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1 INTRODUÇÃO
Olhar o processo de ensino e aprendizagem da Matemática na perspectiva da
Educação Matemática é relevante, pois ressalta um compromisso com a capacidade criativa
do aluno.
O ensino da matemática precisa ser atrativo e prazeroso, neste sentido, a ação
docente se torna desafiadora, uma vez que deve atender as expectativas dos educandos e
fundamentar o conhecimento científico. Cabe ao professor buscar alternativas didáticas
capazes de atrair a atenção, despertar o interesse, estimar o ensino, mostrando a utilidade dos
conceitos matemáticos numa relação teoria x prática.
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Formada em Matemática Licenciatura Plena; Mestre em Ensino de Ciências e Matemática. Docente da Unidade
Central de Educação Faem Faculdades - UCEFF. [email protected].
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Formada em Matemática Licenciatura Plena; Mestre em Modelagem Matemática Docente da Unidade Central
de Educação Faem Faculdades - UCEFF. [email protected].
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Uma necessidade cada vez mais acentuada na educação básica é a proximidade que o
conhecimento científico deve ter com o conhecimento empírico dos educandos, pois assim
pode-se firmar algumas perspectivas de aplicações e, dessa forma, contribuir para o interesse
e o gosto pela matemática.
Pesquisadores em Educação Matemática sugerem algumas alternativas para o ensino
da Matemática, como: Resolução de Problemas, Investigação Matemática, Modelagem
Matemática, História da Matemática, Tecnologias da Informação e Comunicação,
Etnomatemática. Todas vêm ao encontro da necessidade de uma educação mais preocupada
com o aluno, buscando meios que favoreçam a aprendizagem do aluno e desenvolvam sua
capacidade de pesquisar, buscar conhecimentos e pensar.
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Nesse sentido, o ensino da matemática pode contribuir para a formação ética do
aluno, à medida que se direcione a aprendizagem para o desenvolvimento de atitudes, como a
confiança do aluno em relação à sua própria capacidade e também, em relação à capacidade
do outro, assim como para a construção de conhecimentos matemáticos, empenhando-se em
participar ativamente na sala de aula, respeitando o modo de pensar dos colegas.
O aprendizado da matemática deve contribuir na formação da cidadania; saber usar
o raciocínio lógico, empregar mecanismos de contagens, cálculos e medidas, reconhecer
diferentes formas e propriedades, e acima de tudo utilizar-se corretamente desta bagagem de
conhecimentos para interagir no meio social. Assim sendo, selecionar bem os conteúdos é
fundamental para o desenvolvimento das habilidades, garantindo uma aprendizagem eficiente
e significativa.
3 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
A teoria da Aprendizagem Significativa tem uma influência muito grande na
educação.
Para Ausubel (1978), esta teoria tem exercido uma enorme influencia na educação e
se baseia num modelo construtivista dos processos cognitivos humanos.
Para Moreira (2001, p.17) “aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma
nova informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de conhecimento do
individuo”.
Acontecendo o aprendizado significativo quando uma nova informação é adquirida
mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar a informação nova com
conceitos ou proposições relevantes preexistentes em sua estrutura cognitiva. (Ausbel et. al.,
1978, p.159).
Para Ausubel (1968 apud MOREIRA, 2001 p. 23), “para haver a Aprendizagem
Significativa precisa haver duas condições: a de o aluno ter disposição de aprender e o
material a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, psicologicamente e
logicamente significativo”.
O interessante da aprendizagem é incorporar preferencialmente coisas importantes
que exerçam influência transcendente sobre a própria conduta, e dizer, coisas que são capazes
de influir significativamente sobre a conduta. (ONTORIA, 1995, p. 29, tradução nossa).
4 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
O objeto de estudo da Educação Matemática consiste nas múltiplas relações e
determinações entre ensino, aprendizagem e conhecimento matemático. Estudos
desenvolvidos por SOUZA (1992), FLORIANI (2000), defendem em comum quatro pontos
fundamentais à Educação Matemática: contextualização do ensino, respeito à diversidade,
desenvolvimento de habilidades e reconhecimento das finalidades científicas, sociais,
políticas e histórico-culturais.
A Educação Matemática caracteriza-se igualmente pela intervenção de um sobre o
outro: um que ensina outro que deseja aprender. À medida que ocorre aprendizagem, ocorre
também o ensino; a troca pode favorecer tanto a compreensão e ampliação do conhecimento
transmitido.
