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PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO

Curso de Estágio 2020


Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Área de Deontologia Profissional


(6 Valores)

05 | DEZEMBRO | 2022
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
(6 Valores)

Apesar de ter obtido a sua cédula profissional há apenas dois anos, António tem sido muito bem-sucedido no
exercício da sua profissão de advogado.
Contribuíram para esse efeito as menções que fez nas redes sociais à sua qualidade de advogado especialista em
Direito Societário, suportadas num curso de pós-graduação nessa área, onde obteve uma boa classificação final. Foi também
essa especialização que esteve na base do convite, que aceitou, de assessorar o grupo parlamentar de um importante partido
na atual legislatura.

António decidiu ampliar o seu escritório e comprou uma fração autónoma de grandes dimensões, onde instalou
o seu novo escritório, e também o da sua namorada Berta, licenciada em gestão, que pretendia iniciar a sua carreira de técnica
oficial de contas. Era também intenção de ambos, no curto prazo, constituírem uma sociedade que prestasse serviços
integrados de advocacia e planeamento fiscal.

Já no seu novo escritório, António foi contactado por Carlos, no sentido de o patrocinar numa ação de
responsabilidade civil a instaurar contra a Albatroz, S.A. no valor de €500.000,00. Depois de analisar detalhadamente a
factualidade que lhe foi apresentada, António aceitou o patrocínio. Acordaram ambos, por escrito, que os honorários seriam
fixados em 20% daquele montante, metade a pagar imediatamente, e a outra metade na data do trânsito em julgado da
decisão.

O processo judicial não foi bem-sucedido, já que a parte contrária juntou prova inequívoca, e o tribunal concluiu
pela improcedência da ação. Confrontado com o conteúdo da sentença, e aconselhado por António, Carlos conformou-se com
a decisão e decidiu não interpor qualquer recurso. Comunicou também a António que, perante o desfecho do processo, não
lhe pagaria os honorários remanescentes.

António decidiu então propor uma ação de honorários contra Carlos, no valor de €250.000,00, acrescido dos
correspondentes juros de mora. Para fundamentar esse pedido, António descreveu, de forma detalhada, todos os serviços
prestados durante o patrocínio, e juntou, como meio de prova, a nota de honorários que elaborou para esse efeito.

Analise e comente, do ponto de vista da Deontologia Profissional, os diversos comportamentos de António.

Apesar de ter obtido a sua cédula profissional há apenas dois anos, António tem sido muito bem-sucedido no exercício
da sua profissão de advogado.
Contribuíram para esse efeito as menções que fez nas redes sociais à sua qualidade de advogado especialista em Direito
Societário, suportadas num curso de pós-graduação nessa área, onde obteve uma boa classificação final. Foi também
essa especialização que esteve na base do convite, que aceitou, de assessorar o grupo parlamentar de um importante
partido na atual legislatura.(1,60 valores)

Tópicos de correção
- A especialidade de Direito Societário não está prevista no Estatuto (art.º 70º/3 EOA), mas consta do anexo
ao respetivo Regulamento (Reg. nº 9/2016) – 0,30 valores

- O título de advogado especialista é atribuído pela Ordem dos Advogados de forma exclusiva (art.º 70º/3
EOA), através de um procedimento próprio que implica a prestação de uma prova pública (arts. 6º a 11º
Reg. nº 9/2016) e pressupõe a inscrição ininterrupta há mais de dez anos, com igual período mínimo de
exercício efetivo da advocacia na área da especialidade invocada (art.º 3º Reg. nº 9/2016).
2
António não poderia, por isso, intitular-se advogado especialista em Direito Societário. – 0,40 valores

- Essa menção, feita nas redes sociais, constitui publicidade não autorizada, por não ser objetiva nem
verdadeira (art.º 94º/1 EOA e art.º 2.6.1. CDAE), e representa um ato ilícito de publicidade (art.º 94º/2-f e
94º/4-c) e 88º, n.º 1 EOA) – 0,60 valores

- António poderia aceitar o convite para assessorar o grupo parlamentar, por não se tratar de um cargo
incompatível com o exercício da advocacia (art.º 81/2 e art.º 82º/2-a) EOA) – 0,30 valores

António decidiu ampliar o seu escritório e comprou uma fração autónoma de grandes dimensões,
onde instalou o seu novo escritório, e também o da sua namorada Berta, licenciada em gestão, que
pretendia iniciar a sua carreira de técnica oficial de contas. Era também intenção de ambos, no curto
prazo, constituírem uma sociedade que prestasse serviços integrados de advocacia e planeamento
fiscal. (1,10 valores)

Tópicos de correção

Escritório de procuradoria ou de consulta jurídica - violação do n.º 1 do art.º 6º da Lei n.º 49/2004 de 24
de Agosto – 0,30 valores

O domicílio profissional do advogado tem de ser dotado de uma estrutura que lhe permita assegurar o
cumprimento dos seus deveres deontológicos (art.º 91º - g) e h) EOA) – 0,30 valores

- A partilha do escritório com outro profissional só pode ser feita se for possível assegurar ao advogado o
cumprimento dos seus deveres deontológicos, nomeadamente os de independência, segredo
profissional, angariação de clientela e integridade (EOA art.º art.º92º/7 e 8, art.º 89º art.º 81º/1 – 0,30
valores

- A sociedade a constituir pode ser qualificada como multidisciplinar e, por isso, é proibida (art.º 213º/2 e
7 EOA e 6º/1 da Lei n.º 49/2004 de 24 de Agosto.) – 0,20 valores

Já no seu novo escritório, António foi contactado por Carlos, no sentido de o patrocinar numa ação de
responsabilidade civil a instaurar contra a Albatroz, S.A. no valor de €500.000,00. Depois de analisar
detalhadamente a factualidade que lhe foi apresentada, António aceitou o patrocínio. Acordaram ambos,
por escrito, que os honorários seriam fixados em 20% daquele montante, metade a pagar imediatamente,
e a outra metade na data do trânsito em julgado da decisão. (1 valor)

Tópicos de correção

- A análise da factualidade apresentada cumpre com o dever de opinar de forma conscienciosa sobre o
merecimento do direito ou pretensão do cliente (art.º 100º/1-a) EOA e art.º 3.1.2. CDAE). – 0,40 valores

- O ajuste prévio de honorários deve ser reduzido a escrito (art.º 105º/2 EOA) – 0,30 valores

- A fixação prévia do montante dos honorários com base numa percentagem do valor do assunto não
constitui pacto de quota litis e é válida (art.º 106º/3 e art.º 3.3.3. CDAE) – 0,30 valores

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O processo judicial não foi bem-sucedido, já que a parte contrária juntou prova inequívoca, e o tribunal
concluiu pela improcedência da ação. Confrontado com o conteúdo da sentença, e aconselhado por
António, Carlos conformou-se com a decisão e decidiu não interpor qualquer recurso. Comunicou
também a António que, perante o desfecho do processo, não lhe pagaria os honorários remanescentes. –
(0,50 valores)

Tópicos de correção

- Valorar o dever de opinião conscienciosa [decorrente da alínea a) do n.º 1 do art.º 100º do E.O.A atrás
previsto] também a respeito do aconselhamento do advogado a que Carlos não recorresse da sentença
(desfavorável, de acordo com o enunciado, porque a parte contrária juntou prova inequívoca). Neste
contexto, incluindo os deveres decorrentes da alínea a) e da alínea b) do n.º 2 do art.º 90º do mesmo
diploma. – 0,20 valores

Os honorários remanescentes não configuravam uma majoração em função do resultado obtido (art.º
106º/3 EOA), pelo que continuavam a ser devidos. – 0,30 valores

António decidiu então propor uma ação de honorários contra Carlos, no valor de €250.000,00, acrescido
dos correspondentes juros de mora. Para fundamentar esse pedido, António descreveu, de forma
detalhada, todos os serviços prestados durante o patrocínio, e juntou, como meio de prova, a nota de
honorários que elaborou para esse efeito. (1,30 valores)

Tópicos de correção
- O ajuste prévio, como foi reduzido a escrito, dispensava a apresentação da conta de honorários ao cliente
(art.º 105º/2 EOA); Os honorários vencem juros de mora nos termos gerais, sendo devidos desde o seu
vencimento, em função de se tratar de um ajuste prévio – 0,40 valores

- A informação detalhada dos serviços prestados, bem como a nota de honorários (que contém a
discriminação dos serviços prestados (art.º 105º/2 EOA e art.º 3.4. CDAE), pode constituir informação coberta
pelo segredo profissional (art.º 92º/1 EOA e art.º 2.3.2. CDAE) – 0,40 valores

- A revelação desses factos só poderia ser feita se fosse absolutamente necessária para a defesa dos
interesses legítimos do advogado, mediante prévia autorização do presidente do conselho regional respetivo,
com recurso para o bastonário (art.º 92º/4EOA e Reg. nº 94/2006) – 0,50 valores

Tópicos de correção
Os comportamentos atrás descritos que constituam violações do Estatuto, configuram infrações disciplinares
(art.º 115º EOA), criminais (art.º 195º CP) e poderão também originar responsabilidade civil, nos termos
gerais (art.º 483º CC) – 0,50 valores

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PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
Curso de Estágio 2020
Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Área de Prática Processual Civil


(4,50 Valores)

05 | DEZEMBRO | 2022
PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL
(4,50 Valores)

GRUPO I - 2,75 valores


António, propôs ação de condenação com processo comum sob a forma única, contra Bento e
Carlos, pedindo a condenação solidária dos réus a pagarem-lhe a quantia de € 50.000,00, por força de
contrato de mútuo, celebrado por documento particular autenticado, no qual estes se assumiram
solidariamente devedores.
Na petição inicial o Autor alegou:
a) os elementos do contrato do mútuo, nomeadamente a quantia mutuada, a assunção da
dívida solidariamente pelos mutuários e a obrigação de restituição da quantia mutuada até ao final de
2021;
b) que teve uma reunião pessoal com Bento no início do ano em que este se comprometeu a
pagar no próprio dia, o que não fez.
Bento foi citado, mas a carta enviada a Carlos foi devolvida com a indicação “não atendeu”.

