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ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA

VISANDO UMA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Elisete Adriana José Luiz1


Lidiane de Col2

Educação Matemática no Ensino Médio


RESUMO
Neste trabalho, a intenção é apresentar reflexões acerca do conjunto de investigações que tratam das alternativas
metodológicas na perspectiva da Educação Matemática: Etnomatemática, Modelagem Matemática, Resolução de
Problemas, Jogos Matemáticos, História da Matemática, Investigação Matemática e Tecnologia da Informação.
Inúmeros estudos pedagógicos enfatizam diferentes formas de ensinar Matemática, consiste, no entanto em criar
estratégias que possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às ideias matemáticas de modo a
tornar-se capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir, criar e resolver problemas. Acredita-se que
através de situações desafiadoras e bem fundamentadas os alunos sejam capazes de fazer conjecturas e refletir
sobre suas conclusões. Nesse cenário, analisamos a proposta de alguns autores no que diz respeito a
procedimentos de ensino visando aprendizagem significativa.

Palavra-Chave: Educação Matemática. Matemática. Alternativas de Ensino. Aprendizagem


Significativa.

1 INTRODUÇÃO
Olhar o processo de ensino e aprendizagem da Matemática na perspectiva da
Educação Matemática é relevante, pois ressalta um compromisso com a capacidade criativa
do aluno.
O ensino da matemática precisa ser atrativo e prazeroso, neste sentido, a ação
docente se torna desafiadora, uma vez que deve atender as expectativas dos educandos e
fundamentar o conhecimento científico. Cabe ao professor buscar alternativas didáticas
capazes de atrair a atenção, despertar o interesse, estimar o ensino, mostrando a utilidade dos
conceitos matemáticos numa relação teoria x prática.

1
Formada em Matemática Licenciatura Plena; Mestre em Ensino de Ciências e Matemática. Docente da Unidade
Central de Educação Faem Faculdades - UCEFF. [email protected].
2
Formada em Matemática Licenciatura Plena; Mestre em Modelagem Matemática Docente da Unidade Central
de Educação Faem Faculdades - UCEFF. [email protected].
1
Uma necessidade cada vez mais acentuada na educação básica é a proximidade que o
conhecimento científico deve ter com o conhecimento empírico dos educandos, pois assim
pode-se firmar algumas perspectivas de aplicações e, dessa forma, contribuir para o interesse
e o gosto pela matemática.
Pesquisadores em Educação Matemática sugerem algumas alternativas para o ensino
da Matemática, como: Resolução de Problemas, Investigação Matemática, Modelagem
Matemática, História da Matemática, Tecnologias da Informação e Comunicação,
Etnomatemática. Todas vêm ao encontro da necessidade de uma educação mais preocupada
com o aluno, buscando meios que favoreçam a aprendizagem do aluno e desenvolvam sua
capacidade de pesquisar, buscar conhecimentos e pensar.

2 UM OLHAR SOBRE A DISCIPLINA DE MATEMÁTICA


Uma das finalidades da Matemática é seu caráter prático, ou seja, ela permite
resolver problemas do cotidiano das pessoas, portanto, ajudá-las a exercer sua cidadania. No
entanto a Matemática não deve reduzir-se aos problemas da vida prática. Deve também
contribuir para o desenvolvimento do raciocínio, da lógica, da coerência, transcendendo assim
os aspectos práticos dessa área do conhecimento.
A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que possibilitam ao
aluno atribuir sentido e construir significado às ideias matemáticas. Desse modo, supera o
ensino baseado apenas em desenvolver habilidades, como calcular ou fixar conceitos pela
memorização ou listas de exercícios.
Há uma luta incessante para evitar a repetição mecânica de conceitos e uma busca
para que os estudantes incorporem o raciocínio, o emprego da lógica, a analise das situações
para a resolução das mais diferentes problematizações, que envolvem cálculos de qualquer
gênero ou situação, aplicações de fórmulas ou conceitos matemáticos.
De acordo com os PCN’s
A Matemática comporta um amplo campo de relações, regularidades e coerências
que despertam a curiosidade e instigam a capacidade de generalizar, projetar, prever
e abstrair, favorecendo a estruturação do pensamento e o desenvolvimento do
raciocínio lógico. Faz parte da vida de todas as pessoas nas experiências mais
simples como contar, comparar e operar sobre quantidades. Nos cálculos relativos a
salários, pagamentos e consumo, na organização de atividades como agricultura e
pesca, a Matemática se apresenta como um conhecimento de muita aplicabilidade.
Também é um instrumental importante para diferentes áreas do conhecimento, por
ser utilizada em estudos tanto ligados às ciências da natureza como às ciências
sociais e por estar presente na composição musical, na coreografia, na arte e nos
esportes. (PCN: 1997.p.30 e31)