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Segundo Fiorentini
“delimitaremos a Educação Matemática como área de saber que procura de modo
sistemático e consistente investigar problemas ou responder indagações relativas ao
ensino e à aprendizagem da matemática, bem como, à formação de professores, ao
contexto escolar, cultural e sociopolítico em que ocorre a prática pedagógica”
(FIORENTINI, 1994 p.97)
Etnomatemática
A Etnomatemática consiste em fazer com que a matemática seja mais próxima do
contexto sócio-histórico e cultural do aluno. Ela procura aproximar os conteúdos trabalhados
na escola com os conceitos matemáticos informais construídos a partir da realidade dos
educandos. A prática vivenciada pelos estudantes faz com que ele identifique a ação,
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determine a teoria e organize os resultados e pensamentos sobre como solucionar as situações-
problema propostas.
A Etnomatemática vem sendo muito difundida. Ubiratan D’Ambrósio afirma:
“A matemática é uma estratégia desenvolvida pela espécie humana ao longo de sua
história para explicar, para entender, para manejar e conviver com a realidade
sensível e perceptível, e com o seu mundo imaginário, naturalmente dentro de um
contexto natural e cultural.” (D'AMBRÓSIO 1996, p. 7)
Modelagem Matemática
A Modelagem Matemática é entendida como a aplicação da matemática em outras
áreas do conhecimento. Através da modelagem, problemas reais são transformados em uma
linguagem matemática.
Segundo Bassanezi (2002, p. 56), “a modelagem consiste essencialmente na arte de
transformar problemas da realidade e resolvê-los, interpretando suas soluções na linguagem
do mundo real”. A modelagem se torna interessante para que as pessoas possam atuar e agir
no espaço em que vivem, respeitando e valorizando a cultura local.
Ainda de acordo com Bassanezi,
“a utilização da Modelagem como uma estratégia de aprendizagem, além de tornar
um curso de matemática atraente e agradável, pode levar o aluno a: desenvolver um
espírito de investigação, utilizar a matemática como ferramenta para resolver
problemas em diferentes situações e áreas, entender e interpretar aplicações de
conceitos matemáticos e suas diversas facetas, relacionar sua realidade sócio-
cultural com o conhecimento escolar e, por tudo preparar os estudantes para a vida
real, como cidadãos atuantes na sociedade.” (BASSANEZI (2002, p.38).
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O trabalho com a Modelagem Matemática provém de temas propostos pelo grupo,
logo, o ensino de Matemática torna-se dinâmico e significativo, uma vez que parte do
conhecimento que o aluno possui sobre o assunto. Dessa forma, atribui maior significado ao
contexto, permitindo o estabelecimento de relações matemáticas, a compreensão e o
significado dessas relações. Nessa perspectiva, o professor se constitui como mediador entre o
conhecimento matemático elaborado e o conhecimento do aluno.
Resolução de Problemas
A resolução de situações-problema é um método que auxilia na construção de
conceitos, procedimentos e atitudes relacionadas com a matemática. Ela sempre oferece
algum tipo de dificuldade que entusiasma a busca de soluções, o que resulta na produção de
conhecimento.
De acordo com Dante,
“Situações-problema são problemas de aplicação que retratam situações reais do dia-
a-dia e que exigem o uso da Matemática para serem resolvidos... Através de
conceitos, técnicas e procedimentos matemáticos procura-se matematizar uma
situação real, organizando os dados em tabelas, traçando gráficos, fazendo
operações, etc. Em geral, são problemas que exigem pesquisa e levantamento de
dados. Podem ser apresentados em forma de projetos a serem desenvolvidos usando
conhecimentos e princípios de outras áreas que não a Matemática, desde que a
resposta se relacione a algo que desperte interesse.” (DANTE, 2003, p. 20)
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Jogos Matemáticos
O jogo desempenha um papel importante no ensino da Matemática. Através do jogo,
temos a possibilidade de adicionar o lúdico na escola, não só como recreação e passatempo,
mas como um recurso didático capaz de permitir o desenvolvimento da criatividade. Ensinar
matemática é desenvolver o raciocínio lógico e estimular o pensamento independente, desta
forma, o jogo pode ser uma opção para acrescer a motivação para a aprendizagem, ampliar a
autoconfiança, a organização, a concentração, a atenção e o raciocínio lógico-dedutivo.
Segundo Smole,
“Todo jogo por natureza desafia, encanta, traz movimento, barulho e uma certa
alegria para o espaço no qual normalmente entram apenas o livro, o caderno e o
lápis. Essa dimensão não pode ser perdida apenas porque os jogos envolvem
conceitos de matemática. Ao contrário, ela é determinante para que os alunos
sintam-se chamados a participar das atividades com interesse.” (SMOLE, 2007, p.
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O uso do jogo em sala de aula deve agregar as dimensões lúdicas e educativas, pois
mesmo utilizando jogos capazes de explanar os conceitos matemáticos, sem a mediação não
ocorre aprendizagem efetiva. Então, cabe ao professor criar estratégias para que o jogar se
torne um momento de aprendizagem e não de reprodução mecânica.
