04 Decreto #23.569 de 11 de Dezembro de 1933.

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Presidência da República

Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 23.569 DE 11 DE DEZEMBRO DE 1933.

(Vide Decreto-Lei nº 3.995, de 1941)


Regula o exercício das profissões de engenheiro,
(Vide Decreto-Lei nº 7.243, de 1945)
de arquiteto e de agrimensor.
(Vide Decreto-Lei nº 9.533, de 1946)

O Chefe do Govêrno Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, na


conformidade do art. 1º do decreto número 19.398, de 11 de novembro de 1930, resolve
subordinar o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor às
disposições seguintes :

CAPÍTULO I

DOS PROFISSIONAIS DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRIMENSURA

Art. 1º O exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor será


sòmente permitido, respectivamente :

a) aos diplomados pelas escolas ou cursos de engenharia, arquitetura ou agrimensura,


oficiais, da União Federal, ou que sejam, ou tenham sido ao tempo da conclusão dos seus
respectivos cursos, oficializadas, eqüiparadas às da União ou sujeitas ao regimen de inspeção
do Ministério da Educação e Saúde Pública;

b) aos diplomados, em data anterior à respectiva oficialização ou equiparação às da União,


por escolas nacionais de engenharia, arquitetura ou agrimensura cujos diplomas hajam sido
reconhecidos em virtude de lei federal;

c) àqueles que, diplomados por escolas ou institutos técnicos superiores estrangeiros de


engenharia, arquitetura ou agrimensura, após curso regular e válido para o exercício da
profissão em todo o país onde se acharem situados, tenham revalidado os seus diplomas, de
acôrdo com a legislação federal do ensino superior;

d) àqueles que, diplomados por escolas ou institutos estrangeiros de engenharia.


arquitetura ou agrimensura, tenham registrado seus diplomas até 18 de junho de 1915, de
acôrdo com o decreto n. 3.001, de 9 de outubro de 1880, ou os registraram consoante o
disposto no art. 22, da lei n. 4.793, de 7 de janeiro de 1924.

Parágrafo único. Aos agrimensores que, até à data da publicação dêste decreto, tiverem
sido habilitados conforme o decreto n. 3.198, de 16 de dezembro de 1863, será igualmente
permitido o exercício da respectiva profissão.

Art. 2º Os funcionários públicos e os empregados particulares que, dentro do prazo de seis


meses, contados da data da publicação dêste decreto, provarem, perante o Conselho de
Engenharia e Arquitetura, que, posto não satisfaçam as condições do art. 1º e seu parágrafo
único, vêm, à data da referida publicação, exercendo cargos para os quais se exijam
conhecimentos de engenharia, arquitetura ou agrimensura, poderão continuar a exercê-los,
mas não poderão ser promovidos nem removidos para outros cargos técnicos. (Vide Decreto nº
24.310, de 1934)
Parágrafo único. Os funcionários públicos a que se refere êste artigo deverão, logo que
haja vaga, ser transferidos para outros cargos de iguais vencimentos e para os quais não seja
exigida habilitação técnica.

Art. 3º É garantido o exercício de suas funções, dentro dos limites das respectivas licenças
e circunscrições, aos arquitetos, aquitetos-construtores, construtores e agrimensores que, não
diplomados, mas licenciados pelos Estados e Distrito Federal, provarem, com as competentes
licenças, o exercício das mesmas funções à data da publicação dêste decreto, sem notas que
os desabonem, a critério do Conselho de Engenharia e Arquitetura.

Paragrafo único. Os profissionais de que trata êste artigo perderão o direito às licenças si
deixarem de pagar os respectivos impostos durante um ano, ou si cometerem erros técnicos ou
atos desabonadores, devidamente apurados pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura.

