LígiaDaCostaGarcia Dissert
LígiaDaCostaGarcia Dissert
LígiaDaCostaGarcia Dissert
Centro de tecnologia
Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Mecânica
- Mestrado - Doutorado
por
Dissertação apresentada ao
curso de Pós-Graduação em engenharia
mecânica da Universidade Federal da
Paraíba, em cumprimento às exigências
para obtenção do Grau de Mestre.
Dedico este trabalho à humanidade, por um mundo novo e melhor e, portanto, a todas
as pessoas que amo e às que nem conheço.
Dedico também aos seres da natureza para que um dia vivamos todos em harmonia e
mútuo respeito.
AGRADECIMENTOS
RESUMO
Este trabalho desenvolve uma Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) para o sistema de
climatização existente na Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Dimensiona-se um sistema alternativo, baseado em máquinas de
refrigeração por absorção com coletores solares, para comparação. As emissões de gases de
efeito estufa são quantificadas para cada sistema e comparadas. Os objetos em análise são
um sistema de climatização convencional por compressão de vapor e outro sistema, proposto
e modelado, por absorção com aporte solar. Em uma abordagem do berço ao túmulo, os
projetos possuem potência de 1.735 kW. Foram contabilizados os equipamentos e materiais
utilizados na instalação, manutenção, transporte e descarte. Também se contabilizou a
energia elétrica necessária para o funcionamento de ambos os sistemas. Como resultado da
ACV, obteve-se 355.712 kg CO2-eq/ano para o sistema de climatização por compressão de
vapor e 131.266 kg CO2-eq/ano para o sistema de climatização por absorção com apoio solar.
Com isso, houve aproximadamente 63 % menos emissões totais do sistema por absorção
sugerido. A diferença mais significativa foi em relação à etapa da operação, o que ratifica a
necessidade de se utilizar energias que gerem menos emissões, como por exemplo, aquelas
oriundas de painéis ou coletores solares. Observou-se que a consideração da degradação do
desempenho dos sistemas aumentou as emissões variáveis em 6 % para o sistema existente e
3,8 % para o sistema por absorção solar.
ABSTRACT
This work develops a Life Cycle Assessment (LCA) for the air-conditioning system
currently installed at the School of Science and Technology of the Federal University of Rio
Grande do Norte. An alternative system is designed, based on absorption refrigeration with
solar collectors. The emissions of greenhouse gases are quantified for both systems and
compared. The study objects are a conventional air conditioning system (vapor compression)
and another system, proposed and modeled, based on absorption refrigeration with solar
input. In a cradle-to-grave approach, the projects have a power of 1735 kW. The equipment
and materials used for installation, maintenance, transport, and disposal were accounted for.
The electric energy required for the operation of both systems was also counted. As a result
of the LCA, 355,712 kg CO2-eq/year was obtained for the vapor compression air conditioning
system and 131,266 kg CO2-eq/year for the absorption air conditioning system with solar
support. Hence, there were approximately 63 % less total emissions from the system by
suggested absorption. The most significant difference was in relation to the stage of the
operation, which confirms the need to use energies that generate less emissions, such as those
coming from solar panels or collectors. Consideration of performance degradation of the air-
conditioning systems increased variable emissions by 6 % for the conventional system, and
by 3.8 % for the absorption solar system.
SUMÁRIO
7
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1
5 CONCLUSÕES .............................................................................................. 46
6 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 48
7 APÊNDICE I .................................................................................................. 49
8 APÊNDICE II ................................................................................................. 49
iii
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Classificação dos ciclos termodinâmicos (baseado em Çengel e Boles, 2013). ... 6
Figura 2.2 Esquema simplificado de um sistema de refrigeração de compressão de vapor
(baseado em Çengel e Boles, 2013) ......................................................................... 8
Figura 2.3 Diagrama entropia-temperatura de um ciclo termodinâmico ideal fechado de
refrigeração por compressão de vapor (baseado em Çengel e Boles, 2013). ........... 8
Figura 2.4 Sistema de refrigeração por sorção solar de simples efeito (baseado em Kim e
Infante, 2008) ......................................................................................................... 10
Figura 2.5 Esquema de um sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito em série
(baseado em Mali e Bhagwat, 2017) ...................................................................... 11
Figura 2.6 Esquema de um sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito em paralelo
(baseado em Mali e Bhagwat, 2017) ...................................................................... 12
Figura 2.7 Ilustração de um exemplo de arranjo dos indicadores midpont e endpoint
(Adaptado de Hauschild, Rosenbaum e Olsen, 2018, p. 182) ................................ 14
Figura 3.1 Condensadoras da Escola de Ciências e Tecnologia da UFRN. ......................... 16
Figura 3.2 Gráfico do percentual da demanda de carga térmica dos ambientes da Escola de
Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ............ 17
Figura 3.3 Detalhamento da fronteira do sistema de climatização da Escola de Ciências e
Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ............................. 20
Figura 4.1 Esquema de um arranjo do sistema de climatização por absorção solar............. 31
Figura 4.2 Acionamento dos chillers do sistema de climatização por absorção. ................. 35
Figura 4.3 Composição das emissões associadas ao sistema de climatização da Escola de
Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ............ 37
Figura 4.4 Composição das emissões associadas aos subsistemas de climatização da Escola
de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ....... 38
Figura 4.5 Gráfico da contribuição em percentual das emissões de poluentes das partes do
sistema de climatização por absorção proposto para a Escola de Ciências e
Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. ............................. 40
iv
LISTA DE TABELAS
LISTA DE SÍMBOLOS
CAPÍTULO I
1 INTRODUÇÃO
al., 2017). Em suas primeiras análises, verificou-se que o CO2 atmosférico era de um volume
provável de 313 partes por milhão (ppm).
