DISSERTAÇÃO Yane Coutinho Lira 15577
DISSERTAÇÃO Yane Coutinho Lira 15577
DISSERTAÇÃO Yane Coutinho Lira 15577
Recife
2019
YANE COUTINHO LIRA
Recife
2019
Catalogação na fonte
Bibliotecária Maria Luiza de Moura Ferreira, CRB-4 / 1469
UFPE
Banca Examinadora:
___________________________________________
Prof. Dr. Arnaldo Manoel Pereira Carneiro (Orientador)
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
________________________________________
Dra. Nicole Pagan Hasparyk (Examinadora Externa)
FURNAS Centrais Elétricas S. A.
__________________________________________
Prof. Dr. Milton Bezerra das Chagas Filho (Examinador Externo)
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG
__________________________________________
Prof. Dr. Pedro Luiz Guzzo (Examinador Externo)
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE
À minha mãe, por tudo, sempre.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Milton Bezerra das Chagas Filho, professor, mestre e amigo, pelas palavras
e presença, mesmo que distante.
Ao Prof. Dr. Pedro Luiz Guzzo, pela ajuda durante o trabalho, preciosas observações e
contribuições ao presente estudo.
À Cristóvão, pela companhia em tantos momentos. Sem sua ajuda, teria sido muito mais
difícil e menos divertido.
À Fernanda, a melhor companheira de estudos que eu poderia ter. Juntas dividimos muitos
momentos e planos, e ainda vamos realizar muito.
Ao Prof. Me. Rodrigo Mendes Patrício Chagas, pelos conselhos, ajuda e amizade em
momentos decisivos da realização deste estudo.
À Marcelo e Filipe do LTM, por toda ajuda no processo de britagem, nos ensaios de DRX
e análise granulométrica, além das discussões esclarecedoras e produtivas.
À Deus e a São Sebastião por iluminarem minha vida e me permitirem chegar a esse
momento tão importante.
RESUMO
A reação álcali-agregado (RAA) é uma patologia que ocorre quando álcalis presentes no
cimento reagem com componentes reativos do agregado, formando um gel que, na presença de
umidade, expande, o que pode levar a fissuras e posterior deterioração da estrutura. O meio
mais utilizado para evitar sua ocorrência é a prevenção. Dentre as formas de prevenir, está a
utilização de um agregado não reativo e para testar a reatividade do agregado, uma das técnicas
mais usadas é o ensaio acelerado de barras de argamassa, uma vez que dura apenas 30 dias.
Entretanto, estudos têm mostrado que este teste pode levar a falsos positivos ou falsos
negativos. Portanto, para melhor compreender os fatores que podem afetar o resultado deste
teste, o presente estudo teve como objetivo analisar a influência do tipo de britagem. Foi
utilizado o britador de mandíbulas e de rolos para reduzir dois agregados à dimensão utilizada
no ensaio, e os resultados foram comparados. Avaliou-se, também, a influência do tipo de
britador com a utilização de adições em substituição ao cimento. Para tal, utilizou-se sílica ativa,
nas porcentagens de 8% e 15%, e pó de agregado reativo, nas porcentagens de 10% e 20%, com
e sem aditivo, a fim de verificar sua eficiência como agente mitigador das expansões da RAA
e a influência do uso de aditivo. Em conjunto com o ensaio de barras, realizou-se análise
petrográfica e ensaio acelerado de miniprismas de concreto, a fim de avaliar os resultados
obtidos. Observou-se influência significativa do tipo de britador para as combinações de
referência, devida à diferença nas áreas superficiais específicas e tamanhos das partículas
geradas no processo de britagem. Esta influência mostrou-se variável dependendo do tipo e
tamanho do agregado. As combinações com sílica e pó de agregado reativo, em geral, não foram
influenciadas significativamente pelo tipo de britador utilizado. Foram obtidos resultados
conflitantes para o ensaio de barras e de miniprismas, para as combinações com o uso de
adições, indicando a influência do tamanho do agregado nos ensaios. Para as combinações com
o uso de aditivo, houve aumento das expansões, mas não a um nível significativo. O tipo de
britador mostrou-se como uma variável importante na análise de reatividade potencial de um
agregado utilizando o ensaio de barras, podendo levar a classificações errôneas. Quando do uso
de adições minerais, entretanto, esta variável não foi significativa.
The alkali-aggregate reaction (AAR) is a pathology that occurs when the alkali present in
cement reacts with reactive components of the aggregate, forming a gel which, in the presence
of humidity, expands, what can lead to cracks and further deterioration of the structure. The
best way to avoid its occurrence is prevention. Among the ways to prevent, it is the use of a
non-reactive aggregates and, in order to test the reactivity of an aggregate, one of the most used
techniques is the accelerated mortar bar test, once it takes only 30 days. Nevertheless, studies
have shown that this test can have false positive or false negative results. Thus, in order to have
a better understanding of factors that can affect the result of this test, the present study aimed
to analyse the influence of the type of aggregate crushing. There were used jaw and roller
crushers to reduce two aggregates to the dimension required by the test, and the results were
compared. It was also evaluated the influence of the type of crusher with the use of mineral
admixtures in replacement to cement. There were used silica fume in the percentages of 8% and
15%, and aggregate powder from reactive aggregate, in the percentages of 10% and 20%
replacing cement, with and without chemical admixture, in order to verify its efficiency as a
mitigating agent of AAR expansions and the influence of the use of the chemical admixture.
Along with the mortar bar test, it was performed petrographic analysis and miniature concrete
prism test, to evaluate the results obtained. It was observed a significant influence of the type
of crusher for the reference combinations, due to the difference in the specific superficial areas
and sizes of particles generated in the crushing process. This influence has showed to be
variable depending on the type and size of the aggregate. The combinations with silica fume
and reactive aggregate powder, in general, were not significantly influenced by the type of
crusher used. There were obtained conflicting results for the mortar bar and the miniature
concrete prism test for compositions with mineral admixtures, indicating the influence of the
aggregate size in the expansion tests. For the combinations with the use of chemical admixture,
the was an increase in expansions, but not up to a significant level. The type of crusher has
showed as an important variable in the analysis of the reactive potential of an aggregate using
the mortar bar test, and, if not considered, can lead to mistaken classifications. When using
mineral admixtures, though, this variable was not significant.
Keywords: Alkali aggregate reaction. Crusher. Accelerated mortar bar test. Miniature concrete
prism test. Reactive aggregate powder.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 23
1.1 JUSTIFICATIVA........................................................................................... 23
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................. 24
1.2.1 Objetivo Geral.............................................................................................. 24
1.2.2 Objetivos Específicos.................................................................................... 24
1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO............................................................. 24
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................... 26
2.1 HISTÓRICO.................................................................................................. 26
2.2 DEFINIÇÃO.................................................................................................. 32
2.2.1 Agregado Reativo......................................................................................... 33
2.2.2 Teor de Álcalis do Cimento.......................................................................... 36
2.2.3 Umidade........................................................................................................ 39
2.3 TIPOS DE RAA............................................................................................. 40
2.4 MECANISMOS DA RAA............................................................................. 41
2.5 FATORES INTERVENIENTES................................................................... 44
2.5.1 Teor e Dimensão Péssimos........................................................................... 44
2.5.2 Temperatura................................................................................................. 46
2.5.3 Influência do Uso de Aditivos...................................................................... 47
2.6 COMINUIÇÃO DO AGREGADO................................................................ 47
2.6.1 Processo de Fragmentação........................................................................... 48
2.6.2 Mecanismos de Fragmentação.................................................................... 49
2.6.3 Equipamentos de Britagem.......................................................................... 51
2.6.4 Morfologia das Partículas............................................................................ 53
2.7 MITIGAÇÃO................................................................................................. 55
2.7.1 Adições Minerais.......................................................................................... 56
2.7.1.1 Efeito das Adições Minerais........................................................................... 56
2.7.1.2 Fatores que Interferem no Efeito de Adições Minerais................................... 59
2.7.1.2.1 Finura............................................................................................................. 59
2.7.1.2.2 Teor Péssimo de Adição................................................................................. 60
2.7.1.3 Tipos de Adições Minerais............................................................................. 60
2.7.2.3.1 Pó de Agregado Reativo................................................................................. 62
2.7.2 Adições Químicas......................................................................................... 65
2.8 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL REATIVO E DA EFICIÊNCIA DA
MITIGAÇÃO................................................................................................. 67
2.8.1 Análise Petrográfica..................................................................................... 67
2.8.2 Ensaio Acelerado das Barras de Argamassa.............................................. 68
2.8.3 Ensaio de Prismas de Concreto.................................................................... 70
2.8.4 Ensaio Acelerado de Prismas de Concreto.................................................. 70
2.8.5 Ensaio Acelerado dos Miniprismas de Concreto........................................ 71
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL.............................................................. 73
3.1 MATERIAIS.................................................................................................. 73
3.1.1 Cimento......................................................................................................... 73
3.1.2 Agregado Graúdo......................................................................................... 73
3.1.3 Agregado Miúdo........................................................................................... 76
3.1.4 Água............................................................................................................... 76
3.1.5 Adições Minerais.......................................................................................... 76
3.1.6 Aditivo........................................................................................................... 76
3.2 MÉTODOS.................................................................................................... 76
3.2.1 Caracterização Física................................................................................... 78
3.2.2 Caracterização Química.............................................................................. 79
3.2.3 Caracterização Mineralógica...................................................................... 80
3.2.4 Caracterização Morfológica........................................................................ 81
3.2.5 Cominuição do Agregado Graúdo............................................................... 81
3.2.6 Avaliação da Reatividade Potencial e da Eficiência de Adições na
Mitigação....................................................................................................... 82
3.2.6.1 Análise Petrográfica do Agregado.................................................................. 83
3.2.6.2 Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa..................................................... 84
3.2.6.2.1 Preparo dos Corpos de Prova........................................................................ 84
3.2.6.3 Ensaio Acelerado dos Miniprismas de Concreto............................................ 89
3.2.6.3.1 Preparo dos Corpos de Prova........................................................................ 89
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................. 94
4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICA...................................................................... 94
4.1.1 Massa Específica e Absorção....................................................................... 94
4.1.2 Área Superficial Específica e Distribuição Granulométrica..................... 95
4.2 CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA................................................................. 100
4.2.1 Avaliação Indireta da Pozolanicidade por Condutividade Elétrica......... 101
4.2.2 Espectrometria por Fluorescência de Raios X............................................ 102
4.3 CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA.................................................... 103
4.4 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA..................................................... 105
4.5 AVALIAÇÃO DA REATIVIDADE POTENCIAL E EFICIÊNCIA DE
ADIÇÕES NA MITIGAÇÃO........................................................................ 110
4.5.1 Análise Petrográfica..................................................................................... 110
4.5.1.1 Agregado Vitória............................................................................................ 110
4.5.1.2 Agregado Jaboatão......................................................................................... 112
4.5.2 Ensaios Acelerados....................................................................................... 116
4.5.2.1 Composições de Referência............................................................................ 116
4.5.2.2 Combinações com Sílica................................................................................ 121
4.5.2.3 Combinações com Pó de Agregado Reativo................................................... 125
4.5.2.4 Composições com Aditivo.............................................................................. 130
4.5.2.5 Considerações................................................................................................ 135
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 137
5.1 CONCLUSÕES............................................................................................ 137
5.2 SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS............................................. 140
REFERÊNCIAS........................................................................................... 142
APÊNDICE A – TABELAS DE EXPANSÃO: ENSAIO ACELERADO
DE BARRAS DE ARGAMASSA................................................................ 155
APÊNDICE B – TABELAS DE EXPANSÃO: ENSAIO ACELERADO
DE MINIPRISMAS DE CONCRETO....................................................... 169
APÊNDICE C – REATIVIDADE POTENCIAL DA AREIA................... 172
23
1 INTRODUÇÃO
O concreto é um dos materiais mais utilizados no mundo. Entre as suas vantagens frente a outros
materiais destaca-se a resistência à água, a facilidade de moldagem em diferentes formatos e
tamanhos e sua disponibilidade e baixo custo (MEHTA e MONTEIRO, 2014). A crença de que
o concreto é um material eterno deu lugar ao conhecimento de que, ao longo do tempo, ele é
instável, podendo alterar suas propriedades físicas e químicas de acordo com a interação dos
seus constituintes e os condicionantes do meio ambiente (SOUZA e RIPPER, 1998). Dentre os
vários mecanismos de deterioração que podem afetar a durabilidade de uma estrutura de
concreto, destaca-se a reação álcali-agregado.
1.1 JUSTIFICATIVA
A reação álcali-agregado foi primeiro descrita por Stanton, na década de 1940 e, desde então,
tem sido foco de inúmeras pesquisas. Trata-se de uma reação entre os álcalis do cimento e
componentes reativos do agregado. Esta reação forma um gel que, na presença de umidade, se
dilata e produz tensões na matriz cimentícia. Caso a pressão exercida seja maior do que a
resistência à tração do concreto, ocorre o aparecimento de fissuras.
Caso ocorra a reação, ainda não há como pará-la; tem-se, apenas, meios de desacelerá-la. A
melhor forma de evitar esta patologia é, portanto, a prevenção. Pode-se, para tal, utilizar um
agregado não reativo.
Foram desenvolvidos vários testes para determinar a reatividade do agregado, de modo que é
possível utilizar com certo grau de segurança agregados comprovadamente não reativos. O mais
utilizado é o ensaio acelerado das barras de argamassa, devido à sua rapidez, com a obtenção
de resultados em 30 dias de ensaio. Contudo, vários autores têm obtido resultados falsos
positivos ou falsos negativos. Desta forma, meios de compreender melhor os resultados obtidos
no ensaio são necessários para sua correta interpretação e aplicabilidade.
24
Além disso, nem sempre há disponibilidade de outro agregado na região da obra, e métodos
consagrados na mitigação da RAA, como o uso de adições minerais e químicas, podem não ser
economicamente viáveis (CYR, RIVARD e LABRECQUE, 2009; HEWLETT, 2004). Como
alternativa, apresenta-se a utilização de pós de agregados reativos, cujo uso vem sendo estudado
desde a primeira publicação relativa à reação álcali-agregado, por Stanton (1940).
1.2 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 HISTÓRICO
Entre 1920 e 1930, houve vários casos de fissuração severa em estruturas de concreto na
Califórnia, Estados Unidos, apesar de serem construções recentes e que seguiram padrões
aceitáveis de construção e controle de qualidade dos materiais. Blanks e Kennedy (1955 apud
MEHTA e MONTEIRO, 2014) descreveram alguns dos primeiros casos de reação álcali
agregado nos Estados Unidos. Em 1940, após estudar estes casos, Stanton (1940) demonstrou
a existência de uma reação entre álcalis e agregado, sendo um processo deletério intrínseco aos
materiais do concreto. Desde então, exemplos de ocorrência desta reação em diversas partes do
mundo foram reportados, indicando que esta poderia ser uma das causas de deterioração em
estruturas em contato com água, como pontes, barragens e diques (MEHTA e MONTEIRO,
2014).
27
(a) (b)
28
(c) (d)
(e) (f)
Fonte: (a) CHI, 2016; (b) THOMAS et al., 2013; (c) (d) (e) (f) SIMS; POOLE, 2017.
(a) Shek Wu Hui Treatment plant, na China. A construção terminou em 1981 e em 1991 a RAA foi
identificada. (b) Fissuras dos pilares com RAA, colmatados com resina epóxi, em usina hidrelétrica na
Noruega. (c) Ponte em Paltanmäki, na Finlândia, com RAA penetrando através da laje do tabuleiro,
com exsudação do gel. (d) Viaduto Marsh Mills, perto de Plymouth, Inglaterra, mostrando uma
escavação para revelar o bloco de fundação severamente fissurado, muito abaixo do nível local do
lençol freático. (e) Fissura em mapa em pavimento de concreto, na Alemanha. (f) Fissuras
longitudinais devidas à RAA em elemento pré-moldado protendido na Austrália.
Ano de
Fim da Indícios/
UHE/Barragem UF Agregado Companhias
Construção Evidências
da RAA
Barragem
Reguladora Billings- SP 1937 1992 Granito
Pedra
Usina Elevatória de
SP 1940 1980 Milonito
Traição
Usina Elevatória de
SP 1937 2000 Gnaisse/Milonito EMAE
Pedreira
Barragem de
SP 1956 1998 Gnaisse
Pirapora
Barragem Rio das
SP 1926 1992 Gnaisse/milonito
Pedras
UHE Rasgão SP 1925 Nd Granito/Filito
Barragem: 1963
UHE Furnas MG Etapa 1: 1965 1976 Quartzito
Etapa 2: 1974
FURNAS
UHE Mascarenhas de Etapa 1: 1957
MG 1994 Quartzito Centrais
Morais Etapa 2: 1969
Elétricas
UHE Luiz Carlos
Etapa 1: 1969
Barreto de Carvalho SP 1994 Quartzito
Etapa 2: 1972
(antes UHE Estreito)
Basalto/Seixo de
UHE Porto Colômbia MG 1973 1985
quartzo
Gnaisse; biotita
UHE Jurupará SP 1970 1995 CBA
granito.
Sá Carvalho
S. A.
UHE Sá Carvalho MG 1951 1995 Granito
(anteriormente
Acesita)
Gnaisse,
Barragem Joanes II BA 1971 1988 migmatito e EMBASA
granulito
Fonte: Adaptado de ANDRIOLO, 2000; COUTO, 2008; GALLETI et al., 1997; HASPARYK, 2011;
MARQUES, 2009.
*Não disponível.
O primeiro caso de RAA na capital pernambucana foi constatado na Ponte Paulo Guerra em
1999, tendo sido construída em 1977. A ponte apresentou sinais de deterioração no tabuleiro,
superestrutura e subestrutura (HELENE, CARVALHO e PACHECO, 2017) e foi identificada
a RAA nos blocos de coroamento da fundação, com forte fissuração em mapa, como visto na
Figura 3, com fissuras de 5 mm e alcançando grandes profundidades (FIGUEIRÔA e
ANDRADE, 2007; GOMES, 2008).
31
Após o ocorrido na ponte, houve o desabamento do edifício Areia Branca, em 2004, no qual
foram constatados indícios de ocorrência de reação álcali-agregado. Embora o laudo técnico
tenha determinado que a RAA nas fundações tinha proporções insuficientes para produzir
fissuração no concreto, tendo a ruína ocorrido por falhas construtivas (GUSMÃO et al., 2005;
PIRES SOBRINHO e OLIVEIRA, 2009), este fato fez com que várias edificações construídas
há algum tempo buscassem vistoriar suas fundações (GOMES, 2008; SILVA, 2007); a partir
disto, foram descobertos vários casos de RAA em elementos de fundação, blocos de
coroamento ou sapatas, com estados fissuratórios variáveis, como apresentado na Figura 4. Em
aproximadamente 20 edifícios residenciais e comerciais constatou-se o comprometimento da
fundação pela reação álcali-agregado (SILVA, 2007).
Figura 4 – (a) Bloco de fundação do Edifício Apolônio Sales em Recife. (b) Fundação de prédio
afetada em Recife.
(a) (b)
Fonte: (a) SILVA, 2007; (b) GOMES, 2008
32
2.2 DEFINIÇÃO
A RAA é uma reação que ocorre entre álcalis presentes no cimento e agregados reativos,
produzindo um gel capaz de inchar ao adsorver água, provocando tensões que levam à expansão
e formação de fissuras no concreto (LI, 2011). A quantidade de gel e a pressão causada por seu
inchamento são variáveis e dependem de vários fatores, como temperatura, tipo e proporção
dos materiais reativos e composição do gel. Em geral, essa pressão é suficiente para gerar
microfissuração no concreto, que pode levar à ruptura da estrutura ou do elemento (SWAMY,
1992).
Figura 5 – Sintomas que podem ser observados em estruturas afetadas pela reação álcali-agregado.
Quanto mais quimicamente desorganizada e instável a estrutura dos minerais que compõem o
agregado, maior a probabilidade de o agregado ser reativo (HELENE, CARVALHO e
PACHECO, 2017). Dentre os minerais considerados reativos, destaca-se opala (uma forma
hidratada e altamente desordenada de cristobalita), obsidiana, cristobalita, tridimita, calcedônia,
sílex, andesita, riolito e quartzito tensionado ou metamórfico, em ordem decrescente de
reatividade (HEWLETT, 2004; MEHTA e MONTEIRO, 2014). O quadro 2 apresenta um
detalhamento destes minerais.
