Terapia de Aceitação

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TERAPIA DE

ACEITAÇÃO E
COMPROMISSO
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)

F592 Flaxman, Paul E.


Terapia de aceitação e compromisso / Paul E. Flaxman, J. T.
Blackledge e Frank W. Bond ; tradução de Patrícia Ribeiro ;
revisão técnica de Irismar Reis de Oliveira. — Novo Hamburgo
: Sinopsys Editora, 2022.
176 p. ; 21 cm. — (Série Características distintivas)

Tradução de : Acceptance and Commitment Therapy


ISBN 978-65-5571-073-1

1. Psicoterapia. 2. Terapia de aceitação e compromisso. I.


Blackledge, J. T. II. Bond, Frank W. III. Ribeiro, Patrícia. IV.
Oliveira, Irismar Reis de. V. Título.

CDD 616.891425

Catalogação na publicação: Vanessa Levati Biff — CRB 10/2454


Paul E. Flaxman
J. T. Blackledge
Frank W. Bond

TERAPIA DE
ACEITAÇÃO E
COMPROMISSO
Tradução
Patrícia Ribeiro
Revisão técnica
Irismar Reis de Oliveira

2022
Obra originalmente publicada sob o título
Acceptance and Commitment Therapy: Distinctive Features, 2011
Paul E. Flaxman, J. T. Blackledge e Frank W. Bond
All Rights Reserved
Authorised translation from the English language edition
published by Routledge, a member of the Taylor & Francis Group.

Supervisão editorial: Paola Araújo de Oliveira


Assistente editorial: Vitória Duarte Martinez
Capa: Márcio Monticelli
Editoração: Ledur Serviços Editoriais Ltda.

Todos os direitos reservados à


Sinopsys Editora
(51) 3066-3690
[email protected]
www.sinopsyseditora.com.br
Sobre os autores
Paul E. Flaxman é professor associado de Psicologia na City, Uni-
versity of London, Londres.
J. T. Blackledge é professor assistente de Psicologia na Morehead
State University, Estados Unidos.
Frank W. Bond é professor de psicologia em Goldsmiths, Univer-
sity of London, Londres.
Agradecimentos
A minha mãe, meu pai e Pete, por sua presença e apoio contínuos, e a
Sherylin, por me trazer de volta à vida quando eu menos esperava. Meus
sinceros agradecimentos a Frank, por me apresentar à ACT e por sua su-
pervisão e orientação contínuas. Agradeço também a J. T., por ser um
coautor eficaz, experiente e flexível. Agradecimentos adicionais vão para
Steve Hayes e Robyn Walser, por visitarem o Reino Unido para a realização
de workshops impactantes e acessíveis. Por fim, um agradecimento ao UK’s
ACT Special Interest Group, em particular Mark Webster, Eric Morris,
Joe Oliver, Jo Lloyd, Fiona Kennedy, Martin Brock, Joe Curran, David
Gillanders e Sue Hart (para citar apenas alguns), por terem feito um ótimo
trabalho divulgando a ACT no Reino Unido.

Paul E. Flaxman

A Cyndy, Ava, minha mãe e meu pai, que sempre acreditaram em mim.
Agradeço principalmente a Steve Hayes, pelo desenvolvimento inicial do
que se tornaram duas (ACT e RFT) paixões de uma vida, bem como por
sua orientação contínua. Também sou grato a Dermot Barnes-Holmes,
por seu incentivo, apoio e respeito. Por fim, estendo os agradecimentos
a Joseph Ciarrochi, DJ Moran, Jennifer Gregg e Robyn Walser, por seu
incentivo e coleguismo — e a Paul e Frank, por me trazer a bordo deste
projeto.