A partir da primeira guerra mundial houve uma ampliação considerável na demanda
global de combustíveis e consequente aumento na emissão de CO2. Durante a crise
econômica de 1929, o lançamento total de CO2 na atmosfera era cerca de 10 Gt CO2-eq/ano.
Com o advento da segunda guerra mundial e o crescimento econômico dos EUA, URSS e
Europa essa emissão atingiu níveis de aproximadamente 40 Gt CO2-eq/ano nos anos 2000,
ou seja, um aumento de 30 x 1012 kg CO2-eq/ano emitidos na atmosfera em apenas 70
anos (SALAWITCH et al., 2017).
A elaboração das análises quantitativas de poluentes dimensionou a carga
atmosférica residual, e sistematicamente legitimou teses em que as alterações climáticas se
devem à ação humana. Salawitch et al. (2017) denomina essa era de antropoceno, já que a
ação do homem depositou impressões digitais na história do planeta. Atualmente a sociedade
se esforça para a redução dos GEE`s, bem como o desenvolvimento de tecnologias limpas.
Entretanto, países como EUA e China ainda permanecem emitindo grandes patamares de
resíduos, sendo um desafio para as nações manterem suas economias e o pleno fluxo da
produção alimentícia e industrial.
A refrigeração para fins de conforto térmico vem se tornando cada vez mais utilizada
em todo o mundo, já que há necessidades humanas importantes e até cruciais que requerem
o controle de temperatura e umidade. Contudo, o consumo ascendente de energia para fins
de climatização causa preocupações com as reservas não-renováveis de combustíveis fósseis,
com o aumento da poluição e consequentes mudanças negativas do meio ambiente, dentre
elas o aquecimento global (IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change, 2018).
Embora o principal meio de abastecimento do mercado energético brasileiro recaia
sobre as hidrelétricas, existe o reforço das termelétricas, acionadas em momentos de picos de
demanda ou quando é necessário preservar o nível dos reservatórios (CARVALHO e
DELGADO, 2017). De acordo com a Resenha Energética Brasileira de 2018 (BRASIL,
2019), o Brasil emitiu 410,6 Mt de CO2, dos quais 11,5% correspondem ao setor de geração
elétrica. Apesar dessa emissão ter reduzido entre 2017 e 2018, o esforço deve-se manter
constante para atingir a meta da Agenda 2030, lançada durante a Cúpula de Desenvolvimento
Sustentável da Assembleia Geral das Nações Unidas, da Organização das Nações Unidas, de
2015 (IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2019). Soma-se a isso o fato de
3
contribuições nas emissões serem inconstantes e dependentes de muitos fatores, tais como
fenômenos naturais, socioeconômicos e políticos.
A aplicação da energia para climatização de ambientes construídos mais do que
dobrou entre 2000 e 2018, e segue crescendo em função não apenas do crescimento
populacional e urbanização, mas do próprio acréscimo da temperatura média do planeta (IEA
- International Energy Agency, 2018). Nesse sentido, há um esforço conjunto da comunidade
científica e programas de eficientização energética para frear a demanda de eletricidade para
refrigeração de construções até 2040 (IEA, 2018).
A expansão do uso de tecnologias convencionais de climatização tem acentuado os
impactos ambientais nos últimos anos, tanto devido ao consumo de energia quanto devido à
utilização dos refrigerantes. Mesmo após a substituição gradual dos refrigerantes a base de
clorofluorcarbonetos (CFCs) por aqueles baseados em hidrofluorocarbonos (HFCs), estes
ainda são gases de efeito estufa, com um potencial desencadeador do aquecimento global da
ordem de 1000 vezes superior ao dióxido de carbono (PAULA et al., 2020). Alternativas
para diminuir o impacto ambiental associado a sistemas de climatização podem focar em
diminuir o consumo de energia (eficiência energética), usar outros refrigerantes, e utilizar
fontes de energias renováveis. As análises ambientais surgiram dessa necessidade de
quantificação, devido às preocupações atuais com os impactos ambientais e as mudanças
climáticas.
Primando pela confiabilidade na tomada de decisões por alternativas que reduzam
os danos à natureza, a Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) é uma metodologia que pode ser
aplicada para quantificar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas aos sistemas
de refrigeração. Por meio desse estudo, busca-se dar início a uma contribuição na avaliação
de critérios que visem a mitigação dos impactos ambientais considerando todo o ciclo de vida
dos produtos.
1.1 OBJETIVO
CAPÍTULO II
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CLIMATIZAÇÃO
Figura 2.1 Classificação dos ciclos termodinâmicos (baseado em Çengel e Boles, 2013).
aplicação: spray aberto, spray aberto duplo, fechado e o fechado com tanque aberto à
atmosfera.
