DISSERTAÇÃO Yane Coutinho Lira 15577

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

YANE COUTINHO LIRA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE BRITAGEM DOS AGREGADOS


NAS EXPANSÕES DA RAA

Recife
2019
YANE COUTINHO LIRA

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE BRITAGEM DOS AGREGADOS


NAS EXPANSÕES DA RAA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-


Graduação em Engenharia Civil da
Universidade de Federal de Pernambuco, em
cumprimento às exigências para obtenção do
título de Mestre em Engenharia Civil.

Área de Concentração: Estruturas com ênfase


em Construção Civil.

Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Manoel Pereira Carneiro

Recife
2019
Catalogação na fonte
Bibliotecária Maria Luiza de Moura Ferreira, CRB-4 / 1469

L768e Lira, Yane Coutinho.


Estudo da influência do processo de britagem dos agregados nas expansões da
RAA/ Yane Coutinho Lira. - 2019.
172 folhas, il., quads., tabs., abr., sigl. e símb.

Orientador: Prof. Dr. Arnaldo Manoel Pereira Carneiro.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa


de Pós-Graduação em Engenharia Civil, 2019.
Inclui Referências e Apêndices.

1. Engenharia Civil. 2. Reação álcali-agregado. 3. Britador. 4. Ensaio acelerado de


barras de argamassa. 5. Ensaio acelerado de miniprismas de concreto. 6. Pó de
agregado reativo. I. Carneiro, Arnaldo Manoel Pereira (Orientador). II. Título.

UFPE

624 CDD (22. ed.) BCTG/2019-423


UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE BRITAGEM DOS AGREGADOS


NAS EXPANSÕES DA RAA

YANE COUTINHO LIRA

Dissertação submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil


da Universidade Federal de Pernambuco e aprovada em 15 de agosto de 2019.

Banca Examinadora:

___________________________________________
Prof. Dr. Arnaldo Manoel Pereira Carneiro (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE

________________________________________
Dra. Nicole Pagan Hasparyk (Examinadora Externa)
FURNAS Centrais Elétricas S. A.

__________________________________________
Prof. Dr. Milton Bezerra das Chagas Filho (Examinador Externo)
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG

__________________________________________
Prof. Dr. Pedro Luiz Guzzo (Examinador Externo)
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
À minha mãe, por tudo, sempre.
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Arnaldo Carneiro, pela oportunidade de desenvolver esta pesquisa,


orientação e apoio.

À Prof. Dra. Nicole Pagan Hasparyk, pelas valiosas contribuições ao trabalho e


disponibilidade em sanar dúvidas.

Ao Prof. Dr. Milton Bezerra das Chagas Filho, professor, mestre e amigo, pelas palavras
e presença, mesmo que distante.

Ao Prof. Dr. Pedro Luiz Guzzo, pela ajuda durante o trabalho, preciosas observações e
contribuições ao presente estudo.

À Universidade Federal de Pernambuco e ao Departamento de Engenharia Civil.

À Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco, pela bolsa


concedida.

À Supermix, pelo fornecimento de materiais.

À Matchem, na pessoa de Henrique, pelo fornecimento do aditivo.

Ao ITEP, por disponibilizar equipamentos e instalações para a realização de ensaios.

À Cristóvão, pela companhia em tantos momentos. Sem sua ajuda, teria sido muito mais
difícil e menos divertido.

Aos meus amigos da pós-graduação, em especial a Ronildo e Ayrton, pelos vários


momentos compartilhados.

À Fernanda, a melhor companheira de estudos que eu poderia ter. Juntas dividimos muitos
momentos e planos, e ainda vamos realizar muito.

À Rebecca, pela colaboração durante a pesquisa.

Ao Prof. Me. Rodrigo Mendes Patrício Chagas, pelos conselhos, ajuda e amizade em
momentos decisivos da realização deste estudo.

À Marcelo e Filipe do LTM, por toda ajuda no processo de britagem, nos ensaios de DRX
e análise granulométrica, além das discussões esclarecedoras e produtivas.

Aos técnicos Marcos e Jamilson, do ITEP, e Nadinho, da UFPE, pela disponibilidade e


ajuda.
Ao professor Lauro Montefalco e a José Neto, pela ajuda na análise petrográfica.

A todos do Labtag, pela colaboração e ajuda na realização de ensaios.

À minha família, pela confiança e motivação.

Aos professores e colegas de curso, pelos ensinamentos compartilhados.

À Deus e a São Sebastião por iluminarem minha vida e me permitirem chegar a esse
momento tão importante.
RESUMO

A reação álcali-agregado (RAA) é uma patologia que ocorre quando álcalis presentes no
cimento reagem com componentes reativos do agregado, formando um gel que, na presença de
umidade, expande, o que pode levar a fissuras e posterior deterioração da estrutura. O meio
mais utilizado para evitar sua ocorrência é a prevenção. Dentre as formas de prevenir, está a
utilização de um agregado não reativo e para testar a reatividade do agregado, uma das técnicas
mais usadas é o ensaio acelerado de barras de argamassa, uma vez que dura apenas 30 dias.
Entretanto, estudos têm mostrado que este teste pode levar a falsos positivos ou falsos
negativos. Portanto, para melhor compreender os fatores que podem afetar o resultado deste
teste, o presente estudo teve como objetivo analisar a influência do tipo de britagem. Foi
utilizado o britador de mandíbulas e de rolos para reduzir dois agregados à dimensão utilizada
no ensaio, e os resultados foram comparados. Avaliou-se, também, a influência do tipo de
britador com a utilização de adições em substituição ao cimento. Para tal, utilizou-se sílica ativa,
nas porcentagens de 8% e 15%, e pó de agregado reativo, nas porcentagens de 10% e 20%, com
e sem aditivo, a fim de verificar sua eficiência como agente mitigador das expansões da RAA
e a influência do uso de aditivo. Em conjunto com o ensaio de barras, realizou-se análise
petrográfica e ensaio acelerado de miniprismas de concreto, a fim de avaliar os resultados
obtidos. Observou-se influência significativa do tipo de britador para as combinações de
referência, devida à diferença nas áreas superficiais específicas e tamanhos das partículas
geradas no processo de britagem. Esta influência mostrou-se variável dependendo do tipo e
tamanho do agregado. As combinações com sílica e pó de agregado reativo, em geral, não foram
influenciadas significativamente pelo tipo de britador utilizado. Foram obtidos resultados
conflitantes para o ensaio de barras e de miniprismas, para as combinações com o uso de
adições, indicando a influência do tamanho do agregado nos ensaios. Para as combinações com
o uso de aditivo, houve aumento das expansões, mas não a um nível significativo. O tipo de
britador mostrou-se como uma variável importante na análise de reatividade potencial de um
agregado utilizando o ensaio de barras, podendo levar a classificações errôneas. Quando do uso
de adições minerais, entretanto, esta variável não foi significativa.

Palavras-chave: Reação álcali-agregado. Britador. Ensaio acelerado de barras de argamassa.


Ensaio acelerado de miniprismas de concreto. Pó de agregado reativo.
ABSTRACT

The alkali-aggregate reaction (AAR) is a pathology that occurs when the alkali present in
cement reacts with reactive components of the aggregate, forming a gel which, in the presence
of humidity, expands, what can lead to cracks and further deterioration of the structure. The
best way to avoid its occurrence is prevention. Among the ways to prevent, it is the use of a
non-reactive aggregates and, in order to test the reactivity of an aggregate, one of the most used
techniques is the accelerated mortar bar test, once it takes only 30 days. Nevertheless, studies
have shown that this test can have false positive or false negative results. Thus, in order to have
a better understanding of factors that can affect the result of this test, the present study aimed
to analyse the influence of the type of aggregate crushing. There were used jaw and roller
crushers to reduce two aggregates to the dimension required by the test, and the results were
compared. It was also evaluated the influence of the type of crusher with the use of mineral
admixtures in replacement to cement. There were used silica fume in the percentages of 8% and
15%, and aggregate powder from reactive aggregate, in the percentages of 10% and 20%
replacing cement, with and without chemical admixture, in order to verify its efficiency as a
mitigating agent of AAR expansions and the influence of the use of the chemical admixture.
Along with the mortar bar test, it was performed petrographic analysis and miniature concrete
prism test, to evaluate the results obtained. It was observed a significant influence of the type
of crusher for the reference combinations, due to the difference in the specific superficial areas
and sizes of particles generated in the crushing process. This influence has showed to be
variable depending on the type and size of the aggregate. The combinations with silica fume
and reactive aggregate powder, in general, were not significantly influenced by the type of
crusher used. There were obtained conflicting results for the mortar bar and the miniature
concrete prism test for compositions with mineral admixtures, indicating the influence of the
aggregate size in the expansion tests. For the combinations with the use of chemical admixture,
the was an increase in expansions, but not up to a significant level. The type of crusher has
showed as an important variable in the analysis of the reactive potential of an aggregate using
the mortar bar test, and, if not considered, can lead to mistaken classifications. When using
mineral admixtures, though, this variable was not significant.

Keywords: Alkali aggregate reaction. Crusher. Accelerated mortar bar test. Miniature concrete
prism test. Reactive aggregate powder.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ocorrência da reação álcali-agregado no mundo...................................... 27


Figura 2 – Estruturas ao redor do mundo afetadas pela RAA.................................... 27
Figura 3 – Fissuras em bloco de coroamento na Ponte Paulo Guerra em Recife –
PE.............................................................................................................. 31
Figura 4 – (a) Bloco de fundação do Edifício Apolônio Sales em Recife. (b)
Fundação de prédio afetada em Recife...................................................... 31
Figura 5 – Sintomas que podem ser observados em estruturas afetadas pela reação
álcali-agregado.......................................................................................... 32
Figura 6 – Esquema ilustrando os fatores necessários à ocorrência de RAA.............. 33
Figura 7 – Padrão fissuratório interno causado pela RAA.......................................... 36
Figura 8 – Efeito do teor de álcalis do concreto na expansão...................................... 39
Figura 9 – Efeito da umidade relativa na expansão do concreto devida à reação
álcali-agregado.......................................................................................... 40
Figura 10 – (a) Sílica amorfa. (b) Sílica com estrutura cristalina.................................. 41
Figura 11 – (a) Esquema da superfície do agregado. (b) Formação de grupos silanol.. 42
Figura 12 – (a) Formação de camada de ânions na superfície do agregado. (b) Álcalis
reagindo com os ânions formados, produzindo gel sílico-alcalino............ 43
Figura 13 – Força gerada pelo inchamento do gel no interior da matriz cimentícia...... 43
Figura 14 – (a) Proporção péssima do agregado (Aag = proporção de agregado
reativo; NaOH=quantidade de hidróxido alcalino por volume de
agregado reativo). (b) Deslocamento da proporção péssima com a
redução da alcalinidade............................................................................. 45
Figura 15 – Resultados de expansão para agregados com presença de opala em
diferentes faixas granulométricas.............................................................. 46
Figura 16 – Mecanismo de quebra de britadores........................................................... 48
Figura 17 – Deformação de uma estrutura cristalina decorrente de tensões de tração
ou compressão........................................................................................... 49
Figura 18 – Modelos de redução do tamanho de partículas.......................................... 50
Figura 19 – Fratura por britagem.................................................................................. 51
Figura 20 – Britador de mandíbulas............................................................................. 52
Figura 21 – Esquema de britador de rolos.................................................................... 52
Figura 22 – Possíveis formatos de partículas............................................................... 53
Figura 23 – Gráficos de expansão................................................................................ 54
Figura 24 – Concentração de íons nas soluções dos poros a 6 meses com 0, 5, 10 e
15% de sílica ativa condensada................................................................. 58
Figura 25 – Concentração de íons nas fases sólidas a 6 meses com 0, 5, 10 e 15% de
sílica ativa condensada.............................................................................. 59
Figura 26 – Composição química das principais adições minerais............................... 60
Figura 27 – Esquema mostrando o efeito de uma taxa rápida de formação do gel da
RAA e uma taxa lenta de dissolução do gel em um período t..................... 63
Figura 28 – Efeito da RAA e atividade pozolânica de pós de agregados na resistência
à compressão de concretos........................................................................ 64
Figura 29 – Mapa geológico do estado de Pernambuco, com destaque para a cidade
de Vitória de Santo Antão (1 – Vitória de Santo Antão; 2- Recife) e
Jaboatão dos Guararapes........................................................................... 74
Figura 30 – Características do maciço em pedreira na cidade de Vitória de Santo
Antão......................................................................................................... 75
Figura 31 – Agregado (a) Vitória de Santo Antão; (b) Jaboatão dos Guararapes.......... 75
Figura 32 – Fluxograma com as etapas da pesquisa..................................................... 77
Figura 33 – Composições analisadas no ensaio acelerado de barras de argamassa....... 77
Figura 34 – Composições analisadas no ensaio acelerado de miniprismas de
concreto..................................................................................................... 78
Figura 35 – Britadores.................................................................................................. 82
Figura 36 – Preparação da amostra do agregado Vitória para análise petrográfica....... 83
Figura 37 – Frações granulométricas........................................................................... 84
Figura 38 – Ensaio acelerado de barras de argamassa.................................................. 87
Figura 39 – Frações Granulométricas.......................................................................... 89
Figura 40 – Corpos de prova moldados com adições.................................................... 90
Figura 41 – Ensaio acelerado de miniprismas de concreto........................................... 92
Figura 42 – Comparação das distribuições granulométricas dos materiais utilizados.. 97
Figura 43 – Curvas granulométricas de frações retidas nas peneiras de abertura de
abertura 300 µm e 150 µm......................................................................... 99
Figura 44 – Área superficial específica das frações 300 μm e 150 μm.......................... 100
Figura 45 – Perda relativa de condutividade dos materiais analisados....................... 101
Figura 46 – Difratograma da brita Vitória.................................................................... 103
Figura 47 – Difratograma da brita Jaboatão................................................................. 103
Figura 48 – Difratograma da sílica............................................................................... 104
Figura 49 – Morfologia das partículas.......................................................................... 106
Figura 50 – Tamanho de partículas de diferentes agregados para faixas
granulométricas......................................................................................... 108
Figura 51 – Agregado Vitória - Fotomicrografias a nicóis cruzados............................ 110
Figura 52 – (a) Fotomicrografia a nicóis cruzado evidenciando a extinção ondulante
do quartzo (Qz).; (b) Quartzo recristalizado (Qz)...................................... 111
Figura 53 – Feições do agregado Jaboatão................................................................... 113
Figura 54 – Resultados de expansão do ensaio acelerado de barras para as
composições de referência com britador de mandíbulas e rolos para o
agregado Vitória e Jaboatão...................................................................... 116
Figura 55 – Resultados de expansão do ensaio acelerado de barras para as
composições de referência com britador de mandíbulas e rolos com
repetição para o agregado Vitória.............................................................. 117
Figura 56 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações de
referência com o agregado Vitória............................................................ 119
Figura 57 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com
o agregado Jaboatão.................................................................................. 119
Figura 58 – Resultados médios de expansão para as composições com sílica.............. 122
Figura 59 – Efeito da sílica na redução das expansões.................................................. 123
Figura 60 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com
sílica........................................................................................................... 124
Figura 61 – Resultados de expansão em barras de argamassa para as composições
com pó de agregado reativo substituindo o cimento................................... 126
Figura 62 – Efeito do pó de agregado reativo na redução das expansões....................... 127
Figura 63 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com
20% de PAR............................................................................................... 128
Figura 64 – Resultados de expansão para as composições com 8% de sílica e aditivo.. 131
Figura 65 – Resultados de expansão para as composições com 15% de sílica e
aditivo........................................................................................................ 131
Figura 66 – Resultados de expansão para as composições com 10% de PAR e aditivo. 133
Figura 67 – Resultados de expansão para as composições com 20% de PAR e aditivo. 133
Figura 68 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com
o agregado Vitória..................................................................................... 135
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características das diferentes normas relativas ao ensaio de barras


acelerado................................................................................................. 69
Tabela 2 – Comparação das características dos diferentes ensaios para a
determinação da reatividade potencial do agregado................................ 72
Tabela 3 – Classificação da forma do agregado de acordo com o índice de forma.... 81
Tabela 4 – Frações granulométricas para o ensaio acelerado.................................... 84
Tabela 5 – Teor de aditivo obtido para cada combinação (com substituição em
massa) ..................................................................................................... 86
Tabela 6 – Quantitativo de materiais nas combinações (porcentagem de adições em
relação ao volume do cimento) ........................................................... 86
Tabela 7 – Quantitativo de materiais nas combinações (porcentagem de adições em
relação à massa do cimento) ............................................................... 87
Tabela 8 – Limites normativos para as expansões referentes à RAA para o ensaio
de barras................................................................................................... 88
Tabela 9 – Frações granulométricas para o ensaio dos miniprismas.......................... 89
Tabela 10 – Resultados de massa unitária das misturas de agregados........................ 91
Tabela 11 – Quantitativo dos materiais utilizados nas combinações (porcentagem de
adições em relação ao volume do cimento) .............................................. 91
Tabela 12 – Limites normativos para as expansões referentes à RAA para o ensaio
de iniprismas............................................................................................ 93
Tabela 13 – Caracterização do aditivo à base de policarboxilatos............................... 94
Tabela 14 – Massas específicas dos ateriais................................................................ 94
Tabela 15 – Resultados de área superficial específica dos materiais........................... 95
Tabela 16 – Diâmetros característicos dos materiais utilizados................................... 97
Tabela 17 – Diâmetros característicos das frações de agregado analisadas................ 98
Tabela 18 – Dados do ensaio de condutividade elétrica.............................................. 101
Tabela 19 – Caracterização química dos materiais utilizados por meio de
espectrometria FRX (em %) .................................................................... 102
Tabela 20 – Equivalente alcalino dos materiais utilizados
................................................................................................................. 102
Tabela 21 – Índice de forma dos agregados................................................................. 105
Tabela 22 – Relação entre o comprimento e a largura de face das partículas (relação
de aspecto) ............................................................................................... 107
Tabela 23 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras na idade de 30
dias para as combinações de referência do agregado Vitória e Jaboatão... 118
Tabela 24 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de miniprismas para as
combinações de referência do agregado Vitória e Jaboatão.................... 120
Tabela 25 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras na idade de 30
dias para as combinações com sílica, avaliando a influência do tipo de
britador..................................................................................................... 124
Tabela 26 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações
com sílica, avaliando a influência da porcentagem de adição.................. 125
Tabela 27 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações
com PAR, avaliando a influência do tipo de britador................................ 129
Tabela 28 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações
com PAR, avaliando a influência da porcentagem de adição.................... 129
Tabela 29 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações
com sílica, avaliando a influência do aditivo............................................ 132
Tabela 30 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações
com PAR, avaliando a influência do aditivo............................................. 134
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Usinas/Barragens afetadas pela RAA no Brasil...................................... 29


Quadro 2 – Rochas, minerais e constituintes sintéticos reativos................................ 34
Quadro 3 – Reações pozolânicas e hidráulicas de MCS's.......................................... 61
Quadro 4 – Ensaios de caracterização física realizados nos materiais...................... 78
Quadro 5 – Combinações agregado/adição adotadas (porcentagem de adições em
relação à massa do cimento).................................................................... 85
Quadro 6 – Combinações agregado/adição adotadas (porcentagem de adições em
relação ao volume do cimento)................................................................ 86
Quadro 7 – Combinações agregado/adição adotadas (porcentagem de adições em
relação à massa do cimento).................................................................... 90
Quadro 8 – Caracterização Mineralógica.................................................................. 104
Quadro 9 – Síntese da análise petrográfica do agregado Vitória para o grupo 1......... 111
Quadro 10 – Síntese da análise petrográfica do agregado Vitória para o grupo 2......... 112
Quadro 11 – Síntese da análise petrográfica para o agregado Jaboatão........................ 114
Quadro 12 – Quadro resumo das classificações relativas à reatividade potencial e
eficiência da mitigação das combinações aos 30 dias para o ensaio
acelerado de barras de argamassa............................................................ 136
Quadro 13 – Quadro resumo das classificações relativas à reatividade potencial e
eficiência da mitigação das combinações aos 56 dias (84 dias para o
Agregado Jaboatão) realizadas para o ensaio acelerado de miniprismas
de concreto............................................................................................... 136
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AASHTO American Association of State Highway and Transportation Officials


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
Acesita Companhia Aços Especiais Itabira
ASTM American Society for Testing and Materials
CBA Companhia Brasileira de Alumínio – Grupo Votorantim
CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais
CESP Companhia Energética de São Paulo
CHESF Companhia Hidroelétrica do São Francisco
COMPESA Companhia Pernambucana de Saneamento
EMAE Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A.
EMBASA Empresa Baiana de Água e Saneamento
ICAAR International Conference in Alkali Aggregate Reaction in Concrete
ITEP Instituto de Tecnologia de Pernambuco
LABGEM Laboratório de Gemologia
LABTAG Laboratório de Tecnologia dos Aglomerantes
LSA Laboratório de Saneamento Ambiental
LTM Laboratório de Tecnologia Mineral
MCS Materiais Cimentícios Suplementares
NEG LABISE Núcleo de Estudos Geoquímicos do Laboratório de Isótopos Estáveis
NBR Norma Brasileira
NS Não significativo no teste t de Student
PALEOLAB Laboratório de Paleontologia
PAR Pó de Agregado Reativo
RAA Reação Álcali-Agregado
RAC Reação Álcali-Carbonato
RAS Reação Álcali-Sílica
S Significativo no teste t de Student
SABESP Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
UHE Usina Hidrelétrica
LISTA DE SÍMBOLOS

Al2O3 Óxido de Alumínio


BaO Óxido de Bário
CaO Óxido de Cálcio; Cal
Ca(OH)2 Hidróxido de Cálcio
C3 A Aluminato Tricálcico; Fase Aluminato
C2 S Silicato Dicálcico; Belita
C-S-H Silicato Cálcico Hidratado
Cr2O3 Óxido de Cromo (III)
CuO Óxido de Cobre (II)
Fe2O3t Óxido de Ferro (III)
Ga2O3 Óxido de Gálio (III)
K+ Cátion Potássio
K2O Óxido de Potássio
Li2CO3 Carbonato de Lítio
LiF Fluoreto de Lítio
LiOH Hidróxido de Lítio
LiNO3 Nitrato de Lítio
MgO Óxido de Magnésio
MnO Óxido de Manganês (II)
Na+ Cátion Sódio
Na2O Óxido de Sódio
Na2Oeq Equivalente Alcalino
Nb2O5 Óxido de Nióbio (V)
NiO Óxido de Níquel (II)
OH- Íon Hidroxila
PbO Óxido de Chumbo
P2O5 Pentóxido de Fósforo
Rb2O Óxido de Rubídio
SiO2 Óxido de Silício; Sílica
SO3 Trióxido de enxofre; Óxido Sulfúrico
SO4-2 Ânion Sulfato
SrO Óxido de Estrôncio
TiO2 Dióxido de Titânio
ZnO Óxido de Zinco
ZrO2 Dióxido de Zircônio
V2O5 Pentóxido de Vanádio
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 23
1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 23
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 24
1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 24
1.2.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 24
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO............................................................. 24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................... 26
2.1 HISTÓRICO.................................................................................................. 26
2.2 DEFINIÇÃO.................................................................................................. 32
2.2.1 Agregado Reativo......................................................................................... 33
2.2.2 Teor de Álcalis do Cimento.......................................................................... 36
2.2.3 Umidade........................................................................................................ 39
2.3 TIPOS DE RAA............................................................................................. 40
2.4 MECANISMOS DA RAA............................................................................. 41
2.5 FATORES INTERVENIENTES................................................................... 44
2.5.1 Teor e Dimensão Péssimos........................................................................... 44
2.5.2 Temperatura................................................................................................. 46
2.5.3 Influência do Uso de Aditivos...................................................................... 47
2.6 COMINUIÇÃO DO AGREGADO................................................................ 47
2.6.1 Processo de Fragmentação........................................................................... 48
2.6.2 Mecanismos de Fragmentação.................................................................... 49
2.6.3 Equipamentos de Britagem.......................................................................... 51
2.6.4 Morfologia das Partículas............................................................................ 53
2.7 MITIGAÇÃO................................................................................................. 55
2.7.1 Adições Minerais.......................................................................................... 56
2.7.1.1 Efeito das Adições Minerais........................................................................... 56
2.7.1.2 Fatores que Interferem no Efeito de Adições Minerais................................... 59
2.7.1.2.1 Finura............................................................................................................. 59
2.7.1.2.2 Teor Péssimo de Adição................................................................................. 60
2.7.1.3 Tipos de Adições Minerais............................................................................. 60
2.7.2.3.1 Pó de Agregado Reativo................................................................................. 62
2.7.2 Adições Químicas......................................................................................... 65
2.8 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL REATIVO E DA EFICIÊNCIA DA
MITIGAÇÃO................................................................................................. 67
2.8.1 Análise Petrográfica..................................................................................... 67
2.8.2 Ensaio Acelerado das Barras de Argamassa.............................................. 68
2.8.3 Ensaio de Prismas de Concreto.................................................................... 70
2.8.4 Ensaio Acelerado de Prismas de Concreto.................................................. 70
2.8.5 Ensaio Acelerado dos Miniprismas de Concreto........................................ 71
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL.............................................................. 73
3.1 MATERIAIS.................................................................................................. 73
3.1.1 Cimento......................................................................................................... 73
3.1.2 Agregado Graúdo......................................................................................... 73
3.1.3 Agregado Miúdo........................................................................................... 76
3.1.4 Água............................................................................................................... 76
3.1.5 Adições Minerais.......................................................................................... 76
3.1.6 Aditivo........................................................................................................... 76
3.2 MÉTODOS.................................................................................................... 76
3.2.1 Caracterização Física................................................................................... 78
3.2.2 Caracterização Química.............................................................................. 79
3.2.3 Caracterização Mineralógica...................................................................... 80
3.2.4 Caracterização Morfológica........................................................................ 81
3.2.5 Cominuição do Agregado Graúdo............................................................... 81
3.2.6 Avaliação da Reatividade Potencial e da Eficiência de Adições na
Mitigação....................................................................................................... 82
3.2.6.1 Análise Petrográfica do Agregado.................................................................. 83
3.2.6.2 Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa..................................................... 84
3.2.6.2.1 Preparo dos Corpos de Prova........................................................................ 84
3.2.6.3 Ensaio Acelerado dos Miniprismas de Concreto............................................ 89
3.2.6.3.1 Preparo dos Corpos de Prova........................................................................ 89
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 94
4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA...................................................................... 94
4.1.1 Massa Específica e Absorção....................................................................... 94
4.1.2 Área Superficial Específica e Distribuição Granulométrica..................... 95
4.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA................................................................. 100
4.2.1 Avaliação Indireta da Pozolanicidade por Condutividade Elétrica......... 101
4.2.2 Espectrometria por Fluorescência de Raios X............................................ 102
4.3 CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA.................................................... 103
4.4 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA..................................................... 105
4.5 AVALIAÇÃO DA REATIVIDADE POTENCIAL E EFICIÊNCIA DE
ADIÇÕES NA MITIGAÇÃO........................................................................ 110
4.5.1 Análise Petrográfica..................................................................................... 110
4.5.1.1 Agregado Vitória............................................................................................ 110
4.5.1.2 Agregado Jaboatão......................................................................................... 112
4.5.2 Ensaios Acelerados....................................................................................... 116
4.5.2.1 Composições de Referência............................................................................ 116
4.5.2.2 Combinações com Sílica................................................................................ 121
4.5.2.3 Combinações com Pó de Agregado Reativo................................................... 125
4.5.2.4 Composições com Aditivo.............................................................................. 130
4.5.2.5 Considerações................................................................................................ 135
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 137
5.1 CONCLUSÕES............................................................................................ 137
5.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS............................................. 140
REFERÊNCIAS........................................................................................... 142
APÊNDICE A – TABELAS DE EXPANSÃO: ENSAIO ACELERADO
DE BARRAS DE ARGAMASSA................................................................ 155
APÊNDICE B – TABELAS DE EXPANSÃO: ENSAIO ACELERADO
DE MINIPRISMAS DE CONCRETO....................................................... 169
APÊNDICE C – REATIVIDADE POTENCIAL DA AREIA................... 172
23

1 INTRODUÇÃO

O concreto é um dos materiais mais utilizados no mundo. Entre as suas vantagens frente a outros
materiais destaca-se a resistência à água, a facilidade de moldagem em diferentes formatos e
tamanhos e sua disponibilidade e baixo custo (MEHTA e MONTEIRO, 2014). A crença de que
o concreto é um material eterno deu lugar ao conhecimento de que, ao longo do tempo, ele é
instável, podendo alterar suas propriedades físicas e químicas de acordo com a interação dos
seus constituintes e os condicionantes do meio ambiente (SOUZA e RIPPER, 1998). Dentre os
vários mecanismos de deterioração que podem afetar a durabilidade de uma estrutura de
concreto, destaca-se a reação álcali-agregado.

1.1 JUSTIFICATIVA

A reação álcali-agregado foi primeiro descrita por Stanton, na década de 1940 e, desde então,
tem sido foco de inúmeras pesquisas. Trata-se de uma reação entre os álcalis do cimento e
componentes reativos do agregado. Esta reação forma um gel que, na presença de umidade, se
dilata e produz tensões na matriz cimentícia. Caso a pressão exercida seja maior do que a
resistência à tração do concreto, ocorre o aparecimento de fissuras.

Gomes (2008) afirma que a reação álcali-agregado constitui-se, internacionalmente, no segundo


maior investimento de recuperação de estruturas de concreto, com os efeitos da corrosão em
primeiro lugar. Figueirôa e Andrade (2007) relatam que, de acordo com os organizadores da
13th International Conference in Alkali Aggregate Reaction in Concrete (ICAAR), realizada
em 2008, estima-se que o custo anual de reabilitação e substituição de obras com RAA é de 2,6
bilhões de dólares.

Caso ocorra a reação, ainda não há como pará-la; tem-se, apenas, meios de desacelerá-la. A
melhor forma de evitar esta patologia é, portanto, a prevenção. Pode-se, para tal, utilizar um
agregado não reativo.

Foram desenvolvidos vários testes para determinar a reatividade do agregado, de modo que é
possível utilizar com certo grau de segurança agregados comprovadamente não reativos. O mais
utilizado é o ensaio acelerado das barras de argamassa, devido à sua rapidez, com a obtenção
de resultados em 30 dias de ensaio. Contudo, vários autores têm obtido resultados falsos
positivos ou falsos negativos. Desta forma, meios de compreender melhor os resultados obtidos
no ensaio são necessários para sua correta interpretação e aplicabilidade.
24

Além disso, nem sempre há disponibilidade de outro agregado na região da obra, e métodos
consagrados na mitigação da RAA, como o uso de adições minerais e químicas, podem não ser
economicamente viáveis (CYR, RIVARD e LABRECQUE, 2009; HEWLETT, 2004). Como
alternativa, apresenta-se a utilização de pós de agregados reativos, cujo uso vem sendo estudado
desde a primeira publicação relativa à reação álcali-agregado, por Stanton (1940).

1.2 OBJETIVOS

Os objetivos do presente estudo estão apresentados a seguir.

1.2.1 Objetivo Geral

A pesquisa objetivou analisar a influência do tipo de britador e, consequentemente, a


morfologia das partículas britadas, assim como o comportamento das expansões quando do uso
de adições minerais, nos resultados de ensaios acelerados para a determinação do potencial
deletério de agregados.

1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do trabalho estão destacados a seguir:


• Analisar a influência do tipo de britador nos resultados de expansão dos ensaios
acelerados de barras de argamassa e de miniprismas de concreto, utilizando-se o britador
de mandíbulas e o britador de rolos;
• Correlacionar os resultados dos ensaios acelerados com a análise petrográfica;
• Avaliar a influência do tipo de britador em combinações com o uso de sílica ativa e pó
de agregado reativo;
• Analisar a influência do uso de pó de agregado reativo como mitigador da reação álcali-
agregado, comparando sua ação com a da sílica ativa;
• Avaliar a influência do uso de aditivo na dispersão das adições e seu efeito nas
expansões da RAA;
• Comparar os resultados obtidos pelo ensaio acelerado de barras com os obtidos pelo
ensaio acelerado de miniprismas de concreto, verificando se há concordância.

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho está dividido em 5 capítulos:


25

No Capítulo 1 apresenta-se uma introdução com a justificativa da pesquisa, relatando a


importância do estudo da reação álcali-agregado, assim como o estudo de seus métodos de
ensaio utilizados para uma correta análise deste fenômeno, além dos objetivos gerais e
específicos.

No Capítulo 2 é apresentado o estado da arte da reação álcali-agregado. Aborda-se definição,


tipos, mecanismo, fatores intervenientes e fragmentação de partículas de agregado. São
descritas formas de mitigação da reação álcali-agregado, com destaque para as adições minerais
e seu mecanismo de atuação e apresentam-se os métodos para determinação da reatividade
potencial em agregados, argamassa e concreto e eficiência da mitigação quando do uso de
adições.

No Capítulo 3 estão descritos os materiais utilizados, sua caracterização, os métodos, análises


e ensaios utilizados, além de normas e procedimentos adotados.

No Capítulo 4 são apresentados e discutidos os resultados das análises e ensaios realizados.

No Capítulo 5 apresentam-se as conclusões da pesquisa, seguidas de sugestões para futuros


trabalhos.
26

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Dentre as causas de manifestações patológicas no concreto, pode-se citar as causas intrínsecas,


as quais são inerentes à estrutura e englobam tanto falhas humanas quanto causas naturais
próprias ao concreto, e as causas extrínsecas, que são decorrentes de ações externas (SOUZA e
RIPPER, 1998). As causas intrínsecas, especificamente as causas naturais, podem ser químicas,
físicas, biológicas ou relativas à natureza porosa do concreto. Entre as reações químicas,
destaca-se a reação álcali-agregado (RAA) que, quando classificada como reação álcali-sílica
(RAS), trata-se de uma reação que ocorre entre os álcalis do cimento e certas formas de sílica
reativa presentes no agregado. Tal reação leva à formação de um gel higroscópico e expansivo
que, na presença de umidade, provoca tensões na matriz cimentícia, provocando a fissuração
da estrutura. Uma vez desencadeada a reação, ainda não se conhece uma forma de mitigá-la,
apenas de desacelerá-la, o que torna a prevenção a estratégia mais eficaz contra sua ocorrência.
Neste trabalho, trata-se apenas da reação álcali-sílica, sendo aqui designada como reação álcali-
agregado.

2.1 HISTÓRICO

Desde os tempos romanos, utilizam-se formas de concreto como material de construção


durável. Apesar da grande durabilidade deste material, com o passar do tempo, observou-se que
ele se deteriorava; buscou-se, então, identificar as causas responsáveis. No início do século
XIX, observou-se que o gelo/degelo e a água do mar eram causas de deterioração de estruturas
de concreto. Desta forma, o que não podia ser atribuído a estas causas permanecia sem
explicação (SWAMY, 1992).

