Recursos 2
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Sumário
2 - Título Executivo......................................................................................................................................... 5
5.3 - Fase de expropriação de bens (Artigo 888 da CLT e art.13 Lei nº 5584/1970) ............................... 16
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TEORIA GERAL DA EXECUÇÃO E PEÇAS
PROCESSUAIS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Olá, queridos alunos.
Nesta aula, iremos estudar os procedimentos da execução no processo do trabalho, analisando a execução
provisória, definitiva, liquidação de sentença e todas as peças processuais cabíveis nesta fase processual.
As peças prático-profissionais da fase executória já foram cobradas pela OAB, na modalidade de embargos
à execução e de terceiros.
Logo, tenham uma maior atenção a estas peças, especialmente, quanto aos temas que envolvem esta fase,
já que a estruturação destas segue a de uma inicial, então, acredito que neste sentido não terão maiores
problemas.
Inicialmente, quanto aos preceitos legais que regem esta fase, deveremos nos valer da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT) e leis esparsas e, de forma subsidiária da Lei de Execuções Fiscais, e por fim, aplicar o
Código de Processo Civil, seguindo esta ordem preferencial (art. 889 da CLT e Art. 3º, XVI, IN 39/2016), caso
a CLT seja omissa acerca de determinada matéria.
Nesse sentido:
Por fim, na Justiça do Trabalho prevalece o entendimento de que a execução judicial é uma fase processual.
Ultrapassado este aspecto inicial, vamos nos aprofundar na execução trabalhista, nos tópicos que seguem.
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EXECUÇÃO NO PROCESSO DO TRABALHO E SUAS
PECULIARIDADES
A execução, regulamentada no artigo 876 e seguintes da CLT, tem a finalidade proporcionar a satisfação do
credor determinada por título executivo judicial, devendo ser útil ao credor e não onerosa ao devedor.
Assim, não haverá execução sem título, quer seja judicial ou extrajudicial.
Desta forma, antes de qualquer estudo, devemos observar as premissas da execução, ou seja, os princípios
balizares que regem a execução no processo do trabalho, quais sejam:
Princípio da Efetividade: A execução trabalhista deve ocorrer no menor tempo possível, pois estão
envolvidas verbas de caráter alimentar.
Princípio da Dignidade da pessoa do devedor: A execução não pode atingir bens indispensáveis ao sustento
do réu e sua família.
Contudo, a Lei Complementar nº 150/2015, artigo 46, revogou este dispositivo, motivo
pelo qual, atualmente, também é vedada a penhora do bem de família, mesmo para ações
propostas por empregado doméstico.
Princípio da Patrimonialidade: A execução gera efeitos no patrimônio do devedor, e não no seu corpo, logo,
ninguém pode ser preso por dívida. Exceção: Pensão alimentícia.
Princípio da execução menos gravosa: Quando a execução puder ser realizada de diversas formas, deverá
se dar preferência àquela que gerar menos prejuízo ao devedor.
Vale ressaltar que é válido o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado para garantir
crédito do exequendo, não sendo cabível mandado de segurança, já que obedece à gradação prevista no art.
835 do CPC.
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Art. 805. Quando por vários meios o exequente puder promover a execução, o juiz
mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o executado.
Parágrafo único. Ao executado que alegar ser a medida executiva mais gravosa incumbe
indicar outros meios mais eficazes e menos onerosos, sob pena de manutenção dos atos
executivos já determinados.
*Estudar artigos 805 (execução menos gravosa – Ex.: penhora online) e 835 do CPC (ordem
de preferência da penhora), bem como a Súmula n. 417 do TST.
Princípio da Iniciativa ex officio/de ofício: O magistrado poderá em determinadas hipóteses legais promover
a execução de ofício, salvo quando tratar-se de execução provisória, liquidação por artigos, a qual esta
envolve provas, e execução definitiva, quando as partes estiverem representadas por advogado (artigo 878
da CLT)
Ex.: O magistrado pode desconsiderar a personalidade jurídica da empresa; colocar empresas do mesmo
grupo econômico no polo passivo da demanda.
- Qualquer interessado;
Neste sentido, a Reforma Trabalhista alterou o artigo 878 da CLT para determinar que: A execução será
promovida a requerimento das partes, ficando limitada a execução de ofício, ou seja, o impulso oficial
apenas nos casos em que as partes não estiverem representadas por advogados.
Princípio da mitigação do contraditório: Nos termos do artigo 884, §1º, CLT, na fase de execução, a defesa
é limitada, pois já se encerrou a fase de conhecimento.
Princípio da limitação expropriatória: A execução abrange apenas o que for necessário para pagar a dívida,
ou seja, apenas poderá atingir a quantidade de bens necessários para garantia da execução, não devendo se
operar de forma excessiva e nem tampouco gravosa ao executado.
Princípio da Responsabilidade das custas pelo executado: Nos termos do art. 789 – A, CLT, no processo de
execução são devidas custas, sempre de responsabilidade do executado e pagas ao final.
2 - Título Executivo
Os títulos executivos podem ser judiciais ou extrajudiciais. Desta forma, são considerados primordialmente
títulos executivos no processo do trabalho, entre outros:
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• Decisões transitadas em julgado (artigo 876 da CLT);
JUDICIAIS • Decisões com recurso sem efeito suspensivo e;
• Acordos não cumpridos (artigo 876 da CLT).
O rol acima é meramente exemplificativo, cabendo outros títulos, como por exemplo:
1) Artigo 114, VII, CF - Autoriza a competência da Justiça do Trabalho, para a execução fiscal,
permitindo, portanto, a execução das multas impostas pela fiscalização do trabalho inscritas na
Certidão da Dívida Ativa da União.
2) Artigo 13 da IN/39 do TST – Possibilita a aplicação do artigo 784, I do CPC, de forma a autorizar a
execução na Justiça do Trabalho de cheque e nota promissória, quando estes forem decorrentes da
relação de emprego/trabalho.
3) Artigo 507-A, CLT – Sentença Arbitral não cumprida poderá ser executada na Justiça do Trabalho (art.
31 da Lei 9.307/1996). Neste sentido, prevê a CLT:
“Nos contratos individuais de trabalho cuja remuneração seja superior a duas vezes o limite
máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de Previdência Social, poderá ser
pactuada cláusula compromissória de arbitragem, desde que por iniciativa do empregado
ou mediante a sua concordância expressa, nos termos previstos na Lei no 9.307, de 23 de
setembro de 1996.”