Os sistemas de refrigeração têm mostrado potencial para aplicação conjunta às
fontes renováveis (SHIRAZI et al., 2018). De acordo com Schmid et al. (2019), algumas
vantagens da energia solar para climatização incluem o desenvolvimento acelerado
experimentado por essa tecnologia, concomitância entre crescimento da demanda de frio em
ambientes interiores e a disponibilidade de energia solar, além da não recorrência direta às
fontes fósseis como energia primária.
Tais sistemas podem ser enquadrados em duas categorias: eletricamente acionado
(com uso de módulos fotovoltaicos acoplados a uma máquina por compressão de vapor) e
termicamente acionados (com uso de coletores solares acoplados ao gerador) (WANG, GE,
2016). O primeiro tipo é relativamente simples e aplicável em pequena escala (ZEYGHAMI
et al., 2015). O segundo, por sua vez, pode ser ainda subdividido em ciclos por absorção,
adsorção, dessecante e ejetor. Os sistemas termicamente acionados por absorção têm
mostrado maior confiabilidade e competitividade em relação aos equipamentos
convencionais de ar-condicionado.
A energia solar pode ser aproveitada por meio de coletores solares térmicos, nos
quais o calor gerado aciona sistemas de refrigeração, como ciclos de absorção e adsorção
(AL-ALILI et al., 2012). O resfriamento por absorção movido a energia solar pode ser
considerado uma tecnologia emergente, dado que a disponibilidade de energia solar está
associada à demanda de resfriamento dos edifícios (JING et al., 2019).
Na refrigeração por sorção, o efeito de resfriamento é gerado por uma atração física
ou química entre um par de substâncias (KIM, INFANTE, 2008). A substância com
temperatura de ebulição mais baixa é o refrigerante e é referida como sorbato, enquanto a
outra substância é chamada sorvente. Entre os ciclos de sorção, a refrigeração por absorção
tem sido a mais empregada para aplicações solares devido ao seu baixo consumo de energia
e menores dimensões dos equipamentos (BELLOS et al., 2015).
Um diagrama esquemático de um sistema de sorção fechado é mostrado na Figura
2.4. Substituindo o compressor do sistema de refrigeração por compressão de vapor por um
mecanismo complexo de absorção, passa-se a ter um sistema de refrigeração por absorção,
cujo princípio base é a sorção e a dessorção que ocorrem, respectivamente, no absorvedor e
no gerador. O calor do coletor solar, Qg, é recebido pelo gerador e usado para regenerar o
sorvente, que absorveu o refrigerante no absorvedor. Esse processo forma vapor de
refrigerante que é condensado no condensador, o qual rejeita o calor de condensação, Qc, no
ambiente. O absorvente regenerado retorna ao absorvedor, absorvendo o vapor de
refrigerante do evaporador e rejeitando o calor de absorção, Qa, para o meio ambiente.
Finalmente, o refrigerante liquefeito do condensador evapora no evaporador, removendo o
calor Qe da carga de resfriamento (KIM, INFANTE, 2008).
No absorvedor o vapor do refrigerante se dissolve no sorvente ou meio de transporte
em uma reação exotérmica, a qual é resfriada (por exemplo, através de um circuito fechado
indireto com tanque aberto à atmosfera, ver Figura 4.1 na seção 4.2) para que haja maior
absorção; no gerador o calor de uma fonte externa (que pode ser a energia solar) evapora a
solução; o retificador permite que apenas o refrigerante puro a alta pressão siga para o
restante do ciclo do sistema devolvendo a solução ao mecanismo de absorção; no
regenerador o calor é transferido da solução pobre em refrigerante para a rica em
refrigerante, a qual irá para o gerador (ÇENGEL, BOLES, 2013).
10
Figura 2.4 Sistema de refrigeração por sorção solar de simples efeito (baseado em Kim e
Infante, 2008)
Figura 2.5 Esquema de um sistema de refrigeração por absorção de duplo efeito em série
(baseado em Mali e Bhagwat, 2017)
CAPÍTULO III
3 MATERIAL E MÉTODOS
foram removidos e, em seguida, foram lidos integralmente (segunda etapa), com extração de
dados relevantes, como localização do estudo, tipo de sistema de absorção, software de ACV
empregado, banco de dados e informações sobre métodos de avaliação de impacto ambiental.
A busca manual também foi realizada por meio da leitura das referências listadas nos estudos,
para possível inclusão de outros estudos que não tivessem sido identificados na busca
eletrônica.
na função das salas e na disponibilização dos dados (ECT - Escola de Ciências e Tecnologia,
2019). As salas da ECT foram divididas em quatro grandes grupos, a saber, anfiteatros, salas
de aula, laboratórios de informática e demais ambientes (salas de professor e salas
administrativas). Para cada um desses agrupamentos, foi calculada a porcentagem de horas
de uso dessas salas por dia, tendo como base o uso máximo de 15 h/dia, que foi multiplicada
pela porcentagem de suas cargas térmicas. Com esses valores, foi feita uma média ponderada
para se encontrar a porcentagem de demanda de cada hora do sistema como um todo.
Considerou-se a operação dos sistemas durante 264 dias ao ano, ou seja, 22 dias úteis por
mês.
