Novas Perspectivas Orçamentais - Caso de Estudo Na Província Do Cuando Cubango - Menongue
Novas Perspectivas Orçamentais - Caso de Estudo Na Província Do Cuando Cubango - Menongue
Novas Perspectivas Orçamentais - Caso de Estudo Na Província Do Cuando Cubango - Menongue
As pequenas empresas tem uma representatividade muito grande no Brasil. Tanto por
sua elevada quantidade, quanto pela sua geração de empregos e valor. Porém, estudos
mostram que o principal motivo do fracasso delas é em decorrência de má gestão. Desta
forma este trabalho apresentará dados importantes sobre as empresas com essas
características, assim como mostrará o processo de planejamento orçamentário como
valiosa ferramenta de gestão.
Orçamento é palavra muito dita no cotidiano. Ela deriva-se do ato de planejar ou como
definem Padoveze e Taranto (2009) o ato de colocar à frente o que esta acontecendo
hoje. Resumindo-se em um plano de ação para viabilizar a concretização dos objetivos e
metas traçados anteriormente pelo planejamento estratégico da empresa. Ele atinge a
empresa como um todo e é ferramenta valiosa quando utilizada corretamente.
É uma ferramenta muito utilizada por grandes empresas, entretanto, quando analisado o
cenário das empresas de pequeno porte a realidade não é a mesma. Prova disso são os
inúmeros estudos do SEBRAE sobre mortalidade prematura das empresas deste
segmento e muito se justifica pela má gestão e falta de conhecimento dos gestores.
Desta forma este estudo discorrerá sobre novas perspectivas orçamentais – Caso de
estudo na Província do Cuando Cubango – Menongue, Empresa Serra de Cananga &
Filhos Lda, apresentando suas modalidades e características. E por fim apresenta uma
pesquisa sobre a utilização desta ferramenta das micro e pequenas empresas da cidade
de Menongue.
Justificativo
Outro fato importante a ser considerado é que atualmente existe a falta de controle
orçamentário nas pequenas empresas e entre várias consequências de tal fato pode ser
decisivo para a falência precoce. Pesquisas apontam que 60% das empresas fecham as
portas até o segundo ano.
Por outro lado uma instituição bem estruturada sobressai-se em relação às demais. Um
dos pontos fundamentais para isto é a existência de controle eficiente através do
processo orçamentário. Procedimento este que fortalece a empresa para enfrentar as
adversidades do negócio refletindo diretamente no fluxo de caixa. Tal impacto gera
crescimento. Gerando crescimento, gera resultado econômico e financeiro,
influenciando diretamente na motivação de novos de empregos, distribuição de
resultados e contribuindo para o desenvolvimento regional.
Questões de Pesquisa
Objectivos
Objetivo Geral
Explorar as modalidades de planejamento orçamentário e analisar a sua
aplicabilidade e utilização na empresa Serra de Cananga & Filhos Lda.
Objetivos Específicos
Estrutura do trabalho
Capitulo II – Metodologia
1.1. PLANEJAMENTO
1.1.1. Conceito
Para Sanvicente (1983, p.16), planejar significa estabelecer com certa antecedência as
ações a serem executadas, estimar a quantidade de recursos a serem utilizados e definir
as obrigações de cada colaborador em relação a um período futuro para que os objetivos
sejam alcançados em um nível satisfatório para as unidades e toda a empresa. Planejar
pode-se concluir que seja uma previsão dos gastos e recursos para a realização dos
objetivos das unidades produtivas e de administração e posteriormente toda a empresa.
Segundo Welsch (1983, p. 310), todas as unidades operacionais devem estar voltadas
para objetivos comuns e aceitos por todos. Estes objetivos devem fazer parte da
administração da empresa, devem ter seu conceito aplicado em todas as fases de
operação, devem ser explícitos tanto no longo como no curto prazo dentro do plano de
atuação e desenvolvimento da empresa e devem ser realistas e criativos, tornando fácil a
sua visualização por todos os níveis fazendo com que sejam cumpridos por todos.
