Fiscalização e Sistema de Inspeção de Produtos de Origem Animal

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Fiscalização e sistema de inspeção de produtos de origem animal

Bruna Loureiro 1, Igor Luiz, Luan Mozer1, Flávia Ferreira Araújo 2


1
Discente no Curso de Medicina Veterinária –Universidade Salgado de Oliveira - Universo – Belo Horizonte/MG – Brasil
2
Docente no Curso de Medicina Veterinária – Universidade Salgado de Oliveira de Belo Horizonte – Universo BH – Belo Horizonte/MG – Brasil – *Contato:
[email protected]

INTRODUÇÃO Figura 01
Os médicos veterinários que atuam como fiscais agropecuários em
Instituições Públicas de âmbito Nacional, Estadual ou Municipal são
responsáveis pela fiscalização e inspeção de Produtos de Origem Animal
(POA). O Serviço de Inspeção Federal, conhecido mundialmente pela sigla
S.I.F. e vinculado ao Departamento de Inspeção de Produtos de Origem
Animal – DIPOA, é o responsável por assegurar a qualidade de produtos
de origem animal comestíveis e não comestíveis destinados ao mercado
interno e externo, bem como de produtos importados. Até receber o
carimbo do SIF, o produto atravessa diversas etapas de fiscalização e
inspeção, cujas ações são orientadas e coordenadas pelo Departamento de
Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), da Secretaria de Defesa
Agropecuária (SDA/Mapa). Segundo o Decreto nº 9.013/2017 (Brasil,
2017a), que regulamenta a Lei nº 7.889/1989, para garantir a Figura 01: selos de certificação
comercialização de produtos de origem animal em todo território brasileiro
é preciso obter um registro ou selo de inspeção, emitido pelo Serviço de CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inspeção Federal (SIF). Ao decorrer do trabalho, ficou evidente a importância do médico
veterinário para acompanhar o processo de fabricação e comercialização
METODOLOGIA dos produtos de origem animal, pois, por muito tempo, havia uma grande
A metodologia está de acordo com os pressupostos da pesquisa qualitativa preocupação com a origem do produto que estava sendo ofertado para o
de levantamento bibliográfico de forma exploratória, os dados foram cliente, e, com a introdução desse profissional no mercado de trabalho,
levantados em artigos científicos, dissertações e teses disponíveis em sítios vários programas higiênico-sanitários foram criados.
da internet.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RESULTADOS E DISCUSSÃO 1. SERVIÇO de Inspeção Federal (SIF). [S. l.], 29 nov. 2016.
Segundo Silva et al. (2021), a Vigilância Sanitária (VISA) acaba se Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-
tornando um órgão de fundamental importância para o bom funcionamento br/assuntos/inspecao/produtos-animal/sif. Acesso em: 15 nov. 2022.
da saúde, sua importância é compreendida dentro de seus inúmeros 2. SILVA, Hellen Lopes; ALMEIDA, Thamara Venâncio de. Abate
segmentos de atuação e fiscalização, visando proporcionar sempre clandestino de bovinos: Uma reflexão sobre os riscos à saúde pública.
ambientes adequados, higiênicos e padronizados, com produtos dentro da Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano
validade, sem violação e com procedência (GALO; ARNS, 2016). Para 06, Ed. 02, Vol. 11, pp. 139-170. Fevereiro de 2021
Cruz e Schneider (2010), o médico veterinário deve ser inserido em todas 3. GALO, B.M.F.; ARNS, E.M.C. Legislação Pertinente ao Médico
as fases da produção industrial, acompanhando as instalações e a forma de Veterinário Responsável Técnico na Indústria da Carne: Frigoríficos.
manejo desses animais, a qualidade e a segurança alimentar são um dos Revista Eletrônica Biociências, Biotecnologia e Saúde, v. 6, n. 15, p.
princípios dos abatedouros regularizados. Para receber o selo de inspeção, 155-157, 2016.
o produtor deve se atentar para as condições física e instrumental, que 4. CRUZ, F.; SCHNEIDER, S. Qualidade dos alimentos, escalas de