34
Esses minerais podem ser encontrados em xistos, arenitos, rochas carbonáticas com sílica,
quartzitos, gnaisses, entre outras. Contudo, isto não indica que todas as rochas indicadas
produzirão agregados reativos. A reatividade depende do tipo e quantidade dos minerais
reativos existentes (THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD, 2013).
Outras texturas observadas nos agregados também podem indicar sua reatividade potencial,
como a presença de extinção ondulante e de subgrãos. A presença de um grande número de
deslocamentos similares pode tornar a estrutura cristalina de um mineral ligeiramente curva.
Como resultado, o cristal não se extingue de forma homogênea, o que é conhecido como
extinção ondulante (PASSCHIER e TROUW, 1998). Subgrãos, por sua vez, são partes do
cristal separadas das adjacências por bordas, com leve mudança na orientação cristalina de um
subgrão para outro (PASSCHIER e TROUW, 1998). A borda é, desta forma, como um plano
separando dois fragmentos do cristal que rotacionaram levemente entre si (PASSCHIER e
TROUW, 1998).1
Podem, também, estar associados processos metamórficos que têm influência a nível de grãos
individuais, sendo dependentes de fatores como litologia, mineralogia, composição do fluido
intergranular, tamanho dos grãos, permeabilidade, além de condições de temperatura e pressão
(PASSCHIER e TROUW, 1998). A severidade e o tipo de metamorfismo controlarão quais
minerais novos serão formados. Rochas metamórficas podem herdar estrutura e textura do seu
1
A identificação destas texturas será abordada no tópico Análise Petrográfica.
36
protólito, que é a rocha da qual se origina, nas quais quantidade de minerais e arranjo refletem
sua natureza metamórfica atual (FERNANDES et al., 2016).
Os materiais mais comuns formados por meio de metamorfismo de rochas ricas em argila ou
areia são micas, cloritas, granadas e feldspatos. Contudo, durante o processo, o quartzo presente
recristalizará parcial ou totalmente, o que pode produzir cristais de sílica criptocristalina nos
contornos de grão. A deformação do quartzo sob condições dúcteis ou frágeis, assim como
esforços tectônicos, podem introduzir tensões na estrutura cristalina, que podem ser
reconhecidas microscopicamente como extinção ondulante, quando sob luz polarizada,
evoluindo para subgrão para grandes valores de tensão (FERNANDES et al., 2016; SIMS e
POOLE, 2017).
Em relação ao padrão fissuratório, Hobbs (1988, apud SIMS e POOLE, 2017) sugeriu que a
microfissuração interna pode ser característica, dependendo do agregado que contém o
componente reativo, se miúdo ou graúdo. A Figura 7 apresenta este padrão para o tipo de
agregado responsável pela ocorrência da RAA.
Observa-se que, para a fração reativa de agregado miúdo, a fissuração interna é mais conectada
e generalizada, concentrando-se no interior do elemento estrutural. Para a fração reativa
proveniente do agregado graúdo, as fissuras aparentes na face externa tendem a se aprofundar
até o centro do elemento estrutural.
(a) (b)
Fonte: HOBBS, 1988 apud SIMS e POOLE, 2017.
(a) Padrão quando o componente reativo está na fração do agregado miúdo; (b) Padrão quando o
componente reativo está no agregado graúdo.
índice, que varia entre 0,2 e 1,5%, é calculado levando-se em consideração os pesos moleculares
dos óxidos de sódio e potássio, 62 e 94, em sequência, para obter uma porcentagem equivalente
de Na2O, conforme a Equação 1 (LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014).
Ly et al. (2006) determinaram que o sódio tem maior contribuição nas expansões em relação
ao potássio, de modo que deve-se ter precaução ao interpretar os álcalis totais expressos desta
forma.
Vários estudos nos Estados Unidos mostraram que a utilização de cimentos com equivalente
alcalino superior a 0,60%, em conjunto com agregados reativos, pode causar expansão
significativa (LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014). Este valor foi adotado como limite em
diversas especificações, como a ASTM C150M, de 2017 (ASTM C150, 2017; HEWLETT,
2004; SHETTY, 2005; TAYLOR, 1997). Um cimento que atende a esse limite é conhecido
38
como cimento com baixo teor de álcalis. A versão anterior da NBR 7211 (2005), que descreve
requisitos de agregados para usos em concreto, indicava um teor máximo de álcalis de 3,0 kg/m³
para agregados com expansões superiores a 0,10%, quando ensaiados pelo método acelerado
das barras de argamassa. Contudo, há relatos de estruturas construídas com cimento de
equivalente alcalino inferior a 0,25% que apresentaram sintomas de reação álcali-agregado
posteriormente, com taxas de pequena magnitude, como, por exemplo, a UHE de Furnas, cuja
obra utilizou um cimento de equivalente alcalino de 0,23% (CASTRO et al., 1997a;
SILVEIRA, 1997).
Desta forma, versões mais recentes das normas consideram que um cimento com baixo teor de
álcalis como única medida preventiva para a RAA pode não ser efetivo, uma vez que não há
como controlar o teor total de álcalis no concreto, com contribuições de álcalis de outras fontes
(ASTM C150, 2019;THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD, 2013). A versão mais recente da
norma brasileira, de 2009, menciona que deve ser atendido o disposto na NBR 15577-1, que
apresenta medidas preventivas de acordo com o risco de ocorrência da RAA em uma estrutura.
O risco de ocorrência é determinado por meio da classificação da estrutura quanto à severidade
e consequências da reação em situação de serviço e da classificação do grau de reatividade dos
agregados. Limitar o teor de álcalis do concreto a valores inferiores a 2,4 kg/m³ é uma das
medidas indicadas para riscos baixos em estruturas cujas consequências da reação sejam,
majoritariamente, econômicas e ambientais e minimamente do ponto de vista de segurança.
Além do cimento, pode haver contribuição de álcalis de outras fontes, como adições (cinzas
volantes, escórias de alto-forno, sílica ativa, metacaulim) (BATTAGIN, I., BATTAGIN, A. e
SBRIGHI NETO, 2009; LI, 2011), outros constituintes do concreto, como aditivos e agregados
contendo minerais ricos em álcalis, como feldspatos e micas, ou fontes externas, como água do
mar, químicos descongelantes ou águas superficiais ou subterrâneas em contato com as
estruturas (BATTAGIN, I., BATTAGIN, A. e SBRIGHI NETO, 2009; LEE CHAU, 1989 e
SWAMY e AL-ASALI, 1988 apud HEWLETT, 2004; SILVEIRA, 1997). Desta forma, deve-
se atentar para a quantidade total de álcalis presentes no concreto, que deve ser inferior a 3,0
kg/m³ (FOURNIER e BÉRUBÉ, 2011; LI, 2011; MEHTA e MONTEIRO, 2014), como
observado na Figura 8, na qual são apresentadas as expansões de prismas de concreto a 38ºC
após 1 ano, dosados com diferentes teores de cimento e álcalis. As expansões, neste caso,
mantém-se abaixo do limite estabelecido por norma (ASTM C 1260, 2014) quando o teor de
álcalis do concreto é mantido abaixo de 3,0 kg/m³ (THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD,
2013).
39
Quando os álcalis são liberados a partir do processo de hidratação, eles podem estar presentes
de três formas, quais sejam na solução dos poros, na estrutura dos compostos hidratados
produzidos ou no gel formado a partir da reação álcali-agregado (THOMAS, 2011).
2.2.3 Umidade
A presença de umidade é fator determinante, tanto para a ocorrência das reações químicas que
envolvem a reação álcali-agregado, sendo o meio no qual estão dispersos os íons alcalinos e as
hidroxilas, quanto para a absorção pelo gel formado. Desta forma, caso não haja presença de
água, a deterioração é bastante reduzida. Nota-se, portanto, que a deterioração decorrente da
RAA concentrar-se-á na superfície do elemento (LI, 2011; SHETTY, 2005; SWAMY, 1992).
Estudos mostram que os efeitos da reação álcali-agregado variam diretamente de acordo com a
porcentagem de umidade relativa do concreto. Os experimentos indicam que, mantendo a
umidade abaixo de 80%, o concreto exibe pouca evidência de expansão devido à RAA; a
expansão aumenta rapidamente caso a umidade seja superior a este valor, como esquematizado
na Figura 9 (SIMS e POOLE, 2017; SWAMY, 1992; THOMAS, FOURNIER e FOLLIARD,
2013).
40
A reação álcali-agregado pode ser classificada em dois tipos: a Reação Álcali-Sílica (RAS) e a
Reação Álcali-Carbonato (RAC).
A reação álcali-sílica é uma reação química que ocorre entre certos componentes silicáticos
presentes no agregado, como opala, cherts, quartzo microcristalino, quartzo deformado, vidro
vulcânico, vidros reciclados, e outros, e hidróxidos alcalinos provenientes da hidratação do
cimento. Tal reação produz um gel com capacidade variável de dilatação decorrente da absorção
de água e que pode causar fissuras e expansão do concreto (HEWLETT, 2004; NBR 15577-1,
2018).
A reação álcali-carbonato, por sua vez, foi primeiro identificada por Swenson, em 1957, que
observou que seções de pavimento de concreto, em Kingston, Ontario, exibiam expansões que
fecharam as juntas e produziram fissuras nas placas em um período de seis meses após
colocação (SWAMY, 1992). Esta reação ocorre em calcários dolomíticos ou dolomíticos
calcíticos e os álcalis do cimento, acompanhada de desdolomitização, que, em certas condições,
pode causar expansão, não havendo, portanto, formação de gel (NBR 15577-1, 2018;
TIECHER, 2006).
41
Por muito tempo, classificou-se a reação álcali-agregado em três tipos, sendo o terceiro tipo
conhecido como reação álcali-silicato. Porém, atualmente, este é reconhecido como um tipo
mais complexo de RAS (HEWLETT, 2004; MINGSHU, 1992; SHAYAN et al., 1992). Estudos
recentes apontam que a reação álcali-carbonato ocorre apenas quando há a presença de sílica
nos agregados carbonáticos (BEYENE et al., 2013; BINAL, 2015; GRATTAN-BELLEW et
al., 2010; GRATTAN-BELLEW e CHAN, 2013; KATAYAMA, 1992, 2010; KATAYAMA,
JENSEN e ROGERS, 2016). Segundo Katayama (1992), quartzo microcristalino estaria oculto
no resíduo insolúvel de rochas carbonáticas. Desta forma, segundo os autores, a ocorrência da
RAA estaria estritamente ligada à presença de sílica.
(a) (b)
Fonte: COLLINS et al., [s.d.]
42
A Figura 11a apresenta a superfície do agregado antes da reação. Como descrito por Dent
Glasser e Kataoka (1981) e, subsequentemente, por Wang e Gillott (1991), inicialmente os íons
hidroxila (OH-), que estão presentes na solução dos poros, penetram na estrutura do agregado
e rompem ligações siloxano ( Si−O−Si ), formando grupos silanol (Si−OH), de acordo com
a Equação 2 e Figura 11b. A quebra das ligações siloxano enfraquece a estrutura e, caso haja
quantidade suficiente de hidróxidos alcalinos, há a produção de uma solução silicática alcalina
(THOMAS, 2011).
(a) (b)
Fonte: COLLINS et al., [s.d.]
Os grupos silanol formados também reagem com as hidroxilas numa reação ácido-base,
formando espécies do tipo Si−O-, como descrito na Equação 3 e Figura 12a. As cargas
negativas são balanceadas pelos íons alcalinos (Na+, K+) e, simultaneamente, penetram por
difusão na estrutura.
Desta forma, é criada uma camada elétrica na superfície do agregado, composta por cátions e
ânions, o que aumenta a concentração de cátions (álcalis) que reagirão com as espécies Si−O-
formadas. Na ausência de cálcio, os álcalis e sílica permaneceriam em solução. Contudo, devido
à disponibilidade de cálcio na forma de portlandita (Ca(OH)2), há a formação de um gel sílico-
alcalino que contém pequenas quantidades de CaO (THOMAS, 2011), como visto na Equação
4 e Figura 12b.
43
(a) (b)
Fonte: COLLINS et al., [s.d.]
Os íons de silicato são impedidos de mover-se do agregado para a matriz cimentícia pelo gel,
que forma uma barreira ao redor da partícula. Desta forma, a camada do produto de reação age
como uma membrana osmótica, absorvendo água (DYER, 2014; MEHTA e MONTEIRO,
2014). Seu inchamento promove tensões na matriz cimentícia, como observado na Figura 13,
o que pode levar à posterior fissuração da estrutura (ICHIKAWA e MIURA, 2007).
Com o tempo, a quantidade de cálcio no gel aumenta e uma porção de álcalis é liberada para a
solução dos poros, o que implica a sua reciclagem e continuação da reação. Tal processo
prolonga a reação, até, finalmente, haver a extinção dos álcalis e posterior estabilização das
expansões decorrentes na estrutura.
Além dos fatores que são necessários à ocorrência da reação, quais sejam minerais reativos no
agregado, álcalis e umidade, outros aspectos podem interferir, como descrito a seguir.
Alguns agregados reativos possuem uma relação linear em relação à ocorrência da RAA e as
expansões decorrentes, ou seja, quanto maior a quantidade de minerais reativos no agregado,
maior a expansão. Contudo, a maioria dos agregados possui um teor no qual ocorrem as maiores
expansões. Teores acima ou abaixo deste acarretam uma menor expansão. Este teor é conhecido
como teor péssimo (HEWLETT, 2004; LI, 2011), e é mais pronunciado em minerais de reação
rápida, como a opala (HOBBS, 1978, 1988 apud HEWLLET, 2004).
Ichikawa (2009) explica que, quando a proporção de agregado reativo é maior do que a
proporção péssima, a quantidade de álcalis por volume do agregado reativo torna-se insuficiente
para que o gel formado exerça pressões capazes de superarem a resistência da matriz cimentícia.
Já quando a proporção de agregado é menor do que a proporção péssima, a expansão diminui
com a diminuição da quantidade do agregado reativo. Na proporção péssima há um equilíbrio
entre as quantidades de álcalis e agregado reativo, de modo que as maiores expansões são
alcançadas. Esta característica está ilustrada na Figura 14a.
Da mesma forma, tendo-se um teor fixo de agregado reativo, a expansão torna-se máxima em
uma dada dimensão do agregado, acima ou abaixo da qual a expansão diminui, o que é
conhecido como dimensão péssima.
45
(a) (b)
Fonte: KAWABATA e YAMADA, 2017
Entretanto, grande parte dos casos de expansão e fissuração devidos à reação álcali-agregado
estão relacionados principalmente à granulometria característica da areia, com tamanhos de
grão entre 1,0 e 5,0 mm. Ainda não há explicação satisfatória para tal fenômeno, mas
conjectura-se que a menor adsorção de géis com maior relação sílica/álcalis e o alívio da pressão
hidráulica na superfície da partícula reativa quando seu tamanho é muito pequeno podem
explicar parcialmente essa particularidade (MEHTA e MONTEIRO, 2014).
Multon et al. (2008) estudaram, em areias britadas, mármore e calcário silicoso, três faixas
granulométricas, 80-160 µm, 315-630 µm e 1,25 – 3,15 mm, e observaram que partículas mais
grossas (1,25 – 3,15 mm) eram sete vezes mais reativas do que partículas mais finas (80-160
µm). Em uma análise mais ampla, considerando sete faixas granulométricas (0-80, 80-160, 160-
315, 315-630, 630-1250, 1250-2500 e 1250-3150 µm), Multon et al. (2010) observaram,
novamente, que as partículas mais grossas, neste caso entre 0,63 e 1,25 mm, apresentaram
maiores expansões, enquanto partículas mais finas (abaixo de 80 µm) não apresentaram
expansão. Este resultado também foi obtido por Silva (2016), que estudou a influência de cada
faixa granulométrica utilizada no ensaio acelerado de barras, utilizando um agregado
46
Figura 15 – Resultados de expansão para agregados com presença de opala em diferentes faixas
granulométricas.
Estas diferenças observadas nas diversas pesquisas são justificadas devido à particularidade do
agregado, sua natureza e composição: cada agregado possui um tamanho péssimo característico
(MULTON et al., 2010). Faz-se necessário, portanto, um estudo prévio para determinar esta
característica no agregado em estudo.
2.5.2 Temperatura
expansões foram menores. Uma possível explicação para isso seria a menor viscosidade do gel
em elevadas temperaturas, o que poderia diminuir as expansões devido à redução de obstáculos
à penetração do gel nos poros da matriz cimentícia (DYER, 2014).
Contudo, segundo Lindgård et al. (2012), o efeito da temperatura não deve ser analisado de
forma isolada, uma vez que há uma ação simultânea com outros fatores.
Ainda não é clara a influência do uso de aditivos nas expansões decorrentes de RAA. Farias,
Hasparyk e Andrade (2007) estudaram a utilização de aditivos com diversas bases nas
expansões de barras no ensaio acelerado. Para barras moldadas apenas com o agregado e o
aditivo, não houve alteração em relação às barras de referência no tocante à classificação.
Porém, ocorreram variações da ordem de 17% nas expansões, seja diminuindo, seja
intensificando a reação. Ao utilizar adições (sílica ativa e metacaulim), a classificação se
manteve, contudo foram observadas mudanças significativas nas expansões aos 16 dias, o que
mostra a influência do aditivo.
Hasparyk e Farias (2013) estudaram a influência do aditivo nas expansões de barras, avaliando
o teor de aditivo recomendado pela norma e o teor ótimo. Observou-se que o teor ótimo é
superior ao recomendado em norma, de modo que ensaiar conforme a norma pode subestimar
as expansões observadas. Silva (2015) também estudou a utilização de aditivos de diversas
bases, considerando três teores e dois tipos de adição (sílica ativa e metacaulim), por meio do
ensaio acelerado de barras. A autora observou que, para o teor ótimo de aditivo, há aumento
nas expansões em relação às barras de referência para todos os aditivos e adições utilizados.
O primeiro estágio desta fragmentação em uma pedreira ocorre nas atividades de lavra, ou seja,
no desmonte da rocha, que é feito por meio de explosivos e a partir do qual são obtidos blocos
de diferentes tamanhos, que se adequam para alimentar os equipamentos de britagem
(FIGUEIRA, LUZ e ALMEIDA, 2010).
A etapa de britagem fragmenta os blocos provenientes da lavra até uma dimensão na qual eles
possam proceder à moagem, para isto, passando por vários equipamentos (LUZ e ALMEIDA,
2012). A etapa de moagem reduz partículas maiores do que 50 – 150 mm. Britadores de
mandíbulas, cone ou giratórios são usados na redução de tamanho inicial e para a redução de
grãos de tamanho médio utilizam-se os britadores mencionados e ainda o britador de rolos
(DRZYMALA, 2007). A Figura 16 apresenta um esquema de como é realizada a quebra de
partículas nos britadores citados.
Figura 16 – Mecanismo de quebra de britadores.
Grande parte dos minerais possui estrutura cristalina, com organização dos átomos em arranjos
tridimensionais. O arranjo dos átomos é determinado pelo tamanho e tipo de ligações físicas e
químicas que os mantém unidos na rede cristalina dos minerais. Estas ligações são mais fortes
a pequenas distâncias; entretanto, podem ser quebradas ou tensionadas quando submetidas a
forças externas, que podem ser de tração ou compressão (WILLS e FINCH, 2016), como
observado na Figura 17.
A energia mecânica para realizar a fragmentação é aplicada por diferentes mecanismos, como
esmagamento ou compressão, impacto e atrito, sendo a abrasão também considerada por alguns
autores. A Figura 18 ilustra modelos de redução de tamanho. Normalmente, a britagem ocorre
por compressão ou impacto e a moagem ocorre por abrasão e impacto (WILLS e FINCH, 2016).
50
As teorias de fragmentação assumem que o material é frágil, mas alguns cristais são capazes de
estocar energia sem romperem e liberá-la quando cessam as forças atuantes, transformando-a
de energia potencial para energia elástica (EVERTSSON, 2000; WILLS e FINCH, 2016). Ao
superar as forças de adesão do material, há a ruptura das ligações e desintegração das partículas
(DRZYMALA, 2007). Quando ocorre a fratura, parte da energia armazenada é transformada
em energia livre da superfície, sendo uma parte energia potencial dos átomos da nova superfície
formada, e a outra parte dissociará na medida em que o cristal perde a tensão. Desta forma, em
decorrência deste aumento de energia, as superfícies, quando recém formadas, são
quimicamente mais ativas (EVERTSSON, 2000; WILLS e FINCH, 2016).