Questões
1. Face às dificuldades em localizar o paradeiro atual de Carlos, que estaria ausente, por período de
tempo limitado, no estrangeiro, António decide que, para já, apenas quer fazer seguir a causa contra
Bento.
Esclareça, fundamentadamente, qual o meio processual adequado para satisfazer essa pretensão de
António. (0,50 valores)

Critérios de classificação

Referir:
- Que se trata de um caso de litisconsórcio voluntário – solidariedade entre devedores – artigo 519ºdo CC
e artigo 32º do CPC;
- Que António podia prosseguir a causa só contra um dos devedores, ficando assegurada a legitimidade
passiva;
- Que, para fazer cessar a causa que instaurara contra Carlos, António deveria desistir da instância quanto
a este (artigos 285º, nº2 e 288º, nº1 do CPC);
- Que a desistência da instância, nesta fase, não dependia da aceitação de Carlos (artigo 286º, nº1 do
CPC);

2
2. Suponha que o advogado de António, por desentendimentos com o cliente, decide renunciar ao
mandato apresentando no processo requerimento para o efeito.
Esclareça, fundamentadamente, quais as consequências desse ato na tramitação processual. (0,50
valores)

Critérios de classificação

Referir:
- Que o valor da ação era de € 50.000,00 (nº1 do artigo 297º CPC), pelo que era obrigatória a constituição
de advogado (alínea a) do nº1 do artigo 40º do CPC);
- Que a renúncia tinha de ser notificada ao mandante e à parte contrária (nº1 do artigo 47º do CPC);
- Que António tinha 20 dias, a contar da notificação da renúncia, para constituir novo mandatário, findos
os quais, se o não tivesse feito, se suspendia a instância (alínea a) do nº3 do artigo 47º do CPC).

3. Bento, devidamente representado pelo seu advogado, apresentou contestação na qual, entre outras
coisas, alegou desconhecer a existência da reunião que o Autor (António) alega ter tido consigo.
Esclareça, fundamentadamente, qual a consequência processual dessa afirmação. (0,50 valores)

Critérios de classificação

Referir que essa afirmação equivale a confissão (artigo 574º, nº3 do CPC), pelo que deve ser dado como
provado que a reunião foi realizada.

4. Bento pretende adotar uma medida processual para obrigar Carlos a ser corresponsabilizado pela
dívida que ele (Bento) venha a ser obrigado a pagar.
Esclareça, fundamentadamente, qual o meio processual adequado a tutelar esse interesse de Bento e
em que momento podia ser apresentado. (0,75 valores)

Critérios de classificação

Referir que Bento deveria deduzir o incidente de intervenção principal provocada de Carlos, podendo ter
por fim o reconhecimento e a condenação na satisfação do direito de regresso que lhe possa vir a assistir,
se tiver de realizar a totalidade da prestação, devendo fazê-lo na contestação ou no prazo para a sua
apresentação (artigos 316º, nº3, a), 317º e 318º, nº1, c) do CPC)

3
5. Suponha que, na véspera da audiência prévia, Bento recebeu uma notificação de António, por carta,
comunicando-lhe que cedeu a Daniel o crédito peticionado.
Esclareça, fundamentadamente, se Bento pode ir agora invocar a ilegitimidade de António, por este já
não ser o titular do crédito peticionado. (0,50 valores)

Critérios de classificação

Referir que António continua a ter legitimidade para a causa (nº1 do artigo 263ºdo CPC), enquanto Daniel
não for admitido a substitui-lo, por meio de incidente de habilitação.

GRUPO II - 1,25 valores

1. Tendo prosseguido o processo em que o Autor peticionou a quantia de € 50.000,00, foi proferida
sentença, julgando a ação parcialmente procedente e condenando o Réu a pagar a quantia de €
45.000,00.
Esclareça, fundamentadamente, como pode ser posta em causa esta decisão, quem tinha possibilidade
de o fazer e qual o prazo para o efeito. (0,75 valores).

Critérios de classificação

Referir que:
- A ação tinha o valor de € 50.000,00 (artigo 297º, nº1 do CPC);
- As partes são ambas vencidas (artigo 631º, nº1 do CPC);
- A decisão pode ser impugnada por meio de recurso (artigo 627º do CPC), sendo que, neste caso, a causa
tem um valor superior à alçada do tribunal de primeira instância, que é de € 5.000.00 (artigo 44º, nº1 da
LOSJ), e tanto o Autor como o Réu tiveram uma sucumbência superior a metade dessa alçada (nº1 do
artigo 629º do CPC), pelo que ambos podiam recorrer;
- Desta decisão cabe recurso de apelação (artigo 644º, nº1, a) do CPC) a interpor no prazo de 30 dias a
contar da notificação da decisão, a que poderão acrescer 10 dias se o recurso tiver por objeto a
reapreciação de prova gravada (nºs 1 e 7 do artigo 638º do CPC).

2. O Autor, que está com sérias dificuldades financeiras, pretende iniciar a cobrança coerciva da quantia
que o Réu foi condenado a pagar-lhe.

4
Esclareça, fundamentadamente, se e em que condições se poderia satisfazer a pretensão do Autor.
(0,50 valores)

Critérios de classificação

Referir que;
- A sentença só constitui título executivo depois do trânsito em julgado, salvo se contra ela for interposto
recurso com efeito meramente devolutivo (art.º 704º, nº1 do CPC);
- O recurso de apelação tem efeito meramente devolutivo (nº1 do artigo 647º do CPC), salvo nos casos
dos nºs 2 e 3 do artigo 647º do CPC e no caso de, ao interpor recurso, o recorrente requerer efeito
suspensivo quando a execução lhe cause prejuízo considerável e se oferecer para prestar caução no prazo
fixado pelo tribunal (nº4 do mesmo artigo);
- Se houvesse recurso e ao mesmo fosse fixado efeito meramente devolutivo, podia ser executada a
sentença.

GRUPO III - 0,50 valores

No âmbito de uma ação com processo comum foi realizada prova pericial colegial, tendo as
partes sido notificadas do relatório pericial.
O Autor entende que o relatório foi mal elaborado, contendo contradições e inexatidões.

Esclareça, fundamentadamente, como pode o Autor reagir.

Critérios de classificação

Referir que as partes podem reclamar (artigo 485º do CPC; requerer que os peritos sejam convocados
para comparecer na audiência final para prestarem esclarecimentos (artigo 486º do CPC); e, ainda,
requerer uma segunda perícia nos termos do artigo 487º do CPC.

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PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
Curso de Estágio 2020
Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Área de Prática Processual Penal


(4,50 Valores)

05 | DEZEMBRO| 2022
PRÁTICA PROCESSUAL PENAL
(4,50 Valores)

Grupo I – 1,50 valores


Após assistir a um jogo de futebol entre clubes rivais e na sequência de uma anedota a que
Abel não achou piada, este envolveu-se com Bernardo, agredindo-o com um canivete de que era
portador. Em consequência da agressão, Bernardo foi hospitalizado com graves ferimentos no
abdómen.
No decurso do respetivo inquérito, o Procurador do processo, entendendo não ser suficiente
o termo de identidade e residência aplicado a Abel no momento da sua constituição como arguido,
promoveu a aplicação da medida de coação de proibição de contacto com Bernardo, pois entendia
existir um manifesto perigo de perturbação do decurso do inquérito, em especial, o perigo do arguido
ameaçar e condicionar o ofendido na produção da prova.
Para esse efeito, foi o arguido presente ao Juiz de Instrução Criminal, perante quem foi ouvido
na presença do seu defensor, em sede de primeiro interrogatório judicial. No final da diligência, o juiz de
instrução proferiu decisão de aplicação da medida de coação de prisão preventiva, entendendo que a
medida promovida pelo Ministério Público era insuficiente para o fim pretendido.

Enquanto defensor de Abel e apenas com base na factualidade descrita, diga de que forma e com que
fundamentos se poderia opor à decisão do JIC. (1,50 valores)

Critérios de classificação

1) Arguição da nulidade sanável – art. 194º nº 3 CPP (art. 120º nº 1 e 2 CPP)

- quando o fundamento para aplicação de medida de coação é o perigo de perturbação do inquérito, o


JIC não pode aplicar medida mais grave do que a promovida pelo MP (art. 194º nº 3 CPP – 204º b) CPP)

2) Recurso (art. 219º CPP – 399.º e seg.)