Por fim, ressalto aspecto já mencionado anteriormente, mas que, neste momento, considero de extrema
importância, acerca da possibilidade de a Justiça do Trabalho executar contribuições previdenciárias
decorrentes de sentença ou acordo, conforme Súmula n. 368, I do TST:
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3 - Competência para Execução.
Art. 877 - É competente para a execução das decisões o Juiz ou Presidente do Tribunal que
tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio.
Art. 877-A - É competente para a execução de título executivo extrajudicial o juiz que teria
competência para o processo de conhecimento relativo à matéria.
O artigo 877, da CLT regulamenta a matéria e nos deixa claro que na hipótese de título judicial, a
competência para sua execução será a do juízo que proferiu a sentença ou que homologou o acordo.
Quando tratar-se de título extrajudicial o artigo 877-A, CLT prevê que a competência para execução deve
observar a regra da fase de conhecimento, qual seja, a do artigo 651, da CLT.
➢ EXECUÇÃO PROVISÓRIA
A execução provisória poderá se iniciar, quando houver sentença, não transitada em julgado, com recurso
pendente de julgamento, sendo esse sem efeito suspensivo. Assim, tendo o recurso apenas efeito
devolutivo, e sem suspensivo, possível torna-se o início da execução provisória, a qual segue até a penhora,
ou seja, sem que haja, como regra, atos de expropriação de bens, apenas constrição.
Assim, em se tratando de execução da sentença que ainda não tenha transitado em julgado e que possui as
seguintes peculiaridades:
SENTENÇA - V.T
Execução Provisória
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Art. 520. O cumprimento provisório da sentença impugnada por recurso desprovido de
efeito suspensivo será realizado da mesma forma que o cumprimento definitivo,
sujeitando-se ao seguinte regime:
IV - o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que importem
transferência de posse ou alienação de propriedade ou de outro direito real, ou dos quais
possa resultar grave dano ao executado, dependem de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.
✓ Na hipótese de reforma da sentença em razão de recurso, o exequente será responsável pelo
pagamento de eventuais prejuízos do executado;
✓ A execução provisória se dá através de carta de sentença, tendo em vista que os autos principais
estarão no Tribunal para julgamento de recurso;
✓ A Súmula 417 do TST foi recentemente alterada permitindo, após a vigência do novo CPC, a penhora
de dinheiro em sede de execução provisória, ainda que o executado possua outros bens. Cabe
destacar, que antes da vigência do novo CPC, a penhora de dinheiro não era possível em execução
provisória, quando o executado possuía outros bens. Observe o preceito legal mencionado:
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em
dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à
gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC
de 1973).
➢ EXECUÇÃO DEFINITIVA
A execução definitiva ocorre quando se estiver diante de uma sentença / acórdão já transitado em julgado,
podendo iniciar-se a requerimento da parte, ou ainda, de ofício pelo juiz, quando as partes não estiverem
representadas por advogados.
Ademais, a execução definitiva, diferentemente da provisória, não se limita a penhora, sendo nesta fase
praticados atos de constrição e expropriação do bem, haja vista que presente o trânsito em julgado.
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SENTENÇA / ACÓRDÃO
Transitado em Julgado
Execução Defintiva
*Executado: Embargos à
Pagamento; Garantia do execução (*Garantido do
Juízo) Sentença
Juízo; Inércia *Exequente: Impugnação
a sentença de liquidação.
Agravo de Petição
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5 - Liquidação e Execução
Quando no processo se estiver diante de uma sentença ilíquida, necessário se fará a sua liquidação, a qual
poderá se dar por: Cálculos, Arbitramento, ou ainda, por Artigos / Procedimento Comum.
✓ Cálculos: É quando a liquidação se dará através de simples cálculos aritméticos, já que a sentença
não exige maiores elementos para a sua apuração, conforme Súmula n. 200 e 211 do TST.
✓ Por Artigos ou Procedimento Comum: Artigo 879 da CLT –Quando na liquidação há necessidade de
se alegar e provar fatos novos, deverá se valer deste procedimento para, assim, individualizar o
objeto da condenação.
Assim, quando proferida a sentença, e sendo esta ilíquida, iniciar-se-á a fase de liquidação. Nesse sentido,
vale ressaltar que na fase de execução não mais será possível discutir matéria referente à causa principal do
processo.
Na liquidação por cálculos, os cálculos poderão ser apresentados pelas partes, pelos órgãos auxiliares da
Justiça do Trabalho, ou ainda, pelo perito, segundo critério determinado pelo juiz.
Apresentados os cálculos, o magistrado deverá abrir às partes, reclamante e reclamada, prazo comum de 08
(oito) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob
pena de preclusão – Artigo 879, § 2º da CLT.
A União também será intimada a se manifestar acerca das contribuições previdenciária no prazo de dez dias,
conforme Artigo 879, § 3º da CLT.
Em sequência, o magistrado proferirá sentença de liquidação, a qual poderá ser impugnada, quando
garantido o juízo, por meio de embargos à execução (executado) e impugnação à decisão (ou sentença) de
liquidação (exequente).
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Liquidação de Apresentação de
Sentença
Sentença Cálculos
Uma vez proferida a sentença de liquidação pelo magistrado, em ato sequencial, se expedirá o Mandado de
Citação, Penhora e Avaliação - MCPA. Neste sentido, tome nota do art. 880, da CLT:
Assim, quando citado, o executado, no prazo de 48 horas, poderá adotar um dos três procedimentos:
I. Pagar a quantia devida e apurada na execução, e colocando, assim, fim ao processo, conforme
artigo 881, CLT;
II. Garantir a execução depositando o valor correspondente, nomeando bens a penhora (artigo
882 da CLT), ou ainda, através de seguro-garantia judicial. Tal procedimento não acaba com
a fase processual, prosseguindo-se com as ferramentas da execução, uma vez que garantido
o juízo.
III. Inércia do executado, o que em tal situação, gerará a penhora dos seus bens, nos termos do
artigo 883 da CLT.
Assim, caso o executado não tenha indicado bens e nem pago a dívida, terá penhorado tantos bens, quantos
sejam necessários para a garantia do juízo, observada a ordem de preferência da penhora, contida no artigo
835 do CPC. Observe:
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IV - veículos de via terrestre;
V - bens imóveis;
VI - bens móveis em geral;
VII - semoventes;
VIII - navios e aeronaves;
IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias;
X - percentual do faturamento de empresa devedora;
XI - pedras e metais preciosos;
XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária
em garantia;
XIII - outros direitos.