• Britadores de Mandíbulas
O britador de mandíbulas possui uma placa metálica móvel (mandíbula móvel) que se move
em movimento recessivo (afasta-se e aproxima-se) de uma placa metálica fixa (mandíbula fixa).
O fragmento da rocha é inserido no espaço entre as mandíbulas e, a partir do movimento
recessivo, é esmagado. Os fragmentos resultantes escoam para baixo até um ponto no qual
ficam contidos pelas mandíbulas, sendo novamente esmagados em um novo movimento de
aproximação da mandíbula (CHAVES e PERES, 2009; GUPTA e YAN, 2016).
(a) (b)
Fonte: (a) FAÇO - Rebritadores de Mandíbulas, s.d. apud CHAVES e PERES, 2009; (b) IBAG - Jaw
Crushers, s.d. apud CHAVES e PERES, 2009.
(a) Um eixo. (b) Dois eixos.
• Britador de Rolos
Os britadores de rolo tem seu uso reduzido industrialmente, principalmente devido a sua baixa
capacidade e sua relação de redução limitada (CHAVES e PERES, 2009). Contudo, ainda são
bastante utilizados para rochas pouco ou medianamente duras (LIEBERWIRTH, HILMANN e
HESSE, 2017). Em laboratórios, são extensivamente usados (CHAVES e PERES, 2009).
Os britadores de rolos consistem em dois ou mais rolos que giram em direções opostas.
Britadores com um rolo também existem, com um rolo girando contra um prato de quebra fixo
(Figura 21a). Britadores com mais de dois rolos podem ser de dois tipos: rolos fixos a uma
estrutura, com a possibilidade de ajuste lateral de um dos rolos para controlar o vão entre eles;
e um dos rolos montado com uma mola (Figura 21b), o que ajuda a manter pressão uniforme
em todo o comprimento dos rolos (GUPTA e YAN, 2016).
(a) (b)
Fonte: (a) AUBEMA, [s.d.]; (b) GUPTA E YAN, 2016.
(a) Um rolo (dentado); (b) Dois rolos (lisos).
53
Várias são as formas possíveis de partículas, sejam elas naturais ou provenientes de processos
de britagem. A Figura 22 ilustra alguns dos formatos observados.
(a)
(b)
Fonte: VALDUGA, 2007.
(a) Granito; (b) Basalto (La: Los Angeles, Ma: Mandíbulas; Ro: Rolos).
2.7 MITIGAÇÃO
Medidas para minimizar o risco de ocorrência da RAA consistem em eliminar um dos fatores
essenciais. Anteriormente, focava-se na utilização de um cimento com baixo teor de álcalis.
Esta medida, contudo, pode não ser efetiva caso haja outras fontes de álcalis, seja dos
constituintes do concreto, seja de fontes externas (SIMS e SOTIROPOULOS, 1989 apud
HEWLETT, 2004; NIXON, COLLINS e RAYMENT, 1979). Com relação à umidade,
limitando-a a um valor abaixo de 80%, como visto na Figura 9, diminui-se as expansões
referentes à RAA (ASGEIRSSON, 1986; LI, 2011; SWAMY, 1992). Atualmente, o uso de
adições apresenta-se como uma alternativa bastante utilizada.
Outras alternativas para minimizar a probabilidade de ocorrência da RAA são objeto de estudo
de diversos autores. A utilização de um revestimento externo impermeabilizante ao concreto é
citada por Li (2011) e Shetty (2005) como uma opção que pode ser efetiva na redução dos
efeitos da RAA, uma vez que impede a absorção de água. Para agregados levemente reativos,
Mehta e Monteiro (2014) citam a substituição de 25 a 30% da quantidade total de agregado por
agregado inócuo como opção.
Sabe-se que a RAA ocorre na interface entre a pasta e a superfície do agregado. Distribuições
de Na2O, K2O, SiO2 e CaO ao redor do agregado mostram quantitativamente que a camada de
reação está numa faixa de 300 μm (LI, 2011). Desta forma, Li (2011) afirma que se pode utilizar
revestimentos controladores de difusão nos agregados, os quais são compostos de cimento
Portland de rápida pega, areia silicosa tratada (silicato dealcalinizado) e aditivos químicos.
Misturam-se estes materiais à água e o produto é utilizado para revestir os agregados reativos
antes da mistura do concreto. Segundo o autor, com o uso desta técnica, tem-se a redução e o
retardamento dos efeitos da reação álcali-agregado.
56
Opções mais utilizadas para prevenir a ocorrência da RAA, as adições minerais e adições
químicas são tratadas a seguir.
De acordo com Thomas (2011), a quantidade de MCS requeridos geralmente aumenta com o
aumento dos seguintes fatores:
A seguir, estão descritos os efeitos das adições minerais responsáveis por sua eficiência na
mitigação da reação álcali-agregado.
Quando usadas em quantidades adequadas, as adições podem ser efetivas contra a reação álcali-
agregado. Contudo, dependendo da quantidade utilizada e de outros fatores intrínsecos à adição,
seu efeito pode ser mais catastrófico do que os da RAA (DUCHESNE e BERUBÉ, 1994).
Devido à maior reatividade da sílica ativa, por exemplo, considerada uma superpozolana, a
porcentagem utilizada para prevenir a RAA é inferior à utilizada para outras pozolanas
(HEWLETT, 2004).
Duchesne e Berubé (1994) observaram que, para agregados altamente reativos, a utilização de
20% de cinza volante pulverizada com alto teor de álcalis ou 5% de sílica ativa resultou em
expansões maiores do que as obtidas em concretos sem adição. Além disso, os autores também
determinaram que 10% de sílica ativa com alto teor de álcalis pode não ser suficiente para
reduzir as expansões a níveis satisfatórios, enquanto que a mesma quantidade de sílica ativa
com baixo teor de álcalis é suficiente. Estes resultados demonstram a complexidade da
utilização de adições no controle da RAA assim como a importância de determinar-se a
porcentagem ótima para casos específicos. Salienta-se que a pozolana é mais eficaz quando
utilizada substituindo um percentual do cimento ao invés de usada como adição (HEWLETT,
2004).
Hewlett (2004) aponta algumas características das pozolanas associadas ao seu efeito em
relação à reação álcali-agregado, tais como:
Alcalinidade: há uma diminuição dos álcalis e hidroxilas presentes na solução dos poros
decorrente da adição de materiais pozolânicos, os quais são consumidos pela reação pozolânica,
formando C-S-H (LI, 2011), como apresentado na Figura 24.
Figura 24 – Concentração de íons nas soluções dos poros a 6 meses com 0, 5, 10 e 15% de sílica ativa
condensada.
Figura 25 – Concentração de íons nas fases sólidas a 6 meses com 0, 5, 10 e 15% de sílica ativa
condensada.
Alguns fatores podem afetar a ação de adições minerais, seja potencializando os resultados
benéficos em relação à mitigação da RAA, seja acarretando em resultados opostos aos
esperados. A seguir, alguns destes fatores são abordados.
2.7.1.2.1 Finura
Muitos resultados sugerem que pozolanas, assim como sílica reativa, geram reações
pozolânicas ou deletérias expansivas, dependendo da finura das partículas (HEWLETT, 2004).
Desta forma, se o material silicoso tiver dimensões reduzidas e estiver bem distribuído na matriz
cimentícia, a borda de reação formada é de pequena espessura e distribuída uniformemente, de
modo que não é possível detectar uma possível expansão (HEWLETT, 2004). Contudo, caso
os grãos tenham dimensões de grãos de areia, a espessura da borda de reação é maior e a
expansão é significativa (HEWLETT, 2004). Desta forma, tem-se que aglomerações de
pozolana com dimensão de areia podem se comportar como agregados reativos e exemplos de
danos causados têm sido reportados (THOMAS, 2011).
Pesquisas mostraram que a eficácia das pozolanas em relação à RAA é devida à sua habilidade
de reagir com os álcalis antes do que as partículas reativas com dimensão de areia ou agregado
graúdo. Essa habilidade é dependente da finura e da dispersão da pozolana na matriz cimentícia,
podendo, inclusive, contribuir para a expansão da RAA (DIAMOND, 1983).
60
Efeito causado por uma substituição de cimento por pozolana inadequada e consiste no aumento
rápido da quantidade de álcalis e do pH da solução dos poros associado a um retardado início
da reação pozolânica (HEWLETT, 2004). O efeito péssimo da sílica ativa pode acontecer com
alguns agregados e com outros não (HEWLETT, 2004).
Vários são os tipos de adições utilizadas na mitigação da reação álcali-agregado, como sílica
ativa, metacaulim, cinza volante e escória granulada de alto forno. A composição destes
materiais varia conforme esquematizado na Figura 26.
As partículas de sílica ativa e cinza volante são esféricas. Contudo, as partículas de sílica são
cerca de 100 vezes mais finas do que as de cinza volante. Já o metacaulim e a escória necessitam
de moagem para poder ser inseridos no concreto, o que faz com que suas partículas sejam mais
angulares (THOMAS, 2013).
O nível de substituição necessário para controlar as expansões devidas à RAA aumenta com a
diminuição da quantidade de SiO2, aumento da quantidade de CaO, aumento da quantidade de
álcalis do MCS, aumento dos álcalis disponíveis no concreto e aumento da reatividade do
agregado (THOMAS, 2013). Materiais cimentícios suplementares com baixa quantidade de
sílica, mas alta quantidade de cálcio e álcalis devem ser usados em níveis de substituição mais
altos do que MCS com alta quantidade de sílica e baixa quantidade de cálcio e álcalis.
A sílica ativa é a sílica não cristalina ultrafina produzida em fornos de arco elétrico como
subproduto da produção de ligas de metais de silício e ferro-silício. As partículas de sílica têm
diâmetro médio entre 0,1 e 0,2 µm e área superficial específica entre 15000 a 25000 m²/kg,
medida por adsorção de nitrogênio. Esta adição é muito eficiente para controlar as expansões
decorrentes da RAA e a quantidade requerida é influenciada pela quantidade de álcalis
disponíveis no concreto (THOMAS, 2013).
As adições mencionadas têm seu uso consolidado, tanto para evitar a ocorrência da reação
álcali-agregado quanto para melhorar propriedades do concreto, como a resistência. Outras
pozolanas têm sido estudadas e seus efeitos em relação à RAA analisados, como por exemplo
a cinza da casca de arroz e a cinza do bagaço da cana de açúcar. Hasparyk (1999) estudou a
utilização de cinza da casca de arroz, concluindo que este material pode ser considerado uma
adição mineral pozolânica eficiente no combate à RAA. Aguas (2014), por sua vez, analisou a
influência do bagaço da cana de açúcar nas expansões da RAA, avaliando a substituição de
62
cimento por teores de 8% e 12%. A autora observou que as expansões não foram reduzidas com
o uso deste material.
Uma outra opção é a utilização de finos de agregado reativo, material conhecido como Pó de
Agregado Reativo (PAR), cujos estudos remontam à publicação de Stanton (1940). Contudo,
apesar de esta solução ter sido utilizada em algumas obras, ainda não é correntemente aplicada.
Uma revisão sobre a uso deste material e sua ação mitigadora em relação à reação álcali-
agregado é apresentada a seguir.
A falta de expansão na reação pozolânica pode ser devida à finura dos materiais, além da
distribuição homogênea do produto da reação na matriz cimentícia. Com a presença de
partículas de agregado reativo, há a acumulação de depósitos de gel em sua superfície, em locais
pontuais, que podem se tornar locais de expansão (THOMAS, 2011).
expansão. Já no caso de grandes partículas, sua grande área superficial e volume significam que
apenas uma parte dos componentes reativos reagirão, como observado na Figura 27.
Figura 27 – Esquema mostrando o efeito de uma taxa rápida de formação do gel da RAA e uma taxa
lenta de dissolução do gel em um período t1.
Alves et al. (1997) investigaram o uso de quartzito, utilizado na UHE Corumbá I, na forma de
pó em substituição ao cimento como possível inibidor das expansões causadas pela RAA.
Observaram uma redução nas expansões, além de capacidade de reação com o hidróxido de
cálcio, apesar da obtenção de valores abaixo daqueles obtidos para materiais pozolânicos
tradicionais. Salles, Oliveira e Andriolo (1997) fizeram análise similar com finos de britagem
do basalto, observando certa atividade pozolânica do material.
Almeida (1991, apud CASTRO, 1997b) afirma que os finos britados se tornariam aglutinantes
devido à energia eletrostática liberada na quebra das moléculas, durante o processo de britagem.
Com o tempo, há a estabilização desta característica, uma vez que as moléculas tendem a se
reaproximar. Baseados neste conceito, Castro et al. (1997a) avaliaram a influência da idade
pós-moagem na qual o pó foi utilizado na expansão por RAA, concluindo que as menores
expansões eram observadas com a utilização de finos 60 dias após a moagem.
Thomas (2011) relatou que, em trabalho não publicado do laboratório no qual trabalhava,
utilizando vidro Vycor (elevado teor de sílica) na granulometria de areia, este agiu como
agregado reativo, resultando em grandes expansões, enquanto que, substituindo 20% do
cimento, em dimensões inferiores a 100 µm, atuou como uma pozolana, evitando expansões.
Cyr, Rivard e Labrecque (2009) substituíram teores de 10% e 20% de areia por pós reativos de
diferentes agregados com dimensões inferiores a 80 µm e diferentes superfícies específicas. Ao
realizar o ensaio de autoclave acelerado, seguindo a norma francesa, observaram reduções de
expansão de até 78% em comparação às argamassas de referência, além de uma tendência de
maior efetividade da prevenção de expansões com o aumento da área superficial específica dos
pós.
Apesar da vasta gama de pesquisas apontando a viabilidade do uso de PAR como mitigador da
reação álcali-agregado, há, também, resultados conflitantes. Um exemplo é a pesquisa de
Diamond e Thaulow (1974), que, utilizando agregado com opala, estudaram faixas entre 125
μm e 20 μm, observando que, para todas as faixas, houve aumento das expansões, com
expansões máximas na faixa entre 30 μm e 20 μm. Esta, portanto, pode ser uma característica
do agregado utilizado, sendo importante o estudo detalhado dos finos de agregado reativo para
conhecer suas propriedades.
Diamond (1999) destaca que, dentre os compostos de lítio, deve-se atentar para a dosagem de
LiOH, LiF e Li2CO3, uma vez que, ao dissolverem, resultam na formação de LiOH,
proporcionando aumento de pH. Desta forma, a dosagem desses compostos deve ser tal que o
aumento do pH seja contrabalanceado pelo seu efeito positivo em relação à formação de gel da
RAA; caso contrário, haverá o aumento das expansões. Em contrapartida, o uso de LiNO3,
segundo o autor, não apresenta este problema, não aumentando, desta forma, o potencial para
RAA devido a este fator.
Hasparyk (2005) estudou o efeito do lítio em testemunhos de concreto de obra já afetados por
RAA, observando a redução das expansões residuais em cerca de 40%, além de destacar a
importância do momento de aplicação, uma vez que, dependendo das expansões já atingidas, o
efeito do lítio pode ser demorado ou não tão satisfatório. Cândido (2009), por sua vez, estudou
a eficiência dos tipos de tratamento, determinando que, para concreto, as maiores reduções de
expansão foram obtidas com a saturação superficial de lítio, enquanto que, para argamassa,
todos os tratamentos utilizados reduziram as expansões a níveis próximos.
Em relação ao mecanismo de ação do lítio, há várias teorias que tentam explicar o efeito do lítio
na redução das expansões. Owsiak e Zapala-Slaweta (2013) citam que o efeito do lítio pode
estar conectado com a crescente estabilidade da sílica reativa, devido ao menor pH da solução
de poros. Folliard, Thomas e Kurtis et al. (2003) também citam que o lítio pode alterar a
composição do produto da RAA, resultando em um produto menos expansivo, reduzir a
dissolução da sílica, diminuir a repolimerização da sílica e silicatos e reduzir as forças
repulsivas entre partículas coloidais do gel de RAA. Nesse aspecto, Hasparyk (2005) e
Schneider et. al. (2008) observaram que o lítio é capaz de afetar a estrutura dos produtos da
reação álcali-agregado, produzindo compostos com incorporação de lítio e menor capacidade
de expansão. Feng et al. (2010) sugeriram que há a formação de uma camada de cristais de Li-
Si e gel de RAA com presença de lítio e baixa quantidade de cálcio, que formam uma estrutura
na qual o gel preenche os espaços entre o cristais ou repousa sobre estes. Esta camada forma
67
uma barreira que impede a difusão das hidroxilas. Desta forma, ainda não há consenso em
relação ao mecanismo de ação, uma vez que as teorias explicam parcialmente fenômenos que
ocorrem com a adição do lítio.
Ramachandran (1998) menciona alguns compostos orgânicos, também testados por McCoy e
Caldwell, que têm eficácia na redução de expansões, como metilcelulose e proteína hidrolisada.
Shetty (2005) também cita o pó de alumínio como eficaz em relação à RAA.
As adições, tanto químicas quanto minerais, são um dos métodos mais utilizados e eficazes para
evitar a ocorrência da RAA. Deve-se atentar, contudo, para a correta porcentagem de utilização
no concreto, uma vez que, em quantidade insuficiente, não haverá diminuição significativa das
expansões ou a adição pode ter efeito contrário, intensificando a reação. Além disso, as adições
têm custos elevados em relação aos outros componentes do concreto e sua disponibilidade é
limitada em várias partes do país, o que deve ser considerado quando da escolha do método de
mitigação.
Os métodos de teste para identificar o potencial para a reação álcali-agregado podem ser, entre
outros, procedimentos visuais e microscópicos, para averiguar a presença de minerais
reconhecidamente reativos, ou testes de expansão, para acelerar e quantificar as consequências
físicas da reação (HEWLETT, 2004). Os testes de expansão podem ser realizados em argamassa
e concreto e também são utilizados para avaliar a eficiência da mitigação quando do uso de
adições.
A seguir estão exemplificados alguns métodos que são, atualmente, os mais utilizados.
A análise petrográfica tem como objetivo examinar os agregados de modo a descrever sua
estrutura, textura e composição mineral, identificando componentes minerais potencialmente
reativos (ABNT NBR 15577-3, 2018; LUZ e ALMEIDA, 2012; SIMS e NIXON, 2003) e deve
ser o primeiro passo na avaliação da reatividade de um agregado.
(≥ 0,15 mm) e as medidas de ângulo de extinção ondulante, que podem indicar o grau de
deformação da rocha. A NBR 15577-3 (2018) indica que deve ser observada na análise
petrográfica a presença e quantidade de quartzo microgranular e de minerais suscetíveis à RAA,
como calcedônia, tridimita, cristobalita e opala; texturas indicativas de deformação, como
recristalização do quartzo e pertita em chama e o ângulo de extinção ondulante.
Wigum (1995), ao estudar diferentes tipos de rocha, concluiu que a diminuição do tamanho do
grão do quartzo aumenta a reatividade, uma vez que há um aumento na área superficial dos
grãos de quartzo disponíveis para a reação.
Grattan-Gellew (1987, apud SWAMY, 1992) sugere que a aparente relação da extinção
ondulante com a reatividade potencial é devida ao quartzo microcristalino, uma vez que rochas
sujeitas a metamorfismo, que provoca a extinção ondulante, frequentemente têm recristalização
do quartzo como microcristalino.
No Brasil, este método é descrito pela NBR 15577-4: 2018. O ensaio consiste na determinação
da susceptibilidade de um agregado em participar da reação álcali-sílica por meio da variação
de comprimento de barras de argamassa (NBR 15577-4, 2018). São moldadas barras de
argamassa de dimensões 25 x 25 x 285 mm, as quais são imersas por um período de 28 dias em
69
uma solução de 1 N de NaOH a 80ºC. Durante este período, as expansões são mensuradas. A
norma 15577-1: 2018 estabelece que, caso as expansões sejam iguais ou superiores a 0,19%
após o período de imersão, o agregado será considerado potencialmente reativo. A NBR 15577-
5: 2018 trata deste ensaio quando da utilização de adições para mitigar a reação.
