Aula 1
Aula 1
Aula 1
FENÔMENOS DE
TRANSPORTE
AULA 1
CONVERSA INICIAL
trabalho.
transportes.
tenham sucesso
em suas aplicações acadêmicas e profissionais.
da disciplina,
iniciando pela própria definição de mecânica dos fluidos, passando para o que
seja
massa específica, densidade, volume específico, viscosidade dinâmica,
viscosidade cinemática,
compreensão.
Créditos: Matrioshka/Shutterstock.
mecânica e
entusiasmado leitor dos estudos matemáticos de Euclides, se dedicou ao estudo
da
vezes, estabelecendo
uma primeira relação quantitativa aplicada ao princípio da conservação da
primeiro princípio da
reciprocidade aerodinâmica, observando que mover um objeto contra o ar
parado é
o mesmo que mover o ar contra o objeto parado, ou seja, que a força exercida
pelo objeto
destes
conceitos, introduzindo o conceito de formas aerodinâmicas.
pois nela afirmou que o nosso sistema solar era heliocêntrico, o que foi
considerado uma heresia,
tendo ele que negar essa teoria para não ser queimado
na fogueira. Além de suas grandes
experimentos de mecânica
dos fluidos envolvendo a queda de corpos e o movimento do pêndulo,
constatando
que a resistência aerodinâmica é diretamente proporcional à massa específica do
fluido.
Seguindo
a linha histórica, ainda no século XVII, temos sem dúvida um dos maiores nomes
da
fundamentais do movimento
dos fluidos. Uma de suas maiores contribuições diretas para a
mecânica dos
fluidos foi publicada em 1687, no Livro II do compêndio Philosophiae
naturalis principia
relação
da tensão de cisalhamento em um ponto de um fluido com o gradiente local da
velocidade.
Em
que:
τ
= tensão de cisalhamento
μ = viscosidade dinâmica
= taxa de deformação do
fluido em qualquer direção
Essa é
a Lei de Newton para a relação tensão/deformação de um fluido, que abordaremos
mais
detalhadamente adiante.
No
século XVIII, Daniel Bernoulli, proeminente professor da Academia de Ciências
de São
fluidos por
meio da formulação matemática do movimento de um fluido. Em suas três
publicações:
General
principles of the motion of fluids (1755), apresentou os equacionamentos
para fluidos
compressíveis e incompressíveis.
posteriormente da École
Polytechnique, em Paris, apresentou em 1822, no livro intitulado Mémoire
sur
les lois du mouvement des fluids, as primeiras deduções das equações do
movimento dos fluidos.
premissas equivocadas de
modificação das equações de Euler e sobre forças de interação entre
moléculas de
um fluido, deduziu as equações para um fluido viscoso.
Ainda
no século XIX, Adhémar Jean Claude Barré de Saint Venant, professor da École
des Ponts
mémoire
sur la dynamique des fluids, corrigiu
a premissa de Navier, derrubando as premissas de
interação molecular e
identificando o papel do coeficiente de viscosidade no gradiente de
velocidades
do escoamento. Estabeleceu ainda que as tensões viscosas que atuam sobre um
fluido
Ainda
no século XIX, George Gabriel Stockes, que dedicou sua pesquisa a
hidrodinâmica, teve
Crédito: CC/PD.
Já no
final do século XIX, quase no século XX, Osborne Reynolds, professor primeiro
no Owens
College e depois na Universidade de Manchester, que se dedicou aos
estudos em hidráulica e
On
the dynamical theory of incompressible viscous fluids and the determination of
the criterion, com o
qual introduziu o mais importante grupo por análise
dimensional da mecânica dos fluidos, chamado
É de
Osborne Reynolds também a teoria moderna da lubrificação e o modelo teórico
para
análise de escoamentos turbulentos, apresentando a noção de campos médios
e flutuantes.
em sistemas
hidráulicos, de saneamento, moinhos e, com a Revolução Industrial, em máquinas
térmicas, máquinas de fluxo, sistemas hidráulicos e pneumáticos, chegando hoje
a aplicações como
geração sustentável de energia eólica e por ação das marés.
TEMA 2 – DEFINIÇÕES E CONCEITOS IMPORTANTES PARA A
MECÂNICA DOS FLUIDOS
andamento da
disciplina. A compreensão dessas definições e conceitos facilitará o
entendimento
das equações e suas aplicações nas mais diversas situações
profissionais.
intuitivos,
facilitando sua compreensão.
grau de agitação
das moléculas em função da temperatura, torna-se óbvio que a massa específica
varia com a temperatura do ambiente. Mas de que forma varia?
aumentando o
volume, para uma massa M de fluido, e aumentando a temperatura, teremos a
diminuição da massa específica. Usando o mesmo raciocínio, diminuindo a
temperatura, teremos
massa
específica do fluido padrão, sendo que o fluido padrão para os líquidos é a
água e o fluido
padrão para os gases é o ar. Por análise dimensional temos que
a densidade é representada da
seguinte forma:
específica com o
volume específico obtido na tabela.
porém com
intensidades diferentes, conforme a Figura 11.