100%
90%
80%
Carga Termica
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Hora
Figura 3.2 Gráfico do percentual da demanda de carga térmica dos ambientes da Escola de
Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
sua massa foi obtida por meio da soma dos pesos das tampas das válvulas de serviço de 1/4
e 3/8 multiplicada por dez, pois o restante da válvula é aproximadamente dez vezes o
tamanho da tampa.
totalizando 116 kg e fita de PVC, 0,047 kg/m, totalizando 104 kg) e o cabo PP (cobre com
cobertura de PVC, 3 vias de 2,5 mm², totalizando 177,7 kg de cobre e 234 kg de PVC).
Tabela 3.2 Composição material dos sistemas de climatização existentes no edifício da
Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (a)
Sistemas. (b) Materiais da instalação.
Fator
Modelo Mt,model Mt,sist/ Sistema 1 Instalação
Mt,model
MATERIAL kg MATERIAL kg MATERIAL kg
Alumínio 4,95 Alumínio 2,90 Cobre 1500,00
Cobre 9,90 Cobre 5,80 Polietileno baixa ρ 116,00
Eletrônicos 0,55 Eletrônicos 0,32 PVC 1120,00
x
Polietileno 9,90 Polietileno 5,80 Cabo PP 412,00
0,5857
Aço baixa liga 16,70 Aço baixa liga 9,78 R-22 78,30
Aço inox 8,35 Aço inox 4,89 (b)
Latão 0,37 Latão 0,22
R-22 0,50 R-22 0,29
Embalagem 1,50
(a)
CAPÍTULO IV
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
influência das emissões dos gases de efeito estufa no desempenho econômico e ambiental do
sistema. Os parâmetros do estudo foram representados pela energia consumida no resfriador,
assim como pelos impactos da fabricação. A unidade funcional foi a quantidade de demanda
de refrigeração atendida. O potencial de aquecimento global foi empregado como uma
métrica para quantificar os danos ambientais, seguindo a estrutura do Painel Internacional
sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2007, com um horizonte de tempo de 100 anos. Os
autores demonstraram que, embora o uso da energia solar reduza significativamente o
potencial de aquecimento global se comparado ao uso do gás natural, essa redução não é
relevante quando a tarifa de gás natural é menor que 0,065 €/kWh, principalmente porque
não há compensação de custos de combustível devido a aquisição de coletores solares
adicionais.
Koroneos e Tsarouhis (2012) realizaram análises exergéticas e avaliações de ciclo
de vida em sistemas solares para aquecimento de espaços internos, climatização e produção
de água aquecida. Para a climatização, foi empregado um chiller por absorção, auxiliado por
um trocador de calor solar com uma resistência elétrica como sistema de reserva, caso o calor
da fonte principal não fosse suficiente. Uma vida útil de 20 anos foi considerada para os
cálculos, e as emissões foram quantificadas em termos de kg/kWh (unidade funcional). Em
relação às emissões associadas à fabricação do sistema, foram coletados dados de ambos os
softwares, SimaPro e Gabi. O estudo apresentou um impacto ambiental significativo
associado a equipamentos, como as tubulações, os ventiloconvectores e a torre de
resfriamento. Observou-se que a fase de fabricação era a mais danosa para o meio ambiente.
Beccali et al. (2012) investigaram os desempenhos energético e ambiental de uma
usina de aquecimento e resfriamento solar usando a metodologia ACV e compararam os
resultados com os de usinas convencionais. O sistema incluía um chiller por absorção
alimentado por uma usina solar com duas configurações diferentes para fornecer
aquecimento ou refrigeração. Três unidades funcionais foram definidas para a ACV: uma
planta de refrigeração por aquecimento solar com o chiller por absorção, kW de energia para
o chiller, e kWh de refrigeração e aquecimento produzidos. Os limites do sistema abrangeram
a produção até a fase de fim de vida útil, e os dados sobre o chiller por absorção e a torre de
resfriamento foram fornecidos pelo fabricante. Os dados sobre os componentes restantes
foram coletados no banco de dados Ecoinvent. Três indicadores midpont foram selecionados
para relatar o desempenho energético e ambiental do sistema: exigência de energia global
(GER), energia não renovável e potencial de aquecimento global (GWP). As análises
26
mostraram que a fase de uso é responsável pela maior parte da GER e do GWP, seguida pela
fase de produção. Neste último, a fabricação de coletores solares e do chiller por absorção
foram os principais contribuintes para os indicadores. Como conclusão, os autores relataram
que a planta proposta teve um impacto ambiental menor do que o convencional e que a ACV
deveria fornecer mais detalhes sobre a fase de uso.
Brunet et al. (2012) propuseram um novo projeto para um sistema de refrigeração
por absorção (SRA) para aplicações de refrigeração e climatização, com o objetivo de
minimizar simultaneamente o custo anual total e o impacto ambiental. O sistema de simples
efeito operava em dois níveis de pressão, usando amônia-água para configurações de
climatização (10°C a -5°C) e etileno glicol para configurações de refrigeração (-5°C a -10°C).