A norma americana ASTM C 1260: 2014 também trata do ensaio de barras acelerado. O
procedimento das normas é semelhante, contudo, os limites estabelecidos pela ASTM são
diferentes: se as expansões aos 16 dias forem inferiores a 0,10%, o agregado é considerado
inócuo; para expansões superiores a 0,20%, o agregado é classificado como potencialmente
deletério; caso as expansões estejam entre 0,10% e 0,20%, é necessária a obtenção de
informações suplementares acerca do agregado. Já a ASTM C 1567:2013 aborda o uso de
adições na realização deste ensaio.
A norma europeia para este método, RILEM AAR – 2, assemelha-se ainda mais à norma
americana, tanto no procedimento quanto nos limites admitidos. Contudo, a RILEM AAR – 2
também admite a utilização de corpos de prova de 40 x 40 x 160 mm e, neste caso, expansões
superiores a 0,08% requerem precauções para minimizar o risco de ocorrência da reação
(NIXON e SIMS, 2016).
A Tabela 1 apresenta uma comparação das características de diferentes normas que tratam do
ensaio acelerado em barras de argamassa.
Este ensaio têm sido criticado por diversos autores por apresentar falsos-positivos e falsos-
negativos e, portanto, não representar o que acontece em campo (BÉRUBÉ e FOURNIER,
2003; DEMERCHANT, FOURNIER e STRANG, 2000; GOLMAKANI e HOOTON, 2016,
2019; GRATTAN-BELLEW, 1997; IDEKER et al., 2012; THOMAS et al., 2006). Isto
significa que há ocorrências nas quais um agregado, classificado como inócuo a partir do ensaio
de prismas de concreto e de seu desempenho em campo, foi classificado como reativo por este
método; do mesmo modo, agregados sabidamente reativos, foram classificados como inócuos.
O ensaio de prismas de concreto é tido como o método que obtém os resultados mais confiáveis
acerca da reatividade potencial de um agregado (SANCHEZ, 2008). No Brasil, este método é
detalhado na NBR 15577-6:2018.
A ASTM C1293:2018a e a RILEM AAR-3 também tratam deste ensaio, tendo procedimentos
e limites similares. A RILEM AAR-3, entretanto, considera como limite o valor de 0,03% para
12 meses e 0,04% para 24 meses.
prova são armazenados: no ensaio normal a temperatura é de 38ºC e no acelerado, 60ºC. Este
incremento na temperatura permite reduzir o tempo de ensaio para 20 semanas.
A norma brasileira NBR 15577:7 descreve este ensaio e determina um limite de 0,03% para as
expansões. Já a norma europeia, RILEM AAR-4, especifica limites de 0,02% em 15 semanas
e/ou 0,03% em 20.
A Tabela 2 apresenta uma comparação entre as condições dos diferentes ensaios citados, com
base nas normas brasileiras, e, no caso do método dos miniprismas, a norma da AASHTO, para
a determinação da reatividade potencial do agregado.
É importante notar que todos os métodos de ensaio têm suas limitações. Até o método dos
prismas de concreto, considerado o mais confiável, apresenta problemas relativos à lixiviação
que ainda não foram contornados. Desta forma, é importante aliar mais de um método para
obter resultados mais confiáveis, além de utilizar informações disponíveis sobre o
comportamento dos agregados em campo.
72
Tabela 2 – Comparação das características dos diferentes ensaios para a determinação da reatividade
potencial do agregado.
Método
Método das Método dos Método dos
Acelerado dos
Barras de Prismas de Miniprismas de
Prismas de
Argamassa Concreto Concreto
Concreto
NBR 15577-4: NBR 15577-6: NBR 15577-7: AASHTO TP
Norma
2018 2018 2018 110-14: 2016
Relação água/cimento (em
0,47 0,45 0,45 0,45
massa)
Na2Oeq 0,9 ± 0,1% 1,25% 1,25% 1,25%
Relação cimento/agregado
ou Volume de agregado
1: 2,25 70,0 ± 0,2% 70,0 ± 0,2% 65%
graúdo no estado
compactado seco
Tamanho do agregado
0,15-4,75 4,75-19,0 4,75-19,0 4,75-12,5
(mm)
Tamanho das barras (mm) 25 x 25 x 285 75 x 75 x 285 75 x 75 x 285 50 x 50 x 285
Cura antes da leitura 0 24 h em água a 24 h em cura 24 h em cura 24 h em água a
(após 24 h do desmolde) 80ºC úmida úmida 80ºC
Imerso em Imerso em
38ºC 60ºC
Ambiente de Exposição solução de NaOH solução de NaOH
100% U.R. 100% U.R.
a 1 M a 80ºC a 1 M a 60ºC
Período de imersão (dias) 28 365 140 56
3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
Neste capítulo, estão descritos os materiais utilizados na pesquisa, assim como planejamento,
métodos, ensaios e procedimentos adotados. Inicialmente, foi realizada a caracterização física,
química, mineralógica e morfológica dos materiais, seguida da determinação da reatividade
potencial dos agregados, por meio de análise petrográfica, ensaio acelerado das barras de
argamassa e ensaio acelerado de miniprismas de concreto, além da determinação da eficiência
de mitigação com o uso de adições minerais.
3.1 MATERIAIS
3.1.1 Cimento
O cimento utilizado foi o CP V ARI – Cimento de alta resistência inicial, da marca Nacional,
escolhido por não apresentar adições pozolânicas, as quais inibem a ocorrência de reação álcali-
agregado.
Foram utilizadas duas britas como agregado graúdo, uma delas reativa e a outra não-reativa. A
brita tida como reativa é proveniente de pedreira localizada na cidade de Vitória de Santo Antão
– PE, referida, neste trabalho, como Agregado Vitória. A adoção deste agregado se deu pelos
resultados obtidos por Prado (2008).
Em seu trabalho, Prado (2008) estudou a influência da proximidade das rochas à Zona de
Cisalhamento Pernambuco Leste (ZCPL) e sua reatividade potencial. Dentre os resultados
obtidos, destaca-se a maior reatividade das rochas coletadas em pedreira da cidade de Vitória
de Santo Antão, distante apenas 750 m da zona de falha.
A brita tida como não-reativa é proveniente de pedreira localizada em Jaboatão dos Guararapes
– PE, sendo referida, neste trabalho, como Agregado Jaboatão.
Figura 29 – Mapa geológico do estado de Pernambuco, com destaque para a cidade de Vitória de
Santo Antão (1 – Vitória de Santo Antão; 2- Recife) e Jaboatão dos Guararapes.
(a)
(b)
(c)
Fonte: GOMES, 2001.
. (a) Vitória de Santo Antão. (b) Jaboatão dos Guararapes. (c) Classificação geológica de área na qual
a pedreira se localiza.
Como indicado por Fernandes et al. (2016), informação geológica de campo é essencial para
identificar com maior precisão o tipo de rocha e a correta aplicação da nomenclatura. Desta
75
forma, foi realizada visita à pedreira em Vitória, com a presença de um geólogo, para auxiliar
na identificação da rocha e em sua análise petrográfica. A Figura 30 ilustra o maciço rochoso
da pedreira.
Figura 31 – Agregado (a) Vitória de Santo Antão; (b) Jaboatão dos Guararapes.
(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
76
O agregado miúdo utilizado na confecção dos miniprismas de concreto foi areia quartzosa,
proveniente da cidade de Barreiros – PE. Este agregado foi testado em relação à sua reatividade,
de acordo com o ensaio acelerado de barras de argamassa, norma NBR 15577:2018, sendo
classificado como inócuo, apresentando expansões, aos 30 dias, de 0,08%. O gráfico de
expansão pode ser observado no Apêndice C.
3.1.4 Água
Foi utilizada água destinada ao consumo humano, fornecida pela Compesa (Companhia
Pernambucana de Saneamento), para a realização de ensaios de caracterização e água destilada
para os ensaios de reatividade potencial, obtida no Laboratório de Saneamento Ambiental –
LSA, da Universidade Federal de Pernambuco.
Foram utilizados dois materiais como adição na presente pesquisa: sílica ativa (em pó) e pó de
agregado reativo (PAR), proveniente de britagem por meio de britador de rolos (Pó Rolos) e
mandíbulas (Pó Mandíbulas) do agregado Vitória e passante na peneira de abertura 150 µm.
Desta forma, neste trabalho, ao referir-se a Pó Rolos e Pó Mandíbula, tratar-se-á, sempre, do
agregado Vitória.
3.1.6 Aditivo
Para as misturas com adição, utilizou-se o superplastificante fornecido pela Matchem, cuja base
é de policarboxilatos. A faixa de utilização indicada pelo fabricante é de 0,2% a 1,5% sobre a
massa do cimento.
3.2 MÉTODOS
Os teores de 8% e 15% de substituição de cimento por sílica foram escolhidos por se tratarem
de limites extremos de porcentagem normalmente utilizados na prática, sendo 8% um valor
normalmente utilizado e 15% um valor considerado alto, mas ainda utilizado. Para o PAR, as
porcentagens de 10% e 20% foram determinadas com base no estudo de Cyr, Rivard e
Labrecque (2009), que utilizaram esses valores de pó substituindo o agregado miúdo. No
presente trabalho, esses teores foram testados em substituição ao cimento.
A massa específica do cimento, sílica e PAR foi determinada utilizando o frasco volumétrico
de Le Chatelier e como reagente, querosene, seguindo o procedimento da ABNT NBR
16605:2017. Para o agregado graúdo, utilizou-se o procedimento exposto na ABNT NBR NM
53: 2009, com a imersão do agregado e mensuração do peso do agregado seco, na condição
saturado superfície seca e imerso. A massa específica do agregado miúdo foi realizada com o
frasco de Chapman, como especificado na norma DNER-ME 194:1998.
A sílica foi preparada de duas formas: (i) a amostra dispersa em água (as-ground); (ii) a amostra
dispersa em meio alcalino (pH 10). Para a condição (ii) de análise, foi produzida uma polpa com
0,57 g do material e 20 ml da solução com pH 10. A polpa foi condicionada por 1 minuto de agitação
manual e 5 minutos de descanso (sem agitação).
A atividade pozolânica da sílica e dos PAR foi avaliada indiretamente utilizando-se o método
de condutividade elétrica. Como observado por Luxán et al. (1989) e Payá et al. (2001), a reação
80
entre o Ca(OH)2 e uma pozolana diminui a condutividade elétrica de uma suspensão, o que é
atribuído à fixação deste material na superfície da partícula de pozolana.
Esta análise foi realizada no Laboratório de Tecnologia dos Aglomerantes – Labtag e baseou-
se no procedimento proposto por Payá et al. (2001) e adaptado por Basto (2018). O método
consiste em inserir uma amostra de 4 g do material a ser analisado em uma solução insaturada
de hidróxido de cálcio (800 mg por litro de água deionizada), a 60ºC, e coletar medidas de
condutividade elétrica desta solução, avaliando a quantidade de Ca(OH)2 fixada pelo material
em um intervalo de 1000 segundos. Esta temperatura foi adotada de modo a simular a
temperatura inicial de hidratação do cimento. A partir do ensaio, obtém-se a curva de variação
da condutividade elétrica e de perda de condutividade com o tempo.
As amostras, com tamanho de partícula inferior a 75 μm, foram secas em estufa a 110ºC. Uma
porção de cada amostra, após seca, foi retirada e levada a uma mufla, onde permaneceu por 2
horas a 1000ºC, de modo a determinar a perda ao fogo. Outra porção de cada amostra seca foi
prensada em cápsula de alumínio (30 toneladas), e analisada em espectrômetro de fluorescência
de raios X Rigaku, modelo ZSX Primus II, equipado com tubo de Rh e 7 cristais analisadores.
Os resultados da varredura semi-quantitativa foram recalculados para 100%, com a
incorporação do valor da perda ao fogo.
A caracterização mineralógica se deu por meio de Difração de Raios – X, realizada nas amostras
de sílica e de brita.
de 3 mm e tempo de contagem por passo de 0,5 segundo. As amostras foram indexadas usando
o aplicativo DIFFRAC.EVA, com o banco de dados COD (REV 89244 20131011).
O ensaio de índice de forma foi realizado com o agregado retido na peneira de abertura 9,5 mm,
uma das frações utilizadas no ensaio acelerado de miniprismas de concreto. O ensaio consiste
na medição, com auxílio de paquímetro, do comprimento e espessura dos grãos de uma amostra,
utilizando-se uma amostra com, no mínimo, 200 grãos para cada fração analisada. Este ensaio
é indicado para grãos com dimensões superiores a 9,5 mm. Como foi utilizada apenas uma
fração, uma vez que era a única com tamanho mínimo para a realização do ensaio, foram
medidos 200 grãos desta dimensão. De acordo com Silva (2012), pode-se classificar a forma
do agregado, considerando o comprimento (c) e a espessura (e) como apresentado na Tabela 3.
O estereomicroscópio ótico foi utilizado para observar a morfologia das partículas do agregado
britado por britador de rolos e mandíbulas, na granulometria utilizada no ensaio de barras de
argamassa. A análise visual foi realizada no Laboratório de Paleontologia – PALEOLAB do
Departamento de Geologia da UFPE, utilizando estereomicroscópio ótico Zeiss, modelo
Discovery v.8 com câmera acoplada e aquisição de imagens por meio do sofwatre AxioVision.
Figura 35 – Britadores.
(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Mandíbulas; (b) Rolos.
A reatividade potencial de um agregado pode ser determinada por meio de vários métodos e
analisando-se diferentes situações. Pode-se analisar apenas o agregado, a interação do agregado
com a pasta de cimento, com o uso de barras de argamassa, ou a interação do agregado com
argamassa, por meio de prismas de concreto.
Neste trabalho, foi utilizada uma técnica para cada tipo de situação mencionada. Para a análise
do agregado, foi feita análise petrográfica; para o estudo da interação pasta-agregado, foi
realizado o ensaio acelerado de barras de argamassa; e, para a interação argamassa-agregado,
optou-se pelo ensaio acelerado de miniprismas de concreto. Os ensaios acelerados também
foram utilizados para determinar a eficiência da mitigação com o uso de adições minerais. A
descrição dos respectivos estudos está apresentada a seguir.
83
Para a análise petrográfica do agregado, foi realizado procedimento para obtenção de amostra
representativa.
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Agregado armazenado. (b) Demarcação de 15 pontos no montante inicial para a retirada de
porções. (c) Quarteamento do agregado. (d) Amostras submetidas à análise petrográfica.
Para o agregado Jaboatão, procedimento similar foi realizado, com a obtenção de quatro
amostras para análise. A análise petrográfica foi realizada no Laboratório de Gemologia
(LABGEM), na UFPE.
84
Após o peneiramento, as amostras foram lavadas em água corrente, de modo a eliminar os finos
provenientes da britagem, e secas em estufa. Tal procedimento foi feito para o agregado
cominuído pelo britador de mandíbulas e pelo britador de rolos.
85
Os resultados obtidos a partir do ensaio de barras mostraram reduções das expansões a níveis
seguros para todas as porcentagens de adições. Ao analisar o fator econômico, tomou-se o teor
de 8% de sílica, o menor teor, pelo alto custo desta adição, e 20% de pó, pela maior substituição
do cimento, material mais caro da composição do concreto, para a análise com os miniprismas.
Também foram moldadas barras de argamassa com o uso de adições em volume, conforme
Quadro 6, de modo a poder comparar os resultados com os obtidos no ensaio de miniprismas
de concreto, uma vez que, neste, as substituições foram realizadas em volume. Neste caso, as
porcentagens em volume equivalem a 6,3% e 18,2% de sílica ativa e PAR, respectivamente.
Não se utilizou aditivo, também para fins comparativos, uma vez que no ensaio de miniprismas,
assim especifica a norma AASHTO TP 110-14:2016.
86
A ABNT NBR 15577-5:2018 estabelece que, quando houver substituição parcial do cimento,
pode ser necessária a utilização de aditivo. Neste caso, deve-se utilizar uma quantidade tal que
mantenha a consistência da argamassa dentro de uma faixa de ±7,5% em relação à consistência
da argamassa preparada apenas com cimento. Para determinar a quantidade de aditivo
necessária às combinações com sílica e PAR adicionadas em relação à massa do cimento,
realizou-se o ensaio da mesa de consistência, de modo a mensurar o índice de consistência, de
acordo com a ABNT NBR 7215:2019. Obteve-se como resultado de referência o valor de
131,5 mm, de modo que o intervalo de consistência admissível é de 121,6 - 141,4 mm. Os
resultados de espalhamento e dos teores de aditivo obtidos estão apresentados na Tabela 5.
Tabela 5 – Teor de aditivo obtido para cada combinação (com substituição em massa).
Combinação Teor de Aditivo (%) Espalhamento (mm)
Referência - 131,5
SAM/ SAR 0,15 % 140,0
SSAM/ SSAR 0,90 % 141,0
PAM/ PAR 0,30 % 139,5/140,5
PPAM/ PPAR 0,60 % 126,0/132,5
Fonte: Autora, 2019.
O procedimento de mistura e moldagem foi realizado de acordo com a norma. As barras foram
mantidas em cura por 24 h, após as quais houve o desmolde. Após a identificação, as barras
foram imersas em água destilada a uma temperatura de 23 ± 2ºC, com o aumento gradativo da
temperatura por um período de 4 horas até alcançar 80ºC (≈14ºC/hora). Tal procedimento é
importante de modo a evitar fissurações provenientes do choque térmico. Passadas 24 horas,
contadas a partir da imersão em água, as barras foram retiradas, procedeu-se à leitura inicial
com relógio comparador, e colocadas em solução de NaOH a 80ºC e concentração de 1 N. Este
procedimento está ilustrado na Figura 38.
(a) (b)
88
Foram realizadas leituras aos 16 e 30 dias, como indicado pela ABNT NBR 15577-4 (2018),
além de leituras intermediárias à mesma hora do dia. Para o cálculo da expansão, utilizou-se a
Equação 5, a seguir.
𝐿𝑖 − 𝐿0 Eq. 5
𝐸= . 100
𝐿𝑛
Onde:
E: Expansão longitudinal em mm/m;
L0: Leitura inicial da barra, após imersão em água destilada, em mm;
Li: Leitura na idade do ensaio, em mm;
Ln: Comprimento efetivo da barra em mm.
As médias das variações foram calculadas a partir do desvio relativo máximo (DRM). De
acordo com a ABNT NBR 15577-4 (2018), para valores de expansão de até 0,10%, aos 30 dias,
o DRM deve ser de até 40% da média das barras. Quando superior a 40%, deve ser calculada
nova média desconsiderando os valores da barra discrepante. Para valores de expansão acima
de 0,10% aos 30 dias, o DRM deve ser de até 20% da média das barras.
Os limites de expansão apresentados na norma estão expostos na tabela 8.
Tabela 8 – Limites normativos para as expansões referentes à RAA para o ensaio de barras.
Norma Idade Limite Classificação
< 0,19 Potencialmente inócuo
Entre 0,19 e 0,40 Potencialmente reativo grau R1
ABNT NBR 15577-1 (2018) 30 dias
Entre 0,41 e 0,60 Potencialmente reativo grau R2
> 0,60 Potencialmente reativo grau R3
Fonte: ABNT NBR 15577-1 (2018).
89
Quando se utiliza agentes mitigadores, o limite permanece o mesmo para a norma brasileira aos
30 dias (< 0,19 – mitigação eficiente).
A análise estatística dos resultados deste ensaio foi realizada utilizando-se o teste t de Student
para um nível de significância de 5%.
O ensaio acelerado dos miniprismas de concreto foi realizado conforme a norma da AASHTO
TP 110-14, de 2016, devido à sua maior rapidez em relação aos outros ensaios utilizando
concreto. Neste ensaio, são moldados conjuntos de três corpos de prova de concreto para cada
combinação de agregado/aglomerante adotada, e então medida a variação de comprimento dos
prismas submetidos a um meio alcalino e temperatura elevada para determinar a sua
susceptibilidade à reação álcali-agregado.
A seguir, foi realizada a dosagem do concreto e moldagem dos prismas, de acordo com o
procedimento descrito na AASHTO TP 110-14 (2016) e conforme combinações apresentadas
no Quadro 7. A sílica foi peneirada devido às aglomerações visíveis e a fração passante na
peneira de abertura 200 µm foi utilizada.
