Fisiologia Da Pele
Fisiologia Da Pele
Fisiologia Da Pele
� Função da pele grande importância, pois visa manter um equilíbrio com o meio
exterior, no sentido da manutenção vital do meio interior. Sua
A pele do ser humano, que corresponde a 15% de seu peso mais importante e vital função é a conservação da homeostasia
corporal, é um órgão que reveste e delimita o organismo, pro (tern1orregulação, controle hemodinâmico e produção e excre
tegendo-o e interagindo com o meio exterior. Sua resistência ção de n1etabólitos). Desempenha, ainda, função sensoria� por
e flexibilidade determinam a sua plasticidade. Essencialmente intermédio dos ele1nentos do sistema nervoso situado na derme,
dinâmica, a pele apresenta alterações constantes, sendo dotada efunção de defesa contra agressões físicas, químicas e biológicas,
de grande capacidade renovadora e de reparação, e de certo para a qual se destacam, pela sua importância, a ceratinização,
grau de impenneabilidade. o manto lipídico e o sistema imunológico. Embora participe de
Etn toda a escala animal, a pele exerce funções diversas que maneira absolutainente interativa e interdependente do orga
se 1nodificain filogeneticamente; exerce funções respiratórias nis1no con10 un1 todo, não raras vezes manifestando alterações
em determinados animais, do mesmo modo que oferece pro de órgãos internos, por motivos didáticos a pele será abordada
teção física a outros (escan1as, nos peixes), assim como é capaz de 1nodo particular neste capítul o. Vale lembrar que, muitas
de despertar atração sexual pelo cheiro das secreções glandu vezes, condições psíquicas do indivíduo manisfestam-se na
lares. No que diz resp eito ao ser humano, a pele é um órgão de pele, que ten1, ainda, conotações de ordem racial, social e sexual.
1 1 Pele 1 Função, Estrutura, Fisiologia e Embriologia 3
• Secreção
Como elementos produzidos pela pele, destaca1n-se a cito
queratina, a melanina, o sebo e o suor, todos com funções defi
nidas e harmônicas. •
• Excreção
As glândulas écrinas secretam água, eletrólitos, bicarbona
•
tos, ureia, metais pesados etc., à semelhança do rim.
• Metabolização
Figura 1.1 H istologia normal da pele. Seta amarela = epiderme; setas bran
A pele também sintetiza hormônios, dentre eles a testoste cas = folículo piloso; seta preta = glândula sebácea; seta vermelha = vaso
rona e di-hidrotestosterona, que têm um papel muito impor sanguíneo; seta azul = glândulas sudoríparas écrinas. HE, 100 x. (Cortesia
tante na alopecia androgenética, na acne e no hirsutismo. A da Dra. Airá Novello Vilar.)
4 Parte 1 1 Fundamentos da Dermatologia
Camada de
Malpighl Crista
epidérmica
o
Camada o
basal � Derme eretor
papilar
do pelo
Dueto da glândula
Derme sudorlpara écrina
reticular Glândula
I
sebâcea
apócrina
Hipoderme
Junção dermoepidérmica
A epiderme e a derme unem-se de maneira sinuosa e inter
penetrante, isto é, a epiderme penetra na derme por meio dos
Figura 1.6 Pele - camada espinhosa da epiderme. O = desmossomos; cones interpapilares (cristas epidérmicas), e a derme projeta-se
T = tonofilamentos citoplasmáticos agrupados formando tonofibrilas; M = na epiderme pelas papilas dérmicas. A interface entre a epi
mitocôndria; * = espaço intercelular. ME, 28.500 x. (Cortesia da Ora. Mirian derme e a derme é conhecida como junção dermoepidérmica
N. Sotto.) ou zona da membrana basal, que, por ser rica em mucopolis-
1 1 Pele 1 Função, Estrutura, Fisiologia e Embriologia 7
PT PT
Núcleo
Núcleo Núcleo
J T
1
PH MPCB
LL
LO
A 1
PA
B
Fi gura 1.8 A. Células basais. B. Junção dermoepidérmica. MC = membrana celular; T = tonofilamento (citoqueratina); P = placa desmossômica; PT=
proteínas transmembrânicas (desmogleínas 1 e Ili e desmocolinas I, li e Ili) - obs.: desmogleína é um neologismo resultante da associação de desmos
somo com g/ue (cola); MPCB = membrana plasmática da célula basal; PH = placa hemidesmossômica constituída por PBAg1 (230 kDa) e pledina, PBAg2
(1 80 kDa ou colágeno XVII)* e integrina cr6�4*; Fil =filamento de ancoragem; LL = lâmina lúcida; LD = lâmina densa; FA =fibrilas de ancoragem (colágeno
VII); PA = placa de ancoragem. *Componentes transmembrana.
8 Parte 1 1 Fundamentos da Dermatologia
•
Células de langerhans e células indeterminadas
Há, ainda, na epiderme, duas outras células dendríticas: as
células de Langerhans, que se coram pelos sais de ouro, e as
f
/
células dendrlticas indeterminadas, que são percebidas apenas
pela microscopia eletrônica.
Figura 1.9 Epiderme: observar os melanócitos (setas). HE, 300 x. A célula de Langerhans é um dos principais componen
tes do sistema imunológico da pele, sendo responsável pelo
(Figura 1.9), na proporção de 1 melanócito para 10 querati reconhecimento, pela internalização, pelo processamento e
nócitos basais. Por meio de seus dendrites, cada melanócito pela apresentação de antígenos solúveis e haptenos presentes
relaciona-se com, aproximadamente, 36 queratinócitos, em na epiderme. Originada na medula óssea, corresponde a 2 a
sua .maioria situados nas camadas basal e suprabasal, para os 8% das células epidérmicas e distribui-se da camada basal à
qua15 transfere o seu pigmento, constituindo, assim, a un d
i ade granulosa, tendo preferência pela posição suprabasal. Não
epidermomelânica (Figura 1.10). Os melanócitos não formam estabelece adesão por meio de desmossomos com os querati
desmossomos nem nenhum mecanismo especial de adesão nócitos. Na microscopia óptica de rotina, pode ser visualizada
com os queratinócitos e, em condições basais, não proliferam como uma célula de núcleo convoluto e citoplasma claro; na
nem migram; para que haja multiplicação, é necessário um microscopia eletrônica são encontradas pequenas estruturas
estímulo específico, em geral, RUV. Na microscopia óptica, assemelhadas a raquetes, denominadas granulas de Birbeck,
utilizando a HE, são visualizados como células claras com que funcionariam como fagolisossomos (Figura 1. 11). A célula
pequeno núcleo hipercromático. de Langerhans é uma célula processadora-apresentadora de
Embora o número de melanócitos varie de acordo com a antígenos; em seu estágio não ativado tem significativa ação
região anatômica, na cabeça há duas a três vezes mais melanó fagocítica, internalizando antígenos e processando-os, o que
citos do que nas demais regiões, excetuando-se o saco escrotal, pr�voca transformações que a fazem perder o potencial fago
e é aproximadamente o mesmo em todas as raças; o que varia cíbco, mas aumenta sua capacidade apresentadora de antígeno
por determinação genética é o número, a morfologia, o tama para os linfócitos Te, desse modo, produz uma resposta imu
nho e a disposição dos seus melanossomos, que são elípticos nológica. As células de Langerhans encontram-se reduzidas
quando produzem eumelanina (marrom ou negra) e esferoi
des se produzem feomelanina (amarelo-vermelha), além de
serem maiores na pele negra. Os melanossomos são produ
zidos continuamente no complexo de Golgi, como organelas
membranosas ovoides, dentro das quais, principalmente pela
ação da tirosinase, ocorre a síntese e armazenamento da mela
nina; por sofrerem melanização progressiva, são encontrados •
Queratinócitos
•
• •
:tJ· ·L
•
• •
---
-
Melanossomos
-
� •
Célula de Merkel
A célula de Merkel, relativamente rara e aparentemente
derivada de uma célula-tronco epidérmica, localiza-se entre
as células basais, às quais está aderida por desmossomos.