Existe três tipos de planejamento, que são: planejamento estratégico que relaciona-se
com objetivos de longo prazo e com estratégias e ações que afetam a empresa como um
todo. Mas o planejamento estratégico de forma isolada é insuficiente, uma vez que o
estabelecimento de objetivos a longo prazo, bem como seu alcance sem ações mais
imediatas que o operacionalizem, resultam numa situação nebulosa. Planejamento
Tático, que relacionase aos objetivos de mais curto prazo e com estratégias e ações que
geralmente afetam somente parte da empresa. E ainda o Planejamento Operacional que
é a formalização através de documentos escritos das metodologias de desenvolvimento
e implantação estabelecidas. Basicamente planos de ação ou planos operacionais.
O plano estratégico é a forma que a empresa tem de instituir metas e definir formas e
tempo para a sua inteira realização, trazendo os benefícios aos acionistas e a
comunidade conforme descritos na missão. Verifica-se dentro da organização todos os
setores devem estar interligados e cientes de sua responsabilidade para o sucesso
operacional e financeiro.
Ele vai considerar como base para o seu desenvolvimento os objetivos e as limitações
impostas pelo meio em que a empresa está situada, tentando obter o melhor desempenho
possível dentro destas restrições.
Segundo Montana (1999, p. 105), o planejamento tático envolve um tempo menor que o
estratégico, onde são analisadas mais detalhadamente as variáveis que influem nas
condições do mercado, os objetivos financeiros e a quantidade de recursos a ser
utilizada para a realização da missão.
O planejamento tático vai detalhar melhor o que foi determinado no estratégico, ou seja,
é onde as metas são distribuídas por departamento e por atividades principais.
Para Montana (1999, p. 107), o planejamento operacional é menor e mais detalhado que
o tático. É aquele desenvolvido para o dia a dia, onde são definidas as tarefas
específicas de cada setor, e principalmente torna os alvos mensuráveis. Cada gerente de
departamento é responsável pelas práticas desenvolvidas para o seu desenvolvimento.
Ele é desenvolvido para facilitar o trabalho habitual, melhorando as técnicas e formas de
atuação.
1.2. ORÇAMENTO
Welsch (1983, p.19-21) aduz que o orçamento é uma prática formal que abrange todas
as áreas de responsabilidade, que envolve planos globais e de resultados tanto para o
curto como para o longo prazo. Tavares (2000 p.375) corrobora que o orçamento deve
contemplar as estimativas de alocação de pessoas e dos recursos materiais e as técnicas
dividindo-as em financeiras e não financeiras, necessárias para produzir os resultados
esperados.
Hansen (2003, p.249) aduz que orçamento é realizado sob a direção do diretor de
orçamento, cargo geralmente ocupado pelo controller, que irá dirigir e coordenar as
atividades dos setores na confecção do orçamento. Já a aprovação destas projeções é
feita pelo comitê de orçamento que irá rever o orçamento apresentado e comparará com
as diretrizes, políticas e metas da empresa, estabelecidas nas estratégias. Quando
encontrado algum problema estas divergências serão resolvidas e enviadas às unidades
organizacionais para a confecção das próximas peças orçamentárias.
Para serem efetuadas as previsões de vendas existem muitas formas e métodos como
uma pesquisa de mercado, relacionar o exercício anterior com as expectativas de
crescimento da economia, análise dos últimos anos e estabelecer um provável
percentual de crescimento como as análises de tendências, utilizar dados diretamente do
setor de vendas estabelecendo um percentual de acréscimo para o período vindouro, ou
combinar dois ou mais métodos, mas mesmo com estas formas a previsão de vendas é a
mais complicada de ser realizada dentro da empresa, pois não é possível prever
sazonalidades, ao menos que sejam freqüentes em certos períodos do ano, e a
manutenção do ambiente externo, ou seja, pode haver a entrada de um forte concorrente
que acabe com uma grande fatia do mercado explorado pela empresa.
Para a definição das unidades a serem produzidas durante o período orçado é possível a
utilização de seguinte fórmula: Unidades a serem produzidas = estoque final + vendas
do período – o estoque final. Como as vendas são projetadas pelo departamento de
vendas e o estoque segue a política da empresa e o valor de estoque inicial já está
demonstrado no orçamento anterior, ficando simplificado o cálculo das unidades a
serem produzidas.