Um programa não-linear foi empregado para solucionar o problema de múltiplos objetivos,
otimizando as variáveis de custo e ambientais, nas quais algoritmos personalizados e modelos
de programação estratégica foram utilizados. O design ideal do SRA foi simulado pelo
software Aspen Plus, com suporte no MheatX e Matlab, levando a características específicas:
coluna de retificação modelada no formato de bandejas, tamanho do equipamento e
condições de operação. O método de avaliação de impacto ambiental Eco-Indicator 99 foi
aplicado na ACV e a unidade funcional era a capacidade de refrigeração de 90 kW. O
inventário consiste essencialmente nos três elementos seguintes, que eram fontes de impacto
ambiental: gás natural, eletricidade e aço inoxidável. A análise das curvas de Pareto obtidas
mostrou que existe uma configuração do sistema que leva a uma situação ambiental
relativamente favorável, com apenas um ligeiro aumento no custo.
Hang et al. (2014) realizaram uma ACV de um sistema de refrigeração solar
localizado em uma instalação de teste na Universidade da Califórnia. O sistema incluía
concentradores solares parabólicos externos de 54 m2, um chiller por absorção de água-
brometo de lítio com capacidade de 23 kW de duplo efeito, um tanque de armazenamento
frio e dispositivos auxiliares. Em relação à metodologia de ACV, os limites do sistema
incluíam todas as etapas do ciclo de vida do equipamento e a unidade funcional era a
quantidade de energia de refrigeração consumida. Os dados de inventário dos componentes,
incluindo coletores solares e resfriador por absorção, foram coletados dos fabricantes devido
à escassez de dados na literatura científica e nas bases de dados. Os autores selecionaram o
IPCC 2007 GWP 100a como a metodologia para avaliação de impacto. A análise mostrou
uma diminuição de 35-70% na pegada de carbono em comparação com os sistemas de
27
de impacto, gerando uma mitigação significativa dos impactos ambientais. As categorias com
os maiores valores de impacto (EP, GWP, FFDP) foram posteriormente analisadas,
resultando em sugestões de melhorias, como a busca de novos materiais para a construção
dos tubos do SACAS.
A Tabela 4.1 resume as principais características dos sistemas estudados, na qual os
objetivos são categorizados em quatro possibilidades: (i) Propor projetos ideais com
objetivos simultâneos; (ii) Avaliar ambientalmente fontes renováveis; (iii) Comparar os
impactos ambientais de sistemas; (iv) Analisar os impactos ambientais dos componentes.
Existem, portanto, três tipos principais de limites: do berço ao berço, do berço ao portão e do
berço ao túmulo. Na Tabela 4.1, a sigla UF refere-se à Unidade Funcional.
Tabela 4.1 Resumo das principais características dos estudos do estado da arte.
# Programa multiobjetivo,
dimensionamento de processos e base de
software não especificado
um sistema Ciclo de dados
# Método EI-99
(2008)
absorção
ambientais gerados # Método CML 2 (2000) #Berço ao túmulo
alimentado por
por dois tipos de # Base de dados # 9.575 TR-h por
energia solar; e
sistemas de Ecoinvent semana, durante 30 anos
por compressão
refrigeração (iii) # GWP, AP, ETP, ARDP
de vapor
Análise ambiental de
Sistema de ar- # Dados indiretos2 e
México / Olivares
Em relação aos limites utilizados, seis estudos trabalharam com o berço ao túmulo,
e os demais estudos empregaram berço ao portão. SimaPro, Ecoinvent e Eco-indicador 99
foram o software, banco de dados, e método mais utilizados, respectivamente. Os países onde
os estudos foram desenvolvidos apresentam diferenças nos seguintes aspectos: matriz de rede
elétrica, processos de reciclagem, descartes de resíduos, entre outras peculiaridades. Isso leva
a diferentes resultados nos impactos ambientais para sistemas idênticos localizados em locais
distintos. Dos dez estudos que fizeram parte da análise final, a Espanha foi responsável por
quatro artigos, os EUA por dois e a Tailândia, México, Itália e Grécia fizeram uma
contribuição cada.
Do ponto de vista da ACV, segundo Carvalho e Delgado (2017), os aspectos mais
críticos que influenciam a coerência e a transparência dos resultados são: i) definição da
unidade funcional; ii) o método de avaliação de impacto ambiental e iii) o método de alocação
de impacto. Há uma variação considerável nos resultados das emissões de GEE entre os
estudos devido à falta de padronização, mesmo quando se usa a mesma metodologia para
modelar cada inventário. Como mencionado por European Commission (2019) e
Kalverkamp e Karbe (2019), o uso de dados inconsistentes pode levar a um estudo de ACV
não confiável e distorcido, e o uso de conjuntos de dados com diferentes níveis de completude
também pode levar a conclusões não confiáveis. A confiabilidade das ACVs depende de
dados completos e nítidos que, infelizmente, nem sempre estão disponíveis.
31
Como limitações desta revisão, pode-se citar a grande variedade das informações
contidas nos estudos, e devido à ausência de padronização dos objetos de estudo e dos
métodos de avaliação de impactos, uma comparação detalhada não foi possível. Além das
diferenças no teor das análises desenvolvidas nos estudos revisados, existe uma grande
diferença na forma como os resultados são apresentados, inviabilizando também este tipo de
comparação.