Funciona como um tipo de mecanorreceptor de adaptação
lenta em locais de alta sensibilidade tátil; parece ser estimulada
pela deformação nos queratinócitos adjacentes provocada por
contatos externos, respondendo com a secreção de transmis
sores químicos nas sinapses estabelecidas com as terminações
Figura 1.12 Histologia normal do couro cabeludo. Seta branca = acrotrí
nervosas livres da junção dermoepidérmica. Em determinadas quio; seta azul= infundíbulo; seta vermelha = glândula sebácea; seta amarela
localizações, organiza-se em estruturas especializadas deno = istmo; seta verde = músculo eretor do pelo; setas pretas = bulbo. HE, 150
minadas discos táteis. A célula de Merkel tem núcleo lobulado x. (Cortesia da Ora. Airá Novello Vilar.)
ou oval e citoplasma claro, no qual são encontrados grânulos
osmiófilos produzidos no complexo de Golgi, que contêm
neurotransmissores. Seus marcadores imuno-histoquímicos de Huxley e cutícula; e, finalmente, a haste do pelo, composta
são os filamentos de ck 8, 18, 19 e 20, sendo este último exclu
por cutícula, córtex e medula (Figura 1.13). A linha de Auber é
sivo desta célula. Na microscopia óptica, a impregnação pela
uma linha imaginária que atravessa a região de maior diâmetro
prata revela os discos de Merkel, que nada mais são que a por do bulbo, abaixo da qual está a área de maior atividade mitótica,
ção inferior da célula.
que dá origem à haste e à bainha interna do pelo. Os folículos
pilossebáceos existem em toda a pele, exceto nas regiões palmo
Anexos cutâneos
plantares e em algumas regiões da genitália, denominadas por
São estruturas que surgem de modificações da epiderme
isso de pele glabra. Apresentam variações regionais; assim, no
ainda na vida embrionária; são elas:folículo pilossebáceo, glân
couro cabeludo e púbis, os pelos são terminais (grossos), com
dulas sudoríparas e unhas.
glândulas sebáceas também bem desenvolvidas; na face pre
Folículo pilossebáceo domina o pelo tipo velo ou lanugo (fino), com glândulas muito
desenvolvidas; e, nas extremidades, o predomínio é de pelo tipo
Composto de folículo piloso, glândula sebácea e músculo
velo e glândulas sebáceas muito pequenas.
eretor do pelo, é sempre provido de terminações nervosas; em
O folículo piloso passa, cíclica e permanentemente, por três
algumas regiões (axilas, púbis, mama etc.) desembocam no
fases caracterizadas por modificações na sua porção inferior, o
folículo as glândulas sudoríparas apócrinas.
bulbo, que sofre processo de retração e expansão, e, por isso, é
Folículo piloso. Forma-se na vida embrionária como uma pro considerada como a porção transitória do folículo, enquanto a
jeção de queratinócitos modificados (tricócitos) para dentro porção superior é permanente. A fase anágena caracteriza-se
da derme; isso ocorre por influência de células mesenquimais por ter o bulbo e a papila foliculares bem desenvolvidos, com
que, mais tarde, constituem a papila folicular, a se localizar sua extremidade situada na derme profunda ou hipoderme;
na sua porção mais inferior. Funcionalmente, o folículo e sua a matriz, composta apenas de células amplificadoras transi
papila estabelecem uma relação tão íntima e interdependente tórias, portanto com número limitado de possíveis mitoses,
que podem ser entendidos como uma unidade. Histologica encontra-se em plena atividade mitótica, dando origem a uma
mente, é dividido em infundíbulo, que se estende de sua aber haste de pelo terminal, em geral grossa e pigmentada. A pró
i serção do dueto da glândula sebácea; istmo, da
tura (óstio) à n xima fase, a catágena, é quando, aparentemente por sinalização
inserção da glândula sebácea à região da inserção do músculo da papila, as células da matriz e da bainha interna iniciam pro
eretor do pelo e da protuberância (área de concentração de cé cesso de apoptose e interrompem suas mitoses, provocando
lulas-tronco - Figura 1.19); e bulbo, ou porção inferior do folí a retração da porção inferior do folículo até o nível da protu
culo, que, na sua extremidade mais inferior, tem a matriz, res berância e da inserção do músculo eretor. A terceira fase é a
ponsável pela produção do pelo e que abraça a papila folicular fase telógena ou de repouso, quando as células da papila, agora
(Figura 1.12). Os melanócitos dispõem-se entre as células da bastante diminuída de volume, parecem emitir sinais capazes
matriz. Transversalmente, observa-se que o folículo piloso é de aumentar a atividade mitótica das células-tronco, presentes
circundado por uma membrana vítrea, acelular, seguida da: na protuberância do folículo, fazendo surgir novo contingente
bainha externa do pelo, também denominada triquilema; bai de TAC, responsáveis pela expansão do bulbo e pelo estabe
nha interna do pelo, constituída por camada de Henle, camada lecimento de uma nova fase anágena (Figura 1.14). No couro
10 Parte 1 1 Fundamentos da Dermatologia
Acrotríquio: porção cabeludo do ser humano existem, em média, 100 mil folículos
intraepidérmica do pilosos, que crescem, em média, 0,3 mm por dia; as fases aná
folículo
gena, catágena e telógena duram, em média, respectivamente,
3 a 6 anos, 2 semanas e 3 meses, o que pode ocasionar uma
lnfundíbulo: porção entre queda de até 70 a 100 fios por dia. Na histologia, é possível
�,,,,,__
a saída na epiderme e
- - º ponto de inserção da encontrar 85 a 90% de pelos anágenos, em torno de 13% de
-
ill't--+-
do couro cabeludo).
�'!----+
- - Camada interna
de Henle
Cutícula Segmento Glândula sebácea. Origina-se de uma modificação, ainda na
Medula Inferior fase embrionária, das células-fonte da protuberância do folí
Bainha externa culo piloso. Sua porção secretória é mais frequentemente po
Córtex Wobular, constituída, na área central, por células claras, cujo
Bulbo com células citoplasma é espumoso e rico em lipídios, enquanto a parte
Papila folicular da matriz periférica é formada por células basais germinativas. Trata-se
A de uma glândula hol6crina, na qual as células se rompem, li
berando todo o seu conteúdo; deste, o componente lipídico é
secretado, enquanto as outras estruturas celulares podem ser
recicladas. O sebo é constituído principalmente por esquale
�;:r.:.:.
