2019 - Alberto, Alice Isabel
2019 - Alberto, Alice Isabel
2019 - Alberto, Alice Isabel
Dissertação
Supervisor:
AGRADECIMENTOS............................................................................................................. iv
RESUMO ................................................................................................................................. v
ABSTRACT ............................................................................................................................ vi
3.6.2 Amostra.................................................................................................................. 35
4.5.1 Que condições que existem no EPPM para a implementação da política educacional
moçambicana, no contxto penitenciário ........................................................................... 50
Apêndices ............................................................................................................................... 66
Anexos ................................................................................................................................... 70
ÍNDICE DE FIGURAS
i
ÍNDICE DE TABELAS
ii
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE
Declaro que esta dissertação nunca foi apresentada, na sua essência, para a obtenção de
um outro qualquer grau ou num outro âmbito, mas sim e que constitui o resultado do meu
labor individual. Esta dissertação e apresentada em cumprimento parcial dos requisitos
para a obtenção do grau de mestrado em Administração e Gestão de Educação da
Universidade Eduardo Mondlane.
iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus colegas de curso, Arlieta Guenha e Fernando Gelado pelas contribuições que
me foram dando, em algumas fases da elaboração do trabalho.
A minha família, Luzidio Azarias, meu esposo, aos meus filhos Sámia, Rufino, Avita e
Laura a quem, durante a realização deste trabalho foicondicionada a atenção devida;à
minha sobrinha que com muita euforia recordo-me de ela dizer "tia tu consegues"; ao meu
afilhado Olindo Chiale pelo apoio prestado e a todos os que directa ou indirectamente
contribuíram para que este trabalho se tornasse uma realidade.
iv
RESUMO
v
ABSTRACT
The present study analyzes the implementation of the Mozambican schooling policy in
the penitentiary context, in order to contribute to the identification of aspects that may
facilitate the creation and development of actions for the permanence and continuity of
students in school. Due to the need to limit the field of study, the research was carried out
in Maputo Province, in the penitentiary establishment that houses the largest number of
inmates at national level and consequently the largest school in the EPs. In the
development of this research, the qualitative approach was followed and three target
groups, inmates, Ep school employees and GP staff of the EP were selected. The data
collection techniques used were surveys, semi-structured interviews and document
analysis. The survey was applied to inmates in number 135, interviews with officials; 7
to the staff of the Department of Rehabilitation and Social Recession and 8 to the teachers
of the EPPM school. The analysis of documents, interviews and surveys allowed the
identification of the conditions of implementation of the Mozambican schooling policy
in the prison context, as well as the constraints that interfere with its effective
implementation. In conclusion, the study identified the factors that contribute to the
efficient and effective development of the policy of schooling for prisoners, as well as
management techniques, material or financial support, and counseling for a notable
retention and attraction of prisoners in joining to the teaching and learning process. These
aspects can contribute to a better development and interest of the inmates-students in
joining the school.
vi
LISTA DE ABREVIATURAS
CCM Cadeia Central de Maputo
DL Diploma legislativo
DM Diploma Ministerial
EP Escola Penitenciária
EP Estabelecimento Penitenciário
EPPM Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo
FRELIMO Frente de Libertação Moçambicana
OPAE Organização Política e Administrativa das Escolas
SNE Sistema Nacional de Educação
GṔs Guarda Penitenciária
vii
CAPITULO 1: INTRODUÇÃO
À lei do Sistema Nacional de Educação (SNE) que é o instrumento específico que rege
o sector educacional, que se orienta pelos princípios e termos definidos na constituição
da república, artigo1 do SNE. Estes são os instrumentos nacionais que constituem a
política de educação em Moçambique, embora não tratem da escolarização penitenciária
de forma específica, ou se existe um outro instrumento legal que rege o processo da
escolarização no meio penitenciário.
1
forma, permitiu avaliar e analisar a implementação da política da escolarização
moçambicana, no contexto penitenciário.
2
1.2 Formulação do problema
Para Luluva (2016) a questão da política educacional enquadra-se no âmbito das políticas
públicas para compreende-las é necessário entender o projecto político do Estado, em seu
conjunto e as contradições do momento histórico em questão e, como tal, elas não são
estáticas, mas dinâmicas.
As políticas educacionais são emanadas pelo estado como qualquer outra política pública,
isto é, tem implicações na escolha e decisões, que envolvem indivíduos, grupos e
instituições portanto, não sendo iniciativas abstractas, mas construindo-se na correlação
entre as forças sociais que se articulam para defender seus interesses e elas formuladas a
partir de diferentes dimensões, cognitiva, instrumental e normativa (Azevedo, 2004).
Portanto a interligação que ocorre nestes locais, incluindo os processos e meios, bem
como os materiais disponibilizados ou não, representam a política que se pretende dentro
de uma determinada sociedade.
3
do adulto, da mulher e do homem, seja qual for a sua capacidade física e mental, a sua
condição e situação. É direito dos brancos, dos pretos, dos mestiços e dos amarelos, dos
pobres e dos ricos, dos emigrantes, dos refugiados, dos presos etc. (Monteiro, 2003).
Nessa ordem de ideias, o presente estudo orienta-se pela seguinte pergunta de partida:
como é implementada a política de escolarização moçambicana, no contexto
penitenciário, especificamente no Estabelecimento penitenciário provincial de Maputo?
1.3 Objectivos
4
Mapear as acções desenvolvidas, com vista à efectivação da implementação da
política de escolarização moçambicana, no contexto penitenciário.
Verificar a implementação das acções inseridas nas políticas de escolarização
moçambicana, no contexto penitenciário, concretamente EPPM.
1.5 Justificativa
Nesse sentido, espera-se, com esta pesquisa, contribuir para a sociedade no geral, para o
sector penitenciário em particular e para o EPPM, especificamente, à medida que
detectadas as lacunas da implementação de políticas de escolarização neste meio, será
proposta a integração de novas componentes para a formação, de modo a reajustará
realidade penitenciária. Este reajuste da política poderá reduzir os problemas que afectam
este sector, nomeadamente: o abandono dos alunos à frequência da escola, a meio do ano
lectivo, as transferências de alunos de uma penitenciária para outra a meio do ano lectivo,
a não continuidade da frequência das aulas nos EPs receptoras dos reclusos, a falta de
material didáctico para os alunos, entre outros. A principal solução destes problemas
passa pela aprovação de instrumentos legais específicos, eficientes, eficazes e relevantes
para o sector, considerando que a educação é o maior instrumento para o desenvolvimento
económico e social. Ela é central no âmbito da estratégia do Banco Mundial, para ajudar
os países a reduzir a pobreza e promover melhor qualidade de vida para o crescimento
sustentável e investimento no povo. A referida estratégia requer a promoção do uso
5
produtivo do trabalho (o principal bem do pobre) e proporcionar serviços sociais básicos
para o pobre.” (Leher, 1999).
Neste sentido, os reclusos são parte integrante da sociedade e considerando que após
cumprimento de pena, retornarão à vida normal, há uma necessidade de serem preparados
para garantir uma melhor reinserção na sociedade.
