TCC Leonardo 10.12 Final

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE ECONOMIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS

LEONARDO LOPES MARQUES

BENEFICIAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS: ANÁLISE DAS


POSSIBILIDADES DE REUSO DOS RESÍDUOS EM UNIDADES
ESPECIALIZADAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

SALVADOR

2019
LEONARDO LOPES MARQUES

BENEFICIAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS: ANÁLISE DAS


POSSIBILIDADES DE REUSO DOS RESÍDUOS EM UNIDADES
ESPECIALIZADAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso


de Ciências Econômicas da Universidade Federal da
Bahia como requisito parcial à obtenção do grau de
Bacharel em Ciências Econômicas.

Área de Concentração: Economia e meio ambiente.

Orientador: Prof. Me. Ihering Guedes Alcoforado de


Carvalho.

SALVADOR

2019
Ficha catalográfica elaborada por Vânia Cristina Magalhães CRB 5- 960
Marques, Leonardo Lopes
M357 Beneficiamento de rochas ornamentais: análise das possibilidades de
reuso dos resíduos em unidades especializadas na Região Metropolitana de
Salvador./ Leonardo Lopes Marques. – 2019.
65 f. il. fig., graf., quad.

Trabalho de conclusão de curso (graduação) – Universidade Federal


da Bahia. Faculdade de Economia, Salvador, 2019.
Orientador: Prof. Me Ihering Guedes Alcoforado de Carvalho.

1. Rochas ornamentais - Bahia. 2. Rochas ornamentais –


Reaproveitamento. 3. Meio ambiente. 4. Marmoraria. I. Carvalho, Ihering
Guedes Alcoforado de. III. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de
Economia.

CDD – 333.85098142
LEONARDO LOPES MARQUES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Ciências Econômicas da Faculdade


de Economia da Universidade Federal da Bahia, requisito parcial à obtenção de grau de
Bacharel em Ciências Econômicas.

Aprovado em de novembro de 2019

Banca examinadora

__________________________________________________
Prof, Me. Ihering Guedes Alcoforado de Carvalho
Universidade Federal da Bahia - UFBA

__________________________________________________
Prof. Dr. Hamilton de Moura Ferreira Junior
Universidade Federal da Bahia - UFBA

__________________________________________________
Prof. Dr. Henrique Tome da Costa Mata
Universidade Federal da Bahia - UFBA
AGRADECIMENTO

“Pois desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. ” (Jo
6,38) - Primeiramente agradeço à Nossa Senhora de Fátima, por guiar os meus passos e
protegendo a mim e minha família em todos momentos de dificuldades.

Um dia me disseram que por ser filho de pobre jamais deveria cursar uma Universidade Federal
ou até mesmo estudar, mas foi através desta palavra e o apoio incondicional de minha família
me fizeram continuar persistindo, mesmo passando por todas as dificuldades e noites perdidas.
Desta forma, agradeço a minha mãe Iracema por ter me apoiado em todos os momentos e
sustentado todas as minhas crises de choro, depressão e ansiedade. Agradeço ao meu irmão
Alberto, cunhada Katia e minha sobrinha Lara por fazerem parte da minha vida. Devo também
gratidão aminha avó Maria, por se preocupar com meu bem-estar e estudo. Por fim, gostaria de
dizer que vocês representam tudo para mim pois é meu porto seguro. Sei que minha vida nunca
foi fácil que a jornada é grande e tenho muito que aprender, mas jamais desistirei de algo sem
lutar até o fim pois afinal de contas foi isso que vocês me ensinaram.

Aos meus amigos (as) Manolo Esmiol, Iramaya Soeiro, Thailcy Colman, Robson Crispim, Érik
Cássio, Jeferson, Lucas Santana, Claudia Hermano, Luísa Lobão, Gisa Silva, Victor Lemos,
Carine Bomfim e dentre outros. Vocês enchem minha vida de momentos felizes.

Agradeço ao meu orientador Ihering Guedes Alcoforado de Carvalho por ter guiado os meus
passos no tema escolhido pois sem ajuda do senhor teria dificuldade de enxergar o horizonte
deste assunto. Aos meus professores Hamilton de Moura Ferreira Junior, Lielson Antonio A.
Coelho, Henrique Tome da Costa Mata. Obrigado por tanta dedicação e carinho!

Muito obrigado a todos funcionários da portaria, limpeza e da biblioteca em especial senhora


Vânia Magalhães e também senhor Washington. Agradeço ao pessoal do colegiado Rafael e
Fabricio por aguentar minhas chatices.
RESUMO

O presente trabalho tem como finalidade analisar o beneficiamento de rochas ornamentais e


desenvolver unidade especializada no reaproveitamento dos resíduos sólidos. Verifica-se que
ao realizar o reaproveitamento deste material se faz necessário construir um modelo de negócio
que almeje atuar através desta ideia. O desenvolvimento inicial deste trabalho apresentou-se
através de traços principais das marmorarias e as diferentes formas de desperdícios e
ineficiência, já a construção de um referencial teórico foi determinada através do comando e
controle, economia do bem-estar, economia institucional (NEI) e abordagem da produtividade
do insumo. Na construção do modelo de negócio foi utilizado o Canvas.

Palavras-chave: Rochas ornamentais. Resíduos. Modelo de negócio.


ABSTRACT

The present work aims to analyze the beneficiation of ornamental rocks and to develop a
specialized unit for solid waste reuse. When reusing this material, it is necessary to build a
business model that aims to act through this idea. The initial development of this work was
presented through the main features of the marble shop and the different forms of waste and
inefficiency, while the construction of a theoretical framework was determined through
command and control, welfare economics, institutional economics (NIS) and input productivity
approach. In the construction of the business model, Canvas was used.

Key-words: Ornamental rocks. Waste. Business template.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura produtiva e comercial do setor de rochas ................................................ 14

Figura 2 - Localização da região metropolitana de Salvador no estado da Bahia ................... 17

Figura 3 – Modelo simplificado de layout .............................................................................. 18

Figura 4 – Mapa da RMS com a localização das empresas marmoristas ................................ 20

Figura 5 – Interação dos setores da marmoraria ...................................................................... 21

Figura 6 – Fluxograma dos processos para a análise da ocorrência de perdas........................ 22

Figura 7 – Caminhão com carga irregular ............................................................................... 23

Figura 8 – Caminhão com carga irregular ............................................................................... 23

Figura 9 – Descarregamento de chapas ................................................................................... 24

Figura 10 – Descarregamento de chapas ................................................................................. 24

Figura 11 – Armazenamento das aparas .................................................................................. 25

Figura 12 – Armazenamento das aparas .................................................................................. 26

Figura 13 – Lançamento inadequado de resíduos no córrego ................................................. 27

Figura 14 - Pó gerado no corte das rochas .............................................................................. 28

Figura 15 – Fundamentos do paradigma ................................................................................. 29

Figura 16 - Os nove blocos criação de Modelo de Negócios .................................................. 42

Figura 17 - Tipos e fases dos canais de distribuição ............................................................... 45

Figura 18- Exemplo de modelo de negócios ........................................................................... 55


LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Participação na produção de rochas ornamentais por região no Brasil - 2015 ..... 16

Gráfico 2 – Destinação dos resíduos gerados .......................................................................... 38

Gráfico 3 – Interesse das empresas destinação dos resíduos ................................................... 38


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Distribuição estadual da produção de rochas ornamentais no Brasil – 2017 ........ 15

Quadro 2 - Fontes de tecnologia mais utilizadas pelas empresas ........................................... 35

Quadro 3 - Tipos e suas definições na proposta de valor ........................................................ 43

Quadro 4 - Tipos e definições no seguimento de clientes ....................................................... 44

Quadro 5 - Os tipos de canais e os exemplos de negócio ....................................................... 47

Quadro 6 - Tipos de relacionamento e exemplos .................................................................... 48

Quadro 7 - Tipos de fontes de receitas e exemplos ................................................................. 50

Quadro 8 - Categorização dos recursos principais .................................................................. 51

Quadro 9 - Atividades-chave para o negócio .......................................................................... 51

Quadro 10 - Parceiros .............................................................................................................. 52


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

2 AS MARMORARIAS ................................................................................................. 13

3 TRAÇOS PRINCIPAIS DO EMPREENDIMENTO............................................... 18

3.1 DIFERENTES FORMAS DE DESPERDÍCIOS E INEFICIÊNCIA ........................... 21

4 ABORDAGEM TEÓRICA......................................................................................... 28

4.1 COMANDO E CONTROLE ......................................................................................... 29

4.2 ECONOMIA DO BEM-ESTAR ................................................................................... 30

4.3 NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL (NEI) ........................................................... 30

4.4 ABORDAGEM DA PRODUTIVIDADE DO INSUMO ............................................. 31

4.5 LEGISLAÇÃO .............................................................................................................. 33

5 ENFRENTAMENTO DOS DESPERDÍCIOS E INEFICIÊNCIA ......................... 34

5.1 INCENTIVOS A INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL, TECNOLÓGICA INSTITU-

CIONAL ........................................................................................................................ 34

5.2 INOVAÇÕES INSTITUCIONAIS E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS ....... 36

5.3 ABERTURA DE UM EMPREENDIMENTO E O PROCESSO ESTRATÉGICO

PARA O REAPROVEITAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS ........................ 37

5.4 MODELO DE NEGÓCIO CANVAS ........................................................................... 40

5.4.1 PROPOSTA DE VALOR ........................................................................................... 42

5.4.2 SEGUIMENTOS DE CLIENTES.............................................................................. 44

5.4.3 CANAIS ........................................................................................................................ 45

5.4.4 RELACIONAMENTO COM CLIENTES................................................................ 47

5.4.5 FONTES DE RECEITA ............................................................................................. 49

5.4.6 RECURSOS PRINCIPAIS ......................................................................................... 50


5.4.7 ATIVIDADES-CHAVE .............................................................................................. 51

5.4.8 PARCERIAS PRINCIPAIS ....................................................................................... 51

5.4.9 ESTRUTURA DE CUSTO ......................................................................................... 53

5.4.10 EXEMPLO: UNIDADE ESPECIALIZADA NO REAPROVEITAMENTO DE


RESÍDUOS .............................................................................................................................. 54

6 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 56

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 60
10

1 INTRODUÇÃO

A poluição causada pelas marmorarias tornou-se uma abordagem a ser discutida por alguns
pesquisadores, pois, busca-se o desenvolvimento do reaproveitamento dos resíduos sólidos que
foram gerados através do processo de beneficiamento das rochas ornamentais. Preliminarmente
este fenômeno de perda é resultante de alguns fatores que ocorrem nas marmorarias como, por
exemplo, a falta de planejamento, falta de atenção, as máquinas utilizadas e também dentre
outros fatores que podem gerar o desperdício neste ambiente. Samudio (2017) estima que
durante o processo de corte sejam perdidos de 25% a 30% da matéria prima, uma vez que é
transformada em pó e retalho. No entanto algumas empresas do setor tendem a utilizar as
práticas inadequadas de descarte destes materiais, nos quais são destinadas às margens das vias
ou estradas, rios, lagos, córregos e etc. Estas empresas tendem a considerar este tipo de prática
o meio mais barato para o volume de resíduos gerados e a serem desprezados na natureza,
porém, por trás desta atitude inadequada há os órgãos públicos que fiscalizam estas instituições
e se caso os mesmos venham a receber algum tipo de denúncia, ou até mesmo peguem esta
empresa em flagrante, tendem a utilizar práticas que são classificadas como poluidor-pagador
e o protetor-recebedor.