Padoveze (2004, p. 520) corrobora que se a empresa que consegue vender de imediato
todos os seus produtos, ou que trabalham somente por encomenda, o orçamento de
produção se torna igual ao de vendas, pois se ela proceder desta maneira estará
acabando com o gasto com estocagem dos produtos reduzindo as quantidades a serem
produzidas que ficariam no estoque para o próximo período.
Sanvicente (1983, P.79-82) relata que este orçamento requer o cumprimento de algumas
etapas:
De acordo com Welsch (1983, p. 161), o planejado e controle dos custos de mão-deobra
incluem áreas importantes e complexas da empresa, tais como:
Segundo Sanvicente (1983, P.88-89), na sua elaboração devem ser considerados alguns
passos básicos como a determinação do número de horas necessárias para produção e a
valorização em termos monetários. Para isso existem vários métodos como o registro de
tempo padrão de fabricação, estimativas diretas do supervisor do setor e estimativas de
um grupo assessor. Já a valorização fica a cargo dos executivos da empresa dentro da
filosofia salarial adotada. A empresa deve utilizar para a previsão das horas de trabalho
o método que estiver mais condizente com a sua realidade, também não pode subestimar
estes valores.
Ele vai influenciar tanto o custo dos produtos vendidos como o orçamento de caixa, por
isso deve ter a sua elaboração efetuada com base em dados precisos e confiáveis, de
modo a não comprometer o desempenho do setor durante o ano.
Sanvicente (1983, P.96) relata que a principal dificuldade encontra-se na estimação dos
custos, já que não existe uma relação direta entre um item de custo e um parâmetro que
expresse o volume de atividades de cada departamento.
Com isso o rateio destes gastos sempre será tido como arbitrário, ou seja através de
rateios, para a obtenção da parcela referente a cada produto.
Já Hansen (2003, p.254), aduz que este orçamento fornece as informações necessárias
para o balanço e para o cálculo dos custos dos produtos vendidos, já que ele utiliza-se
dos dados evidenciados nos orçamentos de mão-de-obra direta, materiais diretos e dos
custos indiretos de fabricação.
De acordo com Zdanowicz (1984, p.72), a empresa irá analisar a sua demanda e os seus
principais produtos para definir um lote econômico, ou uma quantidade mínima de
produtos considerando a quantidade de capital de giro que estará sendo comprometida
nesta operação. O nível de estoques não deve ser muito elevado, pois, pode afetar o
capital de giro da empresa levando-a a falta de liquidez. A sua elaboração vai contar
com informações sobre os produtos e a demanda de mercado de cada um deles.
Welsch (1983, p. 137) relata que as políticas de estoques devem “planejar o nível ótimo
do investimento em estoques e por meio de controle, manter os níveis ideais planejados
tanto quanto for possível”.
Pode-se concluir que este orçamento influência muito na empresa, pois se os estoques
estiverem a um nível muito elevado os custos para a sua manutenção serão elevados e se
os níveis forem muito baixos no momento de elevada demanda a empresa pode não ter
produto suficiente.
O orçamento do custo dos produtos vendidos pode ser considerado como a totalização
dos demais orçamentos realizados anteriormente. Zdanowicz (1984, p. 94) aduz que
quando estudamos o orçamento de produção, conseguimos o custo com os materiais
utilizados no processo operacional, com orçamento de mão de obra direta temos os
custos de mão de obra e seus encargos sociais correspondentes e finalmente com os
custos indiretos de fabricação concluímos os demais custos de produção. E ao ser obtido
o somatório destes custos tem-se o custo dos produtos vendidos orçados para o período.
O orçamento do custo dos produtos vendidos pode ser considerado como a totalização
dos demais orçamentos realizados anteriormente. Zdanowicz (1984, p. 94) aduz que
quando estudamos o orçamento de produção, conseguimos o custo com os materiais
utilizados no processo operacional, com orçamento de mão de obra direta temos os
custos de mão de obra e seus encargos sociais correspondentes e finalmente com os
custos indiretos de fabricação concluímos os demais custos de produção. E ao ser obtido
o somatório destes custos tem-se o custo dos produtos vendidos orçados para o período.
Estas despesas vão evidenciar os gastos com as atividades planejadas para a venda e
distribuição, ou seja, as atividades de divulgação do produto, das formas de aquisição,
locais de entrega, a qualidade e para que ele pode ser utilizado. Este orçamento vai
influenciar muito o de vendas, pois se o marketing for bem realizado pode haver um
acréscimo no volume demandado de produtos pelo mercado consumidor.
