Aula - Propriedades Físico-Químicas Dos Fármacos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

CAMPUS ANÍSIO TEIXEIRA


INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR EM SAÚDE

IMS022 – QUÍMICA FARMACÊUTICA I


(FARMÁCIA - 2016.2)

Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos

LUANA ANDRADE MENDES SANTANA

1
VITÓRIA DA CONQUISTA - 2017
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos
 Introdução:

 As propriedades biológicas de um fármaco são


determinadas por sua estrutura química.

 Pequenas variações estruturais implicam grandes


alterações nas propriedades fisico-químicas e
biológicas de um determinado composto químico.

2
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

Para que os fármacos ajam é preciso que sejam absorvidos.

Para que sejam absorvidos é preciso que atravessem as


barreiras biológicas.

Para que atravessem as barreiras biológicas é preciso que


se solubilizem.

Através da corrente sanguínea os fármacos se distribuem


pelos diversos compartimentos do sistema biológico e, nos 3
tecidos alvos interagem com os bioreceptores para
desencadear a ação farmacológica.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

1- PROPRIEDADES
DO ESTADO
SÓLIDO 2- SOLUBILIDADE
Estrutura e forma Fatores que afetam
cristalina e suas a solubilidade de
consequências na fármaco e medidas
formulação de hidrofobicidade.
farmacêutica.

3- ESTABILIDADE
Modos de decomposição
de fármacos e suas
4
consequências.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Propriedades do Estado Sólido:

As propriedades físicas, no estado sólido, de drogas e


excipientes farmacêuticos são de interesse porque podem
afetar tanto a formulação do produto quanto o
comportamento biológico da fórmula final.

 Os cristais contêm arranjos de moléculas e átomos,


mantidos em contato por interações não covalentes.

 A natureza da forma cristalina de uma


substância pode afetar sua estabilidade
suas propriedades de fluidez e 5
biodisponibilidade.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Forma Cristalina:

 Os cristais de uma certa substância podem variar em


tamanho, número e tipo de faces (formas) presentes;
isto é, podem apresentar diferentes hábitos cristalinos:

Agulhas Colunares

Lamelares Prismáticos

 O hábito depende das condições de cristalização, tais


como o solvente usado, a temperatura, a concentração
e a presença de impurezas. 6
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Forma Cristalina:

 Diferentes hábitos
cristalinos de uma forma
hexagonal.
 Diferentes formatos cristalinos 7
Formas tabular, prismática com diferentes hábitos.
e acicurlar
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Forma Cristalina:

 A cristalização a partir de soluções deve-se a três


processos sucessivos:
Resfriamento,
Supersaturação da evaporação, adição de
solução um precipitante

Formação de núcleos cristalinos.

Processo de dissolução
Crescimento cristalino em invertido: a matéria 8
torno dos núcleos deposita- se continuamente
na face do cristal.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Forma Cristalina:

 A velocidade de precipitação é um processo


importante para determinar o hábito.

 As baixas velocidades de crescimento são obtidos


cristais de formas mais regulares.

 A presença de tensoativos no meio


solvente usado pode alterar a forma dos
cristais a partir da adsorção nas faces em
crescimento. 9
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Polimorfismo:

 Habilidade de uma molécula (fármaco) de


existir/forma cristalina, a qual determina
propriedades tais como compressibilidade,
higroscopicidade, estabilidade e solubilidade.

 A eficácia terapêutica dos fármacos está diretamente


relacionada às suas características estruturais cristalinas
(polimorfismo), ao hábito cristalino (morfologia) e ao tamanho
de partícula.

 Quando moléculas de solvente estão presentes na estrutura


cristalina, o fenômeno é denominado pseudopolimorfismo. 10
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos
 Polimorfismo:

Polimorfos diferentes de um mesmo composto


geralmente apresentam diferenças de solubilidade,
processabilidade e estabilidade física e química.

 Estas diferenças físico-químicas irão modificar o


comportamento da molécula quando em um meio biológico,
inclusive podendo alterar sua biodisponibilidade.