Para a pesquisadora:
Aponta Sérgio Salomão Shecaira (2009), com autoridade, que as prisões devem servir
como um condutor de mudanças para o encarcerado, conforme a descrição a seguir:
6
Assim, na prisão deve-se proporcionar uma escolarização de qualidade e sem
discriminação de modo a se transformar o homem que se encontra encarcerado, munindo-
o de conhecimentos habilidades e atitudes aceitáveis na sociedade.
Relevância prática
Tomando em consideração que a prisão tem como objectivo central a reinserção social
do condenado, deverá estar estruturado de tal forma que possibilite, a qualquer custo,
garantir os direitos fundamentais do interno (integridade física, psicológica e moral),
viabilizando a sua permanência de forma digna, capacitando-o para o convívio social e
desenvolvimento pessoal.
Assim sendo, todos que actuam nessas unidades (pessoal dirigente, técnico e operacional)
são educadores (sócio educadores) e devem, independente da sua função, estar orientados
nesse sentido. Todos os recursos e esforços devem convergir, com objectividade e
celeridade, para o trabalho educativo. Ou seja, todas as unidades devem possuir um
Projecto Político-Institucional que oriente as acções, defina os recursos e viabilize uma
actuação consciente e consistente, relativamente ao plano individual de trabalho do
recluso.
Todos os grupos de pessoas necessitam de disciplina, ordem e respeito para que possam
conviver harmoniosamente. Estes requisitos são indispensáveis para a formação íntegra
dos indivíduos que vivem em um ambiente social, onde manifestam e expressam seus
pensamentos, familiarizando-se com as demais pessoas (Mirabete, 2007).
As prisões, como espaços habitados por pessoas com pouca sensibilidade social e que
acabam estando em conflito com a Lei. Neste contexto, amissão de uma unidade prisional
7
consiste na reposição e manutenção da ordem, bem como disciplinar os reclusos, de
acordo com os princípios exigido.
Mirabete (2007) afirma que os princípios que são aplicados por uma direcção de unidade
prisional são conduzidos por meio de directrizes disciplinares, que direccionam e
determinam o carácter da administração penitenciária.
8
as considerações éticas. O Capítulo IV faz uma apresentação do processo de escolarização
e sua finalidade e análise de dados, iniciando pela análise da política de escolarização no
EPPM.O Capítulo V apresenta a conclusão, constatações e recomendações.
9
CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Introdução
10
último a política em uso, que é a implementação na prática, da política de facto, através
dos discursos feitos pelos profissionais da área.
O autor refere que pouco tempo depois, os mentores desta iniciativa romperam-na pelo
facto de ela apresentar uma separação nas fazes de reformulação e implementação, pois
os profissionais que actua na base ou seja na escola, devem ser incluídos totalmente, na
formulação assim com na implementação de tais políticas educacionais.
Deste modo os autores propuseram um ciclo contínuo composto por três contextos
principais: Contexto influência, o de produção e o contexto da prática, que estão
interligados entre si, não tendo nenhuma dimensão temporal nem sequencial e não são
etapas lineares (Mainardes, 2006, p.50).
Contexto de
influência
Contexto de Contexto de
produção prática
11
O segundo contexto, o de produção de textos políticos, Mainardes, (2006) citando Ball e
Bowe (1992) tem uma relação simbiótica, embora não evidente ou simples. Esta articula-
se com a linguagem do interesse público mais geral. Os textos políticos representam a
polítca e se apresnta em forma de textos legais e oficiais, textos políticos, comentários
formais ou informais sobre textos legais oficiais, pronunciamentos oficiais, videos etc.
Os textos políticos são resultado de disputa e acordos, pois os grupos que actuam dentro
de diferentes lugares da produção de textos competem para controlar as representações
da política (Bowe et al., 1992). Assim, politicas sao intervencoes textuais, mas elas
também carregem limitações materiais e possibilidades. As repostas a esses textos tem
consequências reais que são vivenciadas dentro da prática.
Bowe et al., (1992) citado por Mainardes, (2006) que o contexto da prática está sujeita a
interpretação e recriação e onde a política produz efeitos e consequências que podem
representar mudanças e tranformações significativas na política original. Para estes
autores, o ponto-chave é que as políticas não são simplesmente implementadas dentro
desta arena (contexto prático), mas são sujeitas a interprtação e, então, a serem recriadas.
Em 1994 Ball, através do livro Education reform: a critical and post-structural appoach,
expandiu o ciclo de políticas acrescentando dois contextos ao referencial original:
contexto dos resultados (efeitos) e o contexto da estratégia política (Mainardes, 2006).
12
Neste contexto, compreende-se que para uma boa análise da implementação da política
educacional moçambicana no contexto penitenciário é necessário entender em que
contextos a política educacional no Serviço Nacioanl Penitenciário foi idealizado e qual
foi o ciclo de política observado para a sua implementação, tendo em consideração o
grupo alvo deste sector.
13
Portanto, o Diploma Legislativo de 1930, que estava sob a gestão da Igreja Católica, assim
como as duas leis do SNE, do Moçambique antes e pós independência consideram que, o
estado deve garantir o direito à educação, como um benefício último do cidadão. No
entanto quanto um como outro não explicitam como é que ela será implementada no
sector penitenciário.
Dentre as várias acções o governo estava preocupado com a redução de altas taxas de
analfabetismo, uma vez que a ideologia do sistema colonial português não tinha dado
importância à educação do povo moçambicano. Assim (15º e 31º artigos), ambos da
CRPM, definem que "o Estado realiza um combate contra o analfabetismo, o
obscurantismo, e promove o desenvolvimento da cultura e personalidade nacional" e que
a educação é um direito e dever do cidadão cujo promotor é o Estado.
Luluva (2016), afirma que nesse período foram programadas e definidas novas estruturas
no sistema educativo, desde a massificação, mobilidade e democratização do ensino,
como lemas de política educacional. A Nacionalização da educação foi uma das grandes
medidas tomadas pelo então governo da Republica Popular de Moçambique, como forma
de manter o controlo e socializar, através de princípios e gestão participativa nas escolas.
Portanto, este documento tinha como objectivo promover a gestão participativa da escola,
onde alunos, professores e comunidade se sentissem iguais, eliminando, desta forma,
todas as atitudes de discriminação que colocassem em risco a convivência colectiva,
dentro e fora da escola.
14
Após a realização do III congresso do partido FRELIMO, em 1977, foi submetido à
assembleia popular, pelo Ministério da Educação e Cultura, um documento contendo
concepções de um novo sistema educacional. Este documento serviu de base para a
elaboração da lei 04/83, portanto, Sistema Nacional de Educação (Luluva, 2016).
Portanto, esta lei, no seu artigo 1º, estabelece cinco princípios gerais da educação, dos
quais destacamos:
Ainda o artigo 35º "Todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos direitos
e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo, origem étnica,
lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado civil dos pais,
profissão ou opção política".
Portanto, através destes artigos compreende-se que a lei preocupa-se com a questão dos
direitos humanos do homem, através da criação de bem-estar de todos, sem
discriminação.
15
2.4.1 Sistema Nacional de Educação (SNE) Lei 06/92 de 6 de Maio
Portanto a filosofia da Boto, tal como a lei nº 6/92 de 6 de Maio consideram o cidadão
como detector do direito a educação e esta é pública, gratuita, obrigatória e láica e que o
estado tem a obrigação e o dever de provê-la a todos os níveis.