Grupo II – 3 valores
Suponha que no dia 05/04/2022 realizou-se sessão de discussão e julgamento na qual
participou na qualidade de Defensor do arguido. No final da sessão, requereu de imediato que lhe fosse
fornecida cópia da gravação, entregando para o efeito o necessário suporte (DVD). No dia 07/04/2022,
encontrando-se na secretaria do Tribunal, foi-lhe entregue a cópia da gravação. Apenas no dia seguinte,
2
quando procedia à audição da referida gravação, constatou que, pelo menos, as declarações de duas
testemunhas importantes para a defesa do arguido estavam totalmente impercetíveis.

1. Na qualidade de Defensor, explique como e com que fundamento reagiria. (1,50 valores)

Critérios de classificação
Requerimento escrito arguindo a nulidade por falta de documentação da prova prevista no art.º 363.º
do CPP.
As declarações prestadas em audiência são documentadas em ata (art.º 363.º CPP) o que é feito através
de registo áudio ou audiovisual (art.º 364.º CPP). A deficiente documentação deve ser equiparada à
omissão de documentação, pelo que, neste caso, verifica-se a referida nulidade.
Trata-se de nulidade sanável que segue o regime dos artigos 120.º a 122.º do CPP.

2. Diga, fundamentando a sua resposta e respetivo cálculo, até quando poderia reagir. (1,50 valores)

Critérios de classificação

- Prazo para arguir a nulidade sanável prevista no art.º 363.º do CPP: prazo geral de 10 dias – art.º
105º nº 1 CPP (0,25 valores)

A documentação da prova através de gravação é feita no próprio dia da sessão da audiência de


discussão e julgamento, sendo esta a data do termo inicial. Não obstante, ao prazo devem ser
acrescidos os 2 dias correspondentes ao tempo que decorreu entre o requerimento da cópia da
gravação e a sua entrega (cfr. art.º 364.º n.º 6 e art.º 101.º n.º 4, do CPP e Acórdão de Uniformização
de Jurisprudência n.º 13/2014) (0,25 valores). O sobredito acórdão fixou a seguinte jurisprudência:
“A nulidade prevista no artigo 363.º do Código de Processo Penal deve ser arguida perante o tribunal
da 1.ª instância, em requerimento autónomo, no prazo geral de 10 dias, a contar da data da sessão
da audiência em que tiver ocorrido a omissão da documentação ou a deficiente documentação das
declarações orais, acrescido do período de tempo que mediar entre o requerimento da cópia da
gravação, acompanhado do necessário suporte técnico, e a efectiva satisfação desse pedido pelo
funcionário, nos termos do n.º 3 do artigo 101.º do mesmo diploma, sob pena de dever considerar -se
sanada.”

- A data do evento não se inclui na contagem do prazo – art.º 279º, al. b), do CC (0,10 valores)

- Aplicam-se as regras de processo civil (art.º 104º, n.º 1, do CPP) pelo que o prazo corre de forma
contínua, suspendendo-se em férias (art.º 138º, n.º 1, do CPC e art.º 137º, nº 1, do CPC), com a
exceção dos processos ditos urgentes (art.º 103, n.º 2, als. a) a h), nos termos do art.º 104º, nº 2).
(0,25 valores)

3
- As férias decorreram entre o domingo de Ramos e a segunda-feira de Páscoa (ou seja 10/04/2022 e
18/04/2022), nos termos do art.º 28º da LOSJ. (0,25 valores)

- O termo do prazo terá de ocorrer em dia útil (art.º 138.º n.º 2 do CPC) e, neste caso, ocorre em
26/04/2022. (0,20 valores)

- Poderia ainda fazê-lo depois do termo, nos três dias úteis seguintes, dias 27, 28 e 29 de abril, com
pagamento da respetiva multa sancionatória (art.º 139º, n.º 5 do CPC, aplicável por força do art. 107º
nº 5, e pelos quantitativos previstos no art.º 107º-A CPP), ou em outra data, com justo impedimento
(art.º 107º, nºs 2 a 4 CPP e art.º 140º CPC) (0,20 valores)

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PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
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Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Peça Processual
(5 Valores)

05 | DEZEMBRO | 2022
PEÇA PROCESSUAL
(5 Valores)

No dia 16 de julho de 2022, cerca das 18h30m, David Antunes, nascido em 30.12.2007, regressava da
escola quando foi surpreendido por um indivíduo que lhe deu um empurrão contra a parede, dizendo: “Dá-me o
dinheiro e o telemóvel”.
Como David recusou entregar aqueles bens, o indivíduo desferiu-lhe um murro na cabeça fazendo-o
cair desamparado no solo, onde acabou por embater com a cara. Na queda saltaram-lhe do bolso da camisa os
óculos de sol, e, ainda prostrado no chão, o indivíduo disse-lhe “Estás armado em esperto, toma lá de
recordação”, e calcou os óculos, que ficaram completamente desfeitos, e ato contínuo começou a puxar o
telemóvel que David ainda apertava na mão.
Nesse momento, duas pessoas vieram em seu auxílio e agarraram o indivíduo, mantendo-o preso até à
chegada dos agentes da PSP, poucos minutos depois, e impedindo dessa forma que se apoderasse do telemóvel.
Foi aberto inquérito, com o NUIPC 999/22.4TJLSB, distribuído à 3ª Secção do DIAP de Lisboa, que
seguiu a sua normal tramitação, com a realização de diversas diligências, designadamente, a audição do ofendido,
que declarou desejar procedimento criminal, e a constituição de arguido e respetivo interrogatório de Eugénio
Silva, 26 anos, desempregado.
O inquérito encerrou com a dedução de acusação pública imputando ao arguido a prática, em autoria
material, de um crime de ofensa à integridade física simples, previsto e punido pelo art.º 143º do Código Penal,
notificada ao ofendido por via postal simples, depositada na passada sexta-feira na sua caixa do correio, e da qual
se extrai o seguinte trecho:
“1) No dia 16 de julho de 2022, cerca das 18h30m, o arguido encontrava-se na Avenida do Mar, em
Lisboa;
2) No mesmo local encontrava-se David Antunes, nascido em 30 de dezembro de 2007, que caminhava
na referida artéria;
3) Ao vê-lo, o arguido aproximou-se de David Antunes e desferiu-lhe um murro na cabeça fazendo-o
desequilibrar-se e cair no chão, onde acabou por embater com a cara;
4) Na sequência desta agressão o ofendido sofreu dor e traumatismo da face, que determinou um
período de doença fixável em 4 dias, sem afetação da capacidade para o trabalho.
5) O arguido agiu de modo voluntário, livre e consciente, com o propósito de ofender o corpo e saúde
do ofendido, o que logrou conseguir, bem sabendo ser a sua conduta proibida e punida por lei.”

2
António Antunes, acompanhado do seu filho David, contacta-o/a no seu escritório transmitindo que,
embora seja leigo nesta matéria, está surpreendido por na acusação nada ser referido em relação aos óculos, e
que, dada a conduta do arguido, acha muito estranho que tenha sido acusado da prática de um simples crime de
ofensa à integridade física.
Do processo resulta que:
- Em Auto de Inquirição de Testemunha (fls. 5 dos autos), o ofendido relatou o que ocorreu naquele dia
16 de julho de 2022 (conforme acima descrito), e declarou ter adquirido os óculos de sol, de marca
Quiksilver, na semana anterior a esta situação, por 98,00€, juntando cópia da respetiva fatura;
- Em Auto de Inquirição de Testemunha (fls. 25 dos autos), Abel Leopoldo confirmou ter assistido aos
factos, relatando-os de forma muito idêntica ao ofendido, e ainda que, conjuntamente com um
transeunte de nome Francisco Fausto, impediu que o arguido continuasse aquela conduta e fugisse do
local, mais referindo que “o rapaz estava aterrado, por causa do assalto e da violência do indivíduo”;
- Em Auto de Inquirição de Testemunha (fls. 27 dos autos), Francisco Fausto confirmou ter assistido aos
factos, relatando-os de forma similar ao ofendido e à testemunha Abel Leopoldo, a qual ajudou a impedir
que o arguido fugisse do local.

Tendo aceitado o patrocínio, elabore a peça processual com que reagiria a esta acusação e respetivos
fundamentos.
Critérios orientadores de correção

Requerimento para abertura da instrução - Formalidades da peça processual (1 valor):

- Requerimento dirigido ao Juiz de Instrução Criminal, com indicação do número do processo e da 3ª


Secção do DIAP de Lisboa; (0,06 valores)
- Menção do normativo legal aplicável: art.º 287º, n.º 1, al. b) do CPP; (0,05 valores)
- Identificação de Carlos Antunes, na qualidade de representante legal do ofendido, seu filho, menor de
16 anos; (0,15 valores)
- Pedido de Carlos Antunes para ser admitido como assistente, em nome e representação do ofendido,
seu filho menor (0,15 valores); com menção das normas legais referentes à legitimidade (art.º 68º, n.º 1,
al. d) do CPP) (0,07 valores); tempestividade (art.º 68º, n.º 3, al. b) do CPP) (0,07 valores); representação
judiciária (art.º 70º, n.º 1 do CPP) (0,07 valores); e autoliquidação da taxa de justiça (art.º 519º, n.º 1 do
CPP e art.º 8º, n.º 1 do RCP) ou menção de que requereu proteção jurídica (0,07 valores);
- Prova: repetição da inquirição das testemunhas, nos termos da parte final do n.º 3 do art.º 291º do CPP,
visando esclarecer a sua perceção acerca da agressividade do arguido na sua atuação, concretizando a
violência que usou contra o ofendido para tentar subtrair os objetos; (0,08 valores)

3
- Formulação de pedido, a final; (0,08 valores)
- Junção de procuração forense (0,04 valores); comprovativo do pagamento das duas taxas de justiça
(constituição de assistente e abertura da instrução) ou junção do comprovativo do pedido de proteção
jurídica (0,05 valores); duplicados legais (0,02 valores); e assinatura do advogado (0,04 valores).

