Indicadores e Entendimentos Especiais Dos

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Indicadores e Entendimentos Especiais dos

Lançamentos Contábeis

Conteudista: Prof. Me. Ezequiel Bonifácio Leite 


Revisão Textual: Esp. Maria Thereza Carvalho Rodriguez Guisande

Objetivo da Unidade:

Permitir que o educando conheça o Comitê de Pronunciamentos Contábeis


(CPC), que transformou normas, convenções e princípios em uma nova estrutura
de demonstrações contábeis, com equilíbrio qualitativo e quantitativo.

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📄 Material Teórico
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Introdução
Até 1986, dois documentos dividiam o cenário sobre a conceituação da contabilidade. Um deles
era patrocinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), com o título de Estrutura
Conceitual Básica da Contabilidade e destinado às empresas de capital aberto, e o outro era

denominado Princípios Fundamentais da contabilidade, os quais eram utilizados para as


empresas em geral.

Em 2007, por meio da Lei 11.638/2007, aconteceu a convergência dos princípios, das normas,
dos postulados e das convenções contábeis para normas internacionais, que recebeu o nome de
Pronunciamento conceitual básico – Estrutura conceitual para elaboração e apresentação das
demonstrações contábeis (CPC 00).

Esse documento, emitido pelo Comitê de Procedimentos Contábeis (CPC), trouxe as orientações
contidas nos dois documentos citados anteriormente e acrescentou questões sobre o ativo, o
passivo, as despesas e as receitas. Doravante, os conceitos de normas brasileiras e princípios
contábeis desaparecem e surgem, a partir daí, as características qualitativas da informação
contábil.

Os princípios contábeis são axiomas baseados nas doutrinas contábeis, de natureza imutável no
tempo e que visam garantir a uniformidade do entendimento para construir as demonstrações
contábeis. Esses princípios, denominados princípios fundamentais, foram regulamentados nas
resoluções 750/1993 e 1282/2010, sendo posteriormente tratados pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis com a revogação das resoluções citadas emanadas do Conselho
Federal de Contabilidade.
O interesse pela criação de regras surgiu durante a grande depressão – 1929-1932 – nos
Estados Unidos e, no desenrolar do processo por décadas, passou a ser admitido pelo resto do
mundo, ganhando novas classificações, tendo como objetivo a transparência e a exatidão das
demonstrações financeiras.

Essa nova orientação viabiliza:

Facilitar os investimentos e outras empresas: empresas compram ações de outras


empresas a partir da movimentação da cotação no pregão da bolsa e de leitura das
demonstrações contábeis;

Avaliar a administração: pela comparação dos balanços publicados é possível


verificar o desempenho da administração;

Verificar a capacidade de quitação da folha de pagamento: pelos saldos apontados


na demonstração financeira, pode-se verificar a existência de valores a pagar em
relação à última folha de pagamento;

Verificar a capacidade de pagamento de empréstimos: através dos saldos das contas


de empréstimos e das idades destes, é possível saber se a empresa está quitando
seus débitos. De forma geral, se a liquidez corrente for menor que 1, há indicativo de
pagamentos pendentes no presente ou no futuro;

Ajustar políticas tributárias: caso a empresa tenha uma linha forte de serviços,
como vender e montar ou vender e entregar, poderá optar pela separação das
atividades formalmente, em que o imposto comercial é quatro vezes o imposto
sobre serviços;

Aferir a distribuição de lucros e dividendos: de que adianta a empresa obter bons


lucros e não fazer uma distribuição adequada? (Semântica). O investidor quer aplicar
seus recursos em pontos que tenham retorno provável e em montante adequado;

Efetuar comparativos com a renda nacional: o investidor precisa comparar o ganho


de seu investimento com outros hipotéticos ganhos que teria auferido aplicando em
outro negócio;
Regulamentar as normas da entidade: o investidor, na condição de sócio da
companhia, busca regulamentos firmes e amadurecidos para evitar casuísmos e
instabilidades negociais;

As demonstrações contábeis são parte integrante da informação financeira e


incluem o balanço patrimonial, a demonstração de resultados, a demonstração dos
fluxos de caixa, de origens e aplicação de recursos, as mutações do patrimônio
líquido, as notas explicativas e o material que possa elucidar as demonstrações
apresentadas;

Esse conjunto de orientações se aplica a todas as empresas do setor público e do


privado.