como segue:
conforme
figura abaixo.
deslocamentos
diferenciais, pode ser obtido por:
Assumindo
como δu a variação em x em função do tempo , podemos obter a taxa de
deformação em função do tempo como:
Saiba mais
É importante neste
ponto reforçar o conceito do que seja fluido, pois é definido como uma
substância que se deforma continuamente sob tensão de cisalhamento, mesmo sendo
esta
É intuitivo
estimar que as taxas de deformação em função de uma tensão de cisalhamento
aplicada em fluidos diferentes, mesmo em repouso, serão diferentes. Há então
uma relação de
proporcionalidade entre esta tensão de cisalhamento e a taxa de
deformação, que é a viscosidade
pela aceleração
por ele adquirida. Tendo em mente que a aceleração é a variação da velocidade
pelo
tempo e que a velocidade é a variação da distância pelo tempo, teremos por
análise dimensional
que:
Lembrando que:
Então:
intervalo de tempo é
a vazão volumétrica.
uma distância de
deslocamento definida, podendo por análise dimensional ser representada como:
viscosidade dinâmica
dividida pela massa específica:
Assim, podemos novamente representar a
viscosidade cinemática por análise dimensional,
porém agora em função da
viscosidade dinâmica e da massa específica, para fluidos newtonianos
como:
incompressíveis.
p = ρ.R.T
Em que:
desta forma:
simplificar. Assim:
Tomando como princípio que R é constante, então,
teremos que, para um mesmo gás, em dois
R1 = R2=cste.
(pressão), é um processo
no qual a pressão não varia. Assim, na equação de estado, o termo da
pressão
será simplificado, ficando:
processo no qual
o volume não varia. Se o volume não varia e sendo o mesmo gás, com a mesma
massa, a massa específica também não irá variar. Portanto, na equação de
estado, o termo da
massa específica será simplificado, ficando:
Nesse caso, a variação da pressão será função
da variação da temperatura.
envolvendo
cálculos matriciais e coordenadas cilíndricas. Para aplicações de engenharia e
tecnologias é possível trabalhar com menos complexidade e com resultados mais
aproximados
tratando o escoamento como sendo bidimensional ou unidimensional,
ou seja, ao longo de duas ou
apenas uma direção, obtendo resultados bastante
satisfatórios.
os componentes
escalares do vetor velocidade serão os menores, chegando para fluidos bastante
viscosos a atingir apenas uma fração do valor dos componentes escalares do
vetor velocidade do
escoamento normal, sendo na maioria das vezes considerados
nulos. Onde prevalece a pressão, os
componentes escalares do vetor velocidade
terão o valor 100% dos componentes escalares do vetor
velocidade do escoamento livre,
ou seja, os mesmos valores dos componentes escalares de antes
do fluido entrar
no duto. Como resultante dessa relação da pressão com a força de atrito,
teremos
tensões de cisalhamento no fluido, fazendo com que uma região de
componente escalar do vetor
velocidade maior escoe sobre uma região de valor
escalar do vetor velocidade menor. Essa variação,
analisando um escoamento
unidimensional, gera variações nos vetores velocidade das paredes para
o centro
do tubo, resultando no que chamamos de perfil de escoamento.
Em dutos sem qualquer rugosidade, mesmo para
fluidos viscosos, não haverá a força de atrito e
consequentemente todos os
valores escalares do vetor velocidade permanecerão os mesmos de
antes do fluido
entrar no duto, chamados vetores escalares de corrente livre, sem qualquer
alteração,
gerando um perfil de escoamento retangular. Nesse caso, teremos o
que se chama de escoamento
uniforme do fluido.
subsequentemente, até
que se atinja uma camada com valor escalar do vetor velocidade igual ao do
escoamento de corrente livre, gerando valores escalares do vetor velocidade
diferentes sobrepostos,
resultando em um perfil de escoamento parabólico. Nesse
caso, teremos um escoamento chamado
de não uniforme.
do duto,
que veremos mais adiante quando analisarmos as equações e leis de escoamento e
perda
de carga, mantendo o perfil retangular, mas sofrendo alterações dos
componentes escalares da
velocidade de forma inversamente proporcional as
seções transversais, de forma a garantir a vazão
do fluido constante. Já para
escoamentos não uniformes, haverá um perfil retangular antes da
entrada no
duto, onde a corrente é livre e, ao longo da distância percorrida no duto,
sofrerá variações
neste perfil até atingir o perfil parabólico definitivo, que
se manterá durante o escoamento no duto, a
menos que ocorram variações na seção
transversal do duto ou apareçam os chamados acidentes de
linha de escoamento,
como curvas, válvulas e outros acessórios. Assim, o perfil de escoamento
variará de um perfil de entrada, para um de transição e finalmente o plenamente
desenvolvido. A
Figura 17 – Perfil de escoamento de entrada (a), de transição (b) e plenamente desenvolvido (c)
Em que:
u∞ =
componente escalar da velocidade da camada limite;
u0 =
componente escalar da velocidade da corrente livre.
seguem ao longo de
linhas de movimento que se deslocam de forma direta ao longo do tubo e no
segundo as camadas do fluido se movem em trajetórias sinuosas da forma menos
direta possível.
