Direito Romano
Direito Romano
Direito Romano
O Direito Romano.
INTRODUÇÃO
Os manuais de Direito Romano indicam que o Império Romano teve início com a fundação da Cidade,
em 753 a.C. e que o período histórico em que Roma foi governada por reis foi chamado de realeza.
Essa cidade teria sido governada por sete reis até 509 a.C., ano considerado como fim desse
período histórico. Rômulo foi o primeiro rei, sendo considerado fundador lendário de Roma. Com
relação à época da fundação, considera-se ter sido “a cidade romana constituída, no início, pelos
componentes das tribos conhecidas pelos nomes de ramnenses, tirienses e luceres” (CRETELLA
JÚNIOR, 2007, p. 25), razão pela qual Rômulo, conforme narra César Fiuza, “dividiu a cidade em
três tribos: Tities, Ramnes e Luceres” (FIUZA, 2007, p. 37).
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AS FASES DO DIREITO ROMANO
Tendo em vista que nessas tribos havia apenas homens, Rômulo convidou os
sabinos, povo vizinho, constituído de indivíduos de ambos os sexos, para
festividades. Nessa ocasião, os romanos teriam raptado as pessoas do sexo
feminino (O Rapto das Sabinas), razão pela qual se iniciou uma guerra entre esses
povos. Antes do término da batalha, por influência das mulheres, os sabinos
resolveram se integrar aos romanos, junto à tribo dos Tities.
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O Rapto das Sabinas.
E hoje se justificaria?
E se fosse o contrário, ou seja, o rapto
de homens, feito por mulheres, se
justificaria? É uma questão de Direito
ou apenas uma questão Demográfica?
Para as mulheres da sala
Também se justificaria?
O Direito Romano.
Os primeiros, homens livres, descendentes de homens livres, agrupados em clãs familiares patriarcais,
que recebiam o nome de gentes, formavam a classe detentora do poder e privilegiada. Os plebeus, por
sua vez, não faziam parte das gentes, estando, no entanto, sob a proteção do rei.
Sérvio Túlio, penúltimo rei dessa fase, ordenou o primeiro censo na história. Ele “mandou fazer
cadastro de todos, sendo que os censores vasculhavam todos os cantos da cidade à procura de
riqueza, para que se pudesse pagar impostos e ampliar as receitas” (TAVARES, 2003, p. 8). Vale
ressaltar que o fim da realeza (509 a.C.) teve como marco a expulsão do “último rex, Tarquínio, o
Soberbo, usurpador de poderes realmente imperiais” (ENGELS, 2006, p. 143).
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O Direito Romano.
Esses sucessores do rei eram eleitos anualmente, em número de dois, para que governassem
de forma alternada, cada mês um deles controlavam o imperium, enquanto o outro fazia uma
fiscalização, com direito de veto ou intercessio (Do latim intercessio - "intervenção“). E, “se
perigos gravíssimos ameaçam a república, o cônsul em exercício enfeixa (acaba) o poder dos
dois, tornando-se ditador, com os poderes absolutos, perdendo o colega o recurso da
intercessio (CRETELLA JÚNIOR, 2007, p. 30).
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O Direito Romano.
O Direito Romano na República (509 a.C. a 27 a.C.). Principais eventos:
476 - Queda do Império Romano do Ocidente. Rômulo Augusto é derrotado por Odoacro,
rei dos hérulos. Alguns reis bárbaros invasores passaram a ser tratados como delegados do
Imperador no Ocidente (ex.: Odoacro, Teodorico e outros).
“No ano de 396 o Império Romano foi dividido, sendo Roma o centro do Império Romano
do Ocidente enquanto Constantinopla (Istambul) era o centro do Império Romano do
Oriente. Em 410 Roma foi pilhada por povos bárbaros, e 476 é o marco fim do Império
Romano do Ocidente. O Império Romano do Oriente manteve-se até 1453, ano em que
os turcos tomaram Constantinopla.” (LIPPERT, 2003, p. 41).