16
Guijarro (2005), o direito à educação não significa somente acesso a ela, mas, que esta
seja de qualidade e garanta que os alunos aprendam. O direito à educação é também o
direito a aprender e a desenvolver-se plenamente como pessoa. Para que isso seja possível
é fundamental assegurar a igualdade de oportunidades, proporcionando a cada um o que
necessita, em função das suas características e necessidades individuais.
Nesse sentido, grande parte dessas pessoas presas necessita de uma educação ampla e
diferenciada, para que adquiram conhecimentos, saberes e práticas que lhes possibilitem
a (re) construção de sua cidadania, se é que em algum momento de sua vida social e
produtiva o recluso foi ou se sentiu cidadão.
17
No entanto, por um lado, o facto de não ser exigido por muita gente, nem oferecer risco
à ordem social quando não realizado, não o torna um direito opcional e, por outro lado,
os vários autores que escrevem sobre a educação na penitenciária, não desenvolveram
estudos sobre como esta política é implementada no sector penitenciário.
É nesse contexto que a Missão do Serviço Penitenciário, insere-se no âmbito mais vasto
e complementar do Sistema de Justiça Penal, assentando-se no respeito das normas de
Direito Interno e do Direito Internacionalmente reconhecido e organiza-se em duas
vertentes fundamentais. A primeira, que é nuclear da missão, tem como objectivo
contribuir para a protecção da sociedade, através da reclusão e do acompanhamento de
todos aqueles que, por sentença judicia, são condenados a penas privativas de liberdade
por motivo de cometimento de uma infracção criminal. A segunda vertente, que completa
a missão, consiste no desenvolvimento e promoção de acções com objectivo de
transformar os reclusos, tornando-os cidadãos respeitadores das regras mais elementares
da convivência social, através de mecanismos de ressocialização e reinserção nas
comunidades de que são oriundas ou residentes (BR - Resolução nº 65/2002 de 27 de
Agosto, p. 246-5).
18
Para a prossecução da implementação da escolarização no meio penitenciário teve-se
como pressupostos os vários instrumentos legais internacionais e nacionais, aprovados.
Tais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Carta Africana dos Direitos do
Homem, e a constituição da república de Moçambique, diploma ministerial 65/2000 e o
decreto 130/2002.
Este instrumento foi antecedido pela Resolução nº 65/2002 de 27 de Agosto sobre Política
Prisional e estratégia da sua implementação, no entanto estes instrumentos foram
aprovados num contexto em que o grosso dos prisioneiros não possuía a 7ª classe, situação
esta que prevalece ate aos dias de hoje.
De acordo com Borges (2000) afirma que o papel da educação dentro do marco legal para
a “boa governação” é fundamental, pelo facto deste constituir a ideologia de igualdade de
oportunidades, como cerne da teoria do capital humano.
19
Acrescenta ainda que a “sociologia da educação” do Banco Mundial contribui para
legitimar o Estado liberal, como uma instituição neutra, empenhada em garantir o
cumprimento de regras “justas”.
Nesse sentido, a ideia de inclusão social que está em pauta é bastante peculiar à luta contra
a pobreza e à exclusão social não é, necessariamente, uma luta contra a desigualdade de
renda, que, na perspectiva do Banco Mundial, apenas reflecte diferenças nos níveis de
habilidade e de esforço individual, mas contra a desigualdade de condições competitivas
no mercado (Borges, 2000).
Portanto, o autor refere que a política educacional não pode ser vista de forma competitiva
ou uma mercadoria a ser livremente comercializada, mas sim ela deve ser vista sob o
ponto de bem-estar garantido pelo Estado.
Portanto são vários efeitos negativos que sofrem os indivíduos que, por alguma razão,
não beneficiam ou abdicam dela, desde a exclusão social, o que significa a falta de escolha
de uma profissão, embora não seja condição "sine quo no" para levar uma vida honesta e
fora do mundo criminal.
Cezerilo (2013) considera que a educação é um meio reabilitativo do recluso e que está
adstrito ao Serviço Nacional Penitenciário, sendo que o recluso que não estiver inserido
em actividades sejam eles manuais ou académicos estará fora do processo de reabituação,
reeducação e posterior reinserção na sociedade de forma que este esteja recuperado,
evitando, desta forma, a reincidência nos EPs.
O Diploma Ministerial 130/2002, sobre a criação das escolas nos EPˊs, no número 3 do
artigo 2 estabelece que as referidas escolas, sendo instituições públicas, reger-se-ão pelas
normas do SNE moçambicano.
20
Desta feita os Estabelecimentos de ensino do SERNAP integram o Subsistema de Ensino
Técnico-Profissional do Sistema Nacional de Educação, e compreendem:
O Ensino Técnico-Profissional;
O Ensino Básico;
O Ensino Técnico-Profissional
Este modelo de escolarização está sob gestão do sector técnico e não da escola. Nele são
tratados trabalhos ligados à carpintaria, serralharia, mecânica, artesanato, tecelagem e
canto e dança.
Estas áreas funcionam como impulsionadores para a reabilitação dos reclusos. De açodo
com Cezerilo (2013), as actividades que são desenvolvidas como complemento do
trabalho reabilitativo são a educação, actividades laborais de cunho profissionalizantes,
actividades culturais, recreativas desportivas, assistência religiosa que é desenvolvida no
EPPM. Deste contexto, busca-se em primeiro lugar, através delas, disciplinar os reclusos
e organizar o ambiente penitenciário, de modo a dotar os reclusos do padrão de vida
vigente e torná-los dóceis. Em segundo lugar o trabalho constitui um verdadeiro pilar de
reabilitação e reinserção dos reclusos, pois cria-se uma rotina produtiva, onde são
premiados os bons produtores através de trabalhos externos.
Portanto desta forma entende-se que ainda não existe uma estrutura para o ensino técnico-
profissional, no sentido de os formandos serem certificados como tal, se não apenas um
21
aprendizado e fazendo como ocupação de trabalho reabilitativo. Outrossim, não existe
uma cultura ou um sistema eficaz, capaz de controlar e monitorar os formandos destes
cursos, pós soltura.
Estes níveis de ensino são os que estão sendo praticados neste EP e obedecem o plasmado
no Sistema Nacional de Educação, embora se tenha incluído no subsistema de
alfabetização e educação de adultos, a disciplina de moral e educação cívica, dada a
natureza do local onde decorre o ensino e aprendizagem, tendo em consideração o grupo
alvo, no caso, reclusos.
Política de educação
Para Martins, (1993) citado por Luluva, (2016) define política educacional como sendo
aquela que é capaz de projectar e de orientar a formação das pessoas de que a sociedade
necessita. Enaltece ainda que, os objectivos da política educacional definem a sociedade
que se pretende projectar e o ser humano que se compõe.
Para Luluva (2016), política educacional situa-se no âmbito das políticas públicas e de
carácter social, representando a forma como o estado intervêm na sua materialização.