As empresas tendem a obedecerem às legislações específicas, pois, o objetivo nesta visão


sistêmica é considerar as variáveis ambientais, sociais, culturais, econômicas e a saúde pública
como fenômenos de extrema importância. A responsabilidade focada ao meio ambiente
estimula as empresas a seguirem regras que visem à proteção e também estimulem os
empresários deste setor a pensar em qual atitude a ser tomada é a mais adequada. Esse fenômeno
de norma é classificado através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por
intermédio da Norma Brasileira (NBR) 10004, (ABNT 2004); observa-se que os resíduos são
classificados como aqueles que são sólidos e também os semissólidos, porém estas atividades
devem ocorrer nas indústrias comerciais, agrícolas, domésticas, hospitalar, serviços e varrição.
Através desta colocação devo salientar que nesta abordagem já são classificados a “lama”
proveniente do processo de beneficiamento da rocha. Segundo a definição demonstrada através
do pesquisador Rosato (2013) é a ABNT quem estabelece e gerencia os métodos de
caracterização de resíduos sólidos. Pode-se perceber que através NBR 10004 é apresentado a
classificação dos resíduos sólidos já a NBR 10005 demonstra que a partir desta classificação
11

ocorre o procedimento para obtenção de extrato lixiviado. Este pesquisador ainda destaca que
na NBR 10006 é realizado através de procedimentos para obtenção de extrato solúvel de
resíduos sólidos, porém, a NBR 10007 tende a demonstrar o tipo de amostragens dos resíduos
sólidos. Esta Norma ainda destaca que as destinações adequadas dos resíduos devem ser
classificadas através de duas classes sendo estas perigosas ou não perigosas.

Preliminarmente gostaria de destacar que o desenvolvimento desta pesquisa tem como sugestão
o reaproveitamento destes resíduos, pois existe uma viabilidade econômica no
reaproveitamento do pó e/ou fragmentos das rochas ornamentais visando assim à produção de
matérias como tijolos cerâmicos, peças cerâmicas e concretas, produção de argamassas, telhas,
vidro, agricultura, muros de contenção de taludes, meio-fio, pavimentação e dentre outros
produtos. No entanto, este tipo de exploração dos resíduos para serem concretizados deve existir
adaptações na legislação que visem a destinação deste resíduo a um modelo de negócio
específicos no qual utilizem práticas para reaproveitarem deste material, outra possibilidade de
sugestão a ser oferecida é focada na possibilidade e facilidade econômica das empresas ou órgão
de pesquisa tecnológica para conquistar tecnologias e até mesmo produzir equipamentos que
visem o reaproveitamento.

Diante deste desafio exposto o trabalho foi estruturado em cinco capítulos. No primeiro foi
introduzo a questão produtiva brasileira e no decorrer desta abordagem foco mais na análise de
rochas ornamentais realizadas na Região Metropolitana de Salvador, no qual, se configura
através dos municípios de Camaçari, Candeias, Itaparica, Salvador, São Francisco do Conde,
Simões Filho, Dias D’Ávila, Mata de São João, e Madre de Deus. Área e o setor selecionados
têm como objetivo a delimitação do trabalho. No segundo capítulo será feito uma demonstração
dos traços principais deste empreendimento, modelo simplificado do layout das marmorarias e
as diferentes formas de perdas deste material. No capítulo subsequente será determinado um
estudo dos fundamentos econômicos e a atual legislação aplicável ao setor. Em seguida trato
dos incentivos tecnológicos para inovação organizacional, pois os equipamentos utilizados pelo
setor são considerados por alguns autores como rudimentar. Introduzo também uma sugestão
de saída para este problema que é a criação de um modelo de negócio que venha captar todos
estes resíduos gerados.

Em resumo esta pesquisa tem como objetivo fornecer uma sugestão de possibilidade de reuso
dos resíduos em unidade especializada e também busco intensificar políticas voltadas para a
12

área ambiental focada no reaproveitamento destes resíduos, pois este material descartado pode
causar problemas ao meio ambiente.
13

2 AS MARMORARIAS

Para trabalhar com a indústria deste setor foi elaborado a hipótese sobre reciclagem de resíduos
de rochas ornamentais. Verifica-se que através do reaproveitamento deste material existe a
possibilidade da obtenção de retornos financeiros para o modelo de negócio que almeje atuar
através desta ideia.

Uma breve contextualização sobre o setor é que as marmorarias são empresas responsáveis pelo
beneficiamento, polimento e fabricação dos produtos solicitados pelos clientes.
Comercialmente esta empresa utiliza rochas como o mármore, ardósias, quartzitos basaltos e
etc.

Antes desta etapa final citada anteriormente existe outras duas que apresentam grande
relevância a serem mencionadas neste processo produtivo de rochas ornamentais como a
mineração e a serraria. A diferença entre essas duas é que na primeira o processo é realizado
através lavra, no qual, é feito a exploração da rocha e na segunda etapa apresenta-se a realização
do corte dos blocos em chapas polidas.

Nesta figura abaixo encontrasse um esquema sobre a estrutura comercial brasileira de rochas
ornamentais.
14

Figura 1 - Estrutura produtiva e comercial do setor de rochas

Fonte: Abirochas (2018)

No Brasil, setor rochas ornamentais e de revestimento vem evoluindo constantemente com


passar dos anos. Porém este segmento contém um envolvimento de 10 estados e 80 municípios
da Federação que realizam atividades produtivas na lavra (ABIROCHAS, 2018).

A região do Sudeste atualmente concentra-se a maior produção e consumo de rochas


ornamentais do Brasil. O seu arranjo produtivo absorve rochas de diversos tipos, como por
exemplo: granito, mármore, pegmatito, ardósia, quartzito foliado, quartzito maciço, pedra-
sabão, pedra-talco, serpentinito, basalto e pedra paduana (gnaisse). Observa-se que através da
tabela abaixo sobre a produção realizada na lavra se deve principalmente aos estados do Espírito
Santo e Minas Gerais, entretanto as demais regiões não estão acentuadas.
15

Quadro 1 – Distribuição estadual da produção de rochas ornamentais no Brasil – 2017

Região UF Produção Tipo de Rocha


(t)
Espírito Santo 3.400.000 Granito e mármore
Granito, pegmatito, ardósia, quartzito foliado,
Minas Gerais 1.900.000 quartzito maciço, pedra-sabão, pedra-talco,
Sudeste serpentinito, mármore e basalto
Rio de Janeiro 200.000 Granito, mármore e pedra Paduana (gnaisse)
São Paulo 80.000 Granito, quartzito foliado
Paraná 200.000 Granito e mármore
Rio Grande do 140.000 Granito, basalto e quartzito
Sul
Sul
Santa Catarina 120.000 Granito, ardósia e mármore
Goiás 200.000 Granito, quartzito foliado, serpentinito
Centro- Mato Grosso 50.000 Granito
Oeste
Mato Grosso do
60.000 Granito e mármore
Sul
Granito, pegmatito, mármore, travertino,
Bahia 850.000
arenito e quartzito maciço
Granito, pegmatito, limestones e pedra Cariri
Ceará 900.000
(calcário plaqueado)
Paraíba 430.000 Granito e conglomerado
Nordeste Pernambuco 140.000 Granito e quartzito
Alagoas 160.000 Granito
Rio Grande 170.000 Mármore e granito
Norte
Piauí 100.000 Pedra Morisca (arenito arcosiano) e ardósia
Rondônia 50.000 Granito
Roraima 10.000 Granito e anortosito
Norte
Pará 30.000 Granito
Tocantins 10.000 Granito, chert (quartzito), serpentinito
Total Brasil 9.200.000
Fonte: Abirochas (2018)

A produção de rochas ornamentais realizadas na região do Nordeste em média é mais valorizada


do que os das demais regiões. No entanto no ano de 2017 correspondeu cerca de 2.7 Milhões
16

de toneladas produzidas. Estima-se que durante este período o estado do Ceará apresentou
grande importância para a região, pois sua produção corresponde 900 Mil toneladas. Percebe-
se que a participação Paraíba correspondeu apenas cerca de 16% (430 Mil t) porem no
Pernambuco foi de 5% (140 Mil t). As demais regiões como Alagoas 6% (160 Mil t), Rio
Grande do Norte 6% (170 Mil t) e Piauí apenas 3% (100 Mil t). Outro dado importante para o
ano de 2017 é que na Bahia correspondeu cerca de 31% (850 Mil t). (ABIROCHAS, 2018).

Gráfico 1 - Participação na produção de rochas ornamentais por região no Brasil - 2017

Rio Grande do Piauí


Norte 3%
6%

Bahia
31%
Alagoas
6%

Pernambuco
5%

Paraiba
16% Ceará
33%

Fonte: Abirochas (2018)

Através deste último indicador sobre a lavra no Nordeste é interessante relatar que na Bahia por
volta dos anos 50 foi descoberto o mármore calcrete/travertino, no qual, atualmente é conhecido
como Bege Bahia ou Travertino Bahia. Esse produto antes desta nomeação chamava-se
mármore Marta Rocha, em alusão à eterna Miss Brasil. Entretanto, com o tempo os produtores
pioneiros resolveram modificar o seu nome devido a cor dominante e ao estado de origem
(RIBEIRO, 2002).

Em termos históricos é possível destacar que os empreendedores começaram suas atividades


por volta dos anos 60 e atualmente na Bahia a suas matérias-primas principais são: granito,
pegmatito, mármore, travertino, arenito e quartzito maciço. A aceitação deste material no
17

mercado foi tão admirada que fez com que os demais estados do Brasil com Espírito Santo, Rio
de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e também o próprio mercado baiano comercializassem
estes produtos com força total.

Existem na Bahia 69 empresas no setor de rochas ornamentais, detentoras de 112 pedreiras, das
quais 31 são de mármores e 81 de granitos, dispondo de uma capacidade instalada para a
extração de blocos de 18.840m3/mês (SPÍNOLA, 2003).

Esta pesquisa tem como o objetivo analisar a “Região Metropolitana De Salvador”, no qual, se
configura através dos municípios de Camaçari, Candeias, Itaparica, Salvador, São Francisco do
Conde, Simões Filho, Dias D’Ávila, Mata de São João, e Madre de Deus. Área e o setor
selecionados têm como objetivo a delimitação do trabalho e a indicação para desenvolvimento
econômico do setor.

Figura 2 - Localização da região metropolitana de salvador no estado da Bahia

Fonte: Silva e outros (2014)


18

3 TRAÇOS PRINCIPAIS DO EMPREENDIMENTO

As marmorarias apresentam plantas produtivas semelhantes e diferenciam-se apenas na


arrumação do ambiente. Segundo Moura (2016) arranjo físico organizado possibilita vantagens
produtivas, como ganho de tempo na execução das atividades já que tem por objetivo diminuir
consideravelmente as distâncias e o tempo de movimentação das peças.