O sistema proposto inclui três máquinas de refrigeração por absorção com potência
frigorífica de 615 kW da marca Thermax, modelo 5G 3A C (THERMAX, 2017). De modo
que a configuração desse sistema de climatização ficou composta por três arranjos iguais ao
esquematizado na Figura 4.1.
O sistema térmico de energia solar que compõe o circuito de água quente contém
2040 Coletores S-81 Solar Tech (SOLARTECH, 2016a) e 9 tanques de armazenamento de
400 m³ da Eurotank (EUROTANK WORKS, 2020, SOLARTECH, 2016b, KLUPPEL,
2016). Assim, foi atendida a demanda das máquinas chillers quanto ao abastecimento de água
quente com saída mínima à 90ºC, retorno à 85ºC e vazão de 132,89 m3/h (ver Apêndice II).
Para o circuito de água arrefecida utilizou-se a torre de resfriamento de modelo TRA
100 da marca Caravela (CARAVELA, 2020), que tem como temperaturas de entrada 36,6°C
e de saída 30°C, compatíveis com as máquinas de absorção. As tubulações hidráulicas desse
circuito são de PVC e aço galvanizado com cerca de 25 m cada e sem isolamento. Para os
circuitos de água salobra e água quente, considerou-se 145 m de tubulação hidráulica de aço
galvanizado, com isolamento de lã de vidro revestido de fina película de alumínio.
O circuito de água salobra comporta quinze fan-coils da marca Premium Ar-
Condicionado e modelo ICP 40 TR (PREMIUM, 2020), cuja temperatura de sucção é 7°C e
a de recalque 12°C. Os dutos de ar são de aço galvanizado, com isolamento de lã de vidro
revestido com fina película de alumínio. Os dutos de retorno não possuem isolamento.
Cada um dos circuitos possui dois conjuntos de bomba-motor, um ativo e outro
reserva, escolhidos com base nos diâmetros de sucção e recalque, potência e altura
manométrica. Há quatro bombas Th 150/200 para os circuitos de água salobra e água quente,
com um motor trifásico IP55 15CV 132M para cada bomba. Para o circuito de água
arrefecida há duas bombas Th 200/315, com motores trifásicos IP55 20CV 160M. Portanto,
cada arranjo possui três motores ativos, totalizando 36 kW por arranjo (potência total 108
kW, referente a três arranjos).
Para o restante do sistema foram considerados vários elementos, tais como: válvulas,
filtros e instrumentos de medida. As quantidades e características de todos esses elementos
estão nas tabelas do Apêndice II.
Nas Tabela 4.2 e Tabela 4.3 constam a descrição dos principais materiais que
compõem cada coletor solar e cada reservatório térmico, respectivamente, utilizados no
sistema proposto.
33
Tabela 4.2 Principais materiais que compõem um coletor solar plano S-81 da Solar Tech
(2016a).
COMPONENTE MATERIAL Kg
Isolante Térmico Poliestireno Expandido 911,61
Revestimento Externo e pés Chapa de Alumínio 1.200
Revestimento Interno Aço Inox 304 16.800
Conexões Aço Inox 304 148
Tabela 4.4 Principais materiais que compõem uma máquina de refrigeração por absorção de
duplo efeito (modelo 5G 3A C, THERMAX, 2017)
MATERIAL kg
Aço inox 1460
Aço baixa liga 1460
Alumínio 2560
Cobre 2930
PVC 244
Glicol 915
Eletrônicos 59
Lã de rocha 427
Isolamento 427
34
Tabela 4.5 Principais materiais que compõem a instalação do sistema de climatização por
absorção
1500
Potência kW
1000
500
0
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22
Hora
Tabela 4.6 Emissões fixas totais dos sistemas de climatização da Escola de Ciências e
Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Capacidade Emissões de
Quantidade
de Peso Tipo do gases de
Sistema Unid. e tipo do
Refrigeração (kg) Condensador efeito estufa
Evaporador
(kW) (kg CO2-eq)
Sistema 1 2,64 30 x1 Split 1 hi-wall 894,56
Sistema 2 3,51 41 x1 Split 1 hi-wall 1086,22
Sistema 3 5,03 62 x1 Split 1 hi-wall 1465,59
Sistema 4 7,03 89 x5 Split 1 piso-teto 9765,32
Sistema 5 8,78 69 x2 Split 1 hi-wall 3183,51
Sistema 6 10,54 88 x2 Split 1 cassete 4008,05
Sistema 7 10,54 94 x3 Split 1 piso-teto 6325,43
36
Como observado, o sistema 11 contribui com a maior emissão, pois possui o maior
conjunto, com 43 unidades. Quando analisando as contribuições de cada sistema e
relacionando com as respectivas potências, averígua-se que quanto maior a capacidade
térmica do aparelho, maior é a quantidade de material e, consequentemente maior impacto
ambiental gerado. Os sistemas 4 e 10 são uma exceção, assim como os sistemas 13 e 14.
Analisando a primeira situação, observa-se que a causa é a quantidade de massa do conjunto
de cada configuração, já que um evaporador piso-teto, mesmo de menor potência, como é o
caso, tem mais massa que um cassete, enquanto o condensador bi-split (um condensador para
dois evaporadores) tem menos massa do que dois condensadores split do sistema 4
(HITACHI, 2009b).
