Arquitetura de Interfaces Funcionais em Argilas e Adobes
Arquitetura de Interfaces Funcionais em Argilas e Adobes
Arquitetura de Interfaces Funcionais em Argilas e Adobes
ESCOLA DE ENGENHARIA
Tese de Doutorado
Fevereiro/2008
ii
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2008
iii
AGRADECIMENTOS
Ao pesquisador Eduardo H. Martins Nunes por sua colaboração nos ensaios de FTIR.
Ao meu pai por seu apoio incondicional e pela amizade calorosa que sempre
manifestou, tanto em momentos alegres, como naqueles mais difíceis!
Por fim meu profundo agradecimento a Deus por todas as situações vividas e por
todas as pessoas presentes nesse período de minha vida que será, para sempre,
inesquecível!
v
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS........................................................................................ IV
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................1
1.1. Justificativa ................................................................................................... 6
2. OBJETIVO ...................................................................................................7
3. ARGILA .......................................................................................................8
3.1. Cargas Superficiais ....................................................................................... 8
3.2. Seletividade da Argila ................................................................................. 11
3.3. Influência de Íons Dissolvidos ..................................................................... 18
3.4. Potencial Zeta ............................................................................................. 21
3.5. O Processo de Adsorção ............................................................................ 29
3.6. Bioatividade ................................................................................................ 36
4. ADOBE ......................................................................................................40
4.1. Fundamentos .............................................................................................. 40
4.2. Lixiviação .................................................................................................... 47
5. SUPERFÍCIES E INTERFACES ................................................................52
5.1. Espectrômetro de Massa de Íons Secundários (SIMS) ............................... 52
5.2. Preparação da Superfície ........................................................................... 55
6. PROCESSO SOL-GEL ..............................................................................58
6.1. Filmes Finos ............................................................................................... 60
6.2. Membranas à Prova D’água ....................................................................... 66
6.3. Membranas Bactericidas............................................................................. 76
7. METODOLOGIA ........................................................................................80
7.1. Seleção de Materiais .................................................................................. 80
7.2. Preparação dos Corpos de Prova ............................................................... 80
7.3. Caracterizações .......................................................................................... 80
7.3.1. Composição química ............................................................................80
7.3.2. Identificação de fases...........................................................................81
7.3.3. Análise da estrutura .............................................................................81
7.4. Modificações Interfaciais............................................................................. 82
7.4.1. Recobrimento hidrofóbico ....................................................................83
7.4.2. Recobrimento com função biológica.....................................................84
7.4.3. Mecanismos de adsorção física e química ...........................................85
7.4.4. Degradação ambiental .........................................................................87
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.13 – Isoterma de adsorção com vapor d’água a 303 K (PIRES et al., 2003).35
Figura 3.14 – Adsorção de água a 303 K para diferentes materiais, expressos por
unidade de área superficial (avaliada com nitrogênio a 77 K). A linha sólida
representa a quantidade correspondente a uma monocamada de água líquida a
303 K em 1 metro quadrado (PIRES et al., 2003). .............................................. 36
Figura 4.1 - Espectros da difração de raios X para a argila e o adobe (CALÁBRIA A.,
2004). ................................................................................................................. 41
Figura 4.2 – Espectros de infravermelho por transformada de Fourier para o adobe e
sua matéria-prima (argila) (CALÁBRIA A., 2004). ............................................... 42
Figura 4.3 - Fotomicrografia do adobe. Técnica utilizada: ceramografia (CALÁBRIA A.
e VASCONCELOS, 2004a). ............................................................................... 43
Figura 4.4 - Evolução estrutural do adobe no processo de lixiviação em um meio
aquoso (H2O) e um meio simulador de chuva ácida (M.A.) (CALÁBRIA A., 2004).
........................................................................................................................... 50
Figura 4.5 - Espectros de infravermelho por transformada de Fourier. Evolução do
processo de lixiviação com água (ADSJ1-1 e ADSJ1-3) e com Na2S2O5 (ADSJ1-5
e ADSJ1-7) para a superfície do adobe (CALÁBRIA A., 2004). .......................... 51
Figura 5.1 - Esquema das interações íon-sólido e do processo sputtering (FELDMAN
et al. 1986). ........................................................................................................ 54
Figura 6.1 – Esquema geral do processo sol-gel........................................................ 58
Figura 6.2 – Espectros de FTIR de argilas intercaladas preparadas com diferentes
quantidades de APTEOS: (a) 0 mL, (b) 0,52 mL, (c) 0,78 mL, (d) 3,6 mL, (e) 6.0
mL, (f) 7,2 mL (UCHIDA et al., 2000). ................................................................. 61
Figura 6.3 – Espectros de FTIR de argilas intercaladas com diferentes tempos de
preparação e duas quantidades deferentes de APTEOS: (a) 0,52 mL de APTEOS
e (b) 1,3 mL de APTEOS (UCHIDA et al., 2000)................................................. 62
Figura 6.4 – Espectro de infravermelho para as amostras (a) NC e (b) MC (JITIANU et
al., 2003). ........................................................................................................... 64
Figura 6.5 – O molhamento ocorre se θ < 90°; o espalhamento ocorre se θ ~ 0°. O
aditivo no líquido diminui a tensão interfacial sólido-líquido (γLV),........................ 67
Figura - 6.6 – A fotografia mostra uma gota de água na superfície dos géis de sílica
com a razão molar de TMES/TEOS (A) = 0,4 (RAO et al., 2003)........................ 69
Figura 6.7 – Tempo de gelificação em função da razão molar do TMES/TEOS (RAO et
al., 2003). ........................................................................................................... 70
ix
Figura 6.8 – Retração do volume em função da razão molar TMES/TEOS (RAO et al.,
2003). ................................................................................................................. 70
Figura 6.9 – Espectro de FTIR para os géis hidrofóbicos para diferentes valores da
razão molar de A (TMES/TEOS) - (a) A= 0; (b) A= 0,3 e (c) A= 0,6 (RAO et al.,
2003). ................................................................................................................. 73
Figura 6.10 – Fotomicrografia (MEV) da microestrutura dos géis de sílica modificados,
para A= 0,3 (RAO et al., 2003). .......................................................................... 75
Figura 6.11 - Fotomicrografia (MEV) da microestrutura dos géis de sílica modificados,
para A= 0,6 (RAO et al., 2003). .......................................................................... 75
Figura 6.12- Fotografia do Microscópio Eletrônico de Transmissão (MET) de
nanopartículas de TiO2 embebidas na matriz de SiO2 (ZHANG, 2005). .............. 77
Figura 6.13 – Difratograma de raios X para TiO2 (“bulk”) na fase anatásio, da matriz
PVG e TiO2@PVG obtido com 10 CIDs (NETO, 2006). ...................................... 78
Figura 6. 14 – Imagem de microscopia eletrônica de transmissão da amostra de
nanocristais de TiO2@PVG. O tamanho médio do nanocristal encontrado foi de
aproximadamente 5.0 nm (NETO, 2006). ........................................................... 79
Figura 8.1 – A curva de adsorção e dessorção de água para o adobe. ...................... 89
Figura 8.2 – Curva de adsorção-dessorção com nitrogênio (N2). ............................... 90
Figura 8.3 – Curva de adsorção química com hidrogênio (H2) para o adobe. ............. 91
Figura 8.4 – Gráfico comparativo entre os principais componentes do caulim
beneficiado e do adobe. ..................................................................................... 94
Figura 8.5 - a) Gráfico oblíquo do adobe e b) perfil da superfície correspondente à
mesma área. ...................................................................................................... 98
Figura 8.6 - a) Gráfico oblíquo da caulinita e b) perfil da superfície correspondente à
mesma área. ...................................................................................................... 99
Figura 8.7 – Sistema A, membrana com DMF. ......................................................... 101
Figura 8.8 – Sistema B, membrana com VTs. .......................................................... 102
Figura 8.9 – Sistema C, membrana com TiCl3. ......................................................... 102
Figura 8.10 – Sistema D, membrana com MTMS. .................................................... 102
Figura 8.11 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, membrana com TiCl3 no substrato
adobe. .............................................................................................................. 103
Figura 8.12 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, membrana com TiCl3 no substrato
adobe. .............................................................................................................. 104
Figura 8.13 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, membrana com TiCl3 no substrato
adobe. .............................................................................................................. 104
x
Figura 8.14 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição
de TiCl3............................................................................................................. 105
Figura 8.15 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição
de TiCl3............................................................................................................. 105
Figura 8.16 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição
de TiCl3............................................................................................................. 106
Figura 8.17 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição
de TiCl3............................................................................................................. 106
Figura 8.18 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição
de TiCl3............................................................................................................. 107
Figura 8.19 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de caulinita
natural e da amostra de caulinita de arquitetura superficial modificada pelo
sistema de membrana A. .................................................................................. 108
Figura 8.20 – Comparativo de espectro de massa (SIMS) das amostra de caulinita
natural e da caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana B. .................................................................................................... 108
Figura 8.21 – Comparativo de espectro de massa (SIMS) das amostra de caulinita
natural e da caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana C..................................................................................................... 109
Figura 8.22 – Comparativo de espectro de massa (SIMS) das amostra de caulinita
natural e da caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana D..................................................................................................... 109
Figura 8.23 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe
natural e de adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana A. .................................................................................................... 110
Figura 8.24 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe
natural e de adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana B. .................................................................................................... 110
Figura 8.25 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe
natural e de adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana C..................................................................................................... 111
Figura 8.26 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe
natural e de adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de
membrana D..................................................................................................... 111
xi
Figura 8.91 – Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via feixe de íons da
localização do corte na amostra de adobe sem recobrimento. A porosidade na
região seccionada da amostra não pôde ser observada pela imagem.............. 154
Figura 8.92 – a) Fotomicrografia da amostra de adobe por meio do equipamento FIB
via elétrons secundários, modificada pelo sistema de membranas E2G2. b)
Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via feixe de íons da amostra de
adobe sem recobrimento. ................................................................................. 154
Figura 8.93 –Fotomicrografia da amostra de adobe por meio do equipamento FIB via
elétrons secundários amostra de adobe sem recobrimento com um aumento de
50.000 vezes. ................................................................................................... 155
Figura 8.94 – a) Fotomicrografia (FIB) da deposição de platina sobre a amostra de
caulinita modificada pelo sistema membrana bifuncional E2G2. b) Fotomicrografia
(FIB), inclinada de 450, da deposição de platina sobre a amostra de caulinita
modificada pelo sistema membrana bifuncional E2G2. ...................................... 156
Figura 8.95 – Fotomicrografia (FIB), com uma inclinação de 45 graus, da seção da
amostra de caulinita modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2
momentos antes de ser removida..................................................................... 157
Figura 8.96 – a) Fotomicrografia (FIB), vista de topo, da seção da amostra de caulinita
modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2 momentos antes de ser
removida. b) Fotomicrografia (FIB), vista de topo, do rompimento de um dos
lados da secção da caulinita modificada pelo sistema de membrana bifuncional
E2G2 ................................................................................................................. 157
Figura 8.97 – a) Fotomicrografia (FIB) da deposição de platina sobre a amostra de
adobe modificada pelo sistema membrana bifuncional E2G2. b) Fotomicrografia
(FIB), inclinada de 450, da deposição de platina sobre a amostra de adobe
modificada pelo sistema membrana bifuncional E2G2. ...................................... 157
Figura 8.98 – Fotomicrografia (FIB), com uma inclinação de 45 graus, da seção da
amostra de adobe modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2
momentos antes de ser removida..................................................................... 158
Figura 8.99 – a) Fotomicrografia (FIB), vista de topo, da seção da amostra de adobe
modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2 momentos antes de ser
removida. b) Fotomicrografia (FIB), vista de topo, do rompimento de um dos
lados da secção da amostra de adobe modificada pelo sistema de membrana
bifuncional E2G2................................................................................................ 158
xvi
Figura 8.118 – Adobe t = 0 hora para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL,
E2G2-TL, N-TL, respectivamente (vista de frente). ............................................ 173
Figura 8.119 – Adobe t = 3 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL,
E2G2-TL, N-TL, respectivamente (vista de frente). ............................................ 174
Figura 8.120 – Adobe t = 6 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL,
E2G2-TL, N-TL, respectivamente (vista de frente). ............................................ 174
Figura 8.121 – Adobe t = 24 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-
TL, E2G2-TL, N-TL, respectivamente (vista de frente). ...................................... 175
Figura 8.122 – Adobe t = 96 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-
TL, E2G2-TL, N-TL, respectivamente (vista de frente). ...................................... 175
Figura 8.123 – Adobe t = 120 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-
TL, E2G2-TL, N-TL, respectivamente (vista de frente). ...................................... 176
Figura 8.124 – Isotermas do adobe natural sob o efeito do teste de lixiviação (TL) e
em seu estado natural (ATL). ........................................................................... 178
Figura 8.125 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana E2 antes do teste de
lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL). ............................................. 178
Figura 8.126 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana F2 antes do teste de
lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL). ............................................. 179
Figura 8.127 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana E2F2 antes do teste
de lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL). ........................................ 179
Figura 8.128 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana G2 antes do teste de
lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL). ............................................. 180
Figura 8.129 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana F2G2 antes do teste
de lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL). ........................................ 180
Figura 8.130 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe natural, antes
(ATL) e após (LT) o teste de lixiviação. ............................................................ 182
Figura 8.131 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe
com aplicação de membrana E2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação.182
Figura 8.132 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe
com aplicação de membrana F2 antes (ATL) e após (LT)o teste de lixiviação... 183
Figura 8.133 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe
com aplicação de membrana E2F2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação.