90
Ao preparar o concreto com adição de sílica ativa e PAR, notou-se que este apresentava-se
muito seco. Como a norma especifica que não sejam utilizados aditivos, os corpos de prova
foram moldados. Contudo, apresentavam aspecto irregular e com imperfeições, em comparação
à combinação de referência, como observado na Figura 40 (a), (b) e (c). Desta forma, optou-se
por reduzir o teor de adição e realizar a substituição em volume, obtendo-se, assim, superfície
mais homogênea e compacta, como observado na Figura 40 (d).
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Referência; (b) Sílica em substituição ao cimento em massa; (c) PAR em substituição ao cimento
em massa; (d) Sílica em substituição ao cimento em volume.
91
A norma AASHTO TP 110-14 (2016) determina que o consumo de cimento para a dosagem
dos corpos de prova deve ser de 420 kg/m³. O volume de agregado graúdo por unidade de
volume de concreto deve ser de 0,65 e a relação água/cimento de 0,45 em massa. A água
utilizada deve ser a Tipo IV, descrita na ASTM D1193-18 como água destilada. O equivalente
alcalino do concreto deve ser aumentado para 1,25% em massa de cimento por meio da adição
de NaOH à água de amassamento. Nas combinações com substituição parcial, a mistura adição-
cimento foi previamente homogeneizada. As quantidades dos materiais estão descritas na
Tabela 11.
3 minutos, seguidos de mais 2 minutos finais de mistura. Procedeu-se à moldagem dos prismas,
realizando duas camadas com 25 golpes cada.
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Moldes preparados. (b) Corpos de prova envoltos em plástico durante a cura para evitar perda de
água. (c) Prismas desmoldados e identificados. (d) Corpos de prova imersos em solução de NaOH 1 N
a 60ºC.
93
Foram realizadas leituras aos 3, 7, 10, 14, 21, 28, 42 e 56 dias, como estabelecido pela AASHTO
TP 110-14 (2016). Para o cálculo da expansão, utilizou-se a Equação 5. A Tabela 12 apresenta
os limites normativos para a classificação do agregado.
Tabela 12 – Limites normativos para as expansões referentes à RAA para o ensaio de miniprismas.
Taxa de Expansão
Média em duas
Norma Idade Limite Classificação
Semanas (entre as
semanas 8 e 12)1
≤0,030 Não reativo -
0,031 – 0,040 Potencialmente inócuo ≤0,010 para 2 semanas
AASHTO
0,031 – 0,040 Potencialmente reativo >0,010 para 2 semanas
TP 110 56 dias
0,041 – 0,120 Moderadamente reativo -
(2014)
0,121 – 0,240 Muito reativo -
> 0,240 Altamente reativo -
Fonte: AASHTO TP 110-14 (2016).
1
Calculada a partir da expansão em 12 semanas menos a expansão a 8 semanas dividido por 2 (referente
a dois períodos de duas semanas cada).
Quando se utilizam materiais para mitigar a RAA, os limites são alterados: abaixo de 0,020%,
considera-se a mitigação como eficiente e acima de 0,025% como ineficiente; entre 0,020% e
0,025%, tem-se como incerta a classificação, sendo sugerida a repetição do ensaio com maiores
dosagens dos materiais mitigadores.
A análise estatística dos resultados deste ensaio foi realizada utilizando-se o teste t de Student
para um nível de significância de 5%.
94
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Observa-se, analisando as massas específicas dos materiais, que o valor de massa específica da
sílica é 28,6% inferior ao valor para o cimento, como já esperado. Já a massa específica dos
PAR é 8,8% inferior à do cimento. Esta característica foi relevante para determinar se a
substituição ocorreria por massa ou volume. Para a sílica, por exemplo, a diferença é mais
significativa quanto maior for o volume de argamassa ou concreto produzido. Para o ensaio
acelerado de barras de argamassa, que utiliza pequenas quantidades de material na produção
das barras, a argamassa com substituição de cimento por sílica em massa apresentou-se mais
95
seca, sem o uso de aditivo, quando comparada à argamassa de referência. Entretanto, ainda
permitia a moldagem e obtenção de barras com boa homogeneidade. No ensaio dos miniprismas
de concreto, que necessita de maior quantidade de materiais, os prismas produzidos, como
observado na Figura 40 (b), apresentaram superfície irregular, com grande quantidade de
vazios, comprometendo a fixação dos pinos ao concreto. Desta forma, a melhor condição seria
aquela com o uso de aditivos na presença dessa adição. Entretanto, de forma a seguir fielmente
o método de ensaio, que não prescreve aditivos, neste trabalho o teor de adição empregado foi
reduzido e a substituição foi feita, portanto, em volume. Nessa condição aplicada, o concreto
se tornou mais trabalhável, com superfície homogênea (Figura 40 (d)).
Verifica-se que o agregado Vitória apresentou maior massa específica. Esta característica pode
ser explicada pela sua composição mineralógica, com grande quantidade de biotita e
hornblenda, que possuem maior massa específica em relação aos outros minerais presentes2.
A partir da análise da tabela, nota-se que o agregado Jaboatão possui absorção 84,6% maior do
que a absorção do agregado Vitória. Este valor pode indicar maior fissuração do agregado
Jaboatão e, consequentemente, maior vulnerabilidade em relação à solução alcalina; também
pode indicar a presença de minerais que, em sua estrutura, comportem a absorção de água, como
minerais de argila, por exemplo a sericita, que foi observada em maior quantidade no agregado
Jaboatão a partir de análise petrográfica3.
2
Composição mineralógica apresentada do tópico 4.3.
3
Discutida em detalhe no tópico 4.5.1.
96
cimento e da sílica, apresenta resultados mais representativos, uma vez que mensura a superfície
de poros internos, o que é evidenciado pelos resultados superiores aos do Blaine.
Com relação aos PAR, observou-se, para os dois ensaios, uma maior área superficial específica
para o pó mandíbulas em relação ao pó rolos, provavelmente devido a diferenças entre a
morfologia das partículas.
Determinou-se a distribuição granulométrica do cimento, sílica e PAR. Para a sílica, por sua
capacidade de aglomerar-se, o ensaio foi realizado com e sem agente dispersante. Contudo, os
resultados foram semelhantes.
A sílica analisada apresentou 89,40% e 87,26% do material inferior a 75 µm, com e sem
dispersante, respectivamente, o que assinala a semelhança dos resultados. Entretanto, este
material é conhecido por sua extrema finura, confirmada por meio dos resultados de área
superficial específica já discutidos. Desta forma, a distribuição granulométrica refere-se às
aglomerações de partículas deste material, que deveriam ter sido minimizadas pelo uso do
dispersante. Romano et al. (2008) obtiveram curvas granulométricas semelhantes ao utilizar
misturador rotacional com baixa energia de cisalhamento, com uma porcentagem da sílica
acima de 75 µm, resultado que pode ser relacionado com as curvas obtidas no presente estudo,
utilizando-se agitação manual. Os autores indicaram que, para esta energia de agitação, foram
obtidos aglomerados de diâmetro médio de 20 µm. Desta forma, o resultado desta pesquisa
assemelha-se ao obtido por estes autores, sendo, possivelmente, devido à ineficácia da dispersão
dos aglomerados.
De acordo com German (1996), a aglomeração de partículas é natural, uma vez que faces
compartilhadas reduzem a energia total da superfície. Este autor correlacionou a massa
específica, área superficial específica, determinada por meio de BET, e D50, determinado por
meio de técnicas como granulometria a laser e sedimentação, criando uma equação para calcular
a quantidade de partículas aglomeradas em um pó submetido a análise automática de
distribuição granulométrica. De acordo com a sua equação, a amostra sem dispersante teria
conglomerados de 2.322.120 partículas, enquanto que com dispersante este número seria de
1.857.888, representando uma liberação de 464.232 partículas, equivalente a 20% 4. Maas,
Ideker e Juenger (2007) afirmam que essa quantidade de partículas aglomeradas é possível para
sílica densificada, comercializada desta forma para facilitar seu transporte e distribuição.
4
D50 das aglomerações sem dispersante: 40,91; D50 das aglomerações com dispersante: 37,98.
97
Considerados os erros inerentes aos ensaios e magnificados pelo cálculo, percebe-se que a
aglomeração das partículas de sílica se dá em grandes proporções e sua dispersão foi ineficiente.
60
50
40
30
20
10
0
0,1 1 10 75 100 1000
Tamanho da partícula (µm)
Sílica Dispersante Pó - Mandíbula Pó - Rolos Cimento
Verifica-se que o material com menor granulometria é o cimento, seguido pelo pó rolos e pó
mandíbulas, não considerando a sílica, neste caso, uma vez que o resultado se refere a
aglomerações, e não partículas individuais. A fração inferior a 75 µm é de 98,94%, 35,42% e
54,45 para o cimento, pó mandíbulas e pó rolos, respectivamente. Nota-se que as partículas do
pó mandíbulas são maiores, em relação às do pó rolos, o que também pode ser percebido
98
Também foi feita a análise granulométrica a laser para as frações retidas nas peneiras de
abertura 300 µm e 150 µm, para agregados obtidos por britador de mandíbulas e rolos. As
curvas granulométricas obtidas estão ilustradas nas Figuras 43 (a) e (b), para a fração 300 µm
e para os agregados Vitória e Jaboatão, respectivamente. As Figuras 43 (c) e (d) apresentam as
curvas granulométricas para a fração 150 µm e os agregados Vitória e Jaboatão,
respectivamente.
Ao analisar as curvas para ambos os agregados e granulometrias, observa-se que a curva para
os agregados obtidos pelo britador de mandíbulas está mais à esquerda, o que indica partículas
menores, quando se compara com agregados provenientes de britador de rolos, cuja curva está
mais à direita. Este fato também é observado ao analisar os diâmetros característicos, expostos
na Tabela 17.
Figura 43 – Curvas granulométricas de frações retidas nas peneiras de abertura de abertura 300 µm e 150 µm.
100 100
90 90
VMand300 JMand300
80 80
VRolos300 JRolos300
70 70
Passante %
Passante %
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,100 1,000 0,100 1,000
Tamanho da Partícula (µm) Tamanho da Partícula (µm)
(a) (b)
100 100
90 90
VMand150 JMand150
80 80
70 VRolos150 70 JRolos150
Passante %
Passante %
60 60
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0
0,010 0,100 1,000 0,010 0,100 1,000
Tamanho da Partícula (µm) Tamanho da Partícula (µm)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Fração retida na peneira de abertura 300 µm para o agregado Vitória; (b) de abertura 300 µm para o agregado Jaboatão; (c) de abertura 150 µm para o
agregado Vitória;(d) de abertura 150 µm para o agregado Jaboatão (VMand: Agregado Vitória Mandíbulas; VRolos: Agregado Vitória Rolos; JMand:
Agregado Jaboatão Mandíbulas; JRolos: Agregado Jaboatão Rolos).
100
A partir da tabela, verifica-se a mesma tendência para 150 μm: menores diâmetros para o
britador de mandíbulas e para o agregado Vitória. Para 300 μm, observa-se que, para o D10, os
agregados mandíbulas possuem maior dimensão; para os diâmetros D50 E D90, em
contrapartida, os agregados rolos possuem maior dimensão. Ao comparar os dois agregados,
para o D10 as dimensões se apresentaram maiores no agregado Jaboatão, enquanto que para o
D50 e D90 as dimensões são maiores para o agregado Vitória. Este resultado indica que as
partículas provenientes do britador de mandíbulas são menores na fração 150 μm, o que é
confirmado pelos resultados de área superficial específica, presentes na Tabela 17 e na Figura
44. A diferença de resultados para os agregados pode ser devida a características morfológicas,
decorrentes do processo de britagem, assim como características intrínsecas, como mineralogia.
25 22,5
20
300 μm
(m²/kg)
15 150 μm
0
VMAND VROLOS JMAND JROLOS
Fonte: Autora, 2019.
A atividade pozolânica das adições foi avaliada indiretamente por meio da condutividade
elétrica. A partir do ensaio, foram calculadas as perdas de condutividade, assim como a variação
entre condutividade inicial e final para cada tempo, como apresentado na Tabela 18. A Figura
45 apresenta as curvas de perda de condutividade dos materiais analisados.
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
0 200 400 600 800 1000
Tempo total de ensaio (s)
%LCRolos %LCMandíbula %LCSílica
Tabela 19 – Caracterização química dos materiais utilizados por meio de espectrometria FRX (em %).
Limite Limite (ABNT
Parâmetro Agregado Agregado
Cimento (ABNT NBR Sílica NBR 13956-
Analisado Vitória Jaboatão
16697:2018) 1:2012)
SiO2 15,62 58,15 60,10 94,28 ≥ 85,0
Al2O3 3,96 15,89 15,58 0,40 -
CaO 64,34 5,19 3,76 0,83 -
K2O 1,12 4,26 6,33 0,53 -
Na2O 0,39 3,16 2,60 0,12 -
MgO 1,20 ≤ 6,5 2,47 1,91 0,41 -
Fe2O3t 2,82 7,44 6,22 0,17 -
TiO2 0,27 1,26 1,18 nd* -
SO3 5,83 ≤ 3,5 0,09 0,07 0,09 -
P2O5 0,70 0,93 0,70 0,08 -
MnO nd* 0,12 0,09 nd* -
Cr2O3 0,02 nd* 0,02 0,01 -
NiO 0,01 nd* nd* tr** -
CuO 0,01 0,01 nd* tr** -
ZnO 0,03 0,02 0,02 tr** -
Rb2O tr** 0,02 0,03 nd* -
SrO 0,07 0,08 0,06 tr** -
ZrO2 0,01 0,04 0,05 nd* -
BaO nd* 0,14 0,14 nd* -
PbO nd* 0,01 nd* tr** -
V2O5 nd* nd* 0,01 nd*
Ga2O3 nd* nd* 0,01 nd*
Nb2O5 nd* nd* 0,01 nd*
P.F. 3,58 ≤ 4,5 0,70 1,09 3,06 ≤ 6,0
TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: Autora, 2019.
*Não detectado
**Traços
Apesar de o valor do equivalente alcalino do cimento ser superior ao indicado para um cimento
padrão pela ABNT NBR 15577-4:2018, de (0,90 ± 0,1) %, este cimento foi utilizado em todas
as combinações, de modo que a comparação se mantém válida. Observa-se que a sílica possui
baixo equivalente alcalino. Por outro lado, os agregados possuem valor significativo de
equivalente alcalino, o que pode influenciar nos ensaios de potencial reativo, caso haja a
liberação dos álcalis pelos agregados.
A partir da Difração de Raios X, foi possível obter os difratogramas das amostras de brita e
sílica analisadas, apresentados nas Figuras 46, 47 e 48.
O difratograma da amostra de sílica ativa apresenta o halo amorfo entre 15º e 30º, também
obtido por Silva (2015) e Hoppe Filho et al. (2017), entre vários outros autores, o que aponta a
não cristalinidade da sílica utilizada. Já os agregados possuem composição mineralógica
similar; entretanto, o agregado Vitória possui, em sua constituição, hornblenda, enquanto o
agregado Jaboatão possui microclínio, que é um feldspato alcalino. Este resultado está em
consonância com o resultado da caracterização química, que identificou maior quantidade de
K2O no agregado Jaboatão.
105
O índice de forma dos agregados Vitória e Jaboatão cominuídos por britador de mandíbulas e
de rolos foi calculado e os resultados estão apresentados na Tabela 21.
Os resultados obtidos apontam para tendências diferentes entre os dois agregados. Para o
agregado Vitória, foi observado um maior índice de forma com o britador de mandíbulas em
relação ao britador de rolos. Tal fato implica diferenças de classificação da forma, sendo as
partículas do agregado Vitória mandíbulas classificadas como lamelares e as do agregado
Vitória rolos classificadas como alongadas. Por conseguinte, há uma maior área superficial
específica para o agregado Vitória mandíbulas.
O agregado Jaboatão, em contrapartida, possui maior índice de forma para o britador de rolos
do que para o britador de mandíbulas, o que resulta em partículas classificadas como lamelares
para o agregado Jaboatão rolos e maior área superficial específica. A diferença de áreas
superficiais específicas pode resultar em diferenças no ensaio de reatividade potencial.
A partir da análise das fotos apresentadas na Figura 49, observa-se, para o agregado Vitória
mandíbulas, a predominância de partículas de grandes dimensões e alongadas, ou seja, uma das
dimensões visualizadas é consideravelmente maior do que a outra. A relação de aspecto também
aponta esta tendência, com o aumento da discrepância entre medidas ao se diminuir o tamanho
da partícula, chegando a uma medida ser quase o dobro da outra para a dimensão de 300 µm
(relação de 1,94, relativa à razão entre o comprimento e a largura da face da partícula).
106
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
Agregado Vitória (a) após britagem por britador de mandíbulas (VMAND); (b) após britagem por britador de rolos (VROLOS); Agregado Jaboatão (c)
após britagem por britador de mandíbulas (JMAND); (d) após britagem por britador de rolos (JROLOS).
107
Tabela 22 – Relação entre o comprimento e a largura de face das partículas (relação de aspecto).
Agregado Vitória Agregado Jaboatão
Mandíbulas Rolos Mandíbulas Rolos
2,4 mm 1,72 1,28 1,62 1,55
1,2 mm 1,81 1,52 1,88 1,75
600 µm 1,88 1,57 2,12 1,82
300 µm 1,94 1,65 2,13 2,07
Fonte: Autora, 2019.
O agregado Vitória rolos, por sua vez, possui partículas com morfologia mais cúbica em relação
às partículas do agregado mandíbulas, como também observado pelos valores da relação de
aspecto. Assim como o agregado Vitória mandíbulas, há o aumento do valor desta relação com
a diminuição do tamanho da partícula, também com valor máximo para a dimensão de 300 µm.
Ao comparar estas partículas, nota-se que, para todas as dimensões analisadas, a relação de
aspecto para o agregado Vitória mandíbulas é maior do que a relação para o agregado Vitória
rolos, indicando partículas mais alongadas. Tem-se, para as partículas de dimensão 300 µm,
que é a que possui valores de relação de aspecto mais altos, uma dimensão 94% e 65% maior
em relação à outra, para o agregado mandíbulas e rolos, respectivamente.
Para o agregado Jaboatão, observa-se que, tanto as partículas cominuídas por britador de
mandíbulas quanto por britador de rolos, têm formato alongado. A partir da relação de aspecto,
tem-se, novamente, um maior alongamento das partículas com a diminuição de seu tamanho.
Contudo, os valores para o agregado Jaboatão mandíbulas e rolos são próximos, o que difere
do ocorrido para o agregado Vitória.
Ao analisar os dois agregados, comparando os tipos de britagem, percebe-se que, para o britador
de mandíbulas, a relação de aspecto é maior no agregado Vitória apenas para a dimensão de
2,4 mm, sendo maior no agregado Jaboatão para as dimensões 1,2 mm, 600 µm e 300 µm; para
o britador de rolos, em todas as dimensões há um valor maior de relação de aspecto para o
agregado Jaboatão; isto indica que, em geral, há maior alongamento das partículas deste
agregado em relação às do agregado Vitória.
É importante analisar-se, também, o tamanho das partículas para cada granulometria estudada,
que interfere na reatividade potencial do agregado determinada pelo ensaio acelerado de barras.
A Figura 50 apresenta as partículas de dimensão 2,4 mm, 1,2 mm, 600 µm e 300 µm dos
agregados Vitória e Jaboatão. Tem-se as partículas para cada agregado e processo de britagem
postas lado a lado, visando a analisar comparativamente tamanho e características morfológicas
pertinentes.
108
(a) (b)
(c) (d)
Fonte: Autora, 2019.
(a) 2,4 mm; (b) 1,2 mm; (c) 600 µm; (d) 300 µm.
109
Nota-se que as partículas de 2,4 mm cominuídas pelo britador de rolos possuem menor
dimensão em relação às partículas cominuídas pelo britador de mandíbulas. Ao comparar as
partículas do agregado Vitória, é visível o maior alongamento e dimensão para mandíbulas e
maior cubicidade para rolos; para o agregado Jaboatão, o alongamento parece semelhante para
ambos os tipos de britagem. O observado está de acordo com os valores de relação de aspecto
obtidos. A partir da análise da imagem, é perceptível que as partículas do agregado Jaboatão
mandíbulas são maiores em relação a todas as outras, o que somente pode ser notado a partir da
análise visual, uma vez que o índice de forma retorna uma relação entre as dimensões de uma
partícula. Independentemente do tamanho, caso duas partículas possuam relações semelhantes
entre suas dimensões, resultarão em relações de aspecto semelhantes.