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Nesse sentido, o ensino da matemática pode contribuir para a formação ética do
aluno, à medida que se direcione a aprendizagem para o desenvolvimento de atitudes, como a
confiança do aluno em relação à sua própria capacidade e também, em relação à capacidade
do outro, assim como para a construção de conhecimentos matemáticos, empenhando-se em
participar ativamente na sala de aula, respeitando o modo de pensar dos colegas.
O aprendizado da matemática deve contribuir na formação da cidadania; saber usar
o raciocínio lógico, empregar mecanismos de contagens, cálculos e medidas, reconhecer
diferentes formas e propriedades, e acima de tudo utilizar-se corretamente desta bagagem de
conhecimentos para interagir no meio social. Assim sendo, selecionar bem os conteúdos é
fundamental para o desenvolvimento das habilidades, garantindo uma aprendizagem eficiente
e significativa.

2.1 Perfil do Docente de Matemática


Segundo D’Ambrosio, B. (1993) algumas características são necessárias em um professor de
Matemática para o século XXI. Ele deverá ter:
- visão do que vem a ser Matemática;
- visão do que constitui a atividade matemática;
- visão do que constitui a aprendizagem matemática e
- visão do que constitui um ambiente propício à aprendizagem matemática.
Diante desse contexto o professor determina seu trabalho pedagógico como uma situação-
problema: o que ensinar? Como ensinar? Por que ensinar? E quem ensinar? Desta forma, sua ação
didática deve ser definida a partir de uma reflexão sobre objetivos, conteúdos e estratégias de ensino.
Segundo Ausubel (2001), para se atingir uma aprendizagem significativa com base na
compreensão do mundo, dos valores sociais e culturais, o professor precisa compreender a
aprendizagem matemática como uma construção pessoal e ativa do educando. A aprendizagem
significativa exige que as novas informações se relacionem com os conhecimentos prévios, os desafios
e situações-problema são indicados para estimular a busca do conhecimento.
Ainda de acordo com os PCN’s
É preciso redimensionar o papel do professor que ensina Matemática (...), o papel do
professor ganha novas dimensões. Uma faceta desse papel é a de organizador da
aprendizagem; para desempenhá-la, além de conhecer as condições socioculturais,
expectativas e competência cognitiva dos alunos, precisará escolher o(s) problema(s)
que possibilita(m) a construção de conceitos/procedimentos e alimentar o processo
de resolução, sempre tendo em vista os objetivos a que se propõe atingir. (PCN:
1997.p.30 e31)

O professor de matemática além de trabalhar os conteúdos específicos da disciplina precisa


se preocupar com a formação global do educando, os Parâmetros Curriculares Nacionais fornecem
informações sobre os temas transversais que se relacionam com o ensino da Matemática, expressando
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conceitos e valores que formam o alicerce da sociedade, como ética, orientação sexual, meio ambiente,
saúde e pluralidade cultural.

3 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
A teoria da Aprendizagem Significativa tem uma influência muito grande na
educação.
Para Ausubel (1978), esta teoria tem exercido uma enorme influencia na educação e
se baseia num modelo construtivista dos processos cognitivos humanos.
Para Moreira (2001, p.17) “aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma
nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do
individuo”.
Acontecendo o aprendizado significativo quando uma nova informação é adquirida
mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar a informação nova com
conceitos ou proposições relevantes preexistentes em sua estrutura cognitiva. (Ausbel et. al.,
1978, p.159).
Para Ausubel (1968 apud MOREIRA, 2001 p. 23), “para haver a Aprendizagem
Significativa precisa haver duas condições: a de o aluno ter disposição de aprender e o
material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, psicologicamente e
logicamente significativo”.
O interessante da aprendizagem é incorporar preferencialmente coisas importantes
que exerçam influência transcendente sobre a própria conduta, e dizer, coisas que são capazes
de influir significativamente sobre a conduta. (ONTORIA, 1995, p. 29, tradução nossa).