......................................................................................................................... 183
Figura 8.134 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe
com aplicação de membrana G2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação. 184
xviii
LISTA DE TABELAS
Tabela 8.9 - Dados de área superficial, número e área dos picos e vales das amostras
de caulinita pura pelo modo Advanced Texture Application do Zygo®.............. 100
Tabela 8.10 – Análise de estrutura de poros das amostras de adobe modificadas com
a aplicação dos sistemas de membranas sol-gel. ............................................. 128
Tabela 8.11 – Análise da rugosidade superficial por meio dos dados de área
superficial (Zygo®) das amostras de adobe natural e funcionalizadas com a
aplicação dos sistemas de membranas sol-gel E2, E2F2 e E2G2........................ 135
Tabela 8.12 – Nomenclatura das amostras de adobe para o teste de lixiviação....... 171
Tabela 8.13 – Análise da estrutura de poros das amostras de adobe modificadas com
a aplicação dos sistemas de membranas sol-gel avaliadas após o teste de
lixiviação........................................................................................................... 189
Tabela 8.14 – Perfil da área superficial gerado por diferentes métodos das amostras
de adobe modificadas com a aplicação dos sistemas de membranas sol-gel... 189
Tabela 8.15 – Perfil da área superficial gerado por diferentes métodos das amostras
de adobe modificadas com a aplicação dos sistemas de membranas sol-gel
avaliadas após o teste de lixiviação .................................................................. 189
Tabela 8.16 – Dimensão Fractal das amostras de adobe modificadas com a aplicação
dos sistemas de membranas sol-gel................................................................. 190
Tabela 8.17 – Dimensão Fractal das amostras de adobe modificadas com a aplicação
dos sistemas de membranas sol-gel avaliadas após o teste de lixiviação. ....... 190
Tabela 8.18 – Análise da rugosidade superficial por meio dos dados de área
superficial (Zygo®) das amostras de adobe natural e funcionalizadas com a
aplicação dos sistemas de membranas sol-gel E2 - TL, E2F2 - TL e E2G2 - TL após
o teste de lixiviação. ......................................................................................... 196
Tabela A. 1 – Tabela de área superficial específica, volume e tamanho de poros para
o adobe. ........................................................................................................... 214
xxii
LISTA DE EQUAÇÕES
LISTA DE ABREVIAÇÕES
PREFÁCIO
“...all the new houses are built to consume energy. They are hot in summer and
cold in winter. But not our old houses... We should take another look at the old
technology. There is much logic in what people have been doing throughout the
years, in accordance with their climate, their environment, their lifestyle. We
cannot conserve all of it, because our way of life has changed, but I do believe
we can conserve a great deal, adapting it and making it more efficient”
Indira Ghandi,
during a personal interview with Earthscan in 1980.
xxv
RESUMO
ABSTRACT
Clay is a widely used and studied material in many scientific areas. It can be called
“mud” and it also can be used in advanced applications such as the pharmaceutical
industry composites, special adsorbents etc. Adobe is basically composed of clay and
it retains some of its morphological characteristics and functions. It was possible in this
work to develop surface modifications for adobe which made the architecture of the
adobe surface functional and capable of adapting to different environments and
solicitations. Characteristics were studied in order to add technical features to the
adobe brick: sol-gel thin films deposition at low temperatures, based mainly on TEOS,
MTES and titanium IV isopropoxide (Ti4+). The selection of clays and adobe bricks was
carried out considering those commercialized in the Minas Gerais region. For a better
understanding of the properties of adobe, we used kaolin samples with a high degree
of purity, also found in Minas Gerais. The interface modifications of interest in this
study presented the following funcionalizations as goals: sol-gel hydrophobic
membranes and sol-gel bactericide membranes with TiO2. The FTIR analyses for the
adobe samples showed the hydrophobic effect of the MTES precursor by the absence
of the free water bands in the region of 3700 cm-1 to 3600 cm-1. The hydrophobic effect
of the MTES could not be observed for the kaolinite sample at same conditions
(FTIR).The X-ray diffraction results for the synthesized samples with Ti4+ demonstrate
that the film obtained has characteristic bands of the anatase phase. The static SIMS
results suggest the presence of the TiO2. It was possible by using the TEM to observe
the double functional sol-gel membrane hydrophobic-bactericide on the adobe surface
which the thickness in the range between 20 nm and 50 nm. The results demonstrate
that the surface of the adobe is rough and the sol-gel membrane applied followed the
topography of the surface. The double functional sol-gel membrane didn’t exhibit
cracks neither signs of peeling off on the surface of adobe. The adobe sample which
preserved their physical integrity and apparently good attachment to the membranes
were the ones coated by the hydrophobic thin films in either versions, single and
double functional. After the leaching test the obtained surface roughness data, by
Zygo® white light interferometer, for the functionalised adobe samples (coated)
showed a decreasing of the roughness of the surface in the range of 22% to 35%.
1
1. INTRODUÇÃO
Há mais de 10.000 anos a terra tem sido utilizada para levantar monumentos, sendo
um material que confere prestígio e desenvolvimento material e também espiritual
para as comunidades. A terra é utilizada na construção de artigos para casas,
zigurates, pirâmides, igrejas, mesquitas, monastérios e palácios (ver Figuras
1.1,1.2,1.3). Todos procurando utilizar as maiores vantagens e recursos desse
material e, projetar as mais variadas formas arquitetônicas, sem sentir
constrangimento por sua natureza, com freqüência considerada pobre e fraca.
Figura 1.1 - A mesquita Djenne em Mali, a segunda maior mesquita do mundo e construída
inteiramente de terra (http://www.danheller.com/djenne.html, 2005).
2
Figura 1.3 – O palácio de Potala em Lhasa, Tibet. A casa do Dalai Lama até a ocupação
chinesa. O edifício mais alto do mundo antes do advento dos arranhas-céu. Construído em
parte por terra prensada (taipa de pilão) e parte por tijolos de adobe (www.chinaculture.org,
2005).
3
O adobe ainda pode atuar na conservação da madeira. Uma vez em contato ou perto
da madeira, o adobe possui a propriedade de extrair a umidade presente na madeira.
Dessa forma evita a proliferação de fungos e bactérias. Além disso, a produção do
adobe necessita de pouca energia, comparativamente a outros materiais de
construção, o que contribui para preservar os recursos naturais. No caso de uma
casa, construída com adobe, necessitar ser demolida, os rejeitos podem ser
reciclados ou mesmo depositados sem efeito negativo para o meio ambiente. Além de
todas essas características a produção de adobe é ecologicamente correta e não
passa pelo processo de queima. Os materiais de argila crua são produzidos com
relativamente pouco consumo de energia e geração de CO2 (MORTON, 2006).
A maioria das pessoas associa as construções à base de argila crua com a África,
Arábia e América do Sul, regiões onde predomina o clima quente e seco. Mesmo em
regiões de clima muito úmido pode-se encontrar centenas desses tipos de
construções como, por exemplo, no Reino Unido (Figura 1.4), onde se pode encontrar
exemplares de mais de quatrocentos anos (BOUWENS, 1997).
Figura 1.4 – Mapa de localização das construções com tijolos de terra crua no Reino Unido
(BOUWENS, 1997).
4
Esse trabalho procura contribuir na medida em que investiga a argila, material rico em
finalidades das mais diversas, aplicado na área biomédica indo até a construção civil.
É nessa última que se pretende contribuir um pouco mais.
Uma das possíveis respostas diz respeito à revolução industrial, onde foi lançada a
idéia e o preconceito de que casa de terra crua era sinônimo de falta de recursos
financeiros. A revolução industrial trouxe com ela o tijolo queimado, a produção em
série, o “progresso” e que com o passar dos anos trouxe a destruição das matas e a
poluição da atmosfera.
Hoje o homem está à procura de novos materiais que poluam menos e sejam
produzidos a baixo custo.
O conceito de terra crua está sendo revisto nos dias de hoje. A argila que sempre
esteve a serviço do homem, se apresenta novamente, (ver Figura 1.5).
Figura 1.5 – A casa Split localizada ao norte de Beijing, na China. Sua estrutura é feita madeira
laminada e paredes de rammed earth. Produzindo um mínimo impacto ao meio ambiente
(http://archrecord.construction.com/china, 2005).
A vantagem de projetar construções com terra nos dias de hoje, por oposição às
épocas de crise ou ao período pré-industrial, é que a sociedade não está limitada pela
6
Esse trabalho proporciona e apresenta uma nova visão desse antigo material e ou de
sua essência, sua matéria-prima. Uma aplicação contemporânea, a fusão de
tecnologias avançadas com a sabedoria herdada de antigas civilizações.
1.1. Justificativa
O tijolo de adobe com uma “pele” obtida pelo método sol-gel pode parecer em um
primeiro momento um tanto quanto ousado e realmente o é. É ousado, porém não é
contraditório, pois o sol-gel vem resgatar o adobe dos tempos remotos e o conduz a
uma viagem ao presente, onde os materiais funcionais deixaram de ser “coisa do
futuro” e passaram a ser um fato contemporâneo. Da biologia podemos resgatar a
palavra simbiose e utilizá-la na definição do vem a ser a relação dos materiais de terra
crua com o recobrimento sol-gel. Quando se mencionou que a tecnologia sol-gel traz
contemporaneidade ao tijolo de adobe, ela também atua de modo a respeitar o legado
de toda uma civilização que ainda permanece em mistério para a nossa sociedade. E
a beleza dessa relação simbiótica está no respeito à identidade de cada material,
preservando, nos mesmos, as suas características mais importantes. No que diz
respeito às questões de engenharia, a surpresa é ainda maior por esse material ser
biodegradável, por ser isolante térmico e consequentemente reduzir o consumo de
energia no interior das edificações no que diz respeito ao aquecimento ou
refrigeração, por ser um material fabricado com pouco consumo de energia, pois não
há processo de queima na sua produção. Economiza-se, portanto, em gasto de
energia e em emissão de CO2. Os principais precursores sol-gel utilizados nesse
trabalho já são encontrados no mercado para venda em larga escala. A escolha do
processo sol-gel e dos precursores utilizados se baseou também na compatibilidade
de composição do substrato, a maioria dos componentes formadores e formados nas
membranas está presente na composição natural dos adobes em uma escala maior
ou menor. Outro fator importante é a abundância da matéria-prima e seu relativo baixo
custo quando comparada com as demais matérias primas para a construção civil.