Art. 4º Aos diplomados por escolas estrangeiras que satisfazendo as condições da alínea c
do art. 1º, salvo na parte relativa à revalidação, provarem, perante o órgão fiscalizador a que se
refere o art. 18, que, à data da publicação dêste decreto, exerciam a profissão no Brasil, e
registrarem os seus diplomas dentro do prazo de seis meses, contados da data da referida
publicação, será permitido o exercício das profissões respectivas. (Vide Decreto nº 24.310, de
1934)

Art. 5º Só poderão ser submetidos ao julgamento das autoridades competentes e só terão


valor jurídico os estudos, plantas, projetos, laudos e quaisquer outros trabalhos de engenharia,
arquitetura e agrimensura, quer públicos, quer particulares, de que forem autores profissionais
habilitados de acôrdo com êste decreto, e as obras decorrentes dêsses trabalhos, também, só
poderão ser executados por profissionais habilitados na forma dêste decreto. (Vide Decreto nº
24.310, de 1934)

Parágrafo único. A critério do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, e enquanto


em dado município não houver profissionais habilitados na forma dêste decreto, poderão ser
permitidos, a título precário, as funções e atos prévisto neste artigo a pessoas de idoneidade
reconhecida.

Art. 6º Nos trabalhos gráficos, especificações, orçamentos, pareceres, laudos e atos


judiciários ou administrativos, é obrigatória, além da assinatura, precedida do nome da
emprêsa, sociedade, instituição ou firma a que interessarem, a menção explícita do título do
profissional que os subscrever.

Art. 6º Nos trabalhos gráficos, especificações, orçamentos, pareceres, laudos, termos de


compromisso de vistorias e arbitramentos e demais atos judiciários ou administrativos é
obrigatória, além, da assinatura, precedida do nome da empresa, sociedade, instituição ou
firma a que interessarem, à declaração do número da carteira do profissional diplomado e a
menção explícita do título legal que possuir. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 8.620, de
1946)

Parágrafo único. Não serão recebidos em juízo e nas repartições públicas federais,
estaduais ou municipais, quaisquer trabalhos de engenharia, arquitetura ou agrimensura, com
infração do que preceitua êste artigo.

Art. 7º Enquanto durarem as construções ou instalações, de qualquer natureza, é


obrigatória a afixação de uma placa, em lugar bem visível ao público, contendo, perfeitamente
legíveis, o nome ou firma do profissional legalmente responsável, e a indicação do seu título de
formatura, bem como a de sua residência ou escritório.

Parágrafo único. Quando o profissional não fôr diplomado, deverá a placa conter, mais, de
modo bem legível, a inscrição - "Licenciado".
Art. 8º Os indivíduos, firmas, sociedades, associações, companhias e emprêsas em geral,
e suas filiais, que exerçam ou explorem, sob qualquer forma, algum dos ramos da engenharia,
arquitetura ou agrimensura, ou a seu cargo tiverem alguma secção dessas profissões, só
poderão executar os respectivos serviços, depois de provarem, perante os Conselhos de
Engenharia e Arquitetura, que os encarregados da parte técnica são, exclusivamente,
profissionais habilitados e registrados de acôrdo com êste decreto.

§ 1º A substituição dos profissionais obriga a nova prova, por parte das entidades a que se
refere êste artigo.

§ 2º Com relação à nacionalidade dos profissionais a que êste artigo alude, será
observado, em tôdas as categorias, o que preceituam o art. 3º e seu parágrafo único
do decreto n. 19. 482, de 12 de dezembro de 1930, e o respectivo regulamento, aprovado
pelo decreto n. 20. 291, de 12 de agôsto de 1931.

Art. 9º A União, os Estados e os Municípios, em todos os cargos, serviços e trabalhos de


engenharia, arquitetura e agrimensura, sòmente empregarão profissionais diplomados pelas
escolas oficiais ou eqüiparadas, préviamente registrados de acôrdo com o que dispõe êste
decreto, ressalvadas ùnicamente as exceções nele previstas.

Parágrafo único. A requerimento do Conselho de Engenharia e Arquitetura, de profissional


legalmente habilitado e registrado de acôrdo com êste decreto, ou de sindicato ou associação
de engenharia, arquitetura ou agrimensura, será anulado qualquer ato que se realize com
infração dêste artigo.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO E DA CARTEIRA PROFISSIONAL

Art. 10. Os profissionais a que se refere êste decreto só poderão exercer legalmente a
engenharia, arquitetura ou a agrimensura, após o prévio registro de seus títulos, diplomas,
certificados-diplomas e cartas no Ministério da Educação e Saúde Pública ou de suas licenças
no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, sob cuja jurisdição se achar o local de sua
atividade.