As moléculas podem apresentar empacotamento distinto


no retículo cristalino, ou diferenças na sua orientação ou
11
conformação em diferentes sítios do retículo.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos
 Polimorfismo:

 Tanto a estrutura cristalina quanto as propriedades


decorrentes dela podem ser modificadas durante o processo
de desenvolvimento e formulação.

Novas formas cristalinas podem ser originadas na


presença de diferentes solventes, na presença de impurezas
e/ou baixo diferentes condições de cristalização, dando
origem a novos polimorfos, solvatos, sais, cocristais e fases
amorfas.

Devido a isto, a procura e, especialmente, a seleção da


forma sólida ótima é uma no processo de desenvolvimento de 12
um novo fármaco.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Polimorfismo:

 Definir os processos de produção que garantam obter de um


modo reprodutível a forma (hábito, solvato, polimorfo) e tamanho
de partícula desejado para uma molécula orgânica é uma tarefa
difícil que pode levar a custosas demoras na comercialização de um
medicamento.

O domínio da tecnologia para a


cristalização dos princípios ativos
representa um conhecimento
estratégico que permite tanto
garantir a eficácia do
medicamento. 13
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Polimorfismo:
 Um dos principais aspectos do polimorfismo diz respeito à
regulação do mercado é o efeito que o mesmo pode ter na
bioequivalência/biodisponibilidade, e, portanto, na eficácia
terapêutica.

*Mercado Atual:
- medicamentos genéricos, similares e inovadores;
- princípios ativos: as mudanças nas propriedades de
estado sólido decorrentes da forma cristalina devem ser
consideradas para poder garantir a intercambiabilidade
entre estes medicamentos.
14
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 SOLVATOS POLIMÓRFICOS E PSEUDOPOLIMORFISMO:

 CONSEQUÊNCIAS DA FORMAÇÃO DE SOLVATOS:

- Formas cristalinas anidras e hidratadas apresentam


diferenças na faixa de fusão, solubilidade e velocidade de
dissolução, estas com grandes consequências na
biodisponibilidade do fármaco.

*Exemplo:

Espirolactona: cristaliza-se sob duas formas polimorfas,


e também apresenta quatro formas cristalinas solvatadas
dependendo do solvente e do método de cristalização. 15
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos
 SOLVATOS POLIMÓRFICOS E PSEUDOPOLIMORFISMO:

Diferentes formas cristalinas


da espironolactona.

Diferentes formas de
empacotamento molecular de 16
dois polimorfos da
espironolactona.
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Importância do Polimorfismo:

 Pode afetar a performance do produto:


- Problemas de processamento ou produção do princípio-
ativo ou produto;
- Solubilidade;
- Biodisponibilidade e Bioequivalência;
- Estabilidade.

 Formas polimórficas podem apresentar:


- Diferentes solubilidades aquosas;
- Diferentes taxas de dissolução.
17
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Importância do Polimorfismo:

Diferentes propriedades mecânicas e físicas podem


afetar o processo de fabricação:

– Higroscopicidade;
– Forma da partícula;
– Densidade;
– Fluidez;
– Compactação;
- Compressão direta;
(mais crítico)

18
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Importância do Polimorfismo:

Fases de Conversão:

 Durante os processos de fabricação:


- Secagem;
- Moagem;
- Micronização;
- Granulação úmida
- Compactação.

 Exposição ao ambiente:
- Umidade;
- Temperatura. 19
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

 Importância do Polimorfismo:

 Testes comuns para polimorfos:


- Ponto de fusão;
- Teste de dissolução.

20
21
Propriedades Físico-Químicas dos Fármacos

Polimorfismo:

22
 Concentração plasmática após administração oral de suspensão
com 250 mg ampicilina anidra e trihidratada.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Importância da solubilidade das drogas:

 Muitas drogas são formuladas como soluções ou são


adicionadas em forma de pó ou solução a fluidos de infusão,
nos quais elas devem permanecer em solução.

 A droga deve estar dispersa para que seja absorvida.

Droga com baixa solubilidade aquosa frequentemente


apresenta problemas na sua formulação e
biodisponibilidade.