7
2. OBJETIVO
3. ARGILA
A troca iônica pode ocorrer por meio de uma reação química por outros íons em
solução aquosa. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que o material
possua íons em sua superfície.
estabilização estérica causada por uma repulsão termodinâmica que ocorre entre
cadeias poliméricas interpenetrantes fixadas a superfícies coloidais. Entretanto, são
raras as evidências da estabilização estérica, e, a importância relativa dos efeitos
eletrostático e estérico na estabilização de complexos argila-húmicos ainda é
desconhecida (KRETZSCHMAR et al, 1998; CANELLAS et al, 2001).
A dispersão dinâmica de luz pode ser uma ferramenta valiosa para o estudo da
cinética de coagulação de argilas como função do pH, concentração do eletrólito ou
11
polieletrólito adsorvido, como o ácido húmico. A partir das inclinações iniciais das
curvas de coagulação (ou seja, o aumento inicial no raio hidrodinâmico médio com o
tempo), a razão de estabilidade pode ser determinada para condições bem-definidas
de força iônica e pH, ou na presença de diferentes quantidades de ácido húmico na
superfície da argila. As razões de estabilidade assim obtidas podem ser diretamente
relacionadas a medidas de potencial zeta dos colóides de argila.
Outros estudos, por outro lado, descreveram uma melhor floculação e remoção de
água de dispersões de argila usando polímeros catiônicos. A floculação e a remoção
de água de esmectita com troca de Na+ e mostraram que a floculação pode ser
prontamente atingida com PAM catiônico (cloreto de polidialildimetil-amônio),
enquanto o PAM aniônico não foi eficaz. A floculação efetiva e a remoção de água da
esmectita com troca de Na+ não foram possíveis com PAM aniônico. É necessário
uma troca completa de íons Na+ por Ca2+ de uma argila inchada para que seja
14
A redução no potencial zeta pode ser dependente do pH, do tipo de íon metálico e/ou
da concentração de floculante. Há também uma forte dependência entre a quantidade
de íons metálicos adsorvidos em relação ao pH. O pH pode apresentar grande
influência na taxa de sedimentação e consolidação das dispersões de esmectita
(MPOFU et al., 2005).
A esmectita, exceto pelo seu conteúdo total de ferro, é uma típica argila que se incha,
encontrada em solos, e suas propriedades, incluindo a capacidade de troca de cátions
(81,4 meq/g), foram relatadas muitas vezes na literatura (MPOFU et al., 2005).
O papel dos filtros porosos pode fornecer mais que meramente um apoio mecânico à
argila. As propriedades da nitrocelulose no filtro são similares às da celulose, lignina e
outros compostos orgânicos encontrados nos solos. Se isso fosse uma generalização
verdadeira, uma membrana de três camadas poderia representar genericamente o
ambiente dos solos, incluindo tanto a parte orgânica quanto a inorgânica. Apesar de
que os filtros em si praticamente não alteram os parâmetros físico-químicos do
sistema devido ao tamanho dos poros, que é muito maior do que o de íons
inorgânicos, a sua influência é muito importante e resulta em uma adsorção
significativa de substâncias orgânicas (KOCHERGINSKY e STUCKI, 2001).
A estrutura normal da água pode ser destruída por íons, quer eles sofram hidratação
ou não. Os íons dissolvidos que não se hidrataram continuam a ocupar espaço e
aqueles que sofreram hidratação, atraem somente os vértices das moléculas de água
de cargas elétricas opostas. Ao mesmo tempo, a água pode apresentar um caráter
alternante das direções dos vértices positivos e negativos (MITCHEL,1976).
Figura 3.2 - Mecanismos possíveis de adsorção de água pela superfície da argila (MITCHELL,
1976).
- As ligações de hidrogênio
Uma vez que a superfície dos solos minerais são usualmente compostas por uma
camada de oxigênio ou hidroxilas, as ligações de hidrogênio podem se desenvolver
facilmente. Os oxigênios atraem os vértices positivos e as hidroxilas os vértices
negativos da molécula de água. A formação de ligações de hidrogênio com a
superfície das partículas pode alterar a distribuição eletrônica da água, tornando mais
fácil o processo de formar ligações com outras moléculas na mesma ou na camada
subjacente. As propriedades direcionais das ligações podem induzir a formação de
um arranjo tetraédrico das moléculas de água. Assim esse arranjo se torna menos
rígido com a distância da superfície em função do decréscimo da atuação do campo
de forças e um aumento do campo de força da estrutura normal da água.
- Atração de dipolo
As partículas de argila podem ser vistas como planos negativos, com uma resistência
de campo elétrico que diminui à medida que a distância da superfície aumenta em
função da presença de cargas positivas. Em função da elevada energia de hidratação
da alumina presente na estrutura da argila, a água é fortemente atraída para a
superfície e se coloca entre as superfícies e os íons contrários. (MITCHELL, 1976).
21
f Hηve
ζ=
ε rε 0 E , (Eq. 1)
onde:
ζ: potencial zeta,
f H: constante de Henry,
η: viscosidade do eletrólito,
εo: permitividade,
E: campo elétrico,
← Plano de
deslizamento
xs x
De acordo com a teoria de Stern a região próxima a superfície deve ser dividida em
duas partes. A primeira parte é uma camada de íons adsorvidos na superfície sólida
formando uma camada compacta interna, isto é a camada de Stern. A camada de
Stern é a parte da interface da solução a qual está bastante próxima da superfície,
sob a influência dos “efeitos específicos” provenientes da superfície. Essa camada
compacta é seguida usualmente por uma camada difusa. Na realidade, não há uma
separação precisa entre a camada de Stern e a camada difusa. Essas duas camadas
juntas recebem o nome de dupla camada elétrica (Figuras 3.4 e 3.5) (SACKS, 1988).
Contraíons
Líquido polar
Distância x
A carga zero nas partículas significa, entre outras coisas, que há somente forças
atrativas entre as partículas e, essas forças causam apenas a floculação. É possível
através do ajustamento do pH promover esse estado nas partículas. O valor do pH
que apresenta um valor zero de potencial zeta é chamado de ponto de carga zero
(pzc).
A caulinita é uma argila que possui em sua constituição o caulim como o principal
constituinte. A caulinita é um aluminossilicato na razão de 1:1. Isso quer dizer, uma
folha ou lâmina de sílica tetraédrica é ligada a uma folha octaédrica de alumina. Essa
ligação se dá através dos átomos de oxigênio compartilhados pelos átomos de silício
e alumínio nas lâminas adjacentes (DANA, 1969) (Figura, 3.6).
Tabela 3.2 – Propriedades físico química da caulinita (Evans Clay) (YUKSELEN e KAYA,
2003).
Características físicas
Área superficial, BET (m²/g) 18 ± 2
Tamanho de partícula, %mais
fina que 2 microns 80 ± 5%
pH (10% sólidos) 6,25 ± 1,25
Densidade específica 2,25
Proriedades químicas
Al2O3 39%
SiO2 45%
TiO2 1,7
Fe2O3 1,0
CaO < 0,25%
MgO < 0,1%
26
O potencial zeta da caulinita aumenta quanto maior for o pH da solução (Figura 3.7).
A variação do potencial zeta é devida aos ácidos utilizados para ajustar o pH da
solução. A adição de HCl em água duplamente destilada, abaixa os valores do pH,
aumentando a concentração de íons H+ na solução. A adsorção de íons H+ nas
partículas da caulinita comprime o campo elétrico da dupla camada, resultando em
menores valores de potencial zeta.
O ponto isoelétrico da caulinita Evans clay (nome comercial) foi encontrado para um
pH de aproximadamente 2. Assim, as partículas da caulinita não se movem no campo
elétrico gerado (YUKSELEN e KAYA, 2003).
Potencial Zeta (mV)
Água
Figura 3.7 – O potencial zeta da caulinita na presença de LiCl, NaCl, CaCl2 e MgCl2 a uma
concentração de 10-2 e 10-4 M. Ocorrem diferenças nos valores de potencial zeta quando as
-4 -2 + +
concentrações iônicas aumentam de 10 para 10 . Tanto o Li quanto o Na apresentam
valores de potencial zeta maiores que a água (YUKSELEN e KAYA, 2003).
1 ε 0 × εκΤ
1
=
2
κ 2n0e 2ν 2
, (Eq. 5)
onde:
k = constante de Boltzmann,
T = temperatura absoluta,
no = concentração do íon,
e = carga do elétron,
ν = valência do cátion.
A diferença entre os valores do potencial zeta produzidos por cátions que possuem a
mesma valência pode ser explicada pelo raio iônico hidratado. O Li+ possui um raio
29
iônico hidratado maior que o Na+; e o Mg2+ possui um raio iônico hidratado maior que
o Ca2+.
∆H = ∆G + T ∆S. (Eq. 6)
Tanto a adsorção física quanto a química podem ser realizadas com vários gases, e
também vapores de soluções. Neste trabalho para medir a área superficial específica,
um dos principais métodos de adsorção utilizado foi o de adsorção física de nitrogênio
pelo método BET.
Platô devido ao
Volume adsorvido
preenchimento dos
poros
As isotermas do tipo II (Figura 3.9) são mais comumente encontradas em pós que
possuem diâmetros maiores que os microporos. O ponto de inflexão ou joelho da
curva indica aproximadamente a localização da monocamada. Uma região de
pequena inclinação no meio da isoterma pode indicar a presença de poucas
multicamadas. A ausência de histerése indica que o material não possui uma
superfície porosa (LOWELL e SHIELDS, 1984; QUANTACHROME, 2005).
Volume adsorvido
Região pequena
inclinação
“joelho da curva”
Volume adsorvido
A ausência de “joelho”
A falta deuma
representa “joelho”
interação
reparesenta uma interação
fraca entre adsorbente-
fraca entre adsorbente-
adsorbato
adsorbato
Presença de histerese
Volume adsorbed
Presença de poucas
Formação da multicamadas
monocamada
Volume adsorvido
Ausência de “joelho”
adsorbato atraídas para a superfície devem superar uma barreira de energia antes de
se ligar fortemente à superfície. Em função do processo de adsorção química
promover a ligação química entre o adsorbato e o adsorbente, diferentemente da
adsorção física, somente uma única camada da espécie adsorvida quimicamente
pode ser associada aos sítios ativos.
Figura 3.13 – Isoterma de adsorção com vapor d’água a 303 K (PIRES et al., 2003).
As curvas obtidas na adsorção com água (Figuras 3.13 e 3.14) são diferentes
daquelas obtidas pela adsorção de nitrogênio, pois na adsorção com água as
isotermas são muito mais dependentes dos tipos de materiais. A Figura 3.13
exemplifica qualitativamente o grau de hidrofobia de diferentes materiais, indo do mais
hidrofílico NaY zeólitas, para o qual se espera que a molécula de água interaja
fortemente, para o mais naturalmente hidrofóbico, os carbonos ativados (PIRES et al.,
2003).
36
Figura 3.14 – Adsorção de água a 303 K para diferentes materiais, expressos por unidade de
área superficial (avaliada com nitrogênio a 77 K). A linha sólida representa a quantidade
correspondente a uma monocamada de água líquida a 303 K em 1 metro quadrado (PIRES et
al., 2003).
3.6. Bioatividade
A relevância dos grupos fosfatos para a adsorção do DNA pelos argilominerais foi
investigada através da adição de metafosfato de sódio antes e depois da adição do
DNA em argilominerais: a adsorção do DNA não foi completa, mesmo a baixas
concentrações de metafosfato de sódio. O fato é que o DNA em estudo foi
parcialmente dessorvido pela lavagem com água destilada e deionizada, sugerindo
que as ligações possuem diferentes graus de resistência quando formadas entre as
moléculas de DNA e os argilominerais (PIETRAMELLARA et al., 2001).
37
O DNA que possui grande massa molecular pode interagir com um número maior de
sítios presentes na superfície externa da argila. O número de sítios de ligação na
superfície externa é maior para a caulinita do que para a montmorilonita. Os ácidos
nucléicos adsorvidos e ligados nos argilominerais, nas partículas de areia e em
substâncias húmicas são parcialmente protegidos contra a degradação por
“nucleases” e outras enzimas degradativas.