Entre 1920 e 1930, houve vários casos de fissuração severa em estruturas de concreto na
Califórnia, Estados Unidos, apesar de serem construções recentes e que seguiram padrões
aceitáveis de construção e controle de qualidade dos materiais. Blanks e Kennedy (1955 apud
MEHTA e MONTEIRO, 2014) descreveram alguns dos primeiros casos de reação álcali
agregado nos Estados Unidos. Em 1940, após estudar estes casos, Stanton (1940) demonstrou
a existência de uma reação entre álcalis e agregado, sendo um processo deletério intrínseco aos
materiais do concreto. Desde então, exemplos de ocorrência desta reação em diversas partes do
mundo foram reportados, indicando que esta poderia ser uma das causas de deterioração em
estruturas em contato com água, como pontes, barragens e diques (MEHTA e MONTEIRO,
2014).
27

Inúmeras pesquisas foram desenvolvidas para a identificação dos minerais deletérios,


mecanismos da reação, diagnóstico, métodos de ensaio e avaliação dos efeitos da reação,
primeiramente nos Estados Unidos e, em seguida, expandindo para a Europa, Canadá e outras
partes do mundo. Em 1974, ocorreu a primeira conferência internacional para discutir acerca
da reação álcali-agregado (ICAAR), em Copenhagen, ocorrendo até os dias atuais (SWAMY,
1992). A Figura 1 ilustra os países nos quais já foram reportados casos de RAA e a Figura 2
apresenta alguns casos de ocorrência ao redor do mundo.

Figura 1 – Ocorrência da reação álcali-agregado no mundo.

Fonte: SIMS e POOLE, 2017.

Figura 2 – Estruturas ao redor do mundo afetadas pela RAA.

(a) (b)
28

(c) (d)

(e) (f)
Fonte: (a) CHI, 2016; (b) THOMAS et al., 2013; (c) (d) (e) (f) SIMS; POOLE, 2017.
(a) Shek Wu Hui Treatment plant, na China. A construção terminou em 1981 e em 1991 a RAA foi
identificada. (b) Fissuras dos pilares com RAA, colmatados com resina epóxi, em usina hidrelétrica na
Noruega. (c) Ponte em Paltanmäki, na Finlândia, com RAA penetrando através da laje do tabuleiro,
com exsudação do gel. (d) Viaduto Marsh Mills, perto de Plymouth, Inglaterra, mostrando uma
escavação para revelar o bloco de fundação severamente fissurado, muito abaixo do nível local do
lençol freático. (e) Fissura em mapa em pavimento de concreto, na Alemanha. (f) Fissuras
longitudinais devidas à RAA em elemento pré-moldado protendido na Austrália.

No Brasil, a usina Peti, de propriedade da Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG),


foi a primeira estrutura na qual se confirmou a existência de expansão do concreto decorrente
de RAA, apresentando fissuras tipo “mapa” e alteamento de crista (ANDRIOLO, 2000;
MAGALHÃES e MOURA, 1997). A primeira usina a ser monitorada para RAA foi a Usina
Apolônio Sales (Moxotó) (ANDRIOLO, 2000). Em relação à prevenção, a Usina Hidroelétrica
de Jupiá (atualmente UHE Engenheiro Souza Dias) foi a primeira obra na qual foram adotadas
medidas preventivas, ao identificar, ainda em estudos preliminares, a possibilidade de
ocorrência da reação, durante o período de 1962 a 1969 (ANDRIOLO, 2000; BATTAGIN, I.,
BATTAGIN, A. e SBRIGHI NETO, 2009; OLIVEIRA, SALLES e ANDRIOLO, 1997).
Devido às limitações existentes à época em relação aos cimentos comerciais, a CESP,
proprietária da usina, optou por instalar uma usina de moagem do clínquer e um sistema de
29

produção de pozolanas para a produção do cimento a ser utilizado (OLIVEIRA, SALLES e


ANDRIOLO, 1997). Nesta e em outras usinas de propriedade da CESP, o uso de pozolanas
mostrou-se efetivo na prevenção de danos causados pela RAA, sendo exemplos de sucesso
(BATTAGIN, I., BATTAGIN, A. e SBRIGHI NETO, 2009). O Quadro 1 apresenta algumas
obras hidráulicas brasileiras afetadas pela RAA.

Quadro 1 – Usinas/Barragens afetadas pela RAA no Brasil.


Ano de
Fim da Indícios/
UHE/Barragem UF Agregado Companhias
Construção Evidências
da RAA
Barragem de Peti MG 1946 1964 Granito- gnaisse
Barragem Guanhães
MG 1953 2001 Gnaisse CEMIG
– UHE Salto Grande
UHE Jaguará SP 1971 1996 Quartzito
Gnaisse
UHE Jaguari SP 1977 1985/1990 CESP
Milonitizado
UHE Ilha dos
RJ 1924 1991 Gnaisse LIGHT
Pombos
Serviços de
Biotita, Gnaisse
UHE Santa Branca SP 1960 1995 Eletricidade
Cataclástico
Granito, biotita
UHE Paulo Afonso I BA 1955 1978 gnaisse e biotita
granito
Granito e
UHE Paulo Afonso II BA 1967 1978
anfibólio gnaisse
UHE Paulo Afonso Granito e biotita
BA 1973 1978
III granito
Granito, biotita
gnaisse, biotita
UHE Paulo Afonso CHESF
BA 1979 1985 granito, anfibolito
IV
e anfibólio biotita
gnaisse
UHE Usina Apolônio Granito e biotita
AL 1977 1980
Sales (Moxotó) gnaisse
Barragem: 1968
UHE Pedra BA Casa de força: 1980 Granada granulito
1978
UHE Sobradinho BA 1981 2000 Quartzito
Barragem
Reguladora Pedro SP 1932 1965 Biotita gnaisse
Beicht
Biotita gnaisse
Barragem Atibainha SP 1973 1992
cataclástico
Barragem Cascata SP 1976 1992 Granito - gnaisse
SABESP
Gnaisse
Barragem Jaguari SP 1982 1992
milonitizado
Barragem Paiva Biotita granito-
SP 1972 1992
Castro gnaisse
Barragem Ribeirão Biotita gnaisse
SP 1962 1992
do Campo cataclástico
Barragem de Granito e Gnaisse
PE 1975 1990 COMPESA
Tapacurá Cataclasados
30

Ano de
Fim da Indícios/
UHE/Barragem UF Agregado Companhias
Construção Evidências
da RAA
Barragem
Reguladora Billings- SP 1937 1992 Granito
Pedra
Usina Elevatória de
SP 1940 1980 Milonito
Traição
Usina Elevatória de
SP 1937 2000 Gnaisse/Milonito EMAE
Pedreira
Barragem de
SP 1956 1998 Gnaisse
Pirapora
Barragem Rio das
SP 1926 1992 Gnaisse/milonito
Pedras
UHE Rasgão SP 1925 Nd Granito/Filito
Barragem: 1963
UHE Furnas MG Etapa 1: 1965 1976 Quartzito
Etapa 2: 1974
FURNAS
UHE Mascarenhas de Etapa 1: 1957
MG 1994 Quartzito Centrais
Morais Etapa 2: 1969
Elétricas
UHE Luiz Carlos
Etapa 1: 1969
Barreto de Carvalho SP 1994 Quartzito
Etapa 2: 1972
(antes UHE Estreito)
Basalto/Seixo de
UHE Porto Colômbia MG 1973 1985
quartzo
Gnaisse; biotita
UHE Jurupará SP 1970 1995 CBA
granito.
Sá Carvalho
S. A.
UHE Sá Carvalho MG 1951 1995 Granito
(anteriormente
Acesita)
Gnaisse,
Barragem Joanes II BA 1971 1988 migmatito e EMBASA
granulito
Fonte: Adaptado de ANDRIOLO, 2000; COUTO, 2008; GALLETI et al., 1997; HASPARYK, 2011;
MARQUES, 2009.
*Não disponível.

Além da grande quantidade de barragens e usinas hidrelétricas identificadas no Brasil com a


presença de RAA, houve casos em outros tipos de estrutura, como por exemplo fundações,
destacando-se os casos na cidade de Recife, Pernambuco.

O primeiro caso de RAA na capital pernambucana foi constatado na Ponte Paulo Guerra em
1999, tendo sido construída em 1977. A ponte apresentou sinais de deterioração no tabuleiro,
superestrutura e subestrutura (HELENE, CARVALHO e PACHECO, 2017) e foi identificada
a RAA nos blocos de coroamento da fundação, com forte fissuração em mapa, como visto na
Figura 3, com fissuras de 5 mm e alcançando grandes profundidades (FIGUEIRÔA e
ANDRADE, 2007; GOMES, 2008).
31

Figura 3 – Fissuras em bloco de coroamento na Ponte Paulo Guerra em Recife – PE.

Fonte: FIGUEIRÔA e ANDRADE, 2007; HELENE, CARVALHO e PACHECO, 2017.

Após o ocorrido na ponte, houve o desabamento do edifício Areia Branca, em 2004, no qual
foram constatados indícios de ocorrência de reação álcali-agregado. Embora o laudo técnico
tenha determinado que a RAA nas fundações tinha proporções insuficientes para produzir
fissuração no concreto, tendo a ruína ocorrido por falhas construtivas (GUSMÃO et al., 2005;
PIRES SOBRINHO e OLIVEIRA, 2009), este fato fez com que várias edificações construídas
há algum tempo buscassem vistoriar suas fundações (GOMES, 2008; SILVA, 2007); a partir
disto, foram descobertos vários casos de RAA em elementos de fundação, blocos de
coroamento ou sapatas, com estados fissuratórios variáveis, como apresentado na Figura 4. Em
aproximadamente 20 edifícios residenciais e comerciais constatou-se o comprometimento da
fundação pela reação álcali-agregado (SILVA, 2007).

Figura 4 – (a) Bloco de fundação do Edifício Apolônio Sales em Recife. (b) Fundação de prédio
afetada em Recife.

(a) (b)
Fonte: (a) SILVA, 2007; (b) GOMES, 2008
32

2.2 DEFINIÇÃO

A RAA é uma reação que ocorre entre álcalis presentes no cimento e agregados reativos,
produzindo um gel capaz de inchar ao adsorver água, provocando tensões que levam à expansão
e formação de fissuras no concreto (LI, 2011). A quantidade de gel e a pressão causada por seu
inchamento são variáveis e dependem de vários fatores, como temperatura, tipo e proporção
dos materiais reativos e composição do gel. Em geral, essa pressão é suficiente para gerar
microfissuração no concreto, que pode levar à ruptura da estrutura ou do elemento (SWAMY,
1992).

Esta patologia causa expansão e fissuração do concreto e diminui a resistência à tração e o


módulo de elasticidade, o que pode comprometer a capacidade estrutural (LI, 2011; MEHTA e
MONTEIRO, 2014; SWAMY, 1992). Inicialmente, há desplacamentos, seguidos de fissuração,
além de exsudação de gel viscoso, produto da reação (LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014).
Em concreto simples, a RAA produz um padrão irregular de fissuras, semelhantes a fronteiras
em um mapa, sendo conhecidas como fissuras em mapa. Já em concreto armado, as fissuras são
paralelas à direção das barras (BLIGHT e ALEXANDER, 2011; MEHTA e MONTEIRO,
2014; SWAMY, 1992). Alguns dos sintomas citados estão ilustrados na Figura 5.

Figura 5 – Sintomas que podem ser observados em estruturas afetadas pela reação álcali-agregado.

Fonte: DEMERCHANT, FOURNIER e STRANG, 2000.


(a) Fechamento de juntas de expansão; (b) desplacamento do concreto; (c) fissuração em mapa e (d)
fissuras longitudinais.
33

O gel proveniente da reação, quando fresco, é transparente ou amarronzado, com aspecto


resinoso. Ao perder a umidade, torna-se branco, sendo confundido, por vezes, com depósitos
carbonáticos, chamados de eflorescência (SWAMY, 1992). É um produto de composição
variável, contendo silício, sódio e potássio e, em algumas situações, cálcio (FERREIRA, 2003).
Cabe salientar que a formação do gel, por si só, não leva à fissuração. Isto acontece apenas
quando há a absorção de água pelo gel, que leva à sua expansão. Caso a tensão provocada pelo
gel seja maior que a capacidade resistente do concreto, ocorre o aparecimento de fissuras.
Segundo a ACI 221.1R (ACI, 1998), as pressões geradas por expansão são da ordem de 4 MPa.
Tem-se, portanto, que, para a ocorrência da RAA, é necessário que se tenha álcalis, agregado
reativo e umidade, e, relativo a cada fator condicionante, existem aspectos a serem
considerados, como ilustrado na Figura 6.

Figura 6 – Esquema ilustrando os fatores necessários à ocorrência de RAA.

Fonte: Adaptado de MEHTA e MONTEIRO, 2014; PAN et al., 2012.

A seguir, são discutidos estes fatores.

2.2.1 Agregado Reativo

Quanto mais quimicamente desorganizada e instável a estrutura dos minerais que compõem o
agregado, maior a probabilidade de o agregado ser reativo (HELENE, CARVALHO e
PACHECO, 2017). Dentre os minerais considerados reativos, destaca-se opala (uma forma
hidratada e altamente desordenada de cristobalita), obsidiana, cristobalita, tridimita, calcedônia,
sílex, andesita, riolito e quartzito tensionado ou metamórfico, em ordem decrescente de
reatividade (HEWLETT, 2004; MEHTA e MONTEIRO, 2014). O quadro 2 apresenta um
detalhamento destes minerais.
34

Quadro 2 – Rochas, minerais e constituintes sintéticos reativos.


Constituintes Reativos Composição Química Características Físicas
Opala SiO2 nH2O Amorfa
Microcristalina a criptocristalina;
Calcedônia SiO2
normalmente fibrosa
Microcristalina a criptocristalina;
Cristalina, mas intensamente fraturada,
Certas formas de quartzo SiO2
deformada e/ou preenchida com
inclusões
Cristobalita SiO2 Cristalina
Tridimita SiO2 Cristalina
Vidro presente em riolitos,
Silicosos, com proporções
dacitos, latitos ou andesitos Vidro ou material criptocristalino
menores de Al2O3, Fe2O3,
ou produtos de como a matriz de rochas vulcânicas ou
alcalinos, e alcalinos
devitrificação fragmentos em tufos
terrosos
criptocristalinos
Silicosos, com proporções
menores de álcalis,
Vidros silicosos sintéticos Vidro
alumina e/ou outras
substâncias
Clorofeíta ou Argilominerais de
Cristalinos
argilominerais verdes magnésio, ferro e cálcio
Aluminossilicato
hidratado de elementos
Zeólitas Cristalina
alcalinos e alcalino-
terrosos
Fonte: ABNT NBR 15577-3, 2018; MEHTA e MONTEIRO, 2014.

Esses minerais podem ser encontrados em xistos, arenitos, rochas carbonáticas com sílica,
quartzitos, gnaisses, entre outras. Contudo, isto não indica que todas as rochas indicadas
produzirão agregados reativos. A reatividade depende do tipo e quantidade dos minerais
reativos existentes (THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD, 2013).

Além destes minerais, quartzo microcristalino e criptocristalino, possivelmente deformado ou


recristalizado também são formas consideradas reativas. Quartzo é considerado como
microcristalino se possui dimensões inferiores a 100 micrômetros, e criptocristalino quando é
menor que 10 micrômetros. Desta forma, o tamanho de grão de quartzo microcristalino possui
grande área de superfície potencial, mas o do quartzo criptocristalino é ainda maior
(FERNANDES et al., 2016). A NBR 15577-3 (2018) considera que o quartzo microgranular e
o microcristalino são equivalentes, tendo dimensão inferior a 0,15 mm.

Minerais pouco cristalinos ou amorfos, como a opala e a cristobalita, reagem rapidamente,


podendo causar danos relativos à reação em apenas alguns anos quando em concentrações da
ordem de 1%. Já variedades de quartzo microcristalino e criptocristalino, entre outras, levam
35

mais tempo para produzir dano e necessitam de concentrações maiores (THOMAS,


FOURNIER e FOLLIARD, 2013).

Outras texturas observadas nos agregados também podem indicar sua reatividade potencial,
como a presença de extinção ondulante e de subgrãos. A presença de um grande número de
deslocamentos similares pode tornar a estrutura cristalina de um mineral ligeiramente curva.
Como resultado, o cristal não se extingue de forma homogênea, o que é conhecido como
extinção ondulante (PASSCHIER e TROUW, 1998). Subgrãos, por sua vez, são partes do
cristal separadas das adjacências por bordas, com leve mudança na orientação cristalina de um
subgrão para outro (PASSCHIER e TROUW, 1998). A borda é, desta forma, como um plano
separando dois fragmentos do cristal que rotacionaram levemente entre si (PASSCHIER e
TROUW, 1998).1

Minerais como os feldspatos, piroxênios, anfibólios e micas, principais constituintes do granito,


gnaisse, xisto, arenito e basalto, que são comumente utilizados como agregado graúdo no Brasil,
são classificados como minerais inócuos (MEHTA e MONTEIRO, 2014). Contudo, forças
tectônicas de diferentes eras e intensidades afetaram estes agregados, sendo responsáveis pelo
desenvolvimento de texturas capazes de tornar o agregado potencialmente reativo
(ANDRIOLO, 2000). Tais forças tectônicas também acarretaram na deformação de estruturas
rochosas, que se apresentam na forma de dobras, zonas de cisalhamento, foliações, lineações,
juntas e falhas (MAGALHÃES e CELLA, 1998).

Prado (2008) estudou a influência da reatividade de vários agregados em relação à distância da


área de extração para a Zona de Cisalhamento Pernambuco Leste (ZCPE), que é uma região na
qual se encontram estruturas geológicas desenvolvidas por atividade tectônica. As amostras
mais próximas à zona de falha apresentaram intensa deformação do quartzo, desenvolvimento
de subgrão, bandas de deformação e extinção ondulante e, por conseguinte, maiores expansões
no ensaio acelerado das barras de argamassa.

Podem, também, estar associados processos metamórficos que têm influência a nível de grãos
individuais, sendo dependentes de fatores como litologia, mineralogia, composição do fluido
intergranular, tamanho dos grãos, permeabilidade, além de condições de temperatura e pressão
(PASSCHIER e TROUW, 1998). A severidade e o tipo de metamorfismo controlarão quais
minerais novos serão formados. Rochas metamórficas podem herdar estrutura e textura do seu

1
A identificação destas texturas será abordada no tópico Análise Petrográfica.
36

protólito, que é a rocha da qual se origina, nas quais quantidade de minerais e arranjo refletem
sua natureza metamórfica atual (FERNANDES et al., 2016).

Os materiais mais comuns formados por meio de metamorfismo de rochas ricas em argila ou
areia são micas, cloritas, granadas e feldspatos. Contudo, durante o processo, o quartzo presente
recristalizará parcial ou totalmente, o que pode produzir cristais de sílica criptocristalina nos
contornos de grão. A deformação do quartzo sob condições dúcteis ou frágeis, assim como
esforços tectônicos, podem introduzir tensões na estrutura cristalina, que podem ser
reconhecidas microscopicamente como extinção ondulante, quando sob luz polarizada,
evoluindo para subgrão para grandes valores de tensão (FERNANDES et al., 2016; SIMS e
POOLE, 2017).

Em relação ao padrão fissuratório, Hobbs (1988, apud SIMS e POOLE, 2017) sugeriu que a
microfissuração interna pode ser característica, dependendo do agregado que contém o
componente reativo, se miúdo ou graúdo. A Figura 7 apresenta este padrão para o tipo de
agregado responsável pela ocorrência da RAA.

Observa-se que, para a fração reativa de agregado miúdo, a fissuração interna é mais conectada
e generalizada, concentrando-se no interior do elemento estrutural. Para a fração reativa
proveniente do agregado graúdo, as fissuras aparentes na face externa tendem a se aprofundar
até o centro do elemento estrutural.

Figura 7 – Padrão fissuratório interno causado pela RAA.

(a) (b)
Fonte: HOBBS, 1988 apud SIMS e POOLE, 2017.
(a) Padrão quando o componente reativo está na fração do agregado miúdo; (b) Padrão quando o
componente reativo está no agregado graúdo.

2.2.2 Teor de Álcalis do Cimento

Os álcalis do cimento correspondem ao sódio e potássio, presentes em pequenas quantidades


na forma de óxidos (Na2O e K2O, respectivamente). Desta forma, convenciona-se adotar um
índice que expressa a alcalinidade do cimento, conhecido como equivalente alcalino. Este
37

índice, que varia entre 0,2 e 1,5%, é calculado levando-se em consideração os pesos moleculares
dos óxidos de sódio e potássio, 62 e 94, em sequência, para obter uma porcentagem equivalente
de Na2O, conforme a Equação 1 (LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014).

Na2 Oeq = %Na2 O + 0,658 . %K 2 O Eq. 1

Ly et al. (2006) determinaram que o sódio tem maior contribuição nas expansões em relação
ao potássio, de modo que deve-se ter precaução ao interpretar os álcalis totais expressos desta
forma.

Os álcalis do cimento provêm de sua produção, especificamente, dentre outras fontes, do


combustível utilizado na produção do clínquer (HEWLETT, 2004; MEHTA e MONTEIRO,
2014). Os álcalis Na2O e K2O têm como semelhança a preferência de se combinar a sulfatos e
o produto, um sulfato alcalino, ser volátil no forno. A forma na qual os álcalis estão presentes
no clínquer é importante, pois controla sua taxa de liberação durante as primeiras etapas de
hidratação do cimento e, ao combinar com os sulfatos, afeta a disponibilidade de sulfatos e sua
liberação durante as primeiras etapas da hidratação (HEWLETT, 2004). Contudo, apesar de os
álcalis serem tratados conjuntamente, eles possuem diferenças significativas de
comportamento. Tem-se que o sódio, no clínquer, se concentra, preferencialmente, na fase
aluminato (C3A) e o potássio é fracionado em belita (C2S) (HEWLETT, 2004; SWAMY, 1992).
Observa-se que os álcalis combinados aos sulfatos são facilmente solubilizáveis em água
enquanto que aqueles concentrados nas fases aluminato e silicato são liberados mais lentamente
no processo de hidratação (BATTAGIN, I., BATTAGIN, A. e SBRIGHI NETO, 2009).

Na hidratação do cimento, imediatamente após entrar em contato com a água, há a completa


dissolução dos sulfatos alcalinos, liberando íons K+ e Na+. O sulfato de cálcio dissolve até a
saturação, liberando íons Ca2+ e mais íons SO42-. Esta fase é conhecida como período de pré-
indução (HEWLETT, 2004). A reatividade inicial do C3A assim como a taxa de hidratação
inicial dependem da qualidade e quantidade de álcalis presentes em sua rede cristalina:
enquanto o K+ aumenta a reatividade e acelera a hidratação, o Na+ reduz a reatividade e a taxa
de hidratação (HEWLETT, 2004).

Vários estudos nos Estados Unidos mostraram que a utilização de cimentos com equivalente
alcalino superior a 0,60%, em conjunto com agregados reativos, pode causar expansão
significativa (LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014). Este valor foi adotado como limite em
diversas especificações, como a ASTM C150M, de 2017 (ASTM C150, 2017; HEWLETT,
2004; SHETTY, 2005; TAYLOR, 1997). Um cimento que atende a esse limite é conhecido
38

como cimento com baixo teor de álcalis. A versão anterior da NBR 7211 (2005), que descreve
requisitos de agregados para usos em concreto, indicava um teor máximo de álcalis de 3,0 kg/m³
para agregados com expansões superiores a 0,10%, quando ensaiados pelo método acelerado
das barras de argamassa. Contudo, há relatos de estruturas construídas com cimento de
equivalente alcalino inferior a 0,25% que apresentaram sintomas de reação álcali-agregado
posteriormente, com taxas de pequena magnitude, como, por exemplo, a UHE de Furnas, cuja
obra utilizou um cimento de equivalente alcalino de 0,23% (CASTRO et al., 1997a;
SILVEIRA, 1997).

Desta forma, versões mais recentes das normas consideram que um cimento com baixo teor de
álcalis como única medida preventiva para a RAA pode não ser efetivo, uma vez que não há
como controlar o teor total de álcalis no concreto, com contribuições de álcalis de outras fontes
(ASTM C150, 2019;THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD, 2013). A versão mais recente da
norma brasileira, de 2009, menciona que deve ser atendido o disposto na NBR 15577-1, que
apresenta medidas preventivas de acordo com o risco de ocorrência da RAA em uma estrutura.
O risco de ocorrência é determinado por meio da classificação da estrutura quanto à severidade
e consequências da reação em situação de serviço e da classificação do grau de reatividade dos
agregados. Limitar o teor de álcalis do concreto a valores inferiores a 2,4 kg/m³ é uma das
medidas indicadas para riscos baixos em estruturas cujas consequências da reação sejam,
majoritariamente, econômicas e ambientais e minimamente do ponto de vista de segurança.

Além do cimento, pode haver contribuição de álcalis de outras fontes, como adições (cinzas
volantes, escórias de alto-forno, sílica ativa, metacaulim) (BATTAGIN, I., BATTAGIN, A. e
SBRIGHI NETO, 2009; LI, 2011), outros constituintes do concreto, como aditivos e agregados
contendo minerais ricos em álcalis, como feldspatos e micas, ou fontes externas, como água do
mar, químicos descongelantes ou águas superficiais ou subterrâneas em contato com as
estruturas (BATTAGIN, I., BATTAGIN, A. e SBRIGHI NETO, 2009; LEE CHAU, 1989 e
SWAMY e AL-ASALI, 1988 apud HEWLETT, 2004; SILVEIRA, 1997). Desta forma, deve-
se atentar para a quantidade total de álcalis presentes no concreto, que deve ser inferior a 3,0
kg/m³ (FOURNIER e BÉRUBÉ, 2011; LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014), como
observado na Figura 8, na qual são apresentadas as expansões de prismas de concreto a 38ºC
após 1 ano, dosados com diferentes teores de cimento e álcalis. As expansões, neste caso,
mantém-se abaixo do limite estabelecido por norma (ASTM C 1260, 2014) quando o teor de
álcalis do concreto é mantido abaixo de 3,0 kg/m³ (THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD,
2013).
39

Figura 8 – Efeito do teor de álcalis do concreto na expansão.

Fonte: THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD, 2013.

Quando os álcalis são liberados a partir do processo de hidratação, eles podem estar presentes
de três formas, quais sejam na solução dos poros, na estrutura dos compostos hidratados
produzidos ou no gel formado a partir da reação álcali-agregado (THOMAS, 2011).

2.2.3 Umidade

A presença de umidade é fator determinante, tanto para a ocorrência das reações químicas que
envolvem a reação álcali-agregado, sendo o meio no qual estão dispersos os íons alcalinos e as
hidroxilas, quanto para a absorção pelo gel formado. Desta forma, caso não haja presença de
água, a deterioração é bastante reduzida. Nota-se, portanto, que a deterioração decorrente da
RAA concentrar-se-á na superfície do elemento (LI, 2011; SHETTY, 2005; SWAMY, 1992).

Estudos mostram que os efeitos da reação álcali-agregado variam diretamente de acordo com a
porcentagem de umidade relativa do concreto. Os experimentos indicam que, mantendo a
umidade abaixo de 80%, o concreto exibe pouca evidência de expansão devido à RAA; a
expansão aumenta rapidamente caso a umidade seja superior a este valor, como esquematizado
na Figura 9 (SIMS e POOLE, 2017; SWAMY, 1992; THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD,
2013).
40

Figura 9 – Efeito da umidade relativa na expansão do concreto devida à reação álcali-agregado.

Fonte: SWAMY, 1992

2.3 TIPOS DE RAA

A reação álcali-agregado pode ser classificada em dois tipos: a Reação Álcali-Sílica (RAS) e a
Reação Álcali-Carbonato (RAC).

A reação álcali-sílica é uma reação química que ocorre entre certos componentes silicáticos
presentes no agregado, como opala, cherts, quartzo microcristalino, quartzo deformado, vidro
vulcânico, vidros reciclados, e outros, e hidróxidos alcalinos provenientes da hidratação do
cimento. Tal reação produz um gel com capacidade variável de dilatação decorrente da absorção
de água e que pode causar fissuras e expansão do concreto (HEWLETT, 2004; NBR 15577-1,
2018).

A reação álcali-carbonato, por sua vez, foi primeiro identificada por Swenson, em 1957, que
observou que seções de pavimento de concreto, em Kingston, Ontario, exibiam expansões que
fecharam as juntas e produziram fissuras nas placas em um período de seis meses após
colocação (SWAMY, 1992). Esta reação ocorre em calcários dolomíticos ou dolomíticos
calcíticos e os álcalis do cimento, acompanhada de desdolomitização, que, em certas condições,
pode causar expansão, não havendo, portanto, formação de gel (NBR 15577-1, 2018;
TIECHER, 2006).
41

Por muito tempo, classificou-se a reação álcali-agregado em três tipos, sendo o terceiro tipo
conhecido como reação álcali-silicato. Porém, atualmente, este é reconhecido como um tipo
mais complexo de RAS (HEWLETT, 2004; MINGSHU, 1992; SHAYAN et al., 1992). Estudos
recentes apontam que a reação álcali-carbonato ocorre apenas quando há a presença de sílica
nos agregados carbonáticos (BEYENE et al., 2013; BINAL, 2015; GRATTAN-BELLEW et
al., 2010; GRATTAN-BELLEW e CHAN, 2013; KATAYAMA, 1992, 2010; KATAYAMA,
JENSEN e ROGERS, 2016). Segundo Katayama (1992), quartzo microcristalino estaria oculto
no resíduo insolúvel de rochas carbonáticas. Desta forma, segundo os autores, a ocorrência da
RAA estaria estritamente ligada à presença de sílica.

2.4 MECANISMOS DA RAA

Na reação álcali-agregado ocorre, inicialmente, uma reação entre o componente do agregado


suscetível e as hidroxilas concentradas na solução dos poros, provenientes da ionização dos
álcalis do cimento. Tem-se, portanto, que os álcalis são danosos por causa da liberação das
hidroxilas, que ocorre na solução dos poros, e não pelos íons Na+ e K+ por si só, embora alguns
sejam incorporados na estrutura do gel (SIMS e POOLE, 2017).

Dada a maior área de contato e estrutura desorganizada, a reação álcali-agregado ocorre de


forma mais rápida em fases microcristalinas, criptocristalinas e amorfas. Em fases silicosas
cristalizadas, o ataque acontece apenas na superfície, sendo lento e produzindo poucos íons
silicato, que passam para a fase fluida (DENT GLASSER e KATAOKA, 1981). A Figura 10
ilustra exemplos de sílica amorfa e cristalina.

Figura 10 – (a) Sílica amorfa. (b) Sílica com estrutura cristalina.

(a) (b)
Fonte: COLLINS et al., [s.d.]
42

A Figura 11a apresenta a superfície do agregado antes da reação. Como descrito por Dent
Glasser e Kataoka (1981) e, subsequentemente, por Wang e Gillott (1991), inicialmente os íons
hidroxila (OH-), que estão presentes na solução dos poros, penetram na estrutura do agregado
e rompem ligações siloxano ( Si−O−Si ), formando grupos silanol (Si−OH), de acordo com
a Equação 2 e Figura 11b. A quebra das ligações siloxano enfraquece a estrutura e, caso haja
quantidade suficiente de hidróxidos alcalinos, há a produção de uma solução silicática alcalina
(THOMAS, 2011).

 Si−O−Si  + 2OH- →   Si−OH Eq. 2

Siloxano Hidroxilas Silanol

Figura 11 – (a) Esquema da superfície do agregado. (b) Formação de grupos silanol.

(a) (b)
Fonte: COLLINS et al., [s.d.]

Os grupos silanol formados também reagem com as hidroxilas numa reação ácido-base,
formando espécies do tipo Si−O-, como descrito na Equação 3 e Figura 12a. As cargas
negativas são balanceadas pelos íons alcalinos (Na+, K+) e, simultaneamente, penetram por
difusão na estrutura.

 Si−OH + OH- →  Si−O- + H2O Eq. 3

Silanol Hidroxila Ânion Água

Desta forma, é criada uma camada elétrica na superfície do agregado, composta por cátions e
ânions, o que aumenta a concentração de cátions (álcalis) que reagirão com as espécies Si−O-
formadas. Na ausência de cálcio, os álcalis e sílica permaneceriam em solução. Contudo, devido
à disponibilidade de cálcio na forma de portlandita (Ca(OH)2), há a formação de um gel sílico-
alcalino que contém pequenas quantidades de CaO (THOMAS, 2011), como visto na Equação
4 e Figura 12b.
43

 Si−O- + Na+ + H2O → Si−O−Na + H2O Eq. 4


+
(ou K ) (ou K)
Ânion Álcalis Água Gel sílico- Água
alcalino
Figura 12 – (a) Formação de camada de ânions na superfície do agregado. (b) Álcalis reagindo com os
ânions formados, produzindo gel sílico-alcalino.

(a) (b)
Fonte: COLLINS et al., [s.d.]

Os íons de silicato são impedidos de mover-se do agregado para a matriz cimentícia pelo gel,
que forma uma barreira ao redor da partícula. Desta forma, a camada do produto de reação age
como uma membrana osmótica, absorvendo água (DYER, 2014; MEHTA e MONTEIRO,
2014). Seu inchamento promove tensões na matriz cimentícia, como observado na Figura 13,
o que pode levar à posterior fissuração da estrutura (ICHIKAWA e MIURA, 2007).

Figura 13 – Força gerada pelo inchamento do gel no interior da matriz cimentícia.

Fonte: COLLINS et al., [s.d.]


44

Com o tempo, a quantidade de cálcio no gel aumenta e uma porção de álcalis é liberada para a
solução dos poros, o que implica a sua reciclagem e continuação da reação. Tal processo
prolonga a reação, até, finalmente, haver a extinção dos álcalis e posterior estabilização das
expansões decorrentes na estrutura.

2.5 FATORES INTERVENIENTES

Além dos fatores que são necessários à ocorrência da reação, quais sejam minerais reativos no
agregado, álcalis e umidade, outros aspectos podem interferir, como descrito a seguir.

2.5.1 Teor e Dimensão Péssimos

Alguns agregados reativos possuem uma relação linear em relação à ocorrência da RAA e as
expansões decorrentes, ou seja, quanto maior a quantidade de minerais reativos no agregado,
maior a expansão. Contudo, a maioria dos agregados possui um teor no qual ocorrem as maiores
expansões. Teores acima ou abaixo deste acarretam uma menor expansão. Este teor é conhecido
como teor péssimo (HEWLETT, 2004; LI, 2011), e é mais pronunciado em minerais de reação
rápida, como a opala (HOBBS, 1978, 1988 apud HEWLLET, 2004).

Ichikawa (2009) explica que, quando a proporção de agregado reativo é maior do que a
proporção péssima, a quantidade de álcalis por volume do agregado reativo torna-se insuficiente
para que o gel formado exerça pressões capazes de superarem a resistência da matriz cimentícia.
Já quando a proporção de agregado é menor do que a proporção péssima, a expansão diminui
com a diminuição da quantidade do agregado reativo. Na proporção péssima há um equilíbrio
entre as quantidades de álcalis e agregado reativo, de modo que as maiores expansões são
alcançadas. Esta característica está ilustrada na Figura 14a.

Kawabata e Yamada (2017), contudo, apontam para a influência da concentração de hidróxidos


alcalinos na solução dos poros, indicando que a modificação deste fator também influencia na
proporção péssima. Os autores afirmam que, utilizando-se de métodos para diminuir a
alcalinidade, como o uso de cimentos com baixo teor de álcalis ou adições minerais, há um
deslocamento da curva de teor péssimo do agregado, implicando menores expansões, como
observado na Figura 14b.

