Planejamento Urb e Ativismo Social (Resenha)

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ


INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
FACULDADE DE GEOGRAFIA
PLANEJAMENTO E GESTÃO URBANA

Aluno: Leonardo Brito Campos


Matricula: 20214021

Resenha solicitada pela prof.ª Dr.ª Gleice Kelly


da Costa Menezes, como requisito parcial de
avaliação da disciplina Planejamento e Gestão
Urbana.

Marabá/2023
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SOUZA, M. L.; RODRIGUES, G. B. Planejamento urbano e ativismos sociais. São Paulo:
UNESP, 2004. 136 p.: in il. Coleção Paradidáticos; Série sociedade, espaço e tempo.

PUBLICO ALVO DA OBRA:


A obra de Marcelo Lopes de Sousa e Glauco Bruce Rodrigues, tinha como público alvo os
estudantes e mestres de graduação e profissionais da área de arquitetura e também das ciências
humanas.

INFORMAÇOES SOBRE AUTORES:


Marcelo Lopes de Sousa – professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde coordena o
Núcleo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Sócio Espacial (NUPED). Doutorou-se em Geografia
na Universidade de Tübingen (Alemanha), onde foi professor visitante. Ganhou o Prêmio Jabuti
em 2001.
Glauco Bruce Rodrigues – professor na Universidade Estácio de Sá (Rio de Janeiro) e pesquisador
do Núcleo de Pesquisas sobre Desenvolvimento Sócio Espacial (NUPED).

OBJETIVO DA OBRA:
Durante a leitura desta obra, podemos perceber que sua finalidade é proporcional e mostra a
necessidade de se desenvolver um plano conjunto entre o Estado (governo federal, estadual e
municipal) e a comunidade, uma vez que esta terá participação ativa nas decisões sobre como
resolver os problemas de seu país, sistematizando assim o ativismo social.