A protonação dos grupos amino da adenina, guanina e citosina ocorre a um pH < 5,0.
Esses grupos possuem carga positiva e atuam como cátions quando entram em
contato com os grupos de carga negativa da superfície das argilas. A argila apresenta
ânions independentemente do pH (PIETRAMELLARA et al., 2001).
É importante ressaltar que para o pH < 5,0 o DNA é adsorvido tanto nas superfícies
internas quanto externas da montmorilonita. Em uma solução com pH acima de 5, a
adsorção dos ácidos nucléicos ocorre somente na superfície externa. Entretanto o
número de sítios de ligação na superfície externa é maior para a caulinita do que para
a montmorilonita.
As moléculas de ácido nucléico que possuem massa molecular maior interagem com
um maior número de sítios de ligação na superfície da argila do que as moléculas de
massa molecular menor. As moléculas de ácido nucléico formam um número maior de
ligações com a Ca-caulinita do que com a Ca-montmorilonita. O tipo de terminação
molecular influencia pouco na adsorção do DNA na superfície das argilas.
O fato do DNA ser parcialmente dessorvido quando lavado com água destilada e
deionizada sugere que as ligações formadas possuem resistências diferentes quando
formadas entre os ácidos nucléicos e os argilominerais. As ligações entre o DNA e os
argilominerais são caracterizadas pelas diferentes afinidades, sugerindo dessa forma
39
4. ADOBE
4.1. Fundamentos
Por ser um processo de fabricação artesanal no Brasil e existe uma grande variação
na composição do adobe. Pode-se encontrar tijolos onde há a predominância da
argila, especialmente no Brasil (Tabela 4.1). Já nos tijolos fabricados em outros
países a literatura mostra que existe uma grande quantidade de areia nos tijolos de
adobe (www.greenhomebuilding.com, 2008; COFFMAN et al., 1990).
A análise química via úmida fornece a composição química desses materiais (argila e
adobe) revelando a presença predominante de sílica, alumina e óxido de ferro. A
intensa coloração do adobe e de sua matéria-prima é atribuída à presença de
impurezas como os óxidos de ferro e de titânio (KINGERY et al., 1976; REED, 1995;
CALÁBRIA A., 2004; MONTEIRO e VIEIRA, 2004; SEI et al., 2004). Um exemplo de
composição química de argila e de adobe é apresentado na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Composição química da argila (matéria-prima) e do adobe (CALÁBRIA A., 2004).
K K Q
K Go K Argila
Gib K K
K
K K
Q
K
Gib K Q
Go K Adobe
K K Q
K
0 20 40 60 80 100
2 Theta
Figura 4.1 - Espectros da difração de raios X para a argila e o adobe (CALÁBRIA A., 2004).
Através da Figura 4.1 é possível dizer que tanto para a argila como para o adobe, há
predominância das fases quartzo (Q) e caulinita (K). Há também traços de gibisita
(Gib) e goetita (Go). É possível constatar que não ocorre alteração nas fases
presentes quando a argila é transformada em adobe (CALÁBRIA A. e
VASCONCELOS, 2004a 2004b).
0.8
0.7
0.6
Absorbância (a. u)
0.5
0.4
ADOBE 0.3
0.2
0.1
ARGILA
0
4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
Comprimento de onda (cm-1)
Figura 4.2 – Espectros de infravermelho por transformada de Fourier para o adobe e sua
matéria-prima (argila) (CALÁBRIA A., 2004).
A avaliação da cor pode ser feita através das cartas de cores de solo de Munsell: 196
cores padronizadas.
- A água
- Os terremotos
- Sol
- Vento
- Os sais solúveis
- O homem
- A proteção parcial
A substituição de blocos danificados por novos. Encher com cimento de solo ou lama:
contração (bloco desmancha facilmente). A adição de menos de 10% de cimento
Portland, aumenta muito a resistência dos novos blocos à água.
Deve-se colocar uma camada, deixar secar, e depois colocar a outra, com menos
água. O recobrimento deve ser bem comprimido, a secagem deve ser lenta. A forma
convexa facilita o escoamento de água, evitando a formação de poças e ou canais
46
Tecnicamente devem ser evitados reparos com material mais forte que o original.
Aumentar a confiabilidade e a resistência do material à água. Os sistemas de
drenagem são importantíssimos, pois, devem evitar o aumento do teor de umidade
dos blocos. Há que se tomar muito cuidado com os tratamentos de superfície, pois, a
impermeabilização poder ser prejudicial. O ideal é manter a porosidade da superfície
para deixá-la respirar. As propriedades físico-químicas devem ser tão próximas
quanto possível daquelas da parte não tratada (cor, textura: estética) (CHIARI, 1983).
O silicato de etila interage com a argila quando molhada, sendo que ela absorve água
e se expande. Quando seca, as partículas se aproximam umas das outras, mantendo-
se unidas por forças eletrostáticas derivadas de grupos -OH de partículas adjacentes.
Esses grupos são responsáveis pela interação com o consolidante; o resultado é uma
rede tridimensional de ligações entre consolidante e partículas de argila (LEWIN e
SCHWARTZBAUM, 1983).
47
O efeito dos ésteres de sílica nos blocos de adobe envolve a formação de oligômeros
que ainda mantêm uma larga proporção de grupos etóxi potencialmente reativos. Um
baixo teor de grupos etóxi em amostras envelhecidas naturalmente indica que a
hidrólise continua ocorrendo durante o envelhecimento a longo prazo e que a reação
é bastante lenta. Uma estimativa do tempo em que a hidrólise se completará não
pode ser dada, embora pareça que o avanço da hidrólise não muda muito durante
muitos anos (LEWIN e SCHWARTZBAUM, 1983).
4.2. Lixiviação
efluentes líquidos pelo material e sua alta capacidade de adsorção imobiliza os metais
contidos nos efluentes (TAVANI et al., 1999; CALÁBRIA A., 2004).
De acordo com a literatura (CORRÊA et al., 2006) o tijolo de adobe possui suas
propriedades mecânicas influenciadas pela região onde é fabricado bem como o tipo
de argila disponível. Os tijolos de adobe do Novo México (EUA) possuem resistência a
compressão em torno de 2,07 MPa, um módulo de ruptura de aproximadamente 0,34
MPa e uma resistência a tração muita baixa que usualmente não é medida
(www.greenhomebuilding.com, 2008).
Os poros ou vazios podem estar envoltos por uma matriz sólida ou semi-sólida.
Usualmente os poros contêm algum fluido, como ar, água, óleo e outros. Os poros
podem ser permeáveis a uma série de fluidos e, quando estes fluidos são capazes de
passar de um lado a outro do material através dos poros, esse material pode ser
classificado como um material poroso permeável (CALÁBRIA A., 2004).
Através de ensaios de adsorção de nitrogênio pelo método BET, foram obtidos dados
de superfície específica (Sp), volume específico de poros (Vp) e diâmetro médio de
poros (Dp). Primeiramente realizou-se o ensaio antes do processo de lixiviação e após
cada intervalo de tempo estabelecido, um dia e trinta dias, em dois meios lixiviantes,
água deionizada e uma solução simuladora de chuva ácida. Associando os dados
fornecidos pelo ensaio de adsorção de nitrogênio (Tabela 4.2), foi possível aplicar um
modelo da porosidade e conectividade dos dois materiais. Para isso utilizou-se o
programa Poros (REIS, 2000), conforme mostrado na Figura 4.4 (CALÁBRIA A., 2004;
CALÁBRIA A. e VASCONCELOS, 2004b; 2004d).
Tabela 4.2 - Área superficial específica (Sp), volume específico de poros (Vp) e diâmetro médio
de poros (Dp) para o adobe (CALÁBRIA A., 2004).
Figura 4.4 - Evolução estrutural do adobe no processo de lixiviação em um meio aquoso (H2O)
e um meio simulador de chuva ácida (M.A.) (CALÁBRIA A., 2004).
51
ADSJ1 ap
0.6 ADSJ1- 1
ADSJ1- 3
ADSJ1- 5
ADSJ1- 7
0.5
0.4
Absorbância (a.u.)
0.3
0.2
0.1
0
4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0
Número de onda (cm-1)
5. SUPERFÍCIES E INTERFACES
Uma interface pode ser definida como o contorno ou fronteira de separação entre
duas fases, como por exemplo: sólido-sólido; líquido-sólido. A superfície é um tipo de
interação específica, o contorno ou fronteira de separação entre duas fases, mas uma
das fases é obrigatoriamente gasosa, por exemplo: sólido-gás e líquido-gás.
SIMS é uma técnica de análise superficial com capacidade para detectar traços de
elementos em uma escala de profundidade sub-nanométrica e uma resolução lateral
de 5 nm. Os experimentos são conduzidos no vácuo e a técnica é capaz de medir
todos os elementos da tabela periódica e seus isótopos (MCPHAIL, 2006).
vácuo
sólido
Profundidade
do sputtering
íon primário
Efeito cascata profundidade de penetração
de colisão
íon
implantado
Figura 5.1 - Esquema das interações íon-sólido e do processo sputtering (FELDMAN et al.
1986).
Um ponto importante é que após cada impacto com os íons, todas as moléculas com
diâmetro na faixa de 5-10 nm são danificadas. Portanto, o número de moléculas
disponíveis em uma área da camada mais externa da superfície é finita e limitada,
considerando que todo íon primário deveria (estaticamente) sempre se chocar com
uma área “virgem”. O espectro de SIMS estático fornece informação molecular
através de seus picos padrões (intensidade relativa de picos) (www. cameca.fr,
2007).
Essencialmente o SIMS estático busca obter sinal suficiente para fornecer análises da
composição da camada da superfície sem realmente remover uma fração significativa
de uma monocamada, isto é, ser capaz de analisar menos do que 104
átomos/moléculas (cerca de 10% de uma monocamada para 1 cm2 de amostra). A
55
Não-iônicos - não são dissociados em solução aquosa. São na sua maioria produtos
da condensação de óxidos de etileno sobre álcoois, fenóis, ácidos, aminas, etc. Suas
propriedades variam de acordo com a natureza do produto base e com a quantidade
de óxidos de etileno condensados.
A maior parte das propriedades biológicas dos surfactantes pode ser entendida em
termos de interações que ocorrem entre as moléculas de surfactantes e estruturas
biológicas fundamentais, como membranas, proteínas e enzimas. O contato entre um
tensoativo e uma membrana leva a mudanças na permeabilidade da membrana, e,
em casos extremos, pode resultar na solubilização da mesma (TURCHETTE,
FORNER, 2004; POWELL et al., 2004).
57
6. PROCESSO SOL-GEL
São utilizados precursores (reagentes químicos), que irão reagir com a água num
processo de hidrólise. O uso do processo sol-gel pode resultar em materiais na forma
monolítica ou na forma de particulados.
Esse material assim formado geralmente apresenta no início uma baixa resistência
mecânica. O tipo de catalisador utilizado, ácido ou base, muitas vezes controla o tipo
de estrutura do material. Esse processo pode ser realizado à temperatura ambiente. A
Figura 6.1 apresenta um esquema de uma rota sol-gel genérica via alcóxido.
MISTURA
GELAÇÃO
SECAGEM
DENSIFICAÇÃO
O controle da polimerização pode dar origem a duas rotas e, em ambas pode-se obter
precipitados ou ocorrer a formação de reticulados tridimensionais. As duas diferentes
rotas dão origem aos xerogéis e aos aerogéis. O xerogel é seco à temperatura
ambiente e o aerogel é seco em autoclaves, sob altas temperaturas e pressões.
Como produto é possível obter um material de alta porosidade e de baixa densidade,
ou um material praticamente isento de poros.
uma taxa média de crescimento anual que varia de 12% a 15% (www.solgel.com,
2008).
Os filmes finos podem ser conceituados como sendo uma camada de recobrimento
delgada com espessura geralmente inferior a 1000 nm que atribui características e
propriedades específicas à superfície do material do substrato.
-1
Número de onda (cm )
Figura 6.2 – Espectros de FTIR de argilas intercaladas preparadas com diferentes quantidades
de APTEOS: (a) 0 mL, (b) 0,52 mL, (c) 0,78 mL, (d) 3,6 mL, (e) 6.0 mL, (f) 7,2 mL (UCHIDA et
al., 2000).