J. T. Blackledge
VIII   Agradecimentos

A Aidan, por continuar a me tornar mais flexível psicologicamente. Agra-


deço a Steve Hayes e a todos os meus colegas e amigos da comunidade da
ACT. Vocês me proporcionaram nada menos do que a essência de minha
carreira e a paixão para buscar uma maior compreensão científica da ACT
e seus processos. Permaneço em dívida com Jo Silvester, por seu apoio,
orientação e amizade, desde o início de minha trajetória. Por fim, sou grato
a Sonja Batten, uma colega inspiradora e, mais importante, grande amiga.

Frank W. Bond
Prefácio
A terapia de aceitação e compromisso (ACT, pronunciada como uma pa-
lavra única, do inglês acceptance and commitment therapy) é uma aborda-
gem comportamental moderna que emprega intervenções de aceitação e
mindfulness em associação com estratégias de compromisso e mudança de
comportamento com a intenção de ajudar os clientes a construírem uma
vida mais valorizada, vital e significativa. Diferentemente de abordagens
mais tradicionais da terapia cognitivo-comportamental (TCC), a ACT
não busca alterar a intensidade ou a frequência de pensamentos e emoções
indesejáveis. Em vez disso, seu objetivo principal é cultivar a flexibilidade
psicológica, que se refere à capacidade de entrar em contato com o momen-
to presente e, a partir do que a situação permite, modificar ou adotar um
comportamento de acordo com os próprios valores. Ou seja, a abordagem
se concentra em facilitar uma vida mais gratificante, mesmo na presença
desses pensamentos, emoções e sensações.
A ACT tem inúmeras características particulares e distintivas. Mais no-
tavelmente, está vinculada a uma teoria e programa de pesquisa básica que
diz respeito à natureza da linguagem e cognição humanas, conhecida como
teoria do quadro relacional (RFT, do inglês relational frame theory). Essa
ligação com os princípios fundamentais do comportamento levou à cria-
ção de um modelo singular e de base empírica do funcionamento humano,
que compreende seis processos terapêuticos inter-relacionados: aceitação,
desfusão, contato com o momento presente, self-como-contexto, valores e ação
comprometida.
Neste livro, descrevemos cada um deles, juntamente com algumas
intervenções centrais da ACT que podem ser usadas em seu benefício.
Entretanto, deve-se notar desde o início que sua natureza orientada por
processos permite uma flexibilidade técnica importante. Seus profissionais
não estão de forma alguma restritos às ações que identificamos e são incen-
X   Prefácio

tivados a ser criativos quando se trata de escolher, desenvolver ou adaptar


técnicas. Do ponto de vista da ACT, muitos métodos de tratamento psico-
lógico ou comportamental são dignos de consideração, contanto que fun-
cionem de maneira a fortalecer um ou mais dos seis processos principais.
O interesse mundial no modelo da ACT/RFT acerca da mudança de
comportamento já é endossado por um número impressionante de estu-
dos. A RFT é uma das teorias analítico-comportamentais humanas mais
extensivamente pesquisadas, e a eficácia das intervenções da ACT foi, até
o momento, comprovada em mais de 30 ensaios clínicos randomizados
(ECRs) envolvendo várias populações clínicas (e não clínicas). Duas ca-
racterísticas de sua base empírica merecem destaque. Primeiro, sua aplica-
bilidade foi demonstrada em uma ampla gama de dificuldades humanas
incluindo ansiedade, depressão, psicose, transtornos alimentares, trauma,
abuso de substâncias, dor crônica e esgotamento relacionado ao trabalho,
para citar apenas algumas. De maneira semelhante, a ACT tem sido uti-
lizada para aperfeiçoar o autogerenciamento de doenças crônicas, como
a diabetes e a epilepsia. A evitação experiencial, um elemento crucial da
inflexibilidade psicológica, está cada vez mais sendo considerada um fa-
tor de risco generalizado com implicações para o funcionamento humano
como um todo. Consequentemente, as intervenções da ACT também es-
tão sendo efetivamente realizadas como uma medida preventiva em esco-
las, faculdades e ambientes de trabalho.
Um segundo aspecto relevante do trabalho empírico da ACT diz res-
peito a seus processos de transformação. Considerando a variedade de ce-
nários, populações de clientes e métodos de aplicação avaliados em suas
pesquisas, os padrões de mediação observados são excepcionalmente está-
veis. De fato, agora há evidências convincentes de que seus resultados são
mediados pelo aumento da flexibilidade psicológica e/ou de seus elemen-
tos (como a desfusão cognitiva ou melhores habilidades de mindfulness/
aceitação). A credibilidade dessas descobertas endossa a utilidade do mo-
delo teórico unificado da ACT na orientação da avaliação de variáveis ​​de
processos e identificação de mecanismos ativos de mudança.
Assim como os outros livros da série Características distintivas, este vo-
lume está dividido em duas seções. A Parte 1 revela as raízes teóricas e
filosóficas da ACT e apresenta uma descrição de cada um dos seis processos
centrais, que se associam a fim de promover a flexibilidade psicológica.
Prefácio    XI