Da mesma forma, tendo-se um teor fixo de agregado reativo, a expansão torna-se máxima em
uma dada dimensão do agregado, acima ou abaixo da qual a expansão diminui, o que é
conhecido como dimensão péssima.
45

Figura 14 - (a) Proporção péssima do agregado (Aag = proporção de agregado reativo;


NaOH=quantidade de hidróxido alcalino por volume de agregado reativo). (b) Deslocamento da
proporção péssima com a redução da alcalinidade.

(a) (b)
Fonte: KAWABATA e YAMADA, 2017

A tendência geral é de que agregados maiores reduzam a expansão em idades iniciais e as


aumentem posteriormente. Isto é visto, por exemplo, em recomendações na Noruega, nas quais
indica-se multiplicar as expansões de agregados grandes em ensaios acelerados por um fator de
correção para abarcar o potencial expansivo posterior (DUNANT e SCRIVENER, 2012).

Entretanto, grande parte dos casos de expansão e fissuração devidos à reação álcali-agregado
estão relacionados principalmente à granulometria característica da areia, com tamanhos de
grão entre 1,0 e 5,0 mm. Ainda não há explicação satisfatória para tal fenômeno, mas
conjectura-se que a menor adsorção de géis com maior relação sílica/álcalis e o alívio da pressão
hidráulica na superfície da partícula reativa quando seu tamanho é muito pequeno podem
explicar parcialmente essa particularidade (MEHTA e MONTEIRO, 2014).

Multon et al. (2008) estudaram, em areias britadas, mármore e calcário silicoso, três faixas
granulométricas, 80-160 µm, 315-630 µm e 1,25 – 3,15 mm, e observaram que partículas mais
grossas (1,25 – 3,15 mm) eram sete vezes mais reativas do que partículas mais finas (80-160
µm). Em uma análise mais ampla, considerando sete faixas granulométricas (0-80, 80-160, 160-
315, 315-630, 630-1250, 1250-2500 e 1250-3150 µm), Multon et al. (2010) observaram,
novamente, que as partículas mais grossas, neste caso entre 0,63 e 1,25 mm, apresentaram
maiores expansões, enquanto partículas mais finas (abaixo de 80 µm) não apresentaram
expansão. Este resultado também foi obtido por Silva (2016), que estudou a influência de cada
faixa granulométrica utilizada no ensaio acelerado de barras, utilizando um agregado
46

classificado como gnaisse-diorítico, e observou que as faixas intermediárias resultavam em


maiores expansões, especialmente a faixa entre 1,2 mm e 0,600 mm.

Em contrapartida, Diamond e Thaulow (1974) ao estudarem as expansões da opala em sete


faixas dentro do intervalo 125 – 20 µm, observaram expansões em todas as faixas, com as
frações mais finas apresentando expansões repentinas e rápidas. Hobbs (1988, apud COUTO,
2008) obteve resultado semelhante para agregados com opala, nos quais a faixa granulométrica
com menores tamanhos apresentou maiores expansões, como observado na Figura 15.

Figura 15 – Resultados de expansão para agregados com presença de opala em diferentes faixas
granulométricas.

Fonte: HOBBS, 1988, apud COUTO, 2008.

Estas diferenças observadas nas diversas pesquisas são justificadas devido à particularidade do
agregado, sua natureza e composição: cada agregado possui um tamanho péssimo característico
(MULTON et al., 2010). Faz-se necessário, portanto, um estudo prévio para determinar esta
característica no agregado em estudo.

2.5.2 Temperatura

Segundo experimentos realizados Gudmundsson e Ásgeirsson (1975), a expansão máxima de


barras de argamassa foi obtida à temperatura de 38ºC. Para temperaturas superiores, as
47

expansões foram menores. Uma possível explicação para isso seria a menor viscosidade do gel
em elevadas temperaturas, o que poderia diminuir as expansões devido à redução de obstáculos
à penetração do gel nos poros da matriz cimentícia (DYER, 2014).

Contudo, segundo Lindgård et al. (2012), o efeito da temperatura não deve ser analisado de
forma isolada, uma vez que há uma ação simultânea com outros fatores.

2.5.3 Influência do Uso de Aditivos

Ainda não é clara a influência do uso de aditivos nas expansões decorrentes de RAA. Farias,
Hasparyk e Andrade (2007) estudaram a utilização de aditivos com diversas bases nas
expansões de barras no ensaio acelerado. Para barras moldadas apenas com o agregado e o
aditivo, não houve alteração em relação às barras de referência no tocante à classificação.
Porém, ocorreram variações da ordem de 17% nas expansões, seja diminuindo, seja
intensificando a reação. Ao utilizar adições (sílica ativa e metacaulim), a classificação se
manteve, contudo foram observadas mudanças significativas nas expansões aos 16 dias, o que
mostra a influência do aditivo.

Hasparyk e Farias (2013) estudaram a influência do aditivo nas expansões de barras, avaliando
o teor de aditivo recomendado pela norma e o teor ótimo. Observou-se que o teor ótimo é
superior ao recomendado em norma, de modo que ensaiar conforme a norma pode subestimar
as expansões observadas. Silva (2015) também estudou a utilização de aditivos de diversas
bases, considerando três teores e dois tipos de adição (sílica ativa e metacaulim), por meio do
ensaio acelerado de barras. A autora observou que, para o teor ótimo de aditivo, há aumento
nas expansões em relação às barras de referência para todos os aditivos e adições utilizados.

2.6 COMINUIÇÃO DO AGREGADO

A cominuição, segundo Chaves e Peres (2009), é o conjunto de operações para a redução do


tamanho de partículas de forma controlada e visando a alcançar um objetivo pré-determinado.
A britagem e a moagem são as operações de cominuição, que diferem tanto na granulometria
de partícula na qual atuam quanto no mecanismo de redução do tamanho. A seguir, discute-se
acerca do mecanismo e processo de fragmentação das partículas, assim como equipamentos
utilizados e morfologia das partículas geradas.
48

2.6.1 Processo de Fragmentação

O processo de fragmentação da rocha consiste em técnicas para reduzir um sólido de


determinado tamanho em fragmentos menores por meio de ação mecânica externa e, às vezes,
interna (LUZ e ALMEIDA, 2012).

O primeiro estágio desta fragmentação em uma pedreira ocorre nas atividades de lavra, ou seja,
no desmonte da rocha, que é feito por meio de explosivos e a partir do qual são obtidos blocos
de diferentes tamanhos, que se adequam para alimentar os equipamentos de britagem
(FIGUEIRA, LUZ e ALMEIDA, 2010).

A etapa de britagem fragmenta os blocos provenientes da lavra até uma dimensão na qual eles
possam proceder à moagem, para isto, passando por vários equipamentos (LUZ e ALMEIDA,
2012). A etapa de moagem reduz partículas maiores do que 50 – 150 mm. Britadores de
mandíbulas, cone ou giratórios são usados na redução de tamanho inicial e para a redução de
grãos de tamanho médio utilizam-se os britadores mencionados e ainda o britador de rolos
(DRZYMALA, 2007). A Figura 16 apresenta um esquema de como é realizada a quebra de
partículas nos britadores citados.
Figura 16 – Mecanismo de quebra de britadores.

Fonte: Adaptado de DRZYMALA, 2007


(a) Mandíbulas. (b) Cone. (c) Martelo. (d) Rolos.

A britagem exige um volume de partícula no qual possa desenvolver seus mecanismos de


quebra, já mencionados, de modo que exige volumes maiores. As partículas tendem a apresentar
certa cubicidade e faces relativamente planas, uma vez que a fratura se desenvolve segundo as
tensões principais de cisalhamento, que têm inclinação constante em relação à direção das
tensões de compressão (CHAVES e PERES, 2009).
49

Ao contrário da britagem, que possui reduções de tamanho pequenas, a moagem proporciona


grandes reduções, sendo, normalmente, feita em dois estágios: a grossa, em moinho de barras,
e a fina, em moinho de bolas.

2.6.2 Mecanismos de Fragmentação

Grande parte dos minerais possui estrutura cristalina, com organização dos átomos em arranjos
tridimensionais. O arranjo dos átomos é determinado pelo tamanho e tipo de ligações físicas e
químicas que os mantém unidos na rede cristalina dos minerais. Estas ligações são mais fortes
a pequenas distâncias; entretanto, podem ser quebradas ou tensionadas quando submetidas a
forças externas, que podem ser de tração ou compressão (WILLS e FINCH, 2016), como
observado na Figura 17.

Figura 17 – Deformação de uma estrutura cristalina decorrente de tensões de tração ou compressão.

Fonte: WILLS e FINCH, 2016.

A ruptura em um material ideal acontece quando o limite de ruptura é ultrapassado, ou seja, as


ligações de um plano são rompidas. Entretanto, não é o que acontece na prática, já que rochas
e minerais são materiais heterogêneos, anisotrópicos e possuem falhas e fraturas, tanto em
escala microscópica quanto macroscópica (TARJAN, 1981 apud LUZ e ALMEIDA, 2012).

A energia mecânica para realizar a fragmentação é aplicada por diferentes mecanismos, como
esmagamento ou compressão, impacto e atrito, sendo a abrasão também considerada por alguns
autores. A Figura 18 ilustra modelos de redução de tamanho. Normalmente, a britagem ocorre
por compressão ou impacto e a moagem ocorre por abrasão e impacto (WILLS e FINCH, 2016).
50

Figura 18 – Modelos de redução do tamanho de partículas.

Fonte: MOKRZYCKI et al (1981 apud DRZYMALA, 2007).


(a) Compressão. (b) Fratura. (c) Abrasão. (d) Compressão diametral. (e) Corte. (f) Esmagamento.

As teorias de fragmentação assumem que o material é frágil, mas alguns cristais são capazes de
estocar energia sem romperem e liberá-la quando cessam as forças atuantes, transformando-a
de energia potencial para energia elástica (EVERTSSON, 2000; WILLS e FINCH, 2016). Ao
superar as forças de adesão do material, há a ruptura das ligações e desintegração das partículas
(DRZYMALA, 2007). Quando ocorre a fratura, parte da energia armazenada é transformada
em energia livre da superfície, sendo uma parte energia potencial dos átomos da nova superfície
formada, e a outra parte dissociará na medida em que o cristal perde a tensão. Desta forma, em
decorrência deste aumento de energia, as superfícies, quando recém formadas, são
quimicamente mais ativas (EVERTSSON, 2000; WILLS e FINCH, 2016).

Ao submeter partículas irregulares a esforços de compressão, são geradas partículas grossas,


resultantes da quebra por tensão, e finas, devidas à compressão no local de aplicação da carga,
como observado na Figura 19. A quantidade de finos é reduzida diminuindo esta área de
aplicação da carga.
Na quebra por impacto com esforços aplicados rapidamente, a partícula absorve mais energia
do que a necessária para fraturar-se, fragmentando por tração. O produto deste tipo de quebra
são partículas de tamanho e forma similares (WILLS e FINCH, 2016). A quebra por atrito
decorre principalmente das interações entre partículas, podendo ocorrer até em britadores,
quando a alimentação é feita rapidamente. A produção de finos, neste tipo de quebra, é maior
(WILLS e FINCH, 2016).
51

Figura 19 – Fratura por britagem.

Fonte: WILLS e FINCH, 2016.

2.6.3 Equipamentos de Britagem

Dentre os tipos de britadores, destacam-se os britadores de mandíbulas, giratórios, de impacto


e de rolos. Nos britadores de mandíbulas, é aplicada energia por meio de compressão das
partículas; nos britadores giratórios, ocorre por compressão entre manto e cone; já nos de
impacto, a energia cinética do impactor é aplicada à partícula, levando à fratura (CHAVES e
PERES, 2009). Destacam-se a seguir os britadores de mandíbulas e de rolos.

• Britadores de Mandíbulas

O britador de mandíbulas possui uma placa metálica móvel (mandíbula móvel) que se move
em movimento recessivo (afasta-se e aproxima-se) de uma placa metálica fixa (mandíbula fixa).
O fragmento da rocha é inserido no espaço entre as mandíbulas e, a partir do movimento
recessivo, é esmagado. Os fragmentos resultantes escoam para baixo até um ponto no qual
ficam contidos pelas mandíbulas, sendo novamente esmagados em um novo movimento de
aproximação da mandíbula (CHAVES e PERES, 2009; GUPTA e YAN, 2016).

Os britadores de mandíbulas possuem um ou dois eixos. Nos britadores de um eixo, a mandíbula


móvel move-se em torno de um eixo excêntrico, executando um movimento circular. Já nos
britadores de dois eixos, a mandíbula móvel movimenta-se em torno de um eixo cêntrico, cujo
movimento é gerado pelo eixo excêntrico. Neste caso, a mandíbula móvel apenas realiza um
movimento de arco de círculo, aproximando-se e afastando-se da extremidade inferior da
mandíbula fixa (CHAVES e PERES, 2009). Estes mecanismos estão ilustrados na Figura 20.
52

Figura 20 – Britador de mandíbulas.

(a) (b)
Fonte: (a) FAÇO - Rebritadores de Mandíbulas, s.d. apud CHAVES e PERES, 2009; (b) IBAG - Jaw
Crushers, s.d. apud CHAVES e PERES, 2009.
(a) Um eixo. (b) Dois eixos.

• Britador de Rolos

Os britadores de rolo tem seu uso reduzido industrialmente, principalmente devido a sua baixa
capacidade e sua relação de redução limitada (CHAVES e PERES, 2009). Contudo, ainda são
bastante utilizados para rochas pouco ou medianamente duras (LIEBERWIRTH, HILMANN e
HESSE, 2017). Em laboratórios, são extensivamente usados (CHAVES e PERES, 2009).

Os britadores de rolos consistem em dois ou mais rolos que giram em direções opostas.
Britadores com um rolo também existem, com um rolo girando contra um prato de quebra fixo
(Figura 21a). Britadores com mais de dois rolos podem ser de dois tipos: rolos fixos a uma
estrutura, com a possibilidade de ajuste lateral de um dos rolos para controlar o vão entre eles;
e um dos rolos montado com uma mola (Figura 21b), o que ajuda a manter pressão uniforme
em todo o comprimento dos rolos (GUPTA e YAN, 2016).

Figura 21 – Esquema de britador de rolos.

(a) (b)
Fonte: (a) AUBEMA, [s.d.]; (b) GUPTA E YAN, 2016.
(a) Um rolo (dentado); (b) Dois rolos (lisos).
53

2.6.4 Morfologia das Partículas

Várias são as formas possíveis de partículas, sejam elas naturais ou provenientes de processos
de britagem. A Figura 22 ilustra alguns dos formatos observados.

Figura 22 – Possíveis formatos de partículas.

Fonte: GERMAN, 1994, apud PAPINI, 2003.

A britagem influencia na morfologia das partículas, na granulometria e na proporção de


microfinos, fazendo com que estas reflitam características petrológicas e petrográficas próprias
(GONÇALVES et al., 2007; LUZ e ALMEIDA, 2012). Tem-se, por exemplo, que os quartzitos,
gnaisses, arenitos estratificados e xistos produzem partículas lamelares, enquanto os basaltos,
quando compactos, geram partículas de forma cúbica (LUZ e ALMEIDA, 2012).

A mineralogia da rocha, xistosidade, existência de trincas ou intemperismo no maciço podem


levar a uma tendência de a rocha britar em partículas lamelares. A experiência tem demonstrado
que o processo de britagem em câmara cheia favorece a cubicidade do produto de britagem,
uma vez que possibilita a britagem interparticular, o que faz com que as partículas lamelares
sejam quebradas em formato cúbico (CHAVES e PERES, 2009).

Ramyar, Topal e Andiç (2005) estudaram o efeito do tamanho e angularidade de agregados


naturais e britados, observando diferenças consideráveis nas expansões para agregados de
tamanho intermediário (0,5 – 2,0 mm), além de ser mais evidente nesta dimensão a influência
da angularidade, com efeito mais pronunciado para o agregado britado.

Valduga (2007) estudou a influência da morfologia de partículas de granito e basalto decorrente


de diferentes métodos de britagem, por britador de mandíbulas, britador de rolos e abrasão Los
Angeles. Para um granito, considerado não reativo, foram obtidos resultados de expansão
maiores para a britagem por meio de abrasão Los Angeles, seguida do britador de mandíbulas
54

e de rolos, respectivamente. Esta tendência reflete a esfericidade das partículas, obtendo-se


maiores expansões para partículas mais esféricas e menores para partículas mais lamelares. Já
para um basalto considerado reativo, as maiores expansões foram obtidas para o britador de
rolos, seguido do Los Angeles e por fim o britador de mandíbulas. Neste caso, é possível que a
maior área superficial específica proveniente das partículas britadas pelo britador de rolos tenha
interferido. A Figura 23 apresenta os gráficos de expansão para os dois casos.

Figura 23 – Gráficos de expansão.

(a)

(b)
Fonte: VALDUGA, 2007.
(a) Granito; (b) Basalto (La: Los Angeles, Ma: Mandíbulas; Ro: Rolos).

A morfologia das partículas interfere em várias propriedades do concreto, como


trabalhabilidade e resistência à compressão, assim como em processos deletérios, como a reação
álcali-agregado. O tipo de britagem, por sua vez, influencia no formato das partículas geradas.
Desta forma, é importante um maior conhecimento da relação entre os diferentes equipamentos
55

de britagem, a forma da partícula gerada e as consequências advindas de seu uso em concreto


em relação às características de interesse, como a reatividade potencial do agregado. No caso
da reação álcali-agregado, este conhecimento torna-se fundamental, uma vez que, em geral,
avalia-se a reatividade de um agregado por meio do ensaio acelerado de barras de argamassa.
Neste ensaio, há a utilização de agregados graúdos britados até a dimensão de agregado miúdo,
o que torna as diferentes morfologias decorrentes de diferentes modos de britagem uma variável
na análise dos resultados. Optou-se por utilizar o britador de mandíbulas e o de rolos, por sua
maior disponibilidade em laboratórios.

2.7 MITIGAÇÃO

Medidas para minimizar o risco de ocorrência da RAA consistem em eliminar um dos fatores
essenciais. Anteriormente, focava-se na utilização de um cimento com baixo teor de álcalis.
Esta medida, contudo, pode não ser efetiva caso haja outras fontes de álcalis, seja dos
constituintes do concreto, seja de fontes externas (SIMS e SOTIROPOULOS, 1989 apud
HEWLETT, 2004; NIXON, COLLINS e RAYMENT, 1979). Com relação à umidade,
limitando-a a um valor abaixo de 80%, como visto na Figura 9, diminui-se as expansões
referentes à RAA (ASGEIRSSON, 1986; LI, 2011; SWAMY, 1992). Atualmente, o uso de
adições apresenta-se como uma alternativa bastante utilizada.

Outras alternativas para minimizar a probabilidade de ocorrência da RAA são objeto de estudo
de diversos autores. A utilização de um revestimento externo impermeabilizante ao concreto é
citada por Li (2011) e Shetty (2005) como uma opção que pode ser efetiva na redução dos
efeitos da RAA, uma vez que impede a absorção de água. Para agregados levemente reativos,
Mehta e Monteiro (2014) citam a substituição de 25 a 30% da quantidade total de agregado por
agregado inócuo como opção.

Sabe-se que a RAA ocorre na interface entre a pasta e a superfície do agregado. Distribuições
de Na2O, K2O, SiO2 e CaO ao redor do agregado mostram quantitativamente que a camada de
reação está numa faixa de 300 μm (LI, 2011). Desta forma, Li (2011) afirma que se pode utilizar
revestimentos controladores de difusão nos agregados, os quais são compostos de cimento
Portland de rápida pega, areia silicosa tratada (silicato dealcalinizado) e aditivos químicos.
Misturam-se estes materiais à água e o produto é utilizado para revestir os agregados reativos
antes da mistura do concreto. Segundo o autor, com o uso desta técnica, tem-se a redução e o
retardamento dos efeitos da reação álcali-agregado.
56

Opções mais utilizadas para prevenir a ocorrência da RAA, as adições minerais e adições
químicas são tratadas a seguir.

2.7.1 Adições Minerais

As adições minerais, também conhecidas como materiais cimentícios suplementares (MCS),


são materiais que, ao serem utilizados em conjunto com o cimento Portland, contribuem para
as propriedades do concreto endurecido por meio de atividade pozolânica ou hidráulica, ou
ambos. Muitas têm propriedades pozolânicas, o que significa que, na presença de umidade,
reagem quimicamente com o hidróxido de cálcio, formando compostos com propriedades
cimentícias (THOMAS, 2013). Diversos estudos têm demonstrado que a utilização de MCS,
como sílica ativa, metacaulim, cinza volante, escória de alto forno, entre outros, pode inibir a
ocorrência da reação álcali-agregado (KAWABATA e YAMADA, 2017). De acordo com
Thomas (2011), o material mais eficiente é a sílica ativa, seguida do metacaulim, cinza volante
com baixo teor de cálcio e escória.

De acordo com Thomas (2011), a quantidade de MCS requeridos geralmente aumenta com o
aumento dos seguintes fatores:

• Teor de álcalis provenientes do cimento;


• Teor de álcalis dos MCS;
• Relação CaO/SiO2 nos MCS;
• Reatividade dos agregados.

Os métodos de ensaio mais comumente utilizados para avaliar a eficácia de materiais


cimentícios suplementares no controle da RAA são o ensaio acelerado de barras de argamassa
(NBR 15577-5; ASTM C 1567) e o ensaio dos prismas de concreto (NBR 15577-6; ASTM C
1293) (THOMAS, 2011).

A seguir, estão descritos os efeitos das adições minerais responsáveis por sua eficiência na
mitigação da reação álcali-agregado.

2.7.1.1 Efeito das Adições Minerais

Logo após a descoberta da reação álcali-agregado, observou-se que a adição de um material de


granulometria reduzida e reativo, como pozolanas, poderia prevenir a expansão causada pela
utilização de um agregado reativo, em se tratando da reação álcali-sílica. Na Islândia, por
exemplo, há apenas disponibilidade de agregados reativos e cimento com alto teor de álcalis.
57

Para prevenir a ocorrência de reação álcali-agregado, convencionou-se adicionar teores de 7%


a 8% de sílica ativa ao cimento Portland comercializado (ASGEIRSSON, 1986; LI, 2011;
MEHTA e MONTEIRO, 2014).

Quando usadas em quantidades adequadas, as adições podem ser efetivas contra a reação álcali-
agregado. Contudo, dependendo da quantidade utilizada e de outros fatores intrínsecos à adição,
seu efeito pode ser mais catastrófico do que os da RAA (DUCHESNE e BERUBÉ, 1994).
Devido à maior reatividade da sílica ativa, por exemplo, considerada uma superpozolana, a
porcentagem utilizada para prevenir a RAA é inferior à utilizada para outras pozolanas
(HEWLETT, 2004).

Duchesne e Berubé (1994) observaram que, para agregados altamente reativos, a utilização de
20% de cinza volante pulverizada com alto teor de álcalis ou 5% de sílica ativa resultou em
expansões maiores do que as obtidas em concretos sem adição. Além disso, os autores também
determinaram que 10% de sílica ativa com alto teor de álcalis pode não ser suficiente para
reduzir as expansões a níveis satisfatórios, enquanto que a mesma quantidade de sílica ativa
com baixo teor de álcalis é suficiente. Estes resultados demonstram a complexidade da
utilização de adições no controle da RAA assim como a importância de determinar-se a
porcentagem ótima para casos específicos. Salienta-se que a pozolana é mais eficaz quando
utilizada substituindo um percentual do cimento ao invés de usada como adição (HEWLETT,
2004).

Hewlett (2004) aponta algumas características das pozolanas associadas ao seu efeito em
relação à reação álcali-agregado, tais como:

• Menor permeabilidade e, consequentemente, menor mobilidade de íons;


• Menor alcalinidade e pH na solução dos poros;
• Menor quantidade de portlandita;
• Maior quantidade de álcalis nos hidratos;
• Menor razão C/S do C-S-H.

A seguir, cada característica é discutida.

Permeabilidade: a reduzida permeabilidade decorrente da utilização de adições


desacelera a reação, retardando o transporte de álcalis e também diminuindo a entrada de íons
alcalinos provenientes do meio externo (DURAND et al., 1990; HEWLETT, 2004; LI, 2011).
58

Alcalinidade: há uma diminuição dos álcalis e hidroxilas presentes na solução dos poros
decorrente da adição de materiais pozolânicos, os quais são consumidos pela reação pozolânica,
formando C-S-H (LI, 2011), como apresentado na Figura 24.

Figura 24 – Concentração de íons nas soluções dos poros a 6 meses com 0, 5, 10 e 15% de sílica ativa
condensada.

Fonte: DURAND et al. (1990).


Quantidade de Portlandita: Segundo Chatterji (1979), a presença de hidróxido de
cálcio (Portlandita) é essencial para a ocorrência da RAS, hipótese que tem sido apoiada por
diversas pesquisas (DIAMOND, 1989 apud HEWLLET, 2004). Tem-se que, para um dado
agregado reativo e cimento Portland, quanto maior a substituição por pozolanas, menor a
quantidade de portlandita e, consequentemente, menores as expansões (HEWLETT, 2004).

Aumento da concentração de álcalis nos hidratos e relação C/S: à medida que os


álcalis são absorvidos pelos hidratos, há a diminuição de sua concentração na solução dos poros.
A adição de materiais pozolânicos diminui a relação C/S do C-S-H, possibilitando a absorção
dos álcalis em sua estrutura. A relação C/S também influencia na carga do C-S-H: menores
relações levam a cargas elétricas menores e a estrutura tende a absorver cátions enquanto
maiores relações levam a cargas elétricas maiores, com tendência à absorção de ânions
(SWAMY, 1992). Em uma pasta de cimento comum, essa incorporação é da ordem de 15%,
enquanto em pastas com cimento e adição, este valor chega a 95% (BHATTY e GREENING,
1986 apud HEWLLET, 2004). Este efeito pode ser comprovado na Figura 25.
59

Figura 25 – Concentração de íons nas fases sólidas a 6 meses com 0, 5, 10 e 15% de sílica ativa
condensada.

Fonte: DURAND et al., 1990.

2.7.1.2 Fatores que Interferem no Efeito de Adições Minerais

Alguns fatores podem afetar a ação de adições minerais, seja potencializando os resultados
benéficos em relação à mitigação da RAA, seja acarretando em resultados opostos aos
esperados. A seguir, alguns destes fatores são abordados.

2.7.1.2.1 Finura
Muitos resultados sugerem que pozolanas, assim como sílica reativa, geram reações
pozolânicas ou deletérias expansivas, dependendo da finura das partículas (HEWLETT, 2004).
Desta forma, se o material silicoso tiver dimensões reduzidas e estiver bem distribuído na matriz
cimentícia, a borda de reação formada é de pequena espessura e distribuída uniformemente, de
modo que não é possível detectar uma possível expansão (HEWLETT, 2004). Contudo, caso
os grãos tenham dimensões de grãos de areia, a espessura da borda de reação é maior e a
expansão é significativa (HEWLETT, 2004). Desta forma, tem-se que aglomerações de
pozolana com dimensão de areia podem se comportar como agregados reativos e exemplos de
danos causados têm sido reportados (THOMAS, 2011).

Pesquisas mostraram que a eficácia das pozolanas em relação à RAA é devida à sua habilidade
de reagir com os álcalis antes do que as partículas reativas com dimensão de areia ou agregado
graúdo. Essa habilidade é dependente da finura e da dispersão da pozolana na matriz cimentícia,
podendo, inclusive, contribuir para a expansão da RAA (DIAMOND, 1983).
60

2.7.1.2.2 Teor Péssimo de Adição

Efeito causado por uma substituição de cimento por pozolana inadequada e consiste no aumento
rápido da quantidade de álcalis e do pH da solução dos poros associado a um retardado início
da reação pozolânica (HEWLETT, 2004). O efeito péssimo da sílica ativa pode acontecer com
alguns agregados e com outros não (HEWLETT, 2004).

2.7.1.3 Tipos de Adições Minerais

Vários são os tipos de adições utilizadas na mitigação da reação álcali-agregado, como sílica
ativa, metacaulim, cinza volante e escória granulada de alto forno. A composição destes
materiais varia conforme esquematizado na Figura 26.

Figura 26 – Composição química das principais adições minerais.

Fonte: THOMAS, 2013.

As partículas de sílica ativa e cinza volante são esféricas. Contudo, as partículas de sílica são
cerca de 100 vezes mais finas do que as de cinza volante. Já o metacaulim e a escória necessitam
de moagem para poder ser inseridos no concreto, o que faz com que suas partículas sejam mais
angulares (THOMAS, 2013).

A hidraulicidade de um MCS aumenta com o aumento da quantidade de cálcio. Desta forma, a


sílica, que normalmente possui mais de 90% de sua composição de SiO2, é um material
puramente pozolânico, sem propriedades hidráulicas. Em contrapartida, a escória tem ação
hidráulica, com pouca ou nenhuma atividade pozolânica, como observado no Quadro 3.
61

Quadro 3 – Reações pozolânicas e hidráulicas de MCS.


MCS Pozolanicidade Hidraulicidade Quantidade de Cálcio
Sílica Ativa XXXXX Baixa (<1%)
Metacaulim XXXXX
Cinza volante com XXXX
baixo teor de CaO
Cinza volante com XXX XX
alto teor de CaO
Escória X XXXX Alta (>30%)
Fonte: THOMAS, 2013.

O nível de substituição necessário para controlar as expansões devidas à RAA aumenta com a
diminuição da quantidade de SiO2, aumento da quantidade de CaO, aumento da quantidade de
álcalis do MCS, aumento dos álcalis disponíveis no concreto e aumento da reatividade do
agregado (THOMAS, 2013). Materiais cimentícios suplementares com baixa quantidade de
sílica, mas alta quantidade de cálcio e álcalis devem ser usados em níveis de substituição mais
altos do que MCS com alta quantidade de sílica e baixa quantidade de cálcio e álcalis.

A sílica ativa é a sílica não cristalina ultrafina produzida em fornos de arco elétrico como
subproduto da produção de ligas de metais de silício e ferro-silício. As partículas de sílica têm
diâmetro médio entre 0,1 e 0,2 µm e área superficial específica entre 15000 a 25000 m²/kg,
medida por adsorção de nitrogênio. Esta adição é muito eficiente para controlar as expansões
decorrentes da RAA e a quantidade requerida é influenciada pela quantidade de álcalis
disponíveis no concreto (THOMAS, 2013).

A cinza volante é o subproduto da queima de combustível em uma estação de geração de


eletricidade. Esta pode ser do tipo F ou C, dependendo da quantidade de cálcio e da soma de
SiO2, Al2O3 e Fe2O3, sendo a classe C com alta quantidade de cálcio e a classe F com baixa
quantidade de cálcio. A escória é um subproduto da produção do ferro para a fabricação de aço.
O metacaulim, por sua vez, é produzido pela ativação térmica de argila caulinítica.

As adições mencionadas têm seu uso consolidado, tanto para evitar a ocorrência da reação
álcali-agregado quanto para melhorar propriedades do concreto, como a resistência. Outras
pozolanas têm sido estudadas e seus efeitos em relação à RAA analisados, como por exemplo
a cinza da casca de arroz e a cinza do bagaço da cana de açúcar. Hasparyk (1999) estudou a
utilização de cinza da casca de arroz, concluindo que este material pode ser considerado uma
adição mineral pozolânica eficiente no combate à RAA. Aguas (2014), por sua vez, analisou a
influência do bagaço da cana de açúcar nas expansões da RAA, avaliando a substituição de
62

cimento por teores de 8% e 12%. A autora observou que as expansões não foram reduzidas com
o uso deste material.

Uma outra opção é a utilização de finos de agregado reativo, material conhecido como Pó de
Agregado Reativo (PAR), cujos estudos remontam à publicação de Stanton (1940). Contudo,
apesar de esta solução ter sido utilizada em algumas obras, ainda não é correntemente aplicada.

Uma revisão sobre a uso deste material e sua ação mitigadora em relação à reação álcali-
agregado é apresentada a seguir.

2.7.1.3.1 Pó de Agregado Reativo

Muitos autores apontam a semelhança entre a reação álcali-agregado e a reação pozolânica


(HOU, STRUBLE e KIRKPATRICK, 2004; THOMAS, 2011). Taylor (1997) afirma que a
química destas reações é a mesma, com efeitos diferentes devido à diferença no tamanho de
partículas do material silicoso. Elas diferem entre si na escala de tempo em que acontecem e na
ocorrência de expansão. Enquanto na reação pozolânica o produto formado (C-S-H) é rígido,
na RAA ele é viscoso. Além disso, o produto da reação pozolânica está uniformemente
distribuído na matriz cimentícia, enquanto que o gel formado pela RAA concentra-se na
superfície do agregado (LINDGÅRD et al., 2012). Para as partículas de pequenas dimensões,
a dissolução do gel de RAA é rápida, permitindo que os grupos silicato dissolvidos possam
reagir com os íons de cálcio para produzir C-S-H, que contribui para o desenvolvimento de
resistência (DYER, 2014).

A falta de expansão na reação pozolânica pode ser devida à finura dos materiais, além da
distribuição homogênea do produto da reação na matriz cimentícia. Com a presença de
partículas de agregado reativo, há a acumulação de depósitos de gel em sua superfície, em locais
pontuais, que podem se tornar locais de expansão (THOMAS, 2011).

Desde Stanton (1940), é observada a importância do tamanho e granulometria das partículas de


agregado, uma vez que ele determinou que, se um agregado reativo tem suficiente finura
(partículas inferiores a 180µm, de acordo com seu estudo) não ocorre expansão. No trabalho no
qual aponta a existência de reação entre os álcalis do cimento e o agregado, o autor sugere que,
quando o agregado tem tamanho reduzido, esta reação é dissipada na matriz cimentícia de um
modo que não causa grandes forças reativas ou a reação é em grande parte finalizada antes de
o concreto alcançar o fim de pega. Dyer (2014) afirma que, em pequenas partículas, a porção
reativa é convertida em gel, significando que a posterior diluição contribuirá para reduzir a
63

expansão. Já no caso de grandes partículas, sua grande área superficial e volume significam que
apenas uma parte dos componentes reativos reagirão, como observado na Figura 27.

Figura 27 – Esquema mostrando o efeito de uma taxa rápida de formação do gel da RAA e uma taxa
lenta de dissolução do gel em um período t1.

Fonte: DYER, 2014.


(a) Grandes partículas produzem consideráveis volumes de gel ao reagir; (b) Partículas menores são
inteiramente convertidas em gel, que gradualmente dissolve; (c) Partículas muito pequenas são
totalmente dissolvidas em um período relativamente curto de tempo.