62
-1
Número de onda (cm )
-1
Número de onda (cm )
Figura 6.3 – Espectros de FTIR de argilas intercaladas com diferentes tempos de preparação e
duas quantidades deferentes de APTEOS: (a) 0,52 mL de APTEOS e (b) 1,3 mL de APTEOS
(UCHIDA et al., 2000).
Composição química
(g/100 g amostra)
Fração molar
Amostra Mg Ni Cr C H Fórmula das hidrotalcitas
M(I) M(III)
NC 2,8 – 39,15 12,1 2,1 4,2 Ni0,66Cr0,23(OH)2(CO3)0,115.0,4H2O
(1,37)ª (3,15)ª
MC 2,8 16 – 12,2 1,39 5.54 Mg0,66Cr0,23(OH)2(CO3)0,115.1,68H2O
(1,41)ª (5,58)ª
ª Porcentagem correspondente à fração molar dos cátions
64
De acordo com os dados na Tabela 6.1, a razão molar M(II)/M(III) nas amostras
obtidas é menor que o valor calculado. Além disso, o conteúdo de C, H e O da
amostra NC é maior do que para uma estrutura do tipo hidrotalcita, sugerindo que
alguns grupos orgânicos (acetilacetonato ou álcool) permaneceram na superfície das
amostras. Esse fato poderia ser explicado pela complexidade dos processos sol-gel,
sendo que a reação teria um mecanismo completamente diferente em relação à
reação de coprecipitação. Também se sabe que os precursores do tipo
acetilacetonato têm uma reatividade baixa quando comparados a alcóxidos clássicos
nos processos sol-gel (JITIANU et al., 2003).
Figura 6.4 – Espectro de infravermelho para as amostras (a) NC e (b) MC (JITIANU et al.,
2003).
presença de uma banda dupla na região de 1400 – 1500 cm-1 (1400 cm-1 e 1490 cm-1,
respectivamente) foi atribuída a um abaixamento da simetria do carbonato e a uma
natureza desordenada da camada intermediária. No espectro da amostra NC, também
bandas marcantes, características de vibrações de grupos orgânicos, puderam ser
identificadas em 1600 cm-1 e 1520 cm-1 (ν C=O + ν C=C), 1020 cm-1 (ρr CH3), 920 cm-1
(υ C=C + υ C=O) e também um pequeno pico em 1280 cm-1 (ν C–CH3 + ν C=C)
(NAKAMOTO, 1997; JITIANU et al., 2003).
O processo sol-gel é uma técnica útil na deposição de filmes finos de sílica nos
substratos. Embora os procedimentos mais usuais no processo sol-gel requerem um
tratamento térmico final para favorecer a densificação do filme e a evaporação dos
solventes, estudos têm demonstrado que é possível obter filmes de sílica contendo
66
A hidrofobia do sólido pode ser medida pelo ângulo de contato, (θ), formado entre as
três fases em equilíbrio (Figura 6.5). Quando o sólido é totalmente hidrofóbico não há
afinidade da água em sua superfície, o sólido não é molhado e o ângulo de contato se
aproxima de 180o. Para sólidos hidrofílicos, ou seja, molháveis, o ângulo de contato
se aproxima de zero grau. Entre os vários métodos experimentais para a medida do
ângulo de contato um dos mais adequados é o método da captura da bolha. Este
método consiste em gerar uma bolha de gás em um meio líquido na presença de um
sólido possibilitando desta forma manter em equilíbrio a pressão de vapor na fase
gasosa. Para efetuar as medidas as três fases são colocadas em contato e a leitura
do ângulo é feita em relação à fase líquida. Neste caso o método permite manter o
equilíbrio entre as três fases durante os experimentos evitando a perda de material
por evaporação (REED, 1995; PENHA et al., 2001).
67
Água
Vapor
Líquido Água Cera
Figura 6.5 – O molhamento ocorre se θ < 90°; o espalhamento ocorre se θ ~ 0°. O aditivo no
líquido diminui a tensão interfacial sólido-líquido (γLV),assim θ diminui. A presença de um filme
na superfície de óxido leva a uma diminuição da tensão interfacial sólido-líquido (γSL), o ângulo
n = 1+ 0,19ρ b , (Eq. 8)
A hidrofobia dos géis pode ser expressa pela medida de ângulo de contato (θ) entre a
gotícula de água e a superfície do aerogel, utilizando a fórmula:
θ 2I
tan =
2 w
, (Eq. 9)
Figura - 6.6 – A fotografia mostra uma gota de água na superfície dos géis de sílica com a
razão molar de TMES/TEOS (A) = 0,4 (RAO et al., 2003).
Para determinar a estabilidade térmica dos géis hidrofóbicos é interessante que sejam
realizados ensaios de DTA, TGA e DSC. A modificação química da superfície pode
ser estudada utilizando-se a espectroscopia na região do infravermelho por
transformada de Fourier (FTIR) (PIZARRO et al., 2001), para informar a respeito das
ligações químicas presentes, como OH, C-H, Si-O-Si.
O efeito da razão molar do TMES/TEOS (A) no tempo de gelificação dos géis de sílica
pode ser ilustrado através da Figura 6.7. À medida que o valor de A aumenta, o tempo
de gelificação também aumenta (RAO et al., 2003). Isso se deve ao fato do TEOS
hidrolisar em estágios iniciais das reações que produzem aglomerados de SiO2,
quando se utiliza o TMES como co-precursor. À medida que se adiciona TMES,
ocorre um atraso nas reações de hidrólise e condensação em função da menor
quantidade de grupos SiOH e à presença de uma quantidade maior de grupos não
hidrolisáveis como o Si-(CH3)3 no sol.
70
Figura 6.7 – Tempo de gelificação em função da razão molar do TMES/TEOS (RAO et al.,
2003).
Figura 6.8 – Retração do volume em função da razão molar TMES/TEOS (RAO et al., 2003).
71
ácido oxálico
Si(OC2H5)4 + 4H2O ------------------→ Si(OH)4 + 4C2H5OH (Eq. 10)
etanol
Reação de hidrólise:
Reações de condensação:
Tabela 6.2 – Valores de ângulos de contato de géis de sílica hidrofóbicos, preparados a partir
de diferentes valores de (A) (RAO et al., 2003).
Número
Figura 6.9 – Espectro de FTIR para os géis hidrofóbicos para diferentes valores da
razão molar de A (TMES/TEOS) - (a) A= 0; (b) A= 0,3 e (c) A= 0,6 (RAO et al., 2003).
A Figura 6.9 apresenta o espectro de FTIR dos géis em função do número de onda
para diferentes valores de A. As bandas de absorção observadas em torno de 2950
cm-1 e 1400 cm-1 são devidas ao alargamento e dobramento das ligações de C-H e os
picos observados a 847 cm-1 são devidos às ligações de Si-C. O pico em torno de
1600 cm-1 e a larga banda de absorção em torno de 3400 cm-1 são devidos aos
grupos OH. Os picos por volta de 110, 800 e 470 cm-1 são devidos aos modos
assimétrico, simétrico e de dobramento do dióxido de silício respectivamente. Os
grupos Si-OH são as principais fontes de hidrofobia dos géis. Com um aumento no
valor de A, as intensidades dos picos de C-H em 2950 cm-1 e o pico de absorção de
Si-C a 847 cm-1 são aumentadas, indicando claramente que a substituição do H da
74
superfície oriundo dos grupos Si-OH pelos grupos não hidrolisáveis Si (CH3)3 leva a
um aumento da hidrofobia (RAO et al., 2003).
Figura 6.10 – Fotomicrografia (MEV) da microestrutura dos géis de sílica modificados, para A=
0,3 (RAO et al., 2003).
Figura 6.11 - Fotomicrografia (MEV) da microestrutura dos géis de sílica modificados, para A=
0,6 (RAO et al., 2003).
76
etanol (1:1 em peso de HA e etanol anidro) ao sol titânia (TiO2 5% em peso) na razão
HA:TiO2 igual a 1. Os revestimentos podem ser obtidos mergulhando os substratos na
mistura a uma velocidade de 15 cm/min, sob temperatura e umidade controladas (25º
C e < 40%, respectivamente) (MILELLA et al., 2001).
Figura 6.13 – Difratograma de raios X para TiO2 (“bulk”) na fase anatásio, da matriz
PVG e TiO2@PVG obtido com 10 CIDs (NETO, 2006).
7. METODOLOGIA
7.3. Caracterizações
Dados de difração de raios X foram obtidos por meio dos equipamentos Philips,
modelo PW-3710 (Imperial College London), com radiação Cu-Kα, 30 mA, 40 kV,
velocidade do goniômetro de 0,060o 2θ por passo e tempo de aquisição de 1 segundo
por passo e Philips, modelo PW-1710 (Universidade Federal de Minas Gerais), com
radiação Cu-Kα, 40 mA, 40 kV, velocidade do goniômetro de 0,040o 2θ por passo e
tempo de aquisição de 1 segundo por passo. As amostras foram utilizadas na forma
de pó.
A técnica de FTIR (Universidade Federal de Minas Gerais) foi utilizada para identificar
composições orgânicas e inorgânicas. O espectro de infravermelho de compostos
geralmente exibe bandas bem definidas, associadas aos grupos de vibração das
moléculas presentes. A espectroscopia para composições inorgânicas apresenta
bandas de absorção, o que torna a identificação cátion-ânion mais difícil. A
espectroscopia na região do infravermelho pode ser utilizada para análise de
minerais. A técnica pode ser usada para distinguir entre minerais que possuem uma
variação tanto na modificação estrutural quanto na composição química. O
equipamento utilizado foi um Perkin – Elmer Modelo Paragon 1000.
resolution field emission gun scanning electron microscope) com sistema de EDS
acoplado(Imperial College London).
• Adsorção de nitrogênio.
• Topografia
O interferômetro de luz branca, Zygo TM (Zygo®) (Imperial College London) foi usado
na caracterização topográfica das amostras. Não houve necessidade de preparação
das amostras, as amostras de adobe na condição natural e funcionalizadas (discos de
aproximadamente 10 mm de diâmetro por 2 mm de espessura) foram colocadas
diretamente no microscópio.
O foco deste trabalho foi de promover a alteração interfacial dos tijolos de adobe a
partir de deposição de membranas sol-gel. Para melhor compreensão dessa
alteração, várias técnicas foram utilizadas como MEV (Imperial College London), DRX
(Imperial College London), FTIR (Universidade Federal de Minas Gerais) e Adsorção
física de N2 (Universidade Federal de Minas Gerais) etc. Porém para a avaliação e
constatação da presença das membranas e seus diferentes grupos funcionais na
83
A escolha da técnica pelo SIMS estático (MiniSIMS) (Imperial College London) se deu
em função dos filmes cerâmicos que resultam na presença de grupos CH e no fato de
ambos os materiais serem porosos, o adobe com aproximadamente 50% e a caulinita
com aproximadamente 30% de porosidade. Outra razão é o fato da técnica fornecer
dados das camadas mais externas das moléculas da superfície. Esta ferramenta foi
muito importante na identificação da nova funcionalidade química na superfície das
amostras de adobe e caulinita.
O instrumento SIMS utilizado nesse trabalho foi um Millbrook MiniSIMS com uma
fonte de feixe de íons primários de gálio (Ga+) de alta energia (7 keV). O feixe
escolhido foi de 3 mm de diâmetro de corrente baixa de 2 nA. O procedimento
adotado foi o seguinte: primeiramente as amostras foram colocadas em pequenos
porta-amostras de alumínio e cobertas com um filme metálico. Foi necessário utilizar
esse filme metálico para possibilitar a análise das amostras de adobe e caulinita, uma
vez que esses materiais comportam-se com isolantes. Em seguida uma imagem da
amostra era obtida pelo escaneamento do feixe de íons primários e depois uma outra
imagem é obtida através dos elétrons secundários (SED image). O espectro de massa
fornecido pelo MiniSIMS é o resultado do ataque do feixe de íons primário de gálio na
superfície da amostra. Os espectros de maior relevância para esse trabalho foram os
espectros de massa de íons secundários positivos.
de 40oC.