23
Taxol
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Características Estruturais de moléculas e
solubilidade em água:

 A atividade de fármacos está diretamente relacionada


com os mecanismos de absorção, distribuição e atividade
intrínseca.

 Para que os fármacos atuem é necessário que se


dissolvam, atravessem membranas biológicas e alcancem os
seus sítios de ação.

- Grau de ionização;
- Solubilidade;
- Tamanho e forma da molécula; 24
- Estereoquímica.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Características Estruturais de moléculas e
solubilidade em água:

 As principais propriedades físico-químicas da molécula


capazes de alterar o perfil farmacoterapêutico são:

Coeficiente de
Lipofilicidade
partição

Coeficiente de
pKa
ionização

25
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de
membranas:

Transporte Passivo

 Principal mecanismo para a passagem de drogas possuem


certo grau de lipossolubilidade.

 Depende do gradiente de concentração do agente químico


e de sua solubilidade nos lipídios, que é caracterizada pelo
coeficiente de partição lipídeo/água.

26
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de
membranas:

 LIPOFILICIDADE:

 É definida pelo coeficiente de partição de uma substância


entre a fase aquosa e fase orgânica.

 Coeficiente de partição:

27
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de
membranas:

 PARTIÇÃO:

 Volume Vam de amostra com concentração Cam de analito 28


 Volume Vext de solvente extrator adicionado.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de
membranas:

Os fármacos que
Bicamada lipídica apresentam maior
coeficiente de partição,
tem maior afinidade pela
fase orgânica e, portanto,
tendem a ultrapassar com
maior facilidade as
biomembranas
hidrofóbicas.
Interior hidrofóbico
29
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de
membranas:

30
Aumento da BIODISPONIBILIDADE
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Coeficiente de Partição:

 O Coeficiente de partição (P) costuma ser estabelecido


como um valor logarítmico (logP).

 Um composto com log P < 0 (ou P < 1) é considerado


muito hidrofílico para ser candidato à fármaco.

 Compostos com log P > 3,5 (ou P > 3000) são muito
lipofílicos para serem bons fármacos.

31
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Coeficiente de Partição:
 Efeito da estrutura no P:

 Se um composto com potencial para fármaco tem valor log


P muito alto ou muito baixo, os pesquisadores tentam
modificar sua estrutura química por adição ou remoção de
alguns grupos:

Substituintes Estrutura
Substituintes Estrutura que diminuem P
que aumentam Hidroxila OH
P
Carbonila COOH
Alquil CH3, CH2, ...
Carbonila C=O
Aril C6H5 Amina NH2, -NH- 32
Enxofre S, SCH3 R
Halogênios Cl, Br, I Éter -O-
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Polaridade das moléculas:
 Não é fácil predizer o efeito que um determinado substituinte
provocará nas propriedades do cristal, mas, estes podem ser
classificados como hidrofóbicos ou hidrofílicos.

 Solubilidade em água de derivados de sulfonamida:

Composto Solubilidade

Sulfadiazina 1g em 13L

Sulfamerazina 1g em 5L
Sulfadiazina
Sulfapiridina 1g em 3,5L

Sulfatiazol 1g em 1,7L 33

Sulfatiazol
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Polaridade das moléculas:
 Classificação de grupos substituintes em relação à
solubilidade em água:

Substituinte Classificação Substituinte Classificação


-CH3 Hidrofóbico -NO2 Ligeiramente
hidrofílico
-CH2 Hidrofóbico CHO Hidrofílico
-Cl. –Br, -F Hidrofóbico COOH Ligeiramente
hidrofílico
-N(CH3)2 Hidrofóbico -COO- Muito
hidrofílico
-OCH3 Hidrofóbico
-NH2 Hidrofílico
-SCH3 Hidrofóbico +
-NH3 Muito
-OCH2CH3 Hidrofóbico hidrofílico
34
Ligeiramente -OH Muito
-OCH3
hidrofílico hidrofílico
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Polaridade das moléculas:

 A posição do substituinte na molécula pode influenciar


seu efeito:

A solubilidade relativamente baixa do


composto para deve-se à maior estabilidade do
estado sólido.