Usuários e Suas Necessidades de Informações


As demonstrações contábeis precisam ter clareza e concisão e são preparadas para atender
vários públicos, entre eles:

Investidores atuais e potenciais;

Empregados;

Credores por empréstimos;

Fornecedores;

Clientes;

Governo e suas agências;

Público em geral.
O Objetivo das Demonstrações Contábeis
O objetivo das demonstrações contábeis é apresentar a posição patrimonial e financeira em uma
determinada data.

Posição Patrimonial e Financeira, Desempenho e


Mutações das Posições Financeiras
Além disso, as demonstrações contábeis deverão apresentar avaliação sobre a tomada de
decisões no período proposto e as informações não financeiras para seu público.

As demonstrações contábeis deverão apresentar avaliação sobre as decisões


tomadas e os efeitos nas demonstrações contábeis, bem como a capacidade de gerar
caixa e o grau de certeza e a época dessa geração;

A posição patrimonial e financeira da entidade e sua capacidade de solvência e


liquidez, bem como sua adaptabilidade às mudanças de mercado;

O desempenho da empresa com relação à rentabilidade;

Informações sobre as mutações da situação financeira;

Todas essas informações deverão estar expressas no conjunto das demonstrações


contábeis.

Pressupostos Básicos

Regime de Competência
Para atingir seus objetivos, as demonstrações contábeis são preparadas obedecendo ao regime
da competência do exercício que prevê que cada receita e cada despesa devem ser contabilizadas
em seu período respectivo e não reconhecer o ganho ou a perda no período em que for paga.
Esse é um dos princípios fundamentais. 

Caso a empresa efetue um gasto com publicidade por dois meses para lançamento de uma
campanha que vai iniciar no terceiro mês e renderá venda prevista de 50%, 30% e 20% a partir
do terceiro mês, o pagamento da despesa será lançada no ativo nos meses um e dois, 50%
incorrerá no mês três, 30% no mês quatro e 20% no mês cinco. Com isso, o resultado obtido em
cada mês vai corresponder ao efetivamente acontecido. Haverá confrontação, mês a mês, da
receita e da despesa correspondente.

Caso a empresa opte pela premissa fiscal de lançar a despesa no mês de pagamento, o balanço de
cinco meses estará incorreto e sujeito à ressalva técnica de auditoria.

Continuidade
Os períodos contábeis sucedem-se.

Caso não haja uma regra em contrário no contrato social ou na declaração de firma, a empresa
terá uma vida contínua sem limitação de tempo.

Quando a empresa faz uma operação que extrapola o exercício social, não tem como contabilizá-

la corretamente. Somente com utilização do princípio da continuidade podemos efetuar o


registro, reconhecendo a parte do valor que pertence ao momento atual e a parte que
corresponde ao momento futuro.

Numa venda a prazo, em muitas parcelas, podemos reconhecer as parcelas vencíveis até o
término do próximo exercício e as demais.

Características Qualitativas das Demonstrações


Contábeis
Compreensibilidade: as demonstrações contábeis precisam ser prontamente
entendidas pelo usuário em linguagem clara e direta;

Relevância: as informações apresentadas precisam ser de qualidade para quem vai


tomar decisões com base no que foi apresentado;

Materialidade: a natureza e a materialidade vão determinar a relevância da


informação apresentada nas demonstrações contábeis;

Confiabilidade: para ser útil uma informação precisa ser confiável. Precisa estar
livre de erros e com clareza absoluta.

Representação Adequada
As demonstrações contábeis deverão apresentar de forma confiável o período ao qual se
referem. O cruzamento interno da informação precisa ser perfeito. Às vezes, encontramos um
valor de lucro na demonstração do resultado e outro valor, com diferença de poucos milhares,
no balanço patrimonial. Essas demonstrações contábeis estarão inadequadas.

Primazia da Essência Sobre a Forma


Seria a primazia da realidade. Se alguém é contratado com continuidade, subordinação, horário
fixo, salário mensal, exclusividade como pessoa jurídica, suas provisões trabalhistas são de
celetista, mesmo que a empresa efetue o pagamento como pessoa jurídica. No Direito, é tratado

como primazia da realidade.

Neutralidade
A informação contida nas demonstrações contábeis precisa ser imparcial e neutra. A informação
não poderá ser tendenciosa, levando o leitor a tomar uma decisão errada.
Prudência
Esse princípio determina que, em caso de dúvida, reconheçamos os menores valores para ativos
e receitas e os maiores valores para passivo e receitas.