Cyr, Rivard e Labrecque (2009) apontam que a utilização de agregados reativos em


granulometria reduzida promove uma reação pozolânica ao invés da reação álcali-agregado,
sendo o agregado a fonte de sílica reativa, tal qual em MCS convencionais. Os autores inferem
que ambos os materiais apresentarão comportamento similar quando usados em materiais à base
de cimento. Andriolo (2000) cita que as partículas finas levam a uma redução de álcalis
disponíveis nas proximidades da superfície do agregado. Tais efeitos foram observados em
diversos estudos, descritos a seguir.
Em 1985, para a obra da Barragem Urugua-I, na Argentina, que foi realizada em conjunto com
o Laboratório de Concreto da Itaipu Binacional, foi utilizada a adição do subproduto de
britagem de basalto como fino na produção de concreto rolado (BRAGA et al., 1991). Estudos
realizados por Oliveira, Salles e Andriolo (1995) determinaram a eficiência de fílers originados
da britagem de rochas na minimização de expansões devidas à reação álcali-agregado. Além
disso, durante os estudos para a construção da Barragem Capanda, em Angola, a Odebrecht,
junto com o Laboratório de Itaipu e o engenheiro Albert Ossipov, do Moscow Scientific
Research Center Hydroproject Institute, realizaram estudos complementares para avaliação da
eficiência do “pó de pedra” na mitigação da RAA, observando uma ação benéfica dos finos
64

(≤0,075µ) no combate a este fenômeno para concreto compactado a rolo (ANDRIOLO e


SCHMIDT, 1992; BRAGA et al., 1991; KREMPEL e ANDRIOLO, 1995).

Alves et al. (1997) investigaram o uso de quartzito, utilizado na UHE Corumbá I, na forma de
pó em substituição ao cimento como possível inibidor das expansões causadas pela RAA.
Observaram uma redução nas expansões, além de capacidade de reação com o hidróxido de
cálcio, apesar da obtenção de valores abaixo daqueles obtidos para materiais pozolânicos
tradicionais. Salles, Oliveira e Andriolo (1997) fizeram análise similar com finos de britagem
do basalto, observando certa atividade pozolânica do material.

Almeida (1991, apud CASTRO, 1997b) afirma que os finos britados se tornariam aglutinantes
devido à energia eletrostática liberada na quebra das moléculas, durante o processo de britagem.
Com o tempo, há a estabilização desta característica, uma vez que as moléculas tendem a se
reaproximar. Baseados neste conceito, Castro et al. (1997a) avaliaram a influência da idade
pós-moagem na qual o pó foi utilizado na expansão por RAA, concluindo que as menores
expansões eram observadas com a utilização de finos 60 dias após a moagem.

Carles-Gibergues et al. (2008) estudaram a inserção do Pó de Agregados Reativos (PAR) com


diferentes finuras em prismas de concreto produzidos com os mesmos agregados (G, O, T, B),
observando que houve a redução ou supressão de expansões devidas à RAA, supressão de
fissuras superficiais e o contrabalanceamento à perda de resistência à compressão proveniente
da RAA, como observado na Figura 28.

Figura 28 – Efeito da RAA e atividade pozolânica de pós de agregados na resistência à compressão de


concretos.

Fonte: CARLES-GIBERGUES et al., 2008.


65

Thomas (2011) relatou que, em trabalho não publicado do laboratório no qual trabalhava,
utilizando vidro Vycor (elevado teor de sílica) na granulometria de areia, este agiu como
agregado reativo, resultando em grandes expansões, enquanto que, substituindo 20% do
cimento, em dimensões inferiores a 100 µm, atuou como uma pozolana, evitando expansões.

Cyr, Rivard e Labrecque (2009) substituíram teores de 10% e 20% de areia por pós reativos de
diferentes agregados com dimensões inferiores a 80 µm e diferentes superfícies específicas. Ao
realizar o ensaio de autoclave acelerado, seguindo a norma francesa, observaram reduções de
expansão de até 78% em comparação às argamassas de referência, além de uma tendência de
maior efetividade da prevenção de expansões com o aumento da área superficial específica dos
pós.

Li, He e Hu (2015) comentam que a produção de energia hidrelétrica na extensão superior do


rio Yalong é importante para o fornecimento de energia e o desenvolvimento da parte oeste da
China. Contudo, sabe-se que o arenito local é reativo e não há disponibilidade de adições
minerais na área, sendo necessário seu transporte de outros locais, o que encareceria qualquer
obra. Esta situação motivou os autores a estudar o pó deste agregado como mitigador da RAA,
concluindo que este possibilita a supressão das expansões pela reação. Os autores observaram,
também, que o pó apresentou efeito de nucleação e efeito de atividade pozolânica. Enquanto o
efeito de nucleação favoreceu a produção de portlandita na pasta de cimento, o efeito da
atividade pozolânica resultou no consumo de portlandita.

Apesar da vasta gama de pesquisas apontando a viabilidade do uso de PAR como mitigador da
reação álcali-agregado, há, também, resultados conflitantes. Um exemplo é a pesquisa de
Diamond e Thaulow (1974), que, utilizando agregado com opala, estudaram faixas entre 125
μm e 20 μm, observando que, para todas as faixas, houve aumento das expansões, com
expansões máximas na faixa entre 30 μm e 20 μm. Esta, portanto, pode ser uma característica
do agregado utilizado, sendo importante o estudo detalhado dos finos de agregado reativo para
conhecer suas propriedades.

2.7.2 Adições Químicas

De acordo com Ramachandran (1998), adições químicas podem influenciar a trabalhabilidade,


aprisionamento de ar, taxa de hidratação, corrosão, exsudação e desenvolvimento da resistência
de um concreto. Além disso, sabe-se que algumas adições químicas são eficazes contra a reação
álcali-agregado. Pesquisas sobre este tema datam da década de 50, quando McCoy e Caldwell
66

(1951, apud ZAPATA-SLAWETA e OWSIAK, 2016) estudaram o potencial inibidor de mais


de 100 compostos, concluindo que os compostos de lítio são os mais eficazes.

Diamond (1999) destaca que, dentre os compostos de lítio, deve-se atentar para a dosagem de
LiOH, LiF e Li2CO3, uma vez que, ao dissolverem, resultam na formação de LiOH,
proporcionando aumento de pH. Desta forma, a dosagem desses compostos deve ser tal que o
aumento do pH seja contrabalanceado pelo seu efeito positivo em relação à formação de gel da
RAA; caso contrário, haverá o aumento das expansões. Em contrapartida, o uso de LiNO3,
segundo o autor, não apresenta este problema, não aumentando, desta forma, o potencial para
RAA devido a este fator.

Tremblay et al. (2007) demonstraram a influência do tipo de agregado na quantidade de lítio


necessária para suprimir as expansões devidas à RAA. Desta forma, como a eficácia do lítio,
segundo os autores, está atrelada ao agregado, é necessário realizar testes para determinar a
dosagem adequada para o agregado utilizado.

Hasparyk (2005) estudou o efeito do lítio em testemunhos de concreto de obra já afetados por
RAA, observando a redução das expansões residuais em cerca de 40%, além de destacar a
importância do momento de aplicação, uma vez que, dependendo das expansões já atingidas, o
efeito do lítio pode ser demorado ou não tão satisfatório. Cândido (2009), por sua vez, estudou
a eficiência dos tipos de tratamento, determinando que, para concreto, as maiores reduções de
expansão foram obtidas com a saturação superficial de lítio, enquanto que, para argamassa,
todos os tratamentos utilizados reduziram as expansões a níveis próximos.

Em relação ao mecanismo de ação do lítio, há várias teorias que tentam explicar o efeito do lítio
na redução das expansões. Owsiak e Zapala-Slaweta (2013) citam que o efeito do lítio pode
estar conectado com a crescente estabilidade da sílica reativa, devido ao menor pH da solução
de poros. Folliard, Thomas e Kurtis et al. (2003) também citam que o lítio pode alterar a
composição do produto da RAA, resultando em um produto menos expansivo, reduzir a
dissolução da sílica, diminuir a repolimerização da sílica e silicatos e reduzir as forças
repulsivas entre partículas coloidais do gel de RAA. Nesse aspecto, Hasparyk (2005) e
Schneider et. al. (2008) observaram que o lítio é capaz de afetar a estrutura dos produtos da
reação álcali-agregado, produzindo compostos com incorporação de lítio e menor capacidade
de expansão. Feng et al. (2010) sugeriram que há a formação de uma camada de cristais de Li-
Si e gel de RAA com presença de lítio e baixa quantidade de cálcio, que formam uma estrutura
na qual o gel preenche os espaços entre o cristais ou repousa sobre estes. Esta camada forma
67

uma barreira que impede a difusão das hidroxilas. Desta forma, ainda não há consenso em
relação ao mecanismo de ação, uma vez que as teorias explicam parcialmente fenômenos que
ocorrem com a adição do lítio.

Ramachandran (1998) menciona alguns compostos orgânicos, também testados por McCoy e
Caldwell, que têm eficácia na redução de expansões, como metilcelulose e proteína hidrolisada.
Shetty (2005) também cita o pó de alumínio como eficaz em relação à RAA.

As adições, tanto químicas quanto minerais, são um dos métodos mais utilizados e eficazes para
evitar a ocorrência da RAA. Deve-se atentar, contudo, para a correta porcentagem de utilização
no concreto, uma vez que, em quantidade insuficiente, não haverá diminuição significativa das
expansões ou a adição pode ter efeito contrário, intensificando a reação. Além disso, as adições
têm custos elevados em relação aos outros componentes do concreto e sua disponibilidade é
limitada em várias partes do país, o que deve ser considerado quando da escolha do método de
mitigação.

2.8 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL REATIVO E DA EFICIÊNCIA DA MITIGAÇÃO

Os métodos de teste para identificar o potencial para a reação álcali-agregado podem ser, entre
outros, procedimentos visuais e microscópicos, para averiguar a presença de minerais
reconhecidamente reativos, ou testes de expansão, para acelerar e quantificar as consequências
físicas da reação (HEWLETT, 2004). Os testes de expansão podem ser realizados em argamassa
e concreto e também são utilizados para avaliar a eficiência da mitigação quando do uso de
adições.

A seguir estão exemplificados alguns métodos que são, atualmente, os mais utilizados.

2.8.1 Análise Petrográfica

A análise petrográfica tem como objetivo examinar os agregados de modo a descrever sua
estrutura, textura e composição mineral, identificando componentes minerais potencialmente
reativos (ABNT NBR 15577-3, 2018; LUZ e ALMEIDA, 2012; SIMS e NIXON, 2003) e deve
ser o primeiro passo na avaliação da reatividade de um agregado.

Diversos estudos objetivaram identificar quais seriam os parâmetros que influenciariam no


desencadeamento da RAA. Rodrigues (1994), por exemplo, aponta para a quantidade de
quartzo microgranular (< 0,15 mm), a granulometria da matriz rochosa e dos cristais de quartzo
68

(≥ 0,15 mm) e as medidas de ângulo de extinção ondulante, que podem indicar o grau de
deformação da rocha. A NBR 15577-3 (2018) indica que deve ser observada na análise
petrográfica a presença e quantidade de quartzo microgranular e de minerais suscetíveis à RAA,
como calcedônia, tridimita, cristobalita e opala; texturas indicativas de deformação, como
recristalização do quartzo e pertita em chama e o ângulo de extinção ondulante.

Os feldspatos apresentam texturas que indicam a alteração da rocha, como a mimerquita e a


pertita em chama. A mimerquita é um intercrescimento entre o plagioclásio e o quartzo, também
conhecido como quartzo vermiforme, enquanto a pertita é o crescimento do plagioclásio no
ortoclásio. Além disso, a presença de sericitização também é um indicador da alteração da
rocha. Em relação ao quartzo, tem-se a recristalização, que se trata de um rearranjo e
modificação dos cristais por meio de migração e modificação dos contornos de grão, resultando
em mudança no tamanho do cristal; e a extinção ondulante, que é a extinção irregular de um
único cristal sob luz polarizada devido a distorções na rede cristalina com alta concentração de
defeitos (PASSCHIER e TROUW, 1998).

Wigum (1995), ao estudar diferentes tipos de rocha, concluiu que a diminuição do tamanho do
grão do quartzo aumenta a reatividade, uma vez que há um aumento na área superficial dos
grãos de quartzo disponíveis para a reação.

Grattan-Gellew (1987, apud SWAMY, 1992) sugere que a aparente relação da extinção
ondulante com a reatividade potencial é devida ao quartzo microcristalino, uma vez que rochas
sujeitas a metamorfismo, que provoca a extinção ondulante, frequentemente têm recristalização
do quartzo como microcristalino.

2.8.2 Ensaio Acelerado das Barras de Argamassa

O ensaio acelerado de barras de argamassa foi baseado no estudo de Oberholster e Davies


(1986), no National Building Research Institute (NBRI), na África do Sul, na década de 1980,
no qual eles aperfeiçoaram o que havia sido proposto previamente por Van Aardt e Visser, em
1982. Desde então, diversos países e seus respectivos institutos de normatização fizeram
adaptações para atender à sua realidade, incorporando resultados de pesquisas recentes.

No Brasil, este método é descrito pela NBR 15577-4: 2018. O ensaio consiste na determinação
da susceptibilidade de um agregado em participar da reação álcali-sílica por meio da variação
de comprimento de barras de argamassa (NBR 15577-4, 2018). São moldadas barras de
argamassa de dimensões 25 x 25 x 285 mm, as quais são imersas por um período de 28 dias em
69

uma solução de 1 N de NaOH a 80ºC. Durante este período, as expansões são mensuradas. A
norma 15577-1: 2018 estabelece que, caso as expansões sejam iguais ou superiores a 0,19%
após o período de imersão, o agregado será considerado potencialmente reativo. A NBR 15577-
5: 2018 trata deste ensaio quando da utilização de adições para mitigar a reação.

A norma americana ASTM C 1260: 2014 também trata do ensaio de barras acelerado. O
procedimento das normas é semelhante, contudo, os limites estabelecidos pela ASTM são
diferentes: se as expansões aos 16 dias forem inferiores a 0,10%, o agregado é considerado
inócuo; para expansões superiores a 0,20%, o agregado é classificado como potencialmente
deletério; caso as expansões estejam entre 0,10% e 0,20%, é necessária a obtenção de
informações suplementares acerca do agregado. Já a ASTM C 1567:2013 aborda o uso de
adições na realização deste ensaio.

A norma europeia para este método, RILEM AAR – 2, assemelha-se ainda mais à norma
americana, tanto no procedimento quanto nos limites admitidos. Contudo, a RILEM AAR – 2
também admite a utilização de corpos de prova de 40 x 40 x 160 mm e, neste caso, expansões
superiores a 0,08% requerem precauções para minimizar o risco de ocorrência da reação
(NIXON e SIMS, 2016).

A Tabela 1 apresenta uma comparação das características de diferentes normas que tratam do
ensaio acelerado em barras de argamassa.

Tabela 1 – Características das diferentes normas relativas ao ensaio de barras acelerado.


ASTM C 1260 (2014) RILEM AAR-2 NBR 15577-4: 2018
(Estados Unidos) (Europa)1 (Brasil)
Relação água/cimento (em
0,47 0,47 0,47
massa)
Na2Oeq Não especificado 1,0% 0,9 ± 0,1%
Relação cimento/agregado 1: 2,25 1: 2,25 1: 2,25
Tamanho do agregado
0,15-4,75 0,125-4,0 0,15-4,75
(mm)
25 x 25 x 285 ou
Tamanho das barras (mm) 25 x 25 x 285 25 x 25 x 285
40 x 40 x 160
Cura antes da leitura 0 24 h em água a
24 h em água a 80ºC 24 h em água a 80ºC
(após 24 h do desmolde) 80ºC
Solução de Imersão 1 M a 80ºC 1 M a 80ºC 1 M a 80ºC
Período de imersão (dias) 14 14 28
>0,2% em 14 dias >0,2% em 14 dias
(Entre 0,1 – 0,2% (Entre 0,1 – 0,2% >0,19% em 28 dias
Critério de reatividade
necessário mais necessário mais
informações) informações)
Fonte: Adaptado de Bektas, Wang e Ceylan, 2009.
1
RILEM AAR – 2 (SIMS e NIXON, 2003).
70

Este ensaio têm sido criticado por diversos autores por apresentar falsos-positivos e falsos-
negativos e, portanto, não representar o que acontece em campo (BÉRUBÉ e FOURNIER,
2003; DEMERCHANT, FOURNIER e STRANG, 2000; GOLMAKANI e HOOTON, 2016,
2019; GRATTAN-BELLEW, 1997; IDEKER et al., 2012; THOMAS et al., 2006). Isto
significa que há ocorrências nas quais um agregado, classificado como inócuo a partir do ensaio
de prismas de concreto e de seu desempenho em campo, foi classificado como reativo por este
método; do mesmo modo, agregados sabidamente reativos, foram classificados como inócuos.

A explicação para os resultados falsos-positivos recai nas severas condições do ensaio: o


agregado é cominuído até dimensões características de agregado miúdo (0,15-4,75 mm); a
temperatura do ensaio, de 80ºC; a solução alcalina de alta concentração (1N), fornecendo
álcalis, não sendo estas, contudo, condições realísticas de campo.

2.8.3 Ensaio de Prismas de Concreto

O ensaio de prismas de concreto é tido como o método que obtém os resultados mais confiáveis
acerca da reatividade potencial de um agregado (SANCHEZ, 2008). No Brasil, este método é
detalhado na NBR 15577-6:2018.

O ensaio consiste em moldar prismas de concreto, de dimensões 75 x 75 x 285 mm, utilizando


agregados com granulometria entre 19,0 mm e 4,75 mm e aumentando o equivalente alcalino
da mistura para 1,25%. Caso se esteja estudando a reatividade do agregado graúdo, utiliza-se
um agregado miúdo inócuo e vice-versa. Os prismas devem ser acondicionados em recipientes
e mantidos a 38ºC por 12 meses, com a realização de leituras periódicas. Para o estudo da
mitigação da reação por meio do uso de alguma adição, o ensaio deve ser prolongado por mais
12 meses. O agregado é considerado reativo caso as expansões após 12 meses sejam superiores
a 0,04%.

A ASTM C1293:2018a e a RILEM AAR-3 também tratam deste ensaio, tendo procedimentos
e limites similares. A RILEM AAR-3, entretanto, considera como limite o valor de 0,03% para
12 meses e 0,04% para 24 meses.

2.8.4 Ensaio Acelerado de Prismas de Concreto

O ensaio de prismas acelerado busca diminuir o elevado tempo do ensaio de prismas. Os


prismas têm mesma dimensão daqueles utilizados no ensaio de prismas tradicional, assim como
o mesmo procedimento. O que diferencia estes métodos é a temperatura na qual os corpos de
71

prova são armazenados: no ensaio normal a temperatura é de 38ºC e no acelerado, 60ºC. Este
incremento na temperatura permite reduzir o tempo de ensaio para 20 semanas.

A norma brasileira NBR 15577:7 descreve este ensaio e determina um limite de 0,03% para as
expansões. Já a norma europeia, RILEM AAR-4, especifica limites de 0,02% em 15 semanas
e/ou 0,03% em 20.

2.8.5 Ensaio Acelerado dos Miniprismas de Concreto

O ensaio de miniprismas de concreto, proposto por Latifee e Rangaraju (2015), foi


desenvolvido como uma alternativa aos ensaios convencionais para a determinação do
potencial deletério de um agregado, aliando a rapidez, que é a vantagem do método das barras
de argamassa, e o fato de não ser necessário reduzir a dimensão do agregado até a dimensão
característica de areia (AASHTO TP 110-14, 2016).

Dentre os parâmetros do ensaio, destacam-se a dimensão dos prismas produzidos, de 50 x 50 x


285 mm, além das frações de agregado, que variam de 12,5 mm a 4,75 mm e relação
água/aglomerante de 0,45. Os prismas são produzidos com incremento de álcalis, atingindo
Na2Oeq de 1,25%, e imersos em uma solução de 1 N de NaOH, na qual permanecem por 56
dias (ou 84 dias, no caso de agregados que reagem lentamente). Este método é normatizado
pela AASHTO TP 110-14 e estabelece o limite de 0,04% aos 56 dias. Caso as expansões
estejam em uma faixa próxima ao limite, recomenda-se realizar medições até os 84 dias para
identificar melhor o comportamento do agregado.

A Tabela 2 apresenta uma comparação entre as condições dos diferentes ensaios citados, com
base nas normas brasileiras, e, no caso do método dos miniprismas, a norma da AASHTO, para
a determinação da reatividade potencial do agregado.

É importante notar que todos os métodos de ensaio têm suas limitações. Até o método dos
prismas de concreto, considerado o mais confiável, apresenta problemas relativos à lixiviação
que ainda não foram contornados. Desta forma, é importante aliar mais de um método para
obter resultados mais confiáveis, além de utilizar informações disponíveis sobre o
comportamento dos agregados em campo.
72

Tabela 2 – Comparação das características dos diferentes ensaios para a determinação da reatividade
potencial do agregado.
Método
Método das Método dos Método dos
Acelerado dos
Barras de Prismas de Miniprismas de
Prismas de
Argamassa Concreto Concreto
Concreto
NBR 15577-4: NBR 15577-6: NBR 15577-7: AASHTO TP
Norma
2018 2018 2018 110-14: 2016
Relação água/cimento (em
0,47 0,45 0,45 0,45
massa)
Na2Oeq 0,9 ± 0,1% 1,25% 1,25% 1,25%
Relação cimento/agregado
ou Volume de agregado
1: 2,25 70,0 ± 0,2% 70,0 ± 0,2% 65%
graúdo no estado
compactado seco
Tamanho do agregado
0,15-4,75 4,75-19,0 4,75-19,0 4,75-12,5
(mm)
Tamanho das barras (mm) 25 x 25 x 285 75 x 75 x 285 75 x 75 x 285 50 x 50 x 285
Cura antes da leitura 0 24 h em água a 24 h em cura 24 h em cura 24 h em água a
(após 24 h do desmolde) 80ºC úmida úmida 80ºC
Imerso em Imerso em
38ºC 60ºC
Ambiente de Exposição solução de NaOH solução de NaOH
100% U.R. 100% U.R.
a 1 M a 80ºC a 1 M a 60ºC
Período de imersão (dias) 28 365 140 56

>0,19% em 28 >0,04% em 365 >0,03% em 140 >0,04% em 56


Critério de reatividade
dias dias dias dias

Fonte: Autora, 2019.

Neste trabalho, utilizou-se métodos para a análise do agregado, da argamassa e do concreto.


Para as combinações com argamassa, utilizou-se o ensaio acelerado de barras de argamassa.
Para a análise no concreto, optou-se por utilizar o método acelerado dos miniprismas de
concreto, por sua maior rapidez em relação aos outros ensaios em concreto.
73

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

Neste capítulo, estão descritos os materiais utilizados na pesquisa, assim como planejamento,
métodos, ensaios e procedimentos adotados. Inicialmente, foi realizada a caracterização física,
química, mineralógica e morfológica dos materiais, seguida da determinação da reatividade
potencial dos agregados, por meio de análise petrográfica, ensaio acelerado das barras de
argamassa e ensaio acelerado de miniprismas de concreto, além da determinação da eficiência
de mitigação com o uso de adições minerais.

3.1 MATERIAIS

A seguir estão descritos os materiais utilizados na pesquisa.

3.1.1 Cimento

O cimento utilizado foi o CP V ARI – Cimento de alta resistência inicial, da marca Nacional,
escolhido por não apresentar adições pozolânicas, as quais inibem a ocorrência de reação álcali-
agregado.

3.1.2 Agregado Graúdo

Foram utilizadas duas britas como agregado graúdo, uma delas reativa e a outra não-reativa. A
brita tida como reativa é proveniente de pedreira localizada na cidade de Vitória de Santo Antão
– PE, referida, neste trabalho, como Agregado Vitória. A adoção deste agregado se deu pelos
resultados obtidos por Prado (2008).

Em seu trabalho, Prado (2008) estudou a influência da proximidade das rochas à Zona de
Cisalhamento Pernambuco Leste (ZCPL) e sua reatividade potencial. Dentre os resultados
obtidos, destaca-se a maior reatividade das rochas coletadas em pedreira da cidade de Vitória
de Santo Antão, distante apenas 750 m da zona de falha.

A brita tida como não-reativa é proveniente de pedreira localizada em Jaboatão dos Guararapes
– PE, sendo referida, neste trabalho, como Agregado Jaboatão.

Na Figura 29 encontra-se um mapa geológico do estado de Pernambuco, com destaque para a


cidade de origem dos agregados.
74

Figura 29 – Mapa geológico do estado de Pernambuco, com destaque para a cidade de Vitória de
Santo Antão (1 – Vitória de Santo Antão; 2- Recife) e Jaboatão dos Guararapes.

(a)

(b)

(c)
Fonte: GOMES, 2001.
. (a) Vitória de Santo Antão. (b) Jaboatão dos Guararapes. (c) Classificação geológica de área na qual
a pedreira se localiza.

Como indicado por Fernandes et al. (2016), informação geológica de campo é essencial para
identificar com maior precisão o tipo de rocha e a correta aplicação da nomenclatura. Desta
75

forma, foi realizada visita à pedreira em Vitória, com a presença de um geólogo, para auxiliar
na identificação da rocha e em sua análise petrográfica. A Figura 30 ilustra o maciço rochoso
da pedreira.

Figura 30 – Características do maciço em pedreira na cidade de Vitória de Santo Antão.

Fonte: Autora, 2019.

Foram observadas bandas graníticas cortadas por veios pegmatíticos. O bandamento


apresentava direção 260º, direção leste/oeste com caimento para o sul. A orientação justifica a
classificação como rocha metamórfica.

A Figura 31 ilustra macroscopicamente os agregados utilizados na pesquisa.

Figura 31 – Agregado (a) Vitória de Santo Antão; (b) Jaboatão dos Guararapes.

(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
76

3.1.3 Agregado Miúdo

O agregado miúdo utilizado na confecção dos miniprismas de concreto foi areia quartzosa,
proveniente da cidade de Barreiros – PE. Este agregado foi testado em relação à sua reatividade,
de acordo com o ensaio acelerado de barras de argamassa, norma NBR 15577:2018, sendo
classificado como inócuo, apresentando expansões, aos 30 dias, de 0,08%. O gráfico de
expansão pode ser observado no Apêndice C.

3.1.4 Água

Foi utilizada água destinada ao consumo humano, fornecida pela Compesa (Companhia
Pernambucana de Saneamento), para a realização de ensaios de caracterização e água destilada
para os ensaios de reatividade potencial, obtida no Laboratório de Saneamento Ambiental –
LSA, da Universidade Federal de Pernambuco.

3.1.5 Adições Minerais

Foram utilizados dois materiais como adição na presente pesquisa: sílica ativa (em pó) e pó de
agregado reativo (PAR), proveniente de britagem por meio de britador de rolos (Pó Rolos) e
mandíbulas (Pó Mandíbulas) do agregado Vitória e passante na peneira de abertura 150 µm.
Desta forma, neste trabalho, ao referir-se a Pó Rolos e Pó Mandíbula, tratar-se-á, sempre, do
agregado Vitória.

3.1.6 Aditivo

Para as misturas com adição, utilizou-se o superplastificante fornecido pela Matchem, cuja base
é de policarboxilatos. A faixa de utilização indicada pelo fabricante é de 0,2% a 1,5% sobre a
massa do cimento.

3.2 MÉTODOS

Inicialmente, realizou-se a coleta do material, seguida de sua caracterização. Procedeu-se,


então, aos estudos para avaliação da RAA, que consistem na análise petrográfica, ensaio
acelerado de barras de argamassa e ensaio acelerado de miniprismas de concreto. A Figura 32
apresenta um fluxograma destacando as etapas da pesquisa.

Em relação ao ensaio acelerado de barras de argamassa, foram analisadas combinações com os


dois agregados, Vitória e Jaboatão, a fim de determinar seu potencial reativo. Para o agregado
Vitória, avaliou-se, também, a eficiência da mitigação utilizando-se sílica e PAR. As adições
77

foram empregadas em substituição ao cimento em duas condições: em massa e em volume,


assim como com o uso de aditivo. A Figura 33 apresenta as combinações analisadas.

Figura 32 – Fluxograma com as etapas da pesquisa.

Fonte: Autora, 2019.

Figura 33 – Composições analisadas no ensaio acelerado de barras de argamassa.

Fonte: Autora, 2019.


*As substituições das adições em massa foram feitas com e sem a incorporação de aditivo.
78

Para o ensaio acelerado de miniprismas de concreto, utilizou-se combinações de referência para


ambos os agregados. A substituição de cimento por adições, neste ensaio, deu-se em volume.
A Figura 34 esquematiza as combinações analisadas.

Figura 34 – Composições analisadas no ensaio acelerado de miniprismas de concreto.

Fonte: Autora, 2019.

Os teores de 8% e 15% de substituição de cimento por sílica foram escolhidos por se tratarem
de limites extremos de porcentagem normalmente utilizados na prática, sendo 8% um valor
normalmente utilizado e 15% um valor considerado alto, mas ainda utilizado. Para o PAR, as
porcentagens de 10% e 20% foram determinadas com base no estudo de Cyr, Rivard e
Labrecque (2009), que utilizaram esses valores de pó substituindo o agregado miúdo. No
presente trabalho, esses teores foram testados em substituição ao cimento.

Descreve-se, a seguir, os ensaios realizados.

3.2.1 Caracterização Física

O quadro 4 apresenta os ensaios realizados nos materiais utilizados na pesquisa e respectivas


normas.
Quadro 4 – Ensaios de caracterização física realizados nos materiais.
Ensaio Norma Materiais ensaiados
ABNT NBR 16605:2017 Cimento, Sílica, PAR
Massa Específica ABNT NBR NM 53:2009 Agregado Graúdo
DNER-ME 194:1998 Agregado Miúdo
Absorção ABNT NBR NM 53:2009 Agregado Graúdo
Área Superficial Específica (Método
ABNT NBR 16605:2017 Cimento, Sílica, PAR
de Blaine)
Área superficial específica (Método de
- Cimento, Sílica, PAR
adsorção de nitrogênio – BET)
Por espalhamento
Distribuição - Cimento, Sílica, PAR
de luz laser
Granulométrica
Por peneiramento NBR NM 248: 2003 Agregado Miúdo
Fonte: Autora, 2019.
79

A massa específica do cimento, sílica e PAR foi determinada utilizando o frasco volumétrico
de Le Chatelier e como reagente, querosene, seguindo o procedimento da ABNT NBR
16605:2017. Para o agregado graúdo, utilizou-se o procedimento exposto na ABNT NBR NM
53: 2009, com a imersão do agregado e mensuração do peso do agregado seco, na condição
saturado superfície seca e imerso. A massa específica do agregado miúdo foi realizada com o
frasco de Chapman, como especificado na norma DNER-ME 194:1998.

Utilizando-se do aparelho de permeabilidade ao ar Blaine, foi determinada a área superficial


específica do cimento, da sílica e dos PAR. Este método consiste na mensuração do tempo
requerido para uma quantidade de ar fluir através de uma camada do material e seu
procedimento é descrito pela ABNT NBR 16372:2015. Para esta análise, os materiais foram
testados na mesma granulometria em que são utilizados na produção dos corpos de prova. Em
complementação a esta análise, foi realizada a determinação da área superficial específica
utilizando o método de fisisorção segundo Brunauer-Emmett-Teller (BET), mais indicado para
materiais muito finos. Este método baseia-se na adsorção de gases na superfície externa e
interna de materiais porosos. Os materiais foram peneirados utilizando a peneira de abertura
200 µm para a preparação das amostras.

A distribuição granulométrica do agregado miúdo foi determinada por peneiramento, de acordo


com a ABNT NBR NM 248: 2003, apenas para obter o módulo de finura e seu enquadramento no
critério do ensaio dos miniprismas. Para o cimento, sílica e PAR, foi realizada a granulometria a
laser. Esta análise foi realizada no Laboratório de Tecnologia Mineral – LTM, da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Foi utilizado um granulômetro a laser Malvern, modelo
Mastersizer 2000, cujo limite nominal inferior de detecção é 10 nm e o superior é 2000 μm. A
análise foi realizada via úmida, utilizando o acessório Hydro 2000MU. Os resultados apresentados
correspondem à média de três leituras das amostras.

A sílica foi preparada de duas formas: (i) a amostra dispersa em água (as-ground); (ii) a amostra
dispersa em meio alcalino (pH 10). Para a condição (ii) de análise, foi produzida uma polpa com
0,57 g do material e 20 ml da solução com pH 10. A polpa foi condicionada por 1 minuto de agitação
manual e 5 minutos de descanso (sem agitação).

3.2.2 Caracterização Química

A atividade pozolânica da sílica e dos PAR foi avaliada indiretamente utilizando-se o método
de condutividade elétrica. Como observado por Luxán et al. (1989) e Payá et al. (2001), a reação
80

entre o Ca(OH)2 e uma pozolana diminui a condutividade elétrica de uma suspensão, o que é
atribuído à fixação deste material na superfície da partícula de pozolana.

Esta análise foi realizada no Laboratório de Tecnologia dos Aglomerantes – Labtag e baseou-
se no procedimento proposto por Payá et al. (2001) e adaptado por Basto (2018). O método
consiste em inserir uma amostra de 4 g do material a ser analisado em uma solução insaturada
de hidróxido de cálcio (800 mg por litro de água deionizada), a 60ºC, e coletar medidas de
condutividade elétrica desta solução, avaliando a quantidade de Ca(OH)2 fixada pelo material
em um intervalo de 1000 segundos. Esta temperatura foi adotada de modo a simular a
temperatura inicial de hidratação do cimento. A partir do ensaio, obtém-se a curva de variação
da condutividade elétrica e de perda de condutividade com o tempo.

A análise química foi realizada no Núcleo de Estudos Geoquímicos do Laboratório de Isótopos


Estáveis – NEG LABISE, na UFPE. Foram ensaiadas amostras de cimento, sílica e brita por
meio de espectrometria por fluorescência por raios X (FRX).

As amostras, com tamanho de partícula inferior a 75 μm, foram secas em estufa a 110ºC. Uma
porção de cada amostra, após seca, foi retirada e levada a uma mufla, onde permaneceu por 2
horas a 1000ºC, de modo a determinar a perda ao fogo. Outra porção de cada amostra seca foi
prensada em cápsula de alumínio (30 toneladas), e analisada em espectrômetro de fluorescência
de raios X Rigaku, modelo ZSX Primus II, equipado com tubo de Rh e 7 cristais analisadores.
Os resultados da varredura semi-quantitativa foram recalculados para 100%, com a
incorporação do valor da perda ao fogo.

3.2.3 Caracterização Mineralógica

A caracterização mineralógica se deu por meio de Difração de Raios – X, realizada nas amostras
de sílica e de brita.

A análise de difração de raios X (DRX) foi realizada no Laboratório de Tecnologia Mineral –


LTM da UFPE, adotando-se o método do pó. As amostras foram cominuídas com a ajuda de
almofariz e pistilo de porcelana a um tamanho de partícula inferior a 75 μm.

Utilizou-se o equipamento Bruker D2 PHASER, operando com voltagem de 30 kV, corrente


de 10 mA (P=300 W), radiação Cu-Kα = 1,54060 Å e usando o detector Bruker-AXS-Lynxeye.
Os parâmetros adotados foram: faixa de varredura (2θ) de 4 a 80°, passo do goniômetro de
0,02019°, rotação constante da amostra de 10 rpm, abertura da fenda primária de 0,4 mm, faca
81

de 3 mm e tempo de contagem por passo de 0,5 segundo. As amostras foram indexadas usando
o aplicativo DIFFRAC.EVA, com o banco de dados COD (REV 89244 20131011).

3.2.4 Caracterização Morfológica

A caracterização morfológica foi realizada utilizando-se do ensaio de índice de forma, seguindo


a ABNT NBR 7809:2019, e por meio de observação utilizando estereomicroscópio ótico.