4 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
O objeto de estudo da Educação Matemática consiste nas múltiplas relações e
determinações entre ensino, aprendizagem e conhecimento matemático. Estudos
desenvolvidos por SOUZA (1992), FLORIANI (2000), defendem em comum quatro pontos
fundamentais à Educação Matemática: contextualização do ensino, respeito à diversidade,
desenvolvimento de habilidades e reconhecimento das finalidades científicas, sociais,
políticas e histórico-culturais.
A Educação Matemática caracteriza-se igualmente pela intervenção de um sobre o
outro: um que ensina outro que deseja aprender. À medida que ocorre aprendizagem, ocorre
também o ensino; a troca pode favorecer tanto a compreensão e ampliação do conhecimento
transmitido.
4
Segundo Fiorentini
“delimitaremos a Educação Matemática como área de saber que procura de modo
sistemático e consistente investigar problemas ou responder indagações relativas ao
ensino e à aprendizagem da matemática, bem como, à formação de professores, ao
contexto escolar, cultural e sociopolítico em que ocorre a prática pedagógica”
(FIORENTINI, 1994 p.97)

O ensino da Matemática precisa estar interligado com as demais áreas do


conhecimento, ensinar Matemática sem explicitar a origem e as finalidades dos conceitos não
contribui para a formação integral do aluno. O professor deve saber o que, o modo como o faz
e o porquê do que ensina, cabe ainda proporcionar um ambiente motivador de tal modo que
todos os alunos se sintam seguros e capazes de solucionar os desafios propostos.
A Matemática deve ser vista como uma rede de conhecimentos interligados, na qual
vários temas podem ser trabalhados com atividades adequadas, para cada série. Com isso,
surgem alternativas para o ensino com destaque para a Etnomatemática, a Modelagem
Matemática, a Resolução de Problemas, Jogos Matemáticos, História da Matemática,
Investigação Matemática e Tecnologia da Informação.

4.1 Alternativas de Ensino na Educação Matemática


O ensino da Matemática precisa estar interligado com as demais áreas do
conhecimento e com situações práticas do cotidiano, afinal ensinar matemática sem explicitar
a origem e as finalidades dos conceitos não contribui para a formação integral do aluno. O
professor necessita proporcionar um ambiente motivador de tal modo que todos os alunos se
sintam seguros e capazes de solucionar os desafios propostos.
Para melhor viabilizar o ensino da matemática é trabalhar de forma lúdica, dinâmica,
sistêmica e produtiva, de modo que o ensino se torne prazeroso e não maçante. Nessa
perspectiva, tem-se fomentado algumas considerações a respeito de diversas possibilidades
metodológicas, cabendo ao professor empregar a que julgar mais conveniente em seu projeto
de trabalho. A seguir, uma breve conceptualização a respeito de algumas alternativas no
ensino da matemática.

Etnomatemática
A Etnomatemática consiste em fazer com que a matemática seja mais próxima do
contexto sócio-histórico e cultural do aluno. Ela procura aproximar os conteúdos trabalhados
na escola com os conceitos matemáticos informais construídos a partir da realidade dos
educandos. A prática vivenciada pelos estudantes faz com que ele identifique a ação,

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determine a teoria e organize os resultados e pensamentos sobre como solucionar as situações-
problema propostas.
A Etnomatemática vem sendo muito difundida. Ubiratan D’Ambrósio afirma:
“A matemática é uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua
história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade
sensível e perceptível, e com o seu mundo imaginário, naturalmente dentro de um
contexto natural e cultural.” (D'AMBRÓSIO 1996, p. 7)

