TMGH Abilio
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Sendo assim neste presente trabalho, vai se falar sobre o desenvolvimento socio espacial e
dinamica de processos espaciais na cidade de quelimane.
O espaço em Geografia pode ser compreendido como sendo uma condição, meio e produto
do processo de produção e reprodução da sociedade (CARLOS, 2009). É no espaço onde se
revelam as condições, em que se realiza a vida da sociedade, é o plano da vida cotidiana onde
nos defrontamos com a dialética entre o desejo e a necessidade [...]. Como condição para a
realização da sociedade, trata-se do espaço da materialização das relações sociais. Como
meio, esse espaço realiza-se enquanto circulação, de modo a permitir a mobilidade. Como
produto, tem-se o espaço enquanto valor de uso (CARLOS, 2007, p. 53-54).
Assim, sendo o espaço compreendido como processo e movimento que se realiza na tríade
condição, meio e produto da produção e reprodução da sociedade conforme (CARLOS,
2007), a sua (re) produção é historicamente determinada e levada a cabo por agentes sociais
concretos, dotados de interesses, estratégias e práticas espaciais próprias, portadores de
contradições e geradores de conflitos entre eles e com outros segmentos da sociedade
(SANTOS e ANDRADE, 2010; CORRÊA, 2011).
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1.1 Objectivos
1.2 Geral
Avaliar o desenvolvimento socio espacial e dinamica de processos espaciais na cidade
de quelimane.
1.3 Específicos
Indetificar os factores de desenvolvimento socio espacial e dinamica de processos
espaciais na cidade de quelimane
Descrever Processo Espacial da Expansão Urbana na cidade de Quelimane;
Mencionar as fases de desenvolvimento socio espacial e dinamica de processos
espaciais na cidade de quelimane;
1.4 Metodologia
Para a concretização deste trabalho, houve a necessidade de se auxiliar tanto em matéria
estampada como obras Bibliográficas que já abordaram aspectos relevantes sobre o tema em
referência em seguida, fiz a análise e avaliação da informação e posteriormente a sua
respectiva compilação.
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2.0 Desenvolvimento sócio espacial e dinâmica de processos espaciais na cidade de
quelimane
2.1 Breve historial e caracterização da cidade da Quelimane
A cidade de Quelimane localiza-se próximo à costa leste do centro de Moçambique entre os
paralelos de 17° 52› 42” de latitude S e 36° 53‟ 17” de longitude E, Limita-se a norte com as
localidades de Namacata e Maquival pertencentes aos distritos de Nicoadala e Quelimane,
respectivamente, a sul pelo Rio Cuacua (Bons Sinais) que o separa do distrito de Inhassunge,
a este limita-se com a localidade da Madal e a oeste com a localidade de M‟purune Por causa
da sua localização geográfica, a pesca é uma das suas principais actividades económicas.
Já nas margens do rio, reza a história, Vasco da Gama teria visto com grupo de pessoas a
trabalhar a terra. Um capataz, vendo a embarcação na qual seguia Vasco da Gama iria atracar,
chamou atenção aos seus colegas, em língua local chuabo, Kalimany Kalimany, ou seja
continuem a trabalhar. E Vasco da Gama ouvindo isso pensou que este fosse o nome do local
onde se encontrava daí a designação de Quelimane.
Clamar por desenvolvimento (seja por que ângulo for) só é concebível, portanto, no seio de
uma cultura que busque a mudança ou que esteja conscientemente aberta a essa possibilidade
com um valor social.
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Assim, os autores entendem o desenvolvimento socioespacial como um processo de
aprimoramento, gradativo ou, também através de bruscas rupturas, das condições gerais de
viver em sociedade em nome de uma maior facilidade individual ecoletiva, o princípio mais
fundamental sobreo qual pode se assentar esse processo parece ser a autonomia individual e
coletiva.
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Contudo, o crescimento na demanda por espaços incentiva a acelerada expansão urbana, mas
não há uma relação direta entre a demanda e a rapidez com que as novas áreas são
urbanizadas, nem com o grau em que ocorre a ocupação efetiva dessas terras. A explicação
está na condição particular de mercadoria assumida pela terra no espaço urbano.