Art. 882. O executado que não pagar a importância reclamada poderá garantir a execução
mediante depósito da quantia correspondente, atualizada e acrescida das despesas
processuais, apresentação de seguro-garantia judicial ou nomeação de bens à penhora,
observada a ordem preferencial estabelecida no art. 835 da Lei no 13.105, de 16 de março
de 2015 - Código de Processo Civil.
Art. 883 - Não pagando o executado, nem garantindo a execução, seguir-se-á penhora dos
bens, tantos quantos bastem ao pagamento da importância da condenação, acrescida de
custas e juros de mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a partir da data em que for
ajuizada a reclamação inicial.
Art. 883-A. A decisão judicial transitada em julgado somente poderá ser levada a protesto,
gerar inscrição do nome do executado em órgãos de proteção ao crédito ou no Banco
Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), nos termos da lei, depois de transcorrido o
prazo de quarenta e cinco dias a contar da citação do executado, se não houver garantia
do juízo.
Há alguns bens que são tidos como impenhoráveis, ou seja, se ainda assim realizado, estaremos diante de
uma ilegalidade. Nesse sentido, prevê o artigo 833 do CPC:
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IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de
aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas
por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os
ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2o;
V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens
móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado;
VI - o seguro de vida;
VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela
família;
IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos;
XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da
lei;
XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de
incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra.
§ 1º A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem,
inclusive àquela contraída para sua aquisição.
§ 2º O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para
pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às
importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição
observar o disposto no art. 528, § 8o, e no art. 529, § 3o.
§ 3º Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os
implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual
produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam
vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza
alimentar, trabalhista ou previdenciária.
A nomeação de bens à penhora, ou ainda, a penhora de bens realizada pelo magistrado, deverá ocorrer em
conformidade com a ordem contida no artigo 835 do CPC e 882 da CLT. Nesse sentido, cumpre destacar que
a penhora em dinheiro possui preferência sobre outros bens.
No mais, a penhora sobre determinado percentual do faturamento da empresa nunca poderá ser total, de
forma que se isso ocorrer, o executado poderá questionar sua legalidade por meio das ferramentas próprias
da execução, já que tal penhora não pode comprometer o funcionamento da empresa, conforme OJ 93 SDI-
II TST:
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Nos termos do art. 866 do CPC de 2015, é admissível a penhora sobre a renda mensal ou
faturamento de empresa, limitada a percentual, que não comprometa o desenvolvimento
regular de suas atividades, desde que não haja outros bens penhoráveis ou, havendo
outros bens, eles sejam de difícil alienação ou insuficientes para satisfazer o crédito
executado.
Assim, além da ordem de preferência, a ser observada, sob os bens passíveis de penhora, deve-se também
atentar-se aos bens impenhoráveis, conforme artigo 833, CPC:
Ademais, também deve ser observada, a impenhorabilidade do bem de família previsto na Lei 8009/90, a
qual foi recentemente alterada com a revogação do inciso I, do artigo 3º, este que autorizava a penhora do
bem de família quando se tratava de dívidas de empregado doméstico. Agora, com tal revogação legislativa,
a impenhorabilidade do bem de família na Justiça do Trabalho trona-se absoluta, não se admitindo qualquer
exceção frente à proteção do bem de família, inclusive, para pessoa solteira, divorciada ou viúva (Súmula n.
364, STJ).
Na execução definitiva, o juiz poderá realizar a penhora on-line, inclusive afastando outro bem já nomeado
à penhora pelo executado, nos termos da Súmula n. 417, TST:
I - Não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em
dinheiro do executado para garantir crédito exequendo, pois é prioritária e obedece à
gradação prevista no art. 835 do CPC de 2015 (art. 655 do CPC de 1973).
II - Havendo discordância do credor, em execução definitiva, não tem o executado direito
líquido e certo a que os valores penhorados em dinheiro fiquem depositados no próprio
banco, ainda que atenda aos requisitos do art. 840, I, do CPC de 2015 (art. 666, I, do CPC
de 1973).
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No mais, o bloqueio de dinheiro e sua conversão em penhora deve observar o procedimento do artigo 854
do CPC:
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Assim, depois de garantido o juízo, com a penhora, pagamento ou indicação de bens, no prazo de 05 dias, o
executado poderá apresentar embargos à execução, e o exequente impugnação a sentença de liquidação.
Diante de tais ferramentas processuais utilizadas pelas partes, o magistrado proferirá uma sentença, frente
a qual será cabível recurso de Agravo de Petição, no prazo de 8 (oito) dias, para o TRT correspondente, e
com fundamento no artigo 897 da CLT. O TRT se pronunciará acerca do Agravo de Petição, e frente a esta
decisão será oponível Recurso de Revista ao TST, por violação Constitucional (Súmula n. 266, TST), o qual
também proferirá um acórdão, e em havendo nova violação constitucional, será possível opor Embargos
de Divergência ao TST (Súmula n. 433 do TST).
Em última análise, caso a decisão do TST confronte preceitos constitucionais, cabível será a propositura
de Recurso Extraordinário, ao STF, em última análise jurisdicional.
Nesse sentido:
Em tal situação, nos termos do artigo 888, CLT, o arrematante deve pagar de imediato 20% do valor devido
e, o saldo restante em 24 horas.
Observe que a IN n. 39 do TST, autoriza a aplicação do artigo 895, CPC, o qual prevê a possibilidade de
parcelamento do lance.
✓ REMIÇÃO – Em tal hipótese, o executado paga o valor integral da execução, evitando a alienação do
seu bem já penhorado.
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Não confunda RemiÇão com RemiSSão, esta que consiste no perdão da dívida, e não se
aplica na Justiça do Trabalho, em razão da irrenunciabilidade dos Direitos Trabalhistas.
Por fim, ainda é possível alegar eventuais irregularidades na fase de expropriação por meio dos Embargos à
Arrematação, ou seja, este meio de defesa será utilizado pelo executado para se alegar vício na alienação
do bem (OJ 66 da SDI-II/TST), no prazo de cinco dias, contados a partir da adjudicação ou arrematação do
bem. Ou seja, os embargos à execução é gênero do qual os embargos à penhora, à arrematação e
adjudicação são espécies.
