Texto Educação Inclusiva

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15.

GESTÃO DAS POLITÍCAS E PROCESSOS

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação


Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação,
orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com
participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino;
transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil até
a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado; formação de
professores para o atendimento educacional especializado e demais profissionais da
educação para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade
arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e informação; e
articulação intersetorial na implementação das políticas públicas.

15.1 Políticas da Educação Inclusiva

A inclusão é um desafio permanente nos nossos dias. Nesse sentido a escola


tem o papel de trabalhar na perspectiva de educação inclusiva de forma ampla e
significativa oferecendo múltiplas e singulares condições para o crescimento e
aprendizagem de cada aluno (a), considerando as diferenças dos sujeitos e as
especificidades de suas culturas e aprendizagens, garantindo a equiparação de
oportunidades e respeitando o direito de todos ao mesmo currículo e ao mesmo
conjunto de saberes.
Portanto, a inclusão tem uma perspectiva bem mais ampla e propõe que a
escola receba os alunos PCD’s e se adeque as suas diferenças, que tenha sua
estrutura física, arquitetônica e pedagógica com qualidade e acessibilidade a todos,
possua professores qualificados, motivados que saibam fazer a mediação do
conhecimento desses alunos que aprendem diferentemente, que as escolas tenham
salas de apoio especializado e multifuncionais funcionando.
A inclusão tem como foco fazer com que o aluno interaja com os demais e
aprenda com o outro, que seja visto como alguém que tem capacidade de aprender
como qualquer outra pessoa, a única diferença é que tem que ser de forma
diferente, como qualquer aluno quer seja através de um currículo flexível e
adaptado, que respeite suas limitações e desenvolva suas potencialidades. Aulas
dinâmicas e contextualizadas, com a socialização da turma para que o aluno se
sinta parte daquele ambiente.
A Constituição Federal estabelece que o acesso ao ensino é um direito e
que o atendimento especializado deve ser realizado preferencialmente na rede
regular de ensino (art.208).
As pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos
e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo
como discriminação com base na deficiência toda diferenciação
ou exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos
direitos humanos e de suas liberdades fundamentais (BRASIL,
2008, p.11)

A inclusão de pessoas na sala de aula regular e com o Atendimento


Educacional Especializado foi um direito conquistado, um avanço de muitas décadas
de luta e não podemos retroceder, mas garantir uma educação de qualidade e
equidade.
Em Brasil 2015 página, 12 em seu Art. 27. Enfatiza que “A educação constitui
direito da pessoa com deficiência, assegurado sistema educacional inclusivo em
todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o
máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais,
intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de
aprendizagem. ”
Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade
assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda
forma de violência, negligência e discriminação.
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar,
incentivar, acompanhar e avaliar:
I – Sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalidades, bem como o
aprendizado ao longo de toda a vida;
II – Aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de
acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e
de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão
plena;
III – Projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional
especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para
atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno
acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o
exercício de sua autonomia;
IV – Oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira língua e na modalidade
escrita da língua portuguesa como segunda língua, em escolas e classes bilíngues e
em escolas inclusivas;
V – Adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambientes que maximizem o
desenvolvimento acadêmico e social dos estudantes com deficiência, favorecendo o
acesso, a permanência, a participação e a aprendizagem em instituições de ensino;
VI – pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos métodos e técnicas
pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamentos e de recursos de tecnologia
assistiva;
VII – planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano de atendimento
educacional especializado, de organização de recursos e serviços de acessibilidade
e de disponibilização e usabilidade pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
VIII – participação dos estudantes com deficiência e de suas famílias nas diversas
instâncias de atuação da comunidade escolar;
IX – Adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos
linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a
criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência;
X – Adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação inicial
e continuada de professores e oferta de formação continuada para o atendimento
educacional especializado;
XI – Formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de
profissionais de apoio;
XII – Oferta de ensino da Libras, do Sistema braile e de uso de recursos de
tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades funcionais dos estudantes,
promovendo sua autonomia e participação;
XIII – Acesso à educação superior e à educação profissional e tecnológica em
igualdade de oportunidades e condições com as demais pessoas;
XIV – Inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível superior e de
educação profissional técnica e tecnológica, de temas relacionados à pessoa com
deficiência nos respectivos campos de conhecimento;
XV – Acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e a
atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XVI – Acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e demais
integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às atividades
concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;
XVII – Oferta de profissionais de apoio escolar;
XVIII – Articulação intersetorial na implementação de políticas públicas.
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se refere o
inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I – Os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no
mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras;
II – Os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de interpretar
nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, devem possuir nível
superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.
Contudo, a Unidade Escolar José Aquiles de Sousa está em fase de
implantação da sala de Atendimento Especializado (AEE), para os educandos que
com deficiência física, intelectual, sensorial ou múltipla, transtornos do espectro do
autismo- (TEA), TDAH e altas habilidades ou superdotação. O atendimento
educacional será feito em sala especializada na referida unidade escolar, buscando
atender a cada aluno de acordo com suas especificidades.
O plano de trabalho do AEE deve apresentar a identificação das necessidades
educacionais especificas dos alunos com a definição dos recursos necessários e
das atividades a serem desenvolvidas. Tem em sua visão a efetiva integração na
vida em sociedade, para o trabalho, inclusive condições adequadas para os que não
revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação
com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam habilidade
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora.
De acordo com o Decreto Nº 6.571/2008 em seu Art. 10, a escola de ensino
regular deve institucionalizar a oferta do AEE prevendo na sua organização:
I - sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais didáticos,
recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos;
II - Matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria
escola ou de outra escola;
III - Cronograma de atendimento aos alunos;
IV - Plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas
dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades
a serem desenvolvidas;
V- Professores para o exercício da docência do AEE;
VI - outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às
atividades de alimentação, higiene e locomoção;
VII - Redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação,
do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos,
entre outros que maximizem o AEE.’
O Decreto Nº 7.611/2011 em seu Art. 5º, “A União prestará apoio técnico e
financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, Municípios e Distrito
Federal, e a instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos, com a finalidade de ampliar a oferta do atendimento educacional
especializado aos estudantes com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública
de ensino regular. ”
§ 3º As salas de recursos multifuncionais são ambientes dotados de
equipamentos, mobiliários e materiais didáticos e pedagógicos para a oferta do
atendimento educacional especializado.