Para a fração 1,2 mm, observa-se maior regularidade do tamanho em relação à fração anterior.
Contudo, é perceptível leve diferença, com a dimensão do agregado Vitória mandíbulas maior
do que a do Vitória rolos. Em relação ao agregado Jaboatão, percebe-se que, para o agregado
Jaboatão mandíbulas, há presença de partículas de dimensões muito superiores. O formato de
todas as partículas é alongado. As observações feitas também corroboram com as relações de
aspecto obtidas.
A análise das partículas de 300 µm indica semelhança de tamanhos entre as partículas Jaboatão
mandíbulas e rolos; além disso, percebe-se maior alongamento nas partículas Vitória
mandíbulas em relação às partículas Vitória rolos, estas apresentando menor dimensão. Os
resultados estão de acordo com as relações de aspecto calculadas. Contudo, ao analisar os
diâmetros característicos expostos na Tabela 15, tem-se que, para o D10, os agregados
mandíbulas são maiores e para o D50 e o D90, os agregados rolos são maiores. Neste caso,
pode ter havido influência da terceira dimensão, a qual não foi analisada na caracterização
morfológica das partículas entre 2,4 mm e 300 µm.
110
A reatividade potencial foi analisada por análise petrográfica, ensaio acelerado de barras e
ensaio acelerado dos miniprismas de concreto. Os resultados obtidos estão descritos a seguir.
A análise petrográfica foi realizada nos dois agregados, Vitória e Jaboatão, a partir da análise
de lâminas delgadas polidas sob microscópio de luz refletida. A descrição petrográfica está
apresentada a seguir.
Foi feita a análise petrográfica de sete amostras, separadas em quatro grupos devido a suas
características macroscópicas semelhantes. Os resultados desta análise permitiram separá-las
em dois grupos, um cuja coloração é predominantemente escura (Grupo 1) e outro que possui
porções escuras e claras (Grupo 2), uma vez que possuem descrições petrográficas semelhantes.
O grupo 1 possui como minerais principais plagioclásio, hornblenda e biotita, e como minerais
secundários quartzo, titanita, epidoto, apatita e minerais opacos. As feições deletérias
observadas são quartzo microgranular e extinção ondulante, como ilustrado na Figura 51. As
amostras apresentam microfissuração moderada. O quadro 9 sintetiza as características
petrográficas observadas.
Figura 51 – Agregado Vitória - Fotomicrografias a nicóis cruzados.
(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Extinção ondulante e (b) os pequenos cristais de quartzo (Qz), além de plagioclásio (Pl), e
presença de hornblenda (Hbl) e biotita (Bt).
111
O grupo 2, por sua vez, possui como minerais principais microclina, quartzo, biotita e
plagioclásio e como minerais secundários epidoto, titanita, apatita, biotita, hornblenda e
minerais opacos. As feições deletérias observadas são extensa formação de quartzo
microgranular, formação de subgrão, alguns cristais fitados e extinção ondulante, além de
alteração no feldspato, com a presença de mimerquita, mesopertita, pertita em chama e sericita.
A Figura 52 apresenta algumas destas feições.
Figura 52 – (a) Fotomicrografia a nicóis cruzado evidenciando a extinção ondulante do quartzo (Qz).;
(b) Quartzo recristalizado (Qz).
(a) (b)
Fonte: Autora, 2019.
112
O agregado analisado é uma rocha ígnea que varia de granodiorito a tonalito, de granulação
média e coloração clara com porções rosa. Apresenta como minerais principais plagioclásio e
quartzo e como minerais subordinados, microclina, biotita, hornblenda, zircão, clorita, titanita
e minerais opacos. A microclina foi observada em grandes fenocristais, com inclusões de biotita
e minerais opacos. O quartzo apresenta extinção ondulante e pouca quantidade de
recristalização, além de microfissuração, como observado na Figura 53 (a), (b) e (c). Quanto
aos feldspatos, apresentam sericitização e presença de mimerquita e pertita em chama, como
visto na Figura 53 (d), (e) e (f). Também foi observada microfissuração nos cristais de feldspato.
113
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Fonte: Autora, 2019.
(a) Extinção ondulante do quartzo (Qz) – Barra: 500 µm, Aumento: 4x; (b) Quartzo microgranular e
feldspato microfissurado (Qz) – Barra: 200 µm, Aumento: 10x; (c) Quartzo fraturado (Qz) – Barra: 500
µm, Aumento: 4x; (d) Mega cristal de plagioclásio alterado para sericita - Barra: 500 µm, Aumento: 4x;
(e) Seta superior indicando fratura preenchida por biotita (Bt) e seta inferior indicando a presença de
mimerquita - Barra: 200 µm, Aumento: 10x.; (f) Pertita em chama - Barra: 200 µm, Aumento: 10x.
114
De acordo com as análises realizadas, observa-se que, nos dois agregados, houve presença de
minerais de alteração secundária e texturas de exsolução no feldspato. Essas texturas devem ser
identificadas, como indicado pela ABNT NBR 15577-3 (2018); entretanto não devem ser
primordiais na classificação do agregado, uma vez que não há completo entendimento de sua
ação em relação à reatividade potencial do agregado. Prado (2008), por exemplo, observou
inexistência de correlação entre a presença de minerais de alteração secundária, como a sericita,
e texturas de exsolução, como mimerquita e pertita, no aumento das expansões no ensaio
acelerado de barras de argamassa.
Da mesma forma, a extinção ondulante não deve ser fator preponderante na classificação do
agregado, e sim uma indicação da alteração da rocha, uma vez que estudos apontam para a
reduzida influência desta característica no potencial reativo, como os trabalhos de Barisone e
Restivo (1992), French (1992) e Grattan-Bellew (1992). Diversos autores atribuem a maior
reatividade potencial de agregados à deformação da rocha e consequente presença de quartzo
microcristalino (BARISONE e RESTIVO, 1992; RAMOS et al., 2016; RODRIGUES, 1994;
115
SHAYAN, 1993), o que está presente nas normas relativas à análise petrográfica, como a
ABNT NBR 15577-3 (2018) e a ASTM C295 (2018) e foi principal fator na classificação dos
agregados.
Um fator importante a ser analisado é a liberação de álcalis pelo agregado, o que pode interferir
na química da solução dos poros e, consequentemente, no progresso da reação álcali-agregado
(LEEMANN e HOLZER, 2005; WANG et al., 2008). Wang et al.(2008) apontam que a taxa
de liberação de álcalis pode ser influenciada pelo tipo de agregado. De fato, Bérubé et al.
(2002), Ferraz et al.(2017) e Soares et al. (2016) em seus estudos, determinaram que, em
solução alcalina, mais álcalis são liberados dos feldspatos, e depreenderam que os feldspatos
podem ser uma fonte de álcalis com o tempo. Os agregados analisados possuem os minerais do
grupo dos feldspatos como os principais constituintes, o que pode influir nos ensaios de
reatividade potencial. Soares et al. (2016) indicaram que o tamanho das partículas dos
agregados e a solução alcalina utilizada também interferem na liberação de álcalis pelo
agregado, determinando que, quanto menor o tamanho, maior a liberação e que há maior
liberação de íons K+ em soluções de 1N de NaOH. Lu et al. (2006) determinaram que, quanto
menor a granulometria e maior a temperatura, maior e mais rápida é a liberação de álcalis pelos
agregados. Já Menéndez et al. (2016) destacaram a importância do tempo de ensaio na extração
de álcalis. Estes resultados têm grande importância, uma vez que o ensaio acelerado de barras
de argamassa é realizado com a cominuição do agregado; nesse ensaio, assim como no de
miniprismas de concreto, há a imersão das barras e prismas em solução de 1N de NaOH a 80ºC
e 60ºC, por 28 dias e 54 dias, respectivamente. Em conjunto com a grande quantidade de
minerais de feldspato presentes nos agregados analisados, há possibilidade de contribuição de
álcalis por parte dos agregados, intensificando, portanto, os resultados de expansão dos ensaios.
116
A partir do ensaio acelerado de barras de argamassa, realizado de acordo com a ABNT NBR
15577-4:2018 e ABNT NBR 15577-5:2018, e do ensaio acelerado dos miniprismas de concreto,
descrito na norma AASHTO TP 110-14:2016, obteve-se os resultados de expansão para cada
composição analisada, apresentados a seguir.
0,35
0,34
0,30
0,25
Expansão (%)
0,20
0,15 0,15
0,13
0,10 0,10
0,05
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (Dias)
Verifica-se que as expansões obtidas para as barras com o agregado Vitória proveniente de
britador de mandíbulas foram superiores às obtidas para o agregado produzido com o britador
de rolos. O valor obtido para britador de mandíbulas classifica o agregado como potencialmente
reativo, de acordo com os critérios da ABNT NBR 15577-1 (2018). Contudo, para o britador
de rolos, as expansões obtidas permitem classificá-lo como potencialmente inócuo.
117
O valor obtido para britador de mandíbulas está em consonância com os resultados de Prado
(2008) e Silva (2009) que, utilizando agregados da mesma região, obtiveram expansões de
0,35% e 0,48% aos 30 dias, consideradas altas.
Ao analisar os valores obtidos para o agregado Vitória, observa-se grande discrepância entre os
resultados para os diferentes britadores utilizados, de modo que o ensaio foi refeito. Os
resultados da repetição estão apresentados na Figura 55.
0,30
0,25
Expansão (%)
0,20
0,19
0,15
0,13
0,10 0,12
0,05
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (Dias)
Vitória Mandíbulas Vitória Rolos
Vitória Mandíbulas Repetição Vitória Rolos Repetição
Limite ABNT NBR 15577
Nota-se que houve menor discrepância entre os resultados obtidos para os diferentes britadores.
A tendência de maior expansão para o agregado mandíbulas se mantém, assim como a
classificação, com a composição mandíbulas identificada como potencialmente reativa e a
composição rolos como potencialmente inócua. A diferença entre as expansões é,
provavelmente, consequência do uso de diferentes lotes de amostras de agregado para a
moldagem dos corpos de prova. Esta diferença é mais pronunciada para a composição
mandíbulas, uma vez que a composição rolos apresenta expansão similar aos 30 dias. Desta
forma, percebe-se a complexidade do agregado, com a obtenção de expansões bastante distintas
para amostras diferentes de um mesmo lote. Esta complexidade já havia sido observada na
análise petrográfica, com a presença de uma porção do agregado reativa e, em menor
quantidade, uma porção inócua.
Tabela 23 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras na idade de 30 dias para as
combinações de referência do agregado Vitória e Jaboatão.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.*
-3
Vitória Mandíbula 0,337 2,51.10
6,899 4,302 0,0204 S
Vitória Rolos 0,132 8,45.10-5
-4
Vitória Mandíbula Repetição 0,187 6,19.10
4,302 3,182 0,0230 S
Vitória Rolos Repetição 0,116 1,96.10-4
Jaboatão Mandíbula 0,095 7,03.10-5
-9,231 2,776 0,0008 S
Jaboatão Rolos 0,149 3,23.10-5
Fonte: Autora, 2019.
*S: Significativo; NS: Não significativo.
0,080
0,060
0,040
0,020
0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56
Idade (dias)
Vitória Mandíbulas Vitória Rolos Limite AASHTO
0,060 0,060
0,053
0,050
Expansão (%)
0,042
0,040
0,040
0,030
0,020
0,010
0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56 70 84
Idade (dias)
Jaboatão Mandíbulas Jaboatão Rolos Limite AASHTO
A partir da análise do gráfico, nota-se que a tendência observada no ensaio acelerado de barras
de argamassa mantém-se neste ensaio. A combinação com agregados cominuídos por britador
de mandíbulas para o agregado Vitória apresenta expansão cerca de 20% maior em relação à
combinação por britador de rolos. Contudo, neste ensaio, ambas as combinações foram
classificadas como moderadamente reativas, de acordo com a norma da AASHTO. Este
resultado pode indicar a maior influência do modo de britagem no resultado do ensaio acelerado
de barras de argamassa.
120
Os resultados também foram analisados estatisticamente, como apresentado na Tabela 24. Para
o agregado Jaboatão, a análise foi feita para 56 e 84 dias, de modo a comparar com o agregado
Vitória na mesma idade e analisar os resultados na idade final de ensaio.
Observa-se que, para o agregado Vitória, o uso de diferentes britadores teve influência
significativa nas expansões no ensaio de miniprismas, como também observado para o ensaio
acelerado de barras. Em contrapartida, esta variável não se mostrou significativa para o
agregado Jaboatão, tanto na idade de 56 dias quanto na idade de 84 dias, ao contrário do que
ocorreu no ensaio de barras, o que pode indicar que esta influência depende do agregado
utilizado.
A partir da análise dos ensaios, nota-se que houve diferença significativa nas expansões
alterando o tipo de britador, principalmente para o ensaio de barras, modificando, inclusive, a
classificação quanto à reatividade potencial, como observado para a combinação Vitória rolos.
Sabendo-se que, de acordo com a análise petrográfica, este agregado é considerado
potencialmente reativo, pode-se inferir que, neste caso, o tipo de britagem pode levar à
classificação errônea pelo método das barras, ocorrendo um falso negativo. Entretanto, observa-
se que, para o agregado Jaboatão, embora as combinações de referência tenham obtido
expansões abaixo do limite para classificação como potencialmente reativo, a composição rolos
apresentou expansão cerca de 56% maior do que a composição mandíbulas. Este
comportamento divergente pode indicar influência do tipo de agregado.
121
No caso em questão, tem-se que o agregado Vitória é proveniente de rocha metamórfica, com
estrutura gnáissica a milonítica. As estruturas metamórficas conferem um bandamento à rocha,
que pode resultar em planos preferenciais de quebra, produzindo partículas mais lamelares.
Desta forma, com a britagem por meio de britador de mandíbulas, houve a formação de
partículas lamelares. Com o britador de rolos houve a formação de partículas alongadas;
contudo, como foi necessária rebritagem para atingir as dimensões necessárias ao ensaio, as
partículas lamelares podem ter se partido, formando partículas um pouco mais cúbicas, o que
pode ser observado por meio da análise das relações de aspecto. Disto, resultaram as maiores
expansões para a combinação mandíbulas, com partículas mais lamelares e maior área
superficial específica, como observado para as partículas de 150 µm.
O agregado Jaboatão, por sua vez, é proveniente de rocha ígnea e possui estrutura maciça.
Segundo Frazão e Paraguassu (1998), rochas de estrutura maciça tendem a formar partículas
cúbicas após o processo de britagem. Contudo, eles afirmam que, para esta estrutura e
dimensões menores, a tendência é a de formação de partículas mais alongadas e lamelares.
Desta forma, formaram-se partículas alongadas para o britador de mandíbulas e lamelares para
o britador de rolos. O alongamento das partículas é confirmado pelos resultados de relação de
aspecto. As análises de tamanho também indicam que as partículas do agregado Jaboatão
mandíbulas são maiores em relação àquelas da combinação rolos. A diferença de tamanho
também pode ter influência nas expansões, uma vez que o maior tamanho implica menor área
superficial específica. As características morfológicas e de tamanho em relação à britagem são,
portanto, inerentes ao tipo de rocha utilizado.
As composições com sílica utilizaram apenas o agregado Vitória. As expansões das barras com
sílica, com substituição de 8% em massa e volume (6,3% em massa) do cimento e em massa na
porcentagem de 15%, estão apresentadas na Figura 58.
122
0,33 0,34
0,30
0,27
0,24
Expansão (%)
0,21
0,18 0,19
0,17
0,15 0,15
0,13
0,12 0,12
0,09 0,09
0,07
0,06
0,03
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos 6,3% Sílica Mandíbula
6,3% Sílica Rolos 8% Sílica Mandíbula 8% Sílica Rolos
15% Sílica Mandíbula 15% Sílica Rolos Limite ABNT NBR 15577
O teor de 8% de sílica ativa (em volume de substituição) na composição mandíbulas não foi
capaz de mitigar as expansões a níveis aceitáveis; atingiu, de qualquer forma, reduções da
ordem de 50%. Na composição rolos, esse mesmo teor não mitigou as expansões e, além disso,
não produziu qualquer redução; nessa condição, as expansões foram intensificadas quando
123
comparadas à amostra de referência. A ação da sílica ativa pode ser melhor observada na Figura
59, que ilustra as expansões em relação à porcentagem de sílica em massa, aos 30 e 16 dias.
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0% 6,3% 8% 8% 15%
Porcentagem de substituição
Sílica Mandíbula 30 dias Sílica Rolos 30 dias Sílica Mandíbula 16 dias
Sílica Rolos 16 dias Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.
Percebe-se que há um aumento expressivo das expansões entre as idades de 16 e 30 dias. Para
a combinação mandíbulas, há uma redução significativa das expansões com o acréscimo de
sílica; a composição rolos, em contrapartida, apresenta aumento das expansões para a
porcentagem de 8% em volume, correspondente a 6,3% em massa, em relação à combinação
de referência. Para as demais porcentagens, houve diminuição das expansões. Tal
comportamento já foi observado por outros autores, como por exemplo Boddy e Hooton (2000)
e Duchesne e Bérubé (1994, 2001), que constataram mitigação insuficiente e até mesmo
aumento das expansões para baixos teores de sílica ativa em substituição ao cimento.
Observa-se que, para os teores de sílica de 8% e 15%, foi possível reduzir as expansões para
valores abaixo do limite estabelecido pela ABNT NBR 15577-1 (2018).
0,100 0,102
0,080 0,082
Expansão (%)
0,060 0,059
0,049
0,040
0,020
0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos Sílica Mandíbulas
Sílica Rolos Limite AASHTO Limite AASHTO - Mitigação
Com o uso da sílica, houve uma diminuição das expansões em cerca de 42% e 40% para a
combinação mandíbulas e rolos, respectivamente. Apesar desta diminuição, as combinações
mantiveram a classificação de moderadamente reativas, com mitigação ineficiente. Este
resultado pode indicar a ineficiência da porcentagem de sílica ativa adotada em mitigar as
expansões devidas à RAA, podendo ter ocorrido um falso negativo no ensaio acelerado de
barras de argamassa para a composição mandíbulas.
Tabela 25 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras na idade de 30 dias para as
combinações com sílica, avaliando a influência do tipo de britador.
Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
8% Sílica Mandíbulas 0,148 7,95.10
3,572 4,303 0,0702 NS
8% Sílica Rolos 0,117 9,80.10-5
15% Sílica Mandíbulas 0,094 1,80.10-4
2,276 12,706 0,2635 NS
15% Sílica Rolos 0,070 4,90.10-5
8% Sílica Volume
0,168 3,43.10-5
Mandíbulas -3,869 3,182 0,0305 S
8% Sílica Volume Rolos 0,187 2,45.10-5
Ensaio Acelerado de Miniprismas de Concreto
Sílica Mandíbula 0,059 1,80.10-5
3,162 12,706 0,1950 NS
Sílica Rolos 0,049 2,00. 10-6
Fonte: Autora, 2019.
125
Tabela 26 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com sílica,
avaliando a influência da porcentagem de adição.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
8% Sílica Mandíbulas 0,148 7,95.10-5
5,048 4,303 0,0371 S
15% Sílica Mandíbulas 0,094 1,80.10-4
8% Sílica Rolos 0,117 9,80.10-5
5,815 4,303 0,0283 S
15% Sílica Rolos 0,070 4,90.10-5
Fonte: Autora, 2019.
Observa-se que o tipo de britador não influencia de forma significativa as combinações com
8% e 15% de sílica, para o ensaio acelerado de barras de argamassa. Entretanto, esta influência
é significativa para a combinação com 8% em volume (6,3% em massa). A progressão do p-
valor para as diferentes porcentagens de sílica indica a diminuição da influência do tipo de
britador com o aumento da porcentagem de adição de sílica ativa. Os resultados do ensaio de
miniprismas de concreto também não foram influenciados significativamente pelo tipo de
britador. Referente à porcentagem de sílica ativa utilizada, este é um fator relevante no resultado
das expansões no ensaio acelerado de barras de argamassa.