Nessa perspectiva, Grando afirma que
“A inserção do jogo no contexto de ensino de Matemática representa uma atividade
lúdica, que envolve o desejo e o interesse do jogador pela própria ação do jogo, e
mais, envolve a competição e o desafio que motivam o jogador a conhecer seus
limites e suas possibilidades de superação de tais limites, na busca da vitória,
adquirindo confiança e coragem para se arriscar”. (GRANDO, 2000 p. 32)
História da Matemática
A história da matemática auxilia os alunos a entender essa área do conhecimento em
seu processo de evolução. Contribui igualmente, para desmistificar a ideia de que a
matemática é uma ciência pronta e acabada.
Apresentar a matemática construída por diferentes povos, em diferentes épocas,
ajuda os alunos a entenderem os conceitos, procedimentos e sistemas matemáticos.
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É importante perceber a história da Matemática no contexto da prática escolar como
componente necessário, para que os educandos compreendam a origem da Matemática e sua
importância na vida da humanidade.
A história da Matemática pode ser um elemento orientador no planejamento de
atividades, na elaboração das situações-problema, na melhor compreensão dos conceitos
matemáticos. Dessa forma possibilita ao aluno analisar e discutir determinados fatos,
raciocínios e procedimentos.
Investigação Matemática
A utilização de Investigação Matemática como alternativa de ensino em sala de aula
auxilia na aprendizagem dos conceitos matemáticos, sendo assim favorece o desenvolvimento
de habilidades cognitivas no aluno, afinal, ele precisa fazer conjecturas para conseguir chegar
ao desenlace de uma determinada situação.
[...] uma investigação é uma viagem até o desconhecido [...], o objectivo é explorar
todos os caminhos que surgem como interessantes a partir de uma dada situação. É
um processo divergente. [...] sabe-se qual é o ponto de partida mas não se sabe qual
será ponto de chegada (FONSECA, BRUNHEIRA e PONTE,2008, p.4).
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Figura 01: mapa conceitual sobre Investigação Matemática
Tecnologias da Informação
Os computadores e a internet oferecem oportunidades que facilitam o
desenvolvimento e o entendimento de conceitos e procedimentos matemáticos. Entre outras
possibilidades, o uso de figuras elaboradas em aplicativos (softwares) de geometria dinâmica
pode auxiliar o aluno a entender as figuras geométricas como classes, diferenciando-as do
simples desenho de uma figura.
Segundo Ortega (2004), a escola precisa formar pessoas integralmente, de maneira,
que as tecnologias da informação, facilitem a preparação do aluno dentro da sociedade.
As tecnologias da informação e comunicação na sala de aula deve ser uma nova
forma de trabalho, vista pelos educadores, como uma ferramenta, um recurso didático, que
auxilia na aquisição do conhecimento, onde o aluno é capaz de interagir com o meio.
Nesse contexto Moran afirma que
As atividades didáticas que contemplam a tecnologia da informação permitem além
da tarefa proposta, em ritmos próprios e estilo de aprendizagem. Os alunos são
dotados de inteligência múltipla e podem ser despertados para colocar suas
habilidades e competências a serviço da produção do conhecimento individual e
coletivo. (MORAN, 2006).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Matemática é uma ciência com características muito próprias para o ensino, não
basta conhecer, é necessário criar, porque na nossa sociedade as ciências e as técnicas
evoluem rapidamente, e a complexidade dos conceitos teóricos, dado ao avanço das
tecnologias, cria a necessidade de uma Matemática cada vez mais atraente.
Sendo constatado durante a pesquisa bibliográfica existir diversas alternativas de
ensino na perspectiva da Educação Matemática, cabe ao professor/educador buscar conhecê-
las e adequá-las à realidade do aluno em sala de aula para melhor qualificação do processo
ensino e aprendizagem.
A prudência e o bom censo no momento de planejamento e de execução das aulas
podem envolver todas as metodologias, sem priorizar uma ou outra, visto que todas têm em
sua essência o ensinar de forma atrativa e dinâmica. Cabe ao professor priorizar o uso de
materiais bem estruturados, a progressão coerente dos conteúdos com devida
contextualização.
Dessa forma cria condições para um ensino, que leve a superar o distanciamento
entre os conteúdos estudados e a experiência do aluno, estabelecendo relações entre os tópicos
estudados e trazendo referências trazidas pelas vivências do educando.
Para que isso aconteça, é necessário que o professor esteja preparado para reconhecer
as oportunidades de trabalho. Insistir tanto nos conceitos como na fluência dos
procedimentos, despertar o raciocínio ao mesmo tempo em que se desenvolve a memorização,
oportunizando assim uma aprendizagem significativa.
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