15.1.1 Avaliação dos Alunos com Diagnóstico

A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o


conhecimento prévio e o nível atual de desenvolvimento do aluno quanto
às possibilidades de aprendizagem futura, configurando uma ação
pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno
em relação ao seu progresso individual, prevalecendo na avaliação os
aspectos qualitativos que indiquem as intervenções pedagógicas do
professor. No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias
considerando que alguns alunos podem demandar ampliação do
tempo para a realização dos trabalhos e o uso da língua de sinais, de
textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva como uma
prática cotidiana.

15.1.2 Atitudes dos Responsáveis

Cabe a cada unidade de ensino, ao organizar a educação especial na


perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor,
tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor ou
cuidador dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene,
alimentação, locomoção, entre outras, que exijam auxílio constante no
cotidiano escolar.
Em sala de aula o responsável por todos os estudantes, com ou sem
deficiência, é quem faz o planejamento para todo o grupo: o professor regente da
sala comum regular. Mas essa tarefa pode – e deve – ser compartilhada. Quando o
docente (monitor) da sala de recursos multifuncional participa, ele tem a
oportunidade de propor atividades ao colega da sala comum considerando os
interesses e as necessidades de cada aluno.
As atividades desenvolvidas no AEE diferenciam-se daquelas realizadas na
sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento
complementa e/ou suplementa a formação dos estudantes com vistas à autonomia e
independência.

15.1.3 Políticas de Organização de Hábitos e Estudos


? (POLÍTICA MUNICIPAL)

15.1.4 Políticas de Formação Docentes

A formação dos profissionais da educação é tarefa, sem dúvida, essencial para


a melhoria do processo de ensino e para o enfrentamento das diferentes situações
que implicam a tarefa de educar.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua
formação, inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da
docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua
atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e
interdisciplinar de atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de
recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de
acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos
ambientes domiciliares, para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
No espaço escolar, o professor atualizado em formação contínua, constante, se
transforma em facilitador, em mediador de aprendizagem de fato, e não é apenas
um trabalhador que transmite informações. A formação continuada auxilia o docente
a se tornar cada vez mais apto a se adequar às aceleradas e diversas modificações
do contexto educacional, para lidar com as dificuldades que enfrenta no dia a dia da
sala de aula.

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