 As possibilidades de ligação de hidrogênio intramoleculares


em solução aquosa, no caso do derivado orto, que decresce sua
habilidade de interagir com a água pode explicar porque sua
35
solubilidade é menor que o análogo meta.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Polaridade das moléculas:

 O efeito de substituintes na solubilidade de derivados de


acetanilida em água:

X Solubilidade
(mg/L)
NHCOCH3 H 6,38
Metila 1,05
Etoxila 0,93
X
Hidroxila 13,9
Derivados
acetanilida Nitro 15,98
36
Aceto 9,87
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Polaridade das moléculas:
 Grupos funcionais polares alteram o coeficiente de partição.

 Absorção*.

Digitalis purpurea

37
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de membranas:

 COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (Log P):

 Mede a hidrofobicidade da molécula como um todo.


 É considerado o parâmetro mais importante em estudos de
permeação e de relações estrutura-atividade.

 CONSTANTE DE HANSCH (π):

 Mede a hidrofobicidade específica de grupos substituintes.


38
 Pode ser determinado experimentalmente ou calculado.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de membranas:

 COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (Log P):

 É a razão entre concentrações de uma substância, em


condições de equilíbrio, em um sistema bifásico constituído por
uma fase orgânica e uma fase aquosa.

P = [fase orgânica] / [fase aquosa]

 O sistema preferencial para determinação do coeficiente


de partição, P, para emprego em estudos de QSAR/SAR é
o sistema: 39

1-octanol : tampão fosfato pH 7,4


Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Mecanismos de transporte através de membranas:

 COEFICIENTE DE PARTIÇÃO (Log P):

 É a razão entre concentrações de uma substância, em


condições de equilíbrio, em um sistema bifásico constituído por
uma fase orgânica e uma fase aquosa.

P = [fase orgânica] / [fase aquosa]

 O sistema preferencial para determinação do coeficiente


de partição, P, para emprego em estudos de QSAR/SAR é
o sistema: 40

1-octanol : tampão fosfato pH 7,4


Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Vantagens da utilização do 1-Octanol como fase orgânica da
determinação do Coeficiente de Partição:

 Possui ampla capacidade de dissolução;

 Sua hidroxila pode agir tanto como doador como aceptor de


elétrons na formação de ligação de hidrogênio;

 As ligações de hidrogênio não precisam ser quebradas para a


transferência da fase orgânica para a fase aquosa, assim, o
coeficiente de partição reflete apenas as interações
hidrofóbicas;

 Sua absorção no UV ocorre muito abaixo da zona onde ocorre


a absorção da maioria dos fármacos;
41
 É quimicamente estável, disponível comercialmente e não é
volátil.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Valores de Hansch (π) relativo a grupos substituintes em
sistemas benzênicos dissubstituidos:

P = [fase orgânica] / [fase aquosa]

π = Log (Px/PH)

 Onde:
- Px é o coeficiente de
partição do composto
substituído;

- PH é o coeficiente de
partição do composto
não substituído.
42
 Em que:
X é o grupo substituinte
π são os valores da constante de hidrofobicidade de Hansch.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução

43
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:

 De acordo com a teoria de Bronsted-Lowry para ácidos e


bases, um ácido é uma substância doadora de prótons e uma
base é uma substância que aceita prótons.
O O
C OH C O-
+ H2O + H3O+
OCOCH3 OCOCH3
AAS

Par ácido-base conjugados

HA H 2O A- + H 3O +
+
Fórmula genérica para ionização de ácidos
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dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:
NH2
NH3+
-
+ H2 O + OH
COOC2H5
COOC2H5
Benzocaína

Par ácido-base conjugados

B + H2 O BH+ + OH-

Fórmula genérica para ionização de bases


Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:

Grupos ácidos Grupos básicos Não


Ácidos
eletrólitos
O Aminas primárias
carboxílicos R OH
R NH2 álcoois
R C OH alifáticos
R COOH Ácidos R1 Aminas O
carboxílicos NH secundárias R1 C OR2
aromáticos R2
ésteres
Fenóis R 1 Aminas terciárias
R OH R N R1 O R2
2