Tal peça processual é endereçada para o juízo da execução, devendo o adquirente do bem ser intimado
sobre os Embargos para manifestação. Após análise, o magistrado proferirá decisão, e desta caberá Agravo
de Petição.
1 - Embargos à Execução
Fundamentação: Artigo 884 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o artigo 319 do
Código de Processo Civil (CPC), aplicado ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 e 889 da CLT e
artigo 15 do CPC.
OBS.: A fundamentação, em complemento, também poderia ser no Artigo 525 e 917 do CPC, mas para fins
de prova, o embasamento principal é o artigo 884 da CLT, combinado com o artigo 319 do Código de
Processo Civil (CPC), aplicado por força do artigo 769 e 889 da CLT e artigo 15 do CPC.
Conceito: Trata-se de uma ação incidental na execução, a qual o executado poderá alegar vícios ocorridos
nesta fase, em especial:
- Cumprimento da Decisão;
- Cumprimento do Acordo;
- Quitação; e
- Prescrição.
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É válido esclarecer que para utilização dos embargos à execução, como regra, necessário se faz a garantia
prévia do juízo, esta que pode se caracterizar pelo depósito do valor, nomeação de bens à penhora, ou ainda,
pela penhora de bens propriamente dita.
Logo, não há como embargar sem que o juízo esteja garantido, em regra.
A exceção a tal regramento encontra-se prevista no artigo 884, parágrafo sexto da CLT:
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
(...)
§ 6º A exigência da garantia ou penhora não se aplica às entidades filantrópicas e/ou
àqueles que compõem ou compuseram a diretoria dessas instituições.
A única hipótese de se questionar aspecto da execução sem que haja a garantia do juízo é por
meio de exceção de pré-executividade, este de criação doutrinária e jurisprudencial, para a
pessoa que não tem condições de garantir a execução.
A exceção de pré-executividade não tem prazo estipulado, sempre cabível quando se ferir
matéria de ordem pública.
Observe que a Fazenda Pública não necessita garantir o juízo porque seus bens são impenhoráveis.
Natureza Jurídica: É o meio processual de defesa do executado, mas a doutrina majoritariamente entende
como a sua natureza jurídica sendo de ação.
Prazo: Cinco dias a partir da garantia do juízo, quando tratar-se de Fazenda Pública, o prazo será de trinta
dias (art. 884 da CLT c/c Lei 9494/97).
Contraditório: Os Embargos à Execução possuem natureza de ação, por isso, o contraditório se exerce por
meio de impugnação. Nesta fase, é possível a oitiva de testemunhas, desde que haja necessidade, de fato,
conforme art. 884, parágrafo segundo da CLT.
Recurso frente aos Embargos: Da decisão dos embargos à execução caberá à interposição do recurso de
agravo de petição (art. 897, “a” da CLT). Sendo importante ressaltar que é cabível agravo de petição em
decisão que acolhe ou não embargos à execução, bem como da decisão que julga procedente ou
improcedente os embargos.
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A Súmula 327 do STF afirmava o seu cabimento já
anteriormente a reforma trabalhista, o que veio a ser
reforçado pelo artigo 11-A da CLT, o qual determina o
cabimento da prescrição intercorrente no prazo de dois
anos, diante da inercia do exequente em cumprir o ato.
A prescrição trata-se de matéria dos Embargos à
Execução, nos termos do art. 884, §1º da CLT, bem como
a do art. 40 da Lei de Execução Fiscal - LEF, Lei 6830/80,
aplicada subsidiariamente por força do art. 889 da CLT.
A desconsideração da personalidade jurídica ocorre
quando houver a responsabilização do patrimônio dos
sócios.
Se o incidente se der no processo de conhecimento,
dessa decisão não cabe recurso; já em sede do processo
de execução, diante da decisão do incidente cabível
seráo agravo de petição. Neste sentido, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica está previsto
no artigo 855-A da CLT e arts. 133 a 137 do CPC.
Neste sentido, tome nota:
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sócio torna-se parte, e cabível serão os embargos à
execução, como meio de impugnação.
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No mesmo sentido, o Art. 1003, parágrafo único e 1032
do Código Civil, conforme preconizado pela
jurisprudência do TST, estabelece que:
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- Já quando se tratar de imóvel rural, a
impenhorabilidade se restringe à sede de moradia, com
os respectivos bens móveis.
INAPLICABILIDADE DA MULTA - ART. 523, A CLT possui regulamentação própria acerca do tema -
§1º, CPC. artigo 880, da CLT.
1. ENDEREÇAMENTO DO JUÍZO
2. NÚMERO DO PROCESSO
3. PREÂMBULO - nome da embargante (já qualificado), advogado, nome do embargado (já qualificado), opor
Embargos à Execução com fulcro no artigo 884 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com
o artigo 319 do Código de Processo Civil (CPC), aplicado ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 e
889 da CLT e artigo 15 do CPC.
XXX, já qualificado, vem à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve
(endereço profissional completo com CEP), nos autos da ação em epígrafe, movida por ZZZ, já
qualificada, vêm, perante Vossa Excelência, opor EMBARGOS À EXECUÇÃO, com fulcro no artigo 884 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o artigo 319 do Código de Processo Civil (CPC),
aplicado ao Processo do Trabalho por força do artigo 769 e 889 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos motivos
de fato e de direito a seguir explanados:
Atenção: Observe que se este for o primeiro momento processual de manifestação do executado no
processo, ele deverá, então, ser qualificado, já que não o foi antes.
4. DOS FATOS
Resumo da demanda.
*Interessante revela-se abrir um tópico, posterior, aos fatos, denominado como “Requisitos
Específicos”, com intuito de demonstrar que o juízo está totalmente garantido, nos termos do Artigo
880 da CLT.
5. DO DIREITO
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- Valor da causa;
- Protesto por provas;
- Encerramento.
Diante do exposto, requer-se a procedência dos embargos à execução, de forma que sejam acolhidos
todos os argumentos supracitados, em especial, no que se refere a ...
Requer, ainda, a notificação/citação do embargado, para que, querendo, apresente a sua defesa.
O Embargante informa, por fim, que nos termos do artigo 789-A, V, da CLT, no processo de execução são
devidas custas processuais, as quais são de responsabilidade do executado, mas pagas tão somente ao
final.
Ainda, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB Nº...