'--
Membrana no, colesterol, ésteres do colesterol, ésteres graxos e triglicerídios;
vítrea acelular estes últimos, ao sofrerem ação enzimática das bactérias do
folículo, dão origem aos ácidos graxos livres. O sebo colabora
na formação do manto lipídico com atividade antimicrobia
na, emulsificadora de substâncias e de barreira protetora. As
glândulas sebáceas estão sob controle de hormônios andróge
___ Bainha externa
do pelo nos; sua atividade está presente ao nascimento, praticamente
desaparece durante a infância, torna-se plena na puberdade
Camada
e diminui gradativamente pelo resto da vida, paralelamente
de Henle
Bainha ao que ocorre com os níveis séricos do DHEA-S (andrógeno
Camada
interna suprarrenal), que parece ser seu regulador. Eventualmente, as
de Huxley
do pelo
}
glândulas podem desembocar diretamente na superfície da
Cutícula
8
Córtex pele ou apresentar-se em localizações atípicas, como na muco
Haste do pelo sa oral, onde são identificadas como pequenos pontos amare
Medula
lados conhecidos pelo nome de grânulos de Fordyce.
Figura 1.13 A. Folículo piloso (corte longitudinal). B. Folículo piloso (corte
transversal). Músculo eretor do pelo. O músculo eretor do pelo é um músculo
liso que emerge da porção superior da derme, logo abaixo da
epiderme, e se insere obliquamente no folículo piloso. Sua ex
tremidade distal é composta por várias fibras musculares que
se projetam em ramificações ao nível da derme papilar. Acre
dita-se que na zona de inserção do músculo eretor do pelo,
chamada de bulge, haja células-tronco epiteliais responsáveis
pela regeneração dos folículos, desempenhando um papel crí
tico no ciclo de crescimento dos folículos pilosos (ver adiante
item Células-tronco e pele). Classicamente, acreditava-se que
cada músculo eretor do pelo se relacionasse com um folículo
piloso. No entanto, alguns estudos recentes sugerem que, na
verdade, a unidade muscular mantém relação com uma uni
dade folicular inteira, o que gera possíveis evidências quanto
r
à participação do músculo eretor do pelo na secreção do sebo.
Glândula apócrina
Deriva do germe epitelial primário, assim como o folículo
piloso e a glândula sebácea. Durante a vida embrionária, está,
Anágeno Catágeno Telógeno
de modo ni cipiente, amplamente distribuída; entretanto, só se
Figura 1.14 Tipos evolutivos de cabelos. desenvolve nas regiões axilar, genital e periareolar. As glându-
1 1 Pele 1 Função, Estrutura, Fisiologia e Embriologia 11
i ot�nico do
em dias de extremo calor pode chegar a 1 a 2 L/h. O suor, ção visto somente nos queratinócitos suprabasais. Em e pitélio
que inicialmente é semelhante a um ultrafiltrado s
plasma, composto por NaCl, K, HC03-, lactato, ureia, amô
nia e traços de aminoácidos e proteínas, após a reabsorção
de NaCl e HC03- pelas células ductais, dá origem à secreção Quadro1.1 Velocidade de crescimento de pelos e unha.s.
hipotônica que chega na superfície. Pelosdaca� 0,35 mm/dia
Pelos da face 2,1 a3,5 mm/semana
Glândula sudorípara apoécrina
Sobrancelhas 0,16 mm/dia
Recentemente reconhecida, de locali:zação axilar exclusiva
mente de adultos, compartilha características tanto de glându Pelos axilares 0,3 mm/dia
las écrinas quanto apócrinas. Pelos dos braços 1,5 mm/semana
Pelos das coxas 0,2 mm/dia
Unhas Unha dos quirodáctllos 0,086 mm/dia
As unhas são lâminas de citoqueratina que recobrem as Unha do polegar 0,095 mm/dia
últimas falanges, e originam-se na matriz ungueal. Além da
Unha dos pododáctilos 0,004 mm/dia
matriz, devem ser considerados os seguintes componentes:
lúnula, eponfquio, lâmina ungueal, leito ungueal e hiponíquio, Unha do hálux 0,006 mm/dia
12 Parte 1 1 Fundamentos da Dermatologia
Os três tipos de fibra formam uma trama com funções de Células mesenquimais
ancoragem e de oposição às forças de distensão e compressão. As células mesenquimais primitivas são as únicas existentes
Embora sejam sintetizadas por diversos tipos de célula, n i clu ao n
i ício da vida fetal, diferenciando-se em outras células pos
sive queratinócitos, na pele a principal fonte de fibras elásticas teriormente. Em certas condições patológicas, essas células, de
é ofibroblasto, sendo sua renovação muito lenta. Pela micros morfologia dendrítica, são ativadas, dando origem às células
copia eletrônica, verifica-se que as fibras elásticas maduras das linhagens: histiocítica, linfocítica e granulocítica.
são constituídas de microfibrilas com 10 a 12 nm de diâmetro
que se dispõem perifericamente e de uma substância proteica Fibroblastos
amorfa central que é o principal componente, denominada Os fibroblastos são células fusiformes e estreladas, com
elastina. As fibras oxitalânicas são formadas por microfibrilas. núcleo volumoso e citoplasma claro, com retículo endoplasmá
A elastina é extremamente insolúvel graças às ligações cova tico nítido e granular; têm grande ação enzimática, sendo os
lentes complexas dependentes de cobre, denominadas desmo principais responsáveis pela síntese e degradação das proteínas
sinas; especula-se que, durante a distensão da fibra, os grupos do tecido conjuntivo e de vários fatores solúveis que funcionam
hidrofóbicos da elastina sejam expostos ao meio aquoso, e que como mensageiros para a epiderme, os vasos e outras células.
a energia para a contração da fibra seja derivada do retorno Formam uma grande família de células que, embora provenien
desses grupos a sua situação não polar. Tem sido observada tes da mesma célula-tronco mesenquimal, se diferenciam em
atividade de elastase nas bolhas da dermatite herpetiforme e tipos especializados, por suas diferentes funções. Fibroblastos
do penfigoide bolhoso, possivelmente responsável pela dis
respondem a vários mediadores imunológicos, incluindo IL-1 cx
solução das fibras elásticas e de outras estruturas da junção
e �. que estimulam a síntese de KGF, IL-1 cx e � e IL-8.
dermoepidérmica. As microfibrilas são constituídas por fibri
linas e têm como função aderir as fibras elásticas às estruturas Células do sistema reticuloendotelial
adjacentes. As duas fibrilinas existentes são sintetizadas por
Os histi6citos/macr6fagos e dendr6citos dérmicos são os repre
diferentes genes. Mutações no cromossomo 15 (fibrilina 1,
sentantes dérmicos do sistema reticuloendotelial, derivados de
predominante) causa a síndrome de Marfan e no cromossomo
células precursoras da medula óssea. Os histi6citos/macr6fagos
5 (fibrilina 2) causa a aracnodactilia contratura! congênita.
têm capacidade de fagocitar; apresentar antígeno microbicida
Substância fundamental 1 Proteoglicanos e tumoricida; secretar moléculas imunomoduladoras, citoci
nas e fatores de crescimento; além de dispor de propriedades
eglicosaminoglicanos
hematopoiéticas. Morfologicamente semelhantes ao fibroblasto,
A substância fundamental ou mucopolissacarídio é consti
são diferenciados por apresentarem, na sua superfície, os antí
tuída por proteoglicanos. A sua capacidade de inter-relação a
genos CD11 c, CD6 e KiMS. Em algumas condições patológicas,
múltiplos componentes do meio extracelular promove a ade
originam as células epitelioides e gigantes dos granulomas. Os
rência necessária entre diversas estruturas (células, fibras,
dendr6citos dérmicos são macrófagos apresentadores de antí
fatores de crescimento, integrinas, água etc.), desempenhando
geno, localizados em maior número nas porções superiores da
papel fundamental na organização e na viabilidade dos tecidos.
derme, principalmente ao redor dos vasos.
