As Histórias Que Jesus Contou: Perdidos e Achados

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Perdidos e achados

Em Lucas, capítulo 15, Jesus expressa com grande beleza o coração de


Deus no que diz respeito à salvação e restauração. Ele defende Sua
associação com pecadores e põe em xeque as atitudes dos que O
criticavam e julgavam.
Assim começa a história:

Chegavam-se a ele todos


os cobradores de
impostos e pecadores
para O ouvir. Mas os
fariseus e os escribas
murmuravam: “Este
recebe pecadores, e come
com eles.” (Lucas 15:1-2)

Os fariseus e estudiosos
da lei criticavam Jesus
não apenas por comer com os pecadores, mas também por recebê-los.
Reprovavam o fato de Ele comer com eles informalmente e aceitar
comer na casa deles, mas talvez a maior objeção fosse que Jesus os
recebia, isto é, era acolhedor e, possivelmente, até os recebeu para
comer. Receber convidados à mesa e comer com eles tem um
significado especial, como um sinal de aceitação.

A Ovelha Perdida

Em respostas às críticas feitas pelos fariseus e escribas, Jesus


defendeu e explicou Suas ações em duas parábolas, a primeira
das quais é uma das mais conhecidas alegorias bíblicas:

AS HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU


“Que homem dentre vós,
tendo cem ovelhas, e
perdendo uma delas, não
deixa no deserto as noventa e
nove e não vai após a perdida
até achá-la? E quando a
encontra, põe-na sobre os
ombros, cheio de alegria, e
vai para casa. (Lucas 15:4-5)

A pergunta de Jesus foi feita


de forma a levar à dedução
de que todo pastor na
situação descrita buscaria a
velha perdida. A ovelha
perdida, apesar de ser
somente uma em cem, era
importante para o pastor.
Estava perdida, devia ser
encontrada e, quando isso
acontece, foi motivo de júbilo
para o homem. Seu próximo
passo foi levar-la para casa e
restaurá-la ao rebanho. Mas a história não para aí.

Então convoca os amigos e vizinhos, e eles dizem: ‘Alegrai-vos comigo;


achei a minha ovelha perdida.” (Lucas 15:6)

A comunidade da vila se alegra que o pastor que procurava a ovelha


voltou em segurança e que a ovelha estava bem. A forma como foi
escrito em grego para expressar que ele “convoca os amigos e
vizinhos” é às vezes usada para descrever um convite para um
banquete. É possível que parte da comunidade se reunisse para comer
e celebrar o acontecimento.

Jesus termina a história com:


Digo-vos que do mesmo jeito haverá alegria no céu por um pecador
que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não
necessitam de arrependimento. (Lucas 15:7)

Jesus faz questão de deixar bem claro que Deus muito se alegra
quando alguém recebe a salvação. Dizer que há alegria no céu
significa que Deus grandemente se regozija pelo pecador que se
arrepende.

Em resposta às críticas com respeito às Suas interações amorosas


com os pecadores, Jesus ensinou pela história que Deus está
disposto a buscar os que estão perdidos, a pagar um preço pela
salvação deles e que fica muito feliz quando encontra um desgarrado.
Jesus ilustra a personalidade de Seu Pai e o amor que Ele tem por
todos que precisam da salvação, independentemente de quem sejam
ou da classe social a que pertençam. A atitude dos fariseus, de se
queixar da convivência que Jesus tinha com os pecadores fica
caracterizada, portanto, como contrária à natureza e personalidade de
Deus. Em vez de buscarem a ovelha perdida, pregavam a segregação
dos pecadores perdidos.

Como muitas outras parábolas, essa é apresentada no formato “do


menor para o maior”, ou seja, se o humilde pastor vai buscar e
resgatar a ovelha perdida, quanto mais Deus fará o mesmo para
restaurar um de Seus filhos desgarrados.