Art. 11. Os profissionais punidos por inobservância do artigo anterior, não poderão obter o
registro de que êste trata, sem provarem o pagamento das multas em que houverem incorrido.

Parágrafo único. A continuação do exercício da profissão sem o registro a que êste artigo
alude, considerar-se-á como reincidência de infração dêste decreto.

Art. 12. Si o profissional registrado em qualquer dos Conselhos de Engenharia e


Arquitetura mudar de jurisdição, fará visar, no Conselho Regional a que o novo local de seus
trabalhos estiver sujeito, a carteira profissional de que trata o art. 14, considerando-se que há
mudança desde que o profissional exerça qualquer das profissões, na nova jurisdição, por
prazo maior de noventa dias.

Art. 13. O Conselho Federal a que se refere o art. 18, organizará, anualmente, com as
alterações havidas, a relação completa dos registros, classificados pelas especialidades dos
títulos e em ordem alfabética, e a fará publicar no Diário Oficial.

Art. 14. A todo profissional registrado de acôrdo com êste decreto, será entregue uma
carteira profissional, numerada, registrada e visada no Conselho Regional respectivo, a qual
conterá :

a) seu nome por inteiro;


b) sua nacionalidade e naturalidade;

c) a data de seu nascimento;

d) a denominação da escola em que se formou ou da repartição local onde obteve licença


para exercer a profissão;

e) a data em que foi diplomado ou licenciado;

f) a natureza do título ou dos títulos de sua habilitação;

g) a indicação da revalidação do título, si houver;

h) o número do registro no Conselho Regional respectivo;

i) sua fotografia de frente e impressão dactiloscópica (polegar) ;

j) sua assinatura.

Parágrafo único. A expedição da carteira a que se refere o presente artigo fica sujeita á
taxa de 30$000 (trinta mil réis).

Art. 15. A carteira profissional, de que trata, o art. 14, substituírá o diploma, para os efeitos
dêste decreto, servirá de carteira de identificação e terá fé pública.

Art. 16. As autoridades federais, estaduais ou municipais só receberão impostos relativos


ao exercício profissional do engenheiro, do arquiteto ou do agrimensor à vista da prova de que
o interessado se acha devidamente registrado.

Art. 17. Todo aquele que, mediante anúncios, placas, cartões comerciais ou outros meios
quaisquer, se propuzer ao exercício da engenharia, da arquitetura ou da agrimensura, em
algum de seus ramos, fica sujeito ás penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão, si
não estiver devidamente registrado.

CAPÍTULO III

DA FISCALIZAÇÃO

Art. 18. A fiscalização do exercício da engenharia, da arquitetura e da agrimensura será


exercida pelo Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura e pelos Conselhos Regionais a
que se referem os arts. 25 a 27.

Art. 19. Terá sua séde no Distrito Federal o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura,
ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais.

Art. 20. O Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura será constituído de dez membros,
brasileiros, habilitados de acôrdo com o art. 1º e suas alíneas, e obedecerá á seguinte
composição :

a) um membro designado pelo Govêrno Federal;

b) três profissionais escolhidos pelas congregações de escolas padrões federais, sendo


um, engenheiro, pela da Escola Politécnica do Rio de Janeiro; outro, também engenheiro, pela
da Escola de Minas de Ouro Preto, e, finalmente, um, engenheiro arquitéto, ou arquitéto, pela
da Escola Nacional de Belas Artes;
c) seis engenheiros, ou arquitétos, escolhidos em assembléia que se realizará no Distrito
Federal e na qual tomará parte um representante de cada sociedade ou sindicato de classe
que tenha adquirido personalidade jurídica seis meses antes, pelo menos, da data da reunião
da assembléia.

Parágrafo único. Na representação prevista na alínea c dêste artigo haverá, pelo menos,
um terço de engenheiros e um terço de engenheiros arquitétos ou arquitétos. (Revogado pelo
Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)

Art. 21. O mandato dos membros do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura será
meramente honorífico e durará três anos, salvo o do representante do Govêrno Federal.