Fundamentos do requerimento para abertura da instrução

Tópicos:

- Tendo o Ministério Público proferido despacho de encerramento do inquérito sem se pronunciar, em


conformidade com o disposto nos arts. 48º e 276º, n.º 1 do CPP, quanto à totalidade do seu objeto, ou
seja, sobre o crime de dano previsto e punido pelo art.º 212º, n.º 1 do CP, que detém natureza semi-
pública, e constando dos autos declaração do ofendido de que deseja procedimento criminal, verifica-se a
nulidade insanável de falta de promoção, prevista no primeiro segmento da alínea b) do art.º 119º do
CPP, nulidade que afeta todo o ato processual de encerramento do inquérito, bem como os trâmites
subsequentes dele dependentes (art.º 122º, n.º 1 do CPP), devendo ser requerida a remessa dos autos
aos serviços do Ministério Público para que a mesma seja sanada. (1,50 valores)
- Explicitação da divergência do assistente quanto à factualidade constante da acusação pública e
respetivo enquadramento jurídico-penal: os factos a integrar no requerimento para abertura da instrução
consubstanciam a prática de um crime de roubo na forma tentada, previsto e punido pelo art.º 210º, n.º
1, por referência ao disposto nos arts. 22º e 23º, n.º 1, todos do CP, e não um crime de ofensa à
integridade física simples, como imputado na acusação pública, encontrando-se suficientemente
indiciada nos autos a intenção ilegítima de apropriação de coisa alheia por parte do arguido e a execução
de tal intento através da subtração da mesma, que apenas não logrou conseguir por motivos alheios à sua
vontade (a intervenção de terceiros), verificando-se os meios previstos no art.º 210º do CP para levar a
cabo a subtração: a violência contra uma pessoa e colocando-a na impossibilidade de resistir; o que
constitui uma alteração substancial dos factos constantes da acusação pública, implicando a imputação
de crime diverso do que ali consta. (2,50 valores)

4
PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
Curso de Estágio 2020
Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Área de Deontologia Profissional


(6 Valores)

07 | DEZEMBRO | 2022
DEONTOLOGIA PROFISSIONAL
(6 Valores)

Joana, Filipe e Pedro terminaram a sua licenciatura em Direito no ano de 2015.


Joana inscreveu-se, no ano de 2019, como Advogada na Ordem dos Advogados, após concluir
com sucesso o seu exame de agregação.
Filipe não se encontra inscrito como Advogado ou sequer como Advogado estagiário, uma vez
que decidiu dedicar-se à vida académica.
Pedro encontra-se atualmente a frequentar o estágio de advocacia na Ordem dos Advogados.
Joana, Filipe e Pedro decidem arrendar um escritório para exercerem aí as suas profissões.
Partilham entre si as despesas, as receitas, uma trabalhadora comum (a secretária) e alguns clientes.
Joana propôs a Filipe e Pedro que investissem em publicidade e decidiram criar um site no qual
pode ler-se, entre outras informações, o seguinte:
Escritório de advogados, no qual encontrará advogados experientes, especializados
em diferentes áreas do Direito, comprometidos em encontrar a solução perfeita para
a sua questão jurídica. Garantimos o sucesso dos nossos clientes.

No escritório que os três criaram entre si, Joana e Filipe desenvolvem todas as estratégias
jurídicas, fazem consulta jurídica, escrevem as peças processuais e elaboram pareceres. Pedro desenvolve
toda a sua atividade no exterior, em diligências judiciais, marcação de escrituras públicas,
acompanhamento de clientes, obtenção de documentos e demais atos praticados por advogados.
Antes dos Julgamentos, Joana prepara com o Pedro o processo judicial, designadamente, ouvindo
as testemunhas, para que este possa, sozinho, fazer estas diligências judiciais.
No último julgamento que ambos prepararam, no qual patrocinavam o Autor que pedia a
condenação do Réu ao pagamento da quantia de €7.500,00, a Joana entregou a Pedro, para que este o
juntasse ao processo judicial, um documento essencial à defesa do seu cliente (…), que consistia numa
mensagem de correio eletrónico a si remetida pelo Mandatário da contraparte, o Réu. Nessa mensagem
de correio eletrónico, o Mandatário do Réu escreveu o seguinte: “Ilustre Colega, na sequência do que
disse a V. Exa. no decurso da nossa conversa telefónica, o teor da presente mensagem é confidencial nos
termos do disposto no artigo 113º do Estatuto da Ordem dos Advogados”. Tendo-se apercebido que o
último dia do prazo para junção de documentos, ao abrigo 423º, nº 2, do Código de Processo Civil, era
esse mesmo dia, Pedro requereu de imediato a junção aos autos do mencionado documento.
No dia do Julgamento, António, mandatário do Réu, pediu, no início da diligência, a palavra, que
lhe foi imediatamente recusada pelo Meritíssimo Juiz titular do processo, com o seguinte fundamento:
“Atendendo a que o Ilustre Advogado, mandatário do Réu, no início da presente diligência, pediu a
palavra e recusou-se a indicar o teor do seu requerimento, nega-se a possibilidade de o fazer”.

Chamada a primeira testemunha do Autor, Joaquim Carlos Milhafre, Pedro verifica que a mesma é
Advogado, e que se recusa a prestar depoimento, porquanto invoque Segredo Profissional relativamente
aos factos sobre os quais foi chamado a prestar depoimento.

QUESTÕES
A presente hipótese prática deverá ser analisada, separadamente, na vertente de cada um dos seus
intervenientes.

2
1. Identifique, de forma fundamentada e com recurso à base legal, cada um dos comportamentos
assumidos por Joana. (2 valores)

Tópicos de correção
Nos termos descritos na hipótese prática, Joana não pode constituir um escritório para a prática de atos
próprios dos advogados com um académico e com um advogado estagiário – artigo 6º, nº 1, da Lei dos
Actos Próprios de Advogados e Solicitadores. De facto, o advogado, se decidir partilhar escritório com
outros profissionais ( e desde que a mesma seja a única a praticar os atos próprios dos advogados), deve
dar cumprimento ao disposto no artigo 91º, alínea h), do EOA, o que pressupõe garantir de forma
autónoma e diferenciada dos outros profissionais, o cumprimento de todos os deveres profissionais,
designadamente o segredo. (0,20Valores)

Joana só pode partilhar honorários com advogados, solicitadores e advogados estagiários a quem preste
colaboração ou tenha prestado colaboração. Artigo 107º do EOA. (0,20Valores)

Joana ao auxiliar um académico e um senhor advogado estagiário a praticar atos próprios dos advogados
(com exceção daqueles que eventualmente cada um, nas qualidades que possuem, possam praticar)
pratica o crime de procuradoria ilícita nos termos do disposto na alínea b) do artigo 7º da Lei dos Actos
Próprios dos Advogados e Solicitadores. Sem prejuízo de não se tratar de matéria de Deontologia
Profissional, deve ser valorizada a resposta que impute à Joana a prática deste crime em qualquer modo
de comparticipação, com recurso a alínea b) do n.º 1 do art.º 7º da Lei dos Atos Próprios dos Advogados e
Solicitadores. (0,40Valores)

Referência ao artigo 109º do Estatuto da Ordem dos Advogados, com expressa referência ao teor do
mesmo, designadamente, esclarecendo se o advogado pode preparar testemunhas e quais os contornos
exatos desta preparação. Se, justificadamente, a resposta for a de que não pode preparar testemunhas,
pode a sua resposta ser valorizada. (0,10Valores)
A publicidade veiculada pela Joana é ilícita, porquanto viole as seguintes alíneas do artigo 94º, n.º 2,
alínea f) e n.º 4, alíneas a), c) e d) do EOA. A classificação prevista nesta alínea comporta a referência à
concreta subsunção do texto da publicação a cada uma das alíneas e a referência ao Regulamento Geral
das Especialidades. (0,30Valores)

3
Joana, como Advogada, sabia que o documento que entregava ao Pedro estava protegido pelo Segredo
Profissional ao abrigo do disposto no artigo 92, nº 1 e 3 do EOA.

Para que tal documento pudesse vir a ser junto ao processo judicial, seria necessário, previamente à sua
junção requerer, nos termos conjugados do artigo 92º, nº 4 do EOA e do Regulamento da Dispensa do
Sigilo Profissional, autorização ao Senhor Presidente do Conselho Regional da área onde a Joana se
encontra inscrita para o exercício da advocacia, para revelação dos factos sujeitos a segredo. No caso
concreto, porém, e atendendo ao facto de António ter expressamente invocado a confidencialidade
daquela mensagem ao abrigo do artigo 113º do EOA, a autorização para revelação de tais factos não seria
concedida. (0,80 Valores – integra a resposta a este parágrafo e ao anterior, que devem ser avaliados
conjuntamente)

2. Identifique, de forma fundamentada e com recurso à base legal, cada um dos comportamentos
assumidos por Filipe. (0,60 valores)

Tópicos de correção
Filipe é apenas um académico e colabora com Joana na elaboração de pareces, peças processuais e
demais atos praticados pela Joana.