As despesas administrativas e com vendas são ligadas a todos os gastos que irão auxiliar
na administração das unidades produtivas.
De acordo com Zdanowicz (1984, p.104), este orçamento procura mostrar os gastos que
serão disponibilizados para o plano geral de operações e incluem várias atividades
gerais que beneficiam todas as fases do negócio ou objeto social.
Padoveze (2004, p.528) salienta que este orçamento deve seguir alguns aspectos no
momento de sua elaboração: ele deve seguir a hierarquia da empresa, ser por
departamento e por área de responsabilidade, evidenciar os custos controláveis, utilizar-
se do quadro de premissas básicas, fazer levantamentos prévios de informações básicas,
observar o comportamento dos gastos e orçar cada despesa levando em conta a sua
natureza e comportamento. Nunca um nível hierárquico deve elaborar um orçamento
por outro, pois cada um conhece as suas necessidades e o seu funcionamento.
Estas despesas ocorrem tanto antes como depois da venda, pois com efetivação da
venda ainda existe o chamado atendimento pós-venda e principalmente os gastos com a
cobrança de vendas a prazo.
Já Welsch (1983, p. 138) conclui que existem somente dois tipos de despesas de vendas,
as do escritório central e as de campo. As relacionadas ao escritório central são salários,
promoções, honorários, atendimento aos clientes. E as de campo são as viagens,
combustíveis, comissão dos vendedores, brindes.
As despesas de vendas não compõem o custo dos produtos vendidos e com isso não
apresentam o problema de rateio dos gastos a produtos específicos, ou seja, não existe a
necessidade de saber qual produto teve o maior frete, o maior número de atendimento
aos clientes e etc.
De acordo com Welsch (1983, p. 232), existem três razões para a elaboração de um
orçamento formal em imobilizado:
Com isso pode-se desenvolver o orçamento com clareza dando a importância que cada
projeto necessita, sem deixar nenhuma área à mercê da falta de recursos ou máquinas
para desenvolver a sua plena capacidade.
Frezatti (1999, p. 102) corrobora que é nesta etapa em que são consolidadas as decisões
de investimentos no ativo permanente não somente em maquinas e equipamentos, mas
também em edifícios e equipamentos de processamentos de dados.
Zdanowicz (1984, p.114) aduz que o orçamento de caixa é composto por ingresso e
desembolsos. Os ingressos são as vendas à vista, recebimento de duplicatas a prazo,
acréscimo de capital, ações com o ativo permanente, e receita de aplicações financeiras.
Já os desembolsos são relativos a aquisições de matéria prima, pagamento de salários e
seus encargos sociais, despesas indiretas de fabricação, pagamento de dividendos e
resgate de dividas. Ou seja, os ingressos são as entradas de recursos e os desembolsos as
saídas de caixa.
Maher (2001, p. 573) aduz que o orçamento de caixa representa uma peça muito
importante já que vai auxiliar a empresa a verificar o nível de solvência, maximize a
receita de juros sobre os saldos de caixa e determinar se esta gerando saldo e caixa
suficiente para financiar suas operações futuras e as atuais.
O balanço engloba todas as previsões, pode ser definido como o cume do orçamento, é
onde se demonstra se as ações planejadas trarão os resultados esperados pela empresa,
ou se serão necessárias novas correções nos valores orçados.
Uma previsão orçamentária bem feita trás muitas vantagens que levam a melhor
estimação da real posição financeira que a empresa apresentará no futuro. Sanvicente
(1983, p.23-24) aduz que as principais vantagens da utilização de orçamentos são:
introduz o hábito de examinar previamente todos os fatores de influência na tomada de
decisões importantes e obriga a administração a dedicar atenção aos efeitos que as
alterações externas provocam na empresa, a integração entre os orçamentos parciais
com o global, força todos os membros a desenvolverem os planos de acordo com as
outras unidades o que irá fazer com que a sua participação na consecução dos objetivos
seja maior, faz com os administradores limitem as quantidades e períodos em que as
atividades se desenvolverão para não se transformarem em alvos vagos e imprecisos,
inicia a delegação de poderes através dos orçamentos das unidades, identifica os
melhores e piores resultados de cada unidade, melhora a utilização dos recursos e faz os
ajustes para as atividades prioritárias. Eles auxiliam na melhor administração dos
setores e de toda a empresa, pois os altos executivos recebem relatórios detalhados por
seu setor e já com uma prévia análise dos dados facilitam a melhor compreensão.