Parágrafo único. Um terço dos membros do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura


será anualmente renovado, podendo a escolha fazer-se para novo triênio.

Art. 22. São atribuições do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura :

a) organizar o seu regimento interno;

b) aprovar os regimentos internos organizados pelos Conselhos Regionais, modificando o


que se tornar necessário, afim de manter a respectiva unidade de ação;

c) examinar, decidindo a respeito em última instância, e podendo até anular, o registro de


qualquer profissional licenciado que não estiver de acôrdo com o presente decreto;

d) tomar conhecimento de quaisquer dúvidas suscitadas nos Conselhos Regionais e dirimí-


las;

e) julgar em última instância os recursos de penalidades impostas pelos Conselhos


Regionais;

f) publicar o relatório anual dos seus trabalhos, em que deverá figurar a relação de todos os
profissionais registrados.

Art. 23. Ao presidente, que será sempre o representante do Govêrno Federal, compete,
além da direção do Conselho, a suspensão de qualquer decisão que o mesmo tome e lhe
pareça inconveniente.

Parágrafo único. O ato da suspensão vigorará até novo julgamento do caso, para o qual o
presidente convocará segunda reunião, no prazo de quinze dias, contados do seu ato; e se, no
segundo julgamento, o Conselho mantiver, por dois têrços de seus membros, a decisão
suspensa, esta entrará em vigor imediatamente.

Art. 24. Constitue renda do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura o seguinte :

a) um têrço da taxa de expedição de carteiras profissionais estabelecida no art. 14 e


parágrafo único;

b) um têrço das multas aplicadas pelos Conselhos Regionais;

c) doações;

d) subvenções dos Govêrnos.

Art. 25. O Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura fixará a composição dos


Conselhos Regionais, que deve, quanto possível, ser semelhante à sua, e promoverá a
instalação, nos Estados e no Distrito Federal, de tantos dêsses órgãos quantos forem julgados
necessários para a melhor execução dêste decreto, podendo extender-se a mais de um Estado
a ação de qualquer deles.

Art. 26. São atribuições dos Conselhos Regionais :

a) examinar os requerimentos e processos de registro de licenças profissionais, resolvendo


como convier;

b) examinar reclamações e representações escritas acêrca dos serviços de registro e das


infrações do presente decreto, decidindo a respeito;

c) fiscalizar o exercício das profissões de engenheiro, de arquiteto e de agrimensor,


impedindo e punindo as infrações dêste decreto, bem como enviando às autoridades
competentes minuciosos e documentados relatórios sôbre fatos que apurarem e cuja solução
ou repressão não seja de sua alçada :

d) publicar relatórios anuais de seus trabalhos e a relação dos profissionais registrados;

e) elaborar a proposta de seu regimento interno, submetendo-a à aprovação do Conselho


Federal de Engenharia a Arquitetura;

f) representar ao Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura acêrca de novas medidas


necessárias para a regularidade dos serviços e para a fiscalização do exercício das profissões
indicadas na alínea c dêste artigo;

g) expedir a carteira profissional prevista no art. 14;

h) admitir a colaboração das sociedades de classe nos casos relativos à matéria das
alíneas anteriores.

Art. 27. A renda dos Conselhos Regionais será constituída do seguinte :

a) dois têrços da taxa de expedição de carteiras profissionais, estabelecida no art. 14 e


parágrafo único;

b) dois têrços das multas aplicadas conforme a alínea c do artigo anterior;

c) doações;

d) subvenções dos Govêrnos.

CAPÍTULO IV
(Vide Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)

DAS ESPECIALIZAÇÕES PROFISSIONAIS

Art. 28. São da competência do engenheiro civil :

a) trabalhos topográficos e geodésicos;

b) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção de edifícios, com tôdas as suas


obras complementares;

c) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das estradas de rodagem e de ferro


:
d) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras de captação e
abastecimento de água;

e) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção de obras de drenagem e irrigação;

f) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras destinadas ao


aproveitamento de energia e dos trabalhos relativos às máquinas e fábricas;

g) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras relativas a portos, rios e
canais e dos concernentes aos aéroportos;

h) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras peculiares ao


saneamento urbano e rural;

i) projeto, direção e fiscalização dos serviços de urbanismo;

j) a engenharia legal, nos assuntos correlacionados com a especificação das alíneas a a i;

l) perícias e arbitramentos referentes à matéria das alíneas anteriores.