Para o caso da cidade de Quelimane, este processo deveu-se e deve-se, em parte, a fatores de
ordem político-colonial e da guerra dos 16 anos, que confrontou as forças armadas do país
com as do movimento de guerrilha da Renamo. De fato, a independência de alguns países,
incluindo Moçambique, induziu o abandono dos projetos que os colonos implementavam
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nesses países. Com a retirada dos colonos, as cidades ficaram inacabadas e com uma estrutura
rural e urbanizada em simultâneo. Portanto, as cidades ficaram com espaços vazios e ainda
hoje é possível observar este fenômeno, ao coabitar espaços ocupados com prédios e
infraestruturas, de um lado da rua e do outro, casas precárias numa ala completamente
degradada, o que Bahia (2004) chamou de uma caraterística híbrida. Mais do que isso, de um
lado são visíveis infraestruturas inacabadas onde assentam focos de marginalidade
perpetuadas por meninos de rua, mendigos e outros marginais, e do outro lado focos de
fecalismo a céu aberto, de prostituição e até de acumulação de lixo que se desenvolvem em
terrenos desocupados no centro da cidade, como era o caso da catedral velha, situada na
marginal.
Na cidade de Quelimane, podem ser encontrados novos edifícios públicos erguidos, como são
o caso da Direção Provincial de Economia e Finanças, a Procuradoria Provincial, o Instituto
Nacional de Segurança Social (INSS), a Assembleia Provincial, o Hotel Elite, a Universidade
Politécnica, entre outros.
Paradoxalmente, os espaços que hoje estão sendo urbanizados antes pertenceram ao meio
rural ou ao menos ruralizado em que os camponeses herdaram dos seus ante-passados vastas
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áreas de terra e continuam proprietárias das mesmas, mas sem o mínimo conhecimento do seu
real valor enquanto componente do espaço geográfico, pois para os saberes locais a terra é do
divino e não pode ter preço por não constituir objeto de troca. De fato, em Moçambique e
Quelimane em particular, para além de terras de indivíduos que as herdaram, há terras que
eram propriedade de latifundiários ou empresas majestáticas, resultantes de um processo
longo e conturbado de expropriação, que foram nacionalizadas no pós-independência.
Esse fenômeno está ligado ao fato de que os que detém poder econômico estão empurrando
os sujeitos mais modesto, aqueles de menor posse, da cidade para o subúrbio. No entanto, os
sujeitos que hoje empurram os pobres acabam sendo empurrados por outros mais tarde,
porque os poderosos adquirem propriedade de pessoas pobres e empurra-nos para lugares
cada vez mais distantes da cidade ou mesmo para zonas de expansão. Mais tarde, esses novos
proprietários vendem a ben-feitoria a grupos econômicos maiores, e assim sucessivamente.
Este fenômeno ficou conhecido em Moçambique como a “venda de chaves” por parte de
pessoas de baixa renda que viviam em casas alugadas no período de pós-nacionalização a
novos-ricos emergentes, indo depois erguer as suas novas moradias nas áreas de expansão
(LIMA, 2016).
Em suma, na cidade de Quelimane são encontradas várias centralizadas, que são definidas
segundo o tipo de ator que mais influência cria.
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7.0 Considerações Finais
Chegando ao fim deste trabalho, pode se concluir que paradoxalmente, os espaços que hoje
estão sendo urbanizados antes pertenceram ao meio rural ou ao menos ruralizado em que os
camponeses herdaram dos seus ante passados vastas áreas de terra e continuam proprietárias
das mesmas, mas sem o mínimo conhecimento do seu real valor enquanto componente do
espaço geográfico, pois para os saberes locais a terra é do divino e não pode ter preço por não
constituir objeto de troca. De fato, em Moçambique e Quelimane em particular, para além de
terras de indivíduos que as herdaram, há terras que eram propriedade de latifundiários ou
empresas majestáticas, resultantes de um processo longo e conturbado de expropriação, que
foram nacionalizadas no pós independência.
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8.0 Referências Bibliográficas
ARAÚJO, M. G. Geografia dos Povoamentos: Assentamentos humanos rurais e urbanos,
Maputo: UEM, 1997.
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