Pela observação e visita técnica é possível demonstrar através da Figura 3 o seguinte layout das
marmorarias:

Figura 3 – Modelo simplificado de layout

Fonte: Elaboração própria (2018)

(A) Recebimento da matéria prima, expedição do produto final e estacionamento para


clientes.

(B) Localiza-se cômodo do banheiro.

(C) Recebimento do cliente e criação de projetos.

(D) Bancadas para o acabamento e colagem do produto.


19

(E) Corte da chapa de acordo com o projeto.

(F) Estoque das chapas de mármores e granitos.

(G) Depósito de resíduos sólidos.

(H) Copa-cozinha

Marmorarias são basicamente estabelecimentos comerciais onde o quadro de funcionários é


composto pelo dono da marmoraria, gerente, serrador, montadores, marmoristas, auxiliar de
serviços gerais, vendedor, acabador, secretária e cozinheira.

Ficou constatado que uma grande parcela das marmorarias desenvolve suas atividades
com sobrecarga de funções; é o cortador que também é o encarregado de produção,
ou um acabador (operário que trabalha no setor de produção dando o acabamento das
peças) que também exerce a função de encarregado; é a secretária que controla o
almoxarifado e faz todo o movimento do escritório, as vezes recebe os clientes e efetua
vendas; é o vendedor que além de vender faz cobrança e entrega de material, sendo
muitas vezes o motorista da empresa; é o acabador que carrega e transporta o material
no carro para entrega das peças produzidas; é o pessoal do acabamento e do corte que
carrega e descarrega chapas. (SALES.2003, p. 14).

Além disto, é possível determinar que as marmorarias são constituídas no seu quadro de
funcionários por alguns membros da família do dono da marmoraria, sendo assim, pode-se dizer
que estes estabelecimentos são basicamente caracterizados por uma empresa familiar. Contudo
em média as marmorarias devem apresentar de 5 a 10 funcionários no máximo.

Segundo o levantamento realizado pelo pesquisador Rosato (2013) foi constatado


especificamente que nas regiões de Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas apresentam cerca de
130 (cento e trinta) empresas sediadas na RMS. Contudo, com base neste levantamento foi
possível para o pesquisador Rosato (2013) a realização do georeferenciamento de 95 (noventa
e cinco) empresas participantes de um questionário realizado pelo mesmo. Sendo assim, através
desta coleta de informação as atividades puderam ser coordenadas geograficamente e estão
expostas na Figura 4.
20

Figura 4 – Mapa da RMS com a localização das empresas marmoristas

Fonte: Rosato (2013)

A Indústria de pedras ornamentais da região metropolitana de Salvador está em constante


crescimento, e tende a ser organizada através da comercialização e serviços (mármores, granitos
e pedras naturais). As operações realizadas neste ambiente são inicialmente feitas com base nas
especificações dos clientes para realização atividades de produção como, por exemplo:
revestimentos (pisos, ladrilhos, soleiras, rodapés e pastilhas) e também peças com
terminologias especiais (bancada, pia, lavatório, mesas e pilastras).
21

Depois que o cliente escolhe a chapa se faz necessário a movimentação para o setor de
fabricação, no qual, é realizado pelo serrador o corte do material de acordo com o esboço do
projeto e as métricas estabelecidas. Detalhando o processo, no ambiente das marmorarias é
interessante encontrar máquinas específicas para a realização destas atividades produtivas
como: Os equipamentos básicos (politriz, cortadeira manual ou automática, serra-mármore,
lixadeira) e os equipamentos auxiliares (ponte rolante, talha manual ou elétrica, equipamento
pneumático, furadeira de bancada). Estes equipamentos são agrupados de acordo com a sua
função e atendem as diferentes necessidades do produto/serviço específicos. Devo salientar que
no Layout das marmorarias o sistema produtivo é semelhante diferenciam-se apenas na
tecnologia.

A próxima etapa da peça é o setor de acabamento que varia conforme o desejo do cliente. Logo
em seguida é feita a colagem do material e pôr fim a expedição.

Conforme pode ser observado resumidamente na Figura 5 do autor Moura (2016) demonstra-
se através do fluxograma a realização de cada etapa do processo citado anteriormente.

Figura 5 – Interação dos setores da marmoraria

Fonte: Moura (2016)

3.1 DIFERENTES FORMAS DE DESPERDÍCIOS E INEFICIÊNCIA

O desenvolvimento destas etapas apresenta-se em algumas empresas da região metropolitana


de Salvador, processos produtivos rudimentares nos quais isto tende a ser provocado devido
aspectos a serem expostos como por exemplo, a resistência à mudança a ser realizada,
22

tecnologia, a falta de planejamento, condição financeira e dentre outros. O resultado tende


consequentemente provocar aspectos negativos para a empresa, pois estas deixam de obter
ganhos financeiros devido à perda gerada, mas também afeta principalmente ao meio ambiente.

Para facilitar o entendimento sobre as formas de perdas de material foi criado por mim um
fluxograma no qual é demonstrado exatamente as perdas em diferentes setores.

Figura 6 – Fluxograma dos processos para a análise da ocorrência de perdas

Fonte: Elaboração própria (2018)

Durante as etapas a serem realizadas como foi demonstrada anteriormente pelo fluxograma, a
rocha pode sofrer perda antes de chegar à empresa, pois isto ocorre ao transportar a carga para
este ambiente. Devido a Resolução do Contran Nº354/2010, o granito deve ser transportado na
posição vertical com a utilização de cavaletes metálicos fixados no chassi do veículo e a
amarração também tem que ser horizontal das chapas. Além disso, é necessário que o condutor
do caminhão possua curso de capacitação para o transporte de rochas ornamentais, pois caso
contrário esta atitude pode provocar acidentes gravíssimos nas estradas.

Através das Figuras 7 e 8 observa-se o transporte irregular de granito. Segundo Gomes (2017)
o caminhão transportava na posição vertical com utilização de cavalete metálico sem que o
23

mesmo estivesse afixado à estrutura do veículo e, além disso, o condutor não apresentava curso
de capacitação.

Figura 7 – Caminhão com carga irregular

Fonte: Gomes (2017)

Figura 8 – Caminhão com carga irregular

Fonte: Gomes (2017)

No momento que o caminhão chega a empresa ocorre descarregamento dessas pedras e ao


realizar esta atividade existem riscos devido a forma escolhida. Essa prática é feita no setor de
24

embarque/desembarque (recebimento) como foi mencionado no fluxograma criado por mim. O


material geralmente retirado do caminhão por 4 (quatro) homens e 1(um) auxiliador, pois estas
chapas pesam em média 100 a 200 quilos.

O processo é feito na forma rudimentar como pode ser observado na Figura 9 abaixo, no qual,
assentada a chapa no equipamento de locomoção, porém existe a possibilidade neste processo
ocorrer acidentes e quebra do material. Entretanto, Figura 10 descarregamento é feito com
equipamento devidamente adequado evitando acidentes e quebra da chapa.

Figura 9 – Descarregamento de chapas

Fonte: Tenencorp (20??)

Figura 10 – Descarregamento de chapas

Fonte: Bocaiuva (2015)


25

No deslocamento da chapa para o setor de fabricação ou até mesmo ao depósito por falta de
organização do pátio ou um espaço adequado pode ocorrer aumento de perda de material.

As marmorarias normalmente estão instaladas em terrenos alugados com espaços


muitas vezes incompatíveis para desempenhar bem suas funções, não dispondo de
área suficiente para estabelecer um “layout” que permita com higiene e segurança do
trabalho um bom desempenho do setor produtivo. (SALES, 2003, p. 15).

Dentro do setor de fabricação, as rochas ornamentais passam por diferentes etapas e nesse
processo produtivo podem existir as perdas destes materiais como, por exemplo, a máquina
empregada na empresa, pois este equipamento ao ser manuseado tende a provocar falha na
rocha e consequentemente o material não utilizado é ser descartado, outra consequência está
evidenciada através da falta de planejamento e também falta de atenção e por fim as perdas
podem acontecer no momento da entrega do produto pronto. Estes resíduos gerados são
destinados ao pátio da empresa. Nas Figuras 11 e 12 que foi capturada através do instituto do
meio ambiente mostra as diferentes formas empregadas ao descarte dos resíduos nas
marmorarias.

Através destas imagens tanto 11 quanto a 12 observa-se uma divergência de informação que
ocorre entre as empresas do setor isto pode ocasionar consequências para a empresa que venha
agir de forma irregular, pois de acordo com a legislação aplicável se faz necessário deixar o
trabalho livre de obstáculos para evitar acidente aos funcionários e caso não ocorra esse tipo de
atitude o licenciamento da marmoraria é removido.

Figura 11 – Armazenamento das aparas

Fonte: IBRAM-DF (2013, p. 8)


26

Figura 12 – Armazenamento das aparas

Fonte: IBRAM-DF (2013, p.8)

O descarte dentro da marmoraria ocorre de duas maneiras a primeira é através da caixa coletora
de entulho como esta evidenciada na Figura 11 e a outra maneira é feita diretamente no piso/solo
como e demonstrado na Figura 12, porém esta forma de descarte dos resíduos tende a ser
incorreta devido a possibilidade de acontecer acidentes no local, aparecimento de animais que
buscam abrigos como ratos, baratas, escorpiões e, além disso, devo destacar que existe a
possibilidade de considerar em termos estéticos uma poluição visual, sendo que aqueles
consumidores que vão encomendar um produto podem observar a existência de sujeira e
desorganização.

Atualmente essa problemática dos resíduos é uma das principais dificuldades que as
marmorarias vêm enfrentado e é provocado devido a destinação final pó e/ou fragmentos, que
ficam depositados no pátio destas empresas. Geralmente algumas marmorarias tendem a
contratar uma empresa, na qual, são consideradas especialistas em remoção e destinação correta
destes materiais porem está transportadora de resíduos deverá constar um cadastro no governo
municipal. A empresa de transporte tende a garantir que os resíduos de rochas ornamentais
serão destinados a um local correto. Entretanto, algumas marmorarias por falta de busca de
informação terminam contratando uma empresa que é considerada clandestina e que não emite
nem um tipo de cadastro juntamente com o governo municipal desta forma os resíduos de
rochas ornamentais podem ser colocados em locais inapropriados causando assim prejuízos
ambientais e também sociais. A empresa que apresenta este tipo de atitude, no qual, está
relacionada à destinação dos resíduos tende a ser penalizada devido o descarte incorreto. Sendo
assim, devo destacar que é previsto por lei federal, municipal e estadual como um crime e que
27

pode ser levado ao direito de multa, penalidade, possibilidade de prisão, apreensão de materiais
e equipamentos e também se faz necessário a reparação dos danos causados pela empresa. Devo
salientar que as marmorarias que não contratam empresa especializada em descarte de resíduos
de rochas e realizam este descarte de forma irregular tendem simplesmente a sofrem com as
mesmas penalidades citadas anteriormente.

A gestão inadequada realizada pela marmoraria pode ocasionar impactos ambientais negativos.
Oliveira (2015) afirma que se não ocorrer o descarte adequado desses resíduos podem alcançar
rios, lagos, córregos e até mesmo os reservatórios naturais de água, uma vez que são lançados
no ecossistema.

As imagens abaixo evidenciam o lançamento inadequado dos resíduos de rochas.