R 3
éteres
O Ácidos sulfônicos R NH2 Anilina O
O S R C H
R OH
aldeídos
R SH Tióis R Piridina
O
N
O O Imidas R R1 C R2 46
R1 C N C R2 N Imidazol cetonas
H
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:
 A água pode agir como um ácido, como uma base, sendo um
solvente anfiprótico.
 Se a ionização de um ácido fraco é representada podemos expressar
a constante de equilíbrio:
HA H2O A- + H 3O +
+

Ka = [H3O+] [A-] / [HA]


pKa = - log Ka

B + H2 O BH+ + OH-
Kb = [OH-] [BH+] / [B]
pKb = - log Kb
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:
 Os valores de pKa e pKb possibilitam a comparação da força de
ácidos e bases fracas.

 Quanto mais baixo o valor de pKa  Quanto mais baixo o valor de pKb
mais forte é o ácido. mais forte a base.

H2O H3O+ OH-


+ H2O +
Auto – ionização da água
Keq = [H3O+] + [OH-] / H2O + H2O

Kw = [H3O+]+[OH-] Produto iônico da água

Kw = 1 x 10-14 a 25º C
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:

H2O H3O+ OH-


+ H2O +
Auto – ionização da água

Keq = [H3O+] + [OH-] / H2O + H2O

Kw = [H3O+] + [OH-] Produto iônico da água

K w  [H  ][OH - ]  1.0 1014

pK w   log[H ][OH - ] 14 pH pOH  14

log[H  ]  log[OH-]  14
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Ácidos e Bases:

H2O H3O+ OH-


+ H2O +

 Para um par ácido-base conjugado:

K w  K a  Kb
 Consequentemente, quanto maior o Ka, menor o Kb. Isto é, quanto
mais forte o ácido, mais fraca a base conjugada.

 Tomando o negativo dos logaritimos:

pK w  pKa  pKb
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução

51
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 Fármacos são, em geral, ácidos ou bases fracas cujas formas


neutra e ionizada se mantém em equilíbrio quando em solução;

 A forma neutra, mais lipossolúvel, é absorvida por difusão


através das membranas e depende do seu coeficiente de
partição;

 A forma ionizada é absorvida por processo ativo e tem sua


distribuição condicionada ao seu pKa e ao pH do meio.

52
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução

 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de


Drogas Ionizáveis:

EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBALCH

 Usada para encontrar a relação entre pKa, pH e concentração do


fármaco em suas formas ácida e básica.
+ -
[H3O ][A ]
HA + H2O = A- + H3O+ Ka = [HA]

pKa = pH – log [espécie ionizada]


[espécie não ionizada]
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:
EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBALCH

 Rearranjo:

 Permite calcular a razão entre as formas ácidas e básicas de um


fármaco se o pKa do fármaco e o pH do solvente forem conhecidos.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:
Mucosa Gástrica – pH1
 pH dos compartimentos biológicos:
Mucosa intestinal – pH5
Plasma – pH 7,4

 A equação de Henderson-Hasselbach pode ser empregada na


previsão do comportamento farmacocinético de fármacos:

55
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de Drogas
Ionizáveis:

 Drogas ácidas como barbitúricos, AINES, fenilbutazona etc, são menos


solúveis em soluções ácidas do que alcalinas porque a espécie predominate,
não-dissociada, não podem interagir com a água na mesma extensão que as
formas ionizadas, que rapidamente são hidratadas.

PIROXICAM
pKa = 6,3
Antiinflamatório
Tecido pH  (%)
Mucosa gástrica 1 0,0005
Mucosa 5 4,7
TGI
intestinal
Plasma 7,4 92,6 56
Tecido 5 4,7
inflamado
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 A solubilidade (S) de drogas em qualquer pH pode ser


calculada desde que se conheça pKa e a solubilidade da espécie
não dissociada (So):
pH – pKa = log S – So
So
Ex:
Qual é o pH abaixo do qual a sulfadiazina (pKa = 6,48) começará a
precipitar em um líquido de infusão, sendo que a concentração molar inicial de
sulfadiazina de sódio é 4 x 10-2 mol/L e a solubilidade é 3,07 x 10-4?

pH = 6,48 + log (4,0 x 10-2) – (3,07 x 10-4) 57


3,07 x 10-4

pH = 8,60
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 Fármacos básicos:

 Drogas básicas como a ranitidina são, ao contrário, mais


solúveis em solução ácidas, nas quais a forma ionizada da droga é
predominante.