Rômulo Delgado Silva, brasileiro, viúvo, empresário, portador da identidade 113, CPF 114, residente e
domiciliado na Avenida Brás Montes, casa 72 – Boa Vista – Roraima – CEP 222, em entrevista com seu
advogado, declara que foi sócio da pessoa jurídica Delgado Jornais e Revistas Ltda., tendo se retirado há 2
anos e 8 meses da empresa; que foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em sua residência,
que da primeira vez o citou para pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 150.000,00, oriunda da 50ª
Vara do Trabalho de Roraima, no Processo XXX e, em seguida, 48 horas depois, retornou e penhorou o imóvel
em que reside, avaliando-o, pelo valor de mercado, em R$ 180.000,00; que tem apenas esse imóvel, no qual
reside com sua filha, já que viúvo; que o Oficial de Justiça informou que há uma execução movida pela ex-
empregada Sônia Cristina de Almeida contra a empresa que, por não ter adimplido a dívida, gerou o
direcionamento da execução contra os sócios; que foi ao Fórum e fotocopiou todo o processo, agora
entregue ao advogado; que nas contas homologadas, sem que a parte contrária tivesse vista, foi verificado
que a correção monetária foi calculada considerando o mês da prestação dos serviços, ainda que a sentença
fosse omissa a respeito; que, ao retornar para penhorar o imóvel, o oficial informou que a dívida havia
aumentado em 10%, porque o juiz aplicou a multa do artigo 523, §1º, NCPC.
23
39
Diante do que foi exposto, elabore a medida judicial adequada para a defesa dos interesses do entrevistado,
considerando a vigência da reforma trabalhista, e sem criar dados ou fatos não informados.
Queridos, antes de transcrever a peça com vocês, quero a sua atenção, neste ponto: Quando
esta peça prática foi exigida pela OAB, na época, houve grandes discussões acerca do tema, já
que alguns entendiam ser cabíveis Embargos à Execução, e outros, Embargos de Terceiro, já
que o enunciado deixa claro que a pessoa executada, Rômulo, já havia se retirado da sociedade
há 2 anos e oito meses, o que tecnicamente eximiria a sua responsabilidade.
No entanto, observem que o que torna uma pessoa parte no processo é a citação / notificação, conforme
entendimento doutrinário e jurisprudencial. No entanto, quando você tem o seu bem penhorado sem ter
sido citado, claramente estaríamos diante de um Embargos de Terceiro, já que nem parte do processo você
era.
No caso apresentado, foi informado que Rômulo “foi surpreendido com a visita de um Oficial de Justiça em
sua residência, que da primeira vez o citou”, logo, uma vez que citado, Rômulo se torna parte do processo,
ainda que parte ilegítima, a ser alegável em Embargos à Execução, e não, Embargos de Terceiro.
Processo nº XXX
Rômulo Delgado Silva, brasileiro, viúvo, empresário, filiação, data de nascimento, portador da identidade
113, CPF 114, residente e domiciliado na Avenida Brás Montes, casa 72 – Boa Vista – Roraima – CEP 222,
vem, à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que esta subscreve (endereço profissional
completo com CEP), nos autos da ação em epígrafe, movida por Sônica Cristina de Almeida, já qualificada,
opor EMBARGOS À EXECUÇÃO, com fulcro no artigo 884 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
combinado com o artigo 319 do Código de Processo Civil (CPC), aplicado ao Processo do Trabalho por força
do artigo 769 e 889 da CLT e artigo 15 do CPC, pelos motivos de fato e de direito a seguir explanados:
I – DO RESUMO DA DEMANDA
Em sede de execução movida pela ex-empregada Sônia Cristina de Almeida contra a empresa, Delgado
Jornais e Revistas Ltda., e pelo seu não adimplemento, observou-se o direcionamento da execução contra
os sócios, em especial, Rômulo Delgado Silva, condenando-o ao pagamento de diversos haveres
trabalhistas, quando já havia se retirado da empresa há 2 anos e 8 meses.
O sócio foi citado pelo oficial de justiça, e na sequencia teve penhorou o imóvel em que reside com sua
filha, além de outras consequências, como a multa do artigo 523, §1º, CPC e correção monetária.
II. DO DIREITO
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Conforme observado nos autos do processo, o embargante teve direcionado contra si a execução
trabalhista movida contra a empresa, Delgado Jornais e Revistas Ltda., e não adimplida.
No entanto, observa-se que o embargante não pode ter a execução direcionada contra si, pois se retirou
da sociedade há mais de 2 anos, conforme artigo 1.003, parágrafo único do CCB e artigo 10-A da CLT, o
que confirma a não existência de responsabilidade perpétua dos sócios.
Isso porque, o artigo 832 do CPC estabelece que são impenhoráveis os bens que a lei assim dispuser. Neste
sentido, cabe destacar que o legislador conferiu a qualidade de impenhorabilidade ao bem de família,
sendo o caso do imóvel onde o executado resida, se este for seu único bem, a teor do disposto no artigo
1º da Lei 8.009/90.
Desta forma, necessária se faz a ordem de desbloqueio do bem indevidamente penhorado, por se tratar
de bem de família do embargante.
Além dos argumentos acima expostos, nos autos da presente execução, observa-se que a correção
monetária foi calculada considerando o mês da prestação dos serviços, sendo a sentença, ainda, omissa,
quanto a estes termos.
No entanto, conforme Súmula n. 381 do TST, a correção monetária deve ser calculada pelo índice do mês
seguinte ao da prestação dos serviços, e não considerando o próprio mês, como observado no presente
caso.
Desta forma, requer-se uma reanalise da aplicação da correção monetária, adequando-a ao índice do mês
seguinte ao da prestação dos serviços.
Na presente execução, o embargante foi surpreendido com a decisão do magistrado em aumentar o seu
débito em 10%, em razão da aplicação da multa do artigo Art. 523, §1º, CPC.
No entanto, a decisão do magistrado revela-se equivocada, haja vista que a multa do artigo Art. 523, §1º,
CPC, é indevida no Processo do Trabalho, o qual possui regramento próprio, ou seja, não se revela omisso,
ao prever prazo para pagamento de 48 horas, sob pena de penhora, conforme artigo 880, da CLT.
25
39
Nestes termos, requer-se a inaplicabilidade da multa do art. Art. 523, §1º, CPC, com a consequente análise
dos presentes cálculos em sede de execução.
