04 Decreto #23.569 de 11 de Dezembro de 1933.
04 Decreto #23.569 de 11 de Dezembro de 1933.
04 Decreto #23.569 de 11 de Dezembro de 1933.
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
CAPÍTULO I
Parágrafo único. Aos agrimensores que, até à data da publicação dêste decreto, tiverem
sido habilitados conforme o decreto n. 3.198, de 16 de dezembro de 1863, será igualmente
permitido o exercício da respectiva profissão.
Art. 3º É garantido o exercício de suas funções, dentro dos limites das respectivas licenças
e circunscrições, aos arquitetos, aquitetos-construtores, construtores e agrimensores que, não
diplomados, mas licenciados pelos Estados e Distrito Federal, provarem, com as competentes
licenças, o exercício das mesmas funções à data da publicação dêste decreto, sem notas que
os desabonem, a critério do Conselho de Engenharia e Arquitetura.
Paragrafo único. Os profissionais de que trata êste artigo perderão o direito às licenças si
deixarem de pagar os respectivos impostos durante um ano, ou si cometerem erros técnicos ou
atos desabonadores, devidamente apurados pelo Conselho de Engenharia e Arquitetura.
Art. 4º Aos diplomados por escolas estrangeiras que satisfazendo as condições da alínea c
do art. 1º, salvo na parte relativa à revalidação, provarem, perante o órgão fiscalizador a que se
refere o art. 18, que, à data da publicação dêste decreto, exerciam a profissão no Brasil, e
registrarem os seus diplomas dentro do prazo de seis meses, contados da data da referida
publicação, será permitido o exercício das profissões respectivas. (Vide Decreto nº 24.310, de
1934)
Parágrafo único. Não serão recebidos em juízo e nas repartições públicas federais,
estaduais ou municipais, quaisquer trabalhos de engenharia, arquitetura ou agrimensura, com
infração do que preceitua êste artigo.
Parágrafo único. Quando o profissional não fôr diplomado, deverá a placa conter, mais, de
modo bem legível, a inscrição - "Licenciado".
Art. 8º Os indivíduos, firmas, sociedades, associações, companhias e emprêsas em geral,
e suas filiais, que exerçam ou explorem, sob qualquer forma, algum dos ramos da engenharia,
arquitetura ou agrimensura, ou a seu cargo tiverem alguma secção dessas profissões, só
poderão executar os respectivos serviços, depois de provarem, perante os Conselhos de
Engenharia e Arquitetura, que os encarregados da parte técnica são, exclusivamente,
profissionais habilitados e registrados de acôrdo com êste decreto.
§ 1º A substituição dos profissionais obriga a nova prova, por parte das entidades a que se
refere êste artigo.
§ 2º Com relação à nacionalidade dos profissionais a que êste artigo alude, será
observado, em tôdas as categorias, o que preceituam o art. 3º e seu parágrafo único
do decreto n. 19. 482, de 12 de dezembro de 1930, e o respectivo regulamento, aprovado
pelo decreto n. 20. 291, de 12 de agôsto de 1931.
CAPÍTULO II
Art. 10. Os profissionais a que se refere êste decreto só poderão exercer legalmente a
engenharia, arquitetura ou a agrimensura, após o prévio registro de seus títulos, diplomas,
certificados-diplomas e cartas no Ministério da Educação e Saúde Pública ou de suas licenças
no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, sob cuja jurisdição se achar o local de sua
atividade.
Art. 11. Os profissionais punidos por inobservância do artigo anterior, não poderão obter o
registro de que êste trata, sem provarem o pagamento das multas em que houverem incorrido.
Parágrafo único. A continuação do exercício da profissão sem o registro a que êste artigo
alude, considerar-se-á como reincidência de infração dêste decreto.
Art. 13. O Conselho Federal a que se refere o art. 18, organizará, anualmente, com as
alterações havidas, a relação completa dos registros, classificados pelas especialidades dos
títulos e em ordem alfabética, e a fará publicar no Diário Oficial.