Neste contexto, os três autores, embora usando redacções diferentes, definem o conceito
de política educacional, como um conjunto de acções de promoção da educação
desenvolvidas por uma entidade colectiva que detêm o poder e tem responsabilidade para
22
o efeito. Entretanto, os dois primeiros, são unânimes em afirmar que a política
educacional espelha as intenções do tipo de sociedade que se pretende formar, ou seja, é
pensar no homem de hoje e no seu futuro, tendo em conta os aspectos social, cívico e
individual.
Relativamente ao tema desta pesquisa, a política de educação em análise esta virada para
o contexto penitenciário, local onde estão encarcerados os que, de certa forma,
infringiram a lei ou seja não agiram de acordo com os padrões estabelecidos pela
sociedade e pelos instrumentos jurídicos reguladores da justiça. Deste contexto, os
conceitos definidos pelos autores acima mencionados abrem espaço para os gestores
penitenciários assim como os políticos ou o governo avaliarem profundamente o tipo de
sociedade que se pretende criar, através da formação, reorientação, regeneração dos
detidos e condenados, contribuindo para a reeducação do efectivo de reclusos.
Escolarização e educação
Nesse sentido, Moura (2000) afirma que o factor escolarização, enquanto um processo
que abarca não somente o domínio de uma linguagem escrita mas também outras práticas,
essencialmente, escolares como, por exemplo, a de explicar, verbalmente, processos de
raciocínio, ele seria o responsável pelas mudanças qualitativas de pensamento, bem como
a de saber ser e estar em sociedade.
Considerando que existe uma relação intrínseca entre a escolarização e a educação, pelo
facto de ambos terem o objectivo da criação de condições para que o Homem tenha uma
vida digna, a educação pode ter grande relevância para a formação da dignidade da pessoa
humana, seja pela inclusão social, pela capacitação profissional ou de crescimento
pessoal, seja pela contribuição para uma vivência digna, calcada no conhecimento de seus
direitos e dos direitos dos outros (Almeida e Santos, 2016)
23
cor, sexo, idade e quaisquer outras formas de discriminação, buscando acções e propostas
para concretização das acções definidas pelo poder público, na garantia desse direito.
Conceito de penitenciária
Oliveira (2014, p.147) define a penitenciária como sendo uma escola do vício e do crime.
Ainda o mesmo autor citando Foucault (2005), diz que a penitenciária deve ser um
aparelho disciplinar exaustivo, devendo tomar a seu cargo todos os aspectos do indivíduo,
sua preparação físico, sua aptidão para o trabalho, seu comportamento quotidiano, sua
atitude moral, suas disposições, […] é classificada como instituição completa e austera.
Para Goffman (1974) citado por Caixeta (2009), define a penitenciária como um local de
residência e trabalho, onde grande número de indivíduos com situação semelhante,
separados da sociedade mais ampla por considerável período de tempo, leva uma vida
fechada e fortemente administrativa.
No entanto no contexto actual, a penitenciária deve deixar de ser austera, passando a ser
mais humana e criar um ambiente em que seja possível transformar o homem rude em
dócil, isto é, tornando-a um local de penitência e de fácil recuperação do indivíduo.
24
permitem perceber o contexto da pesquisa em causa. O terceiro capítulo versa sobre a
metodologia que usada para a realização da pesquisa.
25
CAPITULO III: METODOLOGIA
3.1 Introdução
i. Administrativo
26
ii. Recinto prisional
Direcção: um (1) director, um (1) secretário e dois (2) assistentes sociais. Administração
é composta por doze funcionários. Gabinete técnico, formado por vinte e quatro (24)
trabalhadores especializados nas áreas indicadas a quando da descrição da (organização
do estabelecimento).
27
jornada laboral, estes guardas não podem ausentar-se do posto. Trabalham numa escala
de três turnos. Três (3) guardas trabalham dentro dos pavilhões e lidam directa e
diariamente com os reclusos. O respectivo gabinete de trabalho situa-se na entrada de um
dos pavilhões. Os da brigada externa, acompanham reclusos que fazem trabalhos fora do
estabelecimento prisional, reclusos doentes transferidos para hospitais públicos e para as
precárias (actividades de índole pessoal, exemplo: funeral de um parente do primeiro grau
do recluso). Também, respondem pela brigada de actividades internas, tais como,
desporto, cultura, carpintaria, serralharia, costura e outros. O posto de permanência
interna, tem a tarefa de articular o movimento de entradas e saídas de reclusos, de pessoas
estranhas ao estabelecimento prisional e dos familiares dos reclusos, patrulhamento e
assistência ao posto, rondas diurnas e nocturnas. Referente à organização dos reclusos,
existem dez (10) pavilhões supra citados. Destes, dois (2) são para presos condenados a
penas maiores e menores, um (1) para menores de dezoitos (18) anos, um (1)
administrativo, onde se faz triagem dos recém-chegados e os restantes para os detidos.
Dentre esses pavilhões, um (1) é destinado aos deficientes físicos, outro para doentes no
geral e em fase de recuperação, um (1) com laterais que albergam doentes que padecem
de doenças contagiosas, nomeadamente, cólera, tuberculose e HIV.
28
Figura 2 Vista frontal da escola penitenciária do EPPM
Estrutura da escola
29
Figura 4 Organograma da Escola Penitenciária do EPPM
Director da
Escola
Chefe da
Director
Secretaria e
Pedagógico
Administrativo
Funcionamento da EP
30
De igual modo, assegura a gestão permanente do pessoal da EP, nos aspectos de
colocações, avaliações e actos administrativos, no que concerne à mudança de carreira,
promoções, progressões e outros.
Portanto, estas faculdades ou poderes atribuídos ao director, fazem com que ele
desempenhe, simultaneamente, uma dupla função, a de gestor escolar e de administrador,
sendo esta última a que lhe ocupa maior parte do tempo, dada a natureza e complexidade
da mesma. Como administrador e gestor escolar, o director dirige os propósitos da escola,
orienta, governa, ministra, aplica, enfim, ele actua sobre o corpo docente de forma
integrada e acompanha todo o desenvolvimento da instituição que dirige, daí a
complexidade da tarefa de administrador.
Paro (2001), afirma que o director se encontra dividido entre as duas funções que precisa
exercer na unidade escolar: a de educador, buscando objectivos educacionais e a de
administrador e responsável último pela instituição escolar, tende que fazer cumprir as
determinações emanadas dos órgãos superiores de ensino. Portanto, como dirigente, cabe
ao director geral ter uma visão de conjunto e uma actuação que segura a instituição nos
seus aspectos pedagógicos administrativos, financeiros e culturais.
Organização pedagógica
31
Figura 5 Alunos da 8ª Classe na aula de Inglês.
Neste sentido, foram adoptados e aplicados os métodos e técnicas para a recolha de dados
desta pesquisa, onde foram administrados entrevistas aos reclusos, questionários aos
funcionários da escola, director da mesma, incluindo os funcionários e agentes
penitenciários que garantem a segurança dos reclusos no seu todo. Foi seleccionada uma
amostra representativa da população, para a compreensão do estudo.
32
2008), este tipo de pesquisa permite identificar os factores que determinam e contribuem
para a ocorrência dos fenómenos.