Por outro lado, apesar das máquinas bi-split e tri-split (um condensador para três
evaporadores) ocuparem menos espaço, elas são mais pesadas que as split de mesma potência
e, portanto, geram mais impactos para uma mesma capacidade térmica. Dessa forma, conclui-
se que esses resultados também podem ser úteis para comparações individuais com o
conjunto correspondente a cada sistema da Tabela 4.6.
A Figura 4.3 mostra a divisão em porcentagem do impacto fixo associado aos
sistemas de climatização do edifício. A contribuição relativa à instalação, de 7,4 % das
emissões do sistema como um todo, é muito significativa e decorre da grande extensão dos
kits frigoríficos, cuja soma estimada é de 2.237 m. Uma das incertezas dos resultados gira
em torno dessa estimativa, visto que não há como precisar o caminho exato percorrido pela
tubulação, o que contribui também no valor do gás R-22 que necessita ser adicionado devido
a extensão da linha. Além disso, foi empregado nos cálculos um valor médio para o diâmetro
dos tubos de cobre e para a seção transversal do cabo PP.
37
Tabela 4.7 Emissões fixas de GEE associadas aos subsistemas de climatização da Escola de
Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Figura 4.4 Composição das emissões associadas aos subsistemas de climatização da Escola
de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
39
Tabela 4.8 Emissões de gases de efeito estufa associadas ao sistema de climatização por
absorção proposto para a Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
40
Na Figura 4.5, destaca-se a cota de 21 % das emissões totais associada aos tanques,
visto que se trata de 9 unidades desse equipamento (ver Tabela 4.8) formadas por 85,5 % (em
massa) de metais. A quantidade de massa contida na instalação fica aquém apenas daquela
dos tanques e correspondem, por sua vez, a quase 12 % das emissões totais.
50,00%
40,00%
30,00%
51,35%
20,00% 2,72%
2,94%
1,92%
10,00% 0,77%
2,13%
15,32% 0,85% 0,43% 0,47%
7,99% 7,10% 5,97% 0,03%
0,00%
Tanques Instalação Coletores Chillers Manutenção Eletricidade
Figura 4.5 Gráfico da contribuição em percentual das emissões de poluentes das partes do
sistema de climatização por absorção proposto para a Escola de Ciências e Tecnologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apesar de os chillers integrarem mais peso ao sistema que os coletores, estes últimos
geram mais emissões. Uma explicação é o fato de os coletores serem compostos por seis
41
vezes mais alumínio que os chillers, elemento de maior impacto ambiental em ambos os
equipamentos. Além disso, os coletores contribuem com quase o dobro de emissões
referentes ao transporte e ao descarte quando comparados com os chillers.
O valor obtido para as manutenções preventivas foi de 1.314,35 kg CO2-eq (valor
bem semelhante ao do sistema de compressão a vapor na seção anterior). Esse resultado
corresponde a apenas 0,03 % das emissões totais. Na prática, pode ser necessária a realização
de manutenções corretivas não planejadas, além da necessidade de peças de reposição.
Conjuntamente, os dois fatores elevariam o montante de emissões nessa categoria.
As emissões totais obtidas para o sistema foram de 3.937.978,80 kg CO2-eq (ao
longo de 30 anos), ou 131.265,96 kg CO2-eq/ano, que equivale a 2.270 kg CO2-eq/kW. As
emissões variáveis são praticamente equivalentes às emissões fixas. Depois da eletricidade a
principal contribuição nas emissões são dos “Materiais”, referente à aquisição de matérias-
primas e processos de fabricação, que contribui com 36,39 %, em seguida o transporte (6,39
%), o descarte (5,84 %), e por fim a manutenção (0,03 %).
A substituição do conjunto compressor pela tecnologia de absorção solar foi capaz
de poupar um montante quase 4 vezes menor de kWh necessário anualmente. Nos estudos de
Beccali et al. (2016) e Longo et al. (2020), as parcelas de emissões relativas à etapa de
operação dos sistemas contemplam o consumo extra de combustível nos boilers auxiliares,
equipamento que não foi utilizado neste estudo, além de diversas outras diferenças das
características dos sistemas e do método de cálculo, impossibilitando uma comparação.
Partindo das análises de Beccali et al. (2016), verifica-se oscilações entre os
resultados das emissões de GEE em localidades distintas. Neste prisma, infere-se com base
nos dados obtidos que os resultados das emissões são determinados em função do panorama
climático local. Devido a isso, obtém-se as funções que determinam as demandas energéticas,
assim, estes resultados podem ser confirmados em prospectos futuros baseados em ACV
tangentes em instalações similares, com as devidas adequações em outras regiões do Brasil.
Apesar da possível existência de alguma incompatibilidade devido às diferenças de
estrutura e operação entre os dois sistemas, ambos objetos de estudos desse trabalho possuem
uma padronização em seus cálculos que possibilita confiável comparação. Possuem uma
mesma sistematização metodológica, além dos mesmos parâmetros da ACV, a saber, unidade
funcional, limites de fronteira, software e suas configurações, método.
As emissões variáveis do sistema convencional são de 321.320 kg CO2-eq/ano, de
modo que as do sistema proposto são apenas 21 % desse valor, enquanto as emissões fixas
42
do sistema por absorção são quase o dobro maior em relação ao sistema convencional.