Com relação ao uso da sílica ativa, utilizada nas porcentagens de 8% e 15% em massa
substituindo o cimento, houve uma mitigação eficaz das expansões provenientes da RAA no
ensaio acelerado de barras, observando-se expansões menores para a combinação rolos,
provavelmente pelos motivos expostos para a combinação de referência. A porcentagem de 8%
foi substituída em massa e volume, sendo 8% em volume equivalente a 6,3% em massa; neste
caso, foram observadas grandes expansões, com a combinação rolos excedendo, inclusive, o
valor de expansão de referência. O ensaio acelerado de miniprismas de concreto retornou
resultados contraditórios. Em ambas as combinações, neste ensaio, houve redução das
expansões, porém insuficiente para mitigar a níveis aceitáveis. Este resultado pode indicar a
aglomeração da sílica, acarretando em efeito deletério. Diamond, Sahu e Thaulow (2004)
apontam que a dispersão de aglomerações de sílica depende da eficiência das ações de quebra
e cisalhamento para elas transmitidas durante o processo de mistura. Como a mistura ocorreu
em argamassadeira, é possível que não tenha havido energia suficiente para promover a
desagregação dos aglomerados.
0,30
0,27
0,24
Expansão (%)
0,21
0,18 0,15
0,13
0,15 0,13
0,12 0,13
0,12
0,09 0,11
0,09
0,06
0,03
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos Pó 10% Mandíbulas
Pó 10% Rolos Pó 18,2% Mandíbulas Pó 18,2% Rolos - Volume
Pó 20% Mandíbulas Pó 20% Rolos Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.
Observa-se que os resultados obtidos foram bastante similares, com as composições mandíbulas
com 10%, 18,2% e 20% em massa, com expansões de 0,12%, 0,15% e 0,09% aos 30 dias; as
composições rolos apresentaram 0,13%, 0,13% e 0,11%, respectivamente.
Para as barras com uso de PAR, aquelas com agregado britado por britador de mandíbulas e pó
mandíbulas resultaram em expansões inferiores às do agregado e pó obtidos por britador de
rolos, à exceção da combinação com 20% de pó em volume (18,2% em massa). Este
comportamento se opõe ao observado nas combinações de referência e com sílica, o que pode
ser devido a diferenças de morfologia e área superficial específica das partículas dos pós.
Analisando-se a partir do parâmetro da norma brasileira, nas combinações com 10% de PAR a
mitigação foi eficiente. Houve diminuição de cerca de 63% da expansão para a combinação
mandíbulas em relação à combinação de referência; contudo, para a combinação rolos, a
expansão foi a mesma, o que pode ser devido à granulometria do pó rolos ou à sua área
superficial específica, que é menor do que a do pó mandíbulas, de acordo com os resultados
dos ensaios Blaine e BET. Com a utilização de 20% de pó, a redução nas expansões foi de cerca
de 73% e 14% para a combinação mandíbulas e rolos, respectivamente. Os valores de expansão
127
destas combinações foram inferiores ao limite estabelecido pela norma brasileira, apontando
para a eficiência na mitigação.
Cabe mencionar que os valores de expansão obtidos com o uso de PAR foram semelhantes aos
obtidos com a utilização de sílica ativa, o que é um resultado peculiar já que a sílica ativa é uma
superpozolana. Este comportamento, entretanto, pode ser explicado pela aglomeração das
partículas de sílica, o que proporcionou uma menor área superficial específica e,
consequentemente, menor eficácia na mitigação das expansões. A Figura 62 apresenta a ação
do pó de agregado reativo, destacando a redução de expansões para as porcentagens utilizadas.
0,35
0,3
0,25
Expansão
0,2
0,15
0,1
0,05
0
0% 10% 18,2% 20%
Porcentagem de substituição
Pó Mandíbulas 30 dias Pó Mandíbulas 16 dias Pó Rolos 30 dias
Pó Rolos 16 dias Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.
O comportamento observado para a sílica ativa também é visto para o pó de agregado reativo,
com o aumento das expansões com a substituição em volume (18,2% em massa). Para a
composição mandíbulas, a expansão obtida foi maior do que a composição com 10% de pó,
enquanto a composição rolos apresentou expansão abaixo da obtida para 10%.
Figura 63 – Resultados do ensaio de miniprismas de concreto para combinações com 20% de PAR.
0,120
0,100 0,102
0,080 0,082
Expansão (%)
0,069
0,060 0,065
0,040
0,020
0,000
0 3 7 10 14 21 28 42 56
Idade (dias)
Referência Mandíbulas Referência Rolos Pó Mandíbulas
Pó Rolos Limite AASHTO Limite AASHTO - Mitigação
Fonte: Autora, 2019.
Os resultados com o uso de PAR demonstram uma redução nas expansões da ordem de 36% e
16% para as combinações mandíbulas e rolos, respectivamente. Além disso, a combinação rolos
alcançou expansões ligeiramente superiores em relação à combinação mandíbulas. Estas
tendências também foram observadas no ensaio acelerado de barras de argamassa. Contudo, as
combinações, que tiveram mitigação eficiente no ensaio acelerado de barras de argamassa, neste
ensaio apresentaram mitigação ineficiente.
feldspatos, fazendo com que a quantidade de sílica e pó não fosse suficiente para mitigar a
reação. Além disso, devido ao maior volume de material, pode ser que a energia de mistura,
realizada em argamassadeira, não tenha sido suficiente para homogeneizar os materiais,
permitindo a presença de aglomerações de sílica e do pó, que agem de forma deletéria.
O teste t de Student foi utilizado para a análise estatística do tipo de britador e porcentagem de
adição utilizados e os resultados estão apresentados nas Tabela 27 e 28, respectivamente.
Tabela 27 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com PAR,
avaliando a influência do tipo de britador.
Ensaio Acelerado de Barras de Argamassa
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
10% Pó Mandíbulas 0,124 1,25.10
-3,528 12,706 0,1758 NS
10% Pó Rolos 0,133 2,00.10-6
20% Pó Mandíbulas 0,092 3,29.10-4
-1,862 3,182 0,0797 NS
20% Pó Rolos 0,114 8,93.10-5
20% Pó Volume Mandíbulas 0,151 1,11.10-4
2,087 2,776 0,1052 NS
20% Pó Volume Rolos 0,134 8,03.10-5
Ensaio Acelerado de Miniprismas de Concreto
Pó Mandíbula 0,065 2,33.10-6
-0,922 4,303 0,4540 NS
Pó Rolos 0,069 64,00.10-6
Fonte: Autora, 2019.
Tabela 28 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com PAR,
avaliando a influência da porcentagem de adição.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
10% Pó Mandíbulas 0,124 1,25.10-5
2,893 4,303 0,1016 NS
20% Pó Mandíbulas 0,092 3,29.10-4
10% Pó Rolos 0,133 2,00.10-6
3,365 4,303 0,0781 NS
20% Pó Rolos 0,114 8,93.10-5
Fonte: Autora, 2019.
A partir dos resultados, observa-se que o tipo de britador não influencia de forma significativa
as combinações com pó de agregado reativo, tanto para o ensaio de barras de argamassa quanto
para o ensaio de miniprismas de concreto. A progressão do p-valor para as diferentes
porcentagens utilizadas indica o aumento da influência do tipo de britador com o aumento da
porcentagem de PAR, o inverso do que ocorreu com a sílica. A porcentagem utilizada também
não se mostrou significante para esta adição. Observou-se que o decréscimo das expansões,
comparando-se as combinações com 10% e 20% de PAR em massa, não foi proporcional ao
acréscimo de adição. Desta forma, infere-se que, para este agregado, a porcentagem ótima
utilizando-se o pó deste material como adição, encontra-se em torno de 10%.
O pó de agregado reativo provou ser capaz de reduzir as expansões no ensaio de barras, sendo
utilizado nas porcentagens de 10% e 20% em substituição ao cimento em massa. Para a
130
porcentagem de 10%, houve maior expansão para a combinação rolos, ao contrário do que
ocorreu para as combinações referência e sílica, nas quais a composição mandíbulas apresentou
maiores expansões. Este comportamento pode decorrer da maior área superficial específica do
pó mandíbulas, observada nos ensaios de Blaine, BET e granulometria a laser, e maior atividade
pozolânica deste pó, observada no ensaio de condutividade elétrica. A porcentagem de 20% foi
substituída em massa e volume, observando-se maiores expansões para a substituição em
volume, equivalente a 18,2% em massa, o que era esperado. Nota-se um valor discrepante para
a combinação mandíbulas em volume, com expansão maior do que para substituição de 10%
em massa, enquanto que a combinação rolos manteve a mesma expansão obtida para a
substituição de 10%. Os resultados obtidos para todas as porcentagens utilizadas são próximos,
indicando que a porcentagem de PAR utilizado não exerce grande influência nos resultados, o
que foi atestado pela análise estatística.
Com o objetivo de analisar o efeito dispersivo do aditivo nas adições minerais utilizadas, foram
moldadas barras de argamassa utilizando o agregado Vitória e mensuradas suas expansões. Para
131
0,14 0,15
0,12 0,12
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
8% Sílica Mandíbulas 8% Sílica Rolos
8% Sílica Mandíbulas Aditivo 8% Sílica Rolos Aditivo
Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.
0,14
0,13
0,12 0,12
0,10
0,09
0,08
0,07
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
15% Sílica Mandíbulas 15% Sílica Rolos
15% Sílica Mandíbulas Aditivo 15% Sílica Rolos Aditivo
Limite ABNT NBR 15577
Fonte: Autora, 2019.
132
A partir dos gráficos, observa-se que a tendência é um aumento na expansão com a utilização
de aditivo, excetuando-se a porcentagem de 8% para o agregado cominuído pelo britador de
mandíbulas. Neste caso, não houve alteração. Já para o agregado cominuído pelo britador de
rolos, houve um aumento de cerca de 43% na expansão. No entanto, para todas as combinações,
a mitigação foi considerada eficiente.
Para a adição de 15% de sílica, em todas as combinações houve mitigação eficiente, de acordo
com a ABNT NBR 15577-1(2018). Observou-se que, ao contrário do que vinha ocorrendo para
as composições com sílica, com o aditivo a composição rolos obteve expansões maiores do que
a composição mandíbulas em ambas as porcentagens. Este comportamento, entretanto, não é
tão acentuado aos 16 dias, sendo melhor observado aos 30 dias. As combinações rolos, portanto,
mostram-se mais sensíveis ao uso de aditivo do que as combinações mandíbulas.
A análise estatística para determinar a influência do aditivo nas expansões está apresentada na
Tabela 29.
Tabela 29 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com sílica,
avaliando a influência do aditivo.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
8% Sílica Mandíbulas 0,148 7,90.10
0,363 3,182 0,7406 NS
8% Sílica Mandíbulas Aditivo 0,146 1,20. 10-5
15% Sílica Mandíbulas 0,094 1,81. 10-4
-2,984 12,706 0,2059 NS
15% Sílica Mandíbulas Aditivo 0,122 9,33. 10-6
8% Sílica Rolos 0,117 9,80. 10-5
-3,219 3,182 0,0486 S
8% Sílica Rolos Aditivo 0,167 5,77. 10-4
15% Sílica Rolos 0,070 4,90. 10-5
-13,528 3,182 0,0009 S
15% Sílica Rolos Aditivo 0,131 8,00. 10-6
Fonte: Autora, 2019.
Nota-se que o uso do aditivo apresentou influência significativa apenas para as combinações
rolos, o que mostra que há maior sensibilidade destas ao uso de aditivo, em relação às
combinações mandíbulas. A progressão do p-valor indica maior influência para maiores teores
de sílica.
As figuras 66 e 67 apresentam as curvas de expansão para barras com uso de pós de agregado
reativo nas porcentagens de 10% e 20%, respectivamente, com o uso de aditivo.
133
0,14
0,13
0,12 0,12
0,10
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
10% Pó Mandíbulas 10% Pó Rolos 10% Pó Mandíbulas Aditivo
10% Pó Rolos Aditivo Limite ABNT NBR 15577
0,14
0,12
0,11
0,10
0,09
0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (dias)
20% Pó Mandíbulas 20% Pó Rolos 20% Pó Mandíbulas Aditivo
20% Pó Rolos Aditivo Limite ABNT NBR 15577
Para a adição de 10% de pó, com o uso de aditivo, houve mitigação eficiente das expansões
para a composição com britador de mandíbulas. A composição com britador de rolos, porém,
aproxima-se do limite da norma brasileira (em média 0,18%); uma das barras, inclusive, atingiu
134
0,19%. Desta forma, nesta combinação, a mitigação foi classificada como ineficiente, a favor
da segurança. O comportamento se mantém, com as expansões para britador de rolos maiores
do que para britador de mandíbulas.
Para a adição de 20%, houve mudança na classificação para ambas as combinações, com a
combinação para britador de mandíbulas com expansão aos 30 dias próxima ao limiar
estabelecido pela ABNT NBR 15577-1 (2018), sendo mais prudente considerar a mitigação
ineficiente; da mesma forma, a combinação com britador de rolos, cuja expansão média foi
superior a 0,19% aos 30 dias, teve mitigação ineficiente .
Os resultados da análise estatística para as combinações com PAR estão expostos na Tabela 30.
Tabela 30 – Resultado do teste t para o ensaio acelerado de barras nas combinações com PAR,
avaliando a influência do aditivo.
Combinação Média Variância T T crítico p- valor Signif.
-5
10% Pó Mandíbulas 0,124 1,25.10
-3,015 4,303 0,0945 NS
10% Pó Mandíbulas Aditivo 0,160 4,21.10-4
-4
20% Pó Mandíbulas 0,092 3,29.10
-7,428 3,182 0,0050 S
20% Pó Mandíbulas Aditivo 0,183 1,14.10-4
10% Pó Rolos 0,133 2,00.10-6
-3,135 12,706 0,1966 NS
10% Pó Rolos Aditivo 0,177 3,92.10-4
20% Pó Sílica Rolos 0,114 8,93.10-5
-3,851 12,706 0,1617 NS
20% Pó Rolos Aditivo 0,204 1,01.10-3
Fonte: Autora, 2019.
Percebe-se que a única combinação que teve influência significativa do uso de aditivo foi a
combinação com 20% de PAR com agregado cominuído por britador de mandíbulas.
A partir dos resultados com todas as combinações utilizando adições, percebe-se que não houve
o efeito benéfico esperado utilizando-se aditivo. Houve, na verdade, um aumento generalizado
das expansões.
Observou-se para ambos os materiais expansão acentuada nas composições rolos. Resultados
similares foram obtidos por Wang e Gillot (1989) e Perry e Gillot (1985, apud MALHOTRA
et al., 1988), obtendo-se aumento das expansões quando da utilização de aditivo do tipo
policarboxilato em conjunto com sílica ativa. Silva (2015) também verificou o aumento das
expansões de barras com sílica ativa com o uso de aditivo à base de policarboxilato, o mesmo
utilizado na presente pesquisa. A autora aponta que o menor teor de ar nos corpos de prova com
aditivo levou a maiores expansões, uma vez que, em argamassas e concretos porosos, o gel
formado pela RAA tende a se acomodar nos poros, diminuindo a pressão exercida na matriz
cimentícia e, consequentemente, as expansões. As combinações rolos apresentaram maiores
135
4.5.2.5 Considerações
Observou-se que as expansões, para o ensaio de barras, têm comportamento próximo ao linear.
Para o ensaio dos miniprismas, as curvas possuem duas taxas de crescimento distintas, uma
moderada até os 14 dias seguida de outra mais acentuada, como pode ser observado na Figura
68, excetuando-se a combinação Jaboatão.
0,100
0,080
Expansão (%)
0,060
0,040
0,020
0,000
0 3 7 10 Idade14(dias) 21 28 42 56
Este comportamento pode ser devido ao tamanho do agregado utilizado, uma vez que Zhang et
al. (1999) afirmam que, com o uso de agregados maiores nos corpos de prova, a expansão em
idades iniciais é menor, crescendo continuamente em idades avançadas.
acelerado de barras de argamassa e pela AASHTO TP 110-14 (2016) para o ensaio acelerado
de miniprismas de concreto.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos ensaios e análises realizados, foi possível delinear o comportamento dos dois
agregados utilizados em relação à reatividade potencial adotando-se diferentes métodos de
britagem, assim como o comportamento de combinações com o uso de dois tipos de adição, a
sílica ativa e o pó de agregado reativo. As conclusões e sugestões para futuras pesquisas estão
destacadas a seguir.
5.1. CONCLUSÕES
Neste item estão apresentadas as principais conclusões obtidas a partir dos resultados do
programa experimental, sendo válidas para as condições e materiais estudados.
Para o agregado Jaboatão, a influência do tipo de britador também foi significativa. Contudo,
as maiores expansões foram observadas para a combinação rolos. Neste caso, para ambos os
britadores, a classificação manteve-se, sendo este agregado considerado inócuo.
As diferenças nos resultados dos ensaios são, provavelmente, devidas à morfologia das
partículas geradas pelos diferentes tipos de britador. Contudo, esta influência é variável
dependendo do tipo e tamanho do agregado. Observam-se partículas com diferentes formatos e
tamanhos relativos, mesmo para uma única faixa granulométrica analisada. As diferenças na
138
morfologia e tamanho das partículas repercutem nas expansões determinadas pelos ensaios de
reatividade, observando-se maior influência para partículas de menores dimensões.
Por outro lado, para o agregado Vitória, que é proveniente de rocha metamórfica, foram
observados dois grupos com características distintas. Um grupo, descrito como ortognaisse de
composição diorítica, com estrutura gnáissica, apresentou baixa quantidade de quartzo
microgranular e presença de extinção ondulante, sendo classificado como potencialmente
inócuo. O outro grupo, descrito como ortognaisse de composição granodiorítica, com estrutura
milonítica, apresentou grande quantidade de quartzo microgranular, além de presença de
extinção ondulante, formação de subgrão, mimerquita, pertita e sericita, sendo classificado
como potencialmente reativo. Como a maior porção presente no agregado era a reativa, o
agregado foi classificado como reativo. Entretanto, nota-se a complexidade do agregado,
observada na variação dos resultados para a combinação de referência do agregado Vitória.
Nas combinações com o uso de sílica ativa, observou-se que não houve influência significativa
do tipo de britador para as porcentagens de 8% e 15% no ensaio acelerado de barras de
139
argamassa, embora tenham sido obtidas maiores expansões para as combinações mandíbulas,
como observado nas combinações de referência. Tal fato, provavelmente, se deve à maior
superfície específica dos agregados cominuídos por britador de mandíbulas. A maior eficiência
desta adição foi observada para agregados com maior área superficial específica e,
consequentemente, maior reatividade. Para o ensaio de miniprismas, o tipo de britador também
não influenciou de forma significativa as expansões.
Para o pó de agregado reativo, assim como para a sílica, não houve influência significativa do
tipo de britador em ambos os ensaios para as porcentagens analisadas. Contudo, ao contrário
do que ocorreu para as combinações de referência e com sílica, neste caso, as combinações
rolos apresentaram maiores expansões. Este fato pode ser devido à maior superfície específica
do pó mandíbulas, que teve melhor atuação mitigando as expansões.
Observou-se, em geral, aumento nas expansões, que pode ser devido ao menor teor de ar nos
corpos de prova com aditivo, que faz com que o gel formado, não tendo onde se acomodar,
exerça pressão e provoque expansões. Pode, também, ter havido algum tipo de interação entre
os componentes do aditivo na matriz cimentícia. As combinações rolos apresentaram maiores
expansões, mostrando-se mais sensíveis ao uso do aditivo. As interações entre os componentes
do aditivo e a matriz cimentícia e seus efeitos devem ser melhor estudados.
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155
As médias das variações foram calculadas a partir do cálculo do desvio relativo máximo
(DRM). De acordo com a NBR 15577-4 (2018), para valores de expansão de até 0,10%, aos 30
dias, o DRM deve ser de até 40% da média das barras. Quando superior a 40%, deve ser
calculada nova média desconsiderando o valor discrepante. Para valores de expansão acima de
0,10% aos 30 dias, o DRM deve ser de até 20% da média das barras. O DRM foi calculado aos
30 dias e, em caso de valor superior ao estabelecido pela norma, todos os valores da barra em
questão foram desconsiderados.
Tabela A.1 – Resultados de expansão para a combinação de referência do agregado Vitória com britador de
mandíbulas (inicial).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
B1 B2 B3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,032 0,050 0,034 0,039
9 0,050 0,111 0,092 0,084
10 - 0,150 0,147 0,149
11 - 0,172 0,218 0,195
16 0,209 0,207 0,289 0,235
17 0,260 0,214 0,307 0,260
22 0,308 0,244 0,326 0,293
23 0,316 0,250 0,328 0,298
24 0,322 0,252 0,343 0,306
29 0,348 0,267 0,355 0,323
30 0,349 0,282 0,380 0,337
DRM (30 dias) 3,561 16,320 12,760 -
Fonte: Autora, 2019.