Art. 14. A todo profissional registrado de acôrdo com êste decreto, será entregue uma
carteira profissional, numerada, registrada e visada no Conselho Regional respectivo, a qual
conterá :
j) sua assinatura.
Parágrafo único. A expedição da carteira a que se refere o presente artigo fica sujeita á
taxa de 30$000 (trinta mil réis).
Art. 15. A carteira profissional, de que trata, o art. 14, substituírá o diploma, para os efeitos
dêste decreto, servirá de carteira de identificação e terá fé pública.
Art. 17. Todo aquele que, mediante anúncios, placas, cartões comerciais ou outros meios
quaisquer, se propuzer ao exercício da engenharia, da arquitetura ou da agrimensura, em
algum de seus ramos, fica sujeito ás penalidades aplicáveis ao exercício ilegal da profissão, si
não estiver devidamente registrado.
CAPÍTULO III
DA FISCALIZAÇÃO
Art. 19. Terá sua séde no Distrito Federal o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura,
ao qual ficam subordinados os Conselhos Regionais.
Art. 20. O Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura será constituído de dez membros,
brasileiros, habilitados de acôrdo com o art. 1º e suas alíneas, e obedecerá á seguinte
composição :
Parágrafo único. Na representação prevista na alínea c dêste artigo haverá, pelo menos,
um terço de engenheiros e um terço de engenheiros arquitétos ou arquitétos. (Revogado pelo
Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)
Art. 21. O mandato dos membros do Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura será
meramente honorífico e durará três anos, salvo o do representante do Govêrno Federal.
f) publicar o relatório anual dos seus trabalhos, em que deverá figurar a relação de todos os
profissionais registrados.
Art. 23. Ao presidente, que será sempre o representante do Govêrno Federal, compete,
além da direção do Conselho, a suspensão de qualquer decisão que o mesmo tome e lhe
pareça inconveniente.
Parágrafo único. O ato da suspensão vigorará até novo julgamento do caso, para o qual o
presidente convocará segunda reunião, no prazo de quinze dias, contados do seu ato; e se, no
segundo julgamento, o Conselho mantiver, por dois têrços de seus membros, a decisão
suspensa, esta entrará em vigor imediatamente.
c) doações;
h) admitir a colaboração das sociedades de classe nos casos relativos à matéria das
alíneas anteriores.
c) doações;
CAPÍTULO IV
(Vide Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)
g) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras relativas a portos, rios e
canais e dos concernentes aos aéroportos;
Art. 29. Os engenheiros civis diplomados segundo a lei vigente deverão ter :
Parágrafo único. Sòmente engenheiros civis poderão exercer as funções a que se referem
as alíneas a, b e c dêste artigo.
b) o estudo, projeto, direção, fiscalização e construção das obras que tenham caráter
essencialmente artístico ou monumental;
g) o estudo, projéto, direção e execução das instalações das oficinas, fábricas e indústrias;
i) assuntos de engenharia legal concernentes aos indicados nas alíneas a a h dêste artigo;
a) trabalhos topográficos;
Parágrafo único. Aos diplomados de que êste artigo trata será permitido o exercício da
profissão de agrimensor e a realização de projetos e obras concernentes ao seguinte :
c) estradas de rodagem de interesse local e destinadas a fins agrícolas, desde que nelas
só haja boeiros e pontilhões até cinco metros de vão;
DAS PENALIDADES
Art. 38. As penalidades aplicáveis por infração do presente decreto serão as seguintes :
a) multas de 500$ (quinhentos mil réis) a 1:000$ (um conto de réis) aos infratores dos arts.