Para contabilização de uma exportação, utilizar para conversão a cotação do dólar de compra; e
para contabilização de uma importação, utilizar a cotação do dólar de venda.

Integridade
A informação com integridade deverá manter os limites da materialidade e do custo, sendo
apresentada de forma completa.

Comparabilidade
As demonstrações contábeis devem ser apresentadas ao longo do tempo de forma a permitir ao
leitor uma visão comparativa dos fatos contábeis e dos atos administrativos. Importante frisar
que as práticas contábeis precisam ser publicadas de forma a localizar o leitor sobre as peças

contábeis.

Limitações na Relevância e na Confiabilidade das


Informações

Tempestividade
Quando a informação se torna intempestiva, normalmente, seu valor se dilui no tempo. Caso seja

uma informação que interesse ao investidor, deverá ser feita uma comunicação ao mercado.

Princípio da oportunidade – o registro contábil dos fatos deve ser feito na oportunidade
primeira em relação à sua ocorrência.
Caso a empresa adquira um seguro para um período de doze meses e pague à vista, deverá
efetuar o lançamento do valor total em conta do ativo e transferir para despesa, mês a mês, até
incorrer 100% do valor pago. Caso seja um fundo de ações, fará a apropriação dia a dia até

apropriar todo o valor.

Caso um fiscal inicie um trabalho de fiscalização e o empresário já tenha uma expectativa sobre
o que estaria errado, não é a oportunidade para fazer o lançamento da multa e dos juros. Caso o
fiscal comente que localizou o erro, também não é a oportunidade para fazer o lançamento. Caso

receba o auto de infração com o valor principal, multa e juros, é o momento para fazer o
lançamento pelo valor total, mesmo que pretenda usar os benefícios fiscais de liquidar
antecipadamente por valor menor.

Equilíbrio entre Custo e Benefício


O valor de venda de um determinado bem ou serviço deverá ser superior ao valor de custo por

uma medida prática.

Equilíbrio entre Características Qualitativas


Deverá ser estabelecido um equilíbrio entre as características objetivas e as subjetivas das
demonstrações contábeis.

Visão Verdadeira e Apropriada


As demonstrações contábeis devem apresentar uma visão verdadeira e apropriada da instituição.

Elementos das Demonstrações Financeiras


As demonstrações financeiras divididas por elementos retratam os ativos, os passivos, o
patrimônio líquido, os resultados, as mutações financeiras e as patrimoniais e as práticas
contábeis.

Posição Patrimonial e Financeira


O conjunto das demonstrações contábeis demonstra as posições contábil e financeira de uma
determinada empresa.

Ativos

Importante!
Disposições legais – Lei 6404/1976, art. 178 a 184; Lei 11638/2007; Lei
11941/2009 e Lei 12973/2014.

“Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do

patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a

análise da situação financeira da companhia.

§ 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez


dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:
I – Ativo circulante; e

II – Ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo,

investimentos, imobilizado e intangível.

§ 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos:

I – Passivo circulante;

II – Passivo não circulante; e


III – patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de

avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos

acumulados.

§ 3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de

compensar serão classificados separadamente.

Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo:

[Ativo circulante:]

I - No ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do


exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício

seguinte;

[Ativo não circulante:]

II - No ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do

exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou

empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores,

acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios


usuais na exploração do objeto da companhia;

III - em investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os

direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se

destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa;

IV – no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos

destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos

com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à


companhia os benefícios, riscos e controle desses bens;
VI – No intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados

à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo

de comércio adquirido.

Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver


duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo

terá por base o prazo desse ciclo.

[Passivo:]

[Passivo exigível]

Art. 180. As obrigações da companhia, inclusive financiamentos para aquisição de

direitos do ativo não circulante, serão classificadas no passivo circulante, quando

se vencerem no exercício seguinte, e no passivo não circulante, se tiverem

vencimento em prazo maior, observado o disposto no parágrafo único do art. 179

desta Lei.                        
[Patrimônio líquido]

Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por


dedução, a parcela ainda não realizada.

§ 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem:

a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte

do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância

destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações

de debêntures ou partes beneficiárias;

b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;


c) (revogada);

d) (revogada).

§ 2° Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção

monetária do capital realizado, enquanto não-capitalizado.