Ainda de acordo com D’ Ambrósio (2002), a Etnomatemática procura entender e


explicar as diversas maneiras em que o conhecimento matemático é contextualizado no meio
social, nas diferentes culturas ao longo da história da humanidade. Dessa forma, a
Etnomatemática tem a finalidade de ensinar Matemática partindo de problemas provenientes
do meio cultural onde os educandos estão inseridos, e ainda a relação entre aluno e professor
deveria estar fundamentada nas trocas de conhecimento entre eles.
Assim, o ensino da matemática deve estar pautado em uma visão mais ampla,
valorizando os aspectos sociais e culturais, contribuindo para mudanças no ensino e
aprendizagem, percebendo que essa ciência está presente nas atividades próprias do ser
humano como algo natural, podendo conhecer melhor a cultura e abordar o conhecimento
matemático de forma mais concreto e humanizado.

Modelagem Matemática
A Modelagem Matemática é entendida como a aplicação da matemática em outras
áreas do conhecimento. Através da modelagem, problemas reais são transformados em uma
linguagem matemática.
Segundo Bassanezi (2002, p. 56), “a modelagem consiste essencialmente na arte de
transformar problemas da realidade e resolvê-los, interpretando suas soluções na linguagem
do mundo real”. A modelagem se torna interessante para que as pessoas possam atuar e agir
no espaço em que vivem, respeitando e valorizando a cultura local.
Ainda de acordo com Bassanezi,
“a utilização da Modelagem como uma estratégia de aprendizagem, além de tornar
um curso de matemática atraente e agradável, pode levar o aluno a: desenvolver um
espírito de investigação, utilizar a matemática como ferramenta para resolver
problemas em diferentes situações e áreas, entender e interpretar aplicações de
conceitos matemáticos e suas diversas facetas, relacionar sua realidade sócio-
cultural com o conhecimento escolar e, por tudo preparar os estudantes para a vida
real, como cidadãos atuantes na sociedade.” (BASSANEZI (2002, p.38).

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O trabalho com a Modelagem Matemática provém de temas propostos pelo grupo,
logo, o ensino de Matemática torna-se dinâmico e significativo, uma vez que parte do
conhecimento que o aluno possui sobre o assunto. Dessa forma, atribui maior significado ao
contexto, permitindo o estabelecimento de relações matemáticas, a compreensão e o
significado dessas relações. Nessa perspectiva, o professor se constitui como mediador entre o
conhecimento matemático elaborado e o conhecimento do aluno.

Resolução de Problemas
A resolução de situações-problema é um método que auxilia na construção de
conceitos, procedimentos e atitudes relacionadas com a matemática. Ela sempre oferece
algum tipo de dificuldade que entusiasma a busca de soluções, o que resulta na produção de
conhecimento.
De acordo com Dante,
“Situações-problema são problemas de aplicação que retratam situações reais do dia-
a-dia e que exigem o uso da Matemática para serem resolvidos... Através de
conceitos, técnicas e procedimentos matemáticos procura-se matematizar uma
situação real, organizando os dados em tabelas, traçando gráficos, fazendo
operações, etc. Em geral, são problemas que exigem pesquisa e levantamento de
dados. Podem ser apresentados em forma de projetos a serem desenvolvidos usando
conhecimentos e princípios de outras áreas que não a Matemática, desde que a
resposta se relacione a algo que desperte interesse.” (DANTE, 2003, p. 20)

Quando se ensina através da resolução de problemas, os educandos aprendem a


determinar respostas às questões diversas, sejam elas questões escolares ou da vida cotidiana.
Ao resolvermos uma situação-problema, antes de utilizarmos os conceitos matemáticos,
devemos interpretar e entender, portanto, pode-se dizer que a dificuldade em resolver
situações-problemas não é uma dificuldade da disciplina de matemática, e sim uma
dificuldade interdisciplinar.
São vários os fatores que levam um aluno a ter dificuldade em interpretar textos ou
problemas, o principal deles é a falta do hábito da leitura, portanto, deve-se incentivar a
leitura e utilizar-se dela abundantemente para atingir resultados satisfatórios na resolução de
situações-problemas.
“Uma grande descoberta resolve um grande problema, mas há sempre uma pitada de
descoberta na resolução de qualquer problema. O problema pode ser modesto, mas
se ele desafiar a curiosidade e puser em jogo as faculdades inventivas, quem o
resolver por seus próprios meios, experimentará a tensão e gozará o triunfo da
descoberta. Experiências tais, numa idade suscetível, poderão gerar o gosto pelo
trabalho mental e deixar, por toda a vida, a sua marca na mente e no caráter”.
(POLYA, 1986)