O propósito deste livro é promover o processo associado ao alvo dos principais problemas
urbanos que atingem as cidades, principalmente aquelas com grande porte. Nesta edição, os
autores se destacam como questão relacionadas tanto à expansão das favelas quanto à
perspectiva do tráfico de drogas, e para políticas de segurança pública, fazendo assim o com
que o estado acabe os tomando-os como sua própria preocupação país. Neste caso, o livro
sugere uma solução ou pelo menos reduzir esses problemas que é conseguir a comunidade
através do poder do Estado, e a promoção da organização de diferentes grupos da sociedade
(sem-abrigo, associação de moradores, etc.), por força, quer ser uma sociedade mais justa,
eliminando a desigualdade social e econômico, assim como a segregação residencial. Na
tentativa de mostrar a forte ligação entre a comunidade e a cidade, os autores do livro ligaram-
se a alguns atores conhecidos do público, como o conjunto habitacional Cidade de Deus e o
grupo musical Racionais MC’s com a cidade, nesse caso mais precisamente falando, o Rio de
Janeiro.
Quanto à estrutura do livro, ele está dividido nos seis capítulos iniciais; conclusão, sugestão de
leitura e questões para reflexão e debate.
Nesse sentido no primeiro capítulo, os autores iniciam o projeto pensando se o planejamento
urbano será a solução para resolver os problemas do país, ou seja, eles se perguntam se será tão
fácil assim, resolver todos esses problemas (relacionados ao trânsito, meio ambiente,
crescimento de favelas e assentamentos permanentes, etc.) apenas na implementação de um
planejamento.
Portanto, os autores dizem que o planejamento conservador e elitista sempre consideraram as
favelas como uma doença que deve ser removida das cidades, isso porque nunca foi sugerida
quem resolvesse os problemas iniciais desses serviços; as “soluções” sempre propostas como
autoridades e pelos governantes é remover e afastar os moradores das favelas para um local
extremamente distante das áreas da cidade.
O livro retrata as especificidades da cidade do Rio de Janeiro, e portanto, que os autores dão
alguns exemplos de algumas situações de descaso, preconceito e indiferença, vividas pelos
moradores dessa cidade como é o caso da origem do conjunto habitacional Cidade de Deus que
abrigou grande parte das famílias oriundas de favelas nos anos de 1970 e das manifestações
culturais (hip hop) que surgem nos guetos das cidades norte-americanas e das periferias das
cidades brasileiras.
Assim no segundo capítulo, o livro quer propor e mostrar sua importância e desenvolver planos
definidos entre os estados (federal, estadual e municipal) e as pessoas comuns, já que estão
participando das decisões sobre como resolver os problemas de seu país, sistematizando assim
o ativismo social.
Nesse contexto, os autores enfatizam a importância de distinguir entre diferentes questões
“planejamento urbano” e “gestão urbana”, que serão consideradas como aditivo. O
planejamento urbano é um projeto que se refere ao futuro, pois busca contar as origens dos
processos, problemas e problemas que estão sendo criados neste momento. O planejamento
também busca aproveitar os benefícios potencias e benefícios que possivelmente irão surgir. Já
o gerenciamento da comunidade, por outro lado, é uma função que agora está associada à
administração de situações imediatas, temporal e de curto prazo. Assim, o horizonte temporal é
a principal diferença entre esses dois termos.
O ato de desenvolver um planejamento urbano, nada mais é do que realizar um prognóstico,
estabelecer simulações possíveis de cenários futuros, permitindo assim uma estratégia mais
eficaz. No entanto, existe uma linha de pensamento que não concorda com a prática de planejar
um futuro possível para o país, como é no caso dos marxistas e conservadores. Os marxistas
acreditam que, uma vez que o estado é a capital da sociedade, esta estará a serviço dos
governantes e, portanto, servirá apenas aos interesses desta classe. E porém os autores dizem
que essa é uma visão simplista, pois embora seja controlada pelo Estado do sistema capitalista,
nada impede de o ser ocupado por um governante que atenda em benefício da classe de elite e,
além disso, reduz o planejamento do poder apenas do Estado e exclui a participação popular do
seu desenvolvimento, o que é completamente equivocado. Já os conservacionistas dizem que o
Estado deve intervir o menos possível nos processos econômicos e sociais, relegando isso ao
mercado, onde instituições e indivíduos teriam o direito de competir livremente. Nesse sentido,
ao reduzir o poder do Estado nas questões econômicas e sociais, consequentemente haverá a
redução de sua capacidade de planejamento. Portanto, segundo os autores, tal plano não pode
ser considerado como conservacionista nem como democrático, já que a mesma coisa deve ser
expressa tanto pelo poder público e organizações sociais. Suas melhores práticas e práticas de
segurança associadas ao sistema que domina o estado – o capitalismo – que é controlado pelas
classes dominantes que irão defender seus interesses.
No caso da sociedade capitalista, há uma divisão de duas classes sociais: a classe capitalista –
detentora dos meios de produção – e a classe trabalhadora, uma pessoa que vende sua força de
trabalho aos capitalistas em busca da sobrevivência. No terceiro capítulo a desigualdade
econômica é um dos fatores mais importantes no processo de exploração dos poucos ricos sobre
a maioria pobre. Portanto, o Estado, que é formado pela elite, quer tomar essas decisões
beneficiando-se sua própria classe, ou seja, o grupo de pessoas anteriormente mencionado.
Existem exemplos de estratégias de segurança, como é o caso das práticas de segregação racial
nos Estados Unidos e segregação racial na África do Sul durante o regime do apartheid. Nos
Estados Unidos, os grupos sociais foram excluídos, por causa de questão raciais e econômicas,
que impediam os “não-brancos” de viverem em algumas regiões, fazendo assim com que
população procurasse por locais mais distantes das cidades. Na África do Sul, muitos subúrbios
foram criados (municípios) para abrigar os negros (que são a maioria), já que as cidades
centrais eram considerada como território dos brancos. Mesmo no fim do planejamento urbano
racista encravadas nestas áreas, a desigualdade social se cristalizou por muito tempo e nunca
deixou de ganhar.
Já no quarto e quinto capítulo, os autores abordam o planejamento conservador que também
está aí, por assim dizer, como foi o caso da Reforma Passos ocorrida no Rio de Janeiro no
início do séc. XX. Está mudança permitia alagar ruas, abrir estradas, embelezar o centro, enfim,
mudar a organização das áreas importantes da cidade (áreas institucionais como o Palácio do
Catete). Tal mudança originou consequências como de favelas e subúrbios de uma grande
parcela da população que foi retirada do seu local de moradia. A sociedade civil conservadora
brasileira foi fortalecida no período do regime militar, o qual deveria privar pela “segurança
nacional” e pela modernização e aprofundamento no desenvolvimento capitalista no país. Para
atingir seus objetivos, os ditadores governaram o país de forma forte, promovendo censura
extrema em músicas, livros, jornais, filmes ou qualquer manifestação que atrapalhassem ou
ameaçassem as políticas governamentais. As repreensões eram feitas por meio de proibição de
greves, desmantelamento dos sindicatos, prisões de líderes, espancamentos, torturas e até
assassinato.
Nas décadas de 1980 e 1990, o Brasil experimentou a “descentralização” vivenciando novas
práticas de planejamento que ficou conhecido como planejamento “mercadófilo”. Este
planejamento visa garantir a manutenção das questões econômicas sociais e espaciais do
sistema capitalista, ou seja, buscava defender apenas os interesses do setor privado e das classes
dominantes pondo em prejuízo o setor público e a classe baixa. Nesse sentido, essa estratégia
tinha como preocupação apenas promover o embelezamento das cidades na busca de uma certa
movimentação turística e atração de investimentos, procurando reanimar a economia local.
Por fim no sexto capítulo os autores da obra abordam a reforma urbana que não é um processo
simples ou fácil de desenvolver, sendo de extrema necessidade a participação da sociedade
civil, que é composto por muitos grupos e organizações que conduzem um planejamento eficaz.
Nesse sentido a cabeça dos obstáculos encontrados na implementação da reforma civil são:
obstáculos políticos, econômicos, sociopolíticos e outros.
Um fator importante no planejamento e gerenciamento na gestão da reforma urbana é a
aparência de decidir como o dinheiro público será investido. Na maioria dos municípios
brasileiros, o destino desses recursos é administrado pelos governos, no entanto, em alguns
municípios foi implantado o chamado “orçamento participativo” que possibilitava a
participação da sociedade civil em opinar sobre o orçamento público. Como exemplo tem-se o
município de Porto Alegre-RS que, apesar dos problemas e dificuldades, representava um
modelo consistente e eficácia do orçamento participativo.
Em termos de atividades e movimentos sociais, os autores argumentam que é difícil separá-los,
porque cada grupo social é considerado um ativismo, porém nunca se sabe quando esta simples
mobilização pode evoluir para movimentos ambiciosos. No livro é explicado de forma
minuciosa sobre os ativismos de bairro, que teve um pico em meados dos anos 1970 e 1980,
cumprindo função histórica, porém, após essa época de período sobre ativismos ele teve seu
declínio. Entretanto, estes programas contribuíram muito para a inclusão a cidadania dentro das
sociedades, ajudando os cidadãos a buscarem os seus direitos e analisarem seus direitos em
questões políticas de forma crítica.
Apesar da natureza corrompida do movimento social, um novo grupo popular está surgindo a
fim de propor novas formas de administração dos espaços urbanos. Com isso, surge o
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que foi criado a partir do Movimento dos
Sem Terra (MST), que luta pelo direito de moradia digna e se põem contra à diversos processos
políticos e econômicos que originam as desigualdades sociais.
Nesse sentido, este livro é estimulante tanto para professores do ensino médio, e para alunos de
graduação, especialmente em geografia, história, ciências sociais e antropologia, que
promovem estudos relacionados ao ser humano, seu modo de vida e a uma necessidade inata de
existir.