§ 3o Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não

computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as


contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do

ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos

previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores

Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei.

§ 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela

apropriação de lucros da companhia.

§ 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da

conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua

aquisição.”

- BRASIL, 1976, n. p.

O balanço patrimonial foi apresentado pela primeira vez pela Lei 2627/1943, no Brasil, que
determinou o uso das partidas dobradas. Essa Lei foi aperfeiçoada pela Lei 6404/1976 e pelas
alterações, e sacramentaram as contas redutoras ou retificadoras, retiraram o grupo de

compensação oficialmente e as despesas antecipadas passaram a existir no ativo (pagamentos


antecipados de despesas).

Os ativos são os bens de circulação disponíveis, os valores realizáveis ou os direitos por


pagamento antecipado, os estoques, as aplicações gerais de longo prazo, os ativos imobilizados
e os valores intangíveis.

Tabela 1 – Características qualitativas da informação contábil, balanço patrimonial em


31/12/2022

Ativo $

Ativo circulante
Ativo $

Disponibilidades

Caixa 6.500,00

     Bancos conta
258.800,00
movimento

Realizáveis

     Duplicatas a
   327.000,00
receber

     Duplicatas
- 90.900,00
descontadas

Estoques

     Estoque de
47.780,00
mercadorias

Despesas do exercício
seguinte

     Despesas seguros
2.700,00
antecipados

Ativo não circulante


Ativo $

Realizável a longo
prazo

     Títulos a receber      74.000,00

Investimentos

     Participações
227.892,63
societárias

Imobilizado

     Veículos  31.040,00

     Móveis e utensílios 7.879,50

     Depreciações
- 12.868,00
acumuladas

Intangível

     Despesas pré-
83.850,00
operacionais

     Amortização
- 9.188,00
acumulada
Ativo $

Totais    954.486,13 

Passivos
Os passivos são todas as dívidas para com terceiros de curto e longo prazo. Eventualmente,
teremos dívidas com sócios por empréstimos, bônus ou dividendos a pagar.

Tabela 2 – Características qualitativas da informação contábil, balanço patrimonial em


31/12/2022

Passivo $

Passivo circulante

     Salários a pagar 38.850,00

     Impostos a
71.850,00
recolher

     Fornecedores 412.500,00

Passivo não
circulante

Exigíveis a longo
prazo
Passivo $

     Títulos a pagar 49.600,00

Patrimônio líquido

Capital social

     Capital social 203.408,00

Reservas de capital

Ajustes e avaliação
patrimonial

Reservas de lucros

     Reserva legal  10.475,00

     Lucro no exercício
   161.082,00
de 2021

     Reservas para
 6.721,13
contingência

Ações em tesouraria

      Ações
preferenciais
Passivo $

Prejuízos
acumulados

Totais    954.486,

Patrimônio Líquido
Representa a dívida da empresa para com os sócios pela injeção de capital, por reservas
formadas e por lucros retidos.

Tabela 3 – Características qualitativas da informação contábil


Balanço patrimonial em 31/12/2022

Passivo $

Passivo circulante

     Salários a pagar 38.850,00

     Impostos a
71.850,00
recolher

     Fornecedores 412.500,00

Passivo não
circulante
Passivo $

Exigíveis a longo
prazo

     Títulos a pagar 49.600,00

Patrimônio líquido

Capital social

     Capital social 203.408,00

Reservas de capital

Ajustes e avaliação
patrimonial

Reservas de lucros

     Reserva legal  10.475,00

     Lucro no exercício
   161.082,00
de 2021

     Reservas para
 6.721,13
contingência

Ações em tesouraria
Passivo $

      Ações
preferenciais

Prejuízos
acumulados

Totais    954.486,13

Desempenho
O desempenho é medido por indicadores econômicos que comparam os lucros com capital
aplicado, vendas, ativo permanente, ganhos de outras aplicações, empresas concorrentes e
mercado em geral.

Tabela 4 – Características qualitativas da informação contábil


Balanço patrimonial em 31/12/2022

Liquidez

Liquidez imediata 51%

Liquidez seca 96%

Liquidez corrente 106%

Liquidez geral 110%


Atividade

Giro dos estoques 6,48

Prazo médio de
103
recebimento

Prazo médio de
594
pagamento

Giro do ativo total 0,84

Endividamento

Endividamento geral 60%

Índice de cobertura de
42,44
juros

Rentabilidade

Margem de lucro bruto 45%

Margem de lucro
21,0%
operacional

Margem de lucro líquido 15%

Retorno do ativo total 17%


Retorno sobre capital
42%
próprio

Lucro por ação (10.000) R$ 14,41

Receitas
Demonstram os valores que representam agregados ao patrimônio da sociedade. Nas receitas,
não são considerados os impostos diretos sobre as vendas por não pertencerem à entidade.