Por todo o exposto, requer o recebimento e a procedência dos presentes embargos, de forma que sejam
acolhidos os argumentos supramencionados para:
c) Ser alterada a forma de cálculo da correção, adequando-a ao índice do mês seguinte ao da prestação
dos serviços.
d) inaplicabilidade da multa do art. 523, § 1º, do CPC, com a consequente análise dos presentes cálculos
em sede de execução.
Requer-se a citação do Embargado para que, querendo, apresente defesa no prazo legal.
O Embargante informa, por fim, que nos termos do artigo 789-A, V, da CLT, no processo de execução são
devidas custas, as quais são de responsabilidade do executado, mas pagas ao final.
Ainda, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Nesses termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB Nº...
2 - Embargos de Terceiro
Fundamentação: Artigo 674 a 681, CPC (aplicação subsidiária pelo art. 769 da CLT e supletiva segundo o art.
15 do CPC) - A CLT é omissa sobre os embargos de terceiro, motivo pelo qual se aplica o CPC.
Conceito: Os embargos de terceiro é uma medida defensiva daquele que, mesmo sendo estranho à relação
jurídica formada no processo de execução, sofre constrição ou ameaça de constrição, de algum modo, na
sua posse ou no seu direito, por força de penhora, arresto, sequestro, venda judicial, arrecadação, partilha
ou outro ato de apreensão judicial (artigo 674 do CPC).
26
39
Logo, deverá ser oposto por um terceiro que não é parte e nem executado.
Natureza Jurídica: Tem natureza de ação, sendo incidental ao processo de conhecimento ou execução,
objetivando o desbloqueio de bens de terceiro.
Logo, trata-se de uma derivação dos embargos a execução, contudo necessária se faz a qualificação das
partes, já que não fazem parte do processo e, antes não se manifestaram.
Prazo: No processo de conhecimento poderá se alegar, enquanto não houver trânsito em julgado; já em
sede de execução, poderá ser ajuizada em até cinco dias a contar da adjudicação / alienação / arrematação,
sempre antes da assinatura da carta – Artigo 675 do CPC.
Contraditório: Os Embargos de terceiro possui natureza de ação, por isso, o contraditório se exerce por meio
de contestação no prazo de 15 dias, conforme artigo 679 do CPC. Nesse sentido, querendo, o magistrado
poderá instruir para, então, proferir sentença.
Recurso frente aos Embargos: Da decisão dos Embargos de Terceiro caberá a interposição do recurso de
agravo de petição (art. 897, “a” da CLT).
1. ENDEREÇAMENTO
2. NÚMERO DO PROCESSO
4. DOS FATOS
Resumo da demanda.
5. DO DIREITO
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39
- Honorários sucumbenciais;
- Notificação da parte contrária para apresentar defesa;
- Informar acerca do pagamento das custas serem pagas ao final;
- Protesto por provas;
- Valor da causa;
- Encerramento.
Fundamentação: A impugnação à sentença de liquidação está prevista no artigo 884, caput, e § 3º, da CLT;
Conceito: Quando tornada líquida a sentença e garantido o juízo terão as partes prazo de cinco dias para
opor embargos à execução (executado) e impugnação à sentença de liquidação (exequente).
Na mesma oportunidade serão julgados os embargos e a impugnação a sentença, conforme artigo 884, §4º
da CLT.
• Início da liquidação (art 879, CLT): As partes serão intimadas para apresentação dos cálculos,
inclusive das contribuições previdenciárias;
• Prazo para impugnação: Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo deverá abrir às partes prazo
comum de oito dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da
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39
discordância, sob pena de preclusão (Art. 879 §2º e § 3º da CLT). Nesta situação, a União também
será intimada para se manifestar acerca das contribuições previdenciárias no prazo de 10 dias.
• Homologação dos cálculos: A homologação é realizada por meio da chamada, sentença de
liquidação. Ou seja, o juiz homologa os cálculos, sem a oportunidade imediata e sequencial das partes
impugná-los, em especial, por tratar-se de uma decisão com natureza de interlocutória;
• Início da execução: A execução, de fato, inicia-se através do MCPA - mandado de citação, penhora e
avaliação (art 880, CLT);
• Há prazo de 48 horas para o executado garantir o juízo;
• Garantida a execução ou penhorado os bens: o executado poderá opor embargos à execução, com
fulcro no artigo 884, CLT;
• Obs. Dentro dos embargos à execução poderá ser explicitada a tese sobre impugnação à sentença
de liquidação.
• Exequente será notificado para apresentar DEFESA aos embargos a execução. No mesmo momento,
terá prazo para apresentar IMPUGNAÇÃO À SENTENÇA DE LIQUIDAÇÃO.
• Ainda que o executado não apresente embargos à execução, ao exequente será concedido direito ao
contraditório e ampla defesa frente à sentença de liquidação, podendo, desta forma, apresentar
impugnação à sentença de liquidação.
Prazo: Haverá prazo de 5 dias para impugnação da sentença de liquidação. Neste sentido, observe o artigo
884 da CLT:
Art. 884 - Garantida a execução ou penhorados os bens, terá o executado 5 (cinco) dias
para apresentar embargos, cabendo igual prazo ao exequente para impugnação.
§ 1º - A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do
acordo, quitação ou prescrição da divida.
§ 2º - Se na defesa tiverem sido arroladas testemunhas, poderá o Juiz ou o Presidente do
Tribunal, caso julgue necessários seus depoimentos, marcar audiência para a produção das
provas, a qual deverá realizar-se dentro de 5 (cinco) dias.
§ 3º - Somente nos embargos à penhora poderá o executado impugnar a sentença de
liquidação, cabendo ao exequente igual direito e no mesmo prazo.
Recurso frente à Impugnação: Da sentença que julga a Impugnação à sentença de liquidação, caberá às
partes a possibilidade de interpor Agravo de Petição;
Estrutura Da Peça:
29
39
✓ RESUMO DA DEMANDA;
✓ DO DIREITO;
✓ DO PEDIDO;
a) Recebimento e Procedência da impugnação;
b) Notificação do impugnado para manifestar-se (apresentar resposta) no prazo de 5
dias;
c) As custas processuais serão recolhidas ao final, e pelo executado, nos termos do
artigo 789-A, VII da CLT.
d) Protesto por provas;
e) Valor da causa.
✓ ENCERRAMENTO.
4 - Exceção de Pré-Executividade
Fundamentação: A peça em análise não possui nenhum fundamento legal específico por ter origem
doutrinária. Entretanto, torna-se possível utilizar como fundamento o artigo 5º, XXXV da CF.