CONCLUSOES DOS AUTORES:


Marcelo de Lopes e Glauco Bruce concluem apontando alguns dos obstáculos que devem ser
considerados e solucionados, pois mostram que o trabalho e suas estratégias na sociedade civil
não conseguem resolver os problemas que dizem respeito ao planejamento urbano, já que este
problema é bastante comum. As prefeituras não estão diretamente unidas, pois muitas vezes
dependem da situação econômica e política atual, pois esses problemas das cidades não são
tratados apenas como problemas regionais, pois às vezes possuem vínculos com regiões,
estados mesmo que em escala global. Os autores por outro modo tentam mostrar a importância
de tentar resolver situações localmente, sempre tentando agir globalmente quando a situação
permitir.

AVALIAÇÃO DA OBRA:
Por fim, chegamos à última parte desta análise na leitura urbana e social, a obra nos dá uma
ideia do que nós devemos fazer e a importância do planejamento urbanos nas cidades e a
necessidade de envolver os cidadãos. Os capítulos abordados na obra são de fácil explicação, ao
mesmo tempo que apresentam uma grande realidade, dando uma grande e específica atenção ao
caso do estado do Rio de Janeiro. Este trabalho é muito importante para professores em
formação, bem como para profissionais que efetuam estudos geológicos, Dito isso, concluísse
de forma muito simples a necessidade de outro plano urbanístico planejado a partir de
reformulação do plano diretor, onde a diversidade social pode ser cada vez mais aplicada ao
real dando-lhes voz, sempre buscando a concretização de planos e orientações a todos em geral.
Sempre buscando atender a todos por meio de um planejamento comunitário e que funcione
para todos.

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