Para melhor compreensão do contexto da elaboração da Lei das XII Tábuas e também de
sua importância para o direito moderno, vale conferir o magistério Cruz (1984, p. 182):
A única obra de sua autoria que chegou até os dias atuais intacta
foi as Institutas) e pelas Institutiones (Instituições) de Justiniano
(furtum < roubo, rapina, iniuria e damnum iniuria datum < prejuízo
causado em seu direito ou foi dada a partir do dano ilegal, lesão),
que serão examinados adiante, Justo (2008, p. 122-123) destaca
a existência de vários outros atos ilícitos previstos na Lei das XII
Tábuas, que eram punidos com penas pecuniárias:
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O jurista Gaius (ou Gaio)
a) O corte de árvores em terreno alheio: o autor podia ser demandado com a actio
arborum furtim caesarum (árvores ação por discrição) que impunha uma pena de
25 asses (asse ou ás - as, em latim, plural asses - era uma moeda romana de
bronze e, posteriormente, de cobre, em circulação durante a república e o
império) por árvore;
1.1.1 Furtum
O furto ou roubo (furtum) é definido, num texto de Paulus, como o “apoderamento fraudulento, com
vista à obtenção dum lucro, ou duma coisa ou do seu uso ou da sua posse”. O furto era constituído
pelos seguintes elementos: a) a contrectatio rei (a partir da propriedade) – subtração da coisa −
(elemento objetivo), que poderia consistir na subtração de coisa ou mesmo na detenção duma pessoa;
no furtum usus (roubo-uso), que era o uso ilícito de uma rês alheia; ou no furtum possessionis
(roubo-apropriação), que consistia na tomada de posse indevida de uma rês; e b) o animus (ou
affectio) furandi (traduzindo ao pé da letra: a minha (afeição) por roubar)
A ação penal posta à disposição da vítima do furtum (roubo) era a actio furti
(atividade de roubar), de natureza imprescritível. Além disso, poderia ainda a vítima
intentar outra ação, denominada ad rem persequendam (traduzindo ao pé da letra: à
perseguição) , com vistas a promover a retomada da coisa subtraída. As sanções
aplicadas ao ofensor sofreram alterações ao longo da história romana, sendo comuns
a restituição da coisa e a imposição de multa, que variava conforme a natureza do
delito (RODRIGUES JUNIOR, 2009, p. 12).
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A Lei das XII
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Tábuas
1.1.2 Rapina
A rapina (rapina, bona vi rapta – traduzindo ao pé da letra: as
mercadorias foram violados ) é o delictum (falha) que consiste na
subtração violenta de coisa alheia. Segundo Gaius (foi um
jurisconsulto romano do século II, tendo redigido seus principais
trabalhos entre 130 e 180 d.C.. Seu nome completo é
desconhecido nos dias atuais, sendo Gaio seu prenome.
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A Lei das XII Tábuas
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1.1.2 Rapina
A única obra de sua autoria que chegou até os dias atuais intacta foi as
Institutas), essa prática foi considerada, durante muito tempo, um
furto qualificado (JUSTO, 2008, p. 128). Não obstante, em razão do
aumento vertiginoso de saques e assaltos à mão armada, praticados por
ex-escravos, renegados e piratas, esse delito ganhou autonomia
(RODRIGUES JUNIOR, 2009, p. 12).
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1.1.2 Rapina
1.1.2 Rapina
Há, na Lei das XII Tábuas, a menção de vários atos que caracterizavam a
iniuria (o erro) e as respectivas penas a que se submetiam os ofensores: a)
mutilação de um membro, punida com a pena de talião se as partes não
acordassem uma composição pecuniária; b) fratura de osso, punida com a pena
de 300 ou 150 asses (asse ou ás - as, em latim, plural asses - era uma
moeda romana de bronze e, posteriormente, de cobre, em circulação durante
a república e o império) se a vítima fosse, respectivamente, livre ou escravo;
c) lesões menores, punidas com a pena de 25 asses (JUSTO, 2008, p. 130).
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A Lei das XII Tábuas
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Ensina Justo (2008, p. 130) que com o passar do tempo as penas previstas
na Lei tornaram-se irrisórias, fazendo com que o pretor (era um dos
títulos concedidos pelo governo da Roma Antiga a homens que atuavam em
duas diferentes funções oficiais: comandante de um exército ou um
magistrado eleito para realizar diversas funções) criasse a actio iniuriarum
(ação por danos), que permitia combater qualquer ofensa à integridade
física ou moral de uma pessoa.
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O damnum iniuria datum (dano produzido pela injúria), por sua vez,
consistia na produção culposa de um dano em coisa alheia. A Lei
das XII Tábuas estabelecia algumas ações em casos isolados de
damnum iniuria datum: a) a actio de pauperie (ação em razão do
prejuízo ou dano causado): punia o dominus (proprietário) de um
animal que causasse dano em coisa alheia.
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1.1.4 Damnum iniuria datum
Posteriormente, a lex Aquilia (A lex Aquilia era uma lei romana que
dava compensação aos proprietários de bens feridos por culpa de
alguém, estabelecidos no século III a.C., na República Romana. Esta
lei protegia os cidadãos romanos de algumas formas de roubo,
vandalismo e destruição de propriedade) também fez referência ao
damnum iniuria datum (danos ilícitos).
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1.1.4 Damnum iniuria datum