Para o efeito, fez-se um estudo de campo que, para Gil (2002), focaliza uma comunidade
e desenvolve-se, por meio da observação directa das actividades do grupo do estudo e
aplicação de entrevistas á informantes, na perspectiva de captar suas expirações e
interpretações do que ocorre no grupo, como é o caso das regras, costumes e convenções
que intervêm no processo de suas transformações.
Para a realização da presente pesquisa teve-se como base os dados fornecidos pelo
Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), dos quais indicam que em Moçambique
existem 16 Estabelecimentos Penitenciários, 25 centros abertos e 74 Estabelecimentos
Penitenciários a nível dos distritos, adstritos aos EṔs Provinciais.
33
Tabela 1: Estabelecimentos Penitenciários de Moçambique/capacidade
Capacidade
Estabelecimento Penitenciário Localização instalada Capacidade existente
2015 2016
Ep. Especial Preventivo C. Maputo 250 288 332
Ep. Provincial de Maputo P. Maputo 1 050 2 729 3 287
Ep. Especial MáximaSegurança P. Maputo 600 744 787
Ep. Especial para Jovens P. Maputo 180 - -
Ep. Especial de Mulheres P. Maputo 300 97 120
Ep. Provincial de Gaza P. Gaza 280 570 566
Ep. Agrícola de Mabalane P. Gaza 800 693 788
Ep. Provincial de Inhambane P. Inhambane 495 824 936
Ep. Provincial da Beira P. Sofala 470 1 267 1 505
Ep. Agrícola de Manica P. Manica 1 610 1 657 2 083
Ep. Provincial de Tete P.Tete 560 937 1259
Ep. Provincial de Zambézia P. Zambézia 860 1 499 1 512
Ep Provincial de Nampula P. Nampula 785 1 646 1 917
Ep. Industrial de Nampula P. Nampula 960 1 013 1 199
Ep. Provincial de C. Delgado P. C. Delgado 420 665 824
Ep. Provincial de Niassa P. Niassa 255 693 987
Totais - 15 322 18 102
34
Porque o número dos EPs a nível nacional, bem como a sua população reclusa são
elevados, o estudo incidiu nos estabelecimentos penitenciários da Província de Maputo,
concretamente no EPPM, por este apresentar maior número da população, relativamente
a todos outros. Outro factor da escolha deste EP é relacionado com o custo da pesquisa,
facilidade de locomoção e economia de tempo, assim como o acesso e acessibilidade de
informação.
3.6.1. População
3.6.2 Amostra
3.7.2 Reclusos
A pesquisa abrangeu 135 reclusos, entre detidos e condenados, desde a pena correccional
à pena maior e todos são alunos desta escola. As idades destes estão entre 18 e 50 anos e
todos estão no estabelecimento prisional pela primeira vez.
Os dados que foram testados são, em grande medida, dados qualitativos. Salientar que,
nesta busca foram recolhidos dados primários e secundários. Os primários constituem
aqueles levantados antes da pesquisa e os dados secundários são aqueles levantados
directamente no campo, durante a pesquisa.
Relativamente aos reclusos, a aplicação dos questionários foi realizada directamente pela
pesquisadora com vista a permitir a explicação dos objectivos da pesquisa e
esclarecimento de possíveis dúvidas em relação às questões.
O trabalho de campo para a recolha de dados foi autorizado pelo Director Nacional dos
Serviços Penitenciários e a posterior pelo Director do EPPM. A aplicação dos
instrumentos de recolha de dados foi aceite por todos inqueridos.
37
Para (Mutimucuio, 2008), as sessões de entrevista são uma oportunidade que permite
observar atitudes, reacções e condutas dos entrevistados.
A pesquisa em causa é qualitativa e explicativa desta feita, para a análise de dados ira se
proceder a transcrição e organização de toda informação recolhida a partir do questionário
e entrevista. No segundo momento proceder-se-á a classificação dos dados por meio do
estabelecimento de relações existentes entre os dados divergentes e convergentes e, por
último. Atribuição de categorias a cada agrupamento de dados. (Mutimucuio, 2008).
3.11.1 Validade
Os dados para o presente estudo serão recolhidos no EPPM, cadeia que alberga apenas
homens, para o efeito serão verificadas a consistência e a integridade das respostas, onde
è necessário considerar uma política de controlo de questionários incoerentes ou
incompletos.
38
geral da pesquisa, tendo em conta que os respondentes escolhidos para amostra são
apropriados.
3.11.2 Fiabilidade
A fiabilidade está ligada a precisão e exactidão. Muticumuio (2008) afirma que, para uma
pesquisa ou instigação ser considerada fiável, deverá demonstrar que, se fosse levada a
cabo num grupo similar de respondentes, num contexto similar e bem definido, os seus
resultados seriam similares.
No presente estudo serão observados os princípios éticos definidos por normas aceites
internacionalmente, pelo facto de se tratar de uma pesquisa que envolve seres humanos,
(Gil, 2008).
Desta feita foi efectuada, no terceiro capítulo, a descrição do local da pesquisa que se
conclui ser um espaço muito delicado e que precisa de muita cautela para uma pesquisa
do género, dado que a população alva está numa condição de estudante e em situação de
cumprimento de pena e, não se sentindo obrigados, a prestarem informação para o efeito.
39
Deste modo avançamos para o quarto capítulo em que se apresentam e se discutem os
dados que foram apurados, com a busca da informação em causa.
40
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E DISCUSSÃO DE DADOS
4.1 Introdução
Desta forma, Ferraz e Belhot (2010) refere que, na educação, decidir e definir os
objectivos de aprendizagem significa estruturar, de forma consciente, o processo
educacional de modo a criar mecanismos de mudanças de pensamentos, acções e
condutas. Essa estruturação é resultado de um processo de planeamento que está
directamente relacionado à escolha do conteúdo, de procedimentos, de actividades, de
recursos disponíveis, de estratégias, de instrumentos de avaliação e da metodologia a ser
adoptada por um determinado período de tempo.
Objectivo geral
Objectivos específicos
41
Dotar os reclusos com conhecimentos de saber ser, saber estar e saber fazer, como
um ser social.
Resultados esperado
Metodologia
Duração
Local da escolarização
Grelha curricular
42
1. Para o primeiro ano de ensino são leccionados as disciplinas de literacia e
numeracia, isto é, português e matemática,
Importa salientar que para este subsistema foi acrescida a disciplina de educação moral e
cívica, que a torna diferente do regulamentado no SNE.
O programa acima apresentado, foi concebido para a escolarização do cidadão livre e fora
do EP, cujos princípios do processo de ensino e aprendizagem baseiam-se na política do
Sistema Nacional de Educação, com o fim último e principal de profissionalização do
indivíduo. O mesmo processo de escolarização está sendo usado para os reclusos em
cumprimento de pena nos EPs, com o principal objectivo de garantir a reabilitação e
reinserção social do recluso, de modo a torna-lo um cidadão reabilitado. Portanto, o
processo de escolarização penitenciária no EP é administrado da seguinte maneira:
Os reclusos que têm direito de frequentar aquelas escolas são os que já têm a sua situação
penal regularizada, ou seja, os que estão na condição de condenados a uma pena igual ou
superior a um ano de prisão. No entanto, há necessidade de acautelar se esta pena de
prisão de um ano, não irá interferir nos estudos, isto é, a pena em causa deve coincidir
com o término do ano lectivo.