Anestésicos locais:
- pKa em torno de 8 a 9

pH – pKa = log S – So
So 58
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 Influência do pH na ionização
do ácido benzóico  Influência do pH na
ionização da anilina
pH % da parte Ácido benzóico
não-ionizada pH % da parte
1 99,9 não-ionizada
2 99 2 0,1
3 90 3 1
4 50 4 10
5 10 5 50
6 1 6 90
7 0,1 7 99
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:
 pKa e absorção gástrica e intestinal em ratos

Classe Droga pK % Absorção % Absorção


gástrica intestinal
AAS 3,5 35% 20%

Ácidos Ácido benzóico 4,2 55% 51%


Fenilbutazona 4,4 5% 65%
Tiopental 7,6 46% 55%
Barbital 7,8 4% 20%
Secobarbital 7,9 30% 40%
Cafeína 0,8 24% 27%
Bases
Quinina 8,2 - 15%
Mecamilamina 11,2 - 1%
Tetraetilmônio 13,0 - 1%
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 A solubilidade em água de um composto protótipo pode ser


melhorada por três métodos:

Incorporação de
Formação de Sal. grupamentos
polares.

Uso de formulações
especiais.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 Formação de Sal:

 Melhora a solubilidade em água de fármacos ácidos e básicos;

 Motivo Melhora:
- os sais destes fármacos dissociam-se na água, produzindo íons
hidratados.
- entretanto, se o fármacos é muito hidrossolúvel ele não se
dissolverá em lípídios.;

 Na formação do sal, a atividade do fármaco permanece


inalterada, embora sua potência possa ser diferente.
Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 Incorporação de grupamentos solúveis:

 A incorporação de grupamentos polares na estrutura resultará


na formação de um análogo com solubilidade maior em água
que o protótipo precursor;

 Os grupamentos que se ionizam, ou que são capazes de atrair


fortemente moléculas de água resultarão em análogos com
solubilidade aumentada.
 Quando novos grupos estruturais são incorporados a atividade
pode mudar;

 Realização de testes em cada novo análogo.


Propriedades Físico-Químicas
dos Fármacos em Solução
 Efeitos do pH e da Ionização na Solubilidade de
Drogas Ionizáveis:

 Incorporação de grupamentos solúveis:

 A incorporação de grupamentos polares na estrutura resultará


na formação de um análogo com solubilidade maior em água
que o protótipo precursor;

 Os grupamentos que se ionizam, ou que são capazes de atrair


fortemente moléculas de água resultarão em análogos com
solubilidade aumentada.
 Quando novos grupos estruturais são incorporados a atividade
pode mudar;

 Realização de testes em cada novo análogo.


Bibliografia Recomendada

BARREIRO, E. J.; FRAGA, C. A. M. Química Medicinal: As bases


moleculares da ação dos fármacos. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.

CECHINEL FILHO, V.; YUNES, R. A. Plantas Medicinais: sob a ótica da


Química Medicinal Moderna. Chapecó: Argos - Editora Universitária,
2001.

GENARO, A. R. Remington: A ciência e a prática farmacêutica. 20. ed.


Rio de Janeiro: Guanabara KOOGAN, 2004.

LEMKE, T.L.; WILLIAMS, D.A Foye’s Principles of Medicinal


Chemistry.6 ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2008.

THOMAS, G. Química Medicinal: Uma introdução. Rio de Janeiro:


Guanabara Koogan, 2003.
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Bibliografia Recomendada

HANSCH, C., LEO, A., HOEKMAN, D. Exploring QSAR: hydrophobic,


eletronic and constants. Washington: ACS Professional Reference Book,
1995. v.2, 348p.

SILVA, P. Absorção de drogas. In: Farmacologia, SILVA, P. 5. Ed. Rio de


Janeiro: Guanabara, 1998, p. 23.

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