ECG - Eixo Eletrico Cardiaco 01
ECG - Eixo Eletrico Cardiaco 01
ECG - Eixo Eletrico Cardiaco 01
Elétrico do
Coração
SUMÁRIO
1. O vetor elétrico cardíaco......................................................................................... 3
Referências bibliográficas.................................................................................................22
O eixo elétrico cardíaco ou eixo elétrico do complexo QRS nada mais é que a dire-
ção do vetor de despolarização dos ventrículos. Em outras palavras, o eixo elétrico
é a principal direção do estímulo elétrico em seu caminho através dos ventrículos.
Vamos entender esse conceito um pouco melhor...
DII: Derivação que vai da direita para esquerda e de superior para inferior, tam-
bém do polo negativo para o positivo (Figura 5).
DIII: Derivação que vai de superior para inferior e da esquerda para direita, mais
uma vez do polo negativo para positivo (Figura 6).
aVR: Derivação que vai de inferior para superior e da esquerda para direita
(Figura 9).
Essas três derivações juntas formam mais um sistema triaxial (Figura 11).
Figura 12. Círculo de Cabrera (sistema hexaxial) formado pela junção de dois sistemas triaxiais. Sendo
um circulo de 360 graus com fatias de 30 graus.
Fonte: Acervo Sanar.
Calcular o eixo nada mais é do que encaixar o eixo elétrico do coração no círculo
de Cabrera. Relembrando, por convenção, o eletrodo positivo de DI está na posição
de 0° e o eletrodo negativo de DI está na posição de 180º. A partir daí, é possível
determinar em que angulação as outras derivações se encontram. O eixo cardíaco
normalmente está localizado entre -30º e +90º. A depender da localização do eixo
podemos dizer se o coração está ou não desviado e sugerir condições que levam a
esse desvio.
Tabela 1. Relação dos eixos e principais condições que levam à sua alteração.
Normais
*Entre -30 a +60 pode-
Normal -30 a +90
mos encontrar bloqueio
de ramo esquerdo (BRE)
Cardiopatias congê-
Desvio à extrema -90 a +180 nitas, dextrocardia,
sobrecarga de VD
O método simplificado:
Passos:
Procure um complexo QRS isodifásico, um complexo neutro que tem a mesma
área positiva e negativa. Assim, procura-se um complexo que tem uma onda R e on-
da S com a mesma amplitude (Figura 13).
Método completo
Podemos usar esse método quando não identificamos nenhuma derivação isodi-
fásica no traçado eletrocardiográfico.
Princípios:
Ao analisar DI, tudo que estiver no semicírculo do lado direito do círculo de
Cabrera será positivo e o que estiver do lado esquerdo, negativo; isso porque, caso
a onda de despolarização se aproxime (aponte) para D1, o eletrodo enxergará uma
onda positiva e, caso se afaste, enxergará negativa. Lembre-se de que DI aponta da
direita para a esquerda do paciente.
Ao analisar aVF, tudo que estiver positivo estará no semicírculo inferior e o que
estiver do semicírculo superior será negativo. A lógica aplicada é a mesma que de-
mos em DI, porém devemos lembrar que aVF aponta para baixo.
Vejamos as imagens a seguir (Figura 17).
DI aFV
Passos:
Primeiro analisamos a polaridade predominante do QRS das derivações DI e aVF.
Ao fazermos isso, estaremos delimitando em que quadrante estará o eixo.
Por exemplo, suponha que aVF e DI sejam positivos, nesse caso o eixo estará no
quadrante onde há uma intersecção entre as áreas dessa derivação (Figura 18).
Agora que já identificamos o quadrante, vamos para o passo número dois e refi-
nar nossa análise. Nessa etapa, escolhemos uma das duas derivações adjacentes
ao quadrante encontrado, que nesse caso pode ser DII ou aVR. Vamos escolher
aVR por ser positivo. Ser positivo aqui implica que a onda de despolarização es-
tá indo no sentido de aVR (de baixo para cima e da esquerda para direita). Agora
vamos traçar um novo semicírculo a partir desse ponto (posição -150º). A área de
intersecção desse semicírculo com o quadrante encontrado anteriormente será a
área em que encontraremos o eixo, que nesse caso está entre -90º e -60º (Figura
21). Note que, caso aVR fosse negativo, a onda de despolarização estaria indo na
direção contrária do aVR e traçaríamos um semicírculo no sentido oposto, usando
a posição +30º como referência.
Ao escolher uma das derivações adjacentes, pode ser que a sua primeira escolha
lhe dê uma área maior e mais abrangente de onde está localizado o eixo. Desse mo-
do, caso isso aconteça, você pode analisar a outra derivação adjacente para refinar
a área do eixo.
Se liga! Para uma análise mais rápida no dia a dia da prática clínica,
se DI e aVF estiverem positivos, o eixo estará entre 0º e +90º, ou seja, você já sabe
que estará dentro da normalidade.
O plano horizontal é formado pelas derivações precordiais V1, V2, V3, V4, V5
e V6. Ao analisarmos o eixo no plano horizontal, poderemos determinar se há ou
não rotação do coração, que pode ser no sentido horário ou anti-horário. Para
isso, temos que analisar a morfologia do complexo QRS e suas mudanças ao
longo das derivações.
Em condições normais, o complexo QRS em V1 é predominantemente negativo e
evolui até estar predominantemente positivo em V6. A transição da morfologia de
negativo para positivo ocorre em V3 e V4 (Figura 22). Na figura, podemos ver clara-
mente que a transição ocorre em V4. Quando a transição ocorre em V1 ou V2, dize-
mos que o eixo está girado no sentido anti-horário. Já se a transição ocorrer em V5
ou V6, dizemos que o eixo está girado no sentido horário.
Figura 22. Traçado de eletrocardiograma com ênfase nas derivações do plano horizontal.
Fonte: Thitiporntaingpan/Shutterstock.com.
EIXO
Derivações Horizontais
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