garantam o bem-estar e a comodidade dos animais, causando o menor produção e valorização de produtos tradicionais. Revista Brasileira de
impacto possível na saúde do animal (SINAN, 2014). De acordo com Dias Agroecologia, [s. l.], v. 5, n. 2, p. 22-38, 2010.
e Castro (2012), o processo de denúncia, investigação de surtos 5. SINAN. Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
alimentares, coleta de amostras de preparações e análise dos resultados dos Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,
laudos alimentares acaba sendo atribuição da equipe da vigilância, isso Departamento de Vigilância Epidemiológica, Coordenação Geral de
ocorre na tentativa de assegurar produtos de qualidade, a maioria dessas Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília, 2014.
atividades é feita de forma educativa (PESSOA; DUARTE, 2011). Para 6. TIGRE, J.S.; LEITE, P.A.G.; DIAS, R.C. Principais causas de
Azevedo (2015), toda ação da vigilância é assegurada por instrumentos condenação de rins de bovinos que foram abatidos no Matadouro
operacionais, formulários, legislações, profissionais especializados e apoio Municipal de Itabuna, Bahia. PUBVET, Londrina, V. 6, N. 24, Ed.
jurídico para orientar as ações dentro das constitucionais. Muitas das vezes, 211, Art. 1409, 2012.
ao inspecionar alguns estabelecimentos, é necessário aplicar advertências, 7. AZEVEDO, E. O ativismo alimentar na perspectiva do locavorismo.
infrações e penalidades para os responsáveis (TIGRE et al., 2012). De Ambiente & Sociedade, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 81-98, 2015.
acordo com Soares et al. (2011), toda vez que um produto é comercializado 8. PESSOA, F.F.; DUARTE, K.M.R. Qualidade da carne bovina:
fora dos padrões de normalidade e segurança alimentar, o estabelecimento processo de abate e contaminação causada por Escherichia coli.
é advertido, entre as infrações, pode-se destacar a venda de produtos PUBVET, v. 5, p. Art. 1238-1244, 2011.
vencidos, com embalagens violadas e falta de alvarás dentro do 9. SOARES, N.F.F.; SILVA, D.F.P.; CAMILLOTO, G.P.; OLIVEIRA,
estabelecimento. Partindo desse pressuposto, a inspeção de POA acaba se C.P.; PINHEIRO, N.M.; MEDEIROS, E.A.A. Uso de revestimento
28 tornando obrigatória pela segurança do produto final ao consumidor comestível e conservação pós- 56 colheita de goiaba. Revista
(SANTOS, 2003). Segundo Marra et al. (2017), a inspeção dos locais que Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, p. 281 - 289, 2011.
produzem alimentos de origem animal deve seguir pilares básicos como a 10. SANTOS FILHO, Roberto Lemos. Proibição de venda de carne
observação da carcaça, vísceras, órgãos e avaliação do animal, em geral, bovina contaminada por anabolizante: ação civil pública contra a
fazendo a identificação de todos os membros: cabeça, órgãos e carcaça União. Jus Navigandi, Teresina, v. 8, n. 62, fev. 2003.
(SOARES et al., 2014). Analisar partes do animal (vísceras e carcaças) 11. MARRA, G.C. et al. Avaliação dos riscos ambientais na sala de abate
facilita a compreensão de patologias ou agentes patológicos mais comuns de um matadouro de bovinos. Saúde em Debate, v. 41, p. 175-187,
naquela região, possibilita estimar uma perda econômica e criar métodos 2017.
de prevenção dessas condenações, ao conhecer os principais problemas 12. SOARES, L.S. et al. Microbiologia da carne bovina “in natura”
que estão ocasionando prejuízos serão criadas ações de combate que comercializada nas feiras livres do recôncavo baiano. Revista
podem ser de nível matadouro, frigorífico ou produtor (PEREIRA, 2011). Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, v. 8, n. 3, p. 185-197, 2014.
13. PEREIRA, Arisa Mandarino Pereira. Causes of carcasses and
organs of cattle in slaughterhouses under SIF in Maranhão state,
Brazil: historical trend and economic losses. 2011.

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