156
Tabela A.2 – Expansões para a composição de referência do agregado Vitória com britador de rolos
(inicial).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3*
2 0,000 0,000 - 0,000
8 0,001 0,019 - 0,010
9 0,048 0,044 - 0,046
10 0,053 0,047 - 0,050
11 0,057 0,049 - 0,053
15 0,088 0,075 - 0,082
16 0,101 0,080 - 0,091
17 0,109 0,087 - 0,098
18 0,115 0,091 - 0,103
22 0,128 0,110 - 0,119
23 0,130 0,113 - 0,122
24 0,133 0,120 - 0,127
29 0,137 0,121 - 0,129
30 0,139 0,126 - 0,133
DRM (30 dias) 4,906 4,906 - -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM da barra 3, aos 30 dias, maior do que 20. Barra 3 descartada.
Tabela A.3 – Expansões para a composição de referência do agregado Vitória com britador de mandíbulas
(repetição).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
5 0,021 0,018 0,025 0,021
7 0,032 0,026 0,033 0,030
12 0,057 0,050 0,047 0,051
14 0,068 0,058 0,058 0,061
16 0,088 0,070 0,071 0,076
19 0,104 0,083 0,092 0,093
21 0,119 0,090 0,101 0,103
26 0,150 0,118 0,126 0,131
28 0,166 0,130 0,139 0,145
30 0,214 0,165 0,182 0,187
DRM (30 dias) 14,439 11,765 2,674 -
Fonte: Autora, 2019.
157
Tabela A.4 – Expansões para a composição de referência do agregado Vitória com britador de rolos
(repetição).
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
5 0,018 0,016 0,011 0,015
7 0,021 0,022 0,016 0,020
12 0,028 0,035 0,027 0,030
14 0,035 0,040 0,034 0,036
16 0,039 0,045 0,045 0,043
19 0,048 0,053 0,064 0,055
21 0,054 0,061 0,070 0,062
26 0,071 0,075 0,088 0,078
28 0,081 0,083 0,103 0,089
30 0,100 0,126 0,122 0,116
DRM (30 dias) 13,793 8,621 5,172 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.6 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em volume (6,3% em
massa) para britador de mandíbulas.
158
Tabela A.6 – Expansões para a composição com 8% de sílica em volume com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,026 0,023 0,027 0,025
10 0,026 0,041 0,038 0,035
11 0,039 0,054 0,050 0,048
16 0,080 0,091 0,086 0,086
22 0,121 0,126 0,123 0,123
23 0,130 0,133 0,133 0,132
24 0,135 0,138 0,138 0,137
29 0,149 0,161 0,155 0,155
30 0,161 0,172 0,170 0,168
DRM (30 dias) 3,976 2,584 1,392 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.7 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em massa com
britador de rolos.
Tabela A.7 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,000 0,000 0,000
8 - 0,018 0,006 0,012
9 - 0,020 0,010 0,015
10 - 0,025 0,013 0,019
11 - 0,026 0,016 0,021
15 - 0,031 0,030 0,031
16 - 0,038 0,040 0,039
17 - 0,048 0,046 0,047
18 - 0,050 0,054 0,052
22 - 0,057 0,070 0,064
23 - 0,061 0,082 0,072
24 - 0,075 0,087 0,081
29 - 0,100 0,114 0,107
30 - 0,110 0,124 0,117
DRM (30 dias) - 5,983 5,983 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.8 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica em volume (6,3% em
massa) para britador de rolos.
159
Tabela A.8 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica em volume com britador de
rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2* Barra 3
2 0,000 - 0,000 0,000
8 0,018 - 0,030 0,024
10 0,042 - 0,040 0,041
11 0,060 - 0,057 0,059
16 0,106 - 0,098 0,102
22 0,138 - 0,135 0,137
23 0,151 - 0,147 0,149
24 0,155 - 0,151 0,153
30 0,183 - 0,190 0,187
DRM (30 dias) 1,877 - 1,877 -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM da barra 2, aos 30 dias, maior do que 20. Barra 2 descartada.
Tabela A.9 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica com britador de
mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,000 0,000 0,000
8 - 0,018 0,033 0,026
9 - 0,021 0,041 0,031
10 - 0,023 0,042 0,033
13 - 0,026 0,044 0,035
14 - 0,032 0,053 0,043
16 - 0,035 0,056 0,046
20 - 0,041 0,062 0,052
21 - 0,046 0,067 0,057
23 - 0,048 0,069 0,059
24 - 0,049 0,071 0,060
30 - 0,084 0,103 0,094
DRM (30 dias) - 10,160 10,160 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.10 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica para britador de
rolos.
160
Tabela A.10 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,00 0,00 0,00 0,000
8 0,011 0,024 0,018 0,018
9 0,013 0,027 0,02 0,020
10 0,013 0,029 0,021 0,021
14 0,017 0,033 0,032 0,027
16 0,022 0,035 0,036 0,031
20 0,026 0,04 0,041 0,036
21 0,036 0,044 0,043 0,041
23 0,04 0,046 0,045 0,044
24 0,042 0,048 0,047 0,046
30 0,073 0,075 0,062 0,070
DRM (30 dias) 4,286 7,143 11,429 -
Fonte: Autora, 2019.
O pó de agregado reativo foi utilizado nas porcentagens de 10% e 20%. Para a porcentagem de
20%, houve substituição em massa e volume. As expansões estão apresentadas a seguir.
A tabela A.11 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
em massa para britador de mandíbulas.
Tabela A.11 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo em massa com
britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3*
2 0,000 0,000 - 0,000
7 0,014 0,014 - 0,014
8 0,030 0,032 - 0,031
9 0,040 0,038 - 0,039
14 0,062 0,055 - 0,059
15 0,076 0,069 - 0,073
16 0,090 0,078 - 0,084
17 0,092 0,082 - 0,087
21 0,100 0,099 - 0,100
24 0,112 0,112 - 0,112
28 0,114 0,121 - 0,118
29 0,118 0,124 - 0,121
30 0,121 0,126 - 0,124
DRM (30 dias) 2,024 2,024 - -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM da barra 3, aos 30 dias, maior do que 20. Barra 3 descartada.
161
A tabela A.12 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
em massa para britador de rolos.
Tabela A.12 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo em massa com
britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 - 0,000
8 0,025 0,023 - 0,024
9 0,040 0,034 - 0,037
15 0,087 0,071 - 0,079
16 0,097 0,076 - 0,087
17 0,101 0,082 - 0,092
22 0,111 0,089 - 0,100
23 0,111 0,108 - 0,110
24 0,118 0,116 - 0,117
29 0,122 0,129 - 0,126
30 0,134 0,132 - 0,133
DRM (30 dias) 0,752 0,752 - -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.13 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
em massa para britador de mandíbulas.
Tabela A.13 - Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo em
massa com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
4 0,001 0,008 0,001 0,003
8 0,019 0,021 0,012 0,017
9 0,020 0,026 0,017 0,021
10 0,025 0,026 0,026 0,026
11 0,026 0,031 0,034 0,030
15 0,038 0,038 0,049 0,042
16 0,044 0,042 0,057 0,048
17 0,053 0,045 0,065 0,054
22 0,073 0,051 0,083 0,069
23 0,078 0,055 0,092 0,075
24 0,082 0,057 0,092 0,077
25 0,083 0,059 0,095 0,079
29 0,094 0,069 0,105 0,089
30 0,095 0,073 0,109 0,092
DRM (30 dias) 2,888 20,939 18,051 -
Fonte: Autora, 2019.
162
A tabela A.14 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
em volume (18,2% em massa) para britador de mandíbulas.
Tabela A.14 – Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo em
volume com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,030 0,030 0,032 0,031
10 0,051 0,055 0,058 0,057
11 0,056 0,066 0,066 0,063
14 0,068 0,086 0,081 0,078
16 0,075 0,094 0,091 0,087
20 0,103 0,112 0,114 0,110
23 0,110 0,124 0,124 0,119
24 0,114 0,130 0,130 0,125
29 0,135 0,150 0,145 0,143
30 0,141 0,162 0,150 0,151
DRM (30 dias) 6,623 7,285 0,662 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.15 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
em massa para britador de rolos.
Tabela A.15 – Expansões para a composição com 20% de PAR em massa com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,011 0,015 0,014 0,013
9 0,017 0,025 0,023 0,022
10 0,027 0,028 0,039 0,031
11 0,024 0,034 0,041 0,033
15 0,039 0,034 0,052 0,042
16 0,044 0,047 0,063 0,051
17 0,056 0,054 0,077 0,062
22 0,075 0,070 0,098 0,081
24 0,087 0,078 0,112 0,092
25 0,088 0,081 0,115 0,095
29 0,109 0,104 0,125 0,113
30 0,111 0,107 0,125 0,114
DRM (30 dias) 1,479 5,030 10,947 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.16 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
(18,2% em massa) em volume para britador de rolos.
163
Tabela A.16 – Expansões para a composição com 20% de PAR em volume com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
10 0,046 0,021 0,034 0,034
11 0,055 0,028 0,040 0,041
14 0,066 0,046 0,059 0,057
16 0,078 0,057 0,073 0,069
20 0,094 0,074 0,091 0,086
23 0,109 0,088 0,110 0,102
24 0,116 0,094 0,113 0,108
29 0,135 0,117 0,133 0,128
30 0,140 0,124 0,139 0,134
DRM (30 dias) 4,218 7,692 3,474 -
Fonte: Autora, 2019.
Nas combinações de sílica e pó de agregado reativo também foi utilizado aditivo. As expansões
estão apresentadas a seguir.
A tabela A.17 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica com aditivo para
britador de mandíbulas.
Tabela A.17 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica e aditivo com britador de
mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
6 0,020 0,018 0,020 0,019
7 0,034 0,021 0,033 0,029
9 0,036 0,026 0,035 0,032
13 0,046 0,037 0,043 0,042
14 0,049 0,069 0,050 0,056
16 0,054 0,072 0,064 0,063
17 0,057 0,075 0,067 0,066
24 0,101 0,117 0,114 0,111
25 0,102 0,118 0,115 0,112
26 0,120 0,131 0,130 0,127
29 0,138 0,145 0,145 0,143
30 0,142 0,148 0,148 0,146
DRM (30 dias) 2,740 1,370 1,370 -
Fonte: Autora, 2019.
A.1.4.2. 8% Sílica Rolos Aditivo
A tabela A.18 apresenta as expansões para a combinação com 8% de sílica com aditivo para
britador de rolos.
164
Tabela A.18 – Resultados de expansão para a composição com 8% de sílica e aditivo com britador de
rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
9 0,018 0,002 0,027 0,016
13 0,046 0,021 0,050 0,039
14 0,050 0,028 0,057 0,045
16 0,064 0,041 0,072 0,059
17 0,067 0,043 0,076 0,062
24 0,123 0,100 0,137 0,120
25 0,131 0,106 0,143 0,127
26 0,146 0,118 0,158 0,141
29 0,166 0,134 0,179 0,160
30 0,175 0,140 0,186 0,167
DRM (30 dias) 4,790 16,168 11,377 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.19 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica com aditivo para
britador de mandíbulas.
Tabela A.19 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica e aditivo com britador de
mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,00 0,00 0,00
7 0,006 0,008 0,010 0,008
8 0,008 0,009 0,012 0,010
9 0,012 0,012 0,014 0,013
14 0,031 0,024 0,030 0,028
15 0,033 0,027 0,033 0,031
16 0,035 0,028 0,035 0,033
19 0,041 0,030 0,038 0,036
24 0,086 0,076 0,082 0,081
27 0,114 0,104 0,109 0,109
28 0,117 0,111 0,115 0,114
30 0,125 0,119 0,123 0,122
DRM (30 dias) 2,180 2,725 0,545 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.20 apresenta as expansões para a combinação com 15% de sílica com aditivo para
britador de rolos.
165
Tabela A.20 – Resultados de expansão para a composição com 15% de sílica e aditivo com britador de
rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 - 0,000
6 0,005 0,006 - 0,006
15 0,026 0,039 - 0,033
16 0,033 0,045 - 0,039
20 0,060 0,074 - 0,067
21 0,066 0,078 - 0,072
22 0,072 0,084 - 0,078
27 0,103 0,119 - 0,111
28 0,115 0,128 - 0,122
29 0,123 0,130 - 0,127
30 0,129 0,133 - 0,131
DRM (30 dias) 1,527 1,527 - -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.21 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de mandíbulas.
Tabela A.21 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
6 0,006 0,006 0,001 0,006
9 0,028 0,02 0,01 0,019
13 0,07 0,054 0,037 0,054
14 0,073 0,058 0,041 0,057
16 0,093 0,07 0,055 0,063
17 0,095 0,073 0,056 0,065
24 0,137 0,111 0,095 0,114
25 0,147 0,12 0,104 0,124
26 0,16 0,134 0,117 0,137
29 0,177 0,153 0,133 0,154
30 0,181 0,159 0,140 0,160
DRM (30 dias) 13,125 0,625 12,500 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.22 apresenta as expansões para a combinação com 10% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de rolos.
166
Tabela A.22 – Resultados de expansão para a composição com 10% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,000 0,000 0,000
9 - 0,028 0,022 0,025
13 - 0,066 0,086 0,076
14 - 0,068 0,089 0,079
16 - 0,085 0,104 0,095
17 - 0,088 0,106 0,097
24 - 0,117 0,139 0,128
25 - 0,141 0,168 0,155
26 - 0,144 0,171 0,158
29 - 0,159 0,186 0,173
30 - 0,163 0,191 0,177
DRM (30 dias) - 7,910 7,910 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.23 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de mandíbulas.
Tabela A.23 – Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
6 0,004 0,005 0,004 0,004
7 0,009 0,007 0,014 0,010
9 0,028 0,021 0,029 0,026
13 0,074 0,063 0,077 0,071
14 0,078 0,071 0,081 0,077
16 0,097 0,086 0,102 0,095
17 0,100 0,088 0,104 0,097
24 0,14 0,113 0,132 0,128
25 0,166 0,138 0,158 0,154
26 0,179 0,155 0,174 0,169
29 0,183 0,161 0,183 0,176
30 0,192 0,171 0,185 0,183
DRM (30 dias) 5,109 6,387 1,277 -
Fonte: Autora, 2019.
A tabela A.24 apresenta as expansões para a combinação com 20% de pó de agregado reativo
com aditivo para britador de rolos.
167
Tabela A.24 - Resultados de expansão para a composição com 20% de pó de agregado reativo e
aditivo com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 - 0,00 0,00 0,00
7 - 0,014 0,008 0,011
9 - 0,017 0,020 0,019
13 - 0,039 0,079 0,059
14 - 0,052 0,091 0,072
16 - 0,067 0,111 0,089
17 - 0,074 0,116 0,095
24 - 0,131 0,175 0,153
25 - 0,147 0,193 0,170
26 - 0,155 0,201 0,178
29 - 0,174 0,217 0,196
30 - 0,181 0,226 0,204
DRM (30 dias) - 11,057 11,057 -
Fonte: Autora, 2019.
Tabela A.25 - Resultados de expansão para a composição de referência com britador de mandíbulas
com agregado Jaboatão.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,007 0,014 0,018 0,013
10 0,021 0,034 0,028 0,028
11 0,028 0,043 0,034 0,035
16 0,036 0,055 0,046 0,046
22 0,047 0,064 0,056 0,056
23 0,055 0,074 0,062 0,064
24 0,061 0,080 0,067 0,069
29 0,083 0,098 0,084 0,088
30 0,091 0,105 0,090 0,095
DRM (30 dias) 4,545 10,140 5,594 -
Fonte: Autora, 2019.
168
Tabela A.26 – Resultados de expansão para a composição de referência com britador de rolos com
agregado Jaboatão.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Barra 1 Barra 2 Barra 3
2 0,000 0,000 0,000 0,000
8 0,029 0,022 0,019 0,023
10 0,054 0,043 0,041 0,046
11 0,061 0,049 0,045 0,052
16 0,086 0,079 0,076 0,080
22 0,118 0,105 0,107 0,110
23 0,124 0,113 0,113 0,117
24 0,128 0,118 0,116 0,121
29 0,147 0,142 0,137 0,142
30 0,154 0,151 0,143 0,149
DRM (30 dias) 3,125 1,116 4,241 -
Fonte: Autora, 2019.
169
O processo do cálculo do DRM foi utilizado para eliminar valores discrepantes no ensaio de
miniprismas aos 56 dias, embora a norma não especifique tal processo. Neste caso, eliminou-
se apenas o valor mais discrepante.
Para o agregado Vitória, foram realizadas combinações de referência, com 8% de sílica e com
20% de pó de agregado reativo. As tabelas de expansão estão expostas a seguir.
Tabela B.2 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição de referência com
britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,007 0,001 0,002 0,003
7 0,011 0,001 0,005 0,006
10 0,012 0,002 0,017 0,010
14 0,017 0,004 0,021 0,014
21 0,037 0,057 0,045 0,046
28 0,052 0,075 0,064 0,064
42 0,063 0,086 0,076 0,075
56 0,074 0,087 0,084 0,082
DRM (56 dias) 9,388 6,531 2,857 -
Fonte: Autora, 2019.
170
Tabela B.3 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição com 8% de sílica
com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3*
0 0,000 0,000 - 0,000
3 0,001 0,009 - 0,005
7 0,004 0,013 - 0,009
10 0,008 0,016 - 0,012
14 0,013 0,018 - 0,016
21 0,021 0,027 - 0,024
28 0,036 0,045 - 0,041
42 0,053 0,059 - 0,056
56 0,056 0,062 - 0,059
DRM (56 dias) 5,085 5,085 - -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM do prisma 3, aos 56 dias, maior do que 20. Prisma 3 descartado.
Tabela B.4 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição com 8% de sílica
com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 - 0,000 0,000
3 0,004 - 0,001 0,003
7 0,004 - 0,015 0,010
10 0,005 - 0,019 0,012
14 0,007 - 0,021 0,014
21 0,022 - 0,034 0,028
28 0,040 - 0,055 0,048
42 0,047 - 0,048 0,048
56 0,048 - 0,050 0,049
DRM (56 dias) 2,041 - 2,041 -
Fonte: Autora, 2019.
*DRM do prisma 2, aos 56 dias, maior do que 20. Prisma 2 descartado.
Tabela B.5 – Resultados de expansão do ensaio de miniprismas para a composição com 20% de PAR
com britador de mandíbulas.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,008 0,001 0,001 0,003
7 0,011 0,002 0,003 0,005
10 0,013 0,006 0,017 0,012
14 0,017 0,008 0,020 0,015
21 0,034 0,024 0,032 0,030
28 0,050 0,045 0,049 0,048
42 0,061 0,062 0,062 0,062
56 0,063 0,066 0,065 0,065
DRM (56 dias) 2,577 2,062 0,515 -
Fonte: Autora, 2019.
171
Tabela B.6 – Expansões dos miniprismas para a composição com 20% de PAR com britador de rolos.
Variação das Leituras (%)
Idade (dias) Média das Variações
Prisma 1 Prisma 2 Prisma 3
0 0,000 0,000 0,000 0,000
3 0,001 0,001 0,007 0,003
7 0,002 0,009 0,017 0,009
10 0,010 0,012 0,018 0,013
14 0,012 0,015 0,020 0,016
21 0,037 0,053 0,048 0,046
28 0,050 0,064 0,056 0,057
42 0,058 0,073 0,065 0,065
56 0,061 0,077 0,069 0,069
DRM (56 dias) 11,594 11,594 0,000 -
Fonte: Autora, 2019.
B.2. Agregado Jaboatão
A Figura C.1 e a Tabela C.1 apresentam o gráfico e tabela de expansões, respectivamente, pelo
ensaio acelerado de barras de argamassa (NBR 15577-4). Este ensaio foi realizado de modo a
determinar a reatividade da areia visando à sua utilização como agregado miúdo no ensaio de
miniprismas de concreto.
0,20
0,18
0,16
0,14
Expansão (%)
0,12
0,10
0,08 0,08
0,06
0,04
0,02
0,00
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Idade (Dias)
Areia Limite ABNT NBR 15577