43
b) Material didáctico
A escola é obrigada a garantir todo tipo de material didáctico para que o processo de
ensino e aprendizagem decora plenamente, no entanto, existindo um aluno com
possibilidades de adquirir fora do EP, através de seus familiares, não há impedimento
para o efeito.
c) Avaliações
d) Professores
Há situações bastante preocupante, que têm a ver com o processo de transferência dos
alunos para outras cadeias e ou actividades produtivas, fora deste EP. Este processo torna-
se preocupante pelo facto de não ser integrado nenhum elemento da escola para garantir
alguma observação em relação as transferências. O processo é dirigido e decidido pelo
sector da segurança, acabando transferir os alunos para outros EPs no decurso das aulas,
sem garantia de que no local de destino continuará com estudos.
44
Para se realizar uma avaliação é necessária uma preparação: disposição para avaliar,
recolha de dados, que implica organização de toda informação e, por fim, formular o juízo
final, bem como a tomada de decisões.
Neste subcapítulo pretende-se fazer uma análise geral da Política educacional dos
reclusos do EPPM.
A análise que se vai fazer sobre a política educacional no contexto penitenciário, será em
torno do modelo do ciclo de politícas proposto por Mainardes (2006) à luz das
contribuições de políticas educacionais formuladas por Stephen Ball e Richard Bowe, do
processo de inscrição, da carga horária, da qualidade, da relevância, da eficácia e
eficiência da política educacional para os reclusos do EPPM.
Mainardes (2006), refere que os profissionais que actuam nas escolas nao sao totalmente
excluidos dos processos de formulacao ou implementacao de políticas e os mentores da
abordagem do ciclo de políticas, usam dois estilos de textos considerados por Roland
Barthes (writerly e readerly) para distinguir em que medida os profissionais que actuam
na escola sao envolvidos nas políticas.
O autor salienta ainda que o texto readerly limita o envolvimento do leitor, assim como a
producao de sentidos, colocando-o na posicao de um consumidor, ao passo que o writerly
envolve o leitor e participa no prenchimento das lacunas que possam existir no texto.
45
de textos políticos que é antecedido pelo contexto de influências, no entanto os contextos
subsequantes não foram observados totalmente, pois não houve recriação nem
formulação de outros textos políticos que actuassem de forma específica com este grupo
menoritário, embora haja uma série de actividades que sao realizadas a nível da escola.
Em qualquer um dos subsistemas de ensino o aluno não paga nenhum valor monetário,
bastando apresentar à direcção pedagógica os documentos da última classe frequentada
antes da sua prisão ou não, ele é inscrito na classe que se achar conveniente, de acordo
com a avaliação para o diagnóstico.
O recluso, a quando da sua entrada no EPPM recebe várias palestras, no sentido de dotá-
lo de conhecimentos sobre modos vivendo do EP, conhecer os seus direitos e deveres, é
neste contexto que lhe é informando da necessidade de se inscrever para dar a
continuidade aos seus estudos.
Esta tarefa da sensibilização dos recém chegados no EP para aderirem à escola é feita
pelos reclusos antigos e indicados pelos seus pares, como chefes da educação a nível de
cada pavilhão, onde estão alojados, existindo um recluso que é o responsável máximo
pela área da educação, procedendo-se da seguinte maneira:
46
Este procedimento cria muitas lacunas e problemas de percepção, bem como da
implementação da política educacional, que leva à duas questões: será que é melhor
continuar com esta forma de agir? Inscrevendo os alunos em qualquer época do ano e
interromper suas aulas para atenderem a outras actividades, embora sejam também
importantes.
Ora vejamos, O ensino e aprendizagem nos EṔs possui um orçamento próprio e que é
executado. Possui ainda uma estrutura de funcionamento (alunos, professores, Director
da Escola, Director Adjunto Pedagógico e um chefe da Secretaria com respectivas
nomeações tuteladas pelo Serviço Nacional Penitenciário) para além de infra-estruturas e
material de trabalho didáctico. No entanto, não verifica ou há fragilidade no
acompanhamento integral do processo de ensino e aprendizagem e se os alunos chegam
ao fim ou não da formação, qual a percentagem do aproveitamento.
Carga horária
Assim sendo, não se pode afirmar que a implementação desta política seja eficiente e
eficaz do processo educacional em análise, porque, segundo os autores acima referidos,
uma acção é eficaz e eficiente quando consegue alcançar os resultados ou as metas
traçadas.
47
Qualidade e relevância da política educacional no contexto penitenciário
No que concerne aos conceitos de qualidade e relevância, Houaiss (1997), citado por
Gusmão (2013), afirma que se designa por relevante, aquilo que é de grande valor ou
grande interesse. Relativamente a qualidade, segundo mesmo autor, considera-se que é o
que determina a essência ou a natureza de um ser ou coisa.
Nesse âmbito, uma política que apresenta conteúdos relevantes seria aquela que vai em
consonância com as necessidades dos beneficiários e quando a questão versa pela
qualidade de uma política ou conteúdos tratados no processo educacional, refere-se ao
teor e a forma com que é realizada, isto é, a forma de organização de todo processo de
escolarização, bem como a forma como os conteúdos são ministrados ou transmitidos do
professor para o aluno.
Aliado à questão temporal da escolarização e que alguns reclusos são soltos mesmo antes
do término do ano lectivo para o retorno da vida em sociedade e, possivelmente, não
podendo continuar com o processo educacional, apesar de reunir documento para a
continuidade dos seus estudos.
48
Alguns inqueridos sobre a questão da relevância deste processo educacional no EP,
afirmam que, não é relevante para os reclusos, apenas estão na escola por obrigação e que
o fazem para não sentirem a dor da prisão evitando estar na sela o dia todo.
Para Drucker (1999) eficiência é o acto de fazer certo e perfeito um determinado processo
e segundo Vieira (2008), eficiente é alguém que faz ou produz grande quantidade em
pouco tempo e com poucos recursos.
Nesse sentido, para o contexto penitenciário a política educacional deveria ser eficiente e
eficaz, de forma a facilitar o alcance dos objectivos preconizados na política educacional
moçambicana e coadjuvá-la à política penitenciária, para a área educacional.
O diploma ministerial 130/2002 que aprova a criação das escolas secundárias para os
reclusos deveria ter sido acompanhado pelo regulamento interno, no sentido de orientar
os profissionais ligados à implementação da política educacional ou ao processo de ensino
e aprendizagem. Entretanto, volvidos 12 anos, foi aprovado o Regulamento Interno do
Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP), através do Diploma Ministerial n.º 159/2014,
onde são estabelecidas, de forma específica e detalhada, a Estrutura, a Direcção e as
Competências de cada uma das áreas de prestação de serviços. No entanto, a componente
educacional não apresenta a parte relativa a estrutura, isto é, não existe um regulamento
especifico deste serviço, (DM nº 159 artigo 474 nº 2 e 3, pag. 1566 — 210).
49
4.5 Apresentação e discussão dos dados.
A pesquisa em causa é qualitativa e explicativa, desta feita, para a análise dos dados
procedeu-se à transcrição e organização de toda a informação recolhida, a partir do
questionário e entrevista. No segundo momento foi feita a classificação dos dados por
meio do estabelecimento de relações existentes entre os dados divergentes e convergentes
e, por último fez-se atribuição de categorias a cada agrupamento de dados. (Mutimucuio,
2008).