Embora correspondam apenas a 0,2% do peso seco da derme,
são capazes de ligar até milvezes o seu volume em água, influen
ciando o conteúdo de água da derme, a sua compressibilidade e
Mastócitos
Os mast6citos podem ser identificados por seu núcleo arre
o seu volume. Os proteoglicanos caracterizam-se por terem em
sua composição um eixo proteico ao qual uma ou mais dife dondado e pelos abundantes grânulos escuros do seu cito
rentes cadeias de carboidratos, os glicosaminoglicanos, ligam-se. plasma, que, corados pelo Giemsa e outros métodos, apresen
Os principais glicosarninoglicanos são ácido hialurônico, sulfato tam metacromasia, isto é, cor diferente do padrão original da
de heparana, sulfato de condroitina, sulfato de queratano e sul coloração; essa capacidade está atrelada à presença de muco
fato de dermatan (condroitina sulfato B). O ácido hialurônico polissacarídios ácidos (Figura 1.17). Os grânulos são de dois
é o único capaz de se apresentar sem estar associado ao eixo tipos: secretórios e lisossomais; os primeiros contêm heparina,
proteico; é o mais simples deles e nunca é sulfatado; predomina histamina, triptase, quimase, carboxipeptidase, fator quimio
na pele fetal e nos processos de reparação quando é necessário tático para neutrófilos e fator quimiotático para eosinófilo,
facilitar a migração celular; cora-se pelo alcian blue e apresenta enquanto os demais contêm hidrolases ácidas que digerem
metacromasia quando submetido ao azul de toluidina em pH no meio intracelular glicosaminoglicanos, proteoglicanos e
3,0; os outros glicosaminoglicanos são sulfatados em maior ou complexos glicolipídicos. Os mastócitos também são capa
menor proporção e têm as mesmas propriedades tintoriais que zes de secretar alguns fatores de crescimento, citocinas, leu
o ácido hialurônico em pH 3,0 ou 0,5. cotrienos e fator ativador de plaqueta. Com esse painel tão
As metaloproteinases da matriz extracelular (colagena eclético de produtos, os mastócitos desempenham m i portante
ses, gelatinases, estromelisinas, matrilisina, metaloelastase papel na reparação do tecido, reação de hipersensibilidade
e metaloproteinase da matriz da membrana) são as enzimas do tipo I, defesa contra parasitas, quimiotaxia, na ativação e
responsáveis pela degradação das macromoléculas da matriz proliferação de eosinófilos, promoção da fagocitose, perme
extracelular. Elas são sintetizadas e secretadas sob a forma abilidade vascular, ação antitumoral (TNF-cx) e angiogênese.
proativada por diversos tipos de células, de especial interesse Originam-se das células-tronco CD34+ da medula óssea, e
o fibroblasto; são cálcio-dependentes e sua produção está sob diferenciam-se em mastócito quando, no tecido, sofrem ação
controle de fatores estimuladores (IL-1, EGF, PDGF, TNF-cx, de fatores produzidos por outras células, como a IL-3. O mas
RUV) e inibidores (corticoide, TGF-� e ácido retinoico). tócito é encontrado em maior quantidade na derme papilar,
em torno dos anexos e nos vasos e nervos do plexo subpapilar.
Células da derme Em condições patológicas, é possível encontrar na derme célu
As células da derme são representadas por células mesenqui las da série mieloblástica (mielócitos, neutrófilos, eosinófilos)
mais primitivas, fibroblastos, macr6fagos/histi6citos e mast6citos. e da linforreticular (linfócitos T e B).
14 Parte 1 1 Fundamentos da Dermatologia
)í li li li
larizadas e n
i ervadas.
Sob determinadas circunstâncias induzidas laboratorial
mente, as células-tronco adultas de um determinado tecido
podem dar origem a linhagens celulares de outros tecidos, o \ / \ /
que já foi demonstrado em células-tronco da medula óssea que TAC TAC Camada
basal
se diferenciaram em células neuronais e em células-tronco da
córnea que se diferenciaram em queratinócitos. A essa capa
cidade das células-tronco de se "reprogramar geneticamente"
de acordo com o ambiente em que se encontram, para dar ori
gem a tipos celulares especializados de outro tecido, dá-se o
nome de plasticidade, transdiferenciação ou diferenciação não
ortodoxa. Figura 1.18 Unidade proliferativa epidérmica. CT = célula-tronco;TAC =
célula amplificadora transitória (progenitora); CD= célula diferenciada.
• Cinética tecidual
da camada basal expressam níveis mais altos de integrina do
Por ter um ciclo celular lento, a divisão das células-tronco que as outras células basais. A renovação completa da epi
é um evento relativamente raro e muito bem regulado. Em derme leva 40 a 56 dias.
média, uma das duas células-filhas derivadas de sua divi Diferentemente da epiderme interfolicular, que permanece
são deixa o nicho no qual está situada sua progenitora e se em constante estado de autorrenovação, o folículo piloso apre
transforma em uma célula amplificadora, com potencial senta um comportamento cíclico. Períodos de alta atividade
proliferativo limitado, fadada à diferenciação terminal. As mitótica e de diferenciação celular (fase anágena) são inter
outras células-filhas permanecem n i diferenciadas, mantendo, rompidos por uma fase de remodelação (catágena), segui
assim, a fonte para renovação celular do tecido. A multipli dos por um período de quiescência (fase telógena), para, em
cação mitótica das células derivadas da célula-mãe, situadas seguida, iniciar novamente seu crescimento.
nos estágios intermediários de maturação, é suficiente para Um grupamento de células epiteliais relativamente indife
manter o equilíbrio da cinética tecidual normal (crescimento renciadas, denominadas células matriciais, situadas na base do
x diferenciação x morte celular), o que justifica o pequeno bulbo folicular, foi considerado durante muito tempo como
número de células-tronco encontrado, por exemplo, na sendo as células-tronco foliculares. A natureza pluripotencial
medula óssea. dessa população celular foi atribuída à sua capacidade de ori
As células oriundas das células-tronco, ao deixarem o ginar linhagens celulares distintas (medula, córtex, cutículas,
nicho onde se encontram, tornam-se células amplificadoras camadas de Huxley e Henle), de acordo com sua diferenciação
transitórias (TAC - transit amplifying cells). As TAC apresen durante a fase anágena. O papel das células matriciais como
tam potencial proliferativo limitado e quando esse potencial células-tronco foliculares começou a ser questionado quando
esgota-se, elas se tomam pós-mitóticas. Existe uma hierar foi demonstrado que o bulbo pode ser gerado a partir das célu
quia entre as TAC, variando da célula jovem, capaz de várias las da bainha radicular externa (BRE) folicular, após as célu
divisões, até as células mais maduras, com pouca capacidade las matriciais terem sido totalmente destruídas por raios X ou
exc1sao c1rurgica.