O Filipe pratica atos próprios dos advogados, o que é proibido a quem não se encontre inscrito na
ordem dos advogados, como advogado – art.º 1º da Lei dos Actos Próprios dos Advogados e
Solicitadores e artigo 66º, nº 1, do EOA e alínea a) do n.º 1 do art.º 67º e artigo 68º do E.O.A; n.º 5 do
art.º 1º e artigos 2º e 3º da Lei dos Atos Próprios dos Advogados e Solicitadores. (0,10Valores)

Porém, relativamente a eventuais pareceres escritos, pode o Filipe elaborá-los, nos termos da exceção
prevista no nº 3, do artigo 1º da Lei dos Actos Próprios dos Advogados e Solicitadores. (0,10Valores)

Do mesmo modo, caso o Filipe se encontre inscrito, nos termos conjugados do nº 2, do artigo 1º, da Lei
dos Actos Próprios dos Advogados e Solicitadores, do artigo 200º, nº 1, do EOA e do Regulamento de
Inscrição de Juristas de Reconhecido Mérito, Mestres e Doutores em Direito, para a Prática de Actos de
Consulta Jurídica, pode prestar consulta jurídica.

Relativamente aos atos praticados por si, em violação do disposto no artigo 1º, nº 1, da Lei dos Actos
Próprios dos Advogados e Solicitadores e artigo 66º, nº 1, do EOA, pratica Filipe o crime de procuradoria
ilícita nos termos do disposto no artigo 7º, nº 1, alínea a) da Lei dos Actos Próprios dos Advogados e
Solicitadores. (0,30Valores)

Filipe exerce ainda ilegalmente, e nos termos do disposto no artigo 190º do EOA, a advocacia.
(0,10Valores).

4
3. Identifique, de forma fundamentada e com recurso à base legal, cada um dos comportamentos
assumidos por Pedro. (2 valores)

Tópicos de correção
Nos termos do disposto no artigo 193º do EOA e do artigo 18º do Regulamento Nacional de Estágio, o
Advogado Estagiário está obrigado ao cumprimento de todos os deveres deontológicos, desde a sua
inscrição. (0,20Valores)

Pedro é advogado estagiário. Por este facto, está obrigado a ter domicílio profissional no escritório do
seu patrono, conforme decorre do n.º n.º 3 do art.º 186º do E.O.A. (0,30Valores)

Atendendo ao que dispõe o artigo 192º, nº 2 do EOA, Joana não poderia ser patrona de Pedro, pelo que
terá de concluir-se como mencionado no parágrafo anterior e pela violação por Pedro dos deveres de
lealdade e de integridade com o seu (verdadeiro) patrono, nos termos da alínea b) do n.º 4 do art.º 196º
do E.O.A e/ou alínea b) do artigo 18º do Regulamento Nacional de Estágio e art.º 88º do E.O.A (aplicável
por via do art.º 193º) do E.O.A. (0,10Valores).

Nos termos do disposto no artigo 196º, nº 1, alínea a) e b), o Advogado estagiário, quando termina a
primeira fase do estágio, apenas pode praticar os atos da competência dos solicitadores e exercer
consulta jurídica e sempre sob orientação do seu patrono, conforme requerido desde logo no n.º 1
daquele preceito. Pelo que, de uma ou de outra forma, Pedro estaria a incorrer na violação do art.º 196º
do E.O.A.

Não obstante e mesmo sob a requerida orientação, o Advogado estagiário não pode intervir em
processos judiciais cujo valor exceda a alçada do Tribunal de 1ª Instância (artigo 40º, nº 1, 2 e 3, a
contrario, do CPC). Assim, ainda que nada seja dito na hipótese prática quanto ao valor das ações,
atendendo a que é Pedro quem está presente em todas as diligências judiciais, naquelas que excedam a
alçada do Tribunal de 1ª Instância, Pedro exerce irregularmente o mandato. (0,50Valores - integra a
resposta a este parágrafo e ao anterior, que devem ser avaliados conjuntamente)

Ao juntar o documento – correspondência entre dois advogados – protegido por segredo profissional, o
advogado viola o segredo profissional, cometendo um crime.

5
De facto, o documento estava protegido pelo Segredo Profissional ao abrigo do disposto no artigo 92, nº
1 e 3 do EOA.

Para que tal documento pudesse vir a ser junto ao processo judicial, seria necessário que Joana,
destinatária daquela mensagem de correio eletrónico, previamente à sua junção requeresse, nos termos
conjugados do artigo 92º, nº 4 do EOA e do Regulamento da Dispensa do Sigilo Profissional, autorização
ao Senhor Presidente do Conselho Regional da área onde a mesma se encontra inscrita, para revelação
dos factos sujeitos a segredo. No caso concreto, porém, e atendendo ao facto de António ter
expressamente invocado a confidencialidade daquela mensagem ao abrigo do artigo 113º do EOA, a
autorização para revelação de tais factos não seria concedida. Consequências processuais n.º 5 do art.º
92º do E.O.A.; Responsabilidade disciplinar (n.º 1 do art.º 114º e art.º 115º do E.O.A) (0,90 Valores -
integra a resposta a este parágrafo e aos dois anteriores, que devem ser avaliados conjuntamente)

4. Diga, expressamente, face ao comportamento do Pedro, se o Tribunal deveria assumir algum


procedimento? E porquê? (0,60 valores)

Tópicos de correção
Sim, tendo em conta o disposto no artigo 48º do CPC e ao abrigo do disposto nos artigos 87º e 121º,
ambos do Estatuto da Ordem dos Advogados (0,30Valores) o Tribunal deve comunicar à Ordem dos
Advogados o exercício irregular da profissão e a prática de quaisquer atos que sejam passiveis de
responsabilidade disciplinar, e isto, porquanto, a Ordem dos Advogados seja, nos termos do disposto
no artigo 3º, alínea g) e 114º, nº 1, ambos do Estatuto da Ordem dos Advogados, seja a única que pode
exercer o poder disciplinar sobre os advogados. (0,30Valores)

5. Diga, expressamente, face ao despacho proferido pelo Tribunal, se António poderia reagir, como
deveria fazê-lo e que cuidados a ter. (0,40 valores).

O António poderia e deveria ter exercido o seu direito de protesto, ao abrigo do disposto no artigo 80º
do EOA, porquanto não seja obrigado, quando pede a palavrar para fazer um requerimento, a indicar o
objeto do mesmo. Deve garantir que o requerimento que pretendia fazer se encontra integralmente
exposto no exercício do seu direito de protesto e que o mesmo fica lavrado na ata da diligência judicial
em curso. (0,40 Valores)

6
6. Face à recusa do Advogado Joaquim Carlos Milhafre, o que poderia ter feito o Advogado Pedro?
(0,40 valores)

Tópicos de correção
Ao abrigo do disposto no artigo 417º, nº 3, alínea c), do CPC, face à recusa legítima do advogado em
prestar depoimento sobre factos sujeitos a sigilo profissional, o Pedro poderia ter deduzido incidente do
levantamento do sigilo profissional, nos termos conjugados do nº 4, do artigo 417º do CPC e artigo 135º
do CPP. Não se confunde com o procedimento de levantamento de sigilo, previsto no regulamento n.º
94/2006 de 12 de Julho, onde o pedido de levantamento do sigilo tem que ser formulado previamente,
pelo advogado que se pretende preste depoimento. Art.º 2, n.º 1 e art.º 6º, n.º 2. (0,30 valores)

A referência à responsabilidade disciplinar, criminal e civil autónoma e corretamente feita dever ser
valorizada em, pelo menos, 0,10V.

Não deve ser valorizada a referência ao Código Deontológico dos Advogados Europeus, porquanto
não se aplique a caso concreto.

7
PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
Curso de Estágio 2020
Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Área de Prática Processual Civil


(4,50 Valores)

07 | DEZEMBRO | 2022
PRÁTICA PROCESSUAL CIVIL
(4,50 Valores)

A ADMINISTRAÇÃO DO CONDOMÍNIO do Prédio em Regime de Propriedade Horizontal, sito à


Rua das Tílias nºs 35 a 49, com sede na Rua Dos Cravos, n.º 20, na freguesia de Vilar de Andorinho,
concelho de Vila Nova de Gaia, devidamente autorizada pela Assembleia, por todos os condóminos, veio
propor contra CONSTROINVICTA – Construções e Reparações LDA., sociedade comercial com sede na
Rua da Boavida, 1567, na freguesia de Grijó, também do concelho Vila Nova de Gaia, ação declarativa de
condenação sob a forma de processo comum, no Juízo Cível da Instância Local de Vila Nova de Gaia, do
Tribunal da Comarca do Porto, peticionando, a final, que a R. seja condenada a:
a) reparar todos os danos provocados no prédio administrado pela Autora, consequência das
obras efetuadas pela Ré, entre os dias 18 e 29 de março de 2019, em armazém e zona envolvente,
propriedade desta e que com aquele confina, danos devidamente identificados e, então, orçamentados
pela A. em €49.250,00, no prazo máximo de 3 meses a contar do trânsito em julgado da decisão; ou,
caso não proceda à reparação de tais danos, no prazo indicado,
b) pagar à A., a título de indemnização, a quantia de €51.750,00, para ressarcimento de todos
os prejuízos sofridos com a já mencionada empreitada a que a A. é totalmente alheia, quantia adequada
à reparação do prédio que esta administra e apurada à data da entrada da presente ação (23 de março
de 2022), acrescida de juros mora vencidos, desde a data da citação e vincendos, à taxa legal, até
integral pagamento.
Mais requereu a A.:
c) a citação urgente da R., nos termos do artigo 561.º do Código de Processo Civil, para
acautelar a prescrição resultante do decurso do prazo de três anos, previsto no artigo 498.º, n.º 1 do
Código Civil, a que acresce a situação quase caótica que, entre outras, a pandemia criou nos nossos
Tribunais, em geral, podendo ocorrer demora na referida citação, tendo em conta que as obras a que se
refere a presente ação terminaram no dia 29 de março de 2019, data em que foram detetados,
apurados e orçamentados os danos provocados.