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Jogos Matemáticos
O jogo desempenha um papel importante no ensino da Matemática. Através do jogo,
temos a possibilidade de adicionar o lúdico na escola, não só como recreação e passatempo,
mas como um recurso didático capaz de permitir o desenvolvimento da criatividade. Ensinar
matemática é desenvolver o raciocínio lógico e estimular o pensamento independente, desta
forma, o jogo pode ser uma opção para acrescer a motivação para a aprendizagem, ampliar a
autoconfiança, a organização, a concentração, a atenção e o raciocínio lógico-dedutivo.
Segundo Smole,
“Todo jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho e uma certa
alegria para o espaço no qual normalmente entram apenas o livro, o caderno e o
lápis. Essa dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem
conceitos de matemática. Ao contrário, ela é determinante para que os alunos
sintam-se chamados a participar das atividades com interesse.” (SMOLE, 2007, p.
10)

O uso do jogo em sala de aula deve agregar as dimensões lúdicas e educativas, pois
mesmo utilizando jogos capazes de explanar os conceitos matemáticos, sem a mediação não
ocorre aprendizagem efetiva. Então, cabe ao professor criar estratégias para que o jogar se
torne um momento de aprendizagem e não de reprodução mecânica.
Nessa perspectiva, Grando afirma que
“A inserção do jogo no contexto de ensino de Matemática representa uma atividade
lúdica, que envolve o desejo e o interesse do jogador pela própria ação do jogo, e
mais, envolve a competição e o desafio que motivam o jogador a conhecer seus
limites e suas possibilidades de superação de tais limites, na busca da vitória,
adquirindo confiança e coragem para se arriscar”. (GRANDO, 2000 p. 32)

Os jogos são recursos com os quais os educandos podem produzir e compreender


conceitos matemáticos, além de criar estratégias para atingir seu objetivo. Assim, com a
mediação é possível a elaboração e o apropriamento de conceitos explorados no decorrer do
jogo.

História da Matemática
A história da matemática auxilia os alunos a entender essa área do conhecimento em
seu processo de evolução. Contribui igualmente, para desmistificar a ideia de que a
matemática é uma ciência pronta e acabada.
Apresentar a matemática construída por diferentes povos, em diferentes épocas,
ajuda os alunos a entenderem os conceitos, procedimentos e sistemas matemáticos.

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É importante perceber a história da Matemática no contexto da prática escolar como
componente necessário, para que os educandos compreendam a origem da Matemática e sua
importância na vida da humanidade.
A história da Matemática pode ser um elemento orientador no planejamento de
atividades, na elaboração das situações-problema, na melhor compreensão dos conceitos
matemáticos. Dessa forma possibilita ao aluno analisar e discutir determinados fatos,
raciocínios e procedimentos.

Investigação Matemática
A utilização de Investigação Matemática como alternativa de ensino em sala de aula
auxilia na aprendizagem dos conceitos matemáticos, sendo assim favorece o desenvolvimento
de habilidades cognitivas no aluno, afinal, ele precisa fazer conjecturas para conseguir chegar
ao desenlace de uma determinada situação.

O conceito de investigação matemática, como atividade de ensino-aprendizagem,


ajuda a trazer para a sala de aula o espírito da atividade matemática [...]. O aluno é
chamado a agir como um matemático, não só na formulação de questões e
conjecturas e na realização de provas e refutações, mas também na apresentação de
resultados e na discussão de argumentação com os seus colegas e o professor.
(PONTE; BROCARDO e OLIVEIRA, 2006, p.23).

Na tarefa de investigação, para se obter sucesso na aprendizagem deve-se investigar


todos os caminhos que surgem de uma situação dada.

[...] uma investigação é uma viagem até o desconhecido [...], o objectivo é explorar
todos os caminhos que surgem como interessantes a partir de uma dada situação. É
um processo divergente. [...] sabe-se qual é o ponto de partida mas não se sabe qual
será ponto de chegada (FONSECA, BRUNHEIRA e PONTE,2008, p.4).