Figura 13 – Lançamento inadequado de resíduos no córrego

Fonte: Teixeira e Costa (2017, p.12)


28

Figura 14 - Pó gerado no corte das rochas

Fonte: Teixeira e Costa (2017, p. 40)

4 ABORDAGEM TEÓRICA

Este tópico toma como características sobre a produção e a maneira como insumo é descartado.
Sendo assim, pode afetar de alguma forma outro tipo de ambiente devido a poluição gerada.
Para desenvolvimento desta teoria econômica se faz necessário estudar diversos tipos de
paradigmas, como pode ser observado na figura abaixo, desta forma eu irei abordar em tópicos
estes fundamentos econômicos.
29

Figura 15 – Fundamentos do paradigma

PARADIGMA

Comando Produtividade Nova Economia


Bem-Estar
E Controle Dos Insumos Institucional (NEI)

Controle Exigências Ambientais


Mecanismos Exigências
Dos E Direito De Propriedade
Fiscais/Tributários Ambientais
Efluentes

Fonte: Elaboração própria (2018)

4.1 COMANDO E CONTROLE

O paradigma do comando e controle é dividido de forma centralizada duas correntes teóricas a


serem analisadas como controle do insumo e o controle das emissões. Entretanto, esses dois
sistemas científicos apresentam-se de forma simplificada características da economia do bem-
estar devido à falta consciência sobre a remoção da onipotência, eliminação da onisciência e o
desmascaramento da benevolência estatal.

Nesta abordagem, aponta-se o poder exercido ao poluidor através de sanções legais e medidas
cautelosas a serem obedecidas. Nessa primeira geração das políticas ambientais o poder tem
características de forma centralizada e nível máximo tolerável de poluição. Vale ressaltar que a
evolução desta política fez com que ocorressem penalidades administrativas monetárias.
Porém, este paradigma do comando e controle diferencia-se de outros aspectos teóricos devido
a sua solução técnica não absorver escolha do método de controle dos insumos e suas emissões.
A partir desta possibilidade com o tempo fez surgir novos seguimentos e conseguirem a
oportunidade de criação de novos negócios.
30

4.2 ECONOMIA DO BEM-ESTAR

O princípio do equilíbrio macroeconômico pigouviano influenciou os economistas vinculados


a economia do bem-estar devido a sua teoria trazer a presença de externalidades e a utilização
de mecanismos fiscais/tributários.

O mecanismo de equilíbrio através da freme pigouviano toma como meta a compensação das
externalidades negativas, devido os problemas ambientais serem causados. Desta forma a
adoção dos mecanismos vinculados aos custos privados tende a influir aos custos sociais, pois
acreditasse que este paradigma não apresenta a existência captação de dinheiro para os Erários.
Sendo assim, percebesse que o governo tem papel de repelir a existência de externalidades
nocivas ao meio ambiente e de sorte a incentivar os poluidores buscar métodos preventivos
através de novas soluções tecnológicas, redução da poluição ou a realocação das suas plantas.
É importante destacar que essa busca não absorve incentivos, no qual, os métodos preventivos
de custos sejam maiores que os benefícios em relação ao próprio processo, ou seja, o imposto
de contaminação compara os custos com a aquisição de equipamento e redução sua produção,
desta forma a empresa poluidora só buscará novos meios se o resultado da solução do problema
for superior que o mecanismo fiscal/tributário. Caso o custo seja maior este continuará pagando
os impostos normalmente.

De acordo com Oliveira (1999) a utilização do meio fiscal/tributário na produção da


externalidade negativa demonstra ser um desafio devido ocorrência de integridade nos
princípios da proporcionalidade, igualdade e da tipicidade. Além disso, acredita-se que a
determinação de um valor e o nível gestão de informação causaria dúvidas na determinação da
taxa, pois, segundo o autor, ao custo social marginal tem que ser iguais aos impostos.

4.3 NOVA ECONOMIA INSTITUCIONAL (NEI)

A definição instrumental trabalhada a partir da teoria do bem-estar mostra que ao produzir A


tende a prejudicar B. Percebesse que antes insights trabalhados por Ronald Coase o que se
idealizava nos fundamentos teóricos da política ambiental era o princípio do poluidor/pagador
e a sua teoria do comando e controle. Porém segundo o teórico Coase demonstrou-se que nesta
31

relação de A e B tem participação iguais, pois para evitar um dano sobre B ocorre à
determinação do dano sobre A.

Relação entre A e B no desdobramento do insight de Coase é a segunda definição trabalhada


por este teórico, no qual, considera através da economia dos custos de transação (ECT) e a
também análise econômica do direito (AED) a solução para os problemas de externalidades
sendo através da negociação cujo custo de transação seja zero ou até mesmo nulo. A diferença
entre estas duas transações está que na primeira obtém-se o benefício mútuo maximizando a
eficiência do sistema. Na transação nula é relatada a perda da relevância econômica legal e sua
busca na transação do custo positivo. Segundo Coase é sugerido que a partir da análise
econômica do direito (AED) o custo de transação elevado tende a bloquear direitos de
propriedade e também da responsabilidade. Coase demonstra que a especificação deste direito
tende a obter “eficiência marshalliana”, ou seja, se A que prejudicou B sofrer punição tributaria
então B sentira o benefício do termino da externalidade negativa.

Coase foi um crítico atento aos fundamentos da política ambiental, pois suas ideias estavam
centradas na imperfeição do mercado. Desta forma a partir desta problemática do mecanismo
alocativo considera-se que se A está prejudicando B, ou vise-versa e se o custo administrativo
for muito alto impedindo assim o sistema legal ou da firma se faz necessário a presença do
estado como regulador direto corrigindo as falhas através punição e explicações no que deve e
o que não deve ser feito.

4.4 ABORDAGEM DA PRODUTIVIDADE DO INSUMO

Responsabilidade ambiental e a obtenção de ônus econômicos levaram grupos sociais


debaterem o tipo de comando a ser implantado na indústria. Desta forma, o paradigma da
produtividade obteve diversas observações de estudiosos como, por exemplo: Jaffe, Peterson,
Stavins e etc. no qual, o ensaio idealiza a utilização do modelo tradicional. Porém, o estudo da
regulamentação ambiental feita Porter e van der Linde demonstrou que tal abordagem pode
tornar-se superior ao modelo tradicional e que a poluição é um sinal de ineficiência devido
desperdício econômico e a falta de utilidade dos recursos que estas podem gerar. Esta pesquisa
traz a oportunidade do estudo sobre os problemas ambientais sendo através regulamentação
32

estrita e regulamentação relaxada. No modelo do Comando sem Controle é apresentado aspecto


para regulação devidamente projetada com o incentivo a inovações. Nesse sentido são
sinalizados maiores produtividades, no qual, as empresas tendem aprender a forma de como
lidar com a poluição. Segundo autor o deslocamento da inovação a ser realizado tende a levar
o custo de conformidade a exceder-se porém isto faz com que na indústria simultaneamente
melhore a si e/ou processos.

A compensação de inovação é caracterizada de duas maneiras sendo através da compensação


produtiva, no qual, ocorre a regulamentação com alta qualidade dos produtos, maior segurança
e custos reduzidos de produção. Porém o autor demonstra que deslocamento do processo ocorre
quando a produtividade dos recursos tende a ser maior e os índices de poluição reduzidos,
entretanto, esta compensação faz com que a produtividade dos recursos e processos se elevem
em um menor tempo possível de inatividade por meio de vigilância e manutenção mais
cuidadosa, materiais poupança, melhor utilização dos subprodutos, menor consumo de energia
durante o processo de produção, reduzidos custos de armazenagem e manuseamento de
material, a conversão de resíduos em formas valiosos, a redução dos custos de eliminação de
resíduos ou as condições de trabalho mais seguras.

A compensação de inovação é realizada através de estudos de caso devido custos de


conformidade. Entretanto, segundo os defensores do modelo tradicional, acredita-se que esta
tabulação tende a ser susceptível a raridade ou pequena em termos de praticidade e isto faz
como este estudo seja realizado casos isolados.
Comando com Controle ressalta a transição entre empresas inexperiente em termos de questões
ambientais e empresas que se beneficiam desta condição de inexperiência. Esta abordagem
apesar de ser ressaltada como ponto negativo por Porter e Van der Linde demonstra que as
empresas não deveriam mover-se em diversas direções e que a regulação tende a provocar:
sinalização sobre a ineficiência de recursos prováveis, coleta de informações, redução da
incerteza, pressão a inovação, jogo de transição de soluções baseadas na inovação,
deslocamento incompleto. Esta esfera tende a ser tratada como “end-of-pipe” ou tratamento
secundário devido, pois não necessariamente ocorre o estímulo em termos de inovação.

Em contrapartida o modelo tradicional acredita-se que o custo de conformidade tende a exceder


os custos reais e mesmo que a regulação favoreça a inovação, tende a ocorrer prejuízos em
termos competitivos por crowding out.
33

Esta manifestação do comando com e sem controle é enquadrado como uma espécie de quebra
de braço, pois estes grupos sociais tende de um lado impor padrões rígidos e do outro tenta
botar padrões de volta.

4.5 LEGISLAÇÃO

As marmorarias que estão atualmente em pleno funcionamento ou em processo de implantação,


com atividades econômicas definidas absorvem diversas legislações pertinentes na indústria
porem o que está sendo focado neste trabalho é a questão dos resíduos sólidos.

As rochas ornamentais descartadas na natureza tornaram-se tema de diversos estudos devido a


crescente preocupação da sociedade em relação ao meio ambiental. Segundo Samudio (2017)
estima-se que durante o processo de corte sejam perdidos de 25% a 30% da matéria prima, uma
vez que é transformada em pó e retalho.

Para tratar este problema ambiental dos resíduos sólidos foram desenvolvidas legislações com
características sustentáveis. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por
intermédio da Norma NBR 10004, caracteriza os resíduos sólidos como:

Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem


industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam
incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como
determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na
rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível. (ASSOCIACAO
BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS, 2004).

As normas relacionadas aos resíduos são classificadas através da identificação dos materiais
perigosos e não perigosos. As atividades, no qual, material está inserido também sofre
avaliação, pois se estuda qual o impacto ao meio ambiente vai ser gerado a partir deste descarte.

NBR 10004, classificação de resíduos sólidos; 10005 procedimentos para obtenção


de extrato lixiviado de resíduos sólidos; 10006 procedimentos para obtenção de
extrato solubilizado de resíduos sólidos; 10007 amostragens de resíduos sólidos.
(ROSATO, 2013, p. 31).
34

Os resíduos das rochas ornamentais descartados ao meio ambiente são classificados como não
perigosos, pois estes tipos de materiais podem ser reaproveitados ou direcionados para os
aterros. Entretanto, devo salientar que estes materiais descartados ainda que não sejam
perigosos, podem prejudicar o meio ambiente.