Também abordamos as principais diferenças pressupostas e estratégicas en-


tre a ACT e a TCC mais convencional. A segunda metade concentra-se em
sua prática. Descrevemos algumas das metáforas, exercícios experienciais e
outras intervenções que podem ser empregadas com intenção de auxiliar
seus processos terapêuticos. A Parte 2 é endossada por breves extratos de
sessões (alterados com a finalidade de garantir o anonimato), que foram
deliberadamente escolhidos por seu potencial para ilustrar os processos da
ACT à medida que se desenrolam. O livro conclui com uma consideração
de sua postura terapêutica distinta, que exige de seus profissionais buscar
uma experiência íntima e pessoal de flexibilidade psicológica.
Esta obra foi desenvolvida com o intuito de fornecer uma rota concisa
e acessível para a teoria e a prática da ACT. Portanto, é direcionada a um
grande número de leitores, incluindo aqueles que já têm alguma experiên-
cia com a ACT e os terapeutas experientes ainda novos nessa abordagem,
mas treinados em outras (como a TCC tradicional). Também se destina a
ser um recurso importante para aqueles que não estão familiarizados com
psicoterapia e com a ACT, a exemplo daqueles em treinamento e estudan-
tes. Qualquer que seja a formação do leitor, o livro tem o mesmo objetivo:
apresentar a teoria e a prática da ACT como uma abordagem extremamen-
te distinta com o objetivo de fomentar a condição humana.
Sumário
Parte 1 Características teóricas distintivas da terapia
de aceitação e compromisso................................ 15
1 Terapia de aceitação e compromisso, sofrimento
humano e evitação experiencial...................................... 17
2 Desenvolvimentos na terapia cognitivo-
-comportamental: terapia de aceitação e compromisso
e a terceira onda de terapia comportamental................... 21
3 Contextualismo funcional.............................................. 25
4 Teoria do quadro relacional............................................ 29
5 Aceitação........................................................................ 35
6 Desfusão cognitiva......................................................... 39
7 Self-como-contexto......................................................... 43
8 Contato com o momento presente................................. 47
9 Valores........................................................................... 51
10 Compromisso................................................................. 55
11 Mindfulness e mudança de comportamento:
rumo à flexibilidade psicológica...................................... 59
12 Terapia de aceitação e compromisso e terapia
cognitivo-comportamental: diferenças presumidas.......... 65
13 Terapia de aceitação e compromisso e terapia cognitivo-
-comportamental: diferenças estratégicas e técnicas......... 69
14 Questões empíricas......................................................... 73
XIV   Sumário