Segundo Atkinson et al (2000, p. 465), o orçamento vai servir para comunicar as metas
de curto prazo da empresa a todos os seus membros, coordena as atividades dentro da
empresa, vai informar sobre potenciais problemas e pode servir como ferramenta para
encontrar soluções para eles é útil para a comparação entre os resultados efetivos e os
resultados planejados para os períodos específicos. Com o orçamento podemos obter
várias formas de controle das atividades, também é uma grande fonte de informações
sobre possíveis períodos onde haverá problemas com os insumos ou a demanda e é a
melhor forma de saber sobre a eficiência do ciclo produtivo comparando dados de
expectativas de crescimento com o realizado.
Podemos observar que o orçamento é uma grande ferramenta no auxílio ao controle das
atividades desenvolvidas em diferentes setores. Vai fazer com que gerentes fiquem mais
diretamente ligados às atividades estratégicas não precisam se ocupar de um simples
controle das unidades que foram produzidas durante o dia.
Primeiro os dados apresentados nos orçamentos são estimativas, pode haver erros
maiores ou menores dependendo do processo de estimação utilizado e as incertezas
apresentadas pelo tipo de operação desenvolvido pela empresa. Em segundo o custo do
sistema onde nem todas as empresas possuem recursos para a contratação de
especialistas em supervisão de orçamentos. Elas reutilizam os gerentes de cada setor
para esta função. Em terceiro o orçamento somente é bem desenvolvido em empresas
que possuem a administração com participação, em empresas com administração
autoritária e filosofia restrita ele não possui bom desenvolvimento.
Os orçamentos não devem ser tidos como imutáveis já que são somente estimativas. As
empresas devem utilizar o orçamento de acordo com a sua capacidade desenvolvendo-o
da melhor maneira dentro das limitações que lhe são impostas. Dentro de uma
administração autoritária o orçamento não é bem recebido ou desenvolvido já que o que
prevalece é a vontade de poucos.
Também tem-se o orçamento base zero que consiste que não se deve partir de
tendências para as projeções do novo ano e sim todos os gastos devem ser justificados
como se fosse o primeiro ano de atuação da empresa no mercado.
E finalmente o orçamento perpétuo onde os planos são feitos baseados na causa e efeito
de cada situação, o planejamento e continuamente atualizado e revisado levando em
conta todas as situações que afetam o desempenho operacional e de vendas da empresa.
Ele também pode ser denominado como um orçamento estático onde se apresentam
valores para um único nível de atividades. Este nível geralmente é próximo ao realizado
durante o ano anterior.
O orçamento contínuo deve ter seus limites de planejamento delimitados, pois se for
muito extenso a empresa pode não conseguir prever com a precisão necessária os
acontecimentos quando o mesmo está sendo elaborado muito próximo com os
acontecimentos reais do período o que pode deixá-lo inconsistente.
O orçamento base zero sempre parte de uma posição inicial zero, sem atividades ou
informações relevantes. Segundo Hansen (2003, p.270), este método orçamentário
mostra-se como uma alternativa, não considerando como correto o exercício que
terminou. Suas operações são analisadas e verificasse a sua real importância para a
atividade justificando a sua necessidade dentro da organização. É uma abordagem que
só admite gastos se eles forem realmente importantes para o quadro produtivo da
empresa.
Atkinson et al 2000, p. 495 aduz que este método orçamentário requer que os gestores
justifiquem cada despesa continuadamente. O ponto de partida do planejamento par
cada item de receita ou despesa orçado é zero. Isso faz com que os gerentes reflitam
sobre os gastos orçados para que as despesas não sejam incorridas sem o seu devido
destino.
Padoveze (004, p.504) aduz que o orçamento base zero vem para romper com o
passado, tem como principal objetivo rediscutir toda a empresa no momento da
elaboração do orçamento.
Maher (2001, p. 581) corrobora que este método orçamentário é muito utilizado por
grandes corporações e unidades governamentais em alguns períodos esporádicos. Para
os órgãos públicos é uma abordagem muito popular já que a associação entre os gastos e
beneficio não é facilmente identificada.