O ensaio de índice de forma foi realizado com o agregado retido na peneira de abertura 9,5 mm,
uma das frações utilizadas no ensaio acelerado de miniprismas de concreto. O ensaio consiste
na medição, com auxílio de paquímetro, do comprimento e espessura dos grãos de uma amostra,
utilizando-se uma amostra com, no mínimo, 200 grãos para cada fração analisada. Este ensaio
é indicado para grãos com dimensões superiores a 9,5 mm. Como foi utilizada apenas uma
fração, uma vez que era a única com tamanho mínimo para a realização do ensaio, foram
medidos 200 grãos desta dimensão. De acordo com Silva (2012), pode-se classificar a forma
do agregado, considerando o comprimento (c) e a espessura (e) como apresentado na Tabela 3.

Tabela 3 – Classificação da forma do agregado de acordo com o índice de forma.


Razão Forma
c/e < 1,8 Cúbica
c/e > 1,8 Alongada
c/e > 2,4 Lamelar
c/e > 3,0 Alongada-Lamelar
Fonte: Autora, 2019.

O estereomicroscópio ótico foi utilizado para observar a morfologia das partículas do agregado
britado por britador de rolos e mandíbulas, na granulometria utilizada no ensaio de barras de
argamassa. A análise visual foi realizada no Laboratório de Paleontologia – PALEOLAB do
Departamento de Geologia da UFPE, utilizando estereomicroscópio ótico Zeiss, modelo
Discovery v.8 com câmera acoplada e aquisição de imagens por meio do sofwatre AxioVision.

3.2.5 Cominuição do Agregado Graúdo


O agregado graúdo utilizado necessitou ser cominuído, a fim de atender às granulometrias
requeridas para os ensaios acelerados. Para o ensaio acelerado de barras de argamassa, foi
necessário reduzir o agregado à granulometria de areia (passando pela peneira de abertura 4,8
mm). Já para o ensaio acelerado dos miniprismas de concreto, reduziu-se o agregado à fração
passante na peneira de abertura 12,5 mm. Para tal, foram utilizados dois tipos de britadores:
britador de mandíbulas e britador de rolos.
82

A britagem com britador de mandíbulas foi realizada no ITEP – Instituto de Tecnologia de


Pernambuco. O britador utilizado, de um eixo, está apresentado na Figura 35 (a). Foi utilizado
o britador de rolos do Laboratório de Tecnologia Mineral – LTM, na UFPE, como ilustrado na
Figura 35 (b). Como este britador era de britagem secundária, foi feita uma britagem inicial em
britador de mandíbulas, para então prosseguir à britagem por meio de rolos.

Figura 35 – Britadores.

(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Mandíbulas; (b) Rolos.

3.2.6 Avaliação da Reatividade Potencial e da Eficiência de Adições na Mitigação

A reatividade potencial de um agregado pode ser determinada por meio de vários métodos e
analisando-se diferentes situações. Pode-se analisar apenas o agregado, a interação do agregado
com a pasta de cimento, com o uso de barras de argamassa, ou a interação do agregado com
argamassa, por meio de prismas de concreto.

Neste trabalho, foi utilizada uma técnica para cada tipo de situação mencionada. Para a análise
do agregado, foi feita análise petrográfica; para o estudo da interação pasta-agregado, foi
realizado o ensaio acelerado de barras de argamassa; e, para a interação argamassa-agregado,
optou-se pelo ensaio acelerado de miniprismas de concreto. Os ensaios acelerados também
foram utilizados para determinar a eficiência da mitigação com o uso de adições minerais. A
descrição dos respectivos estudos está apresentada a seguir.
83

3.2.6.1 Análise Petrográfica do Agregado

Para a análise petrográfica do agregado, foi realizado procedimento para obtenção de amostra
representativa.

A partir do volume total de agregado Vitória armazenado, foram demarcados 15 pontos


regularmente distribuídos, sendo removida a fração superficial e retirada uma porção de cada
local. Seguiu-se, então, ao quarteamento da amostra até obter uma quantidade suficiente, a qual
foi submetida à análise por um geólogo, sendo separadas 4 amostras com diferentes feições da
rocha para a preparação das lâminas, como observado na Figura 36.

Figura 36 – Preparação da amostra do agregado Vitória para análise petrográfica.

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Agregado armazenado. (b) Demarcação de 15 pontos no montante inicial para a retirada de
porções. (c) Quarteamento do agregado. (d) Amostras submetidas à análise petrográfica.

Para o agregado Jaboatão, procedimento similar foi realizado, com a obtenção de quatro
amostras para análise. A análise petrográfica foi realizada no Laboratório de Gemologia
(LABGEM), na UFPE.
84

3.2.6.2 Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa

O ensaio de barras de argamassa foi realizado seguindo-se os procedimentos descritos nas


normas ABNT NBR 15577-4 (2018) e ABNT NBR 15577-5 (2018), para a análise da
reatividade potencial e eficiência de mitigação, respectivamente. Estes ensaios baseiam-se na
moldagem de conjuntos de três corpos de prova de argamassa para cada combinação de
agregado/aglomerante adotada. Mensura-se, então, a variação de comprimento das barras
quando submetidas a um meio alcalino e temperatura elevada para determinar sua
susceptibilidade à reação álcali-agregado.

3.2.6.2.1 Preparo dos Corpos de Prova

Para a preparação dos corpos de prova o agregado, já cominuído, foi separado


granulometricamente de acordo com as frações especificadas em norma, descritas na Tabela 4
e ilustradas na Figura 37.

Tabela 4 – Frações granulométricas para o ensaio acelerado.


Peneira com abertura de malha Quantidade de material em massa
Passante Retido % g
4,75 mm 2,36 mm 10 99,0
2,36 mm 1,18 mm 25 247,5
1,18 mm 600 μm 25 247,5
600 μm 300 μm 25 247,5
300 μm 150 μm 15 148,5
Fonte: ABNT NBR 15577-4 (2018).

Figura 37 – Frações granulométricas.

Fonte: Autora, 2019.

Após o peneiramento, as amostras foram lavadas em água corrente, de modo a eliminar os finos
provenientes da britagem, e secas em estufa. Tal procedimento foi feito para o agregado
cominuído pelo britador de mandíbulas e pelo britador de rolos.
85

Em sequência à preparação do agregado, foram confeccionados conjuntos de 3 barras de


argamassa, de acordo com o procedimento descrito na ABNT NBR 15577-4:2018 e ABNT
NBR 15577-5:2018, conforme combinações apresentadas no Quadro 5.

Quadro 5 – Combinações agregado/adição adotadas (porcentagem de adições em relação à massa do


cimento).
Agregado Britador Combinação Identificação
Referência (R) RM
8% Sílica (S) SM
8% Sílica (S) + Aditivo (A) SAM
15% Sílica (SS) SSM
Mandíbulas (M) 15% Sílica (SS) + Aditivo (A) SSAM
Pó 10% (P) PM
Pó 10% (P) + Aditivo (A) PAM
Pó 20% (PP) PPM
Pó 20% (PP)+ Aditivo (A) PPAM
Agregado Vitória
Referência (R) RR
8% Sílica (S) SR
8% Sílica (S) + Aditivo (A) SAR
15% Sílica (SS) SSR
Rolos (R) 15% Sílica (SS) + Aditivo (A) SSAR
Pó 10% (P) PR
Pó 10% (P) + Aditivo (A) PAR
Pó 20% (PP) PPR
Pó 20% (PP) + Aditivo (A) PPAR
Mandíbulas (M) Referência (R) JM
Agregado Jaboatão (J)
Rolos (R) Referência (R) JR
Fonte: Autora, 2019.

Note-se que as adições foram empregadas em substituição à massa do cimento. No caso da


sílica ativa, houve peneiramento devido às aglomerações visíveis, utilizando-se a fração
passante na peneira de abertura 200 µm.

Os resultados obtidos a partir do ensaio de barras mostraram reduções das expansões a níveis
seguros para todas as porcentagens de adições. Ao analisar o fator econômico, tomou-se o teor
de 8% de sílica, o menor teor, pelo alto custo desta adição, e 20% de pó, pela maior substituição
do cimento, material mais caro da composição do concreto, para a análise com os miniprismas.
Também foram moldadas barras de argamassa com o uso de adições em volume, conforme
Quadro 6, de modo a poder comparar os resultados com os obtidos no ensaio de miniprismas
de concreto, uma vez que, neste, as substituições foram realizadas em volume. Neste caso, as
porcentagens em volume equivalem a 6,3% e 18,2% de sílica ativa e PAR, respectivamente.
Não se utilizou aditivo, também para fins comparativos, uma vez que no ensaio de miniprismas,
assim especifica a norma AASHTO TP 110-14:2016.
86

Quadro 6 – Combinações agregado/adição adotadas (porcentagem de adições em relação ao volume


do cimento).
Agregado Britador Combinação Identificação
8% Sílica (S) (volume - V) SMV
Mandíbulas
20% Pó (PP) (volume - V) PPMV
Agregado Vitória
8% Sílica (S) (volume - V) SRV
Rolos
20% Pó (PP) (volume - V) PPRV
Fonte: Autora, 2019.

A ABNT NBR 15577-5:2018 estabelece que, quando houver substituição parcial do cimento,
pode ser necessária a utilização de aditivo. Neste caso, deve-se utilizar uma quantidade tal que
mantenha a consistência da argamassa dentro de uma faixa de ±7,5% em relação à consistência
da argamassa preparada apenas com cimento. Para determinar a quantidade de aditivo
necessária às combinações com sílica e PAR adicionadas em relação à massa do cimento,
realizou-se o ensaio da mesa de consistência, de modo a mensurar o índice de consistência, de
acordo com a ABNT NBR 7215:2019. Obteve-se como resultado de referência o valor de
131,5 mm, de modo que o intervalo de consistência admissível é de 121,6 - 141,4 mm. Os
resultados de espalhamento e dos teores de aditivo obtidos estão apresentados na Tabela 5.

Tabela 5 – Teor de aditivo obtido para cada combinação (com substituição em massa).
Combinação Teor de Aditivo (%) Espalhamento (mm)
Referência - 131,5
SAM/ SAR 0,15 % 140,0
SSAM/ SSAR 0,90 % 141,0
PAM/ PAR 0,30 % 139,5/140,5
PPAM/ PPAR 0,60 % 126,0/132,5
Fonte: Autora, 2019.

As barras de argamassa, de dimensão 25 x 25 x 285 mm, foram confeccionadas com um traço


de 1:2,25 e relação água/aglomerante de 0,47, como apresentado na Tabela 6 para substituição
em volume e na Tabela 7 para substituição em massa. Nas combinações com substituição
parcial, a adição foi previamente acrescida ao cimento e a mistura foi homogeneizada.

Tabela 6 – Quantitativo de materiais nas combinações (porcentagem de adições em relação ao volume


do cimento).
Cimento (g) Agregado (g) Sílica (g) PAR (g) Água (ml) Aditivo (g)
SMV 414,85 990 25,15 - 206,8 -
SRV 414,85 990 25,15 - 206,8 -
PPMV 359,71 990 - 80,29 206,8 -
PPRV 359,71 990 - 80,29 206,8 -
Fonte: Autora, 2019.
87

Tabela 7 – Quantitativo de materiais nas combinações (porcentagem de adições em relação à massa do


cimento).
Cimento (g) Agregado (g) Sílica (g) PAR (g) Água (ml) Aditivo (g)
RM 440,0 990 - - 206,8 -
SM 404,8 990 35,2 - 206,8 -
SAM 404,8 990 35,2 - 206,8 0,66
SSM 374,0 990 66,0 - 206,8 -
SSAM 374,0 990 66,0 - 206,8 3,96
PM 396,0 990 - 44,0 206,8 -
PAM 396,0 990 - 44,0 206,8 1,19
PPM 352,0 990 - 88,0 206,8 -
PPAM 352,0 990 - 88,0 206,8 2,11
RR 440,0 990 - - 206,8 -
SR 404,8 990 35,2 - 206,8 -
SAR 404,8 990 35,2 - 206,8 0,66
SSR 374,0 990 66,0 - 206,8 -
SSAR 374,0 990 66,0 - 206,8 3,96
PR 396,0 990 - 44,0 206,8 -
PAR 396,0 990 - 44,0 206,8 1,19
PPR 352,0 990 - 88,0 206,8 -
PPAR 352,0 990 - 88,0 206,8 2,11
JM 440,0 990 - - 206,8 -
JR 440,0 990 - - 206,8 -
Fonte: Autora, 2019.

O procedimento de mistura e moldagem foi realizado de acordo com a norma. As barras foram
mantidas em cura por 24 h, após as quais houve o desmolde. Após a identificação, as barras
foram imersas em água destilada a uma temperatura de 23 ± 2ºC, com o aumento gradativo da
temperatura por um período de 4 horas até alcançar 80ºC (≈14ºC/hora). Tal procedimento é
importante de modo a evitar fissurações provenientes do choque térmico. Passadas 24 horas,
contadas a partir da imersão em água, as barras foram retiradas, procedeu-se à leitura inicial
com relógio comparador, e colocadas em solução de NaOH a 80ºC e concentração de 1 N. Este
procedimento está ilustrado na Figura 38.

Figura 38 – Ensaio acelerado de barras de argamassa.

(a) (b)
88

(c) (d) (e)


Fonte: Autora, 2019.
(a) Corpos de prova envoltos em plástico durante a cura para evitar perda de água. (b) Barras de
argamassa desmoldadas e identificadas. (c) Corpos de prova imersos em solução de NaOH 1 N a 80ºC.
(d) Banho térmico. (e) Leitura das expansões realizada com relógio comparador.

Foram realizadas leituras aos 16 e 30 dias, como indicado pela ABNT NBR 15577-4 (2018),
além de leituras intermediárias à mesma hora do dia. Para o cálculo da expansão, utilizou-se a
Equação 5, a seguir.
𝐿𝑖 − 𝐿0 Eq. 5
𝐸= . 100
𝐿𝑛
Onde:
E: Expansão longitudinal em mm/m;
L0: Leitura inicial da barra, após imersão em água destilada, em mm;
Li: Leitura na idade do ensaio, em mm;
Ln: Comprimento efetivo da barra em mm.

As médias das variações foram calculadas a partir do desvio relativo máximo (DRM). De
acordo com a ABNT NBR 15577-4 (2018), para valores de expansão de até 0,10%, aos 30 dias,
o DRM deve ser de até 40% da média das barras. Quando superior a 40%, deve ser calculada
nova média desconsiderando os valores da barra discrepante. Para valores de expansão acima
de 0,10% aos 30 dias, o DRM deve ser de até 20% da média das barras.
Os limites de expansão apresentados na norma estão expostos na tabela 8.

Tabela 8 – Limites normativos para as expansões referentes à RAA para o ensaio de barras.
Norma Idade Limite Classificação
< 0,19 Potencialmente inócuo
Entre 0,19 e 0,40 Potencialmente reativo grau R1
ABNT NBR 15577-1 (2018) 30 dias
Entre 0,41 e 0,60 Potencialmente reativo grau R2
> 0,60 Potencialmente reativo grau R3
Fonte: ABNT NBR 15577-1 (2018).
89

Quando se utiliza agentes mitigadores, o limite permanece o mesmo para a norma brasileira aos
30 dias (< 0,19 – mitigação eficiente).

A análise estatística dos resultados deste ensaio foi realizada utilizando-se o teste t de Student
para um nível de significância de 5%.

3.2.6.3 Ensaio Acelerado dos Miniprismas de Concreto

O ensaio acelerado dos miniprismas de concreto foi realizado conforme a norma da AASHTO
TP 110-14, de 2016, devido à sua maior rapidez em relação aos outros ensaios utilizando
concreto. Neste ensaio, são moldados conjuntos de três corpos de prova de concreto para cada
combinação de agregado/aglomerante adotada, e então medida a variação de comprimento dos
prismas submetidos a um meio alcalino e temperatura elevada para determinar a sua
susceptibilidade à reação álcali-agregado.

3.2.6.3.1 Preparo dos Corpos de Prova

Após a britagem, o agregado foi separado granulometricamente, de acordo com as frações


especificadas em norma, descritas na Tabela 9 e ilustradas na Figura 39.

Tabela 9 – Frações granulométricas para o ensaio dos miniprismas.


Peneira com abertura de malha Quantidade de material em massa
Passante Retido %
12,5 mm 9,5 mm 57,5
9,5 mm 4,75 mm 42,5
Fonte: AASHTO TP 110-14, 2016.

Figura 39 – Frações Granulométricas.

Fonte: Autora, 2019.

A seguir, foi realizada a dosagem do concreto e moldagem dos prismas, de acordo com o
procedimento descrito na AASHTO TP 110-14 (2016) e conforme combinações apresentadas
no Quadro 7. A sílica foi peneirada devido às aglomerações visíveis e a fração passante na
peneira de abertura 200 µm foi utilizada.
90

Quadro 7 – Combinações agregado/adição adotadas (porcentagem de adições em relação à massa do


cimento).
Agregado Britador Combinação Identificação
Referência (R) RM
Mandíbulas (M) 8% Sílica (S) SM
Pó 20% (PP) PPM
Agregado Vitória
Referência (R) RR
Rolos (R) 8% Sílica (S) SR
Pó 20% (PP) PPR
Mandíbulas (M) Referência (R) JM
Agregado Jaboatão (J)
Rolos (R) Referência (R) JR
Fonte: Autora, 2019.

Ao preparar o concreto com adição de sílica ativa e PAR, notou-se que este apresentava-se
muito seco. Como a norma especifica que não sejam utilizados aditivos, os corpos de prova
foram moldados. Contudo, apresentavam aspecto irregular e com imperfeições, em comparação
à combinação de referência, como observado na Figura 40 (a), (b) e (c). Desta forma, optou-se
por reduzir o teor de adição e realizar a substituição em volume, obtendo-se, assim, superfície
mais homogênea e compacta, como observado na Figura 40 (d).

Figura 40 – Corpos de prova moldados com adições.

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Referência; (b) Sílica em substituição ao cimento em massa; (c) PAR em substituição ao cimento
em massa; (d) Sílica em substituição ao cimento em volume.
91

A fim de realizar a dosagem do concreto, as porções de agregado foram misturadas e foi


determinada a massa unitária compactada da mistura, de acordo com a AASHTO T 19/T
19M:2017a, apresentada na Tabela 10.

Tabela 10 – Resultados de massa unitária das misturas de agregados.


Combinação Britador Massa Unitária (g/cm³)
Mandíbulas 1,56
Agregado Vitória
Rolos 1,59
Mandíbulas 1,56
Agregado Jaboatão
Rolos 1,56
Fonte: Autora, 2019.

A norma AASHTO TP 110-14 (2016) determina que o consumo de cimento para a dosagem
dos corpos de prova deve ser de 420 kg/m³. O volume de agregado graúdo por unidade de
volume de concreto deve ser de 0,65 e a relação água/cimento de 0,45 em massa. A água
utilizada deve ser a Tipo IV, descrita na ASTM D1193-18 como água destilada. O equivalente
alcalino do concreto deve ser aumentado para 1,25% em massa de cimento por meio da adição
de NaOH à água de amassamento. Nas combinações com substituição parcial, a mistura adição-
cimento foi previamente homogeneizada. As quantidades dos materiais estão descritas na
Tabela 11.

Tabela 11 – Quantitativo dos materiais utilizados nas combinações (porcentagem de adições em


relação ao volume do cimento).
Cimento Agregado Areia Sílica PAR (g) Água NaOH (g)
(kg) (kg) (kg) (g) (ml)
RM 1,281 3,093 2,500 - - 576,5 2,00
SM 1,208 3,093 2,500 73,29 - 576,5 1,92
PM 1,047 3,093 2,500 - 234,02 576,5 1,66
RR 1,281 3,160 2,420 - - 576,5 2,00
SR 1,208 3,160 2,420 73,29 - 576,5 1,92
PR 1,047 3,160 2,420 - 234,02 576,5 1,66
JM 1,281 3,090 2,385 - - 576,5 2,00
JR 1,281 3,090 2,385 - - 576,5 2,00
Fonte: Autora, 2019.

O procedimento de mistura se deu de acordo com a ASTM C192/C192M-18. Devido à reduzida


quantidade de materiais, foi utilizada uma argamassadeira com capacidade de 20 litros e não
foi medido o abatimento. Inicialmente, foi colocado o agregado graúdo e uma porção da água,
seguido do agregado miúdo, que foram misturados brevemente. Então, acrescentou-se o
cimento e o resto da água de amassamento, na qual estava disperso o hidróxido de sódio. Após
3 minutos de mistura, a argamassadeira foi desligada e deixou-se a mistura descansar por mais
92

3 minutos, seguidos de mais 2 minutos finais de mistura. Procedeu-se à moldagem dos prismas,
realizando duas camadas com 25 golpes cada.

Os corpos de prova foram mantidos em cura úmida por 24 h e em seguida desmoldados,


identificados e imersos em água destilada. A água, inicialmente à temperatura ambiente, teve
sua temperatura elevada gradativamente até 60ºC (≈ 20ºC/hora), de modo a evitar fissuras por
choque térmico. Passadas 24 horas, contadas a partir da imersão em água, os prismas foram
retirados, procedeu-se à leitura inicial com relógio comparador, e colocados em solução de
NaOH a 60ºC e concentração de 1 N. Este procedimento está ilustrado na Figura 41.

Figura 41 – Ensaio acelerado de miniprismas de concreto.

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Moldes preparados. (b) Corpos de prova envoltos em plástico durante a cura para evitar perda de
água. (c) Prismas desmoldados e identificados. (d) Corpos de prova imersos em solução de NaOH 1 N
a 60ºC.
93

Foram realizadas leituras aos 3, 7, 10, 14, 21, 28, 42 e 56 dias, como estabelecido pela AASHTO
TP 110-14 (2016). Para o cálculo da expansão, utilizou-se a Equação 5. A Tabela 12 apresenta
os limites normativos para a classificação do agregado.

Tabela 12 – Limites normativos para as expansões referentes à RAA para o ensaio de miniprismas.
Taxa de Expansão
Média em duas
Norma Idade Limite Classificação
Semanas (entre as
semanas 8 e 12)1
≤0,030 Não reativo -
0,031 – 0,040 Potencialmente inócuo ≤0,010 para 2 semanas
AASHTO
0,031 – 0,040 Potencialmente reativo >0,010 para 2 semanas
TP 110 56 dias
0,041 – 0,120 Moderadamente reativo -
(2014)
0,121 – 0,240 Muito reativo -
> 0,240 Altamente reativo -
Fonte: AASHTO TP 110-14 (2016).
1
Calculada a partir da expansão em 12 semanas menos a expansão a 8 semanas dividido por 2 (referente
a dois períodos de duas semanas cada).

Quando se utilizam materiais para mitigar a RAA, os limites são alterados: abaixo de 0,020%,
considera-se a mitigação como eficiente e acima de 0,025% como ineficiente; entre 0,020% e
0,025%, tem-se como incerta a classificação, sendo sugerida a repetição do ensaio com maiores
dosagens dos materiais mitigadores.

A análise estatística dos resultados deste ensaio foi realizada utilizando-se o teste t de Student
para um nível de significância de 5%.
94

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os materiais utilizados na pesquisa foram submetidos a ensaios para determinar suas


características, excetuando-se o aditivo, o qual teve sua caracterização realizada e fornecida
pelo fabricante, como apresentado na Tabela 13.

Tabela 13 – Caracterização do aditivo à base de policarboxilatos.


Parâmetro avaliado Especificação Método Resultados
Aspecto Líquido Visual Aprovado
Cor Marrom Claro Visual Aprovado
pH (puro) – 25ºC 4,50 a 6,50 ABNT NBR 10908:2008 5,64
Massa específica – 25ºC (g/cm³) 1,055 a 1,095 ABNT NBR 10908:2008 1,075
Teor de Sólidos (%) 33,00 a 37,00 ABNT NBR 10908:2008 35,21
Fonte: Fabricante.

Apresenta-se, a seguir, os resultados e discussão da caracterização física, química, mineralógica


e morfológica dos materiais, assim como ensaios realizados para avaliação da RAA.

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA

A seguir, estão apresentados os resultados de caracterização física dos materiais.

4.1.1 Massa Específica e Absorção


As massas específicas dos materiais utilizados e absorção dos agregados graúdos estão expostas
na Tabela 14.
Tabela 14 – Massas específicas dos materiais.
Material Massa Específica (g/cm³) Absorção (%)
Cimento 3,08 -
Sílica Ativa 2,20 -
Pó Mandíbulas 2,81 -
Pó Rolos 2,81 -
Agregado Vitória 2,77 0,39
Agregado Jaboatão 2,68 0,72
Areia 2,64 -
Fonte: Autora, 2019.

Observa-se, analisando as massas específicas dos materiais, que o valor de massa específica da
sílica é 28,6% inferior ao valor para o cimento, como já esperado. Já a massa específica dos
PAR é 8,8% inferior à do cimento. Esta característica foi relevante para determinar se a
substituição ocorreria por massa ou volume. Para a sílica, por exemplo, a diferença é mais
significativa quanto maior for o volume de argamassa ou concreto produzido. Para o ensaio
acelerado de barras de argamassa, que utiliza pequenas quantidades de material na produção
das barras, a argamassa com substituição de cimento por sílica em massa apresentou-se mais
95

seca, sem o uso de aditivo, quando comparada à argamassa de referência. Entretanto, ainda
permitia a moldagem e obtenção de barras com boa homogeneidade. No ensaio dos miniprismas
de concreto, que necessita de maior quantidade de materiais, os prismas produzidos, como
observado na Figura 40 (b), apresentaram superfície irregular, com grande quantidade de
vazios, comprometendo a fixação dos pinos ao concreto. Desta forma, a melhor condição seria
aquela com o uso de aditivos na presença dessa adição. Entretanto, de forma a seguir fielmente
o método de ensaio, que não prescreve aditivos, neste trabalho o teor de adição empregado foi
reduzido e a substituição foi feita, portanto, em volume. Nessa condição aplicada, o concreto
se tornou mais trabalhável, com superfície homogênea (Figura 40 (d)).

Verifica-se que o agregado Vitória apresentou maior massa específica. Esta característica pode
ser explicada pela sua composição mineralógica, com grande quantidade de biotita e
hornblenda, que possuem maior massa específica em relação aos outros minerais presentes2.

A partir da análise da tabela, nota-se que o agregado Jaboatão possui absorção 84,6% maior do
que a absorção do agregado Vitória. Este valor pode indicar maior fissuração do agregado
Jaboatão e, consequentemente, maior vulnerabilidade em relação à solução alcalina; também
pode indicar a presença de minerais que, em sua estrutura, comportem a absorção de água, como
minerais de argila, por exemplo a sericita, que foi observada em maior quantidade no agregado
Jaboatão a partir de análise petrográfica3.

4.1.2 Área Superficial Específica e Distribuição Granulométrica

No tocante à área superficial específica, a Tabela 15 apresenta os resultados utilizando o método


Blaine e BET.
Tabela 15 – Resultados de área superficial específica dos materiais.
Área superficial específica (m²/kg)
Material
Blaine BET
Cimento 460,71 ± 7,32 3.546,5
Sílica Ativa 735,94 ± 8,77 20.285,0
Pó Mandíbulas 173,79 ± 1,83 1.892,4
Pó Rolos 160,32 ± 0,26 1.826,1
Fonte: Autora, 2019.
Os resultados obtidos apontam para a maior área superficial específica da sílica em relação ao
cimento, o que já era esperado, uma vez que a sílica apresenta partículas de dimensões inferiores
às do cimento. O ensaio BET, sendo o mais adequado para partículas muito finas, como as do

2
Composição mineralógica apresentada do tópico 4.3.
3
Discutida em detalhe no tópico 4.5.1.
96

cimento e da sílica, apresenta resultados mais representativos, uma vez que mensura a superfície
de poros internos, o que é evidenciado pelos resultados superiores aos do Blaine.

Com relação aos PAR, observou-se, para os dois ensaios, uma maior área superficial específica
para o pó mandíbulas em relação ao pó rolos, provavelmente devido a diferenças entre a
morfologia das partículas.

Determinou-se a distribuição granulométrica do cimento, sílica e PAR. Para a sílica, por sua
capacidade de aglomerar-se, o ensaio foi realizado com e sem agente dispersante. Contudo, os
resultados foram semelhantes.

A sílica analisada apresentou 89,40% e 87,26% do material inferior a 75 µm, com e sem
dispersante, respectivamente, o que assinala a semelhança dos resultados. Entretanto, este
material é conhecido por sua extrema finura, confirmada por meio dos resultados de área
superficial específica já discutidos. Desta forma, a distribuição granulométrica refere-se às
aglomerações de partículas deste material, que deveriam ter sido minimizadas pelo uso do
dispersante. Romano et al. (2008) obtiveram curvas granulométricas semelhantes ao utilizar
misturador rotacional com baixa energia de cisalhamento, com uma porcentagem da sílica
acima de 75 µm, resultado que pode ser relacionado com as curvas obtidas no presente estudo,
utilizando-se agitação manual. Os autores indicaram que, para esta energia de agitação, foram
obtidos aglomerados de diâmetro médio de 20 µm. Desta forma, o resultado desta pesquisa
assemelha-se ao obtido por estes autores, sendo, possivelmente, devido à ineficácia da dispersão
dos aglomerados.

De acordo com German (1996), a aglomeração de partículas é natural, uma vez que faces
compartilhadas reduzem a energia total da superfície. Este autor correlacionou a massa
específica, área superficial específica, determinada por meio de BET, e D50, determinado por
meio de técnicas como granulometria a laser e sedimentação, criando uma equação para calcular
a quantidade de partículas aglomeradas em um pó submetido a análise automática de
distribuição granulométrica. De acordo com a sua equação, a amostra sem dispersante teria
conglomerados de 2.322.120 partículas, enquanto que com dispersante este número seria de
1.857.888, representando uma liberação de 464.232 partículas, equivalente a 20% 4. Maas,
Ideker e Juenger (2007) afirmam que essa quantidade de partículas aglomeradas é possível para
sílica densificada, comercializada desta forma para facilitar seu transporte e distribuição.

4
D50 das aglomerações sem dispersante: 40,91; D50 das aglomerações com dispersante: 37,98.
97

Considerados os erros inerentes aos ensaios e magnificados pelo cálculo, percebe-se que a
aglomeração das partículas de sílica se dá em grandes proporções e sua dispersão foi ineficiente.

Diamond e Sahu (2006) afirmam que, em misturas convencionais, grandes quantidades de


aglomerados permanecem no concreto. Nesse sentido, alguns autores, como Diamond (1997),
Diamond e Sahu (2006), Pettersson (1992), Shayan, Quick e Lancucki (1993) também apontam
para a influência dos aglomerados grandes e não dispersos de sílica, que podem se comportar
como agregados reativos, reagindo e formando gel expansivo quando a concentração de álcalis
é suficientemente alta.

A Figura 42 ilustra as curvas granulométricas dos materiais ensaiados. A Tabela 16 apresenta


os diâmetros característicos do cimento e dos pós mandíbulas e rolos.

Figura 42 – Comparação das distribuições granulométricas dos materiais utilizados.


100
90
80
70
Passante %

60
50
40
30
20
10
0
0,1 1 10 75 100 1000
Tamanho da partícula (µm)
Sílica Dispersante Pó - Mandíbula Pó - Rolos Cimento

Fonte: Autora, 2019.


Tabela 16 – Diâmetros característicos dos materiais utilizados.
Material D10 D50 D90 S
μm μm μm m²/kg
Cimento 3,30 14,94 35,05 991,00
Pó Mandíbulas 41,84 105,36 200,01 180,00
Pó Rolos 21,48 77,86 191,89 154,00
Fonte: Autora, 2019.

Verifica-se que o material com menor granulometria é o cimento, seguido pelo pó rolos e pó
mandíbulas, não considerando a sílica, neste caso, uma vez que o resultado se refere a
aglomerações, e não partículas individuais. A fração inferior a 75 µm é de 98,94%, 35,42% e
54,45 para o cimento, pó mandíbulas e pó rolos, respectivamente. Nota-se que as partículas do
pó mandíbulas são maiores, em relação às do pó rolos, o que também pode ser percebido
98

analisando os diâmetros característicos. Contudo, a área superficial específica, determinada por


este método, está de acordo com os resultados obtidos nos ensaios Blaine e BET, com o pó
proveniente do britador de mandíbulas com maior área superficial específica do que o obtido
com britador de rolos. Isto pode se dever à característica lamelar das partículas: como a
granulometria a laser determina o tamanho de partículas por meio da medição da variação
angular na intensidade da luz difundida, é possível que as medidas das partículas tenham se
realizado, em sua maioria, na face achatada do agregado, proporcionando resultados de
diâmetro maiores do que os reais; também pode estar relacionado ao modo de cálculo da área
superficial específica por esse método. O cálculo utiliza o diâmetro de Sauter, que é o diâmetro
da esfera que possui relação volume/superfície igual à de todas as partículas.

Também foi feita a análise granulométrica a laser para as frações retidas nas peneiras de
abertura 300 µm e 150 µm, para agregados obtidos por britador de mandíbulas e rolos. As
curvas granulométricas obtidas estão ilustradas nas Figuras 43 (a) e (b), para a fração 300 µm
e para os agregados Vitória e Jaboatão, respectivamente. As Figuras 43 (c) e (d) apresentam as
curvas granulométricas para a fração 150 µm e os agregados Vitória e Jaboatão,
respectivamente.

Ao analisar as curvas para ambos os agregados e granulometrias, observa-se que a curva para
os agregados obtidos pelo britador de mandíbulas está mais à esquerda, o que indica partículas
menores, quando se compara com agregados provenientes de britador de rolos, cuja curva está
mais à direita. Este fato também é observado ao analisar os diâmetros característicos, expostos
na Tabela 17.

Tabela 17 – Diâmetros característicos das frações de agregado analisadas.


Material D10 D50 D90 S
μm μm μm m²/kg
VMAND150 163,83 284,37 476,59 25,80
VROLOS150 184,33 318,90 533,49 23,10
JMAND150 172,01 298,90 503,08 23,70
JROLOS150 188,19 317,17 520,08 22,50
VMAND300 420,88 742,37 1334,23 8,83
VROLOS300 408,94 775,88 1404,94 9,40
JMAND300 448,38 747,60 1287,45 8,61
JROLOS300 430,14 775,70 1390,26 8,54
Fonte: Autora, 2019.
99

Figura 43 – Curvas granulométricas de frações retidas nas peneiras de abertura de abertura 300 µm e 150 µm.
100 100
90 90
VMand300 JMand300
80 80
VRolos300 JRolos300
70 70
Passante %

Passante %
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,100 1,000 0,100 1,000
Tamanho da Partícula (µm) Tamanho da Partícula (µm)
(a) (b)
100 100
90 90
VMand150 JMand150
80 80
70 VRolos150 70 JRolos150
Passante %

Passante %
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,010 0,100 1,000 0,010 0,100 1,000
Tamanho da Partícula (µm) Tamanho da Partícula (µm)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Fração retida na peneira de abertura 300 µm para o agregado Vitória; (b) de abertura 300 µm para o agregado Jaboatão; (c) de abertura 150 µm para o
agregado Vitória;(d) de abertura 150 µm para o agregado Jaboatão (VMand: Agregado Vitória Mandíbulas; VRolos: Agregado Vitória Rolos; JMand:
Agregado Jaboatão Mandíbulas; JRolos: Agregado Jaboatão Rolos).
100

A partir da tabela, verifica-se a mesma tendência para 150 μm: menores diâmetros para o
britador de mandíbulas e para o agregado Vitória. Para 300 μm, observa-se que, para o D10, os
agregados mandíbulas possuem maior dimensão; para os diâmetros D50 E D90, em
contrapartida, os agregados rolos possuem maior dimensão. Ao comparar os dois agregados,
para o D10 as dimensões se apresentaram maiores no agregado Jaboatão, enquanto que para o
D50 e D90 as dimensões são maiores para o agregado Vitória. Este resultado indica que as
partículas provenientes do britador de mandíbulas são menores na fração 150 μm, o que é
confirmado pelos resultados de área superficial específica, presentes na Tabela 17 e na Figura
44. A diferença de resultados para os agregados pode ser devida a características morfológicas,
decorrentes do processo de britagem, assim como características intrínsecas, como mineralogia.