. - . , .
\
;
�;-
senta-se como uma zona levemente saliente da bainha radicu 2
1
- 1
lar externa, na qual podem ser evidenciadas células epiteliais 1 1
1
.. ..
..
;
' ..
' 1
-
..
com núcleos grandes e claros (Figura 1.19). A protuberância
1
I ' '
'
..
• 1 ,.
.... - ,
'
\
't-
\ I '�
folicular pode apresentar variações morfológicas normais, 1
..
•
Possíveis aplicações das células-tronco gene terapêutico no tecido-alvo e da habilidade de funcio
namento correto desse gene dentro da célula. A liberação do
Até o momento, o uso de células-tronco para fins terapêuti transgene terapêutico pode ser realizada de forma direta no
cos permanece hipotético. Sua utilização ainda é restrita à área organismo, principalmente pela utilização de vírus (p. ex., len
de pesquisa. Em breve, suas aplicações serão n
i úmeras. tivírus utilizados para transferência de genes para epiderme).
Esse método mostrou-se impreciso e de potencial limitado,
Transplantes terapêuticos 1 Restauração tecidual uma vez que fica restrito a determinados tipos celulares passí
Por seu enorme potencial proliferativo, os transplantes veis de serem infectados pelo vírus. Outro modo de adminis
terapêuticos, com a finalidade de restaurar a função vital de tração dos transgenes terapêuticos é pela utilização de células
um órgão por meio da reposição de suas células, constituem vivas (células-tronco, fibroblastos ou linfócitos). Essas células
uma evidente aplicação das células-tronco. Apesar de pare são retiradas do organismo, e o transgene é introduzido nelas
cer óbvio, essa aplicação impõe dificuldades técnicas para de forma direta, conforme descrito anteriormente, só que fora
sua realização. Tanto as células-tronco embrionárias quanto do organismo. As células geneticamente modificadas são tes
as adultas (exceção das células-tronco hematopoiéticas) não tadas, cultivadas e, só então, reintroduzidas no indivíduo. As
podem ser utilizadas diretamente em pacientes. Elas precisam possíveis aplicações na dermatologia desse tipo de terapia são
ser diferenciadas ou modificadas antes de serem clinicamente ilimitadas: vão desde a correção de distúrbios eminentemente
aplicáveis, sobretudo para sua utilização em transplantes tera estéticos, como a alopecia androgenética, à cura de neoplasias,
pêuticos. O grande desafio atual é como direcionar essa dife colagenoses e genodermatoses. Em particular, alguns traba
renciação e como controlar a proliferação dessas células após lhos vêm demonstrando bons resultados com a utilização de
elas terem sido implantadas no corpo humano, uma vez que células-tronco adultas derivadas da medula óssea no trata
elas têm uma enorme propensão à formação de tumores (p. ex., mento da forma recessiva distrófica da epidermólise bolhosa.
teratomas). Além disso, a possibilidade de rejeição desse tipo
de célula pelo organismo receptor é muito grande, o que torna Pesquisa com fármacos e toxinas
necessária uma modulação do sistema imune do receptor e/ou Outra aplicação das células-tronco é a pesquisa farmacoló
das próprias células-tronco (antígenos MHC classe I). Na der gica (medicamentos e toxinas). Atualmente, para uma medi
matologia, os transplantes terapêuticos viabilizariam de forma cação ser comercializada, passa por diversos testes pré-clíni
geral a reparação tecidual. Algumas de suas aplicações práticas cos que envolvem a utilização de modelos animais (testes in
seriam o tratamento de grandes queimados, de doenças dege vitro com células animais ou in vivo com o próprio animal).
nerativas e de distúrbios estéticos, como a calvície. Nem sempre os resultados obtidos podem ser extrapolados
O transplante de células-tronco hematopoiéticas é um para humanos. Por isso, culturas de células humanas são fre
modo eficaz de imunoterapia para o tratamento de diver quentemente utilizadas. Essas culturas celulares são mantidas
sas doenças graves como deficiências imunológicas congê in vitro por longos períodos e, portanto, apresentam caracte
nitas, leucemias, mieloma múltiplo e outras. Um trabalho rísticas diferentes das células in vivo. Essas diferenças podem
recente demonstrou a remissão completa em pacientes com tornar difícil predizer a ação de um fármaco in vivo. A utili
psoríase grave submetidos a transplante alogênico de célu zação das células-tronco embrionárias após terem sido dife
las-tronco hematopoiéticas acompanhados por um período
renciadas em um determinado tecido específico apresenta-se
de até 49 meses.
como um modelo muito mais fidedigno das respostas in vivo a
uma determinada substância em teste, além de ser mais barato
Pesquisa em ciência básica e seguro.
As células-tronco embrionárias são a chave para o melhor
entendimento de eventos fundamentais que ocorrem durante
o desenvolvimento do embrião. Possibilitam uma melhor
•
Aspectos ético-legais das pesquisas
compreensão dos mecanismos que levam à formação de defei
tos congênitos (p. ex., angiomas) e sua possível prevenção. Por
que envolvem células-tronco
meio da biologia molecular, genes e moléculas, como fatores Trabalhos envolvendo o uso de células-tronco embrio
de crescimento, envolvidos no desenvolvimento do embrião, nárias n i variavelmente suscitam questões de ordem moral,
podem ser isolados e utilizados posteriormente para induzir a ética, filosófica e religiosa. O questionamento de quando se
diferenciação de células-tronco em laboratório. Isso viabiliza dá o início da vida é motivo de polêmica. Para alguns, seria
ria a obtenção de diversos tipos de células especializadas, que durante a fecundação. Para outros, apenas na implantação.
poderiam ser cultivadas. Contudo, apesar das divergências, existe um consenso de que
a vida termina quando cessa a atividade cerebral. Sendo assim,
Terapia genética 1 Sistemas de carreamento terapêutico considerando que o tubo neural é formado 14 dias após a
As células-tronco podem ser utilizadas como veículos para fecundação, é lícito considerar que não existe vida antes desse
carrear genes terapêuticos para determinados tecidos espe período. Fundamentada nessa teoria, a maioria dos países que
cíficos. Diferentemente das substâncias terapêuticas que são permitem as pesquisas com células-tronco embrionárias esta
administradas tradicionalmente, a terapia genética ni duz as belece um imite
l de até 14 dias para sua manipulação, pois até
células do próprio organismo a produzirem o agente terapêu essa fase não há vestígio da formação do sistema nervoso no
tico desejado por meio de engenharia genética. O transgene embrião.