Art. 29. Os engenheiros civis diplomados segundo a lei vigente deverão ter :

a) aprovação na cadeira de "Portos de mar, rios e canais", para exercerem as funções de


Engenheiro de Portos, Rios e Canais;

b) aprovação na cadeira de "Saneamento e Arquitetura" para exercerem as funções de


Engenheiro Sanitário;

c) aprovação na cadeira de "Pontes e grandes estruturas metálicas e em concreto armado",


para exercerem as funções de Engenheiro de Secções Técnicas, encarregadas de projetar e
executar obras de arte, nas estradas de ferro e de rodagem;

d) aprovação na cadeira de "Saneamento e Arquitetura", para exercerem funções de


urbanismo ou de Engenheiro de Secções Técnicas destinadas a projetar grandes edifícios.

Parágrafo único. Sòmente engenheiros civis poderão exercer as funções a que se referem
as alíneas a, b e c dêste artigo.

Art. 30. Consideram-se da atribuição do arquiteto ou engenheiro-arquiteto :

a) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção de edifícios, com tôdas as suas


obras complementares;

b) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras que tenham caráter
essencialmente artístico ou monumental;

c) o projeto, direção e fiscalização dos serviços de urbanismo;

d) o projeto, direção e fiscalização das obras de arquitetura paisagística;

e) o projéto, direção e fiscalização das obras de grande decoração arquitetônica;

f) a arquitetura legal, nos assuntos mencionados nas alíneas a e c dêste artigo;

g) perícias e arbitramentos relativos à matéria de que tratam as alíneas anteriores.


Art. 31. São da competência do engenheiro indústrial :

a) trabalhos topográficos e geodésicos;

b) a direção, fiscalização e construção de edifícios;

c) o estudo, projéto, direção, execução e exploração de instalações indústriais, fábricas e


oficinas;

d) o estudo e projéto de organização e direção das obras de cárater tecnológico dos


edifícios industriais;

e) assuntos de engenharia legal, em conexão com os mencionados nas alíneas a e ddêste


artigo;

f) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alíneas anteriores.

Art. 32. Consideram-se da atribuição do engenheiro mecânico eletricista :

a) trabalhos topográficos o geodésicos;

b) a direção, fiscalização e construção de edificios;

c) trabalhos de captação e distribuição de água;

d) trabalhos de drenagem e irrigação;

e) o estudo, projéto, direção e execução das instalações de fôrça motriz;

f) o estudo, projéto, direção e execução das instalações mecânicas e eletro-mecânicas;

g) o estudo, projéto, direção e execução das instalações das oficinas, fábricas e indústrias;

h) o estudo, projéto, direção e execução de obras relativas às uzinas elétricas, às rêdes de


distribuição e às instalações que utilizem a energia elétrica;

i) assuntos de engenharia legal concernentes aos indicados nas alíneas a a h dêste artigo;

j) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alíneas anteriores.

Art. 33. São da competência do engenheiro eletricista :

a) trabalhos topográficos e geodésicos;

b) a direção, fiscalização e construção de edifícios;

c) a direção, fiscalização e construção de obras de estradas de rodagem e de ferro;

d) a direção, fiscalização e construção de obras de captação e abastecimento de água;

e) a direção, fiscalização e construção de obras de drenagem e irrigação;

f) a direção, fiscalização e construção das obras destinadas ao aproveitamento de energia


e dos trabalhos relativos as máquinas e fábricas;
g) a direção, fiscalização e construção de obras concernentes às uzinas elétricas e às
rêdes de distribuição de eletricidade;

h) a direção, fiscalização e construção das instalações que utilizem energia elétrica;

i) assuntos de engenharia legal, relacionados com a sua especialidade;

j) vistorias e arbitramentos concernentes à matéria das alíneas anteriores.