Figura 44 – Área superficial específica das frações 300 μm e 150 μm.


30
25,8
23,1 23,7
Área Superficial Específica

25 22,5

20
300 μm
(m²/kg)

15 150 μm

8,83 9,40 8,61 8,54


10

0
VMAND VROLOS JMAND JROLOS
Fonte: Autora, 2019.

A área superficial específica para as frações provenientes do britador de mandíbulas é maior do


que para as frações provenientes do britador de rolos. A exceção é para a fração 300 μm rolos
do agregado Vitória, cuja área superficial específica se apresentou maior do que para a fração
mandíbulas. Tal fato pode ser devido a uma discrepância na amostra analisada.

4.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA

A caracterização química consistiu na avaliação indireta da pozolanicidade por condutividade


elétrica e no ensaio de espectrometria por fluorescência de raios X, cujos resultados estão
apresentados a seguir.
101

4.2.1 Avaliação Indireta da Pozolanicidade por Condutividade Elétrica

A atividade pozolânica das adições foi avaliada indiretamente por meio da condutividade
elétrica. A partir do ensaio, foram calculadas as perdas de condutividade, assim como a variação
entre condutividade inicial e final para cada tempo, como apresentado na Tabela 18. A Figura
45 apresenta as curvas de perda de condutividade dos materiais analisados.

Tabela 18 – Dados do ensaio de condutividade elétrica.


%LC ∆
Tempo (s)
Mand.
Sílica Rolos
Mand. Rolos Sílica
100 4,58
28,43 3,68
0,25 0,18 1,45
1000 7,32
54,24 6,27
0,37 0,32 2,77
Fonte: Autora, 2019.
LC: Perda de condutividade relativa em porcentagem;
∆: variação entre a condutividade inicial e final para cada tempo.

Figura 45 – Perda relativa de condutividade dos materiais analisados.


60,0
Perda de condutividade elétrica (%)

50,0

40,0

30,0

20,0

10,0

0,0
0 200 400 600 800 1000
Tempo total de ensaio (s)
%LCRolos %LCMandíbula %LCSílica

Fonte: Autora, 2019.

Nota-se que há um grande declínio da condutividade com a inserção de sílica na solução,


representando uma queda de 54,24% em relação ao valor inicial. Para o pó mandíbulas e rolos
esta queda é bastante branda, representando 7,32% e 6,27%, respectivamente. O pó mandíbulas
apresentou perda de condutividade levemente maior em relação ao pó rolos, o que indica maior
atividade pozolânica. Observou-se que a tendência de perda de condutividade pela sílica se
mantém, ou seja, com a continuação do ensaio, possivelmente haveria a continuação da curva;
os pós, por outro lado, parecem aproximar-se da estabilidade. O pó rolos apresentou
comportamento distinto no início do ensaio, provavelmente devido à inserção e dissolução do
material.
102

4.2.2 Espectrometria por Fluorescência de Raios X

A espectrometria FRX permitiu determinar a composição química dos materiais utilizados,


apresentada na Tabela 19.

Tabela 19 – Caracterização química dos materiais utilizados por meio de espectrometria FRX (em %).
Limite Limite (ABNT
Parâmetro Agregado Agregado
Cimento (ABNT NBR Sílica NBR 13956-
Analisado Vitória Jaboatão
16697:2018) 1:2012)
SiO2 15,62 58,15 60,10 94,28 ≥ 85,0
Al2O3 3,96 15,89 15,58 0,40 -
CaO 64,34 5,19 3,76 0,83 -
K2O 1,12 4,26 6,33 0,53 -
Na2O 0,39 3,16 2,60 0,12 -
MgO 1,20 ≤ 6,5 2,47 1,91 0,41 -
Fe2O3t 2,82 7,44 6,22 0,17 -
TiO2 0,27 1,26 1,18 nd* -
SO3 5,83 ≤ 3,5 0,09 0,07 0,09 -
P2O5 0,70 0,93 0,70 0,08 -
MnO nd* 0,12 0,09 nd* -
Cr2O3 0,02 nd* 0,02 0,01 -
NiO 0,01 nd* nd* tr** -
CuO 0,01 0,01 nd* tr** -
ZnO 0,03 0,02 0,02 tr** -
Rb2O tr** 0,02 0,03 nd* -
SrO 0,07 0,08 0,06 tr** -
ZrO2 0,01 0,04 0,05 nd* -
BaO nd* 0,14 0,14 nd* -
PbO nd* 0,01 nd* tr** -
V2O5 nd* nd* 0,01 nd*
Ga2O3 nd* nd* 0,01 nd*
Nb2O5 nd* nd* 0,01 nd*
P.F. 3,58 ≤ 4,5 0,70 1,09 3,06 ≤ 6,0
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Autora, 2019.
*Não detectado
**Traços

A partir da composição apresentada, pode-se calcular o equivalente alcalino, de acordo com a


equação 1, determinando a contribuição de álcalis de cada material. Desta forma, tem-se que o
cimento, os agregados Vitória e Jaboatão e a sílica apresentam equivalente alcalino de 1,13%,
5,96%, 6,77% e 0,47%, respectivamente, como apresentado na Tabela 20.

Tabela 20 – Equivalente alcalino dos materiais utilizados.


Material Na2O K2O Na2Oeq
Cimento 0,39 1,12 1,13
Agregado Vitória 3,16 4,26 5,96
Agregado Jaboatão 2,60 6,33 6,77
Sílica 0,12 0,53 0,47
Fonte: Autora, 2019.
103

Apesar de o valor do equivalente alcalino do cimento ser superior ao indicado para um cimento
padrão pela ABNT NBR 15577-4:2018, de (0,90 ± 0,1) %, este cimento foi utilizado em todas
as combinações, de modo que a comparação se mantém válida. Observa-se que a sílica possui
baixo equivalente alcalino. Por outro lado, os agregados possuem valor significativo de
equivalente alcalino, o que pode influenciar nos ensaios de potencial reativo, caso haja a
liberação dos álcalis pelos agregados.

4.3 CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA

A partir da Difração de Raios X, foi possível obter os difratogramas das amostras de brita e
sílica analisadas, apresentados nas Figuras 46, 47 e 48.

Figura 46 – Difratograma da brita Vitória.

Fonte: Autora, 2019.

Figura 47 – Difratograma da brita Jaboatão.

Fonte: Autora, 2019.


104

Figura 48 – Difratograma da sílica.

Fonte: Autora, 2019.

Ao analisar os padrões de difração, pode-se constatar a presença de quartzo, biotita, labradorita,


hornblenda e diopsídio na amostra de brita Vitória; quartzo, labradorita, biotita, diopsídio e
microclínio na amostra de brita Jaboatão e quartzo e moissanita na amostra de sílica, como
especificado na Quadro 8.

Quadro 8 – Caracterização Mineralógica.


Amostra Composição Mineralógica
Brita Vitória Quartzo (SiO2)
Biotita (K(Mg,Fe)3(AlSi3O10)(F,OH)2)
Labradorita ((Ca,Na)(Al,Si)4O8)
Hornblenda ((Ca,Na)2-3(Mg,Fe,Al)5(Al,Si)8O22(OH,F)2)
Diopsídio (MgCaSi2O6)
Brita Jaboatão Quartzo (SiO2)
Labradorita ((Ca,Na)(Si,Al)4O8)
Biotita (K(Mg,Fe)3(Al,Fe)Si3O10(OH,F)2)
Diopsidio (Ca(Mg,Fe)Si2O6)
Microclinio (KAlSi3O8)
Sílica Quartzo (SiO2)
Moissanita (SiC)
Fonte: Autora, 2019.

O difratograma da amostra de sílica ativa apresenta o halo amorfo entre 15º e 30º, também
obtido por Silva (2015) e Hoppe Filho et al. (2017), entre vários outros autores, o que aponta a
não cristalinidade da sílica utilizada. Já os agregados possuem composição mineralógica
similar; entretanto, o agregado Vitória possui, em sua constituição, hornblenda, enquanto o
agregado Jaboatão possui microclínio, que é um feldspato alcalino. Este resultado está em
consonância com o resultado da caracterização química, que identificou maior quantidade de
K2O no agregado Jaboatão.
105

4.4 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA

O índice de forma dos agregados Vitória e Jaboatão cominuídos por britador de mandíbulas e
de rolos foi calculado e os resultados estão apresentados na Tabela 21.

Tabela 21 – Índice de forma dos agregados.


Agregado Índice de Forma
Agregado Vitória – Mandíbulas 2,66
Agregado Vitória – Rolos 2,29
Agregado Jaboatão – Mandíbulas 2,30
Agregado Jaboatão – Rolos 2,45
Fonte: Autora, 2019.

Os resultados obtidos apontam para tendências diferentes entre os dois agregados. Para o
agregado Vitória, foi observado um maior índice de forma com o britador de mandíbulas em
relação ao britador de rolos. Tal fato implica diferenças de classificação da forma, sendo as
partículas do agregado Vitória mandíbulas classificadas como lamelares e as do agregado
Vitória rolos classificadas como alongadas. Por conseguinte, há uma maior área superficial
específica para o agregado Vitória mandíbulas.

O agregado Jaboatão, em contrapartida, possui maior índice de forma para o britador de rolos
do que para o britador de mandíbulas, o que resulta em partículas classificadas como lamelares
para o agregado Jaboatão rolos e maior área superficial específica. A diferença de áreas
superficiais específicas pode resultar em diferenças no ensaio de reatividade potencial.

Em relação ao agregado na dimensão utilizada no ensaio de barras de argamassa, foram


analisadas as frações 2,4 mm, 1,2 mm, 600 µm e 300 µm e comparadas as partículas de acordo
com o tipo de britador utilizado. A Figura 49 ilustra partículas decorrentes de britagem por
britador de mandíbulas e rolos do agregado Vitória e Jaboatão. Para cada fração analisada,
foram medidas as dimensões de face das partículas, e calculada a relação de aspecto, utilizando-
se a razão entre o comprimento e a largura observados. Os valores obtidos estão apresentados
na Tabela 22.

A partir da análise das fotos apresentadas na Figura 49, observa-se, para o agregado Vitória
mandíbulas, a predominância de partículas de grandes dimensões e alongadas, ou seja, uma das
dimensões visualizadas é consideravelmente maior do que a outra. A relação de aspecto também
aponta esta tendência, com o aumento da discrepância entre medidas ao se diminuir o tamanho
da partícula, chegando a uma medida ser quase o dobro da outra para a dimensão de 300 µm
(relação de 1,94, relativa à razão entre o comprimento e a largura da face da partícula).
106

Figura 49 – Morfologia das partículas.

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
Agregado Vitória (a) após britagem por britador de mandíbulas (VMAND); (b) após britagem por britador de rolos (VROLOS); Agregado Jaboatão (c)
após britagem por britador de mandíbulas (JMAND); (d) após britagem por britador de rolos (JROLOS).
107

Tabela 22 – Relação entre o comprimento e a largura de face das partículas (relação de aspecto).
Agregado Vitória Agregado Jaboatão
Mandíbulas Rolos Mandíbulas Rolos
2,4 mm 1,72 1,28 1,62 1,55
1,2 mm 1,81 1,52 1,88 1,75
600 µm 1,88 1,57 2,12 1,82
300 µm 1,94 1,65 2,13 2,07
Fonte: Autora, 2019.

O agregado Vitória rolos, por sua vez, possui partículas com morfologia mais cúbica em relação
às partículas do agregado mandíbulas, como também observado pelos valores da relação de
aspecto. Assim como o agregado Vitória mandíbulas, há o aumento do valor desta relação com
a diminuição do tamanho da partícula, também com valor máximo para a dimensão de 300 µm.

Ao comparar estas partículas, nota-se que, para todas as dimensões analisadas, a relação de
aspecto para o agregado Vitória mandíbulas é maior do que a relação para o agregado Vitória
rolos, indicando partículas mais alongadas. Tem-se, para as partículas de dimensão 300 µm,
que é a que possui valores de relação de aspecto mais altos, uma dimensão 94% e 65% maior
em relação à outra, para o agregado mandíbulas e rolos, respectivamente.

Para o agregado Jaboatão, observa-se que, tanto as partículas cominuídas por britador de
mandíbulas quanto por britador de rolos, têm formato alongado. A partir da relação de aspecto,
tem-se, novamente, um maior alongamento das partículas com a diminuição de seu tamanho.
Contudo, os valores para o agregado Jaboatão mandíbulas e rolos são próximos, o que difere
do ocorrido para o agregado Vitória.

Ao analisar os dois agregados, comparando os tipos de britagem, percebe-se que, para o britador
de mandíbulas, a relação de aspecto é maior no agregado Vitória apenas para a dimensão de
2,4 mm, sendo maior no agregado Jaboatão para as dimensões 1,2 mm, 600 µm e 300 µm; para
o britador de rolos, em todas as dimensões há um valor maior de relação de aspecto para o
agregado Jaboatão; isto indica que, em geral, há maior alongamento das partículas deste
agregado em relação às do agregado Vitória.

É importante analisar-se, também, o tamanho das partículas para cada granulometria estudada,
que interfere na reatividade potencial do agregado determinada pelo ensaio acelerado de barras.
A Figura 50 apresenta as partículas de dimensão 2,4 mm, 1,2 mm, 600 µm e 300 µm dos
agregados Vitória e Jaboatão. Tem-se as partículas para cada agregado e processo de britagem
postas lado a lado, visando a analisar comparativamente tamanho e características morfológicas
pertinentes.
108

Figura 50 – Tamanho de partículas de diferentes agregados para faixas granulométricas.

(a) (b)

(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) 2,4 mm; (b) 1,2 mm; (c) 600 µm; (d) 300 µm.
109

Nota-se que as partículas de 2,4 mm cominuídas pelo britador de rolos possuem menor
dimensão em relação às partículas cominuídas pelo britador de mandíbulas. Ao comparar as
partículas do agregado Vitória, é visível o maior alongamento e dimensão para mandíbulas e
maior cubicidade para rolos; para o agregado Jaboatão, o alongamento parece semelhante para
ambos os tipos de britagem. O observado está de acordo com os valores de relação de aspecto
obtidos. A partir da análise da imagem, é perceptível que as partículas do agregado Jaboatão
mandíbulas são maiores em relação a todas as outras, o que somente pode ser notado a partir da
análise visual, uma vez que o índice de forma retorna uma relação entre as dimensões de uma
partícula. Independentemente do tamanho, caso duas partículas possuam relações semelhantes
entre suas dimensões, resultarão em relações de aspecto semelhantes.

Para a fração 1,2 mm, observa-se maior regularidade do tamanho em relação à fração anterior.
Contudo, é perceptível leve diferença, com a dimensão do agregado Vitória mandíbulas maior
do que a do Vitória rolos. Em relação ao agregado Jaboatão, percebe-se que, para o agregado
Jaboatão mandíbulas, há presença de partículas de dimensões muito superiores. O formato de
todas as partículas é alongado. As observações feitas também corroboram com as relações de
aspecto obtidas.

A fração 600 µm também apresenta maior regularidade dimensional. Observa-se que as


partículas do agregado Vitória rolos são levemente maiores que as partículas do agregado
Vitória mandíbulas; as partículas do agregado Jaboatão mandíbulas são muito maiores do que
as partículas do agregado Jaboatão rolos, assim como em relação às partículas do agregado
Vitória. A morfologia das partículas mantém-se alongada e as observações concordam com os
resultados de relação de aspecto. A análise de tamanho se mostra importante, uma vez que não
poderia ser determinada a presença de partículas de dimensões superiores às demais apenas pela
aferição da relação de aspecto.

A análise das partículas de 300 µm indica semelhança de tamanhos entre as partículas Jaboatão
mandíbulas e rolos; além disso, percebe-se maior alongamento nas partículas Vitória
mandíbulas em relação às partículas Vitória rolos, estas apresentando menor dimensão. Os
resultados estão de acordo com as relações de aspecto calculadas. Contudo, ao analisar os
diâmetros característicos expostos na Tabela 15, tem-se que, para o D10, os agregados
mandíbulas são maiores e para o D50 e o D90, os agregados rolos são maiores. Neste caso,
pode ter havido influência da terceira dimensão, a qual não foi analisada na caracterização
morfológica das partículas entre 2,4 mm e 300 µm.
110

4.5 AVALIAÇÃO DA REATIVIDADE POTENCIAL E EFICIÊNCIA DE ADIÇÕES


NA MITIGAÇÃO

A reatividade potencial foi analisada por análise petrográfica, ensaio acelerado de barras e
ensaio acelerado dos miniprismas de concreto. Os resultados obtidos estão descritos a seguir.

4.5.1 Análise Petrográfica

A análise petrográfica foi realizada nos dois agregados, Vitória e Jaboatão, a partir da análise
de lâminas delgadas polidas sob microscópio de luz refletida. A descrição petrográfica está
apresentada a seguir.

4.5.1.1 Agregado Vitória

Foi feita a análise petrográfica de sete amostras, separadas em quatro grupos devido a suas
características macroscópicas semelhantes. Os resultados desta análise permitiram separá-las
em dois grupos, um cuja coloração é predominantemente escura (Grupo 1) e outro que possui
porções escuras e claras (Grupo 2), uma vez que possuem descrições petrográficas semelhantes.

As amostras em questão são rochas metamórficas, sendo o grupo 1 classificado como


ortognaisse de composição diorítica, com estrutura gnáissica, e o grupo 2 como ortognaisse de
composição granodiorítica, com estrutura milonítica, ambos com granulação média.

O grupo 1 possui como minerais principais plagioclásio, hornblenda e biotita, e como minerais
secundários quartzo, titanita, epidoto, apatita e minerais opacos. As feições deletérias
observadas são quartzo microgranular e extinção ondulante, como ilustrado na Figura 51. As
amostras apresentam microfissuração moderada. O quadro 9 sintetiza as características
petrográficas observadas.
Figura 51 – Agregado Vitória - Fotomicrografias a nicóis cruzados.

(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Extinção ondulante e (b) os pequenos cristais de quartzo (Qz), além de plagioclásio (Pl), e
presença de hornblenda (Hbl) e biotita (Bt).
111

Quadro 9 – Síntese da análise petrográfica do agregado Vitória para o grupo 1.


Características Microscópicas – Grupo 1
Principal Plagioclásio, hornblenda e biotita
Quartzo, titanita, epidoto, apatita e minerais
Mineralogia Subordinada
opacos
Reativa/ Deletéria Quartzo microgranular e extinção ondulante
Cor Coloração predominantemente preta com porções esbranquiçadas
Estrutura Gnáissica
Textura Inequigranular
Granulação Média
Feldspatos Presentes (>5%)
Alteração Não observada
Porcentagem de quartzo
2%
microgranular
Quartzo deformado (ângulo de extinção ondulante >30° e quartzo
Deformação do Agregado
microgranular)
Propriedade físico-mecânica Rocha coerente
Forma dos minerais Subédrica a anédrica
Tipo de Rocha Metamórfica
Protólito Rocha ígnea básica
Classificação Petrográfica Ortognaisse de composição diorítica
Reatividade Potencial Potencialmente inócuo
Fonte: Autora, 2019.

O grupo 2, por sua vez, possui como minerais principais microclina, quartzo, biotita e
plagioclásio e como minerais secundários epidoto, titanita, apatita, biotita, hornblenda e
minerais opacos. As feições deletérias observadas são extensa formação de quartzo
microgranular, formação de subgrão, alguns cristais fitados e extinção ondulante, além de
alteração no feldspato, com a presença de mimerquita, mesopertita, pertita em chama e sericita.
A Figura 52 apresenta algumas destas feições.
Figura 52 – (a) Fotomicrografia a nicóis cruzado evidenciando a extinção ondulante do quartzo (Qz).;
(b) Quartzo recristalizado (Qz).

(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
112

O microbandamento observado neste grupo se trata de biotita e hornblenda intercalada por


quartzo e feldspato. Também foi observada a presença de sílica amorfa preenchendo fissuras
no quartzo e a presença de clorita, que é um mineral de alteração da biotita. As amostras
possuem microfissuração moderada. O Quadro 10 apresenta uma síntese das características
petrográficas do Grupo 2.

Quadro 10 – Síntese da análise petrográfica do agregado Vitória para o grupo 2.


Características Microscópicas – Grupo 2
Principal Microclina, quartzo, biotita e plagioclásio
Epidoto, titanita, apatita, biotita,
Mineralogia Subordinada
hornblenda e minerais opacos
Quartzo microgranular, extinção
Reativa/ Deletéria
ondulante, formação de subgrão
Cor Coloração com porções escuras e claras
Estrutura Milonítica
Textura Inequigranular
Granulação Média
Feldspatos Presentes (> 5%)
Alteração Mimerquita, pertita e sericita
Porcentagem de quartzo
16%
microgranular
Quartzo deformado (ângulo de extinção ondulante> 30°, quartzo
Deformação do Agregado
microgranular e formação de subgrão)
Propriedade físico-mecânica Rocha coerente
Forma dos minerais Subédrica a anédrica
Tipo de Rocha Metamórfica
Protólito Rocha ígnea básica
Classificação Petrográfica Ortognaisse de composição granodiorítica
Reatividade Potencial Potencialmente reativo
Fonte: Autora, 2019.

4.5.1.2 Agregado Jaboatão

O agregado analisado é uma rocha ígnea que varia de granodiorito a tonalito, de granulação
média e coloração clara com porções rosa. Apresenta como minerais principais plagioclásio e
quartzo e como minerais subordinados, microclina, biotita, hornblenda, zircão, clorita, titanita
e minerais opacos. A microclina foi observada em grandes fenocristais, com inclusões de biotita
e minerais opacos. O quartzo apresenta extinção ondulante e pouca quantidade de
recristalização, além de microfissuração, como observado na Figura 53 (a), (b) e (c). Quanto
aos feldspatos, apresentam sericitização e presença de mimerquita e pertita em chama, como
visto na Figura 53 (d), (e) e (f). Também foi observada microfissuração nos cristais de feldspato.
113

Os cristais apresentam textura ideomórfica, ou seja, cristais com faces desenvolvidas. As


amostras analisadas apresentam microfissuração moderada, com fissuras preenchidas por
biotita, como observado na Figura 53 (e).

Figura 53 – Feições do agregado Jaboatão.

(a) (b)

(c) (d)

(e) (f)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Extinção ondulante do quartzo (Qz) – Barra: 500 µm, Aumento: 4x; (b) Quartzo microgranular e
feldspato microfissurado (Qz) – Barra: 200 µm, Aumento: 10x; (c) Quartzo fraturado (Qz) – Barra: 500
µm, Aumento: 4x; (d) Mega cristal de plagioclásio alterado para sericita - Barra: 500 µm, Aumento: 4x;
(e) Seta superior indicando fratura preenchida por biotita (Bt) e seta inferior indicando a presença de
mimerquita - Barra: 200 µm, Aumento: 10x.; (f) Pertita em chama - Barra: 200 µm, Aumento: 10x.
114

O quadro 11 apresenta uma síntese da análise petrográfica do agregado.

Quadro 11 – Síntese da análise petrográfica para o agregado Jaboatão.


Características Microscópicas – Agregado Jaboatão
Principal Plagioclásio e quartzo
Microclina, biotita, hornblenda,
Subordinada zircão, clorita, titanita e minerais
Mineralogia
opacos
Quartzo microgranular e extinção
Reativa/ Deletéria
ondulante
Cor Coloração predominantemente clara, com porções rosas
Estrutura Maciça
Textura Idiomórfica a subdiomórfica
Granulação Média
Feldspatos Presentes (>5%)
Alteração Mimerquita, pertita em chama e sericita
Porcentagem de quartzo
<5%
microgranular
Quartzo deformado (ângulo de extinção ondulante > 30º, quartzo
Deformação do Agregado
microgranular)
Propriedade físico-
Rocha muito coerente
mecânica
Forma dos minerais Subédrica a anédrica
Tipo de Rocha Ígnea plutônica
Classificação Petrográfica Granodiorito a Tonalito
Reatividade Potencial Potencialmente inócuo
Fonte: Autora, 2019.

De acordo com as análises realizadas, observa-se que, nos dois agregados, houve presença de
minerais de alteração secundária e texturas de exsolução no feldspato. Essas texturas devem ser
identificadas, como indicado pela ABNT NBR 15577-3 (2018); entretanto não devem ser
primordiais na classificação do agregado, uma vez que não há completo entendimento de sua
ação em relação à reatividade potencial do agregado. Prado (2008), por exemplo, observou
inexistência de correlação entre a presença de minerais de alteração secundária, como a sericita,
e texturas de exsolução, como mimerquita e pertita, no aumento das expansões no ensaio
acelerado de barras de argamassa.

Da mesma forma, a extinção ondulante não deve ser fator preponderante na classificação do
agregado, e sim uma indicação da alteração da rocha, uma vez que estudos apontam para a
reduzida influência desta característica no potencial reativo, como os trabalhos de Barisone e
Restivo (1992), French (1992) e Grattan-Bellew (1992). Diversos autores atribuem a maior
reatividade potencial de agregados à deformação da rocha e consequente presença de quartzo
microcristalino (BARISONE e RESTIVO, 1992; RAMOS et al., 2016; RODRIGUES, 1994;
115

SHAYAN, 1993), o que está presente nas normas relativas à análise petrográfica, como a
ABNT NBR 15577-3 (2018) e a ASTM C295 (2018) e foi principal fator na classificação dos
agregados.

Desta forma, a partir da análise petrográfica, classificou-se o agregado Vitória em


potencialmente reativo, devido à grande quantidade de quartzo microgranular (16%). Neste
agregado, também foi observada presença de ângulo de extinção superior a 30º e texturas
secundárias do feldspato; o agregado Jaboatão foi classificado como potencialmente inócuo,
uma vez que a porcentagem de quartzo microcristalino é inferior a 5%, apesar de ser observado
ângulo de extinção ondulante superior a 30º. Note-se, contudo, que o agregado Vitória possui
uma porção considerada potencialmente inócua. A classificação deste agregado como
potencialmente reativo baseia-se na predominância da porção reativa. Entretanto, este fato pode
ter influência nos ensaios de reatividade potencial e no desempenho de estruturas em campo,
dependendo da amostra de agregados utilizada.

Um fator importante a ser analisado é a liberação de álcalis pelo agregado, o que pode interferir
na química da solução dos poros e, consequentemente, no progresso da reação álcali-agregado
(LEEMANN e HOLZER, 2005; WANG et al., 2008). Wang et al.(2008) apontam que a taxa
de liberação de álcalis pode ser influenciada pelo tipo de agregado. De fato, Bérubé et al.
(2002), Ferraz et al.(2017) e Soares et al. (2016) em seus estudos, determinaram que, em
solução alcalina, mais álcalis são liberados dos feldspatos, e depreenderam que os feldspatos
podem ser uma fonte de álcalis com o tempo. Os agregados analisados possuem os minerais do
grupo dos feldspatos como os principais constituintes, o que pode influir nos ensaios de
reatividade potencial. Soares et al. (2016) indicaram que o tamanho das partículas dos
agregados e a solução alcalina utilizada também interferem na liberação de álcalis pelo
agregado, determinando que, quanto menor o tamanho, maior a liberação e que há maior
liberação de íons K+ em soluções de 1N de NaOH. Lu et al. (2006) determinaram que, quanto
menor a granulometria e maior a temperatura, maior e mais rápida é a liberação de álcalis pelos
agregados. Já Menéndez et al. (2016) destacaram a importância do tempo de ensaio na extração
de álcalis. Estes resultados têm grande importância, uma vez que o ensaio acelerado de barras
de argamassa é realizado com a cominuição do agregado; nesse ensaio, assim como no de
miniprismas de concreto, há a imersão das barras e prismas em solução de 1N de NaOH a 80ºC
e 60ºC, por 28 dias e 54 dias, respectivamente. Em conjunto com a grande quantidade de
minerais de feldspato presentes nos agregados analisados, há possibilidade de contribuição de
álcalis por parte dos agregados, intensificando, portanto, os resultados de expansão dos ensaios.
116

4.5.2 Ensaios Acelerados

A partir do ensaio acelerado de barras de argamassa, realizado de acordo com a ABNT NBR
15577-4:2018 e ABNT NBR 15577-5:2018, e do ensaio acelerado dos miniprismas de concreto,
descrito na norma AASHTO TP 110-14:2016, obteve-se os resultados de expansão para cada
composição analisada, apresentados a seguir.

4.5.2.1 Composições de Referência

As composições de referência para o agregado Vitória e Jaboatão utilizando o britador de


mandíbulas e de rolos apresentaram valores de expansão distintos, como visto na Figura 54.

Figura 54 – Resultados de expansão do ensaio acelerado de barras para as composições de referência


com britador de mandíbulas e rolos para o agregado Vitória e Jaboatão.

0,35
0,34

0,30

0,25
Expansão (%)

0,20

0,15 0,15
0,13
0,10 0,10

0,05

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (Dias)

Vitória Mandíbulas Vitória Rolos Jaboatão Mandíbulas


Jaboatão Rolos Limite ABNT NBR 15577

Fonte: Autora, 2019.

Verifica-se que as expansões obtidas para as barras com o agregado Vitória proveniente de
britador de mandíbulas foram superiores às obtidas para o agregado produzido com o britador
de rolos. O valor obtido para britador de mandíbulas classifica o agregado como potencialmente
reativo, de acordo com os critérios da ABNT NBR 15577-1 (2018). Contudo, para o britador
de rolos, as expansões obtidas permitem classificá-lo como potencialmente inócuo.
117

O valor obtido para britador de mandíbulas está em consonância com os resultados de Prado
(2008) e Silva (2009) que, utilizando agregados da mesma região, obtiveram expansões de
0,35% e 0,48% aos 30 dias, consideradas altas.

O agregado Jaboatão apresentou comportamento potencialmente inócuo, uma vez que as


expansões se situaram abaixo do limite normativo aos 30 dias. Ao contrário do que ocorreu
com o agregado Vitória, para o agregado Jaboatão a composição rolos apresentou expansões
maiores do que a composição mandíbulas, o que pode indicar que há influência do tipo de
agregado na morfologia das partículas produzidas por diferentes britadores e,
consequentemente, nas expansões. As combinações classificam-se como potencialmente
inócuas, de acordo com a norma brasileira.

Ao analisar os valores obtidos para o agregado Vitória, observa-se grande discrepância entre os
resultados para os diferentes britadores utilizados, de modo que o ensaio foi refeito. Os
resultados da repetição estão apresentados na Figura 55.

Figura 55 – Resultados de expansão do ensaio acelerado de barras para as composições de referência


com britador de mandíbulas e rolos com repetição para o agregado Vitória.
0,35
0,34

0,30

0,25
Expansão (%)

0,20
0,19

0,15
0,13

0,10 0,12

0,05

0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (Dias)
Vitória Mandíbulas Vitória Rolos
Vitória Mandíbulas Repetição Vitória Rolos Repetição
Limite ABNT NBR 15577

Fonte: Autora, 2019.


118

Nota-se que houve menor discrepância entre os resultados obtidos para os diferentes britadores.
A tendência de maior expansão para o agregado mandíbulas se mantém, assim como a
classificação, com a composição mandíbulas identificada como potencialmente reativa e a
composição rolos como potencialmente inócua. A diferença entre as expansões é,
provavelmente, consequência do uso de diferentes lotes de amostras de agregado para a
moldagem dos corpos de prova. Esta diferença é mais pronunciada para a composição
mandíbulas, uma vez que a composição rolos apresenta expansão similar aos 30 dias. Desta
forma, percebe-se a complexidade do agregado, com a obtenção de expansões bastante distintas
para amostras diferentes de um mesmo lote. Esta complexidade já havia sido observada na
análise petrográfica, com a presença de uma porção do agregado reativa e, em menor
quantidade, uma porção inócua.

As combinações subsequentes, utilizando adições, foram produzidas a partir da amostra inicial


do agregado Vitória, cujas expansões aos 30 dias foram iguais a 0,34% e 0,13% para agregado
mandíbulas e rolos, respectivamente; as comparações foram realizadas considerando estes
valores. O agregado Jaboatão, por mostrar comportamento inócuo no ensaio, não foi testado
com outras combinações.

Analisando-se estatisticamente os valores obtidos, utilizando o teste t de Student, tem-se que,


para um nível de significância de 5%, há uma diferença significativa nos resultados com o uso
de diferentes tipos de britadores, tanto para o agregado Vitória, na combinação inicial e na
repetição, quanto para o agregado Jaboatão, como observado na Tabela 23.

Tabela 23 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras na idade de 30 dias para as
combinações de referência do agregado Vitória e Jaboatão.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.*
-3
Vitória Mandíbula 0,337 2,51.10
6,899 4,302 0,0204 S
Vitória Rolos 0,132 8,45.10-5
-4
Vitória Mandíbula Repetição 0,187 6,19.10
4,302 3,182 0,0230 S
Vitória Rolos Repetição 0,116 1,96.10-4
Jaboatão Mandíbula 0,095 7,03.10-5
-9,231 2,776 0,0008 S
Jaboatão Rolos 0,149 3,23.10-5
Fonte: Autora, 2019.
*S: Significativo; NS: Não significativo.

Em relação ao ensaio acelerado dos miniprismas de concreto, as Figuras 56 e 57 apresentam os


gráficos de expansão das combinações de referência para os agregados Vitória e Jaboatão,
respectivamente.
119

Figura 56 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações de referência com o


agregado Vitória.
0,120
0,102
0,100
0,082
Expansão (%)

0,080

0,060

0,040

0,020

0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56
Idade (dias)
Vitória Mandíbulas Vitória Rolos Limite AASHTO

Fonte: Autora, 2019.

Figura 57 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com o agregado


Jaboatão.
0,070

0,060 0,060
0,053
0,050
Expansão (%)

0,042
0,040
0,040
0,030

0,020

0,010

0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56 70 84
Idade (dias)
Jaboatão Mandíbulas Jaboatão Rolos Limite AASHTO

Fonte: Autora, 2019.