Zdanowicz (1984, p.181) assevera que existem algumas providências que devem ser
tomadas no momento de elaboração de um orçamento a partir do zero:
De acordo com Welsch (1983, p. 76) o orçamento flexível indica um formula para
despesa dos departamentos. Esta formula vai possuir um fator fixo e outra variável. Para
utilizar-se deste método os custos precisam estar classificados em custos fixos, variáveis
ou semi-variáveis. Os custos fixos são constantes a curto prazo independente do volume
de atividades, as variáveis iram ter seu valor alterado conforme cresce ou decresce o
volume produzido e finalmente os semi-variáveis que tem características de fixo e
variáveis ao mesmo tempo.
O orçamento flexível é importante para fins de controle do desempenho já que com ele
a empresa pode comparar os gastos orçados com os reais dentro do mesmo volume de
atividades, o que irá apresentar variações de desempenho. Estas variações podem ser
consideradas favoráveis quando no caso de receitas o volume monetário seja maior que
o orçado, mantida a quantidade física igual como um acréscimo no preço final do
produto e no caso de despesas quando o volume monetário é menor, como uma redução
do preço das matérias primas, ou seja, existe um aumento no lucro operacional. E
desfavoráveis quando as receitas são menores, devido à queda nos preços ou outras
variações, e as despesas são superiores ao orçado, devido a acréscimos no preço das
matérias-primas, ou seja, existe uma redução no lucro operacional.
Welsch (1983, p. 223) aduz que este método orçamentário é apropriado para empresas
onde as operações repetitivas, as despesas são heterogêneas e o volume de atividade
pode ser medido com realismo.
Com isso podem-se obter valores ou volumes de produção que serão possíveis de
atuação da empresa, ou seja, tudo estará ligado a capacidade máxima da empresa e não
a simples valores que estarão acima do que pode ser desenvolvido.
As atividades são onde acontecem os gastos e com isso quanto maior for o seu controle
melhor será o desempenho. Hansen (2003, p.486) relata que o método orçamentário
baseado em atividades é utilizado para enfatizar a redução de custos por meio da
eliminação dos processos que não agregam valor ao produto e melhorar a eficiência das
atividades necessárias. Ou seja, com este método há um rearranjo das atividades onde é
possível a eliminação das que não influenciam de forma benéfica o valor final do
produto.
Para Martins (2003, p. 95), centros de custos e atividades não são conceitos
coincidentes, existem três situações distintas:
Com isso vemos que a definição de centro de custos e mais abrangente que a de
atividade. A atividade engloba um único processo como cortar, comprar e o centro de
custos vai reunir uma ou varias atividades, ou seja, para a preparação da matéria prima é
necessário o corte, a modelagem e a preparação.
Para saber quanto de recursos são utilizados pelas atividades utilizamos o direcionador
de atividades, com ele é possível ligar as atividades o um medidor de custos e agrupar
as diferentes, mas que utilizem o mesmo direcionado. Boisvert (1999, p. 69) apresenta
que o direcionar na maioria das vezes apresenta-se como um indicador não financeiro.
A seguir apresentamos alguns exemplos de direcionadores de recursos.
Para isso temos que classificar os custos em fixos e variáveis. Os fixos não irão se
alterar com a quantidade produzida, para um determinado nível de produção eles serão
sempre iguais. Já os custos variáveis são ligados direta e proporcionalmente com a
quantidade produzida.
Este método vai adaptando o orçamento a cada mudança significativa sofrida pelo
ambiente em que a empresa esta inserida, onde se procura o re-equilíbrio e a harmonia
das operações.
Para Brimson (2000), o orçamento perpétuo é uma forma de planejamento que estima os
custos e as formas de utilização dos recursos de acordo com as mudanças e seus efeitos
durante o processo em curso.
Para Lunkes (2003, p. 142), os principais pontos deste orçamento são: atualizar os
planos quando há grandes mudanças, confeccionam relatórios utilizando dados de
diversas fontes e sempre utilizando valores atuais para dar confiabilidade aos atos.
É um método orçamentário que está sempre atualizado com dados e informações reais
para evitar surpresas dentro do planejamento inicial.