5 ENFRENTAMENTO DOS DESPERDÍCIOS E INEFICIÊNCIA

5.1 INCENTIVOS A INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL, TECNOLÓGICA


INSTITUCIONAL

A problemática dos resíduos sólidos gerados tende a passar por questões ambientais que atinge
diretamente a sociedade, pois este material é geralmente descartado nos ambientes como:
lixões, aterros sanitários, beiras de estrada, terrenos abandonados e dentre outros. O pesquisador
Rosato (2013) destaca que os empresários do setor que agem ilegalmente têm conhecimento
prévio sobre as questões de o reaproveitamento, porém os mesmos alegam que este tipo de
prática de descarte nas margens das vias públicas e estradas onde estão localizadas tem sido o
meio mais barato para esse volume de resíduos a serem desprezados.
35

Essa externalidade negativa é algo que afeta as possibilidades que a sociedade possui de terem
um ambiente de natureza social e econômica adequadas, pois este tipo de atitude irresponsável
faz com que as autoridades públicas assumam características de vigilância, fiscalização e pôr
fim a punição. Sem este tipo de atuação do governo para a prevenção quanto a correção de
problemas ambientais os índices de poluição aumentariam gradativamente. Segundo Rosato
(2013) no Brasil, a quantidade estimada da geração conjunta do resíduo de corte de mármore e
granito é de 240.000 toneladas/ano, distribuídas entre Espírito Santo, Bahia, Ceará e Paraíba,
entre outros estados. Estes resíduos/rejeitos gerados pela indústria têm motivado estudiosos de
vários países a analisarem opções de reaproveitamento destes resíduos.

As empresas inovadoras que assumem motivação em decidir como conter a problemática dos
resíduos utilizam diversas ideias e combinações de informações tanto da origem interna e
externa, fundamentais para solucionar este tipo de problema. Segundo Porte (1995) quando se
fala no processo de inovação deve-se levar em conta o instrumento econômico da regulação
ambiental, pois efetivamente age como incentivador para as mudanças tecnológicas focadas a
sustentabilidade.

A teoria sobre fontes de conhecimento para a inovação mostra que as empresas têm que decidir
como conter este tipo de externalidade através da seleção diferentes fontes de tecnologia para a
empresa.

Na do autor Paulo Bastos Tigre em sua obra “Gestão da inovação – A economia da tecnologia
no Brasil”, define as fontes tecnológicas mais utilizadas pelas empresas como:

Quadro 2 – Fontes de tecnologia mais utilizadas pelas empresas

Fontes de tecnologia Exemplos

Desenvolvimento P&D, engenharia reversa e experimentação


tecnológico próprio

Contratos de transferência Licenças e patentes, contratos com universidades e centros de


de tecnologia pesquisa.

Tecnologia incorporada Máquinas, equipamentos e software embutido.


36

Conhecimento codificado Livros, manuais, revistas técnicas, Internet, feiras e exposições,


software aplicativo, cursos e programas educacionais

Conhecimento tácito Consultoria, contratação de RH experiente, informações de


clientes, estágios e treinamento prático.

Aprendizado cumulativo Processo de aprender fazendo, usando, interagindo etc.


devidamente documentado e difundido na empresa

Fonte: Tigre (2014, p.110)

É de suma importância o conhecimento destes meios tecnológicos a serem utilizados pelas


empresas, pois conduzem a competitividade já que o mercado traz boas oportunidades de
crescimento. Porter (1995) a partir da teoria de produtividade do insumo diz que o poluidor
pode decidir como controlar a poluição causada por ele através do método que ele quiser. Esse
tipo de prática faz com que a empresa desenvolva uma relação benéfica de Volume-Variedade
de produtos e serviços gerados devido avanço tecnológico sustentável.

Apesar do avanço tecnológico atual as empresas de beneficiamento de rochas ornamentais


possuem cerca 30% de perdas do material, no qual, são depositados nos pátios da empresa. De
acordo com Porter (1995) as empresas têm que absorver algum tipo de regulação bem ajustada
que saiba as problemáticas enfrentadas pelo setor, porém esta instituição deve levar ideias de
incentivo sustentável e desta forma vai ser processada uma transformação positiva na indústria.
Devo salientar que na sociedade atual ainda existem algumas empresas que sofrem este tipo de
regulação devido à falta de conhecimento a melhor decisão a ser seguida.

5.2 INOVAÇÕES INSTITUCIONAIS E DESTINAÇÃO FINAL DOS RESIDUOS

No contexto da mudança legislativa a serem aplicados na Região Metropolitana de Salvador,


existem várias dificuldades evidenciadas na questão destes resíduos de rochas ornamentais, pois
a partir desta mudança ocorrida pode provocar um desequilíbrio econômico nas empresas.
Desta forma, foi levantado por este autor diversas ideias e questionamentos para uma possível
solução. Sendo assim, à conclusão evidenciada corresponde através da obrigatoriedade das
37

empresas em despejarem este material em um local especifico, no qual, todo volume produzido
transformasse em produtos a serem comercializados. O governo junto com alguma iniciativa
privada que se interesse por estes resíduos criaria uma parceria, no qual, o projeto abrange o
reaproveitamento de todos resíduos de rochas ornamentais para comercialização e também para
utilização dos mesmos em obras governamentais. Entretanto, para que esta empresa venha a
dar certo se faze necessárias campanhas educativas que apresentariam aos donos de
marmorarias a importância deste novo modelo de negócio e que estes resíduos depositados de
forma irregular podem causar diversos tipos de problemas. Outras possibilidades evidenciadas
ao mercado vêm através de vigilância, fiscalização e punição mais rígidas destas empresas que
não obedeçam às regras governamentais. A qualidade do produto a ser comercializado também
se faz necessário para que este negócio venha dar certo, pois no mercado brasileiro existe uma
devida desconfiança por parte dos consumidores em quererem adquirir material reaproveitado.
Em termos da velocidade na produção e entregas também são integradas como fatores
principais, pois pode gerar ao consumidor uma confiabilidade na empresa. Com as informações
citadas anteriormente é possível concluir que esta empresa vai obter diversos desafios que
surgirão perante o mercado porém devo evidenciar que se faz necessário a construção de um
projeto, pois modelo Canvas é uma ideia simplificada não sendo suficiente pois através deste
material evidenciara os possíveis desafios e a viabilidade econômica.

5.3 ABERTURA DE UM EMPREENDIMENTO E O PROCESSO ESTRATEGICO


PARA O REAPROVEITAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS

Algumas empresas no decorrer dos anos estão cada vez mais tomando consigo a
conscientização sobre as questões do meio ambiente, sendo que as mesmas percebem que esta
agressão atinge não só a saúde das pessoas, mas também pode prejudicar (fauna, flora, rios,
lagos, córregos e etc.).

As empresas de marmoraria no Brasil têm descartado uma grande quantidade de material na


natureza e esta atitude vem aumentando gradativamente com o tempo segundo Rosato (2013)
estima-se que a geração conjunta do resíduo de corte de mármore e granito é de 240.000
toneladas/ano. Em contrapartida nos municípios de Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas.
Como pode ser observado no gráfico abaixo há uma grande quantidade de materiais descartados
na natureza.
38

Gráfico 2 – Destinação dos resíduos gerados

100,00%

80,00%

60,00%

40,00%

20,00%

0,00%
Descarta Vende Doação Recicla
Série1 76,84% 13,68% 2,11% 7,37%

Fonte: Rosato (2013)

As empresas de rochas ornamentais justificam que este descarte de material na natureza é


desempenhado devido os custos existentes, pois para as mesmas este tipo de atitude é
considerado a forma mais barata de se livrar destes resíduos. Segundo Rosato (2013) das 95
(noventa e cinco) empresas de pequeno porte, médio porte e os complexos de marmoraria nos
municípios de Salvador, Camaçari e Lauro de Freitas que foram entrevistadas, apenas 68
empresas não mostraram interesse em reaproveitar este material porem 20 aceitam a
possibilidade de reciclar. Entretanto, nesta pesquisa apenas 7 demonstraram interesse em
utilizar está pratica de reaproveitamento.

Gráfico 3 – Interesse das empresas destinação dos resíduos

Sem Interesse

Reciclam

Aceitam Reciclar

0 10 20 30 40 50 60 70 80
Aceitam Reciclar Reciclam Sem Interesse
Série1 20 7 68

Fonte: Rosato (2013)


39

Pensando em suprir as necessidades da “Região Metropolitana de Salvador”, se faz necessário


o aparecimento de modelos de negócio que utilizem esta grande quantidade rejeitos descartados
na natureza, pois este material pode provocar uma relação Volume-Variedade de produtos e
serviços disponíveis para o mercado e isso tendera a trazer para a empresa que assuma esta
pratica um determinado ganhos financeiros.

Este novo arranjo físico que utilizar os resíduos como insumos tendem a comercializar produtos
como: compostos de argamassas, tijolos cerâmica, peças de cerâmica, concretos, vidros, telhas,
pavimentos asfálticos, fabricação de concreto, bloquetes, manilhas, corretivos de solos,
mosaicos, brita e areia artificial, artesanatos, seixos ornamentais, bijuterias, meio-fio, filetes
para muros e muros de contenção de taludes e etc.

De acordo com Bernardi (2008) apud Cruz e outros (2015, p. 4):

O plano de negócio em si não garante o sucesso da empresa ou sua lucratividade; no


entanto, quando desenvolvido com boa qualidade, aumenta as chances do
empreendimento, pois, através da reflexão e da compreensão das necessidades, cria
bases sólidas para o monitoramento do modelo e da estratégia de negócios.

As empresas que investirem neste tipo de atividade devem ter consigo a ideia de que apesar da
não garantia de sucesso a construção de um bom modelo de negócio cavas e também o plano
de negócio podem provocar no mercado um diferencial competitivo onde as empresas atuantes
necessitam constantemente estar preparadas para possíveis imprevistos que venham a ocorrer
desta forma a construção deste modelo e plano de negócio faz como o risco de problemas
futuros venha a diminuir, e aumenta as chances de sucesso deste empreendimento.

Atualmente, o progresso está mudando o escopo do mercado, onde empresas que atuavam com
uma única atividade estão diversificando os produtos trazendo assim novas ideias para o seu
empreendimento. Isto ocorre em função da acelerada tendência do mercado a sua
contemporaneidade social. Empresas que estacionavam na sua zona de conforto estão
gradativamente em desuso no mercado. As atividades que antes eram consideradas como um
porto seguro visando apenas a sua produtividade não representa mais algo que leve ao sucesso
da organização e sim se as demandas dos mercados que podem ser atendidas desta forma os
sonhos do empreendedor que se preparou durante anos correm o risco de desaparecer,
40

desfazendo o que foi planejado. Esse processo, que ocorre em todo o mundo, atinge também o
Brasil. Devo constatar que a diversificação não representa apenas o motivo de encerramento
das atividades e que o no mercado existem diversos fatores que podem levar esta consequência.

Os principais motivos são a falta de capital de giro, baixos lucros, alto endividamento
e principalmente baixo nível de gestão empresarial. Há diversos outros motivos que
também ajudam a explicar a alta mortalidade das empresas: baixa competitividade,
conflito entre sócios, falta de experiência empresarial, altos custos e despesas,
inadimplência, falta de clientes e interferências governamentais. (MOLLO, 2015, p.
1).