50
Funcionários do Departamento de Reabilitação e Reinserção Social
Dos inquéritos reservados para estes funcionários foram respondidos e devolvidos 85,7%.
Neste sentido, este é o universo dos funcionários do DRRS que devolveu os inquéritos.
Nas respostas dadas pelos funcionários do Departamento de Reabilitação e Reinserção
Social é notório algum desconhecimento do funcionamento da escola do EPEPPM, pois
50% desta população não sabem da existência e pertinência dos instromentos legais que
aprovam a criação de escolas secundárias no meio penitenciário. Relativemente a
questões organizacionais 66,6% afirmam que há existência de condições para a
leccionação das aulas, pelo facto de a escola possuir infraestruras próprias e mobiladas,
são afirmativos em relação a coordenação das duas direcções, da escola e da penitenciária.
Nas condições pedagógicas, foram questionados sobre a existência de um corpo docente
formado psicopedagogicamente, do currículo do SNE, e as respostas, 83,3% dizem não
estarem criadas as condições, contra 16,6 que dizem sim. 100% dos funcionários deste
departamento, que foram inquiridos, afirmam haver condições financeiras e materiais
para o exercício educacional, neste sector, pois a escola é uma Unidade de Gestão
Financeira de Base.
Tabela 3: Resultado das respostas dos inquiridos sobre as condições que existem no
EPPM para a implementação da política educacional moçambicana, no contxto
penitenciário
Resposta Frequência %
Positiva Negativa Positiva Negativa
Condições político-legal 3 3 50 50
Condições organizacionais 5 1 66,6 33,3
Condições pedagógicas 4 2 16,6 83,3
Condições financeiras e materiais 6 0 100 0
51
Professores da Escola Penitenciária do EPPM
Resposta Frequência %
Positiva Negativa Positiva Negativa
Condições político-legal 1 3 25 75
Condições organizacionais 1 3 25 75
Condições pedagógicas 2 2 50 50
Condições financeiras e materiais 0 4 0 100
52
4.5.2 Acçoes desenvolvidas com vista à efectivação da implementação da política
educacional moçambicana, no contexto penitenciário.
Resposta Frequência %
Positiva Negativa Positiva Negativa
Acções politico-legal 10 0 100 0
Acções organizacionais 4 6 40 60
Acções pedagógicas 7 3 83,3 16,6
Acções financeiras e materiais 5 5 50 50
53
4.5.3 Implementação das acções inseridas na política educacional moçambicana, no
contexto penitenciário.
54
Tabela 6: Funcionários do DRRS e Professores da EPEPPM
Resposta Frequência %
Positiva Negativa Positiva Negativa
Implementação de acções politico-legal 10 0 100 0
Implementação acções organizacionais 4 6 25 75
Implementação acções pedagógicas 7 3 30 70
Implementação acções financeiras e materiais 5 5 20 80
Acções político-legal
Questionados sobre o conhecimento que têm em relação aos seus direitos como
cidadãos moçambicanos, sobre a importância que eles atribuem à escola e se
gostaria de exercer alguma profissão assim que terminarem a pena bem como
dar continuidade de seus estudos pós soltura.
Acções pedagógicas
55
Os reclusos tiveram informação sobre a existência de escola na cadeia de fontes
diferentes, 50% através de palestras ministradas pelos funcionários do DRRS, logo após
a sua entrada no Estabelecimento Penitenciário, 36.6% tiveram conhecimento através de
seus chefes da escola, que são reclusos responsáveis pela sensibilização de seus pares,
para aderirem à escola, 3.3% através do tribunal, que condenou e 10% não responderam
a esta questão. Relativamente a sua inscrição, como aluno desta escola, 30% foi de forma
individual que se fizeram à escola, 6.6% foram obrigados, não era do seu interesse
frequentar a escola, pois, para estes o importante nesse momento é ver suas penas
terminadas, razão da sua estadia neste local, e 6.6% foram acompanhados pelos chefes
do pavilhão onde se encontram a residir nesse momento, chefe da escola e funcionários
do DRRS, respectivamente e 20% não deram respostas a esta questão. Sobre a relevância
da escola na prisão, 96.6% louva a existência de escola na prisão, pois, para além da
aprendizagem que é muito fundamental como cidadão, ela acaba servindo de um alívio
ao estresse, permitindo que o tempo passe de forma rápida. É um auxílio na reabilitação
do recluso, permitindo uma reflexão para o arrependimento dos erros cometidos e 6.6%
diz não ser positivo pois estão na cadeia para o cumprimento de pena.
Acções organizacionais
Se tivesse oportunidade de ser indicado como director da cadeia, que aspectos
melhoraria, para proporcionar um ambiente harmonioso entre os GṔ s e os
reclusos; o que mudaria de formas a criar condições para uma escolarização,
se fosse director da escola.
56
psico-pedagógica, sobretudo os professores reclusos, deveriam ser submetidos a uma
capacitação para o efeito, isso permitiria maior responsabilidade de sua parte e a sua
presença na sala de aulas teria maior impacto. Há necessidade de intensificar a
sensibilização dos alunos a aderirem à escola, pois há muitos reclusos que ainda não
sabem ler e escrever, apesar da existência desta escola cuja frequência é gratuita valor
monetário para o efeito, no entanto, estes não deixam de lado a importância da existência
de material didáctico, este que não é suficiente para os alunos.
57
Após a apresentação deste capítulo percebe-se que há um grande trabalho que deve ser
desenvolvido de forma coordenada pelo sector penitenciário, o sector da educação, como
o guia da educação moçambicana, bem como o sector financeiro, que é parte integrante e
fundamental para mobilizar os recursos necessários para a efectivação da educação de
forma específica. Assim, no quinto capítulo poderemos entender a que conclusão se
chegou com esta pesquisa, e as recomendações avançadas.
58
CAPITULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.
5.1 Conclusão
5.2 Constatações
As questões de investigação que orientaram esta pesquisa foram as seguintes: (i) Que
condições existem no EPPM, para a implementação da política de escolarização
moçambicana, no contexto penitenciário? (ii) Quais as acções desenvolvidas com vista à
efectivação da implementação da política de escolarização moçambicana, no contexto
penitenciário? (iii) Como são implementadas as acções inseridas nas políticas de
escolarização moçambicana, no contexto penitenciário, caso específico do EPPM? A
seguir e por ordem das perguntas de pesquisa, apresentam-se as conclusões do estudo.
59
Sobre esta questão os dados revelam que no EPPM, especificamente na escola, embora
existam boas condições no que tange as infra-estruturas como salas de aulas carteiras para
todos alunos, ou seja, nenhum aluno estuda sentado no chão, assim como quadro de
parede em uso no processo do ensino e aprendizagem, a escola encara desafios
relacionados a escassez de recursos humanos e financeiros, razão pela qual recorrem a
alguns reclusos com certo nível académico para leccionarem o ensino de alfabetização e
educação e em relação aos recursos financeiros e patrimoniais foi observado e dito que
os alunos do ensino secundário não têm livros para acompanharem as aulas havendo
necessidade de os professores redobrarem esforços para cumprirem o plano de aulas, o
material do tipo cadernos, esferográficas, lápis bem como o geométrico e escasso ou ate
certo ponto inexistente.