84
• Desempenho na lixiviação.
- MEV
- FTIR
• filme de TiO2 aplicado via pincel na superfície das amostras de adobe e caulinita
pura;
Esse processo sol-gel envolve as reações de hidrólise (1) e condensação (2) dos
alcóxidos metálicos (LENZA e VASCONCELOS, 2002):
• MEV;
• FIB.
Primeiramente as amostras foram recobertas com ouro pelo método sputtering. Com
uma corrente de 30 A por 3 minutos. Em seguida as amostras foram levadas para
86
análise o equipamento FIB. Nesse método se aplica várias camadas de platina sobre
a superfície da amostra recoberta com ouro a fim de conferir maior estabilidade à
amostra. Após essa etapa a platina sofre uma marcação para evitar que o ponto em
análise seja perdido. Realizados esses procedimentos inicia-se o processo de corte
ou polimento da amostra. É então retirado material da amostra a fim se construir seu
perfil. A última etapa consiste em realizar o corte transversal propriamente dito.
• MET
• FTIR, DRX;
• Adsorção física;
Tabela 7.1 – Nomenclatura das amostras de adobe e de caulinita modificadas pelos sistema
de membranas sol-gel de monocamadas e multicamadas.
87
Sistema Sistema
Precursores Propriedades superficiais
monocamada multicamadas
natural
natural ausente hidrofílica
(sem recobrimento)
E E² TEOS & MTES a prova d'água
F F² Ti4 bactericida
EF E²F² TEOS & MTES + Ti4 a prova d'água & bactericida
G² Ti4 & DCCA bactericida
E²G² TEOS & MTES + Ti4 & DCCA a prova d'água & bactericida
líquido lixiviante).
O processo de lixiviação foi feito com a imersão dos corpos de prova em um meio
aquoso, água deionizada, com o intuito de avaliar a resistência dos substratos antes e
depois do recobrimento. Após a imersão no meio lixiviante os corpos de prova foram
monitorados em um intervalo de tempo de 0 hora a 120 horas. A amostra sem
recobrimento (estado natural), utilizada como controle, colocada juntamente com as
demais amostras recobertas, em um recipiente com 0,75 mL do líquido lixiviante. O
recipiente adotado possuía forma cilíndrica e de vidro transparente. Cada recipiente
recebeu apenas uma amostra. Esse sistema foi monitorado em um intervalo de tempo
de 0, 3, 6, 24, 96, 120 horas e contou com registros fotográficos. Somente os
substratos de adobe passaram por esse processo.
dos recipientes foram retiradas. O processo foi conduzido até que todo o líquido
presente nos recipientes fosse evaporado.
89
8. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Adsorção
120
Dessorção
100
Volume de água em mL/g
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100
Umidade Relativa %
60
50
40
Volume de poros (cc)
30
20
10
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2
Pressão relativa p/p0
1,6
1,4
1,2
Combinada: diferença
entre a adsorção
química e a física
1
Volume em (cc)
0,8
0,6
Adsorção
fisíca
0,4
0,2
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900
Pressão
Figura 8.3 – Curva de adsorção química com hidrogênio (H2) para o adobe.
Esse tipo de curvatura para adsorção química com hidrogênio indica que o adobe,
não apresenta uma superfície reativa com o hidrogênio.
Através dos ensaios de difração de raios X pôde-se traçar uma evolução das fases
quartzo e caulinita durante o processo de lixiviação, em meio aquoso (água
deionizada), a qual pode ser descrita por meio das Figuras A.1 a A.5 (ver Anexo I).
A Figura A.5 (ver Anexo I) apresenta a curva obtida através da razão entre as
intensidades dos picos de quartzo e caulinita, durante um intervalo de 1 a 100 dias
das amostras de adobe submersas em um meio lixiviante com água deionizada.
As Figuras A.6 e A.7 (ver Anexo I) ilustram a evolução das fases presentes na
superfície do adobe durante o processo de lixiviação, nas faixas, respectivamente,
92
Através dos espectros apresentados nas Figuras A.6 e A.7 (ver Anexo I) é possível
observar que a diferença de intensidade mais acentuada se faz entre o adobe antes
do processo e após um dia imerso em um meio lixiviante (água deionizada). Esta
metodologia para investigação dessas modificações na superfície está sendo
denominada neste trabalho de ciclo menor. As diferenças de intensidade não são tão
evidentes paras as demais idades. Esses resultados sugerem que o material pode
estar apresentando uma atividade em sua superfície regenerativa e adaptativa ao
meio. Os resultados das análises de BET reforçam a possibilidade dessa capacidade
regenerativa da superfície do material como é mostrado na Tabela A.1 (ver Anexo I).
Outro aspecto que pode ser observado é o fato das concentrações possuírem
alterações mais expressivas quando o meio lixiviante utilizado foi a água (CALÁBRIA
et al., 2004e).
Os gráficos identificados como as Figuras A.8 e A.9 (ver Anexo I) apresentam uma
tendência de diminuição na concentração de Na e K, até dez dias. Após esse intervalo
de tempo as concentrações de ambos os elementos seguem uma tendência de
aumento. A concentração de sódio cresce a uma taxa pequena, já o potássio sofre um
aumento na concentração com uma taxa superior.
Tabela 8.1 – Composição química via úmida do caulim beneficiado e do caulim bruto.
Si: gravimetria, fusão alcalina e desidratação com ácido perclórico. Al: gravimetria,
fusão alcalina e preciptação com tiossulfato de sódio. Fe: fusão alcalina, solubilização
ácida e determinação por espectrofotometria de absorção atômica, equipamento
Analyst 300, Perkin Elmer. Mg: fusão alcalina, solubilização ácida e determinação por
espectrofotometria de absorção atômica, equipamento Analyst 300, Perkin Elmer. Mn:
fusão alcalina, solubilização ácida e determinação por espectrofotometria de absorção
atômica, equipamento Analyst 300, Perkin Elmer. K: digestão ácida por microondas,
determinação por espectrofotometria de absorção atômica, equipamento Analyst 300,
Perkin Elmer. Na: digestão ácida por microondas, determinação por
espectrofotometria de absorção atômica, equipamento Analyst 300, Perkin Elmer.
94
50,0
SiO2
45,0 Al2O3
Fe2O3
K2O
40,0
TiO2
CaO
35,0
30,0
% em peso
25,0
20,0
15,0
10,0
5,0
0,0
Caulim Adobe
Foi observado que os pedaços de adobe imersos no sol não se desintegraram, como
normalmente ocorre quando o adobe é imerso em água. Isso sugere que houve um
aumento na resistência do adobe, o qual pode estar associado à formação de
ligações químicas resultantes da presença do sol, na superfície do adobe. Este foi um
resultado preliminar e macroscópico, mas que indicou o potencial da incorporação à
superfície do adobe de um filme produzido via sol-gel.
Essa etapa contou com a realização de vários ensaios, sendo que cerca de 20 rotas
foram testadas. Dessas 20 rotas 4 foram otimizadas e deram origem aos resultados
que se seguem. Essa etapa foi realizada no Brasil.
Foram preparadas quatro rotas para obtenção de filmes porosos (membranas) via sol-
gel, sendo que, três rotas foram destinadas ao desenvolvimento de propriedades de
hidrofobia (waterproof), e uma rota destinada para obtenção de membranas com
propriedade bactericida (Tabela 8.3). Quatro sistemas (identificados como A, B, C e
D) foram desenvolvidos e divididos em dois grupos. O primeiro conta com um
desempenho de propriedades simples, seja ela bactericida ou com propriedade
hidrofóbica. O segundo grupo conta com um desempenho bifuncional composto pela
ação conjunta das propriedades acima mencionadas.
Tabela 8.4 – Porosidade das amostras de adobe pelo método BET. Área superficial específica,
volume específico de poros e diâmetro médio de poros para o adobe recoberto com membrana
sol-gel.
Tabela 8.5 – Porosidade das amostras de adobe pelo método BET. Área superficial específica,
volume específico de poros e diâmetro médio de poros para a caulinita recoberta com
membrana sol-gel.
a)
b)
a)
b)
Tabela 8.6 - Análise da rugosidade das amostras de adobe pelo modo Microscópio do
Zygo®.
Tabela 8.7 - Análise da rugosidade das amostras de caulinita pura pelo modo Microscópio do
Zygo®.
Tabela 8.8 - Dados de área superficial, número e área dos picos e vales das amostras de
adobe pelo modo Advanced Texture Application do Zygo®.
Tabela 8.9 - Dados de área superficial, número e área dos picos e vales das amostras de
caulinita pura pelo modo Advanced Texture Application do Zygo®.
Os resultados apresentados nas Tabelas (8.6, 8.7, 8.8 e 8.9) sugerem uma
modificação na superfície das amostras de adobe e da caulinita pura. As amostras
recobertas de ambos os substratos apresentaram uma maior resistência superficial ao
contato com a água e ambientes de umidade extrema. As amostras recobertas não
apresentaram repulsão à água. Este resultado é considerado positivo para o
desempenho do sistema bifuncional proposto nesse trabalho. Isto ocorre porque a
101
70 140
60 120
50 100
Volume (cc/g)
40 80
Volume (cc/g)
30 60
20 40
10 20
0 0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pressão Relativa P/Po Pressão Relativa P/Po
Caulinita Adobe
70 140
60 120
50 100
Volume (cc/g)
Volume (cc/g)
40 80
30 60
20 40
10 20
0 0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pressão Relativa P/Po Pressão Relativa P/Po
Caulinita Adobe
70 140
60 120
50 100
Volume (cc/g)
40 80
Volume (cc/g)
30 60
20 40
10 20
0 0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pressão Relativa P/Po Pressão Relativa P/Po
Caulinita Adobe
70 140
60 120
50 100
Volume (cc/g)
Volume (cc/g)
40 80
30 60
20 40
10 20
0 0
0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0
Pressão Relativa P/Po Pressão Relativa
Caulinita Adobe
Figura 8.11 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, membrana com TiCl3 no substrato adobe.
104
Figura 8.12 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, membrana com TiCl3 no substrato adobe.
Figura 8.13 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, membrana com TiCl3 no substrato adobe.
105
Figura 8.14 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição de TiCl3.
Figura 8.15 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição de TiCl3.
106
Figura 8.16 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição de TiCl3.
Figura 8.17 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição de TiCl3.
107
Figura 8.18 – Fotomicrografia (MEV) do sistema C, monolito sol-gel SiO2 com adição de TiCl3.
60000
caulinita natural
caulinita sistema A
50000 C2H3+
CHNH+
40000
Intensidade counts/s
C2H5O+
30000
20000 C2H5+
CH3Si+
10000
C3H5+
CH3+ C3H3+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.19 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de caulinita natural e
da amostra de caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana A.
60000
C2H3+
caulinita natural
caulinita sistema B
50000
40000
Intensidade counts/s
30000
20000
C2H5+
C3H5+
10000 CH3Si+
C3H3+
C4H7+
CH3+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.20 – Comparativo de espectro de massa (SIMS) das amostra de caulinita natural e da
caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana B.
109
60000
caulinita natural
caulinita sistema C
50000
Intensidade counts/s
C2H3+
40000
CH3Si+
30000
Si+, CHNH3+
C2H5O+
SiH+,C2H5+
20000
C3H5+
10000
C3H3+ C4H7+
CH3+ CH3NH+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.21 – Comparativo de espectro de massa (SIMS) das amostra de caulinita natural e da
caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana C.
60000
caulinita sistema D
caulinita natural
50000
40000
Intensidade counts/s
30000
C2H3+
Si+, CHNH3+
20000
10000
C2H5+ C3H5+
CH3+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.22 – Comparativo de espectro de massa (SIMS) das amostra de caulinita natural e da
caulinita de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana D.
110
70000
adobe natural
CHNH+
50000
Intensidade counts/s
40000
C2H3+
C2H5O+
30000
C2H5+ CH3Si+
20000
C3H5+
10000 CH3+ C3H3+ C4H7+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.23 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe natural e de
adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana A.