Segundo Mollo (2015) Em média 25% das pequenas e médias empresas no Brasil fecham suas
portas com apenas dois anos de atividade, sendo que com cinco anos este índice aumenta para
mais de 50%. Bittencourt (2018) demonstra que para o ano de 2016 na Bahia, 101 empresas
que atuavam no mercado competitivo estão fechando suas portas por dia, ou seja, as empresas
estão indo à falência. Estes dados foram retirados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Bittencourt (2018) ainda salienta que o estado chegou ao final do ano com
37.206 empresas encerrando suas atividades no período. O levantamento, feito nos últimos oito
anos, apontou ainda que 2016 foi o pior deles.

5.4 MODELO DE NEGÓCIO CANVAS

No processo de beneficiamento de rochas ornamentais podem sofrer perdas como já foi dito
anteriormente desta forma surgiu o seguinte questionamento: Existe possibilidade de
reaproveitar este material? Ocorre interesse sobre o reaproveitamento dos resíduos em termos
de pesquisa? Permite a geração de emprego e renda?

A participação nas pesquisas sobre reaproveitamento de reciclagem de rochas ornamentais tem


volume pequeno e o desenvolvimento tecnológico neste setor vem gradativamente se
desenvolvendo, pois existem diversos pesquisadores no mercado que estão se dedicando ao
desenvolvimento de novas tecnologias neste setor. O material que tende a ser descartado pode
ser incorporado a diversas áreas da construção civil ou até mesmo as sobras de rochas podem
ser utilizadas na confecção de bijuterias. A destinação adequada permite ao setor a geração de
emprego e renda, onde estes resíduos podem se tornar novas fontes econômicas para a
sociedade. Sendo assim, o planejamento que visa este tipo de instalação de uma microempresa
41

local faz com que consequentemente venha se desenvolver economicamente a região e fazem
com que esta matéria prima possa ser utilizada por novos empreendimentos locais ou até mesmo
internacionais.

O modelo de negócio Canvas e o plano de negócio têm como função auxiliar o empreendedor
entender de que forma as falhas de mercado são cometidas.

A ampla competição econômica realizada pelas organizações faz com que a realidade das
empresas a serem criadas se torne mais incertas, complexas e difíceis. Pensando nestes aspectos
a pessoa que obteve uma ideia primeiramente se pergunta se o negócio que pretende criar será
viável ou até mesmo os cuidados em que deve ter a respeito ao abrir uma empresa.

O Business Model Canvas, mais conhecido como Canvas, é uma ferramenta de planejamento
estratégico, que permite ao usuário responderem questões centrais como: Para quem vou fazer?
Como vou fazer? O que posso oferecer aos clientes para atender suas exigências? Quanto vai
custar?

Destas quatro perguntas citadas anteriormente são formados nove blocos integrados como pode
ser observado abaixo.
42

Figura 16 - Os nove blocos criação de Modelo de Negócios

Fonte: Santos (2015, p.19)

A ideia central destes blocos é que o empreendedor venha a responder de forma sucinta as metas
que se pretende alcançar.

5.4.1 Proposta de valor

A maneira correta e sugerida para começar o preenchimento é primeiramente através da


proposta de valor, no qual, é definida por um pacote de produtos e serviços que levam valor a
um tipo de cliente especifico. A ideia central por trás desta teoria é que as exigências dos
clientes específicos devem ser atendidas, pois caso contrário, os mesmos podem escolher dentre
43

uma empresa ou outra. Sendo assim, a instituição pode levar um conjunto de benefícios ao
cliente e desta forma é agregado a satisfação das necessidades deste consumidor.

Segundo Ushikubo (2015) o empreendedor deve responder os seguintes questionamentos:


Quais valores entregamos aos nossos clientes? Quais problemas dos nossos clientes a resolver?
Que categorias de produtos e serviços oferecemos a cada segmento de clientes? Quais
necessidades dos clientes nós satisfazemos? O que/qual é o nosso mínimo produto viável?

Com o intuito de exemplificar pode-se dizer que uma proposta de valor pode ser representada
através da tabela abaixo.

Quadro 3 - Tipos e suas definições na proposta de valor

Tipos de Proposta de
Definição dos tipos
Valor

Novidade Busca satisfazer um conjunto totalmente novo de necessidades que


os clientes anteriormente não percebiam porque não havia oferta
similar

Performance Melhoria de desempenho de um produto ou serviço

Customização Adaptação de produtos e serviços para necessidades específicas de


clientes individuais ou de um segmento de clientes

Fazer o que deve ser Ajudar clientes a obter serviços que favoreçam seus negócios ou
feito facilitem sua vida

Design Diferenciação por desenho, moda, ergonomia, funcionalidades

Marca Status O cliente encontra valor no ato simples de usar/exibir determinado


produto pela marca

Preço Valor semelhante a um preço inferior é uma maneira de satisfazer


as necessidades dos clientes sensíveis ao preço

Redução de Custos Ajudar os clientes a reduzir os custos para suprir suas necessidades

Redução de Risco Redução do risco na compra de produtos ou serviços


44

Acessibilidade Tornar os produtos e serviços disponíveis para os clientes que


anteriormente não tinham acesso a eles

Conveniência Facilitar o uso ou a aquisição de produtos e serviços

Fonte: Santos (2015, p. 22/23)

5.4.2 Seguimentos de clientes

Além da proposta de valor citada anteriormente outra possibilidade de começar inicialmente a


responder este bloco seria através dos seguimentos de clientes.

O seguimento consiste em atender o cliente e também servir, ou seja, este bloco se resume em
oferecer valor. Segundo Osterwalder e Pigneur (2011) é possível observar que podem existir
um ou vários segmentos e estes são pequenos ou até mesmos grandes desta forma o
empreendedor deve decidir-se sobre a representação dos seguimentos distintos. Osterwalder e
Pigneur (2011) destacam que o segmento é classificado através da necessidade, exigem e
justificam uma oferta diferente. São alcançados por canais de distribuição diferentes; exigem
diferentes tipos de relacionamento; têm lucratividades substancialmente diferentes; estão
dispostos a pagar por aspectos diferentes da oferta.

Os clientes nas organizações são de extrema importância, pois nenhuma empresa pode
sobreviver por muito tempo sem os mesmos desta forma Segundo Ushikubo (2015) o
empreendedor nesta tabela deve responder os seguintes questionamentos: Para quem nós
criamos valor? Quem são nossos mais importantes clientes? Quais são nossos clientes
típicos/padrão?

Exemplificando os tipos o seguimento de clientes no quadro abaixo.

Quadro 4 - Tipos e definições no seguimento de clientes

Tipos Definição dos tipos

Mercado de Não distingue entre Segmentos de Clientes diferentes, concentra-se em um


massa grande grupo de clientes com problemas e necessidades semelhantes.
45

Mercado de Visa atender Segmentos de Clientes especializados. As relações são todas


nicho adaptadas às exigências específicas de um nicho de mercado. Tais Modelos
de Negócios são frequentemente encontrados nas relações fornecedor-
comprador

Segmentado Distingue, no mercado, segmentos com necessidades ligeiramente


diferentes.

Diversificado Tem dois ou mais Segmentos de Clientes não relacionados e com


necessidades e problemas muito diferentes

Plataformas Tem dois ou mais Segmentos de Clientes interdependentes


multilaterais

Fonte: Santos (2015, p. 26/27)

5.4.3 Canais

Os canais são determinados pelo valor do empreendimento a ser oferecido aos clientes. Além
disso, são realizadas técnicas de sensibilização relacionadas aos clientes, pois desta forma é
possível ampliar o conhecimento em relação ao produto, a especificação na escolha e também
oferecer um auxílio após a realização da compra.

A representação dos canais de comunicação é uma parte importante, pois através destes e
possível avaliar as propostas de valor oferecidas aos clientes e permitir direcionar estas
propostas aos mesmos.

Os canais são representados através de cinco fases nos quais estas não se confundem. Desta
forma, canal comunicação, distribuição e venda tem a função de ocupar as fases sendo estas
completas ou parciais.

Na Figura abaixo é possível visualizar os cinco tipos dos canais.

Figura 17 - Tipos e fases dos canais de distribuição


46

Fonte: Adaptado de Osterwalder e Pigneur (2011, p. 27)

Segundo Osterwalder e Pigneur (2011) Podemos distinguir entre Canais diretos e indiretos, bem
como entre Canais particulares, Canais em parceria e a mistura de ambos. O primeiro tipo está
representado através de uma margem de lucratividade maior, entretanto isto faz com que o
empreendimento apresente inicialmente um nível relativamente alto de investimento a ser
realizado nas operações. Osterwalder e Pigneur (2011) destaca que Canais particulares podem
ser diretos, como uma equipe de vendas ou um site, ou indiretos, como lojas de revenda
possuídas ou operadas pela organização. Nos canais de parcerias tendem apresentar uma
margem de lucratividade menor. Entretanto, estes canais permitem uma margem de expansão
que levem a organização a se beneficiar destas forças realizadas pelos parceiros. Osterwalder e
Pigneur (2011) considera que os Canais de parceria são indiretos e abrangem toda uma gama
de opções, como distribuição de atacado, revenda ou sites de parceiros. Os canais também
podem ser considerados misturados, pois apresentam ambas as participações, ou seja, estes
empreendimentos podem utilizar a prática de investir de uma forma básica, onde a sua iniciativa
necessita como uma forma complementar a formação de parcerias que levarão ao sucesso.

No quadro abaixo e possível visualizar os tipos e a exemplificações de negócios dos canais.


47

Quadro 5 – Os tipos de canais e os exemplos de negócio


Tipos Exemplos de negócios

Parceiros Indiretos - Distribuidores Fornecedores de combustíveis

Lojas de venda de celulares que fornecem a


Parceiros Indiretos - Lojas parceiras linha; Estante Virtual, loja na internet que reúne
mais de 1000 sebos brasileiros.

Parceiros Indiretos – Atacados Fornecedores de grãos

Parceiros Diretos - Equipe de Vendas Natura; Avon

Parceiros Diretos – Loja Lojas de comércio em geral

Loja na internet, Extra; Pão de Açúcar; Livrarias


Parceiros Diretos – Web
on-line

Fonte: Santos (2015, p.28/29)

5.4.4 Relacionamentos com clientes

Uma das características mais importantes que as empresas podem apresentar é o relacionamento
e tratamento realizado ao consumidor. Esta ligação tem objetivo atrair clientes específicos ao
empreendimento fazendo com que estas se sintam bem. Segundo Osterwalder e Pigneur (2011)
uma empresa deve esclarecer o tipo de relação que quer estabelecer com cada Segmento de
Cliente. As relações podem variar desde pessoais até automatizadas. Ainda nesta mesma linha
de pensamento Osterwalder e Pigneur (2011) dizem que o relacionamento com cliente pode ser
guiado pelas seguintes motivações: Conquistas do cliente; Retenção do cliente; Ampliação das
vendas.

Segundo Ushikubo (2015) para conquistar o cliente–alvo principal se faz necessário a


realização de uma pesquisa de mercado e desta forma a empresa poderá validar suas hipóteses
junto ao público-alvo. A despeito disso, Ushikubo (2015) afirma que o empreendedor ao
realizar o relacionamento com o cliente deve-se fazer as seguintes perguntas: Como nós
conquistamos, mantemos e aumentamos nossos clientes? Quais relacionamentos com o cliente
48

nós definimos/temos? Como esses relacionamentos estão integrados no nosso modelo de


negócio? Qual é o custo envolvido?