Sumarizando, os resultados obtidos revelam que, face aos desafios colocados à escola
penitenciária, é necessário que se forme, psico-pedagogicamente, um corpo docente a
todos os níveis, de forma a prover uma educação escolar de qualidade e com qualidade
desejável. Outrossim, tratando-se de um grupo alvo que na maioria não tem recursos
financeiros há necessidade de se colocar à disposição destes, material didáctico necessário
e suficiente para tornar o ensino animador e desejável.
No que concerne a esta questão, dados indicam que o sector penitenciário, de forma geral,
desenvolveu vários instrumentos legais relativos à criação de escolas para pessoas em
situação de cumprimento de pena de prisão, no entanto apesar disso não foi observado,
de forma específica, o regulamento para este grupo alvo, tratando-lhes como se
estivessem em sociedade, fora dos muros altos e gradeados, isentos de liberdade. Os
reclusos são, na sua maioria, inscritos frequentam a escola sem apresentarem algum
documento comprovativo de que alguma vez estiveram inseridos numa escola antes. Por
outro lado, são soltos e transferidos a meio do ano lectivo sem garantia da continuidade
de seus estudos fora deste EP. Em suma há necessidade de se criar acções de busca de
documentação nas escolas que, anteriormente, frequentaram, assim como a inibição da
transferência dos reclusos em processo de escolarização ou envolvimento em outras
actividades que os impeçam de participar do processo de ensino. Aliado a estes factos,
deve-se criar formas de premiar os reclusos alunos, através de acréscimos de dias de
60
visita, machambas para melhorarem sua dieta alimentar ou até visitas precárias de forma
a sentirem-se motivados e permanecerem na escola até ao final do ano lectivo, resumindo,
deve-se criar um regulamento específico para a penitenciária, porque o existente funciona
apenas para indivíduos que estão em total liberdade de circulação.
5.3 Sugestões
O EPPM deve apostar num processo de ensino e aprendizagem que garanta qualidade de
ensino dos estudantes, para isso e de um modo geral deve: para os aspectos politico-legal,
elaborar e submeter a aprovacao o regulamento específico para esta área, assimo como
accoes de parcerias com outras entidades para apoio em material escolar dos alunos e
professores; nos aspectos pedagogicos, garantir que o curriculo do SNE seja cumprimido
na sua íntegra, garantir a formação e capacitação dos seus professores, evitar que os
alunos entrem e saiam a qualquer momento neste processo, isto é, a escola deve ter o
controlo de tudo o que acontece a sua volta; na componente organizacional, deve-se
melhorar a articulação da escola com diversas áreas que actuam na escola e
especificamente a direcção do EP, na organização dos reclusos a serem transferidos deve
coordenar e partilhar as propostas antes da sua efectivação, assim como coordenar com o
DRRS para acompanhamento dos alunos pós soltura e; aspectos financeiros e materiais a
61
escola deve mobilizar e criar parcerias para financiamentos de bens e serviços para o seu
funcionamento.
Outra recomendação fundamental está aliada ao currículo, esta escola deve, também,
inserir o currículo local ou oculto dado o grupo alvo ser específico, daí a necessidade de
se adoptar matéria específica para este grupo, de modo a facilitar assimilação e prover a
transformação de facto. Consequentemente, isto reduzirá de certa forma, a reincidência
dos reclusos e evitará a superlotação na cadeia e, deste modo, se alcançará o preconizado
no Sistema Nacional de Educação, bem como o pretendido no Serviço Nacional
Penitenciário.
62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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escolarização do preso nas legislações penal e educacional. Revista Brasileira
de Política e Administração da Educação-Periódico científico editado pela
ANPAE, 32 (3), 909-929.
Azevedo, J. M. L. (2004). A Educação como uma Politica Publica. (3ª ed.). Campinas,
SP: Autores Associados Editora.
63
Dal-Farra, R. A., & Lopes, P. T. C. (2013). Métodos mistos de pesquisa em educação:
pressupostos teóricos. Nuances: estudos sobre Educação, 24 (3), 67-80.
DRUCKER, P. (1999). Os novos desafios. HSM Management, São Paulo, 3 (12), 36-
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Gil, A.C. (2002). Como elaborar projecto de pesquisa: 4ª edição. São Paulo: Atlas.
Gil, A.C. (2008). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social: 6ª edição. São Paulo: Atlas.
Mirabete, J.F. (2007). Código penal anotado. Lições de Direito Penal: 1.(5) 973.
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Monteiro, A. D. R. (2003). O pão do direito a educação. Educação e Sociedade, 24 (84),
763-789.
Paro, V. H. (2001) Administração escolar: introdução Crítica, 10ª Edição, são Paulo.
65
Apêndices
Questionário sobre a escolarização no contexto penitenciário moçambicano
Condições Organizacionais
d) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
e) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
f) --------------------------------------------------------------------------------------------
Condições Pedagógicos
g) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
h) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
i) --------------------------------------------------------------------------------------------
j) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
k) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
l) --------------------------------------------------------------------------------------------
66
2. Quais são as acções desenvolvidas com vista a efectivação da implementação da
política de educacional moçambicana, no contexto penitenciário?
Acções Político-legal
a) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
b) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
c) --------------------------------------------------------------------------------------------
Acções Organizacionais
d) ---------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------
e) ---------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------
Acções Pedagógicos
f) ---------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------
g) ---------------------------------------------------------------------------------------------
---------------------------------------------------------------------------------------------
h) ---------------------------------------------------------------------------------------------
i) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
j) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
k) --------------------------------------------------------------------------------------------
3. Como são implementadas as acções inseridas na política educacional
moçambicana, no contexto penitenciário?
Implementação Politico-legal
a) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
67
b) ---------------------------------------------------------------------------------------------
-------------------------------------------------------------------------------------------
c) --------------------------------------------------------------------------------------------
Implementação Organizacionais
d) --------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
e) --------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
f) --------------------------------------------------------------------------------------------
Implementação Pedagógicos
g) --------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
h) --------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
i) --------------------------------------------------------------------------------------------
j) --------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
k) --------------------------------------------------------------------------------------------
--------------------------------------------------------------------------------------------
l) --------------------------------------------------------------------------------------------
68
Guião de entrevista no âmbito da pesquisa sobre a escolarização no contexto
penitenciário
69
Anexos
70
SERVIÇO NACIONAL PENITENCIÁRIO
SERVIÇO DE OPERAÇÕES PENITENCIÁRIAS
SALA DE OPERAÇÕE
POPULAÇÃO PRISIONAL
O Oficial de Informação
__________________________
(Guarda Penitenciário)
71
SERVIÇO NACIONAL PENITENCIÁRIO
SERVIÇO DE OPERAÇÕES PENITENCIÁRIAS
SALA DE OPERAÇÕES
POPULAÇÃO PRISIONAL
TOTAL GERAL………………………………………………………18.182
O Oficial de Informaçã
_____________________________
(Guarda Penitenciário)
72
73