terapêutico (novo material genético n i troduzido no paciente) No Brasil, a Lei de Biossegurança, de 2 de março de 2005,
é elaborado a partir de técnicas de biologia molecular com a determina a possibilidade de realização de pesquisas com
finalidade de alterar ou corrigir a função de um gene defeitu células-tronco embrionárias desde que sejam realizadas com
oso ou de criar um gene com capacidade de regular a ativi embriões excedentes, que não tenham a capacidade de gerar
dade de outros genes. O sucesso potencial da terapia genética um feto e que estejam congelados há mais de 3 anos em clíni
depende basicamente de dois fatores: da liberação do trans- cas de fertilização assistida. Os embriões só podem ser obtidos
1 1 Pele 1 Função, Estrutura, Fisiologia e Embriologia 19
por meio de doações e com o consentimento dos pais. Não apoptótica, a do FADD (domínio de morte associado ao Fas),
é permitido o comércio dos embriões nem sua produção e que ativa a caspase 8, e uma antiapoptótica, a do TRAF2 (fator
É
manipulação genética. vedada a clonagem terapêutica para 2 associado ao receptor do TNF), que libera NF-KB para o
aplicação em pesquisa reprodutiva. núcleo. A via apoptótica do TNF-ct é proeminente nos linfóci
tos, porém é consideravelmente suprimida nos queratinócitos
pela ativação do NF-KB. A via do Fas, mediada pelo FADD,
rativas, como a doença de Alzheimer, doença de Parkinson, de proteínas apoptóticas Bax sobre as Bcl-2 de sobrevivência;
esclerose lateral amiotrófica e retinite pigmentosa, o acúmulo especulou-se que a alteração do meio celular epidérmico pode
de proteínas alteradas leva à apoptose pelo "estresse do retí ria afetar as terminações nervosas intraepidérmicas, desenca
culo endoplasmático". Em algumas infecções, especialmente deando prurido. Em pacientes com vitiligo demonstrou-se
virais, a apoptose pode ser induzida pelo próprio vírus, como que os queratinócitos da epiderme despigmentada, quando
os adenovírus e o HIV, ou pela resposta imune do hospedeiro, submetidos a trauma por sucção, são mais vulneráveis à apop
mediada por infócitos
l T citotóxicos, como na hepatite viral. tose do que os da epiderme pigmentada. Em casos de vitiligo
Em tumores e na rejeição a transplantes, a apoptose é mediada induzido pelo contato com derivados fenólicos/cate.cólicos,
por linóc f itos T citotóxicos específicos. A atrofia do parên os melanócitos de n i divíduos geneticamente predispostos
quima de órgãos, como pâncreas, parótidas e rins, após a obs parecem ser mais vulneráveis à apoptose. Lesões cutâneas de
trução de duetos é relacionada com a apoptose. pênfigo vulgar estão associadas à apoptose mediada pelo Fas.
Na necrólise tóxica epidérmica observa-se apoptose maciça de
Apoptose e doenças tegumentares queratinócitos e postulam-se três mecanismos indutores: (1)
Falhas na apoptose estão associadas a alterações da bar via receptores de domínio de morte, pela expressão de Fas e
reira cutânea em doenças genéticas, como as ictioses e a FasL na superfície dos queratinócitos, com ou sem Fas solúvel
eritroceratodermia simétrica progressiva. Durante a diferen liberado por linfócitos do sangue periférico; (2) pela liberação
ciação dos queratinócitos, é necessário que eles migrem indi de perforina e granzima B por células T CDS+ farmacoindu
vidualmente, e para tal os desmossomos precisam acoplar-se zidas, em contato íntimo com queratinócitos que expressam
e desacoplar-se dinamicamente. Além disso, as células pro MHC-classe I; (3) pela secreção de granulisina por células T
liferadas em excesso ou aquelas danificadas frequentemente CDS+, natural killer (NK) e NKT farmacoinduzidas sem con
sofrem apoptose e, para que sejam eliminadas, os contatos tato do imunócito com o queratinócito. Nas lesões cutâneas
intercelulares também devem ser desfeitos; proteínas des da reação enxerto contra hospedeiro, no lúpus eritematoso
mossômicas são detectadas nas células apoptóticas. A obs discoide e no líquen plano, a presença de corpos apoptóticos
trução do dueto pilossebáceo, um dos eventos primordiais é característica, e estes constantemente são recobertos por
na patogenia da acne, está relacionada com a separação imunoglobulinas, principalmente IgM. O processo apoptó
incompleta entre os corneócitos ductais, devido à redução tico mediado por linfócitos T citotóxicos CDS+ e células NK
da apoptose. A psoríase é a doença cutânea em que mais se envolve duas vias principais distintas: a perforina/granzima e a
demonstraram falhas na regulação da apoptose, em diversas Fas/FasL. Há indícios de que a perforina desempenhe um papel
etapas da sua complexa patogenia. A IL-15, uma citocina da na apoptose dos queratinócitos basais no líquen plano. Em
resposta mi une n i ata, está suprarregulada na pele e sinóvia um subgrupo de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
de pacientes com psoríase. Ela estimula células T de memó observa-se uma falha na eliminação de células apoptóticas nos
ria e mantém a ativação local de células T, em parte por meio linfonodos e na pele, que poderia contribuir para a inflamação
da inibição da apoptose. Os queratinócitos na psoríase, além crônica, participando tanto da gênese como da manutenção
da proliferação e diferenciação anormais, mostram uma dessa doença autoimune. A regulação da apoptose é evidente
resistência à apoptose, relacionada com os níveis aumen em diversas situações relacionadas com a exposição à radiação
tados de EGF, NGF e aumento da expressão de n i tegrinas, ultravioleta (RUV). A imunossupressão n i duzida pela RUVB
Bcl-XL e NF-KB. A alteração arquitetural da camada basal envolve a apoptose das células de Langerhans e de células T,
hiperproliferada na psoríase n i terfere na aderência à matriz mediada pelo sistema Fas/FasL. A talidomida parece m i pedir
extracelular dérmica e resulta num tipo especial de apoptose a apoptose de queratinócitos induzida pela RUVB por outros
- anoikis , caracterizado pelo afastamento entre as células,
- mecanismos além da inibição do TNF-a. A 1,25-di-hidroxi
levando a uma redução acentuada do tempo de renovação vitamina D3 protege os queratinócitos humanos da apoptose
epidérmica. Embora ainda não esteja esclarecida a patoge n
i duzida pela RUVB, ativando as vias de sobrevivência MEK/
nia dos queloides, constataram-se diversas anormalidades ERK e PI-3K/Akt e aumentando a relação Bcl-2/Bax e Bad.
na expressão de fatores de crescimento e proteínas da matriz A ação terapêutica da RUVA em diversas doenças do tecido
extracelular, assim como em funções celulares, como pro conjuntivo baseia-se na imunomodulação da inflamação e na
liferação e apoptose. Na esclerodermia sistêmica demons n
i dução de colagenases e de apoptose. A exposição excessiva
trou-se uma resistência dos fibroblastos à apoptose mediada à RUV, além de alterar o DNA das células epidérmicas, pode
pelo Fase ativação da Akt (proteinoquinase antiapoptótica). desencadear mutações no gene p53, m i pedindo a eliminação,
Há evidências de que a deposição excessiva de matriz extra por apoptose, de clones de células aberrantes. Esse seria um
celular na pele, pulmão e outros órgãos, característica da mecanismo de indução do carcinoma espinocelular. Uma via
esclerodermia sistêmica, está ligada a várias citocinas, entre adicional foi identificada no carcinoma basocelular: muta
as quais o TGF-�, que regula diversas atividades biológicas, ções de genes da via de sinalização Hedgehog provocam uma
como crescimento e diferenciação celular, síntese de matriz n
i ibição de genes apoptóticos e uma ativação de genes antia
extracelular e apoptose. poptóticos, m i pedindo a eliminação das células danificadas.