QUESTÃO I
Pronuncie-se, fundamentadamente, sobre o Tribunal onde foi intentada a presente ação. (1
valor)
Tópicos de correção
a) Competência do Tribunal na ordem interna ou aferição dos critérios (0,50 valores)
Hierarquia: art.º 67º CPC e art.º s 33 e 79º, 80º e 81.º segs. LOSJ - Tribunalde 1ª Instância (0,10
valores);
Matéria: art.º s 64º e 65.º e art.º 117º, n.º 1 al. a) LOSJ – Tribunal JudicialCível (0,10 valores);
Valor: art.ºs 297.º, n.º 3, 66.º e 41.º e 117.º, nº 1 al. a) LOSJ –Juízo Central (0,10 valores);
Território: art.º 71, n.º 2 - Vila Nova de Gaia (0,10 valores);
Tribunal competente: Tribunal da Comarca do Porto, Juízo Central Cível de Vila Nova de Gaia (0,10
valores).

2
b) Aferição da incompetência em razão do Valor (0,40 valores):

Tribunal incompetente – Incompetência relativa - art.º 102 (0,10 valores);


Regime de arguição – art.º 103.º (0,10 valores);
Conhecimento oficioso - art.ºs 104º, nº 2 e 310.º, nº 1 (0,10 valores);
Exceção dilatória – art.ºs 577, n.º 1 al. a), 576.º, n.ºs 1 e 2 e 578.º (0,10 valores).

c) Efeito processual: remessa ao Juízo Central Cível de Vila Nova de Gaia - 105º, nº 3 e310º, nº
1 (0,10 valores).

QUESTÃO II
Considerando que representa a A., desconsiderando, para este efeito, a pandemia e seu
impacto processual, imagine que o Juiz, por despacho, indeferiu a citação urgente requerida. Quid
Iuris? Fundamente a sua resposta. (0,50 valores)
Tópicos de correção – 2 respostas possíveis a valorizar:
I – Justificação do despacho de indeferimento ou
II – Reação ao despacho de indeferimento.

I – Justificação do despacho de indeferimento (0,05 valores)

a) - Citação Urgente - a requerimento do autor, caso o juiz considere justificado –


art.º561.º; declarada, tem prioridade sobre as restantes – art.º 562.º (0,05
valores);
b) Despacho Liminar - exceção à regra do art.º 590.º n.ºs 1 e 2, segundo a qual sófinda a fase dos
articulados é concluso o processo ao juiz. (0,05 valores)
- Responsabilidade civil por factos ilícitos, extra-contratual: 3 anos - danos conhecidos a 29 de
março de 2019; prescrição da reparação ou indemnização a 29 de março de 2022 - art.º 498 do
Código Civil.

c) (0,20 valores)
 Interrupção do prazo de prescrição - art.º 323.º Código Civil:
i) Que o prazo prescricional ainda esteja a decorrer e assim se mantenha nos cinco dias
posteriores a propositura da ação; ii) Que a citação não tenha sido realizada nesse
prazo de cinco dias; iii) Que o retardamento na efetivação desse ato não seja imputável
ao A.

d) (0,20 valores)

 A citação urgente é utilizada nos casos em que o Autor requeira a citação sem respeitar o prazo
3
de cinco dias a que se refere o art.º 323º nº2 do Código Civil.
 O pedido de citação urgente da Ré deve ser indeferido, por desnecessário, face à data da
propositura da ação (23 de março 22) e ao termo do prazo da prescrição (29 de março
22) pois que se a citação se não fizer dentro de cinco dias depois de ter sido requerida,
por causa não imputável ao requerente, tem-se a prescrição por interrompida logo que
decorram os cinco dias. - art.º 323º n.º 2 do Código Civil.

OU

II – Reação ao despacho de indeferimento

a) (0,15 valores)
- Interrupção do prazo de prescrição - art.º 323.º Código Civil:
i) Que o prazo prescricional ainda esteja a decorrer e assim se mantenha nos cinco dias
posteriores a propositura da ação; ii) Que a citação não tenha sido realizada nesse
prazo de cinco dias; iii) Que o retardamento na efetivação desse ato não seja imputável
ao A.

b) (0,15 valores)
- Decisão interlocutória - impugnação no recurso de apelação a final ou em recurso próprio, se não
houver decisão final – art. 644º, nºs 3 e 4
c) (0,20 valores)
- Inutilidade prática do recurso porque não recuperaria a citação antes do decurso do prazo de
prescrição
- interrupção da prescrição no quinto dia posterior a ser requerida, dado que a não realização da
citação não é imputável ao Autor, que até requereu citação urgente.

QUESTÃO III

Imagine, agora, que a Ré se encontra em situação económica extremamente frágil e que, por
isso, após ter sido citada no passado dia 4 de abril, requereu, junto da Segurança Social, proteção jurídica
para pessoa coletiva, na modalidade de dispensa de taxa de justiça e demais encargos com o processo e
nomeação e pagamento da compensação de patrono, a qual lhe foi concedida e recebida apenas a 6 de
junho de 2022.
A 7 de junho de 2022, deu entrada da contestação, no processo, invocando, como questão
prévia que:
i) a 4 de abril foi citada (cf. consta nos autos a fls.13);

4
ii) a 29 de abril requereu apoio judiciário, no âmbito da proteção jurídica, – cf. documento 1
que só agora junta para prova do referido pedido - pois só conseguiu falar com o seu advogado já depois
das férias da Pascoa, tendo este informado da possibilidade de recorrer a tal apoio;
iii) a resposta ao pedido de proteção jurídica foi recebida apenas no dia 6 de junho – cf.
documento 2;
iv) razão pela qual, só nesta data, deu entrada da contestação que se segue e na qual se alega e
faz a prova do exposto.
Após conclusão dos autos, pela secretaria, ao juiz titular do processo, para este se pronunciar,
por entender ser extemporânea a contestação apresentada, foi ordenado por despacho do magistrado
judicial, notificação à A. para se pronunciar sobre o alegado pela R., como questão prévia.

Redija o requerimento que, na qualidade de mandatário daquela, iria apresentar aos autos,
fundamentando-o devidamente. (2 valores)

Tópicos de correção
1. Cabeçalho do requerimento (0,30 valores):
- Dirigido ao Juiz de Direito do Tribunal competente; indicação do n.º do
processo –(0,15 valores);
- Indicação das partes legítimas (A. e R. já identificadas nos autos) e de que vai
expor a sua pretensão, nos termos e fundamentos que se seguem (0,15 valores).
2. Fundamentos (1,20 valores):
- A lei do apoio judiciário (Lei 34/2004 de 29/07, na redação da Lei n.º 2/2020,
de 31/03): art.º s 16º, nº 1, al. b) e art.º s 22: no caso, com relevância,
modalidade de nomeação e pagamento da compensação de patrono. (0,20
valores)
- O pedido de apoio judiciário a nomeação de patrono, quando apresentado na
pendência de ação judicial, interrompe o prazo que estiver em curso com a
junçãoaos autos do documento comprovativo da apresentação do requerimento
e o prazo interrompido inicia-se a partir da notificação ao patrono nomeado da
sua designação; – art.º 24º, nºs 4 e 5, al. a) Lei 34/2004 (0,40 valores).
- A R. só comunicou, alegou e provou a 7 de junho, que a 29 de abril requereu
apoio judiciário na modalidade de nomeação de patrono. (0,20 valores)
- Tendo sido citada a 4 de abril p.p., já decorrera prazo para contestar que
terminou a 13 de maio do corrente - art.º 569.º, n.º 1; referência à contagem
de prazos – e suspensão do prazo nas férias judiciais – art.º 138, n.º 1;
referência ao prazo de complacência – art.º 139.º, n.º 5, pelo que não se
considera interrompido o prazopara contestar (0,40 valores).
5
3. Conclusão e pedido (0,50 valores):
Não pode ser admitida a contestação por extemporânea que, por isso, deverá ser desentranhada,
com todas as consequências legais;

Nomeadamente, devem considerando-se provados os factos alegados pela A. – art.º 574 n.º 2.