Conceito:Trata-se de uma espécie de defesa em execução utilizada pelo executado para alegar matéria de
ordem pública, ou seja, vícios na execução, por exemplo, condições da ação, pressupostos processuais,
prescrição, prescrição intercorrente, e outras matérias relevantes.
Neste sentido, observa-se o seu cabimento independente da garantia do juízo pelo executado, ou seja, é
apresentada antes da garantia, inclusive, como forma de evitar que o executado tenha que garantir a
execução para se defender.
No entanto, para fins de prova da OAB, após a garantia do juízo, o executado deverá se utilizar dos embargos
a execução, mas nada impede de no transcorrer do processo a parte se valer da exceção de pré-
executividade, quando necessário, já que esta não possui prazo.
Nesta peça processual, a prova deve ser pré-constituída, e da decisão que julgar a exceção de pré-
executividade cabível será a impugnação por meio de agravo de petição.
Prazo: Não há prazo específico, podendo ser apresentado ao longo do processo, mas quando estiver no
“lugar” dos embargos à execução, deve ser apresentado no prazo de cinco dias.
Estrutura Da Peça:
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✓ Endereçamento completo (juízo da execução);
✓ Processo nº ...
✓ Menção ao excipiente (é o executado já qualificado nos autos);
✓ Verbo: Apresentar;
✓ Identificação da peça: Exceção de Pré-Executividade;
✓ Fundamentação Legal: artigo 5º, XXXV da CF;
✓ Resumo da demanda;
✓ Fundamentação jurídica (em regra, matéria de ordem pública na execução);
✓ Pedido (Recebimento e Procedência da exceção);
✓ Requerimento final (intimação do exequente, para manifestação sobre a exceção);
✓ Encerramento.
5 - Agravo de Petição
Conceito: É o recurso cabível em face da decisão proferida em sede de execução, podendo esta ser ou não
de mérito.
No entanto, no agravo de petição deve haver delimitação da matéria e dos valores impugnados, isto é, não
se admite agravo de petição genérico.
Atenção – Para a prova da OAB, na delimitação dos valores, quando o enunciado não
informar valores, colocar na delimitação dos valores a expressão: “R$ (...)”.
Prazo: O prazo para interposição do agravo de petição é de 8 dias, possuindo efeito meramente devolutivo,
devendo o suspensivo ser requerido por simples petição, nos termos do 1029, § 5º, CPC.
Preparo: Não há que se falar em preparo, quando estiver o juízo garantido (súmula 128, II, TST);
Hipótese de cabimento:
Juízo “a quo” – Juiz ou TRT (quando houver decisão de ação de competência originário do TRT)
Juízo “ad quem” –o TRT, independente se de ação originário do TRT, pois o TST não tem competência para
julgar agravo de petição.
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Pressupostos Específicos: Exige-se a delimitação da matéria e valores impugnados, pois não se admite
agravo de petição genérico.
Obs.: A Súmula n. 416 do TST prevê que não fere direito líquido e certo o prosseguimento da execução
quanto aos tópicos e valores não especificados no agravo, não cabendo, portanto, mandado de segurança.
✓ Endereçamento;
✓ Número do processo;
✓ Menção do agravante, agravado e advogado;
✓ Verbo: interpor;
✓ Nome da peça e previsão legal: art. 897, “a”, da CLT – Agravo de Petição;
✓ Menção das razões que seguem em anexo para apreciação do TRT;
✓ Preparo: Inicialmente, não há depósito recursal, artigo 880 e 884 da CLT, e, caso haja modificação no
valor da condenação, deverá se realizar complementação no pagamento das custas também,
conforme artigo 789-A, IV da CLT;
✓ Notificação do agravado para apresentar contrarrazões ou contraminuta;
✓ Menção ao pressuposto específico, delimitação de matéria e valores impugnados - Art. 897, §1º da
CLT e, se for o caso, súmula 416 do TST.
✓ Encerramento
---------------------------------------
DA MINUTA DO AGRAVO DE PETIÇÃO
Agravante: ....
Agravado: ....
Origem: ....
Egrégio Tribunal,
Colenda Turma,
Nobres Julgadores.
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- Menção ao preenchimento dos pressupostos extrínsecos e intrínsecos, bem como acerca
da delimitação de matéria e valores, conforme artigo 897, §1º da CLT e Súmula n. 416 do
TST.
Resumo da demanda.
III. Do Direito
IV. Da Conclusão
V. Encerramento
Nesses termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB Nº...
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39
PEÇA PRÁTICA - AUTORAL
Por fim, proponho para sua resolução, um exercício do Livro ao qual tenho coautoria, Livro de Revisão e
Treino1, para que vocês possam observar mais uma peça prática, com o seu correlato gabarito para fins
de análise. Observem:
A Churrascaria Movida a Lenha Ltda. foi condenada em Reclamação Trabalhista proposta em 08 de janeiro
de 2013, por Alfredo de Oliveira, em trâmite perante a 60.ª Vara do Trabalho de Aracaju/SE. Na parte
dispositiva da sentença, constam os seguintes termos: “Posto isso, julgo procedente o pedido, para condenar
a Reclamada a pagar ao Reclamante o que se apurar em regular liquidação de sentença a título de adicional
noturno e de 1 hora extra diária, com respectivos reflexos”. Iniciado o cumprimento da sentença, as partes
foram intimadas para apresentar cálculos. Ambos apresentaram suas contas, tendo o juiz homologado os
cálculos apresentados pelo exequente no importe de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais). A Executada foi
devidamente citada para pagamento, porém se manteve inerte. O Reclamante não localizou bens da
empresa para satisfazer a execução e, assim, requereu a desconsideração da personalidade jurídica, o que
restou deferido pelo juiz após a conclusão do respectivo incidente, sendo válido ressaltar que as tentativas
de localização de bens ou valores em dinheiro em nome dos sócios também restaram infrutíferas. Todavia,
o Exequente logrou êxito em localizar um imóvel de propriedade da ex-esposa de um dos sócios da
Churrascaria, a Senhora Mariquinha Franco, cujo divórcio e partilha de bens ocorreu em 06 de fevereiro de
2001, razão pela qual o Reclamante requereu ao juízo que a penhora recaísse sobre tal bem, o que restou
deferido pelo Magistrado.
QUESTÃO: Considerando que a Senhora Mariquinha Franco lhe procura como advogado, apresentando
documento que comprova a data da partilha dos bens, apresente medida a fim de defender os interesses de
sua cliente, considerando a vigência da reforma trabalhista.