A partir da análise do gráfico, nota-se que a tendência observada no ensaio acelerado de barras
de argamassa mantém-se neste ensaio. A combinação com agregados cominuídos por britador
de mandíbulas para o agregado Vitória apresenta expansão cerca de 20% maior em relação à
combinação por britador de rolos. Contudo, neste ensaio, ambas as combinações foram
classificadas como moderadamente reativas, de acordo com a norma da AASHTO. Este
resultado pode indicar a maior influência do modo de britagem no resultado do ensaio acelerado
de barras de argamassa.
120

Em relação ao agregado Jaboatão, nota-se que ambas as combinações apresentaram resultados


de expansão próximos ao limite estabelecido pela AASHTO, de 0,040%, aos 56 dias. Desta
forma, as leituras foram continuadas até os 84 dias, e foi mensurada a taxa de expansão média
entre as semanas 8 e 12, como exposto na Tabela 12. Estas taxas foram de 0,009 e 0,006 para a
composição mandíbulas e rolos, respectivamente, classificando-as em potencialmente inócuas.
Tal resultado está em consonância com os resultados obtidos no ensaio acelerado de barras e
na análise petrográfica.

Os resultados também foram analisados estatisticamente, como apresentado na Tabela 24. Para
o agregado Jaboatão, a análise foi feita para 56 e 84 dias, de modo a comparar com o agregado
Vitória na mesma idade e analisar os resultados na idade final de ensaio.

Tabela 24 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de miniprismas para as combinações de


referência do agregado Vitória e Jaboatão.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
Vitória Mandíbula (56 dias) 0,102 2,00.10-6
5,014 4,303 0,0375 S
Vitória Rolos (56 dias) 0,082 4,63.10-5
Jaboatão Mandíbula (56 dias) 0,042 3,20. 10-5
0,470 4,302 0,6844 NS
Jaboatão Rolos (56 dias) 0,040 2,45. 10-5
Jaboatão Mandíbula (84 dias) 0,060 4,50.10-6
1,522 12,706 0,3702 NS
Jaboatão Rolos (84 dias) 0,053 3,20.10-5
Fonte: Autora, 2019.

Observa-se que, para o agregado Vitória, o uso de diferentes britadores teve influência
significativa nas expansões no ensaio de miniprismas, como também observado para o ensaio
acelerado de barras. Em contrapartida, esta variável não se mostrou significativa para o
agregado Jaboatão, tanto na idade de 56 dias quanto na idade de 84 dias, ao contrário do que
ocorreu no ensaio de barras, o que pode indicar que esta influência depende do agregado
utilizado.

A partir da análise dos ensaios, nota-se que houve diferença significativa nas expansões
alterando o tipo de britador, principalmente para o ensaio de barras, modificando, inclusive, a
classificação quanto à reatividade potencial, como observado para a combinação Vitória rolos.
Sabendo-se que, de acordo com a análise petrográfica, este agregado é considerado
potencialmente reativo, pode-se inferir que, neste caso, o tipo de britagem pode levar à
classificação errônea pelo método das barras, ocorrendo um falso negativo. Entretanto, observa-
se que, para o agregado Jaboatão, embora as combinações de referência tenham obtido
expansões abaixo do limite para classificação como potencialmente reativo, a composição rolos
apresentou expansão cerca de 56% maior do que a composição mandíbulas. Este
comportamento divergente pode indicar influência do tipo de agregado.
121

No caso em questão, tem-se que o agregado Vitória é proveniente de rocha metamórfica, com
estrutura gnáissica a milonítica. As estruturas metamórficas conferem um bandamento à rocha,
que pode resultar em planos preferenciais de quebra, produzindo partículas mais lamelares.
Desta forma, com a britagem por meio de britador de mandíbulas, houve a formação de
partículas lamelares. Com o britador de rolos houve a formação de partículas alongadas;
contudo, como foi necessária rebritagem para atingir as dimensões necessárias ao ensaio, as
partículas lamelares podem ter se partido, formando partículas um pouco mais cúbicas, o que
pode ser observado por meio da análise das relações de aspecto. Disto, resultaram as maiores
expansões para a combinação mandíbulas, com partículas mais lamelares e maior área
superficial específica, como observado para as partículas de 150 µm.

O agregado Jaboatão, por sua vez, é proveniente de rocha ígnea e possui estrutura maciça.
Segundo Frazão e Paraguassu (1998), rochas de estrutura maciça tendem a formar partículas
cúbicas após o processo de britagem. Contudo, eles afirmam que, para esta estrutura e
dimensões menores, a tendência é a de formação de partículas mais alongadas e lamelares.
Desta forma, formaram-se partículas alongadas para o britador de mandíbulas e lamelares para
o britador de rolos. O alongamento das partículas é confirmado pelos resultados de relação de
aspecto. As análises de tamanho também indicam que as partículas do agregado Jaboatão
mandíbulas são maiores em relação àquelas da combinação rolos. A diferença de tamanho
também pode ter influência nas expansões, uma vez que o maior tamanho implica menor área
superficial específica. As características morfológicas e de tamanho em relação à britagem são,
portanto, inerentes ao tipo de rocha utilizado.

O resultado obtido no ensaio de miniprismas confirma os obtidos no ensaio de barras e na


análise petrográfica. A diferença de expansão para as combinações mandíbulas e rolos foi
significativa para o agregado Vitória, embora não tão pronunciada quanto no ensaio de barras.
O reduzido tamanho das partículas no ensaio de barras e, consequentemente, sua maior área
superficial específica podem ter resultado na discrepância entre as expansões; esta diferença foi
minimizada no ensaio de miniprismas devido às maiores faixas granulométricas utilizadas,
resultando em superfícies específicas totais similares.

4.5.2.2 Combinações com Sílica

As composições com sílica utilizaram apenas o agregado Vitória. As expansões das barras com
sílica, com substituição de 8% em massa e volume (6,3% em massa) do cimento e em massa na
porcentagem de 15%, estão apresentadas na Figura 58.
122

Figura 58 – Resultados médios de expansão para as composições com sílica.

0,33 0,34

0,30
0,27
0,24
Expansão (%)

0,21
0,18 0,19
0,17
0,15 0,15
0,13
0,12 0,12
0,09 0,09
0,07
0,06
0,03
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos 6,3% Sílica Mandíbula
6,3% Sílica Rolos 8% Sílica Mandíbula 8% Sílica Rolos
15% Sílica Mandíbula 15% Sílica Rolos Limite ABNT NBR 15577

Fonte: Autora, 2019.

Analisando a expansão aos 30 dias, tem-se que o comportamento para as composições de


referência se mantém, com as composições de mandíbulas com expansões maiores do que as
de rolos; a exceção é a composição com 8% de sílica em volume (6,3% em massa), na qual
houve comportamento contrário, apesar de expansões próximas. Com a utilização de 8% de
sílica ativa em massa, observou-se que houve redução significativa das expansões.
Considerando a norma brasileira, as expansões mantiveram-se abaixo de 0,19% aos 30 dias o
que classifica a mitigação como eficiente. Para as barras com 15% de sílica, as expansões
também foram mitigadas em relação à amostra de referência. Houve uma diminuição de cerca
de 56% e 72% das expansões para as composições mandíbulas com uso de 8% e 15% de sílica,
respectivamente; para as composições rolos, houve diminuição de cerca de 11% e 47%, com
uso de 8% e 15% de sílica.

O teor de 8% de sílica ativa (em volume de substituição) na composição mandíbulas não foi
capaz de mitigar as expansões a níveis aceitáveis; atingiu, de qualquer forma, reduções da
ordem de 50%. Na composição rolos, esse mesmo teor não mitigou as expansões e, além disso,
não produziu qualquer redução; nessa condição, as expansões foram intensificadas quando
123

comparadas à amostra de referência. A ação da sílica ativa pode ser melhor observada na Figura
59, que ilustra as expansões em relação à porcentagem de sílica em massa, aos 30 e 16 dias.

Figura 59 – Efeito da sílica na redução das expansões.


0,4
0,35
0,3
0,25
Expansão

0,2
0,15
0,1
0,05
0
0% 6,3% 8% 8% 15%
Porcentagem de substituição
Sílica Mandíbula 30 dias Sílica Rolos 30 dias Sílica Mandíbula 16 dias
Sílica Rolos 16 dias Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.

Percebe-se que há um aumento expressivo das expansões entre as idades de 16 e 30 dias. Para
a combinação mandíbulas, há uma redução significativa das expansões com o acréscimo de
sílica; a composição rolos, em contrapartida, apresenta aumento das expansões para a
porcentagem de 8% em volume, correspondente a 6,3% em massa, em relação à combinação
de referência. Para as demais porcentagens, houve diminuição das expansões. Tal
comportamento já foi observado por outros autores, como por exemplo Boddy e Hooton (2000)
e Duchesne e Bérubé (1994, 2001), que constataram mitigação insuficiente e até mesmo
aumento das expansões para baixos teores de sílica ativa em substituição ao cimento.

Observa-se que, para os teores de sílica de 8% e 15%, foi possível reduzir as expansões para
valores abaixo do limite estabelecido pela ABNT NBR 15577-1 (2018).

A Figura 60 ilustra as expansões obtidas no ensaio de miniprismas de concreto para as


combinações com sílica substituindo em 8% o volume de cimento.

Os resultados presentes no gráfico demonstram, assim como as combinações de referência, a


manutenção da tendência de maiores expansões para combinação com agregados cominuídos
por britador de mandíbulas.
124

Figura 60 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com sílica.


0,120

0,100 0,102

0,080 0,082
Expansão (%)

0,060 0,059
0,049
0,040

0,020

0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos Sílica Mandíbulas
Sílica Rolos Limite AASHTO Limite AASHTO - Mitigação

Fonte: Autora, 2019.

Com o uso da sílica, houve uma diminuição das expansões em cerca de 42% e 40% para a
combinação mandíbulas e rolos, respectivamente. Apesar desta diminuição, as combinações
mantiveram a classificação de moderadamente reativas, com mitigação ineficiente. Este
resultado pode indicar a ineficiência da porcentagem de sílica ativa adotada em mitigar as
expansões devidas à RAA, podendo ter ocorrido um falso negativo no ensaio acelerado de
barras de argamassa para a composição mandíbulas.

Os resultados da análise estatística estão apresentados nas Tabelas 25 e 26, avaliando a


influência do tipo de britador e da porcentagem de adição, respectivamente.

Tabela 25 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras na idade de 30 dias para as
combinações com sílica, avaliando a influência do tipo de britador.
Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
8% Sílica Mandíbulas 0,148 7,95.10
3,572 4,303 0,0702 NS
8% Sílica Rolos 0,117 9,80.10-5
15% Sílica Mandíbulas 0,094 1,80.10-4
2,276 12,706 0,2635 NS
15% Sílica Rolos 0,070 4,90.10-5
8% Sílica Volume
0,168 3,43.10-5
Mandíbulas -3,869 3,182 0,0305 S
8% Sílica Volume Rolos 0,187 2,45.10-5
Ensaio Acelerado de Miniprismas de Concreto
Sílica Mandíbula 0,059 1,80.10-5
3,162 12,706 0,1950 NS
Sílica Rolos 0,049 2,00. 10-6
Fonte: Autora, 2019.
125

Tabela 26 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com sílica,
avaliando a influência da porcentagem de adição.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
8% Sílica Mandíbulas 0,148 7,95.10-5
5,048 4,303 0,0371 S
15% Sílica Mandíbulas 0,094 1,80.10-4
8% Sílica Rolos 0,117 9,80.10-5
5,815 4,303 0,0283 S
15% Sílica Rolos 0,070 4,90.10-5
Fonte: Autora, 2019.

Observa-se que o tipo de britador não influencia de forma significativa as combinações com
8% e 15% de sílica, para o ensaio acelerado de barras de argamassa. Entretanto, esta influência
é significativa para a combinação com 8% em volume (6,3% em massa). A progressão do p-
valor para as diferentes porcentagens de sílica indica a diminuição da influência do tipo de
britador com o aumento da porcentagem de adição de sílica ativa. Os resultados do ensaio de
miniprismas de concreto também não foram influenciados significativamente pelo tipo de
britador. Referente à porcentagem de sílica ativa utilizada, este é um fator relevante no resultado
das expansões no ensaio acelerado de barras de argamassa.

Com relação ao uso da sílica ativa, utilizada nas porcentagens de 8% e 15% em massa
substituindo o cimento, houve uma mitigação eficaz das expansões provenientes da RAA no
ensaio acelerado de barras, observando-se expansões menores para a combinação rolos,
provavelmente pelos motivos expostos para a combinação de referência. A porcentagem de 8%
foi substituída em massa e volume, sendo 8% em volume equivalente a 6,3% em massa; neste
caso, foram observadas grandes expansões, com a combinação rolos excedendo, inclusive, o
valor de expansão de referência. O ensaio acelerado de miniprismas de concreto retornou
resultados contraditórios. Em ambas as combinações, neste ensaio, houve redução das
expansões, porém insuficiente para mitigar a níveis aceitáveis. Este resultado pode indicar a
aglomeração da sílica, acarretando em efeito deletério. Diamond, Sahu e Thaulow (2004)
apontam que a dispersão de aglomerações de sílica depende da eficiência das ações de quebra
e cisalhamento para elas transmitidas durante o processo de mistura. Como a mistura ocorreu
em argamassadeira, é possível que não tenha havido energia suficiente para promover a
desagregação dos aglomerados.

4.5.2.3 Combinações com Pó de Agregado Reativo

Para as composições com PAR provenientes de britadores distintos, utilizou-se apenas o


agregado Vitória. Esta adição foi usada em substituição ao cimento nas porcentagens de 10%
em massa e 20% em massa e volume (18,2% em massa), e foram obtidas as expansões, para o
ensaio acelerado de barras de argamassa, apresentadas na Figura 61.
126

Figura 61 – Resultados de expansão em barras de argamassa para as composições com pó de agregado


reativo substituindo o cimento.
0,36
0,33 0,34

0,30
0,27
0,24
Expansão (%)

0,21
0,18 0,15
0,13
0,15 0,13
0,12 0,13
0,12
0,09 0,11
0,09
0,06
0,03
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos Pó 10% Mandíbulas
Pó 10% Rolos Pó 18,2% Mandíbulas Pó 18,2% Rolos - Volume
Pó 20% Mandíbulas Pó 20% Rolos Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.

Observa-se que os resultados obtidos foram bastante similares, com as composições mandíbulas
com 10%, 18,2% e 20% em massa, com expansões de 0,12%, 0,15% e 0,09% aos 30 dias; as
composições rolos apresentaram 0,13%, 0,13% e 0,11%, respectivamente.

Para as barras com uso de PAR, aquelas com agregado britado por britador de mandíbulas e pó
mandíbulas resultaram em expansões inferiores às do agregado e pó obtidos por britador de
rolos, à exceção da combinação com 20% de pó em volume (18,2% em massa). Este
comportamento se opõe ao observado nas combinações de referência e com sílica, o que pode
ser devido a diferenças de morfologia e área superficial específica das partículas dos pós.
Analisando-se a partir do parâmetro da norma brasileira, nas combinações com 10% de PAR a
mitigação foi eficiente. Houve diminuição de cerca de 63% da expansão para a combinação
mandíbulas em relação à combinação de referência; contudo, para a combinação rolos, a
expansão foi a mesma, o que pode ser devido à granulometria do pó rolos ou à sua área
superficial específica, que é menor do que a do pó mandíbulas, de acordo com os resultados
dos ensaios Blaine e BET. Com a utilização de 20% de pó, a redução nas expansões foi de cerca
de 73% e 14% para a combinação mandíbulas e rolos, respectivamente. Os valores de expansão
127

destas combinações foram inferiores ao limite estabelecido pela norma brasileira, apontando
para a eficiência na mitigação.

Observa-se que as curvas de expansão para ambos os britadores e porcentagens mantiveram o


mesmo comportamento, assim como expansões semelhantes aos 30 dias, o que indica efeito
semelhante, independentemente da morfologia das partículas do pó.

Cabe mencionar que os valores de expansão obtidos com o uso de PAR foram semelhantes aos
obtidos com a utilização de sílica ativa, o que é um resultado peculiar já que a sílica ativa é uma
superpozolana. Este comportamento, entretanto, pode ser explicado pela aglomeração das
partículas de sílica, o que proporcionou uma menor área superficial específica e,
consequentemente, menor eficácia na mitigação das expansões. A Figura 62 apresenta a ação
do pó de agregado reativo, destacando a redução de expansões para as porcentagens utilizadas.

Figura 62 – Efeito do pó de agregado reativo na redução das expansões.


0,4

0,35

0,3

0,25
Expansão

0,2

0,15

0,1

0,05

0
0% 10% 18,2% 20%
Porcentagem de substituição
Pó Mandíbulas 30 dias Pó Mandíbulas 16 dias Pó Rolos 30 dias
Pó Rolos 16 dias Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.

Houve um decréscimo pronunciado das expansões para a combinação mandíbulas, enquanto na


combinação rolos a redução foi pouco expressiva. Nota-se que, assim como com a sílica, houve
uma grande redução das expansões para a combinação mandíbulas, enquanto que a composição
rolos teve pequenas reduções. Com a adição de 10% de pó rolos, a expansão manteve-se a
mesma em relação à combinação de referência, como mencionado anteriormente. Como o
comportamento das curvas é similar para a sílica ativa e o pó de agregado reativo, infere-se que
ambos têm efeito semelhante e/ou a morfologia das partículas utilizando-se diferentes
britadores influenciou sobremaneira no efeito das adições utilizadas.
128

O comportamento observado para a sílica ativa também é visto para o pó de agregado reativo,
com o aumento das expansões com a substituição em volume (18,2% em massa). Para a
composição mandíbulas, a expansão obtida foi maior do que a composição com 10% de pó,
enquanto a composição rolos apresentou expansão abaixo da obtida para 10%.

Em relação ao ensaio ao ensaio acelerado de miniprismas, obteve-se as expansões apresentadas


na Figura 63 para as combinações com 20% de pó em volume.

Figura 63 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com 20% de PAR.

0,120

0,100 0,102

0,080 0,082
Expansão (%)

0,069
0,060 0,065

0,040

0,020

0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos Pó Mandíbulas
Pó Rolos Limite AASHTO Limite AASHTO - Mitigação
Fonte: Autora, 2019.

Os resultados com o uso de PAR demonstram uma redução nas expansões da ordem de 36% e
16% para as combinações mandíbulas e rolos, respectivamente. Além disso, a combinação rolos
alcançou expansões ligeiramente superiores em relação à combinação mandíbulas. Estas
tendências também foram observadas no ensaio acelerado de barras de argamassa. Contudo, as
combinações, que tiveram mitigação eficiente no ensaio acelerado de barras de argamassa, neste
ensaio apresentaram mitigação ineficiente.

Os resultados obtidos no ensaio dos miniprismas de concreto para a sílica e o pó de agregado


reativo contradizem os obtidos no ensaio de barras de argamassa. É possível que, devido ao
maior tempo de ensaio, tenha havido uma contribuição significativa de álcalis por parte dos
129

feldspatos, fazendo com que a quantidade de sílica e pó não fosse suficiente para mitigar a
reação. Além disso, devido ao maior volume de material, pode ser que a energia de mistura,
realizada em argamassadeira, não tenha sido suficiente para homogeneizar os materiais,
permitindo a presença de aglomerações de sílica e do pó, que agem de forma deletéria.

O teste t de Student foi utilizado para a análise estatística do tipo de britador e porcentagem de
adição utilizados e os resultados estão apresentados nas Tabela 27 e 28, respectivamente.

Tabela 27 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com PAR,
avaliando a influência do tipo de britador.
Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
10% Pó Mandíbulas 0,124 1,25.10
-3,528 12,706 0,1758 NS
10% Pó Rolos 0,133 2,00.10-6
20% Pó Mandíbulas 0,092 3,29.10-4
-1,862 3,182 0,0797 NS
20% Pó Rolos 0,114 8,93.10-5
20% Pó Volume Mandíbulas 0,151 1,11.10-4
2,087 2,776 0,1052 NS
20% Pó Volume Rolos 0,134 8,03.10-5
Ensaio Acelerado de Miniprismas de Concreto
Pó Mandíbula 0,065 2,33.10-6
-0,922 4,303 0,4540 NS
Pó Rolos 0,069 64,00.10-6
Fonte: Autora, 2019.

Tabela 28 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com PAR,
avaliando a influência da porcentagem de adição.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
10% Pó Mandíbulas 0,124 1,25.10-5
2,893 4,303 0,1016 NS
20% Pó Mandíbulas 0,092 3,29.10-4
10% Pó Rolos 0,133 2,00.10-6
3,365 4,303 0,0781 NS
20% Pó Rolos 0,114 8,93.10-5
Fonte: Autora, 2019.

A partir dos resultados, observa-se que o tipo de britador não influencia de forma significativa
as combinações com pó de agregado reativo, tanto para o ensaio de barras de argamassa quanto
para o ensaio de miniprismas de concreto. A progressão do p-valor para as diferentes
porcentagens utilizadas indica o aumento da influência do tipo de britador com o aumento da
porcentagem de PAR, o inverso do que ocorreu com a sílica. A porcentagem utilizada também
não se mostrou significante para esta adição. Observou-se que o decréscimo das expansões,
comparando-se as combinações com 10% e 20% de PAR em massa, não foi proporcional ao
acréscimo de adição. Desta forma, infere-se que, para este agregado, a porcentagem ótima
utilizando-se o pó deste material como adição, encontra-se em torno de 10%.

O pó de agregado reativo provou ser capaz de reduzir as expansões no ensaio de barras, sendo
utilizado nas porcentagens de 10% e 20% em substituição ao cimento em massa. Para a
130

porcentagem de 10%, houve maior expansão para a combinação rolos, ao contrário do que
ocorreu para as combinações referência e sílica, nas quais a composição mandíbulas apresentou
maiores expansões. Este comportamento pode decorrer da maior área superficial específica do
pó mandíbulas, observada nos ensaios de Blaine, BET e granulometria a laser, e maior atividade
pozolânica deste pó, observada no ensaio de condutividade elétrica. A porcentagem de 20% foi
substituída em massa e volume, observando-se maiores expansões para a substituição em
volume, equivalente a 18,2% em massa, o que era esperado. Nota-se um valor discrepante para
a combinação mandíbulas em volume, com expansão maior do que para substituição de 10%
em massa, enquanto que a combinação rolos manteve a mesma expansão obtida para a
substituição de 10%. Os resultados obtidos para todas as porcentagens utilizadas são próximos,
indicando que a porcentagem de PAR utilizado não exerce grande influência nos resultados, o
que foi atestado pela análise estatística.

Os resultados do ensaio de miniprismas, novamente, contradizem o exposto para o ensaio de


barras. As expansões foram superiores ao limite da norma, classificando a mitigação como
ineficiente. Pedersen (2004) afirma que partículas muito finas de certos tipos de rocha podem
reagir pozolanicamente, aumentando a quantidade de C-S-H da matriz cimentícia. Contudo,
segundo o autor, certos finos de rocha que não são pozolânicos, desenvolvem esta característica
a temperaturas de 80ºC, o que pode ser significativo ao utilizar um método com esta
temperatura, como é o caso do ensaio de barras, podendo resultar em um falso negativo. Desta
forma, é possível que a mitigação observada no ensaio de barras tenha sido devida à influência
da temperatura, que intensificou as propriedades pozolânicas dos pós, resultando em um falso
negativo. No ensaio de miniprismas, realizado a 60ºC, estes finos teriam reagido de forma
menos intensa, similarmente ao observado no ensaio de condutividade, realizado à mesma
temperatura, não sendo suficiente para diminuir as expansões a um patamar aceitável. Além
disso, devido ao maior tempo de ensaio, pode ter havido a contribuição de álcalis por parte do
agregado. Faz-se necessário um maior estudo acerca do pó de agregado reativo, utilizando-se
de outros ensaios para aferir sua ação na matriz cimentícia.

4.5.2.4 Composições com Aditivo

Com o objetivo de analisar o efeito dispersivo do aditivo nas adições minerais utilizadas, foram
moldadas barras de argamassa utilizando o agregado Vitória e mensuradas suas expansões. Para
131

a sílica, foram utilizados dois teores em substituição ao cimento em massa, 8% e 15%. As


Figuras 64 e 65 apresentam os resultados de expansão com os teores de sílica e o uso de aditivo.

Figura 64 – Resultados de expansão para as composições com 8% de sílica e aditivo.


0,22
0,2
0,18
0,17
0,16
0,15
Expansão (%)

0,14 0,15
0,12 0,12
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
8% Sílica Mandíbulas 8% Sílica Rolos
8% Sílica Mandíbulas Aditivo 8% Sílica Rolos Aditivo
Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.

Figura 65 – Resultados de expansão para as composições com 15% de sílica e aditivo.


0,22
0,20
0,18
0,16
Expansão (%)

0,14
0,13
0,12 0,12
0,10
0,09
0,08
0,07
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
15% Sílica Mandíbulas 15% Sílica Rolos
15% Sílica Mandíbulas Aditivo 15% Sílica Rolos Aditivo
Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.
132

A partir dos gráficos, observa-se que a tendência é um aumento na expansão com a utilização
de aditivo, excetuando-se a porcentagem de 8% para o agregado cominuído pelo britador de
mandíbulas. Neste caso, não houve alteração. Já para o agregado cominuído pelo britador de
rolos, houve um aumento de cerca de 43% na expansão. No entanto, para todas as combinações,
a mitigação foi considerada eficiente.

Para a adição de 15% de sílica, em todas as combinações houve mitigação eficiente, de acordo
com a ABNT NBR 15577-1(2018). Observou-se que, ao contrário do que vinha ocorrendo para
as composições com sílica, com o aditivo a composição rolos obteve expansões maiores do que
a composição mandíbulas em ambas as porcentagens. Este comportamento, entretanto, não é
tão acentuado aos 16 dias, sendo melhor observado aos 30 dias. As combinações rolos, portanto,
mostram-se mais sensíveis ao uso de aditivo do que as combinações mandíbulas.

A análise estatística para determinar a influência do aditivo nas expansões está apresentada na
Tabela 29.

Tabela 29 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com sílica,
avaliando a influência do aditivo.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
8% Sílica Mandíbulas 0,148 7,90.10
0,363 3,182 0,7406 NS
8% Sílica Mandíbulas Aditivo 0,146 1,20. 10-5
15% Sílica Mandíbulas 0,094 1,81. 10-4
-2,984 12,706 0,2059 NS
15% Sílica Mandíbulas Aditivo 0,122 9,33. 10-6
8% Sílica Rolos 0,117 9,80. 10-5
-3,219 3,182 0,0486 S
8% Sílica Rolos Aditivo 0,167 5,77. 10-4
15% Sílica Rolos 0,070 4,90. 10-5
-13,528 3,182 0,0009 S
15% Sílica Rolos Aditivo 0,131 8,00. 10-6
Fonte: Autora, 2019.

Nota-se que o uso do aditivo apresentou influência significativa apenas para as combinações
rolos, o que mostra que há maior sensibilidade destas ao uso de aditivo, em relação às
combinações mandíbulas. A progressão do p-valor indica maior influência para maiores teores
de sílica.

As figuras 66 e 67 apresentam as curvas de expansão para barras com uso de pós de agregado
reativo nas porcentagens de 10% e 20%, respectivamente, com o uso de aditivo.
133

Figura 66 – Resultados de expansão para as composições com 10% de PAR e aditivo.


0,22
0,20
0,18 0,18
0,16 0,16
Expansão (%)

0,14
0,13
0,12 0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
10% Pó Mandíbulas 10% Pó Rolos 10% Pó Mandíbulas Aditivo
10% Pó Rolos Aditivo Limite ABNT NBR 15577

Fonte: Autora, 2019.

Figura 67 – Resultados de expansão para as composições com 20% de PAR e aditivo.


0,22
0,20 0,20
0,18 0,18
0,16
Expansão (%)

0,14
0,12
0,11
0,10
0,09
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
20% Pó Mandíbulas 20% Pó Rolos 20% Pó Mandíbulas Aditivo
20% Pó Rolos Aditivo Limite ABNT NBR 15577

Fonte: Autora, 2019.

Para a adição de 10% de pó, com o uso de aditivo, houve mitigação eficiente das expansões
para a composição com britador de mandíbulas. A composição com britador de rolos, porém,
aproxima-se do limite da norma brasileira (em média 0,18%); uma das barras, inclusive, atingiu
134

0,19%. Desta forma, nesta combinação, a mitigação foi classificada como ineficiente, a favor
da segurança. O comportamento se mantém, com as expansões para britador de rolos maiores
do que para britador de mandíbulas.

Para a adição de 20%, houve mudança na classificação para ambas as combinações, com a
combinação para britador de mandíbulas com expansão aos 30 dias próxima ao limiar
estabelecido pela ABNT NBR 15577-1 (2018), sendo mais prudente considerar a mitigação
ineficiente; da mesma forma, a combinação com britador de rolos, cuja expansão média foi
superior a 0,19% aos 30 dias, teve mitigação ineficiente .

Os resultados da análise estatística para as combinações com PAR estão expostos na Tabela 30.

Tabela 30 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com PAR,
avaliando a influência do aditivo.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
10% Pó Mandíbulas 0,124 1,25.10
-3,015 4,303 0,0945 NS
10% Pó Mandíbulas Aditivo 0,160 4,21.10-4
-4
20% Pó Mandíbulas 0,092 3,29.10
-7,428 3,182 0,0050 S
20% Pó Mandíbulas Aditivo 0,183 1,14.10-4
10% Pó Rolos 0,133 2,00.10-6
-3,135 12,706 0,1966 NS
10% Pó Rolos Aditivo 0,177 3,92.10-4
20% Pó Sílica Rolos 0,114 8,93.10-5
-3,851 12,706 0,1617 NS
20% Pó Rolos Aditivo 0,204 1,01.10-3
Fonte: Autora, 2019.

Percebe-se que a única combinação que teve influência significativa do uso de aditivo foi a
combinação com 20% de PAR com agregado cominuído por britador de mandíbulas.

A partir dos resultados com todas as combinações utilizando adições, percebe-se que não houve
o efeito benéfico esperado utilizando-se aditivo. Houve, na verdade, um aumento generalizado
das expansões.

Observou-se para ambos os materiais expansão acentuada nas composições rolos. Resultados
similares foram obtidos por Wang e Gillot (1989) e Perry e Gillot (1985, apud MALHOTRA
et al., 1988), obtendo-se aumento das expansões quando da utilização de aditivo do tipo
policarboxilato em conjunto com sílica ativa. Silva (2015) também verificou o aumento das
expansões de barras com sílica ativa com o uso de aditivo à base de policarboxilato, o mesmo
utilizado na presente pesquisa. A autora aponta que o menor teor de ar nos corpos de prova com
aditivo levou a maiores expansões, uma vez que, em argamassas e concretos porosos, o gel
formado pela RAA tende a se acomodar nos poros, diminuindo a pressão exercida na matriz
cimentícia e, consequentemente, as expansões. As combinações rolos apresentaram maiores
135

expansões, mostrando-se mais sensíveis ao uso do aditivo. As interações entre os componentes


do aditivo e a matriz cimentícia e seus efeitos devem ser melhor estudados.

4.5.2.5 Considerações

Observou-se que as expansões, para o ensaio de barras, têm comportamento próximo ao linear.
Para o ensaio dos miniprismas, as curvas possuem duas taxas de crescimento distintas, uma
moderada até os 14 dias seguida de outra mais acentuada, como pode ser observado na Figura
68, excetuando-se a combinação Jaboatão.

Figura 68 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com o agregado


Vitória.
0,120

0,100

0,080
Expansão (%)

0,060

0,040

0,020

0,000
0 3 7 10 Idade14(dias) 21 28 42 56

Referência Mandíbulas Referência Rolos Sílica Mandíbulas


Sílica Rolos Pó Mandíbulas Pó Rolos
Limite AASHTO Limite AASHTO - Mitigação
Fonte: Autora, 2019.

Este comportamento pode ser devido ao tamanho do agregado utilizado, uma vez que Zhang et
al. (1999) afirmam que, com o uso de agregados maiores nos corpos de prova, a expansão em
idades iniciais é menor, crescendo continuamente em idades avançadas.

Ao comparar os ensaios acelerados realizados, também é possível notar a menor discrepância


dos resultados para os diferentes britadores no ensaio dos miniprismas, indicando a menor
influência da morfologia para agregados de maiores dimensões.

Os quadros 12 e 13 apresentam um resumo das expansões e classificação de cada composição


analisada, considerando os limites propostos pela ABNT NBR 15577-1 (2018) para o ensaio
136

acelerado de barras de argamassa e pela AASHTO TP 110-14 (2016) para o ensaio acelerado
de miniprismas de concreto.

Quadro 12 – Quadro resumo das classificações relativas à reatividade potencial e eficiência da


mitigação das combinações aos 30 dias para o ensaio acelerado de barras de argamassa.
NBR 15577
Expansão Média Mandíbulas Rolos
Vitória 0,34 (PR) 0,13 (PI)
Referência
Jaboatão 0,10 (PI) 0,15 (PI)
8% - Massa 0,15 (ME) 0,12 (ME)
8% Massa – Aditivo 0,15 (ME) 0,17 (ME)
Sílica 8% -Volume 0,17 (ME) 0,19 (MI)
15% Massa 0,09 (ME) 0,07 (ME)
15% Massa - Aditivo 0,12 (ME) 0,13 (ME)
10% Massa 0,12 (ME) 0,13(ME)
10% Massa – Aditivo 0,16 (ME) 0,18 (MI)
Pó de Agregado Reativo 20% Massa 0,09 (ME) 0,11 (ME)
20% Massa - Aditivo 0,18 (MI) 0,20 (MI)
20% Volume 0,15 (ME) 0,13 (ME)
Fonte: Autora, 2019.
PR: Potencialmente Reativo; PI: Potencialmente Inócuo; ME: Mitigação Eficiente; MI: Mitigação
Ineficiente

Quadro 13 – Quadro resumo das classificações relativas à reatividade potencial e eficiência da


mitigação das combinações aos 56 dias (84 dias para o Agregado Jaboatão) realizadas para o ensaio
acelerado de miniprismas de concreto.
Agregado Vitória
Expansão Média Mandíbulas Rolos
Vitória 0,102 (PR) 0,082 (PR)
Referência
Jaboatão 0,060 (PI) 0,053 (PI)
Sílica 8% - Volume 0,059 (MI) 0,049 (MI)
Pó de Agregado Reativo 20% Volume 0,065 (MI) 0,069 (MI)
Fonte: Autora, 2019.
PR: Potencialmente Reativo; PI: Potencialmente Inócuo; ME: Mitigação Eficiente; MI: Mitigação
Ineficiente
137

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos ensaios e análises realizados, foi possível delinear o comportamento dos dois
agregados utilizados em relação à reatividade potencial adotando-se diferentes métodos de
britagem, assim como o comportamento de combinações com o uso de dois tipos de adição, a
sílica ativa e o pó de agregado reativo. As conclusões e sugestões para futuras pesquisas estão
destacadas a seguir.

5.1. CONCLUSÕES

Neste item estão apresentadas as principais conclusões obtidas a partir dos resultados do
programa experimental, sendo válidas para as condições e materiais estudados.

• Influência do britador no resultado dos ensaios acelerados

Observou-se diferença significativa das expansões no ensaio acelerado de barras de argamassa


para os diferentes britadores utilizados. Para o agregado Vitória, as maiores expansões foram
observadas para o agregado britado por britador de mandíbulas. O uso de diferentes britadores
modificou a classificação do agregado ensaiado em relação ao potencial reativo, indicando
reatividade com o uso do britador de mandíbulas e inocuidade com o uso do britador de rolos,
o que demonstra que esta variável pode ser fonte de falsos-positivos e falsos-negativos no
ensaio acelerado de barras de argamassa.