70000
adobe natural
60000 adobe sistema B
50000
Intensidade counts/s
40000
30000
C2H3+
20000 CHNH+
C3H5+
10000 SiH+,C2H5+ C2H5O+
C4H7+
CH3+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.24 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe natural e de
adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana B.
111
70000
adobe natural
60000 adobe sistema C
50000
Intensidade counts/s
40000
30000
C2H3+
20000
10000 CHNH+
C2H5+ C4H7+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.25 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe natural e de
adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana C.
70000
adobe natural
adobe sistema D
60000
C2H3+
50000 CHNH+
Intensidade counts/s
40000
30000
CH3Si+
20000 C2H5+
C2H5O+
C3H5+
10000
C4H7+
C3H3+
CH3+
0
10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54 58 62 66 70 74 78 82 86 90 94 98
Número de massa (amu)
Figura 8.26 – Comparativo de espectros de massa (SIMS) das amostra de adobe natural e de
adobe de arquitetura superficial modificada pelo sistema de membrana D.
112
A seguir são apresentados gráficos de DRX (Figuras 8.27 a 8.30) e FTIR (Figuras
8.31 a 8.33) do adobe sem recobrimento e das amostras de adobe recobertas na fase
de otimização das membranas. Os resultados de DRX foram obtidos em equipamento
Philips, modelo PW-1710, com radiação Cu-Kα, 40 mA, 40 kV, velocidade do
goniômetro de 0,040o 2θ por passo e tempo de aquisição de 1 segundo por passo.
115
12000
10000
Intensidade (a.u)
8000
K
6000
K Gib K Go
4000 K
2000
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
2 Theta
Figura 8.27 – Difratograma de raios X da amostra de adobe natural, sem aplicação de filme
sol-gel.
Titania Gel a
Titania Gel b
Titania Gel c
Intensidade Relativa
15 20 25 30 35 40 45 50
2 Theta
9000
Adobe - F2
8000
7000
6000
25
5000
Intensidade (a.u)
4000
3000 37
2000
48
1000
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
2 Theta
Figura 8.29 – Difratogramas de raios X da amostra de adobe com membrana sol-gel de titânia
aplicada à sua superfície.
117
16000
Quartzo Adobe - F2
Adobe natural
14000
12000
10000
Intensidade (a.u)
8000
6000
25
4000
37
46
2000 48
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
2 Theta
De acordo com a literatura (DAOUD e XIN, 2004) os picos referentes à fase anatásio
no espectro de raios X podem ser observados a 25, 37 e 48 graus. A Figura 8.29
representa o espectro do adobe recoberto com o filme sol-gel à base de titânia. Já a
Figura 8.30 apresenta um espectro comparativo entre o adobe sem recobrimento e o
adobe com a aplicação da membrana sol-gel à base de titânia. A identificação da
formação de membranas finas na superfície do adobe por meio da técnica de DRX
torna-se uma tarefa bastante difícil. Isto ocorre, por exemplo, devido ao fato do tijolo
de adobe possuir um grau de impureza bastante elevado, ou melhor, dizendo por sua
complexa constituição química e a presença significativa de matéria orgânica. Outro
fator que dificulta muito essa investigação é o fato do TiO2 estar presente em sua
constituição química original, como pode ser observado pela Tabela 8.2.
As Figuras 8.31, 8.32 e 8.33 apresentam gráficos de FTIR para as amostras de adobe
e caulinita. Foram analisadas amostras para os dois substratos com aplicação de
membranas de funcionalidades simples e membranas de funcionalidade dupla.
118
Transmitância Relativa
EF
)
Efeito MTES
Figura 8.31 – Espectros de FTIR comparativos das amostra de adobe com aplicação da
membrana funcional simples, bactericida (F), e amostra de adobe com aplicação da membrana
de dupla funcionalidade, hidrofóbica – bactericida (EF).
H2O livre
Transmitância Relativa
EF
4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400 0
Número de onda cm-¹
Figura 8.32 – Espectros de FTIR comparativos das amostra de caulinita com aplicação da
membrana funcional simples, bactericida (F), e amostra de caulinita com aplicação da
membrana bifuncional, hidrofóbica – bactericida (EF).
119
adobeTi4+MTES
Transmitância Relativa Kaolinite Ti4+MTES
Cadeias
CHn
H2O
Livre
4000 3600 3200 2800 2400 2000 1600 1200 800 400
Número de onda cm-¹
Figura 8.33 – Espectros de FTIR comparativos entre as amostras adobe e de caulinita com
aplicação da membrana bifuncional, hidrofóbica – bactericida (EF).
Por meio das Figuras 8.31 a 8.33 pode-se observar que a arquitetura de superfície
das amostras são diferentes para as vários tipos de recobrimento, bem como, se
comportam diferentemente em relação à natureza do substrato (adobe e caulinita). É
possível perceber que as amostras de adobe são mais sensíveis à aplicação da
membrana sol-gel. Apresentando uma arquitetura de superfície modificada e
funcionalizada, como evidenciada pela impressão digital conferida pela alteração de
seus grupamentos químicos da superfície.
A Figura 8.31, mostra o mesmo substrato, adobe, com aplicação de dois sistemas
distintos. Analisando os espectros da Figura 8.31 para as amostras com aplicação de
membrana funcional simples de caráter bactericida (F) e membrana bifuncional de
caráter hidrofóbico-bactericida (EF), pode-se perceber que a banda larga na amostra
120
O efeito do precursor MTES, doador de grupamentos CH3, pode ser evidenciado pela
ausência de picos na região de característica de H2O livre para argilas do tipo
cauliníticas, região compreendida entre 3700 cm-1 e 3600 cm-1, sugerindo que essa
banda sofreu um deslocamento, quando comparado ao gel puro. Isso se aplica
também em relação à presença de picos na região dos compostos orgânicos,
compreendida entre 2700 cm -1 e 1500 cm-1.
De acordo com a literatura (OLPHEN,1977) o pico que distingue a fase anatásio das
outras fases do titânio é o pico em 811 cm-1. Quando o anatásio é fabricado
artificialmente este pico pode ficar mascarado por uma banda larga em 750 cm-1.
Formação de rede a partir ligações de Ti-O-Ti pode ser identificada em 450 cm-1 e 800
cm-1 (DENG et al., 1998)
Nesta fase ocorreu uma otimização dos principais sistemas desenvolvidos nas etapas
anteriores.. A saber, a membrana sol-gel incorporada à superfície do adobe com
propriedades bactericidas e de hidrofobia. Foram depositadas múltiplas camadas das
membranas sol-gel nos substratos de adobe e caulinita fato esse identificado pela
adição do expoente 2 à nomenclatura previamente adotada.
• SIMS
• Zygo
• BET
• MEV
• FIB
• MET
180
Adsorção
Adobe Natural
Dessorção
160
140
120
100
Volume (cm³/g)
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
180
Adsorção
Adobe + Membrana E² Dessorção
160
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
2
Figura 8.35 – Isoterma do adobe com aplicação da membrana sol-gel E .
123
180
Adsorção
Adobe + Membrana F² Dessorção
160
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
180
Adsorção
Adobe + Membrana E² F² Dessorção
160
140
120
100
Volume (cm³/g)
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
2 2
Figura 8.37 – Isoterma do adobe com aplicação da membrana sol-gel E F .
124
180
Adsorção
Adobe + Membrana G² Dessorção
160
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
180
Adsorção
Adobe + Membrana E² G² Dessorção
160
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
2 2
Figura 8.39 – Isoterma do adobe com aplicação da membrana sol-gel E G .
De acordo com as curvas de isotermas (Figuras 8.36 a 8.39) não é possível perceber
grandes diferenças entre as amostras de adobe modificadas pelas membranas sol-gel
multicamadas, a não ser pela amostra de adobe com arquitetura superficial,
125
0.45
Adobe Natural
0.4
0.35
0.3
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
0.45
Adobe + Membrana E²
0.4
0.35
0.3
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.41 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe modificado com a
2
aplicação da membrana E .
126
0.45
Adobe + Membrana F²
0.4
0.35
0.3
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 100 1000
Diâmetro de Poros (nm)
Figura 8.42 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe modificado com a
aplicação da membrana F2.
0.45
Adobe + Membrana E² F²
0.4
0.35
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.43 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe modificado com a
aplicação da membrana E2 F2.
127
0.45
Adobe + Membrana G²
0.4
0.35
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.44 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe modificado com a
aplicação da membrana G2.
0.45
Adobe + Membrana E² G²
0.4
0.35
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.45 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe modificado com a
aplicação da membrana E2G2.
Distribuições de tamanho de poros por volume do adobe, também mostram que para
as amostras de adobe de arquitetura superficial modificadas, que continham a
membrana E2, E2F2, E2G2 apresentaram poros na faixa de 5 nm. Na amostra de adobe
com aplicação da membrana monofuncional E2 o volume dessorvido para poros de 5
nm chegou a 0,25 cm3/g (Figura 8.41).
128
Tabela 8.10 – Análise de estrutura de poros das amostras de adobe modificadas com a
aplicação dos sistemas de membranas sol-gel.
Por meio do interferômetro de luz branca, Zygo®, foi possível fazer um mapeamento
da superfície das amostras de adobe natural e funcionalizadas pelas membranas sol-
gel multicamadas, E2, E2F2 e E2G2. A lente utilizada foi de 50x de aumento, uma
resolução de câmera de 640 x 480 e foi construída uma imagem por meio da
modalidade operacional Avanced Texture, usando o método stitch ou “colcha de
retalhos” 8 x 8, ou seja, 64 imagens totalizando aproximadamente 1 µm2 para que os
resultados produzidos fossem representativos das amostras.
Tabela 8.11 – Análise da rugosidade superficial por meio dos dados de área superficial
(Zygo®) das amostras de adobe natural e funcionalizadas com a aplicação dos sistemas de
membranas sol-gel E2, E2F2 e E2G2.
10000
adobe natural
9000 membrana sol-gel G2
Ti+
caulinita natural
grupos CH
8000
7000
6000
Intensidade counts/s
5000
TiO+
4000
3000
2000
1000
0
47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70
Número de massa (amu)
a) b)
Figura 8.80 – a) e b) Fotomicrografias por meio do equipamento FIB via elétrons secundários
da localização do corte na amostra de caulinita sem recobrimento.
a) b)
Figura 8.81 – a) e b) Fotomicrografias por meio do equipamento FIB via elétrons secundários
da deposição de platina sobre a amostra de caulinita para obtenção do perfil superfície -
volume sem recobrimento.
149
a) b)
Figura 8.82 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento. b) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons
secundários da amostra de caulinita modificada pelo sistema de membranas E2G2.
a) b)
Figura 8.83 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento. b) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons
2 2
secundários da amostra de caulinita modificada pelo sistema de membranas E G .
150
a) b)
Figura 8.84 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento. b) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons
2 2
secundários da amostra de caulinita modificada pelo sistema de membranas E G .
a) b)
Figura 8.85 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento. b) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons
secundários da amostra de caulinita modificada pelo sistema de membranas E2G2.
151
a) b)
Figura 8.86 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento. b) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons
secundários da amostra de caulinita modificada pelo sistema de membranas E2G2.
a) b)
Figura 8.87 – a) e b) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento, mostrando a presença de estruturas em forma de bastonetes.
152
a) b)
Figura 8.88 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
caulinita sem recobrimento e sua estrutura lamelar. b) Fotomicrografia por meio do
equipamento FIB via feixe de íons da caulinita sem recobrimento da mesma região.
a) b)
Figura 8.89 – a) e b) Fotomicrografias por meio do equipamento FIB via feixe de íons da
caulinita modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2.
153
Figura 8.91 – Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via feixe de íons da localização do
corte na amostra de adobe sem recobrimento. A porosidade na região seccionada da amostra
não pôde ser observada pela imagem.
a) b)
Figura 8.92 – a) Fotomicrografia da amostra de adobe por meio do equipamento FIB via
elétrons secundários, modificada pelo sistema de membranas E2G2. b) Fotomicrografia por
meio do equipamento FIB via feixe de íons da amostra de adobe sem recobrimento.
