Aula Recuperação 3 Ano

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“Tá com dó do refugiado? Leva pra casa!


“Tá com dó? Leva para casa!” é uma daquelas frases icônicas, através das quais consegue-se avaliar se o
interlocutor merece respeito ou um abraço forte e solidário. É utilizada por pessoas com síndrome de pombo-enxadrista
(faz sujeira no tabuleiro, joga ignorando regras mínimas de sociabilidade e sai voando, cantando vitória), normalmente
diante do clamor para políticas voltadas àquela gente pobre, parda, perdida ou violada que habita as frestas das grandes
cidades.
É só falar da necessidade de políticas específicas que garantam qualidade de vida para esse pessoal mas, ao
mesmo tempo, respeitem seu direito de ir e vir e ocupar o espaço público que o povo vira bicho. Ou melhor, vira pombo.
Este tema não é novo por aqui, mas vi que a frase passou a ser usada diante da última crise de refugiados na
Europa. Gente empregando-a para negar a necessidade de acolher refugiados, não só da Síria, mas da Ásia, África e
América Latina. “Querem trazer mais deles para o Brasil? Coloque-os na sua casa!”
Não viu esse tipo de coisa na sua timeline? Acha que o mundo é só solidariedade? Culpem o algoritmo de sua
rede social que te colocou numa bolha cor de rosa. O mundo lá fora, minha gente, é flicts.
Tanto na Europa quanto por aqui, ações individuais ajudam a mitigar o impacto inicial dos refugiados, garantindo
apoio a quem perdeu tudo. E é ótimo que seja assim. Mas eles devem ser alvo, principalmente, de uma política pública,
com intervenção direta do Estado, única instituição com tamanho e legitimidade para garantir uma ação nacional,
transnacional e de escala. Porque isso também inclui a garantia da autonomia econômica e social às famílias. Quem acha
que o Estado é um simples entrave e não a forma que construímos para impedir que nos devoremos, tem dificuldade de
entender que o acolhimento de refugiados e migrantes não é caridade individual, mas sim a efetivação de compromissos
assumidos internacionalmente por um povo.
Ao mesmo tempo, o Estado é responsável por aprovar o mais rápido possível a nova lei brasileira de migração,
que facilita a acolhida de estrangeiros de locais com instabilidade, guerras, violações a direitos humanos. O projeto, já
aprovado no Senado e que está em análise na Câmara dos Deputados (PL 2516/15), repudia a xenofobia, tendo uma
caráter mais humanitário que o Estatuto do Estrangeiro atual, um Walking Dead – morto, mas segue aí, atrapalhando. Não
é a panaceia para todos os problemas, mas um passo importante. Migrantes geram riqueza para seus novos países, mas
a narrativa é de que são custosos para o poder público. Prova de que uma mentira contada mil vezes vira verdade.
Tenho dó é desse povo que tem medo de tudo e acha que a vida é uma selva, do nós contra eles. Pessoal que
pensa assim, na boa, sua vida deve ser ruim demais. Por Leonardo Sakamoto, do Blog do Sakamoto

“Tá com dó do refugiado? Leva pra casa!”


“Tá com dó? Leva para casa!” é uma daquelas frases icônicas, através das quais consegue-se avaliar se o
interlocutor merece respeito ou um abraço forte e solidário. É utilizada por pessoas com síndrome de pombo-enxadrista
(faz sujeira no tabuleiro, joga ignorando regras mínimas de sociabilidade e sai voando, cantando vitória), normalmente
diante do clamor para políticas voltadas àquela gente pobre, parda, perdida ou violada que habita as frestas das grandes
cidades.
É só falar da necessidade de políticas específicas que garantam qualidade de vida para esse pessoal mas, ao
mesmo tempo, respeitem seu direito de ir e vir e ocupar o espaço público que o povo vira bicho. Ou melhor, vira pombo.
Este tema não é novo por aqui, mas vi que a frase passou a ser usada diante da última crise de refugiados na
Europa. Gente empregando-a para negar a necessidade de acolher refugiados, não só da Síria, mas da Ásia, África e
América Latina. “Querem trazer mais deles para o Brasil? Coloque-os na sua casa!”
Não viu esse tipo de coisa na sua timeline? Acha que o mundo é só solidariedade? Culpem o algoritmo de sua
rede social que te colocou numa bolha cor de rosa. O mundo lá fora, minha gente, é flicts.
Tanto na Europa quanto por aqui, ações individuais ajudam a mitigar o impacto inicial dos refugiados, garantindo
apoio a quem perdeu tudo. E é ótimo que seja assim. Mas eles devem ser alvo, principalmente, de uma política pública,
com intervenção direta do Estado, única instituição com tamanho e legitimidade para garantir uma ação nacional,
transnacional e de escala. Porque isso também inclui a garantia da autonomia econômica e social às famílias. Quem acha
que o Estado é um simples entrave e não a forma que construímos para impedir que nos devoremos, tem dificuldade de
entender que o acolhimento de refugiados e migrantes não é caridade individual, mas sim a efetivação de compromissos
assumidos internacionalmente por um povo.
Ao mesmo tempo, o Estado é responsável por aprovar o mais rápido possível a nova lei brasileira de migração,
que facilita a acolhida de estrangeiros de locais com instabilidade, guerras, violações a direitos humanos. O projeto, já
aprovado no Senado e que está em análise na Câmara dos Deputados (PL 2516/15), repudia a xenofobia, tendo uma
caráter mais humanitário que o Estatuto do Estrangeiro atual, um Walking Dead – morto, mas segue aí, atrapalhando. Não
é a panaceia para todos os problemas, mas um passo importante. Migrantes geram riqueza para seus novos países, mas
a narrativa é de que são custosos para o poder público. Prova de que uma mentira contada mil vezes vira verdade.
Tenho dó é desse povo que tem medo de tudo e acha que a vida é uma selva, do nós contra eles. Pessoal que
pensa assim, na boa, sua vida deve ser ruim demais. Por Leonardo Sakamoto, do Blog do Sakamoto
Em grupos, leiam, reflitam e respondam:

1- O Artigo de opinião aborda uma questão polêmica que leva a um debate bastante amplo. Qual é essa questão?

2-Qual é o ponto de partida da argumentação?


3-Qual é a posição ou tese do articulista sobre a questão?
4- Um artigo de opinião tende a reproduzir “ falas” do debate no qual se insere.
Essas VOZES assumem posições : FAVORÁVEIS ou CONTRÁRIAS. Identifiquem estes trechos
correspondentes, marcando com cores diferentes as favoráveis das contrárias.
5. Que assunto é abordado no texto?
6- O que vocês sabem sobre esse assunto?
7- Explique o título do texto de acordo com a progressão textual.

Agora elaborem uma apresentação argumentativa sobre o assunto do ARTIGO DE OPINIÃO:

Para finalizar, o grupo deverá elaborar um mapa mental em 1 cartolina cabendo promover, uma discussão
coletiva capaz de estabelecer consensos e de chegar a resultados de opinião e argumentação sobre o assunto,
nele deve haver: citações, intervenção conclusiva, cenário mundial, fatos sociais, dados estatísticos, leis de
amparo, Ministérios responsáveis, contexto histórico
A Atividade deverá ser apresentada para os demais.
Tema de Redação: Desafios para a inclusão de refugiados na sociedade brasileira

Texto 1: O mundo vive atualmente a mais


grave crise de refugiados desde o fim da II
Guerra Mundial, em 1945. São 65,6
milhões de pessoas que foram obrigadas a
deixar seus lares, fugindo de guerras,
conflitos internos, perseguições políticas e
violações de direitos humanos.

A maioria dos refugiados vem da África e


do Oriente Médio. A Guerra da Síria é a
maior responsável pelo crescimento neste
atual fluxo. Desde 2011, o país enfrenta
uma sangrenta guerra civil que parece
longe de terminar. Estima-se que o conflito
no país governado pelo ditador Bashar al-Assad já matou mais de 250 mil pessoas e provocou o deslocamento de
outras 5,5 milhões, o que corresponde a um quinto da população do país.

Texto 2: Dos 10,1 mil refugiados acolhidos pelo governo brasileiro durante 10 anos, mais da metade pode ter
deixado o país após a imigração. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e
apontam que apenas 5,1 mil deles permanecem em território nacional. Os demais estão com o registro inativo na
Polícia Federal.

Solicitações de refúgio

Somente em 2017 o Brasil recebeu 33,8 mil solicitações de refúgio. Mais da metade são de venezuelanos que
deixaram o país de origem por motivações econômicas e políticas. De janeiro a dezembro do ano passado foram
17,8 mil pedidos de refúgios feitos por essa nacionalidade ao Ministério da Justiça.

Texto 3:
A partir da leitura dos textos
motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo em
modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema:
“Desafios para a inclusão de
refugiados na sociedade brasileira”,
apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para
defesa do seu ponto de vista.

A partir da leitura dos textos


motivadores e com base nos
conhecimentos construídos ao
longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo em
modalidade escrita formal da língua
portuguesa sobre o tema:
“Desafios para a inclusão de
refugiados na sociedade brasileira”,
apresentando proposta de
intervenção que respeite os direitos
humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e
coesa, argumentos e fatos para
defesa do seu ponto de vista.

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