Para o agregado Jaboatão, a influência do tipo de britador também foi significativa. Contudo,
as maiores expansões foram observadas para a combinação rolos. Neste caso, para ambos os
britadores, a classificação manteve-se, sendo este agregado considerado inócuo.

Os resultados do ensaio acelerado de miniprismas de concreto corroboram os resultados obtidos


no ensaio acelerado de barras. Neste ensaio, não houve variabilidade na classificação quanto à
reatividade potencial, como ocorreu para o agregado Vitória no ensaio acelerado de barras; para
ambas as combinações, o agregado foi classificado como reativo. A influência do britador
manteve-se significativa para o agregado Vitória; entretanto, não foi significativa para o
agregado Jaboatão.

As diferenças nos resultados dos ensaios são, provavelmente, devidas à morfologia das
partículas geradas pelos diferentes tipos de britador. Contudo, esta influência é variável
dependendo do tipo e tamanho do agregado. Observam-se partículas com diferentes formatos e
tamanhos relativos, mesmo para uma única faixa granulométrica analisada. As diferenças na
138

morfologia e tamanho das partículas repercutem nas expansões determinadas pelos ensaios de
reatividade, observando-se maior influência para partículas de menores dimensões.

As maiores expansões no ensaio acelerado de barras de argamassa são observadas para


combinações com partículas de maior área superficial específica; entre partículas de dimensões
semelhantes, as partículas de formato lamelar acarretaram em maiores expansões. Para maiores
faixas granulométricas, utilizadas no ensaio acelerado de miniprismas, a influência é reduzida.

• Resultados da análise petrográfica

A análise petrográfica permitiu observar os agregados estudados, identificando a presença de


feições deletérias. O agregado Jaboatão é uma rocha ígnea que varia de granodiorito a tonalito;
apresentou feições de alteração dos feldspatos, assim como quartzo microgranular e extinção
ondulante, porém em reduzidas quantidades, permitindo classificá-lo como potencialmente
inócuo.

Por outro lado, para o agregado Vitória, que é proveniente de rocha metamórfica, foram
observados dois grupos com características distintas. Um grupo, descrito como ortognaisse de
composição diorítica, com estrutura gnáissica, apresentou baixa quantidade de quartzo
microgranular e presença de extinção ondulante, sendo classificado como potencialmente
inócuo. O outro grupo, descrito como ortognaisse de composição granodiorítica, com estrutura
milonítica, apresentou grande quantidade de quartzo microgranular, além de presença de
extinção ondulante, formação de subgrão, mimerquita, pertita e sericita, sendo classificado
como potencialmente reativo. Como a maior porção presente no agregado era a reativa, o
agregado foi classificado como reativo. Entretanto, nota-se a complexidade do agregado,
observada na variação dos resultados para a combinação de referência do agregado Vitória.

Os resultados da análise petrográfica estão em consonância com os obtidos nos ensaios


acelerados. Este resultado, em conjunto com os obtidos nos ensaios acelerados, permitiu
classificar o agregado Vitória como potencialmente reativo, apesar do resultado para a
combinação rolos no ensaio acelerado de barras, sendo devido, provavelmente, à influência do
tipo de britador utilizado.

• Influência do tipo de britador em combinações com o uso de sílica ativa e pó de


agregado reativo

Nas combinações com o uso de sílica ativa, observou-se que não houve influência significativa
do tipo de britador para as porcentagens de 8% e 15% no ensaio acelerado de barras de
139

argamassa, embora tenham sido obtidas maiores expansões para as combinações mandíbulas,
como observado nas combinações de referência. Tal fato, provavelmente, se deve à maior
superfície específica dos agregados cominuídos por britador de mandíbulas. A maior eficiência
desta adição foi observada para agregados com maior área superficial específica e,
consequentemente, maior reatividade. Para o ensaio de miniprismas, o tipo de britador também
não influenciou de forma significativa as expansões.

Para o pó de agregado reativo, assim como para a sílica, não houve influência significativa do
tipo de britador em ambos os ensaios para as porcentagens analisadas. Contudo, ao contrário
do que ocorreu para as combinações de referência e com sílica, neste caso, as combinações
rolos apresentaram maiores expansões. Este fato pode ser devido à maior superfície específica
do pó mandíbulas, que teve melhor atuação mitigando as expansões.

• Influência do uso de pó de agregado reativo e da sílica como mitigadores da reação


álcali-agregado

O uso de sílica ativa nas porcentagens de 8% e 15% em substituição ao cimento em massa


proporcionou a diminuição das expansões a níveis aceitáveis pela norma brasileira. Apenas na
composição rolos com uso de 8% de sílica em volume, equivalente a 6,3% em massa, houve
ineficiência na mitigação. Tal fato pode ser devido ao baixo teor de sílica utilizado e/ou à
energia de mistura insuficiente para desagregar as aglomerações de sílica. Para esta adição, a
porcentagem utilizada teve influência significativa nas expansões. No ensaio de miniprismas, a
combinação com 8% de sílica em volume obteve expansões acima do limite estabelecido por
norma, havendo, também, mitigação ineficiente.

O pó de agregado reativo como agente mitigador da reação álcali-agregado mostrou-se eficaz


no ensaio de barras, reduzindo as expansões até um nível abaixo do limite estabelecido pela
norma brasileira. Neste caso, nas combinações com o pó mandíbulas, de maior área superficial
específica, observaram-se as menores expansões; isto aconteceu mesmo em conjunto com o
agregado cominuído por britador de mandíbulas, que, por ter maior área superficial específica,
mostrou-se mais reativo. O ensaio de miniprismas, contudo, apresentou resultados conflitantes:
apesar de haver diminuição das expansões em relação às combinações de referência, a
mitigação foi classificada como ineficiente. O pó de agregado reativo pode ter reagido
pozolanicamente em razão da maior temperatura do ensaio de barras. Desta forma, é necessário
avaliar a partir de mais ensaios a viabilidade do uso deste material, determinando sua ação em
um ensaio a menores temperaturas, como o ensaio de prismas de concreto.
140

• Influência do uso de aditivo nas expansões da RAA

Para as combinações com sílica, o uso de aditivo influenciou de forma significativa as


expansões das combinações rolos. Observou-se maior influência para a maior porcentagem de
sílica utilizada. Para as combinações com pó de agregado reativo, foi observada influência
significativa do aditivo apenas para a combinação com 20% de pó e agregado mandíbulas.

Observou-se, em geral, aumento nas expansões, que pode ser devido ao menor teor de ar nos
corpos de prova com aditivo, que faz com que o gel formado, não tendo onde se acomodar,
exerça pressão e provoque expansões. Pode, também, ter havido algum tipo de interação entre
os componentes do aditivo na matriz cimentícia. As combinações rolos apresentaram maiores
expansões, mostrando-se mais sensíveis ao uso do aditivo. As interações entre os componentes
do aditivo e a matriz cimentícia e seus efeitos devem ser melhor estudados.

• Comparação entre os ensaios acelerados

Os resultados obtidos por meio do ensaio acelerado de miniprismas, em grande parte,


contradizem os obtidos pelo ensaio acelerado de barras de argamassa. Pode ter havido
influência da liberação de álcalis por parte dos agregados no ensaio dos miniprismas, em
decorrência do maior tempo de ensaio, em relação ao ensaio acelerado de barras de argamassa,
além de agregados com grande quantidade de feldspatos, o que deve ser avaliado de antemão
quando da realização deste ensaio. O ensaio de barras mostrou-se ser mais sensível ao uso de
diferentes tipos de britadores, uma vez que utiliza partículas de menor dimensão. O ensaio de
miniprismas, por sua vez, apresenta menor discrepância entre os resultados para diferentes
britadores, indicando menor influência da morfologia para maiores tamanhos de agregado.

5.2. SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS

Baseando-se nos resultados da pesquisa e considerando os pontos que necessitam de uma


análise mais aprofundada, sugere-se os seguintes temas para futuras pesquisas:

• Realização do ensaio de prismas de concreto e comparação com os resultados dos


ensaios de barras e miniprismas;
• Análise da liberação de álcalis por parte dos agregados e sua influência nas expansões
em concretos;
141

• Determinação do teor ótimo de pós de agregado reativo provenientes de diferentes tipos


de agregado em substituição ao cimento para a mitigação das expansões da reação
álcali-agregado;
• Estudo do teor péssimo do agregado reativo utilizado e sua influência em conjunto com
diferentes tipos de britadores;
• Utilização de pós de agregado reativo como agregado miúdo para determinação de
possível efeito mitigador das expansões da reação álcali-agregado;
• Análise da pozolanicidade do pó de agregado reativo por meio de outros métodos;
• Estudo dos géis formados e respectivas composições com a utilização de diferentes
adições;
• Estudo dos géis formados e respectivas composições com a utilização de diferentes
aditivos;
• Estudo reológico para a determinação do teor ótimo de aditivos a serem empregados em
corpos de prova para ensaios de RAA.
142

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155

APÊNDICE A – TABELAS DE EXPANSÃO: ENSAIO ACELERADO DE BARRAS


DE ARGAMASSA

As médias das variações foram calculadas a partir do cálculo do desvio relativo máximo
(DRM). De acordo com a NBR 15577-4 (2018), para valores de expansão de até 0,10%, aos 30
dias, o DRM deve ser de até 40% da média das barras. Quando superior a 40%, deve ser
calculada nova média desconsiderando o valor discrepante. Para valores de expansão acima de
0,10% aos 30 dias, o DRM deve ser de até 20% da média das barras. O DRM foi calculado aos
30 dias e, em caso de valor superior ao estabelecido pela norma, todos os valores da barra em
questão foram desconsiderados.

A.1. Agregado Vitória


Para o agregado Vitória, foram realizadas combinações de referência, com sílica, nas
porcentagens de 8% e 15% e com pó de agregado reativo, nas porcentagens de 10% e 20%,
com agregado britado por britador de mandíbulas e rolos. As tabelas de expansão estão expostas
a seguir.

A.1.1. Combinações de Referência


As tabelas A.1 e A.2 apresentam as expansões das combinações de referência, e as tabelas A.3
e A.4 apresentam os resultados da repetição.

Tabela A.1 – Resultados de expansão para a combinação de referência do agregado Vitória com britador de
mandíbulas (inicial).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
B1 B2 B3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,032 0,050 0,034 0,039
9 0,050 0,111 0,092 0,084
10 - 0,150 0,147 0,149
11 - 0,172 0,218 0,195
16 0,209 0,207 0,289 0,235
17 0,260 0,214 0,307 0,260
22 0,308 0,244 0,326 0,293
23 0,316 0,250 0,328 0,298
24 0,322 0,252 0,343 0,306
29 0,348 0,267 0,355 0,323
30 0,349 0,282 0,380 0,337
DRM (30 dias) 3,561 16,320 12,760 -
Fonte: Autora, 2019.
156

Tabela A.2 – Expansões para a composição de referência do agregado Vitória com britador de rolos
(inicial).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3*
2 0,000 0,000 - 0,000
8 0,001 0,019 - 0,010
9 0,048 0,044 - 0,046
10 0,053 0,047 - 0,050
11 0,057 0,049 - 0,053
15 0,088 0,075 - 0,082
16 0,101 0,080 - 0,091
17 0,109 0,087 - 0,098
18 0,115 0,091 - 0,103
22 0,128 0,110 - 0,119
23 0,130 0,113 - 0,122
24 0,133 0,120 - 0,127
29 0,137 0,121 - 0,129
30 0,139 0,126 - 0,133
DRM (30 dias) 4,906 4,906 - -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM da barra 3, aos 30 dias, maior do que 20. Barra 3 descartada.

Tabela A.3 – Expansões para a composição de referência do agregado Vitória com britador de mandíbulas
(repetição).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
5 0,021 0,018 0,025 0,021
7 0,032 0,026 0,033 0,030
12 0,057 0,050 0,047 0,051
14 0,068 0,058 0,058 0,061
16 0,088 0,070 0,071 0,076
19 0,104 0,083 0,092 0,093
21 0,119 0,090 0,101 0,103
26 0,150 0,118 0,126 0,131
28 0,166 0,130 0,139 0,145
30 0,214 0,165 0,182 0,187
DRM (30 dias) 14,439 11,765 2,674 -
Fonte: Autora, 2019.
157

Tabela A.4 – Expansões para a composição de referência do agregado Vitória com britador de rolos
(repetição).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
5 0,018 0,016 0,011 0,015
7 0,021 0,022 0,016 0,020
12 0,028 0,035 0,027 0,030
14 0,035 0,040 0,034 0,036
16 0,039 0,045 0,045 0,043
19 0,048 0,053 0,064 0,055
21 0,054 0,061 0,070 0,062
26 0,071 0,075 0,088 0,078
28 0,081 0,083 0,103 0,089
30 0,100 0,126 0,122 0,116
DRM (30 dias) 13,793 8,621 5,172 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.2. Combinações com Sílica


A sílica foi utilizada nas porcentagens de 8% e 15%. Para a porcentagem de 8%, houve
substituição em massa e volume. As expansões estão apresentadas a seguir.

A.1.2.1. 8% Sílica Mandíbulas


A tabela A.5 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em massa para
britador de mandíbulas.
Tabela A.5 – Expansões para a combinação com 8% de sílica em massa com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
7 0,004 0,001 0,004 0,003
8 0,009 0,003 0,005 0,006
9 0,043 0,012 0,041 0,032
14 0,046 0,054 0,048 0,049
15 0,061 0,064 0,05 0,058
16 0,068 0,082 0,051 0,067
17 0,069 0,086 0,054 0,070
21 0,087 0,109 0,076 0,091
22 0,098 0,121 0,089 0,103
23 0,104 0,123 0,09 0,106
24 0,114 0,134 0,098 0,115
28 0,138 0,146 0,121 0,135
29 0,145 0,152 0,133 0,143
30 0,151 0,155 0,138 0,148
DRM (30 dias) 2,027 4,370 6,757 -
Fonte: Autora, 2019.
A.1.2.2. 8% Sílica Volume Mandíbulas

A tabela A.6 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em volume (6,3% em
massa) para britador de mandíbulas.
158

Tabela A.6 – Expansões para a composição com 8% de sílica em volume com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,026 0,023 0,027 0,025
10 0,026 0,041 0,038 0,035
11 0,039 0,054 0,050 0,048
16 0,080 0,091 0,086 0,086
22 0,121 0,126 0,123 0,123
23 0,130 0,133 0,133 0,132
24 0,135 0,138 0,138 0,137
29 0,149 0,161 0,155 0,155
30 0,161 0,172 0,170 0,168
DRM (30 dias) 3,976 2,584 1,392 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.2.3. 8% Sílica Rolos

A tabela A.7 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em massa com
britador de rolos.

Tabela A.7 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,000 0,000 0,000
8 - 0,018 0,006 0,012
9 - 0,020 0,010 0,015
10 - 0,025 0,013 0,019
11 - 0,026 0,016 0,021
15 - 0,031 0,030 0,031
16 - 0,038 0,040 0,039
17 - 0,048 0,046 0,047
18 - 0,050 0,054 0,052
22 - 0,057 0,070 0,064
23 - 0,061 0,082 0,072
24 - 0,075 0,087 0,081
29 - 0,100 0,114 0,107
30 - 0,110 0,124 0,117
DRM (30 dias) - 5,983 5,983 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.2.4. 8% Sílica Volume Rolos

A tabela A.8 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em volume (6,3% em
massa) para britador de rolos.
159

Tabela A.8 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica em volume com britador de
rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2* Barra 3
2 0,000 - 0,000 0,000
8 0,018 - 0,030 0,024
10 0,042 - 0,040 0,041
11 0,060 - 0,057 0,059
16 0,106 - 0,098 0,102
22 0,138 - 0,135 0,137
23 0,151 - 0,147 0,149
24 0,155 - 0,151 0,153
30 0,183 - 0,190 0,187
DRM (30 dias) 1,877 - 1,877 -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM da barra 2, aos 30 dias, maior do que 20. Barra 2 descartada.

A.1.2.5. 15% Sílica Mandíbulas


A tabela A.9 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica para britador de
mandíbulas.

Tabela A.9 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica com britador de
mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,000 0,000 0,000
8 - 0,018 0,033 0,026
9 - 0,021 0,041 0,031
10 - 0,023 0,042 0,033
13 - 0,026 0,044 0,035
14 - 0,032 0,053 0,043
16 - 0,035 0,056 0,046
20 - 0,041 0,062 0,052
21 - 0,046 0,067 0,057
23 - 0,048 0,069 0,059
24 - 0,049 0,071 0,060
30 - 0,084 0,103 0,094
DRM (30 dias) - 10,160 10,160 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.2.6. 15% Sílica Rolos

A tabela A.10 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica para britador de
rolos.
160

Tabela A.10 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,00 0,00 0,00 0,000
8 0,011 0,024 0,018 0,018
9 0,013 0,027 0,02 0,020
10 0,013 0,029 0,021 0,021
14 0,017 0,033 0,032 0,027
16 0,022 0,035 0,036 0,031
20 0,026 0,04 0,041 0,036
21 0,036 0,044 0,043 0,041
23 0,04 0,046 0,045 0,044
24 0,042 0,048 0,047 0,046
30 0,073 0,075 0,062 0,070
DRM (30 dias) 4,286 7,143 11,429 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.3. Composições com Pó de Agregado Reativo

O pó de agregado reativo foi utilizado nas porcentagens de 10% e 20%. Para a porcentagem de
20%, houve substituição em massa e volume. As expansões estão apresentadas a seguir.

A.1.3.1. Pó 10% Mandíbulas

A tabela A.11 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
em massa para britador de mandíbulas.

Tabela A.11 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo em massa com
britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3*
2 0,000 0,000 - 0,000
7 0,014 0,014 - 0,014
8 0,030 0,032 - 0,031
9 0,040 0,038 - 0,039
14 0,062 0,055 - 0,059
15 0,076 0,069 - 0,073
16 0,090 0,078 - 0,084
17 0,092 0,082 - 0,087
21 0,100 0,099 - 0,100
24 0,112 0,112 - 0,112
28 0,114 0,121 - 0,118
29 0,118 0,124 - 0,121
30 0,121 0,126 - 0,124
DRM (30 dias) 2,024 2,024 - -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM da barra 3, aos 30 dias, maior do que 20. Barra 3 descartada.
161

A.1.3.2. Pó 10% Rolos

A tabela A.12 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
em massa para britador de rolos.

Tabela A.12 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo em massa com
britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 - 0,000
8 0,025 0,023 - 0,024
9 0,040 0,034 - 0,037
15 0,087 0,071 - 0,079
16 0,097 0,076 - 0,087
17 0,101 0,082 - 0,092
22 0,111 0,089 - 0,100
23 0,111 0,108 - 0,110
24 0,118 0,116 - 0,117
29 0,122 0,129 - 0,126
30 0,134 0,132 - 0,133
DRM (30 dias) 0,752 0,752 - -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.3.3. Pó 20% Mandíbulas

A tabela A.13 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
em massa para britador de mandíbulas.

Tabela A.13 - Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo em
massa com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
4 0,001 0,008 0,001 0,003
8 0,019 0,021 0,012 0,017
9 0,020 0,026 0,017 0,021
10 0,025 0,026 0,026 0,026
11 0,026 0,031 0,034 0,030
15 0,038 0,038 0,049 0,042
16 0,044 0,042 0,057 0,048
17 0,053 0,045 0,065 0,054
22 0,073 0,051 0,083 0,069
23 0,078 0,055 0,092 0,075
24 0,082 0,057 0,092 0,077
25 0,083 0,059 0,095 0,079
29 0,094 0,069 0,105 0,089
30 0,095 0,073 0,109 0,092
DRM (30 dias) 2,888 20,939 18,051 -
Fonte: Autora, 2019.
162

A.1.3.4. Pó 20% Volume Mandíbulas

A tabela A.14 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
em volume (18,2% em massa) para britador de mandíbulas.

Tabela A.14 – Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo em
volume com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,030 0,030 0,032 0,031
10 0,051 0,055 0,058 0,057
11 0,056 0,066 0,066 0,063
14 0,068 0,086 0,081 0,078
16 0,075 0,094 0,091 0,087
20 0,103 0,112 0,114 0,110
23 0,110 0,124 0,124 0,119
24 0,114 0,130 0,130 0,125
29 0,135 0,150 0,145 0,143
30 0,141 0,162 0,150 0,151
DRM (30 dias) 6,623 7,285 0,662 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.3.5. Pó 20% Rolos

A tabela A.15 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
em massa para britador de rolos.

Tabela A.15 – Expansões para a composição com 20% de PAR em massa com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,011 0,015 0,014 0,013
9 0,017 0,025 0,023 0,022
10 0,027 0,028 0,039 0,031
11 0,024 0,034 0,041 0,033
15 0,039 0,034 0,052 0,042
16 0,044 0,047 0,063 0,051
17 0,056 0,054 0,077 0,062
22 0,075 0,070 0,098 0,081
24 0,087 0,078 0,112 0,092
25 0,088 0,081 0,115 0,095
29 0,109 0,104 0,125 0,113
30 0,111 0,107 0,125 0,114
DRM (30 dias) 1,479 5,030 10,947 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.3.6. Pó 20% Volume Rolos

A tabela A.16 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
(18,2% em massa) em volume para britador de rolos.
163

Tabela A.16 – Expansões para a composição com 20% de PAR em volume com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
10 0,046 0,021 0,034 0,034
11 0,055 0,028 0,040 0,041
14 0,066 0,046 0,059 0,057
16 0,078 0,057 0,073 0,069
20 0,094 0,074 0,091 0,086
23 0,109 0,088 0,110 0,102
24 0,116 0,094 0,113 0,108
29 0,135 0,117 0,133 0,128
30 0,140 0,124 0,139 0,134
DRM (30 dias) 4,218 7,692 3,474 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4. Composições com Aditivo

Nas combinações de sílica e pó de agregado reativo também foi utilizado aditivo. As expansões
estão apresentadas a seguir.

A.1.4.1. 8% Sílica Mandíbulas Aditivo

A tabela A.17 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica com aditivo para
britador de mandíbulas.

Tabela A.17 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica e aditivo com britador de
mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
6 0,020 0,018 0,020 0,019
7 0,034 0,021 0,033 0,029
9 0,036 0,026 0,035 0,032
13 0,046 0,037 0,043 0,042
14 0,049 0,069 0,050 0,056
16 0,054 0,072 0,064 0,063
17 0,057 0,075 0,067 0,066
24 0,101 0,117 0,114 0,111
25 0,102 0,118 0,115 0,112
26 0,120 0,131 0,130 0,127
29 0,138 0,145 0,145 0,143
30 0,142 0,148 0,148 0,146
DRM (30 dias) 2,740 1,370 1,370 -
Fonte: Autora, 2019.
A.1.4.2. 8% Sílica Rolos Aditivo

A tabela A.18 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica com aditivo para
britador de rolos.
164

Tabela A.18 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica e aditivo com britador de
rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
9 0,018 0,002 0,027 0,016
13 0,046 0,021 0,050 0,039
14 0,050 0,028 0,057 0,045
16 0,064 0,041 0,072 0,059
17 0,067 0,043 0,076 0,062
24 0,123 0,100 0,137 0,120
25 0,131 0,106 0,143 0,127
26 0,146 0,118 0,158 0,141
29 0,166 0,134 0,179 0,160
30 0,175 0,140 0,186 0,167
DRM (30 dias) 4,790 16,168 11,377 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4.3. 15% Sílica Mandíbulas Aditivo

A tabela A.19 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica com aditivo para
britador de mandíbulas.

Tabela A.19 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica e aditivo com britador de
mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,00 0,00 0,00
7 0,006 0,008 0,010 0,008
8 0,008 0,009 0,012 0,010
9 0,012 0,012 0,014 0,013
14 0,031 0,024 0,030 0,028
15 0,033 0,027 0,033 0,031
16 0,035 0,028 0,035 0,033
19 0,041 0,030 0,038 0,036
24 0,086 0,076 0,082 0,081
27 0,114 0,104 0,109 0,109
28 0,117 0,111 0,115 0,114
30 0,125 0,119 0,123 0,122
DRM (30 dias) 2,180 2,725 0,545 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4.4. 15% Sílica Rolos Aditivo

A tabela A.20 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica com aditivo para
britador de rolos.
165

Tabela A.20 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica e aditivo com britador de
rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 - 0,000
6 0,005 0,006 - 0,006
15 0,026 0,039 - 0,033
16 0,033 0,045 - 0,039
20 0,060 0,074 - 0,067
21 0,066 0,078 - 0,072
22 0,072 0,084 - 0,078
27 0,103 0,119 - 0,111
28 0,115 0,128 - 0,122
29 0,123 0,130 - 0,127
30 0,129 0,133 - 0,131
DRM (30 dias) 1,527 1,527 - -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4.5. 10% Pó Mandíbulas Aditivo

A tabela A.21 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de mandíbulas.

Tabela A.21 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
6 0,006 0,006 0,001 0,006
9 0,028 0,02 0,01 0,019
13 0,07 0,054 0,037 0,054
14 0,073 0,058 0,041 0,057
16 0,093 0,07 0,055 0,063
17 0,095 0,073 0,056 0,065
24 0,137 0,111 0,095 0,114
25 0,147 0,12 0,104 0,124
26 0,16 0,134 0,117 0,137
29 0,177 0,153 0,133 0,154
30 0,181 0,159 0,140 0,160
DRM (30 dias) 13,125 0,625 12,500 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4.6. 10% Pó Rolos Aditivo

A tabela A.22 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de rolos.
166

Tabela A.22 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,000 0,000 0,000
9 - 0,028 0,022 0,025
13 - 0,066 0,086 0,076
14 - 0,068 0,089 0,079
16 - 0,085 0,104 0,095
17 - 0,088 0,106 0,097
24 - 0,117 0,139 0,128
25 - 0,141 0,168 0,155
26 - 0,144 0,171 0,158
29 - 0,159 0,186 0,173
30 - 0,163 0,191 0,177
DRM (30 dias) - 7,910 7,910 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4.7. 20% Pó Mandíbulas Aditivo

A tabela A.23 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de mandíbulas.

Tabela A.23 – Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
6 0,004 0,005 0,004 0,004
7 0,009 0,007 0,014 0,010
9 0,028 0,021 0,029 0,026
13 0,074 0,063 0,077 0,071
14 0,078 0,071 0,081 0,077
16 0,097 0,086 0,102 0,095
17 0,100 0,088 0,104 0,097
24 0,14 0,113 0,132 0,128
25 0,166 0,138 0,158 0,154
26 0,179 0,155 0,174 0,169
29 0,183 0,161 0,183 0,176
30 0,192 0,171 0,185 0,183
DRM (30 dias) 5,109 6,387 1,277 -
Fonte: Autora, 2019.

A.1.4.8. 20% Pó Rolos Aditivo

A tabela A.24 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de rolos.
167

Tabela A.24 - Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,00 0,00 0,00
7 - 0,014 0,008 0,011
9 - 0,017 0,020 0,019
13 - 0,039 0,079 0,059
14 - 0,052 0,091 0,072
16 - 0,067 0,111 0,089
17 - 0,074 0,116 0,095
24 - 0,131 0,175 0,153
25 - 0,147 0,193 0,170
26 - 0,155 0,201 0,178
29 - 0,174 0,217 0,196
30 - 0,181 0,226 0,204
DRM (30 dias) - 11,057 11,057 -
Fonte: Autora, 2019.

A.2. Agregado Jaboatão

Para o agregado Jaboatão, foram realizadas combinações de referência. As tabelas de expansão,


A.25 e A.26, estão expostas a seguir.

Tabela A.25 - Resultados de expansão para a composição de referência com britador de mandíbulas
com agregado Jaboatão.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,007 0,014 0,018 0,013
10 0,021 0,034 0,028 0,028
11 0,028 0,043 0,034 0,035
16 0,036 0,055 0,046 0,046
22 0,047 0,064 0,056 0,056
23 0,055 0,074 0,062 0,064
24 0,061 0,080 0,067 0,069
29 0,083 0,098 0,084 0,088
30 0,091 0,105 0,090 0,095
DRM (30 dias) 4,545 10,140 5,594 -
Fonte: Autora, 2019.
168

Tabela A.26 – Resultados de expansão para a composição de referência com britador de rolos com
agregado Jaboatão.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,029 0,022 0,019 0,023
10 0,054 0,043 0,041 0,046
11 0,061 0,049 0,045 0,052
16 0,086 0,079 0,076 0,080
22 0,118 0,105 0,107 0,110
23 0,124 0,113 0,113 0,117
24 0,128 0,118 0,116 0,121
29 0,147 0,142 0,137 0,142
30 0,154 0,151 0,143 0,149
DRM (30 dias) 3,125 1,116 4,241 -
Fonte: Autora, 2019.
169

APÊNDICE B – TABELAS DE EXPANSÃO: ENSAIO ACELERADO DE


MINIPRISMAS DE CONCRETO

O processo do cálculo do DRM foi utilizado para eliminar valores discrepantes no ensaio de
miniprismas aos 56 dias, embora a norma não especifique tal processo. Neste caso, eliminou-
se apenas o valor mais discrepante.

B.1. Agregado Vitória

Para o agregado Vitória, foram realizadas combinações de referência, com 8% de sílica e com
20% de pó de agregado reativo. As tabelas de expansão estão expostas a seguir.

B.1.1. Composições de Referência

As tabelas B.1 e B.2 apresentam as expansões das combinações de referência.


Tabela B.1 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição de referência com
britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 - 0,000 0,000 0,000
3 - 0,003 0,004 0,004
7 - 0,016 0,017 0,017
10 - 0,018 0,021 0,020
14 - 0,028 0,028 0,028
21 - 0,054 0,049 0,052
28 - 0,075 0,076 0,076
42 - 0,097 0,097 0,097
56 - 0,101 0,103 0,102
DRM (56 dias) - 0,980 0,980 -
Fonte: Autora, 2019.

Tabela B.2 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição de referência com
britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,007 0,001 0,002 0,003
7 0,011 0,001 0,005 0,006
10 0,012 0,002 0,017 0,010
14 0,017 0,004 0,021 0,014
21 0,037 0,057 0,045 0,046
28 0,052 0,075 0,064 0,064
42 0,063 0,086 0,076 0,075
56 0,074 0,087 0,084 0,082
DRM (56 dias) 9,388 6,531 2,857 -
Fonte: Autora, 2019.
170

B.1.2. Composições com Adição

A sílica foi utilizada na porcentagem de 8% e o pó de agregado reativo na porcentagem de 20%,


ambos em volume. As expansões estão apresentadas nas tabelas B.3, B.4, B.5 e B.6 a seguir.

Tabela B.3 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição com 8% de sílica
com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3*
0 0,000 0,000 - 0,000
3 0,001 0,009 - 0,005
7 0,004 0,013 - 0,009
10 0,008 0,016 - 0,012
14 0,013 0,018 - 0,016
21 0,021 0,027 - 0,024
28 0,036 0,045 - 0,041
42 0,053 0,059 - 0,056
56 0,056 0,062 - 0,059
DRM (56 dias) 5,085 5,085 - -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM do prisma 3, aos 56 dias, maior do que 20. Prisma 3 descartado.

Tabela B.4 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição com 8% de sílica
com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 - 0,000 0,000
3 0,004 - 0,001 0,003
7 0,004 - 0,015 0,010
10 0,005 - 0,019 0,012
14 0,007 - 0,021 0,014
21 0,022 - 0,034 0,028
28 0,040 - 0,055 0,048
42 0,047 - 0,048 0,048
56 0,048 - 0,050 0,049
DRM (56 dias) 2,041 - 2,041 -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM do prisma 2, aos 56 dias, maior do que 20. Prisma 2 descartado.
Tabela B.5 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição com 20% de PAR
com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,008 0,001 0,001 0,003
7 0,011 0,002 0,003 0,005
10 0,013 0,006 0,017 0,012
14 0,017 0,008 0,020 0,015
21 0,034 0,024 0,032 0,030
28 0,050 0,045 0,049 0,048
42 0,061 0,062 0,062 0,062
56 0,063 0,066 0,065 0,065
DRM (56 dias) 2,577 2,062 0,515 -
Fonte: Autora, 2019.
171

Tabela B.6 – Expansões dos miniprismas para a composição com 20% de PAR com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,001 0,001 0,007 0,003
7 0,002 0,009 0,017 0,009
10 0,010 0,012 0,018 0,013
14 0,012 0,015 0,020 0,016
21 0,037 0,053 0,048 0,046
28 0,050 0,064 0,056 0,057
42 0,058 0,073 0,065 0,065
56 0,061 0,077 0,069 0,069
DRM (56 dias) 11,594 11,594 0,000 -
Fonte: Autora, 2019.
B.2. Agregado Jaboatão

Para o agregado Jaboatão, foram realizadas combinações de referência. As tabelas de expansão,


B.7 e B.8, estão expostas a seguir.
Tabela B.7 – Expansões do ensaio de miniprismas para a composição de referência do agregado
Jaboatão com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 - 0,000
3 0,003 0,010 - 0,013
7 0,014 0,020 - 0,017
10 0,025 0,029 - 0,027
14 0,032 0,034 - 0,033
21 0,033 0,035 - 0,034
28 0,035 0,038 - 0,037
42 0,035 0,042 - 0,039
56 0,038 0,046 - 0,042
70 0,051 0,054 - 0,053
84 0,058 0,061 - 0,060
DRM (84 dias) 2,521 2,521 - -
Fonte: Autora, 2019.
Tabela B.8 – Expansões do ensaio de miniprismas para a composição de referência do agregado
Jaboatão com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 - 0,000 0,000 0,000
3 - 0,001 0,002 0,002
7 - 0,007 0,012 0,010
10 - 0,015 0,018 0,017
14 - 0,018 0,021 0,020
21 - 0,021 0,023 0,022
28 - 0,024 0,023 0,024
42 - 0,034 0,032 0,033
56 - 0,043 0,036 0,040
70 - 0,050 0,043 0,047
84 - 0,057 0,049 0,053
DRM (84 dias) - 7,547 7,547 -
Fonte: Autora, 2019.
172

APÊNDICE C – REATIVIDADE POTENCIAL DA AREIA

A Figura C.1 e a Tabela C.1 apresentam o gráfico e tabela de expansões, respectivamente, pelo
ensaio acelerado de barras de argamassa (NBR 15577-4). Este ensaio foi realizado de modo a
determinar a reatividade da areia visando à sua utilização como agregado miúdo no ensaio de
miniprismas de concreto.

Figura C.1 – Resultado do ensaio acelerado de barras de argamassa para a areia.

0,20
0,18
0,16
0,14
Expansão (%)

0,12
0,10
0,08 0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (Dias)
Areia Limite ABNT NBR 15577

Fonte: Autora, 2019.

Tabela C.1 – Resultados de expansão para a composição com areia.


Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 - 0,000
7 0,009 0,011 - 0,010
13 0,014 0,014 - 0,014
14 0,018 0,021 - 0,020
15 0,025 0,033 - 0,029
16 0,028 0,035 - 0,032
20 0,033 0,038 - 0,036
21 0,037 0,041 - 0,039
22 0,057 0,065 - 0,061
27 0,071 0,073 - 0,072
28 0,073 0,078 - 0,076
29 0,077 0,080 - 0,079
30 0,080 0,082 - 0,081
DRM (30 dias) 1,235 1,235 - -
Fonte: Autora, 2019.

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