1º, 3º, 4º, 5º, 6º e seu seu parágrafo único, e 7º e seu parágrafo único;
b) multas de 500$ (quinhentos mil réis) a 1:000$ (um conto de reis) aos profissionais, e de
1:000$ (um conto de réis) a 5:000$ (cinco contos de réis) às firmas, sociedades, associações,
companhias e empresas, quando se tratar de infração do art. 8º e seus parágrafos e do art.
17; (Vide Decreto-Lei nº 3.995, de 1941)
c) multas de 200$ (duzentos mil réis) a 500$ (quinhentos mil réis) aos infratores de
disposições não mencionadas nas alíneas a e b dêste artigo ou para os quais não haja
indicação de penalidade em artigo ou alínea especial;
Art. 39. São considerados como exercendo ilegalmente a profissão e sujeitos à pena
estabelecida na alínea a do art. 38 :
Art. 40. As penalidades estabelecidas neste capítulo não isentam de outras, em que os
culpados. hajam porventura incorrido, consignadas nos Códigos Civil e Penal.
Art. 41. Das multas impostas pelos Conselhos Regionais poderá, dentro do prazo de
sessenta dias, contados da data da respectiva notificação, ser interposto recurso, sem efeito
suspensivo, para o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura.
§ 1º Não se efetuando amigavelmente o pagamento das multas, serão estas cobradas por
executivo fiscal, na forma da legislação vigente.
a) aos profissionais, pelos Conselhos Regionais, com recurso para o Conselho Federal de
Engenharia e Arquitetura;
b) às autoridades judiciárias e administrativas, pela autoridade competente, após inquérito
administrativo regular, instaurado por iniciativa própria ou a pedido, quer do Conselho Federal
de Engenharia e Arquitetura ou dos Conselhos Regionais, quer de profissional ou associação
de classe, legalmente habilitados.
Art. 43. As multas serão inicialmente aplicadas no gráu máximo quando os infratores já
tiverem sido condenados, por sentença passada e mjulgado, em virtude de violação dos arts.
134, 135, 148, 192 e 379 do Código Penal e dos artigos 1.242, 1.243 1.244, e 1.245 do Código
Civil.
Art. 44. No caso de reincidência na mesma infração, praticada dentro do prazo de dois
anos, a penalidade será elevada ao dobro da anterior.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 46. As disposições do capitulo IV não se aplicam aos diplomados em época anterior à
criação das respectivas especializações nos cursos das escolas federais consideradas
padrões.
Art. 47. Aos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura fica cometido o encargo de
dirimir quaisquer dúvidas suscitadas acerca das especializações de que trata o capítulo IV,
com recurso suspensivo para o Conselho Federal, a quem compete decidir em última instancia
sôbre o assunto.
Art. 48. Tornando-se necessário ao progresso da técnica, da arte ou do país, ou, ainda,
tendo modificados os cursos padrões, o Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura
procederá à revisão das especializações profissionais, propondo ao Govêrno as modificações
convenientes. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 8.620, de 1946)
Art. 49. Dos anteriores registros de títulos de profissionais, efetuados nas Secretarias de
Estado, federais ou estaduais, os quais ficam adstritos à revisão do Ministério da Educação e
Saúde Pública, serão cancelados os que êste reputar irregulares ou ilegais e incorporados ao
registro de que se ocupa o capítulo II dêste decreto os que considerar regulares e legais.
Art. 50. Dos nove membros que, consoante as alíneas b e c do art. 20, constituirão o
Conselho Federal de Engenharia e Arquitetura, serão sorteados, na reunião inaugural, os seis
que deverão exercer o respectivo mandato por um ano ou por dois anos, cabendo cada prazo
dêstes a um dos membros constantes da primeira daquelas alíneas e a dois dos da segunda.
Art. 51. A exigência do registro do diploma, carta, ou outro título, só será efetiva após o
prazo de seis meses, contados da data da publicação dêste decreto.
Art. 52. O presente decreto entrará em vigor na data da sua publicação.
GETULIO VARGAS.
Joaquim Pedro Salgado Filho.
Washington Ferreira Pires.