Os relacionamentos com os consumidores podem ser divididos em diversas categorias.


Osterwalder e Pigneur (2011) afirmam que estas são:

 Assistência pessoal - Solicitação do cliente ao representante para o auxílio do processo de


venda ou depois que a compra esteja completa.
 Assistência pessoal dedicada - Direcionamento de representante especifico para o cliente
individual.
 Self-service - Fornecimento de meios necessário para que este seja atendido porem este não
mantem nenhum relacionamento direto
 Serviços automatizados - Apresentam mesmas características do self-service porem é mais
sofisticado
 Comunidades - São usuários que apresentam um envolvimento maior com os clientes
utilizam as conexões para facilitar comunicação entre membros da comunidade.
 Cocriação – Os clientes colaboram com a empresa sendo esta através de opiniões sobre
determinado produto ou criação de um novo projeto. Desta forma, possibilita a empresa ir
além da tradicional relação entre cliente-vendedor.

No quadro abaixo e possível visualizar os pontos citados anteriormente e alguns exemplos de


negócios.

Quadro 6 - Tipos de relacionamento e exemplos

Tipos de relacionamento Tipos de relacionamento

Assistência pessoal Serviços de TV a cabo

Assistência pessoal Bancos, que mantêm um gerente específico para orientar os


dedicada clientes de acordo com o perfil deles

Self-service Restaurante que serve a quilo

Serviços automatizados Máquinas de venda de refrigerantes


49

Comunidades Clube Nespresso, site que reúne clientes para comprar café,
máquinas de café e acessórios

Cocriação Camiseteria, site de venda de camisetas em que os clientes


criam seu próprio desenho

Fonte: Santos (2015, p .30)

5.4.5 Fontes de receita

Representação da fonte de receita tem como objetivo o dinheiro gerado e o segmento que a
empresa está inserida. Desta forma a fonte de receita tende a ocorre quando os custos são
subtraídos da renda e assim obtém-se o lucro.

Segundo Osterwalder e Pigneur (2011) o empreendedor deve se perguntar: que valor cada
Segmento de Clientes está realmente disposto a pagar? Porém, Ushikubo (2015) o
empreendedor também deve-se fazer a seguinte pergunta: para qual proposta do valor nossos
clientes estão dispostos a pagar? O que eles estão comprando/pagando hoje? Qual é nosso
modelo de receita? Osterwalder e Pigneur (2011) diz que para responder com sucesso a essa
pergunta permite que a firma gere uma ou mais Fontes de Receita para cada segmento.
Osterwalder e Pigneur (2011) afirma que existir dois tipos de fonte de receita que são: 1.
Transações de renda resultantes de pagamento único; 2. Renda recorrente, resultante do
pagamento constante, advindo da entrega de uma Proposta de Valor aos clientes ou do suporte
pós-compra.
Osterwalder e Pigneur (2011) consideram que as frontes representadas pela renda são
demostradas em sete tópicos essenciais.

 Venda de recursos: Fonte de receita proveniente da venda do direito de posse de


produtos.
 Taxa de uso: Representa o uso de algum determinado serviço, porém ao utilizar
diversas vezes ocorre o aumento do preço, ou seja, mais o cliente tende a pagar.
 Taxa de Assinatura: Venda e acesso repetitivo do serviço.
 Empréstimos/ Aluguéis/leasing: Direito temporário a um determinado recurso porém
este é particular e por um período fixo, em troca de um valor.
50

 Licenciamento: Permissão concedida ao cliente na utilização de propriedade


intelectual, em troca de taxas de licenciamento.
 Taxa de Corretagem: Serviços de intermediação em prol de duas ou mais partes.
 Anúncios: Taxas para o anúncio de produto, serviço ou marca.

No quadro abaixo e possível visualizar as fontes de receitas demostrado e ao lado está alguns
exemplos de negócios.

Quadro 7 - Tipos de fontes de receitas e exemplos

Tipos Exemplos de negócios


Vendas diretas Comércio varejista; e-Commerce
Pagamento pelo uso Hotéis; locação de automóveis; jogos on-line (paga-se para usar
determinados recursos avançados do jogo)
Assinaturas TV a cabo, revistas; sites de música, sites de jogos on-line
Aluguel Aluguel de roupas de festa; hospedagem de sites
Licenciamento Programas de computador
Comissões Corretores de imóveis
Anúncios Jornais; revistas; sites de pesquisa
Fonte: Santos (2015, p. 32)

5.4.6 Recursos principais

São os recursos necessários para o funcionamento do modelo de negócio e desta forma permite
a habilitação no oferecimento da proposta de valor, ganhando o mercado, ampliação e o
melhoramento em relação aos clientes, pois estes permitem a obtenção de receitas. Os recursos
principais podem ser classificados segundo Osterwalder e Pigneur (2011) como: físicos,
financeiros, intelectuais ou humanos. Podem ser possuídos ou alugados pela empresa ou
adquiridos de parceiros-chave.
51

Quadro 8 - Categorização dos recursos principais


Tipos Exemplos
Físicos Imóveis; máquinas; mobiliário
Intelectuais Designers; jornalistas; programadores

Humanos Pessoal não especializado, como vendedores, gerentes, auxiliares


Financeiros Capital próprio; financiamentos; investidores
Fonte: Santos (2015, p. 34)

5.4.7 Atividades-chave

Caracterização de ações mais importantes realizadas em uma instituição e que fazem operar
com sucesso. Em correlação com os Recursos Principais, são caracterizados como a criação e
o oferecimento de proposta de valor, atingir mercados, buscar o relacionamento com os clientes
para a geração de renda. Osterwalder e Pigneur (2011) demonstram que os Recursos Principais,
as Atividades-Chave se diferenciam dependendo do tipo de Modelo de Negócios.

Quadro 9 – Atividades-chave para o negócio

Tipos Definição dos tipos Exemplos


Produção A principal atividade do negócio é Roupas; comida
produzir alguma coisa
Resolução de O foco é resolver problemas dos Conserto; manutenção de
Problemas clientes equipamentos; treinamento
Plataforma Quando o negócio cria solução para Soluções para negócios pela
hospedar atividades dos clientes. internet, como o Mercado Livre; Uol

Redes Provimento de acesso e comunicação Pequenos provedores de internet;


Lan House
Fonte: Santos (2015, p.35)

5.4.8 Parcerias principais


52

As Parcerias Principais no Modelo de Negócio fazem com que as empresas apresentem


condições estratégicas ao mercado e estas podem determinar a formação de sucesso ou não nas
organizações. A formação desta aliança ou parceria tende a otimizar seus modelos de negócio,
reduzir os riscos ou adquirir recursos. Segundo Ushikubo (2015) o empreendedor
primeiramente deve pensar da seguinte maneira: Quem são seus parceiros-chave? Quem são
seus fornecedores-chave? Quais recursos-chave adquirimos de nossos parceiros? Quais
atividades nossos parceiros realizam? O questionamento permite que a empresas tenham
reflexões sobre o que ocorre no mundo globalizado e também as constantes mudanças no
mercado. Além disso, as respostas permitem que ao empreendedor apresentem consciência no
mercado que o cerca.

Osterwalder e Pigneur (2011) demonstram que a existe quatro tipos de parcerias como: Alianças
estratégicas entre não competidores; Competição: parcerias estratégicas entre concorrentes;
Joint ventures para desenvolver novos negócios; Relação comprador-fornecedor para garantir
suprimentos confiáveis. Osterwalder e Pigneur (2011) ainda acrescentam que existem três
motivações para uma parceria: Otimização e economia de escala; Redução de riscos e
incertezas; Aquisição de recursos e atividades particulares.

No quadro abaixo é possível visualizar os três tipos de motivações e suas definições e apresento
a exemplificação.

Quadro 10 - Parceiros
Tipos Definição dos tipos Exemplos
Otimização e Está na relação com O fornecedor coloca equipamentos, como
economia de fornecedores, que podem no caso de sorvetes; o fornecedor oferece
escala suprir ou facilitar atividades descontos progressivos pela quantidade
ou recursos de um negócio de produtos vendidos
Redução de risco Quando outras pessoas Contadores, que orientam o proprietário;
e incerteza integram soluções para seguradoras que, além de fazer o seguro,
diminuir o risco de erros e mantém relação de observação e
dar mais segurança aos orientação quanto aos riscos; analistas de
resultados do negócio mercado, orientando financeiramente
53

Terceirização Produção de partes de um Produção de partes de um equipamento;


(serviços, produto ou de uma parte dos costura de roupas; serviços de limpeza;
infraestrutura) serviços necessários ao serviços de entrega; locadores
negócio
Fonte: Santos (2015, p.36)

5.4.9 Estrutura de custo

Os custos específicos envolvidos no modelo de negócio são descritos nesta operação e através
desta estrutura é possível estimar os gastos. As empresas tendem obter custos através da criação,
oferecimento de valor e também o relacionamento com clientes. Osterwalder e Pigneur (2011)
acrescentam que tais custos podem ser calculados com relativa facilidade. Levando em
consideração esta linha de pensamento citada anteriormente é possível perceber que em uma
empresa todas as atitudes realizadas tendem a provocar consequências econômicas e as
estratégias feitas pelas empresas vão depender da atual situação, no qual, as mesmas se
encontram, pois, a depender da situação os custos podem ser divididos em geração de valor ou
ligados através de redução destes custos.

Através da formação de uma estrutura de custos é possível analisar que existem diferenças entre
a importância destes custos. Segundo Osterwalder e Pigneur (2011) a estrutura de custo é
classificada em: Direcionadas pelo Custo – é buscado o direcionamento em que visa na
minimização dos custos sempre que possível. Quando as estratégias são direcionadas pelo Valor
- as empresas estão com nível de importância pequeno em relação aos custos do modelo de
negócio, pois seus objetivos visam a criação de valor e seu alto nível de personalização.
A estrutura de custos é determinada por:

 Custos fixos: Custos que permanecem se mantém os mesmos ao logo do tempo.


 Custos variáveis: Custos variantes a depender dos artigos ou serviços produzidos.
 Economia de escala: Retirada de vantagem com os aumentos na demanda produtiva.
 Economia de escopo: Aproveitamento e retirada de vantagens de custos das quais é
provocado por um maior escopo de operações.
54

5.4.10 Exemplo: Unidade especializada no reaproveitamento de resíduos

O objetivo do modelo de negócio Canvas é proporcionar um mapa visual dos blocos e a sua
correlação entre os mesmos. Sendo assim, o quadro permite ao usuário cria, entrega e captura
valores ao negócio proposto. Para os teóricos Osterwalder e Pigneur é aconselhada a impressão
da tabela em formato de pôster, pois este quadro poderá ser colocado em uma parede. Desta
forma, é possível desenhar o modelo de negócio para que se estabeleça uma linguagem de base
comum entre o empreendedor e seus colegas e, além disto, geralmente é utilizado no quadro
notas autoadesivas, onde possibilita adicionar, alterar ou até mesmo remover estas notas. Porém
nada impede ao criador utilizar outros artifícios como, por exemplo, um quadro branco no qual
e colocada as notas autoadesivas. Devo salientar que o tamanho do quadro e a preparação deste
material vão depender da quantidade de pessoas que estejam envolvidas, pois se faz necessário
um pedaço grande de papel e diversos post-its. Caso o número notas auto-adesivas (post-its)
exceda o espaço se faz necessário a verificação para que não esteja incluindo uma repetição de
ideia no mapa.