Identificou assim o escoamento laminar e o escoamento turbulento.
velocidade.
Em
que:
Re = número de Reynolds.
Ρ = massa específica.
D = diâmetro da seção
transversal do tubo.
μ = viscosidade
dinâmica.
ϑ = viscosidade
cinemática.
Hoje,
sabemos que esse parâmetro serve para diversos tipos de escoamento, tendo como
equação geral:
Sendo:
L
= comprimento característico descritivo da geometria do escoamento.
No
geral podemos assumir que escoamentos viscosos são laminares quando tem o .
comprimento será a
distância em x percorrida da entrada até o escoamento atingir o perfil
depois o escoamento da
camada limite será turbulento.
4.1 UNIDADES
químicos
industriais. Nas indústrias, as unidades mais usuais são no SI (Sistema
Internacional de
Medidas) e no EE (Sistema Inglês de Engenharia).
Por análise
dimensional (SI) Sistema Internacional
de Medidas (SI) Sistema Inglês de
Engenharia (EE)
L m (metro) ft (pés)
Temos
M, que é a massa. Para M, as unidades são:
Por análise
dimensional Sistema Internacional
(SI) Sistema Inglês de
Engenharia (EE)
Temos
F, que é a força. Para F, as unidades são:
Por análise
dimensional Sistema Internacional
(SI) Sistema Inglês de
Engenharia (EE)
F N (Newton) lbf (libra força)
Temos
t, que é o tempo.
Por análise
dimensional Sistema Internacional
(SI) Sistema Inglês de
Engenharia (EE)
t s (segundo) s (segundo)
Por
fim, temos T que é temperatura. Para T, as unidades são:
Por análise
dimensional Sistema Internacional
(SI) Sistema Inglês de
Engenharia (EE)
de água a 4oC.
Dimensão L M F t T
g K
Unidade cm
(centímetro) dina = g.cm/s2 s (segundos)
(grama) (Kelvin)
de Irídio.
Dimensão L M F t T
m kg K
Unidade N (Newton) =
kg.m/s2 s (segundos)
(metro) (quilograma) (Kelvin)
Dimensão L M F t T
ft lbf oR
Unidade slug = lbf.s2/ft s (segundos)
(pés) (libra força) (graus
Rankine)
Dimensão L M F t T
ft lbm lbf oR
Unidade s (segundos)
(pés) (libra massa) (libra força) (graus
Rankine)
Saiba mais
Destes Sistemas de
Unidades, os mais utilizados em indústrias são o Sistema Internacional
de
Medidas (SI) e o Sistema Inglês de Engenharia (EE).
EE.
1 km
(quilometro) 1000 m 100000 cm 1000000 mm
Por
exemplo, uma tubulação de diâmetro de 25,4 mm seria usada no Sistema
Internacional em
metros. Para isso, basta aplicar a ordem de grandeza:
L - 25,4mm
Assim:
Para a
massa no SI, as ordens de grandeza são as seguintes:
1 ton
(tonelada) 1000 kg 1000000 g 1000000000 mg
Por
exemplo, 12 ton de matéria-prima seriam usadas no Sistema Internacional em quilogramas.
12 ton - M
Assim:
1 GN 1000 MN
1000000 kN
(Quilo Newton) 1000000000 N
(Giga Newton) (Mega Newton)
10-9 GN 10-6
MN 10-3
kN 1N
Por
exemplo, uma força aplicada de 13 MN seria usada no Sistema Internacional em
Newton.
Para isso basta aplicar a ordem de grandeza:
Assim:
Para a
temperatura a conversão será pela relação entre a temperatura absoluta (K) para
a
1 K = oC +273
T = 120oC + 273
T = 393 K
As
ordens de grandeza para o Sistema Inglês de Engenharia mais usuais são aquelas
referentes
a L e a T.
1 mi (milha) 1760 yd
(jarda) 5280 ft (pés) 63360 in
(polegadas)
18,94.10-4
mi 0,333 yd 1 ft 12 in
Por
exemplo, uma tubulação de diâmetro de 2,5 in, seria usada no Sistema Inglês em pés.
Para
1 ft - 12 in
L - 2,5
in
Assim:
Para a
temperatura, a conversão será pela relação entre a temperatura em Rankine (R)
para a
importância saber
converter as unidades para poder fazer as análises corretamente e tomar as
decisões acertadas. Lembre-se de que sempre deve trabalhar com um sistema único
de unidades,
jamais misturando sistemas. Para essas conversões são usadas
tabelas de conversão de unidades
esta que apresentamos a seguir.
Assim:
D - 63,5 mm
Assim:
FINALIZANDO
Bons estudos!
REFERÊNCIAS
BRUNETTI, F. Mecânica
dos fluidos. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice-Hall, 2008.
FREIRE, A. P. F. O voo
dos pássaros e a mecânica dos fluidos. In: VIII ENCONTRO DE ENSINO DE
ENGENHARIA. Anais... Petrópolis, RJ, 10 mar. 2012.