Despesas
Demonstram os gastos incorridos para aferição das receitas, inclusive financeiras, bem como as
perdas eventuais e os gastos não operacionais.

Na tabela a seguir, temos receita de venda (operacional) e receitas não operacionais. As demais
contas representam despesas e custos.

Tabela 5 – Características qualitativas da informação contábil, demonstração de resultado em

31/12/2022

Discriminação $

Receita bruta de vendas e


1.100.000,00 
serviços (receita)

Deduções de vendas 14.000,00 

Abatimentos         9.800,00
Discriminação $

Impostos 253.000,00

Receita líquida de vendas e


823.200,00
serviços

Custo das mercadorias e


329.000,00
dos serviços

Lucro bruto 494.200,00

Despesas com vendas 58.400,00

Despesas financeiras
6.000,00
(líquidas)

Despesas gerais e
197.000,00
administrativas

Outras despesas
2.190,00
operacionais

Lucro ou prejuízo
230.610,00
operacional

Receitas não operacionais


32.000,00
(receita)

 Despesas não operacionais       14.000,00


Discriminação $

Lucro antes do IRPJ e CSLL 248.610,00

Provisão para IRPJ e CSLL 62.153,00

Lucro antes das


186.457,00
participações

Participações 22.375,00

Lucro líquido do exercício 164.082,00

Lucro por ação (10.000


16,41
ações)

 Estoque inicial     139.000,00

Compras 250.000,00

Estoque final 60.000,00

Custo da mercadoria
    329.000,00
vendida

Ajustes para Manutenção de Capital


A reavaliação de ativos e a atualização de valores de passivos não afetam o resultado, todavia,
geram movimentação diretamente no patrimônio líquido da companhia, tornando os elementos
patrimoniais mais próximos aos valores de mercado. Algumas empresas com prejuízo
acumulado fazem reavaliação de ativos e transitam à contrapartida pelo resultado como forma
de compensar prejuízos fiscais.

Reconhecimento dos Elementos das Demonstrações


Financeiras
Se um determinado bem mantém um valor que pode ser avaliado em bases confiáveis e que
possa gerar algum benefício econômico no futuro, deverá ser reconhecido nas demonstrações
financeiras mesmo que totalmente depreciado.

Probabilidade de Realização de Benefício Futuro


A incerteza do recebimento futuro de um determinado benefício leva ao conceito de
probabilidade, normalmente estaremos lidando com alguma espécie de litígio ou lavra de
terreno quando não temos a mensuração exata do que vamos apurar.

Confiabilidade de Mensuração
Quando não temos um valor exato, precisamos nos servir de estimativas razoáveis para
reconhecer um determinado elemento no balanço da companhia. Quando estamos preparando o
conjunto das demonstrações contábeis, solicitamos ao departamento jurídico que apresente um
rol dos processos e a probabilidade de ganho ou perdas financeiras.

Reconhecimento de Ativos
Princípio do registro pelo valor original – o registro contábil precisa ser feito pelo valor
constante no documento que comprova a operação. Considere que a empresa adquiriu um
determinado terreno, fez avaliação em seguida, e o valor estimado foi de cinco vezes mais. Para
efeito de contabilização, o valor a ser lançado será o valor de escritura e registro.
Numa importação de um bem, o valor a ser contabilizado será o preço da invoice – fatura –
transformado à moeda corrente ao preço de venda.

De qualquer forma, a metodologia para obter o valor precisa ser confiável.

Reconhecimento de Passivos
A empresa durante sua existência acaba por assumir contingências decorrentes do próprio
negócio. Tomando conhecimento do fato deverá reconhecer de imediato.

Reconhecimento de Despesas
A empresa está sujeita aos casos fortuitos e à força maior que, se acontecidos, deverão ser
reconhecidos nas demonstrações contábeis.

Reconhecimento de Receitas
Os ganhos inesperados acontecidos durante a existência da empresa deverão ser reconhecidos
nas demonstrações contábeis.