Art. 34. Consideram-se da atribuição do engenheiro de minas :

a) o estudo da geologia econômica e pesquizas de riquezas minerais;

b) a pesquiza, localização, prospecção e valorização de jazidas minerais;

c) o estudo, projéto, execução, direção e fiscalização de serviços de exploração de minas;

d) o estudo, projéto, execução, direção e fiscalização de serviços da industria metalúrgica;

e) assuntos de engenharia legal, relacionados com a sua especialidade;

f) vistorias e arbitramentos concernentes à matéria das alíneas anteriores.

Art. 35. São da competência do engenheiro-geógrafo ou do geógrafo :

a) trabalhos topográficos, geodésicos e astronômicos;

b) o estudo, traçado e locação das estradas, sob o ponto de vista topográfico;

c) vistorias e arbitramentos relativos à matéria das alíneas anteriores.

Art. 36. Consideram-se da atribuição do agrimensor.

a) trabalhos topográficos;

b) vistorias e arbitramentos relativos á agrimensura.

Art. 37. Os engenheiros agrônomos, ou agrônomos, diplomados pela Escola Superior de


Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro, ou por escolas ou cursos equivalentes, a
critério do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, deverão registrar os seus diplomas
para os efeitos do art.10.

Parágrafo único. Aos diplomados de que êste artigo trata será permitido o exercício da
profissão de agrimensor e a realização de projetos e obras concernentes ao seguinte :

a) barragens em terra, que não excedam a cinco metros de altura;

b) irrigação e drenagem, para fins agrícolas;

c) estradas de rodagem de interesse local e destinadas a fins agrícolas, desde que nelas
só haja boeiros e pontilhões até cinco metros de vão;

d) construções rurais, destinadas a moradia ou fins agrícolas;

e) avaliações e perícias relativas à matéria das alíneas anteriores.


CAPÍTULO V

DAS PENALIDADES

Art. 38. As penalidades aplicáveis por infração do presente decreto serão as seguintes :

a) multas de 500$ (quinhentos mil réis) a 1:000$ (um conto de réis) aos infratores dos arts.
1º, 3º, 4º, 5º, 6º e seu seu parágrafo único, e 7º e seu parágrafo único;

b) multas de 500$ (quinhentos mil réis) a 1:000$ (um conto de reis) aos profissionais, e de
1:000$ (um conto de réis) a 5:000$ (cinco contos de réis) às firmas, sociedades, associações,
companhias e empresas, quando se tratar de infração do art. 8º e seus parágrafos e do art.
17; (Vide Decreto-Lei nº 3.995, de 1941)

c) multas de 200$ (duzentos mil réis) a 500$ (quinhentos mil réis) aos infratores de
disposições não mencionadas nas alíneas a e b dêste artigo ou para os quais não haja
indicação de penalidade em artigo ou alínea especial;

d) suspensão do exercício da profissão, pelo prazo de seis meses a um ano, ao profissional


que, em virtude de erros técnicos, demonstrar incapacidade, a critério do Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura;

e) suspensão de exercício, pelo prazo de quinze dias a um mês, às autoridades


administrativas ou judiciárias que infringirem ou permitirem se infrinjam o art. 9º e demais
disposições dêste decreto.

Art. 39. São considerados como exercendo ilegalmente a profissão e sujeitos à pena
estabelecida na alínea a do art. 38 :

a) os profissionais que, embora diplomados e registrados, realizarem atos que não se


enquadrem nos de sua atribuição, especificados no capítulo IV dêste decreto;

b) os profissionais licenciados e registrados que exercerem atos que não se enquadrem no


limite de suas licenças.

Art. 40. As penalidades estabelecidas neste capítulo não isentam de outras, em que os
culpados. hajam porventura incorrido, consignadas nos Códigos Civil e Penal.

Art. 41. Das multas impostas pelos Conselhos Regionais poderá, dentro do prazo de
sessenta dias, contados da data da respectiva notificação, ser interposto recurso, sem efeito
suspensivo, para o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.

§ 1º Não se efetuando amigavelmente o pagamento das multas, serão estas cobradas por
executivo fiscal, na forma da legislação vigente.