GABARITO
✓ ENDEREÇAMENTO COMPLETO.
PROCESSO nº ...
(Distribuição por dependência)
1
PEREIRA, Leone; CONDE, Maria Eugênia; FERREIRA, Priscila; DE JESUS, Vinicius Mota. Revisão e Treino - Caderno de 2ª Fase OAB
- Direito do Trabalho. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
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✓ VERBO: PROPOR OU AJUIZAR
EMBARGOS DE TERCEIRO.
✓ IDENTIFICAÇÃO E PREVISÃO LEGAL DA PEÇA PROCESSUAL.
“Arts. 674 a 681 do CPC, aplicados supletiva e subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força dos
arts. 889 e 769 da CLT e do art. 15 do CPC.”
✓ QUALIFICAÇÃO COMPLETA DO EMBARGADO.
✓ RESUMO DA DEMANDA.
✓ VALOR DA CAUSA.
Dá-se a causa o valor de R$ ...
✓ ENCERRAMENTO.
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QUESTÕES PDF - SEM GABARITO
Por fim, vamos treinar um pouco de questões da banca FGV?
Questão 01 – OAB – FGV – Em uma reclamação trabalhista que se encontra na fase de execução, o
exequente apresentou seus cálculos de liquidação, que foram analisados pelo magistrado e homologados,
no importe de R$ 10.000,00. Em seguida, o executado foi citado para pagar o valor, mas quedou-se inerte.
O juiz, em razão disso, acionou o sistema Bacen-Jud e conseguiu reter R$ 8.000,00. Dez dias após essa
retenção, o executado ajuizou embargos do devedor, afirmando que as contas apresentadas estariam
incorretas e que o valor da dívida seria bastante inferior àquele homologado.
Diante da situação apresentada e dos dispositivos da CLT, responda às indagações a seguir.
A) Na condição de advogado(a) do exequente, se você fosse instado(a) a se manifestar sobre os embargos,
que matéria preliminar sustentaria? Justifique.
B) Caso os embargos de devedor fossem julgados procedentes, que medida judicial poderia ser adotada pelo
embargado para reverter a situação? Justifique
Questão 02 – OAB – FGV – Um estudante de Direito, irresignado pelo fato de sua mãe haver perdido uma
causa trabalhista, estuda com afinco todos os contornos da lide, a doutrina e a jurisprudência correlatas
durante um ano, findo o qual prepara uma ação rescisória, colhe a assinatura de sua mãe na peça e
distribui a ação no prazo legal.
Considerando a situação retratada e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir.
A) Analise a viabilidade da demanda proposta, justificando em qualquer hipótese.
B) Se a mãe do estudante contratasse um(a) advogado(a) para ajuizar a ação rescisória, como se daria a
concessão dos honorários advocatícios sucumbenciais?
Questão 03 – OAB – FGV – José de Souza ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa Vigilância
Ltda., postulando o pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados em
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39
sua integralidade, acrescidos de adicional de 50% (cinquenta por cento), bem como das diferenças
decorrentes da integração dessas quantias nas verbas contratuais e resilitórias. Na peça de defesa, a
reclamada alegou que a supressão dos intervalos para repouso e alimentação foi autorizada em acordo
coletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional do reclamante, colacionando
cópia do referido instrumento normativo cuja vigência alcançava todo o período contratual do autor.
Aduziu, ainda, que a parcela acima prevista possui natureza indenizatória, sendo descabidas as
repercussões postuladas na inicial.
Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados
pelo reclamante?
B) A indenização referente ao intervalo intrajornada deve integrar ou não a base de cálculo das verbas
contratuais e resilitórias do empregado que não tenha gozado dos intervalos intrajornada?
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R.: O embargado deverá interpor agravo de petição, na forma do Art. 897, alínea “a”, da CLT.
Questão 02 – OAB – FGV – Um estudante de Direito, irresignado pelo fato de sua mãe haver perdido uma
causa trabalhista, estuda com afinco todos os contornos da lide, a doutrina e a jurisprudência correlatas
durante um ano, findo o qual prepara uma ação rescisória, colhe a assinatura de sua mãe na peça e
distribui a ação no prazo legal.
Considerando a situação retratada e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir.
A) Analise a viabilidade da demanda proposta, justificando em qualquer hipótese.
B) Se a mãe do estudante contratasse um(a) advogado(a) para ajuizar a ação rescisória, como se daria a
concessão dos honorários advocatícios sucumbenciais?
Questão 03 – OAB – FGV – José de Souza ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa Alfa Vigilância
Ltda., postulando o pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados em
sua integralidade, acrescidos de adicional de 50% (cinquenta por cento), bem como das diferenças
decorrentes da integração dessas quantias nas verbas contratuais e resilitórias. Na peça de defesa, a
reclamada alegou que a supressão dos intervalos para repouso e alimentação foi autorizada em acordo
coletivo firmado com o sindicato representante da categoria profissional do reclamante, colacionando
cópia do referido instrumento normativo cuja vigência alcançava todo o período contratual do autor.
Aduziu, ainda, que a parcela acima prevista possui natureza indenizatória, sendo descabidas as
repercussões postuladas na inicial.
Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos
apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso.
A) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados
pelo reclamante?
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B) A indenização referente ao intervalo intrajornada deve integrar ou não a base de cálculo das verbas
contratuais e resilitórias do empregado que não tenha gozado dos intervalos intrajornada?
a) Procede o pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados
pelo reclamante?
R.: O pedido de pagamento dos valores correspondentes aos intervalos intrajornada não gozados pelo
reclamante não corresponde aos novos regramentos da legislação trabalhista, haja vista a cláusula coletiva
pode pactuar a redução do intervalo para no mínimo trinta minutos, por sua natureza ser tida como
indenizatória, e não considerada norma de saúde e segurança do trabalho, conforme artigo 611-B, parágrafo
único da CLT e Artigo 611-A, III da CLT.
b) indenização referente ao intervalo intrajornada deve integrar ou não a base de cálculo das verbas
contratuais e resilitórias do empregado que não tenha gozado dos intervalos intrajornada?
R.: Não, a parcela prevista no artigo 71, §4º, da CLT não deve integrar a base de cálculo das verbas contratuais
e resilitórias, em razão de sua natureza indenizatória, nos exatos termos do artigo 71, §4º, da CLT.
Priscila Ferreira
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