Parte 2 Características práticas distintivas


da terapia de aceitação e compromisso................ 77
15 Visão geral das estratégias terapêuticas da terapia de
aceitação e compromisso................................................ 79
16 Conceituação de caso baseada na terapia de
aceitação e compromisso................................................ 83
17 Avaliando a viabilidade da agenda de controle/
evitação.......................................................................... 87
18 Desesperança criativa...................................................... 91
19 O controle é o problema, não a solução.......................... 97
20 Introduzindo a disposição como alternativa
ao controle..................................................................... 101
21 Promovendo a aceitação ativa......................................... 107
22 Desfusão cognitiva I: alterando as convenções
linguísticas..................................................................... 113
23 Desfusão cognitiva II: objetificando o conteúdo
psicológico..................................................................... 119
24 Cultivando a atenção plena para promover contato
com o momento presente............................................... 123
25 Entrando em contato com o self-como-contexto............. 129
26 Definindo valores........................................................... 135
27 Meta baseada em valores e planejamento de ação............ 141
28 Construindo padrões mais amplos de ação
comprometida................................................................ 145
29 Terapia de aceitação e compromisso em grupos e
contextos não clínicos..................................................... 151
30 Postura terapêutica......................................................... 157

Referências..................................................................... 163
Índice............................................................................. 171
Parte 1
CARACTERÍSTICAS TEÓRICAS
DISTINTIVAS DA TERAPIA DE
ACEITAÇÃO E COMPROMISSO
1

TERAPIA DE ACEITAÇÃO E COMPROMISSO,


SOFRIMENTO HUMANO E EVITAÇÃO EXPERIENCIAL

A terapia de aceitação e compromisso (ACT, do inglês acceptance and com-


mitment therapy; Hayes, Strosahl, & Wilson, 1999) foi desenvolvida como
alternativa às linhas mais tradicionais de psicoterapia (como a terapia cog-
nitivo-comportamental [TCC]), que dão maior ênfase à diminuição da
intensidade e da frequência de emoções e cognições aversivas. Em oposição
a tentativas diretas de reduzir esses níveis, a ACT prioriza uma maior efi-
cácia comportamental, independentemente da presença de pensamentos e
emoções desagradáveis de maior ou menor potência. Em outras palavras,
o terapeuta não tenta alterar os pensamentos ou atenuar as emoções an-
gustiantes do cliente — embora, talvez ironicamente, o estresse psicológico
geralmente diminua quando a ACT é bem-sucedida. Ainda que a princí-
pio possa parecer estranho planejar um tratamento que não tente fazer o
cliente se sentir melhor ou pensar de modo diferente, há uma justificativa
comprovadamente sólida para fazê-lo.
A suposição de que o estresse psicológico acentuado é parte normal
da experiência humana é essencial para a ACT. Tal pressuposto contrasta
com a visão majoritária na psicologia clínica e na psiquiatria, em que os
níveis de aflição equiparados a transtornos psicológicos são considerados
estatisticamente desviantes. A noção da maioria de que a angústia suficien-
temente intensa para justificar o diagnóstico psicológico é estatisticamente
anormal, no entanto, pode estar errada. Por exemplo, Kessler et al. (1994)
estimaram que 50% da população dos Estados Unidos com idades entre
15 e 54 anos se qualificavam para pelo menos um diagnóstico do Ma-
nual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-III-R, do inglês
Diagnostic and statistical manual of mental disorders), com 80% destes se
qualificando para dois ou mais. Moffitt et al. (2009) apresentaram uma
18   Terapia de aceitação e compromisso, sofrimento humano...