Em ratos verificou-se que a ação antiapoptótica do PPAR-� Além disso, tanto o carcinoma basocelular como o espinoce
contribui para a cicatrização de feridas cutâneas. Células lular expressam fortemente o FasL indutor de apoptose, que
T efetoras e macrófagos expressando FasL podem n i duzir à pode contribuir para que o tumor escape ao ataque das células
apoptose de queratinócitos e à formação da úlcera leishmanió m
i unes efetoras. O desequih'brio entre mediadores pró-apop
tica. A apoptose de queratinócitos induzida pelo interferon-'Y tóticos e antiapoptóticos constitui um fator chave na formação
derivado de linfócitos T CLA+ parece ser um importante e progressão de tumores e resistência a medicamentos. Vários
mecanismo para a n i dução e manutenção do eczema atópico. genes, entre os quais a survivina, a família Bcl-2 e p53 estão
Em pacientes com n i suficiência renal cronicamente submeti envolvidos nesses mecanismos. Na senescência, a eliminação
dos à diálise demonstraram-se células apoptóticas nas cama de queratinócitos danificados pela RUV está comprometida
das inferiores da epiderme atrófica e predomínio da expressão pela ni ibição da apoptose mediada pela p53. Recentemente
1 1 Pele 1 Função, Estrutura, Fisiologia e Embriologia 21
verificou-se que a p53 regula diretamente a expressão de Toyoda M, Morohashi M. New aspects n
i acne n
i flarnmation. Dermatology.
Ednl (endotelinal) nos queratinócitos, que por sua vez, por 2003;206(1):17-23.
mecanismo parácrino, atua na biologia dos melanócitos, con
trolando proliferação, migração, reparo de danos ao DNA e Células-tronco e pele
Amoh Y, Li L, Yang M et ai. Nascent blood vessels in the skin arise from
apoptose melanocítica após o dano induzido pela radiação
nestin-expressing hair follicle cells. Proc Nat Acad Sei USA. 2004 Sep
ultravioleta B. Demonstrou-se que o Apaf-1 (apoptosis pro 7;101(36): 13291-5.
tease-activating factor-1), um regulador da via mitocondrial Barcaui CB. Análs i e histológica e imuno-histoqufmica das células-troncofolicu
da apoptose, está envolvido na progressão do melanoma e na lares na alopecia androgenética. [Dissertação de Mestrado.] São Paulo: Escola
resistência à quimioterapia. A restauração da resposta apoptó Paulista de Medicina, 2001.
tica representa um alvo crucial para o tratamento do câncer, Barcaui CB, Pifieiro-Maceira J. Estudo de microanatomia transversal do
porém muito resta a ser desvendado sobre a via molecular da couro cabeludo - técnica e indicações. An Bras Dermatol. 2001 Mar-Apr;
76(3):261-8.
resistência à apoptose. A infecção por tipos oncogênicos de
Barcaui CB, Pifieiro-Maceira J, de Avelar Alchorne MM. Arrector pili muscle:
HPV é crítica na patogenia da maioria dos carcinomas cervi evidence ofproximal attachment variant n i terminal follicles ofthe scalp. Br
cais e de outras neoplasias dos tratos anogenital e respiratório. JDermatol. 2002 Apr;l46(4):657-8.
A oncoproteína E6 dos HPV contribui para a imortalização Blanpain C, Lowry WE, Geoghegan A, Polak L, Fuchs E. Self-renewal, multi
e transformação das células por múltiplos mecanismos: ativa potency, and existence of two cell populations within an epithelial stem cell
a via antiapoptótica do NF-KB, por meio da ligação a proteí niche. Cell. 2004 Sep 3; 118(5):635-48.
Cotsarelis G, Kaur P, Dhouailly D, Hengge U, Bickenbach J. Epithelial stem cells
nas PDZ, degrada a p53, além de impedir a apoptose induzida
in the skin: definition, markers, localization and functions. Exp Dermatol.
pelo TNF-a, mecanismo normalmente utilizado para a elimi 1999 Feb;8(1):80-8.
nação das células do hospedeiro infectadas pelos vírus. A ação Cotsarelis G, Sun TT, Lavker RM Label retaining cells reside in the bulge area
.
do imiquimode nas verrugas genitais, ceratose actínica e car of pilosebaceous unit: implications for follicular stem cells, hair cycle and
cinoma basocelular superficial é mediada pela estimulação da skin carcinogenesis. Cell. 1990 Jun 29;61(7):1329-37.
resposta mi une inata e adquirida, levando a uma reação infla Ghazizadeh S, Katz AB, Harrington R, Taichman LB. Lentivirus-mediated
matória no local da aplicação, seguida pela apoptose das célu gene transfer to human epidermis. J Investig Dermatol Symp Proc. 2004
Sep;9{3):269-75.
las alteradas. A indução da apoptose pelo imiquimode parece
Kaffenberger BH, Wong HK, Jarjour W, Andritsos LA. Remission ofpsoriasis
ser independente dos receptores de morte celular ligados à after allogeneic, but not autologous, hematopoietic stem-cell transplantation.
membrana, mas pelo menos em parte presume-se a mediação JAm Acad Dermatol. 2013;68:489-92.
via Bcl-2 e subsequente ativação da caspase 9. Lavker RM Miller S, Wilson C, Cotsarelis G, Wei ZG, Yang JS, Sun TT. Hair
,
A medida que avança o conhecimento das vias molecu follicle stem cells: their location, role in hair cycle, and n
i volvement in skin
lares da apoptose em processos fisiológicos e patológicos, tumor formation. JInvest Dermatol. 1993 Jul;lOl(l Suppl):l6S-26S.
Lavker RM Sun TT. Epiderma! stem cells: properties, markers, and location.
,
ampliam-se as expectativas terapêuticas, tanto para suprimi-la
Proc Nat Acad Sei USA. 2000 Dec 5;97(25):13473-5.
como para restaurá-la. Lyle S, Christufidou-Solomidou M, Liu Y, Elder DE, Albelda S, Cotsarelis G.
The C8/l44B monoclonal antibody recognizes cytokeratin 15 and defines the
location ofhair follicle stem cells. J Cell Sei. 1998 Nov;l l l(Pt 21):3179-88.
..,. Bibliografia Morris RJ, Liu Y, Marles L et ai. Capturing and profiling adult hair follicle stem
cells. Nat Biotechnol. 2004 Apr;22(4):411-7.
Função da pele 1 Estrutura e Fisiologia 1 Citoqueratinas Morris RJ, Tryson KA, Wu KQ. Evidence that the epiderma! targets ofcarcino
gen action are found n i the interfollicular epidermis or infundibulum as well
as in the hair follicles. Cancer Res. 2000 Jan 15;60(2):226-9.
Accioly-Filho JW. Expressão das citoqueratinas em lesões pré-malignas e ma
lignas dos queratinócitos. Tese de Mestrado, área de concentração: Derma
tologia. Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Oshima H, Rochat A, Kedzia C, Kobayashi K, Barrandon Y. Morphogenesis
Rio de Janeiro, 1995. and renewal ofhair follicles from adult multipotent stem cells. Cell. 2001 Jan
Accioly-Filho rw: Siringocistadenoma papilífero: um estudo imuno-histoquf 26;104(2):233-45.
mico. Tese de Doutorado, área de concentração: Dermatologia. Faculdade Ramirez RD, Wright WE, Shay JW, Taylor RS. Telomerase activity concentrates
de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1999. n
i the mitotically active segments ofhuman hair follicles. J Invest Dermatol.