QUESTÃO IV

Independentemente da resposta à pergunta anterior considere, agora, que a R., devidamente


citada no dia 4 de abril de 2022, no prazo legal, apresentou contestação com os seguintes argumentos:
- celebrou, com a sociedade comercial SOCONSTROI – CONSTRUÇÕES, LD.ª, um contrato de
empreitada para a execução das obras realizadas no seu armazém e zona envolvente, objeto da presente
ação;
- a SOCONSTROI – CONSTRUÇÕES, LD.ª assumiu, por contrato escrito com a Ré, todas e
quaisquer obrigações, responsabilidades e riscos, para esta transferidas, nomeadamente, no que se
refere a quaisquer prejuízos causados a terceiros;
- forçoso é concluir que foi a sociedade SOCONSTROI – CONSTRUÇÕES, LD.ª a única e exclusiva
responsável por todos os prejuízos resultantes da execução dos trabalhos que integraram aquele
contrato;
- pois que foi a “autora” material dos trabalhos descritos na p.i que, por sua vez, terão gerado
os danos reclamados.

Sem prescindir, se assim se não entendesse, sempre se diria que, não é verdade que a R. seja
responsável por quaisquer danos sofridos pela A., pois toda a obra foi executada de acordo com as
normas legais e regulamentares em vigor, cumprindo-se integral e simultaneamente as mais elementares
regras de segurança exigidas.

Imagine, que é advogado/a da R.. Através de que expediente processual melhor poderia
defender a sua Cliente e proteger os seus interesses no processo em curso? Responda
fundamentadamente. (1 valor)
Tópicos de correção
1. Modificação subjetiva da instância (0,80 valores):
- Incidentes da intervenção de terceiros (art.º 262.º, al. b)): a R. deve deduzir incidente de
intervenção acessória provocada, regulado nos art.º s 321.º a 324.º (0,30 valores);

6
- A Ré, tendo ação de regresso contra terceiro, para ser indemnizada do prejuízo que lhe cause a
perda da demanda, pode chamá-lo a intervir como auxiliar na defesa, sempre que o terceiro
careça de legitimidade para intervir como parteprincipal (art.º 321.º n.º 1) (0,30 valores);
- Relação de conexão e prejudicialidade entre o objeto da ação pendente e o daação de regresso
(cf. art.º 322º, n.º 2, in fine) (0,10 valores);
- Vinculação do terceiro, chamado, à decisão sobre as questões de que depende odireito de
regresso (art.º 323º, n.º 4) (0,10 valores).
2. Procedimento (0,20 valores):
- Dedução do Incidente na contestação ou, não pretendendo contestar, em requerimento
apresentado no prazo de que dispõe para o efeito, justificando o interesse que legitima o incidente –
art.º 322, n.º 1 (0,15 valores);
- Requerendo a citação do Chamado e pedindo que, caso a R. venha a ser condenada, seja
reconhecido o seu direito de regresso sobre aquele – art.º 323.º, n.º 1) (0,15 valores).

7
PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
Curso de Estágio 2020
Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Área de Prática Processual Penal


(4,50 Valores)

07 | DEZEMBRO| 2022
PRÁTICA PROCESSUAL PENAL
(4,50 Valores)

No dia 17 de janeiro de 2021, pelas 15.00 horas, em plena praia de Valadares, António foi
detido por Carvalho, soldado da Guarda Nacional Republicana, no seguimento de uma ação de
prevenção contra a condução com abuso de álcool. O soldado Carvalho, acompanhado pelo seu colega
Antunes, resolve fazer uma busca à bagageira da viatura conduzida.
Na mesma encontrou e apreendeu um conjunto de folhas de plantas que pesavam acerca de
150 gr. Suspeitando tratar-se de produtos ilícitos, nomeadamente de folhas de cannabis, o soldado
Carvalho detém António por entender que os factos que observara lhe permitem concluir que o
suspeito praticava o crime de Tráfico e outras atividades ilícitas, p.p. pelo artigo 25.º, Al.a), e Tabela 1-C,
do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de janeiro.
Seguidamente, como o dia em causa era Domingo, recondu-lo aos calabouços do Posto da
GNR de Vila Nova de Gaia para, no dia seguinte, às 09.00 horas da manhã, ser presente ao juiz de
Instrução Criminal (JIC).
No dia seguinte, quando o detido foi presente ao JIC, este, depois de brevemente elucidado
sobre as razões da sua detenção, determinou que aguardasse à guarda da GNR até à quarta-feira
imediata, pois havia muitos processos sumários para realizar nesse dia de manhã face à operação de
prevenção supra referida, por crimes de condução em estado de embriaguez.
Na quarta-feira de manhã, durante a diligência, o Ministério Público (MP) propõe ao JIC a
aplicação da prisão preventiva por entender que, em concreto, se verificava o risco de continuação da
atividade criminosa.
António, em sua defesa, admite a posse da cannabis e, inclusive, o seu cultivo, ao lado das hortaliças de
onde tirava o seu único sustento, no pequeno quintal da sua casa sita numa pequena aldeia próxima de
Cinfães. Porém, alega que ela era exclusivamente utilizada na composição de uma tisana, que sua
mulher bebia duas vezes por dia, depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro, tendo-se esta
recusado a efetuar os tratamentos de quimioterapia que, então, lhe foram prescritos por um clínico,
factos estes que o arguido conseguiu demonstrar.

2
QUESTÕES

1. Se fosse advogado de António e, durante a diligência referida no enunciado, lhe fosse concedida a
palavra, o que invocaria em defesa do seu cliente para que a este não fosse aplicada a medida de coação
de prisão preventiva? (3 valores)

Critérios de classificação

A primeira questão que aqui importa discutir é qual o alcance da norma prevista no artigo 254.º, n.º 1,
al. a), do CPP, e que manda que, no prazo máximo de 48 horas o detido seja presente ao juiz
competente para primeiro interrogatório judicial e, eventualmente, aplicação de uma medida de
coação. E o problema é saber se a diligência tem que ser executada dentro dessas 48 horas ou se, pelo
contrário, basta que o detido seja presente ao juiz independentemente do tempo em que a diligência
em si (primeiro interrogatório judicial de arguido detido) tenha lugar. O que com esta norma se
pretende é evitar detenções arbitrárias e à margem ou na ignorância das entidades judiciais. Por isso,
tem-se entendido que basta, para integral cumprimento do preceito em causa, que o detido seja
presente ao juiz mesmo que, como no caso, ele só venha a proceder ao interrogatório passados dois
dias. (1,00 valores)
Em sede de alegações no âmbito do 141º do CPP, deveria arguir-se que, estando o arguido indiciado da
prática de um crime de tráfico de menor gravidade (artigo 25.º, al. a) do Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de
janeiro), a respectiva pena não admite a prisão preventiva – art.º 202º do CPP. (0,50 valores)
Em segundo lugar, pôr em causa a existência no processo de factos que sustentem o perigo de
continuação da atividade criminosa pois, como a cannabis era cultivada por si, no seu quintal, havia
outras formas de evitar a continuação da atividade criminosa (por exemplo, apreendendo toda a
produção). (0,50 valores)
Poderia ainda invocar a violação dos princípios da necessidade, adequação e proporcionalidade (artigo
193.º CPP) e o da subsidiariedade da prisão preventiva (artigo 28.º, n.º 2 da CRP, e 193.º, n.º 2 do CPP).
(0,50 valores).
Por último requereria a aplicação de uma medida de coação não detentiva, argumentando também com
o facto de o arguido ser o único sustento do agregado. (0,50 valores).

2. Admitindo que o JIC despacha no sentido da proposta do MP, o que poderia agora fazer? (0,50 valores)

Critérios de classificação

Deveria recorrer, para o Tribunal da Relação do Porto, do despacho do JIC que ordenou a aplicação da
medida de coação (artigos 219.º, 399.º, e 401, n. º1, al. b), do CPP). (0,50 valores).
3
3. No dia 17 de novembro de 2021, António contacta-o a si, na qualidade de seu defensor, continuando
detido preventivamente, manifestando profundo descontentamento com o facto de o inquérito já se
prolongar por exatamente 10 meses e ainda não haver decisão. Como seu advogado, o que faria?
(1 valor)

Critérios de classificação

António tem razão, uma vez que, atento o artigo 276.º, n.º 1 do CPP, o prazo de duração deste inquérito
era de seis meses, estando o arguido preso, e de oito meses se estivesse em liberdade, e, em qualquer
dos casos, já se encontrava manifestamente ultrapassado. (0,40 valores)
O defensor deveria requerer a extinção da medida de coação de prisão preventiva, pois, o prazo máximo
da prisão preventiva, atenta a fase processual em que os autos se encontram, é de seis meses, artigo
215.º, n.º 1, alínea a) e 2, do CPP (0,60 valores).