Contudo, isso resulta em aproximadamente 63 % menos emissões totais para o sistema de
climatização por absorção solar proposto. As emissões globais de GEE estimadas em 2015,
após o grande crescimento econômico da china, estavam em torno de 55 Gt CO2-eq/ano
(SALAWITCH et al., 2017, pp. 123). Dessa forma, as emissões totais do sistema de
climatização por compressão a vapor em estudo correspondem a 6,47x10-7 % das emissões
globais, enquanto as do sistema proposto correspondem a 2,39x10-7 %.
Aprofundando em uma análise de sensibilidade, uma consideração interessante é a
degradação do sistema de climatização. Com o passar dos anos as máquinas sofrem
degradações que reduzem sua eficiência gerando um aumento dos gastos de energia elétrica,
e consequentemente maiores impactos ambientais. Segundo o Laboratório Nacional de
Energias Renováveis (NREL, sigla em inglês), o cálculo da taxa de degradação (Hendron
2006) para sistemas de Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado (AVAC) pode ser
calculado com base na idade do sistema e sua manutenção. O consumo de energia modificado
pela degradação Emod (kWh/ano) pode ser dado por (Magnuson, 2013):
Ei
EMod = (4.1)
(1 − M)A
Af Ei
EMod = ∑ A−1 (4.2)
Ai (1 − M)
o fator de manutenção foi considerado que houve manutenções regulares apenas nos três
primeiros e três últimos anos.
Já o consumo elétrico do sistema por absorção solar aumenta conforme Tabela 4.10.
A degradação foi calculada ao longo de 15 anos (metade da vida útil do sistema), pois foram
considerados ambos os motores (ativo e reserva) de cada circuito, de modo que cada motor
funciona pela metade da vida útil do sistema completo. Foi considerado um fator de
manutenção constante de 0,01.
CAPÍTULO V
5 CONCLUSÕES
6 REFERÊNCIAS
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56
7 APÊNDICE I
SISTEMA 14
MATERIAL kg
Alumínio 8,9394
Cobre 17,879
Eletrônicos 0,9933
Polietileno 17,879
R-22 0,903
Aço baixa liga 30,159
Aço inox 15,08
Latão 0,6682
Embalagem 1,5
8 APÊNDICE II
TUBULAÇÃO HIDRÁULICA
FINALIDADE MATERIAIS Metros DN Peso (kg/m) Peso (kg)
Água do 32 6" 42,60
Aço galvanizado
Chiller 29 8" 64,60
35 6" 42,60 29299,20
Água Quente Aço galvanizado
50 8" 64,60
Aço galvanizado 28 8" 64,60
Água Fria
PVC 24 10" 18,31 1318,32
Altura
Vazão Peso %
Bomba manométrica Materiais kg Qtd.
(m³/h) (kg) Peso
(mca)
Ferro Fundido 95 173
Th 150/200 100 9,6 183 2
Aço inox 3 10
Ferro Fundido 95 173
Th 150/200 150 9 183 2
Aço inox 3 10
Ferro Fundido 95 173
Th 200/315 200 8,2 270 2
Aço inox 3 10
Potência Peso %
Motor Carcaça Materiais kg Qtd.
(cv) (kg) Peso
Trifásico Ferro Fundido 95 68
15 132M 72 4
IP55 Aço inox 3 4
Trifásico Ferro Fundido 95 99
20 160M 104 2
IP55 Aço inox 3 5
TORRE DE REFRIGERAÇÃO
Parâmetros Valores MATERIAIS % Peso Estimado kg Total
z 6,6 Poliester 82 2624 7872
a 6 Fibra de vidro 2,5 80 240
tf (°C) 26 Aço inox 9 288 864
tc 14 PVC 2,1 67,2 201,6
Modelo WT 101/12 Ferro fundido 3 96 288
Peso seco (kg) 3200 Polipropileno 1,4 44,8 134,4
60
FAN-COILS
PREMIUM % Peso
Marca MATERIAIS kg Total
AR COND. Estim.
Modelo ICP 40TR Alumínio 19 152 2280
Nº p/ sistema 5 Aço (galvanizado) 37 296 4440
Nº total 15 Poliestireno 0,5 4 60
Peso (kg) 800 Borracha sintética 0,6 4,8 72
Cobre 29,8 238,4 3576
Latão 1 8 120
Ferro fundido 12 96 1440
Poliamida (nylon) 0,1 0,8 12
Válvula de Controle
1 1 1 Aço inox
Eletropneumática 3p
Válvula de retenção 2 2 2 16 Aço vazado
Válvula borboleta 7 9 6 16 Aço inox
Eliminador de ar para Ferro
1 3 4,3
líquido fundido
Ferro
Filtro Y 3 3 3 128
fundido
Manômetro 6 6 4 3 Aço Inox
Termômetro 2 2 8 3 Aço Inox
Ferro
fundido
Medidor de vazão 1 1 1 71 Polipropileno
Aço Inox
Aço inox
Indicador de nível 1 1 30
(estimado)
Válvula solenoide 2 4,4 Aço inox
Válvula borboleta Aço inox
2 4,4
pneumática (estimado)