Mensuração dos Elementos das Demonstrações


Contábeis
Mensuração de elementos consiste em determinar valores aos elementos das demonstrações
contábeis. Diversas bases são usadas como:

Custo histórico: custo original com abatimento de eventual depreciação ou


amortização;

Custo corrente: valor de mercado obtido por coleta e comparação de bens com as
mesmas características;
Valor realizável: valor que o mercado está disposto a pagar
pelo item;

Valor presente: valor de loja e aplicável à peça nova.

Conceitos de Capital e Manutenção de Capital

Conceitos de Capital
Nesse caso, o capital tem o sentido de patrimônio líquido da companhia.

Há que obedecer ao antigo princípio da entidade que determina que o patrimônio do sócio não se

confunde com o patrimônio da empresa.

Os pagamentos feitos pelo sócio relativos a encargos da empresa precisam ser ressarcidos e, de
mesma forma, os pagamentos feitos pela empresa de contas do sócio deverão ser ressarcidos à
empresa.

Caso um sócio resida em imóvel de propriedade da empresa deverá pagar aluguel pelo valor
locativo. Caso não o faça, será considerado distribuição disfarçada de lucros, sujeita à pagamento
de imposto de renda com multa e juros.

Caso um sócio utilize veículo da empresa para suas questões particulares deverá ressarcir à

empresa pelo uso ou desgaste do veículo.

Importante ficar claro que o patrimônio da empresa não se mistura com o patrimônio dos
sócios da empresa.

Conceitos de Manutenção de Capital e Determinação de Lucro


Nesse conceito, só existe lucro se o recurso financeiro existente no final do período exceder o
existente no início, no valor do lucro contábil ao líquido das distribuições de lucros.

Itens Eliminados por este Tratado

Postulado contábil da entidade;

Postulado contábil da continuidade;

Convenção contábil da objetividade;

Convenção contábil da materialidade;

Convenção contábil da consistência (uniformidade);

Normas brasileiras de contabilidade.

São normas emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade visando uniformizar o


procedimento dos profissionais da Contabilidade, a qualidade e a apresentação dos trabalhos.

Normas contábeis voltadas a preceitos de conduta profissional e a normas de trabalhos:

Geral – NBC TG – NBC PG: normas aplicáveis a todos os profissionais da


contabilidade;

Do auditor independente – NBC PA: normas aplicadas à pessoa e às empresas de


auditoria independente;

Do auditor interno – NBC PI – NBC TI: normas aplicadas aos contadores que atuam
como auditores internos;
Do perito – NBC PP – NBC TP: normas aplicadas aos peritos contábeis;

Do setor público – NBC TSP – NBC TAG: normas destinadas ao setor público;

Da revisão de informação contábil histórica – NBC T: normas destinadas às


revisões convergentes com normas internacionais;

Da asseguração de informação não histórica – NBC TO: normas destinadas à


asseguração convergente com normas Ifac;

De serviço correlato – NBC TSC: normas que regulamentam os serviços correlatos


convergentes emitidas pela Ifac.
📄 Material Complementar
2/3

Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Livros  

Administração: Teoria, Processo e Prática


CHIAVENATO, I. Administração: Teoria, Processo e Prática. 5. ed.
Barueri: Editora Manole, 2014.

Análise Financeira de Projetos de Investimentos de Capital


HASTINGS, D. F. Análise Financeira de Projetos de Investimentos de
Capital. 1. ed. São Paulo: Saraiva Uni, 2013.

Análise de Riscos
LIMA, F. G. Análise de Riscos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
Análise de Crédito – Segmentos: Empresas, Pessoas Físicas,
Agronegócio e Pecuária
SANTOS, J. O. Análise de Crédito – Segmentos: Empresas, Pessoas
Físicas, Agronegócio e Pecuária. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2015.

Gestão e Análise de Risco de Crédito


SILVA, J. P. Gestão e Análise de Risco de Crédito. 9 ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2016.
📄 Referências
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BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 15 dez. 1976. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm>. Acesso em: 22/03/2023.

OLIVEIRA, D. P. R. Administração estratégica na prática: a competitividade para administrar o


futuro das empresas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

QUINTANA, A. C. Contabilidade básica – Com exercícios práticos de acordo com as normas


brasileiras de contabilidade do CFC. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 

SANTOS, F. de A.; VEIGA, W. E. Contabilidade: com ênfase em micro, pequenas e médias


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