§ 2º Os autos de infração, depois de julgados, definitivamente, contra o infrator, constituem


títulos de dívida líquida e certa.

§ 3º São solidariamente responsáveis pelo pagamento das multas os infratores e os


indivíduos, firmas, sociedades, companhias, associações ou empresas e seus gerentes ou
representantes legais, a cujo serviço se achem.

Art. 42. As penas de suspensão do exercício serão impostas :

a) aos profissionais, pelos Conselhos Regionais, com recurso para o Conselho Federal de
Engenharia e Arquitetura;
b) às autoridades judiciárias e administrativas, pela autoridade competente, após inquérito
administrativo regular, instaurado por iniciativa própria ou a pedido, quer do Conselho Federal
de Engenharia e Arquitetura ou dos Conselhos Regionais, quer de profissional ou associação
de classe, legalmente habilitados.

Parágrafo único. As autoridades administrativas e judiciárias incursas na pena de


suspensão serão, também, responsabilizadas pelos danos que a sua falta houver porventura
causado ou venha a causar a terceiros.

Art. 43. As multas serão inicialmente aplicadas no gráu máximo quando os infratores já
tiverem sido condenados, por sentença passada e mjulgado, em virtude de violação dos arts.
134, 135, 148, 192 e 379 do Código Penal e dos artigos 1.242, 1.243 1.244, e 1.245 do Código
Civil.

Art. 44. No caso de reincidência na mesma infração, praticada dentro do prazo de dois
anos, a penalidade será elevada ao dobro da anterior.

CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 15. Os engenheiros civis, industriais, mecanicos-eletricistas, eletricistas, arquitétos, de


minas e geografos que à data da publicação dêste decreto, estiverem desempenhando cargos,
ou funções, em ramo diferente daquele cujo exercício seus títulos lhes asseguram poderão
continuar a exercê-los.

Art. 46. As disposições do capitulo IV não se aplicam aos diplomados em época anterior à
criação das respectivas especializações nos cursos das escolas federais consideradas
padrões.

Art. 47. Aos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura fica cometido o encargo de
dirimir quaisquer dúvidas suscitadas acerca das especializações de que trata o capítulo IV,
com recurso suspensivo para o Conselho Federal, a quem compete decidir em última instancia
sôbre o assunto.

Art. 48. Tornando-se necessário ao progresso da técnica, da arte ou do país, ou, ainda,
tendo modificados os cursos padrões, o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura
procederá à revisão das especializações profissionais, propondo ao Govêrno as modificações
convenientes. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)

Art. 49. Dos anteriores registros de títulos de profissionais, efetuados nas Secretarias de
Estado, federais ou estaduais, os quais ficam adstritos à revisão do Ministério da Educação e
Saúde Pública, serão cancelados os que êste reputar irregulares ou ilegais e incorporados ao
registro de que se ocupa o capítulo II dêste decreto os que considerar regulares e legais.

Parágrafo único. Os profissionais cujos títulos forem considerados regulares e legais


consoante êste artigo ficam sujeitos também ao pagamento da taxa de 30$000 (trinta mil réis),
relativa à expedição da carteira profissional de que trata o art. 14.

Art. 50. Dos nove membros que, consoante as alíneas b e c do art. 20, constituirão o
Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, serão sorteados, na reunião inaugural, os seis
que deverão exercer o respectivo mandato por um ano ou por dois anos, cabendo cada prazo
dêstes a um dos membros constantes da primeira daquelas alíneas e a dois dos da segunda.

Art. 51. A exigência do registro do diploma, carta, ou outro título, só será efetiva após o
prazo de seis meses, contados da data da publicação dêste decreto.
Art. 52. O presente decreto entrará em vigor na data da sua publicação.

Art. 53. Ficam revogadas as disposições em contrário.

Rio de Janeiro. 11 de dezembro de 1933, 112º da Independência e 45º da República.

GETULIO VARGAS.
Joaquim Pedro Salgado Filho.
Washington Ferreira Pires.

Este texto não substitui o publicado no DOU de 15.12.1933, retificado em 16.1.1934 e em


13.3.1936

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