Avshalumova L, Fabrikant J, Koriakos A. Overview of skin diseases linked to 1997 Jan;l08(1):1 13-7.
connexin gene mutations. Int J Dermatol. 2014 Feb;53(2):192-205. Sellheyer K, Krahl D. Mesenchymal stem cells: Prospects for clinicai dermato
Champion RH, Burton JL, Burns DA, Breathnach SM. Rook/Wilkinson!Ebling logy. J Am Acad Dermatol. 2010;63:859-65.
Textbook ofDermatology. 61h edition. Boston: Blackwell Science; 1998. Sun TT, Cotsarelis G, Lavker RM Hair follicular stem cells: the bulge-activation
.
Cribier B, Grosshans E. Les cytokératines dans la peau et les muqueuses mal hypothesis. JInvest Dermatol. 1991 May;96(5):77S-78S.
pighiennes. Ann Dermatol Venereol. 1993;120(4):327-35. Taylor G, Lehrer MS, Jensen PJ, Sun TT, Lavker RM Involvement offollicular
.
Freedberg IM, Katz SI, WolffK, Eisen AZ. Fitzpatrick's Dermatology n i General stem cells ni forming not only the follicle but also the epidermis. Cell. 2000
Medicine. 5th edition. New York: McGraw-Hill, 1999. Aug 18;102(4):451-61.
Griffin JE, Wilson JD. The syndromes of androgenic resistence. N Eng/ JMed. Wagner JE, lshida-Yamamoto A, McGrath JA et ai. Bone marrow transplantation
1980 Jan 24;302(4):198-209. for recessive dystrophic epidermolysisbullosa. NEngJMed. 2010;363:629-39.
Millar SE. Molecular mechanisms regulating hair follicle development. JInvest
Dermatol. 2002 Feb;ll8{2):216-25.
Apoptose e pele
Botchkareva NY, Ahluwalia G, Shander D. Apoptosis n
Moll R, Frank WW, Schiller DL, Geiger B, Krepler R. The catalog of human
i the hair follicle. JInvest
cytokeratins: patterns ofexpression in normal epithelia, tumors and cultured
cells. Cell. 1982 Nov;31(1):11-24. Dermatol. 2006 Feb;l26(2):258-64.
Murphy GF, Elder DE. Atlas of Tumor Pathology Non-melanocytic Tumors. 1" Candi E, Schmidt R, Melino G. The cornified envelope: a model ofcell death
edition. Washington: American Registry ofPathology; 1991. in the skin. Nat Rev Mol Cell Biol. 2005 Apr;6(4):328-40.
Poblet E, Jirnénez F, Ortega F. The contribution ofthe arrector pili muscle and Chaturvedi V, Qin JZ, Stennett L, Choubey D, Nickoloff BJ. Resistance to
sebaceous glands to the follicular unit structure. JAm Acad Dermatol. 2004 UV-induced apoptosis in human keratinocytes during accelerated senes
Aug;51(2):217-22. cence is associated with functional n i activation of p53. J Cell Physiol. 2004
Thigpen AE, Silver RI, Guileyardo JM, Casey ML, McConnell JD, Russell DW. Jan;l98(1):100-9.
Tissue distribution and ontogeny ofsteroid 5 alpha-reductase s i ozyme ex Erb P, Ji J, Wernli M, Kump E, Glaser A, Büchner SA. Role of apoptosis in
pression. J Cln i Invest. 1993 Aug;92(2):903-10. basal cell and squamous cell carcinoma formation. Immunol Lett. 2005 Aug
Tobin DJ, Gunin A, Magerl M, Handijski B, Paus R. Plasticity and cytokinetic 15;100(1):68-72.
dynamics ofthe hair follicle mesenchyme: irnplications for hair growth con Giannetti L, Consolo U, Magnoni C, Lo Muzio L. Apoptosis: escaping strategies
trol. J Invest Dermatol. 2003 Jun;l20(6):895-904. in human skin cancer. Oncol Rep. 2004 Feb;ll(2):401-5.
22 Parte 1 1 Fundamentos da Dermatologia
Gilhar A, Ullmann Y, Karry R, Shalaginov R, Assy B, Serafimovich S, Kalish Kumar V, Abbas AK, Fausto N, Aster JC. Respostas celulares ao estresse e aos
RS. Ageing of human epidermis: the role of apoptosis, Fas and telomerase. estímulos tóxicos: adaptação, lesão e morte. ln: Kumar V, Abbas AK, Fausto
Br JDermato/. 2004 Jan;l50(1):56-63. N, Aster JC. Robbins & Cotran. Patologia. Bases Patológicas da Doença. 8•
Haake AR, Polakowska RR. Cell death by apoptosis in epidermal biology. J edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
Invest Dermato/. 1993 Aug;l01(2):107-12. Nagy N, McGrath JA. Blistering skin diseases: a bridge between dermatopathol
Hyter S, Coleman DJ, Ganguli-Indra G, Merrill GF, Ma S, Yanagisawa M, Indra ogy and molecular biology. Histopathology. 2010 Jan;56(1):91-9.
AK. Endothelin-1 is a transcriptional target of p53 in epidermal keratino Schãfer M, Werner S. The cornified envelope: a first line ofdefense against reac
cytes and regulates ultraviolet-induced melanocyte homeostasis. Pigment Cell tive oxygen species. J Invest Dermato/. 2011 Jul;l31(7):1409-1 1.
Me/anoma Res. 2013 Mar;26(2):247-58. Schõn MP, Schõn M. Immune modulation and apoptosis induction: two sides
Ishida-Yamamoto A, Tanaka H, Nakane H, Takahaslú H, Hashimoto Y, Iizuka ofthe antitumoral activity of mi iquimod. Apoptosis. 2004 May;9(3):291-8.
H. Programmed cell death in normal epidermis and loricrin keratoderma. Van Laethem A, Claerhout S, Garmyn M, Agostinis P. The sunburn cell: regu
Multiple functions ofprofilaggrin n i keratinization. JInvestigDermatol Symp lation ofdeath and survival of the keratinocyte. Int JBiochem Cell Biol. 2005
Proc. 1999 Sep;4(2):145-9. Aug;37(8): 1547-53.
Jun JB, Kuechle M, Harlan JM, Elkon KB. Fibroblast and endothelial apop Weedon D, Searle J, Kerr JF. Apoptosis. Its nature and implications for derma
tosis in systemic sclerosis. Curr Opin Rheumatol. 2003 Nov;l5(6): 756-60. topathology. Am J Dermatopathol. 1979 Summer;l(2):133-44.
Kovacevié LM, Pui zina-Ivié N, Ljutié D, Brakus SM, Govorko DK, Jelicié I, Weisfelner ME, Gottlieb AB. The role ofapoptosis in human epidermal kera
Mirié D, Resié J, Saraga-Babié M. Differences in epidermal thickness and tinocytes. JDrugs Dermato/. 2003 Aug;2(4):385-91.
expression of apoptosis regulatory proteins in the skin of patients with Weiske J, Huber O. Fate of desmosomal proteins in apoptotic epidermal cells.
chronic renal failure and pruritus. Acta Histochem. 2013 Mar;l15(2):144-50. Methods Mo/ Biol.2005;289:175-92.