Ao indicar uma atividade através de Investigação Matemática, espera-se que os


alunos possam de uma maneira consistente, utilizar os vários processos que caracterizam esta
atividade, ou seja, precisam descobrir relações existentes entre conteúdos matemáticos e suas
propriedades.

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Figura 01: mapa conceitual sobre Investigação Matemática

Tecnologias da Informação
Os computadores e a internet oferecem oportunidades que facilitam o
desenvolvimento e o entendimento de conceitos e procedimentos matemáticos. Entre outras
possibilidades, o uso de figuras elaboradas em aplicativos (softwares) de geometria dinâmica
pode auxiliar o aluno a entender as figuras geométricas como classes, diferenciando-as do
simples desenho de uma figura.
Segundo Ortega (2004), a escola precisa formar pessoas integralmente, de maneira,
que as tecnologias da informação, facilitem a preparação do aluno dentro da sociedade.
As tecnologias da informação e comunicação na sala de aula deve ser uma nova
forma de trabalho, vista pelos educadores, como uma ferramenta, um recurso didático, que
auxilia na aquisição do conhecimento, onde o aluno é capaz de interagir com o meio.
Nesse contexto Moran afirma que
As atividades didáticas que contemplam a tecnologia da informação permitem além
da tarefa proposta, em ritmos próprios e estilo de aprendizagem. Os alunos são
dotados de inteligência múltipla e podem ser despertados para colocar suas
habilidades e competências a serviço da produção do conhecimento individual e
coletivo. (MORAN, 2006).

Para Borba (2007), os computadores não substituem e sim complementam os seres


humanos, devem servir para reorganizar o pensamento, onde o papel do educador matemático
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deve ser o de ver como a Matemática se constitui quando novos atores se fazem presentes em
sua investigação.
Não acreditamos que a informática irá terminar com a escrita ou com a oralidade,
nem que a simulação acabará com a demonstração em Matemática. É bem provável
que haverá transformação ou reorganização (BORBA, 2007, p.49).

Assim, ao incrementar as aulas usando os recursos tecnológicos, o professor permite


que a aprendizagem ocorra em diferentes lugares e por diferentes meios. Portanto, cada vez
mais as capacidades para criar, inovar, imaginar, questionar, encontrar soluções e tomar
decisões com autonomia assumem importância.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Matemática é uma ciência com características muito próprias para o ensino, não
basta conhecer, é necessário criar, porque na nossa sociedade as ciências e as técnicas
evoluem rapidamente, e a complexidade dos conceitos teóricos, dado ao avanço das
tecnologias, cria a necessidade de uma Matemática cada vez mais atraente.
Sendo constatado durante a pesquisa bibliográfica existir diversas alternativas de
ensino na perspectiva da Educação Matemática, cabe ao professor/educador buscar conhecê-
las e adequá-las à realidade do aluno em sala de aula para melhor qualificação do processo
ensino e aprendizagem.
A prudência e o bom censo no momento de planejamento e de execução das aulas
podem envolver todas as metodologias, sem priorizar uma ou outra, visto que todas têm em
sua essência o ensinar de forma atrativa e dinâmica. Cabe ao professor priorizar o uso de
materiais bem estruturados, a progressão coerente dos conteúdos com devida
contextualização.
Dessa forma cria condições para um ensino, que leve a superar o distanciamento
entre os conteúdos estudados e a experiência do aluno, estabelecendo relações entre os tópicos
estudados e trazendo referências trazidas pelas vivências do educando.
Para que isso aconteça, é necessário que o professor esteja preparado para reconhecer
as oportunidades de trabalho. Insistir tanto nos conceitos como na fluência dos
procedimentos, despertar o raciocínio ao mesmo tempo em que se desenvolve a memorização,
oportunizando assim uma aprendizagem significativa.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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estratégia. São Paulo: Contexto, 2002. 389 p.
BORBA, Marcelo. C; PENTEADO, Miriam. G. Informática e Educação Matemática. 3º
ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.

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BRASIL, Lei Federal nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre as Diretrizes e
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D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática. Elo entre as tradições e a modernidade. 2ª Edição.
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