A moeda Perdida

Jesus bate na mesma tecla outra vez com a parábola da moeda


perdida. Esta parábola é outra reflexão sobre a pergunta que fez no
início da primeira parábola, só que desta vez, em vez de um pastor, a
personagem central é uma mulher. Naquela época, na Palestina, as
mulheres eram consideradas inferiores aos homens. Nessa história,
Jesus começa para chocar sua audiência usando para protagonista
uma pessoa à quem seus ouvintes se consideravam superiores.
“Ou qual a mulher que, tendo dez
dracmas, se perder uma, não acende
a candeia, varre a casa e a busca
com diligência até achá-la? E
quando a encontra, convoca as
amigas e vizinhas, dizendo: ‘Alegrai-
vos comigo; achei a dracma
perdida.’ Assim vos digo que há
alegria diante dos anjos de Deus por
um pecador que se arrepende.”
(Lucas 15:8-10)

As vilas de camponeses eram


quase sempre autossuficientes,
produzindo seu próprio tecido e os
alimentos que consumiam.
Dinheiro era coisa rara, o que
aumentou para aquela família o
valor da moeda perdida, bem
superior monetariamente ao que se
ganhava por um dia de trabalho.
Para a mulher, a perda da moeda
era algo muito importante.

As casas pobres na Palestina em


geral tinham apenas uma porta e
eram removidas algumas pedras
do teto para ventilação, de forma
que a luz natural no interior da
habitação era pouca. Por isso, acender uma lamparina e varrer todo
lugar onde a moeda pudesse estar era uma alternativa lógica para a
busca do dinheiro perdido. A ansiedade da mulher foi facilmente
imaginada pelos que ouviam a narração e eles certamente a
visualizaram varrendo cada cantinho, tirando os móveis do lugar e
vasculhando tudo minuciosamente até encontrar o que procurava.
Para comemorar o sucesso das buscas, chama suas amigas e vizinhos
para se alegrarem com ela pela moeda perdida que fora encontrada. A
palavra grega usada para “convocar” nesse caso é feminina, indicando
que ela chamara outras mulheres para festejar, possivelmente algum
tipo de refeição comemorativa.

Jesus então repete a moral da primeira história, ao dizer:

“Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador
que se arrepende.” (Lucas 15:10)

“Alegria diante dos anjos” ou, em outras versões, “alegria na presença


dos anjos” corresponde à expressão “alegria no céu”, usada na primeira
parábola. Expressa o júbilo que Deus sente quando o que estava
perdido foi encontrado.

A mulher que acendeu o candeeiro e varreu toda a casa para buscar a


moeda oferece uma analogia da diligência e esforço de Deus na busca
do que está perdido. Como fez ao falar do pastor que busca a ovelha
perdida, Jesus está novamente ensinando que se uma mulher que
perde uma moeda vai procurá-la com todo o cuidado e ficar muito feliz
quando a encontrar, quanto mais Deus buscará os que ser perderam e
se regozijará quando os encontrar.

As duas parábolas, contadas por Jesus em resposta aos fariseus e aos


escribas que questionavam o fato de Ele comer e conviver com os
pecadores, ensinaram sobre como Deus vê a redenção e restauração.
Diferentemente dos fariseus e dos escribas, que criticaram Jesus pelas
companhias que escolhia, Deus busca salvar os que estão perdidos.
Não dá importância ao status social, poder econômico, local de origem
ou grau de religiosidade ou de ausência de religiosidade. Ele os busca
porque estão perdidos e precisam ser encontrados. Ele os busca
porque os ama, importa-se com eles e quer recuperá-los.

Estamos dispostos a ser cativantes, para mostrar o amor de Deus a


todos, inclusive aos desprezados, aos desagradáveis e àqueles que.
hoje são desprezados e rejeitados? Estamos dispostos a mostrar o
amor incondicional de Deus e a sua salvação?

Devemos procurar manifestar a natureza e personalidade de Deus nas


nossas interações com os que precisam do Seu amor e salvação

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