetivo é trazer
a igualdade na educação para os jovens. Deverá ser implantado até o fim de
dezembro desse ano.
Referência: popk.com
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3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
12https://aliancapelaeducacao.com.br/component/content/article/157-educacao-publica/616-a-
importancia-da-educacao-digital-no-ensino-contemporaneo?Itemid=849.
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“Não é sobre o permitir ou proibir, mas sobre aprender para ensinar, sobre
fazer o certo, do jeito certo. É sobre aprender como estabelecer uma
relação consciente e segura com as novas tecnologias e um verdadeiro
relacionamento com as pessoas. É sobre o compromisso de desfrutar
somente daquilo que é útil do virtual, dedicando o tempo e atenção
merecidos para o bem viver e muito bem viver o real. Não é nos contra eles
e as telas, mas nós com eles para aprenderem a tirar o melhor e mais
seguro proveito delas”
REFERÊNCIAS
Pesquisa do IBGE revela que 4,1 milhões de estudantes da rede pública não
tem acesso à internet.
<https://brasil61.com/noticias/pesquisa-do-ibge-revela-que-4-1-milhoes-de-
estudantes-da-rede-publica-nao-tem-acesso-a-internet-bras214687> Acesso em: 07.
Dezembro. 2022.