estimativa ainda mais sombria, descobrindo em um estudo longitudinal


que entre 57 e 65% das amostras dos Estados Unidos e da Nova Zelân-
dia foram diagnosticadas com, no mínimo, um transtorno psicológico aos
32 anos. Estudos como esses indicam que, embora o diagnóstico de qual-
quer transtorno específico permaneça estatisticamente anormal, é muito
provável que o estresse psicológico evidenciado indicado por eles como um
todo seja experimentado pela maioria das pessoas ao menos uma vez na
vida.
Do ponto de vista da ACT e da teoria do quadro relacional (RFT, do
inglês relational frame theory), essa alta prevalência de sofrimento humano
não é surpreendente. Os animais não humanos parecem exigir muito pou-
co para prosperar e aparentam ser um tanto felizes: comida, água, calor,
abrigo, um mínimo de contato e uma relativa ausência de abuso físico.
A RFT (ver Capítulo 4) descreve como os processos normais da linguagem
transformam drasticamente a experiência humana, resultando na capaci-
dade de avaliar pronta e frequentemente todos os seus aspectos de maneira
negativa. Uma vez que os seres humanos desenvolvem a habilidade exclusi-
vamente verbal de refletir sobre sua existência, considerar seu eventual fim,
comparar-se a “ideais” imaginários, identificar “falhas” pessoais e usá-las
como evidência de “indignidade”, a probabilidade de estresse psicológico
parece aumentar substancialmente (embora, como será discutido no Ca-
pítulo 6, muitos elementos dessas “construções verbais” sejam literalmen-
te construídos, em vez de servirem como reflexos imutáveis ​​da realidade).
A RFT postula que essa habilidade verbal configura um impulso e susce-
tibilidade para a evitação experiencial, o ato de tentar evitar pensamentos,
emoções, memórias e outras experiências íntimas desagradáveis.
O potencial humano para a evitação experiencial é significativo por
pelo menos duas razões. Em primeiro lugar, muitos desses comportamen-
tos causam danos físicos ou agravam o(s) problema(s) que os gerou. Beber,
drogar-se, comer excessivamente e não praticar exercícios costumam ser
seus principais exemplos fisicamente prejudiciais; ações envolvendo pro-
crastinação e evitação de conflito construtivo muitas vezes intensificam
a angústia precipitante. Em outras palavras, muitas instâncias de evitação
experiencial podem oferecer algum alívio inicial, mas tornam nossos pro-
blemas e tormento piores em longo prazo. Em segundo lugar, a maioria
de seus eventos nos impede de experimentar a vida de forma plena. Por
Terapia de aceitação e compromisso    19

exemplo, se alguém valoriza um relacionamento íntimo, atencioso e amo-


roso, mas constantemente se afasta do parceiro quando emoções desagra-
dáveis ​​emergem, dificilmente irá desenvolver e manter tal relacionamento.
Ou, se estima uma carreira profissional gratificante, mas se frustra com
as árduas demandas inerentes, é improvável que tal carreira se concretize.
Quando a vida é experimentada dessa maneira, é de se esperar que a satis-
fação e o bem-estar diminuam consideravelmente com o passar do tempo.
A conclusão vem prontamente: os níveis elevados de evitação experiencial,
juntamente com a incapacidade de reduzir a aflição em longo ou mesmo
em curto prazo (ver Capítulo 18), afastam cada vez mais a pessoa de uma
vida significativa, valorizada e vital.
Essas premissas da ACT/RFT sugerem que um modo diferente de
abordar o sofrimento humano pode ser indicado. Se o estresse psicológico
acentuado é uma parte da existência humana que geralmente não pode ser
evitada, e se a evitação experiencial frequente tende a exacerbá-lo e dimi-
nuir a qualidade de vida, então talvez a psicoterapia deva ajudar os clientes
a encontrarem maneiras de aceitar a angústia que surge ao buscarem uma
vida plena. Essa sugestão não é nenhuma novidade e, de certa forma, se
assemelha ao conselho que muitos de nós recebemos de nossos avós, mas
consideramos difícil de seguir: recomponha-se, siga em frente e cumpra
suas responsabilidades. Contudo, o alicerce da ACT na RFT indica uma
prescrição diferente, mais viável e atraente do que a pura perseverança.
No cerne do relato da RFT sobre linguagem e cognição está a hipótese de
que os tipos de palavras abstratas e avaliativas com as quais lutamos e que
afirmam retratar a realidade, de fato, não podem fazê-lo. Portanto, a acei-
tação solicitada a um cliente da ACT não é a aceitação de sua experiência
como ele literalmente a percebe, mas sim como ela é, e não como sua mente
diz ser. Os capítulos posteriores sobre a RFT, aceitação, desfusão cognitiva
e self-como-contexto irão explicar como essa distinção é posta em ação.

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