Atualmente através do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)


é possível utilizar o SEBRAE Canvas que é uma ferramenta online inteiramente grátis
desenvolvida pelo SEBRAE para estimular a criação, validação do modelo de negócio,
compartilhamento, comentar. Esta material parte da ideia do teórico Osterwalder e Pigneur.
Devo salientar que a construção do Canvas abaixo foi desenvolvida por mim através do sistema
SEBRAE Canvas.
55

Figura 18- Exemplo de modelo de negócios

Fonte: Elaboração própria (2019)


Nota: Esta tabela foi desenvolvida através do site https://www.sebraecanvas.com/

O exemplo demonstrado anteriormente poderá ser substituído por outro elemento ou até mesmo
agrupado de uma maneira diferente, pois nada impede ao criador querer modificar o seu modelo
de negócio Canvas.

Com o objetivo e finalidade de entendimento é possível confirmar que o Canvas não apresenta
uma determinada lógica, no qual, o criador deve seguir, pois o que é indicado são técnicas que
proporcionarão estruturação das ideias. Sendo assim, através destes elementos é possível no
mapa acrescentar, ter sua posição modificada ou até mesmo e ser removido do quadro. Conclui-
se que a utilização do Canvas pode ser apresentada como uma espécie de resumo, onde caso o
criador se interesse dar a continuidade no seu negócio ou sua ideia isto faz como necessário
para próxima etapa anterior que e a elaboração de um Plano de Negócios pois este material é
algo mais completo já o Canvas permite a sintetização das ideias evidenciadas em um único
papel, e desta forma possibilita a facilitação e o compartilhamento das ideias para outros grupos.
56

6 CONCLUSÃO
57

Este trabalho teve como fundamento principal o reaproveitamento dos resíduos de rochas
ornamentais e sua aplicação na teoria econômica, legislativa e também no modelo de negócio
Canvas. Esta visão integrada aos resíduos e o modelo de negócio Canvas pode ser aplicado em
toda a cadeia produtiva do setor pois ao analisar a Figura 1 pode-se dizer que no momento da
extração, ou seja, na lavra existe perdas que são inevitáveis pois o método pode proporcionar
desperdício de uma quantidade considerável de rochas. Segundo Vidal e outros (2014) o
método aplicado na lavra não significa que a empresa não apresentou os devidos cuidados e
precauções, mas devido as condições geológicas, estruturais que são favoráveis para a empresa
podem geram consequências positivas ou negativas. Sendo assim, pode-se dizer que em
determinados casos isolados neste ambiente prevalecem condições que são ambientalmente
importantes para o desenvolvimento da atividade.

Vidal e outros (2014) explica que o surgimento dos resíduos permite constatar uma elevação
nos custos pois a medida que vai retirando este material se faz necessário a utilização do
transporte dos rejeitos gerados pois é formada no ambiente uma pilha de rejeitos. De modo
geral, este mesmo teórico explica que a pilha tende a ser separada em um ambiente especifico
devido a limpeza do local de trabalho, ou seja, ocorre este tipo de pratica devido a liberação dos
espaços e isto permite uma evolução do trabalho pois compromete a atividade realizada.
De acordo com a definição teórica sobre o que é a lavra pode-se dizer que é a

Remoção de material útil ou economicamente aproveitável dos maciços rochosos ou


dos matacões. O produto da etapa de lavra ou extração é o bloco de arestas
aproximadamente retangulares, de dimensões variadas que procuram obedecer ou
aproximar-se tanto quanto possível daquelas que proporcionem o melhor
aproveitamento do material e a maior utilização da capacidade produtiva dos
equipamentos nas etapas de beneficiamento. (VIDAL et al., 2014, p. 156).

Por outro lado, o desenvolvimento das atividades em rochas ornamentais tende a seguir normas
da ABNT que define como:

Blocos de grande tamanho, com volumes de 8 a 12 m³, os quais são desdobrados em


chapas que, após polimento ou tratamento superficial, são vendidas para se
transformarem em ladrilhos ou placas de revestimento ou peças ornamentais, embora
de utilidade, como pias, tampos de mesa, bancadas etc.
Existem outros tipos de lavra de rochas de revestimento, especificamente, para pedras
foliadas como quartzitos, ardósias, e outras como gnaisses ou calcários facilmente
separados em placas. Esses materiais são produzidos, normalmente, com tecnologias
semimecanizadas como serras de piso para cortar bloquetes, de tamanho superficial
padronizado (40 cm x 40, 50 cm x 50 cm,...) que serão posteriormente desplacados de
forma manual. (VIDAL et al., 2014, p. 157).
58

A extração destes blocos de rochas ornamentais pode ser realizada de duas maneiras sendo esta
através da lavra à céu aberto e por subterrâneo.

A etapa seguinte do processo como pode ser observado na figura 1 está compreendida após a
extração pois é realizado em determinada empresa o beneficiamento/serragem do bloco e este
tende a ser transformado em produtos finais ou semiacabados. Nesta fase, há a necessidade de
dividir em duas etapas que consiste basicamente em beneficiamento e desdobramento.

O primeiro compreende a preparação e serragem dos blocos em chapas de espessura


variável, usualmente dois ou três centímetros. No segundo processo, as chapas são
submetidas a acabamento superficial, com ou sem resinagem, que pode ser um
simples desbaste, polimento, escovado, flameado ou outros tipos que serão vistos
neste capítulo, assim como a produção de ladrilhos e outras peças. (VIDAL et al.,
2014, p. 329).

A utilização do equipamento nesta etapa é chamada teares entretanto se desejar obter tamanhos
menores que consiste basicamente em tiras faz necessário a utilização de maquinas chamada de
tralha. Segundo a ideia evidenciada por Vidal e outros (2014) consiste que a Serragem e o
polimento representam os processos de desgaste de uma superfície em que existe uma íntima
relação entre as muitas variáveis envolvidas, ainda não é completa. De acordo com Vidal e
outros (2014) as características intrínsecas da rocha, os tipos de teares (multifio e multilâmina),
talha-blocos, serras diamantadas e politrizes (automáticas e semiautomáticas), os tipos e formas
de abrasivos são alguns dos fatores que influem no produto final.

Sob este ponto de vista mencionado anteriormente devo salientar que devido processo de corte
existe os rejeitos que são advindos da serragem.

A polpa abrasiva, composta por água, cal, granalha e fragmentos de rocha já


desgastada pelo processo de serragem, é bombeada do poço de coleta, situado abaixo
do tear, para um hidrociclone. A fração de granalha ainda ativa retorna continuamente
ao sistema. A fração fina descartada do hidrociclone (overflow), juntamente com a
fração da rocha desgastada e a cal constituem o rejeito final do processo de serragem,
que é depositado, geralmente, em aterros licenciados. (VIDAL et al., 2014, p. 343).

Na última etapa encontrasse a chapa e este produto é direcionado para os edifícios públicos,
marmorarias, shoppings da construção, depósitos de chapas e os consumidores individuai. Este
trabalho delimitou-se nas marmorarias porem isto não impede o surgimento de um modelo de
negócio que venha aproveitar todos os rejeitos desta cadeia produtiva. Em termos da literatura
é sugerido a criação de um modelo Canvas pois este tem o objetivo de disponibilizar uma
59

explicação simples sobre o modelo de negócio. Sendo assim, é possível através desta ideia
compartilhar as informações para um determinado grupo que apresentem o mesmo interesse e
estes poderão modificar as descrições, fazer observação e mensurações do modelo de negócio.
A visão do grupo que proporcionará ideias tem que evidenciar uma linguagem semelhante aos
interesses deste reaproveitamento dos resíduos pois caso contrário ocorrerá uma falta de sucesso
na ideia proposta. Desta forma, é possível constatar que este mapa possibilita a implantação de
alguma empresa especializada no reaproveitamento dos resíduos disponíveis na região na
Região Metropolitana de Salvador.

Vale ressaltar que está indústria é formada por pequenas e medias empresas e a depender da
legislação e a abordagem teórica aplicada como uma forma de solucionar o problema dos
resíduos pode provocar falência nas empresas pois em determinadas circunstâncias seu capital
é parado.

A ideia sugerida como uma formo de solução é:

1. As empresas obrigatoriamente vão conduzir este resíduo em um local especifico no qual


é realizado o processo de reaproveitamento ou caso contrário as mesmas terão que
implantar neste ambiente equipamentos especializados que minimizem o surgimento de
resíduos.
2. O surgimento de uma Cooperativa destas marmorarias e através desta união conduzirão
estes resíduos em um local especifico que realizem o reaproveitamento para o
surgimento de novos produtos que serão disponibilizados ao mercado. Sendo assim, está
venda será destinada a consumidores individuais ou até mesmo ao programa do governo
Minha Casa Minha Vida. Enfatizo que isto não vai impedir a participação das empresas
que fazem parte da cadeia produtiva citada anteriormente.
3. O governo aproveitar este material para construção de algum determinado ambiente
público ou até mesmo no programa Minha Casa Minha Vida.
4. Modificação na legislação para os poluidores.
5. Maiores incentivos governamentais para novos equipamentos e também pesquisa na
área.

Dentre as diversas dificuldades que se apresentaram durante a realização deste material e que
podem ser constatadas é a pequena análise acadêmica em termos de política, economia, direto
60

e o reaproveitamento de resíduos. Em sua grande maioria focava em análise técnica da


engenharia para construção de um produto específico. Porém, constata-se que acerca do Modelo
de Negócios existe uma vasta bibliografia, onde ainda não é apresentado um consenso
acadêmico em relação ao que é o modelo de negócio e existem diversas opiniões acerca do tema
e que ainda estão em um verdadeiro constructo.

O conceito mais atual relacionados ao desenvolvimento do Modelo de Negócios usado foi


Osterwalder e Pigneur que é Business Model Canvas, mais conhecido como Canvas, é uma
ferramenta de planejamento estratégico, que permite ao usuário responderem questões centrais
como: Para quem vou fazer? Como vou fazer? O que posso oferecer aos clientes para atender
suas exigências? Quanto vai custar? A reciclagem e o reaproveitamento de resíduos de rochas
ornamentais podem ser aplicados ao modelo de negócio e sendo assim, representará um produto
inovador, com o qual o objetivo é criar novos materiais que possam satisfazer todas às
necessidades que o mercado está disponibilizando e cada vez mais através desta exigência vem
incluído a preservação ambiental.

Conclui-se que o desconhecimento sobre reaproveitamento de rochas ornamentais ainda é


relevante, pois os empresários não acreditam sobre a poluição causada pela rocha ornamental e
que existe o reaproveitamento deste material. Devo evidenciar que o descarte deste material
não ocorre só nas marmorarias, pois este já começa desde a pedreira, até a última etapa. O
acumulo de rejeitos que são descartados podem ser reaproveitados e desta forma só falta
incentivos a serem implantados aqui na Bahia com um polo de capitação desta matéria e
produção, pois apesar de ser um dos importantes produtores de granitos, quartzitos,
conglomerados e dentre outros. Ainda está pecando neste aspecto.

REFERÊNCIAS
61

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