4
PROVA ESCRITA DE AGREGAÇÃO
Curso de Estágio 2020
Curso de Estágio 2021
Curso de Estágio 2022

(RNE- Deliberação 1096-A/2017, de 11 de dezembro)

GRELHA DE CORREÇÃO

Peça Processual
(5 Valores)

07 | DEZEMBRO | 2022
PEÇA PROCESSUAL
(5 Valores)

Ana e Bernardo são casados entre si, no regime de comunhão de adquiridos e proprietários de
um imóvel adquirido em 2019, que constitui casa de morada de família, sito em Cascais, na rua Fernão
Magalhaes, nº 15, 2750-101 Cascais, descrito na Conservatória do Registo Predial de Cascais sob o nº
1234 da união de freguesias de Cascais e Estoril, concelho de Cascais e inscrito na matriz predial urbana
sob o artigo 567 daquela freguesia e concelho, com o valor patrimonial de €210.000,00.
Em fevereiro de 2020 solicitaram um orçamento à empresa Construções Carlos Lda., com sede
no Estoril, concelho de Cascais, que foi prontamente elaborado e entregue a Ana e Bernardo. Após
apreciação do orçamento, Ana e Bernardo comunicaram que aceitavam o valor proposto.
Certo é porem que só em junho de 2020, a Ana e o Bernardo contactaram a Construções
Carlos Lda. e efetivamente adjudicaram a obra. No entanto, em março de 2020, surgiu a primeira vaga
de pandemia por SARS COV2 (Covid-19). A Construções Carlos, Lda., que tinha elaborado o orçamento
recorrendo aos preços dos materiais à data, valor esse que se alterou com o hiato de tempo entretanto
decorrido, informou os donos da obra, que o orçamento acordado no tocante a materiais, teria de
sofrer alterações face ao aumento de preços e escassez de materiais, que implicaria um acréscimo ao
preço de mais €7.500,00.
Ana e Bernardo, confrontados com tal situação e porque não contavam com este acréscimo
de custos, em reunião com o empreiteiro, por forma a não desistirem da realização da obra,
propuseram a diminuição da dimensão da piscina de 6m de comprimento para 4m, mantendo-se 3m de
largura. Tendo logrado o acordo mútuo sobre a forma de evitar o acréscimo de custos, adjudicaram a
obra à construções Carlos, Lda., a qual iniciou a construção de uma piscina no referido imóvel com as
seguintes condições e orçamento; dimensões da piscina, 4m de comprimento por 3 m de largura. Prazo
de execução: 4 meses. Preço: €30.000,00. O preço a pagar em 3 tranches de €10.000,00 cada,
respetivamente no início, meio e final dos trabalhos.
As obras iniciaram-se em julho e decorreram nos 2 meses seguintes, avançando a ritmo
aceitável, tendo os donos da obra pago 2 tranches das 3 em acordadas. A Ana e o Bernardo deslocavam-
se diariamente à obra e acompanharam todos os trabalhos de escavação e de construção da piscina.
Em finais de setembro de 2020, encontrando-se a empreitada em fase final, faltando apenas a
colocação na piscina de ralo de fundo, máquinas e bomba, inexplicavelmente o empreiteiro deixou de
ter acesso à obra, ficando impedido de terminar a empreitada sem qualquer explicação por parte dos
donos da obra, apesar das tentativas de contactos.
Perante tal situação, no início de outubro o empreiteiro interpelou os donos da obra por carta
registada c/AR datada de 02/10/2020, comunicando-lhes que deixara de ter acesso à obra, dada a troca
de fechadura do portão de entrada da moradia, motivo pelo qual ainda não tinha concluído a obra e que
se encontrava em divida a terceira tranche do preço, mais informando que conforme discriminado na
fatura nº 25/2020 datada de 21/09/2020 que remetia em anexo e cujo pagamento solicitava, já havia
despendido €5.000,00 em componentes para a finalização da piscina e que aguardava resposta em 10
dias para finalização da mesma, sob pena de considerar que tinham desistido da obra.
Surpreendentemente, em 23/03/2022 a construções Carlos, Lda. é citada de uma ação
declarativa de condenação, que sob o nº 767/22.4T8SNT, corre seus termos no juízo local cível de Sintra
– Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, intentada em 07/03/2022, em que são autores Ana e
Bernardo, na qual estes alegam em suma que, a obra apresentava defeitos e vícios aparentes de
construção, pois a piscina não estava construída com as dimensões acordadas no projeto e orçamento
inicial e, concluindo a PI como seguinte pedido;
Termos em que se requer;
2
1 – Seja a ação julgada procedente por provada, condenando-se a ré a eliminar defeitos da obra,
retificando a piscina por forma a que esta fique com as medidas de 6m e comprimento e 3m de largura,
conforme orçamento apresentado em 20/02/2020 e proceder a anulação da fatura nº 25/2020 datada
de 21/09/2020, por respeitar a trabalhos não realizados.
Quando assim não se entenda;
2 - Em caso da reparação não ser possível, ou se revelar demasiadamente onerosa, ser o contrato de
empreitada resolvido e a ré condenada a restituir aos autores os montantes de €20.000,00 já pago e
proceder a anulação da fatura nº 25/2020 de 21/09/2020 no valor de €10.000,00.

Imagine que o gerente da Construções Carlos, Lda., o procurava fazendo-se acompanhar da


citação no âmbito da ação supra referida, solicitando-lhe que o patrocinasse na mesma.
Mais, adiantou-lhe que se deslocou às imediações da casa dos autores, a fim de tentar
verificar como estava a obra e que constatou que a mesma estava já concluída, estando os autores a
fazer uso da referida piscina, a qual permanecia com as medidas construídas pela ré.

Elabore peça processual adequada a defender os interesses do seu cliente.

Critérios orientadores de correção


(5 valores)

I. Cabeçalho (0,10 v)
1 – Identificação do Tribunal/Juízo/processo/ré (0,05v)
2 – Meio processual adequado Contestação | 569º CPC (0,05v)

II. Contestação e Reconvenção (3,25 v):


1. Contestação (2,00v)
a. Defesa por exceção (1,00 v)
i. Exceção dilatórias (0,50)
- Incompetência do Juízo local cível de Sintra – 71º CPC – competência juízo local cível de cascais
117º nº 1 a) e 130º nº 1 da LOSJ e Mapa III do DL nº 38/2019 de 18/03.
A incompetência relativa (102º CPC) constitui uma exceção dilatória nos termos do disposto no
artigo 576º nºs 1 e 2, 577º a) CPC, que importa uma a remessa do processo ao tribunal
competente.
Pode ser arguida na Contestação (103º CPC)
ii. Exceções perentórias: (0,50 v) – indicar pelo menos uma destas exceções ou outra(s);
- Exceção de não cumprimento | 428º CC
A resolução repentina do contrato promovida pelos autores, inabilitou a ré de concluir os
trabalhos, por não poder aceder à obra, o que constituiu uma exceção perentória, que importa a
absolvição do pedido nos termos do disposto no artigo 576º nºs 1 e 3 CPC
- Caducidade
O direito de eliminação dos defeitos, caducam se não forem exercidos dentro de um ano a
contar da recusa da aceitação da obra – artigo 1224º CC
O dono da obra deve, sob pena de caducidade, denunciar ao empreiteiro os defeitos da obra
dentro de trinta dias seguintes ao seu descobrimento - artigo 1220º nº 1 CC
A caducidade constitui uma exceção perentória, nos termos do disposto no artigo 576º nºs 1 e 3
CPC, que importa a absolvição do pedido.
b. Defesa por impugnação (1,00 v):
Além de factos ficcionados e dos que podem ser invocados a título de exceção, deverá ser
alegada a inexistência de desconformidade com o acordado, dado que a alteração da dimensão
da piscina foi expressamente pedida pelos autores.

3
Alegação da impossibilidade de concluir os trabalhos pela falta de acesso à obra.
Alegar ainda, a impossibilidade da ré suprir eventuais defeitos da obra, que por esta se encontrar
concluída por terceiros, alheios ao contrato de empreitada em analise e efeitos de tal
factualidade quanto à aplicação dos termos do Decreto-Lei n.º 67/2003, de 8 de Abril, que
transpôs para o ordenamento jurídico interno a Diretiva n.º 1999/44/CE, do Parlamento Europeu
e do Conselho, de 25 de maio, relativa a certos aspetos da venda de bens de consumo e das
garantias a ela relativas, na redação do DL nº 84/2008, de 21 de maio.
3. Reconvenção (1,00 v)
Expressamente identificada e deduzida separadamente - 583º CPC
Estruturar a causa de pedir: enunciando factos – pagamento da fatura nº 25/2020 de 21/09/2020
no montante de 10.000,00€, correspondente ao pagamento da última tranche do preço, na qual
se encontrava discriminado material adquirido para montagem e acabamento da obra, alegar
direito aplicável - 1229ºCC,
4. Alegação de direito (0,25 v) - aplicável a Contestação e Reconvenção: artigos 1207º, 1208º, 1218º,
1219º, 1220º, 1224º, 1229ºCC

III – Pedido – 1,00v


1 - Procedência da exceção dilatória de incompetência relativa do tribunal e remessa do processo para o
tribunal competente (0,20v)
2 – Procedência da exceção perentória de não cumprimento, que importa a absolvição do pedido (0,20v)
3 - Procedência da exceção perentória de caducidade, que importa a absolvição do pedido (0,20v)
4 - Improcedência acão (0,20v)
5 – Admissibilidade e procedência da Reconvenção, requerendo-se a condenação do Reconvindo a pagar
ao Reconvinte o montante de 10.000,00€ referentes à fatura em divida (0,20v)

IV – Requerimento probatório (0,30 v)


1 – requer a produção de pelo menos mais duas outras provas (oportunas para prova dos factos alegados
na Contestação e reconvenção) além da prova testemunhal, por exemplo; junção de prova documental,
requerimento para depoimento de parte dos autores (452º a 454º CPC), declarações de parte do gerente
da ré (466º CPC), inspeção judicial 490º (0,15v)
2 - Rol de testemunhas|498º CPC (0,15v)

V - Valor: o da ação e reconvenção (0,20v): (20.00,00€ + 10.000,00€=30.000,00€) - 583º nº 2 CPC


VI - Termo de juntada (0,10v): PF, Documentos, DUC, comprovativo pagamento
VII - Assinatura peça processual (0,05): cédula e domicílio profissional

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