155
Figura 8.93 –Fotomicrografia da amostra de adobe por meio do equipamento FIB via elétrons
secundários amostra de adobe sem recobrimento com um aumento de 50.000 vezes.
Também não foi possível visualizar por essa técnica mudanças significativas na
arquitetura de superfície das amostras de adobe e de caulinita recobertas com o
sistema de membranas bifuncionais E2G2.
As Figuras 8.94 a 8.101 mostram imagens, obtidas por meio do equipamento FIB, das
amostras de adobe e caulinita obtidas durante o processo de preparação das mesmas
156
a) b)
Figura 8.95 – Fotomicrografia (FIB), com uma inclinação de 45 graus, da seção da amostra de
caulinita modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2 momentos antes de ser
removida.
a) b)
a) b)
Figura 8.98 – Fotomicrografia (FIB), com uma inclinação de 45 graus, da seção da amostra de
adobe modificada pelo sistema de membrana bifuncional E2G2 momentos antes de ser
removida.
a) b)
a) b)
Figura 8.100 – a) Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via elétrons secundários da
amostra de adobe modificado com o sistema de membrana bifuncional E2G2. b)
Fotomicrografia por meio do equipamento FIB via feixe de íons da mesma região da amostra
2 2
de adobe com o mesmo sistema de membrana bifuncional E G .
Pt
Substrato
Adobe
Membranas
sol-gel E2G2
Pt
poros Au
Substrato
Adobe
Pt
Au
Au
Membranas
poros
sol-gel E2G2
Substrato
Adobe
Pt
Membranas
sol-gel E2G2
Au
Assim como para o substrato adobe, não foi possível observar nenhum sinal de
descolamento entre as membranas, nem mesmo entre elas e o substrato de caulinita.
165
Esses resultados sugerem que também ocorreu uma boa adesão entre membranas e
entre membranas e as amostras de caulinita.
Pt
Substrato
Caulinita
Pt Au
Membranas
sol-gel E2G2
Substrato
Caulinita
Pt Au
Membranas
sol-gel E2G2
Substrato
Caulinita
Pt Au
Membranas
sol-gel E2G2 Substrato
Caulinita
Pt
Au
Substrato
Caulinita
Membranas
2 2
sol-gel E G
Au
Membranas
sol-gel E2G2
Substrato
Caulinita
a) b)
Figura 8.112 – Adobe natural (N-TL) t = 0 hora, a) vista de frente e b) vista de topo.
172
a) b)
a) b)
a) b)
a) b)
2
Figura 8.116 – Adobe (G -TL) t = 0 hora, a) vista de frente e b) vista de topo.
a) b)
Figura 8.118 – Adobe t = 0 hora para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL, E2G2-TL,
N-TL, respectivamente (vista de frente).
174
Figura 8.119 – Adobe t = 3 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL, E2G2-
TL, N-TL, respectivamente (vista de frente).
2 2 2 2 2 2 2
Figura 8.120 – Adobe t = 6 horas para as seis amostras, E -TL, F -TL, E F -TL, G -TL, E G -
TL, N-TL, respectivamente (vista de frente).
175
Figura 8.121 – Adobe t = 24 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL, E2G2-
TL, N-TL, respectivamente (vista de frente).
Figura 8.122 – Adobe t = 96 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL, E2G2-
TL, N-TL, respectivamente (vista de frente).
176
Figura 8.123 – Adobe t = 120 horas para as seis amostras, E2-TL, F2-TL, E2F2-TL, G2-TL, E2G2-
TL, N-TL, respectivamente (vista de frente).
com a adição de DCCA. A amostra (N-TL) foi utilizada como controle uma vez que a
ela não foi aplicada nenhuma membrana sol-gel.
Esses resultados sugerem que uma vez modificada a arquitetura de superfícies por
meio de membranas sol-gel porosas com propriedades hidrofóbicas, o adobe fica
protegido contra a ação lixiviante da água, de acordo com o teste realizado nesse
trabalho, permaneceu assim, com uma estrutura coesa. Já sem esse tratamento
prévio, as membranas monofuncionais de caráter bactericida não resistiram ao
contato com a água.
200
Adobe Natural
180 TL
TL
160 ATL
ATL
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
Figura 8.124 – Isotermas do adobe natural sob o efeito do teste de lixiviação (TL) e em seu
estado natural (ATL).
200
Adobe E²
180 ATL
ATL
TL
160
TL
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
Figura 8.125 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana E2 antes do teste de lixiviação
(ATL) e após o teste de lixiviação (TL).
179
200
Adobe F²
180 ATL
ATL
TL
160
TL
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
Figura 8.126 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana F2 antes do teste de lixiviação
(ATL) e após o teste de lixiviação (TL).
200
Adobe E² F²
180 TL
TL
ATL
160
ATL
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
Figura 8.127 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana E2F2 antes do teste de
lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL).
180
200
Adobe G²
180 ATL
ATL
160 TL
TL
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
200
Adobe E² G²
180 TL
TL
ATL
160
ATL
140
120
Volume (cm³/g)
100
80
60
40
20
0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressão relativa P/Po
Figura 8.129 – Isotermas do adobe com aplicação da membrana F2G2 antes do teste de
lixiviação (ATL) e após o teste de lixiviação (TL).
181
0.45
Adobe Natural
TL
0.4 ATL
0.35
0.3
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.130 – Distribuição de tamanhos de poros por volume do adobe natural, antes (ATL) e
após (LT) o teste de lixiviação.
0.45
Adobe E²
ATL
0.4 TL
0.35
0.3
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.131 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe com
aplicação de membrana E2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação.
183
0.45
Adobe F²
0.4
ATL
TL
0.35
0.3
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.132 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe com
aplicação de membrana F2 antes (ATL) e após (LT)o teste de lixiviação.
0.45
Adobe E²F²
0.4
TL
ATL
0.35
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.133 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe com
aplicação de membrana E2F2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação.
184
0.45
Adobe G²
TL
0.4 ATL
0.35
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.134 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe com
aplicação de membrana G2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação.
0.45
Adobe E²G²
TL
0.4 ATL
0.35
Dessorção DV(log d) (cm³/g)
0.3
0.25
0.2
0.15
0.1
0.05
0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.135 – Distribuição de tamanhos de poros por volume da amostra do adobe com
aplicação de membrana E2G2 antes (ATL) e após (LT) o teste de lixiviação.
185
Porém, pode-se constatar que as tipologias das curvas sofrem alterações quando
comparadas entre os diferentes sistemas. De acordo com as amostras estudadas
nesse trabalho, as tipologias das curvas citadas podem ser dividas em dois grupos. O
primeiro grupo é formado por 3 amostras: adobe sem recobrimento, e os sistemas de
adobe com as membranas F2 e G2. O segundo grupo também é formado por 3
amostras: os sistemas de adobe com as membranas E2, E2F2, E2G2. Tanto o sistema
de membranas F2 e G2 são recobrimentos sol-gel à base de titânia. Observou-se pelo
teste de lixiviação (Figuras 8.112, 8.114, 8.116, e 8.118) que as amostras do primeiro
grupo apresentaram uma degradação completa e instantânea no contato com a água.
Esses resultados sugerem que a tipologia das curvas de distribuição de poros para
essas amostras de adobe recobertas com as membranas de titânia pode ser um
indicativo que naquela faixa de tamanho e distribuição de poros ocorra uma
propensão à falência de suas estruturas físicas, quando completamente imersas em
água.
0.3 70
Adobe Natural Adobe Natural
TL TL
ALT 60 ATL
0.25
Volume de Poros Dessorvidos (cm³/g)
50
Área Superficial Dessorvida (m²/g)
0.2
40
0.15
30
0.1
20
0.05
10
0 0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000 1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.136 – Curvas de distribuição de tamanhos de poros por volume e por área
respectivamente do adobe natural antes (ATL) e após (TL) o teste de lixiviação.
186
0.3 60
Adobe E² Adobe E²
TL TL
ATL ATL
0.25 50
Volume de Poros Dessorvidos (cm³/g)
0.15 30
0.1 20
0.05 10
0 0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000 1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.137 – Curvas de distribuição de tamanhos de poros por volume e por área
2
respectivamente da amostra de adobe com aplicação da membrana E antes (ATL) e após
(TL) o teste de lixiviação.
0.3 40
Adobe F² Adobe F²
ATL ATL
TL 35 TL
0.25
Volume de Poros Dessorvidos (cm³/g)
30
Área Superficial Dessorvida (m²/g)
0.2
25
0.15 20
15
0.1
10
0.05
5
0 0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000 1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.138 – Curvas de distribuição de tamanhos de poros por volume e por área
2
respectivamente da amostra de adobe com aplicação da membrana F antes (ATL) e após
(TL) o teste de lixiviação.
187
0.3 70
Adobe E² F² Adobe E² F²
TL TL
ATL 60 ATL
0.25
Volume de Poros Dessorvidos (cm³/g)
50
40
0.15
30
0.1
20
0.05
10
0 0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000 1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.139 – Curvas de distribuição de tamanhos de poros por volume e por área
2 2
respectivamente da amostra de adobe com aplicação da membrana E F antes (ATL) e após
(TL) o teste de lixiviação.
0.3 70
Adobe G² Adobe G²
TL TL
ATL 60 ATL
0.25
50
Volume de Poros Dessorvidos (cm³/g)
0.2
40
0.15
30
0.1
20
0.05
10
0 0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000 1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.140 – Curvas de distribuição de tamanhos de poros por volume e por área
2
respectivamente da amostra de adobe com aplicação da membrana G antes (ATL) e após
(TL) o teste de lixiviação.
188
0.3 70
Adobe E² G² Adobe E² G²
LT TL
ATL ATL
0.25 60
0.2
40
0.15
30
0.1
20
0.05
10
0 0
1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000 1 10 Diâmetro de Poros (nm) 100 1000
Figura 8.141 – Curvas de distribuição de tamanhos de poros por volume e por área
2 2
respectivamente da amostra de adobe com aplicação da membrana E G antes (ATL) e após
(TL) o teste de lixiviação.
As curvas de distribuição de poros por área e por volume de uma mesma amostra de
adobe modificada por membranas sol-gel, antes e após o teste de lixiviação, não
permitiram observar mudanças significativas. Isso pode ser um indício que a
membrana sol-gel modificou a arquitetura de superfície da amostra e que as novas
propriedades foram conservadas mesmo após o processo de lixiviação realizado
neste trabalho. Todas as amostras modificadas pelas membranas a prova d’água
apresentaram poros na faixa de 5 nm antes e após o teste de lixiviação.
Tabela 8.13 – Análise da estrutura de poros das amostras de adobe modificadas com a
aplicação dos sistemas de membranas sol-gel avaliadas após o teste de lixiviação.
A Tabela 8.14, antes do teste de lixiviação, e a Tabela 8.15, após o teste de lixiviação,
apresentam um comparativo de resultados de área superficial de vários métodos
diferentes de adsorção de nitrogênio (Sp, área externa t-método, área superficial de
microporos t-método) e o coeficiente de correlação do método BET.
Tabela 8.14 – Perfil da área superficial gerado por diferentes métodos das amostras de adobe
modificadas com a aplicação dos sistemas de membranas sol-gel.
Tabela 8.15 – Perfil da área superficial gerado por diferentes métodos das amostras de adobe
modificadas com a aplicação dos sistemas de membranas sol-gel avaliadas após o teste de
lixiviação
A Tabela 8.16, antes do teste de lixiviação e a Tabela 8.17, após o teste de lixiviação
apresentam um comparativo entre os resultados de dimensão fractal por meio de dois
métodos (NK e FHH).
Tabela 8.16 – Dimensão Fractal das amostras de adobe modificadas com a aplicação dos
sistemas de membranas sol-gel.
Tabela 8.17 – Dimensão Fractal das amostras de adobe modificadas com a aplicação dos
sistemas de membranas sol-gel avaliadas após o teste de lixiviação.
De acordo com os resultados apresentados nas Tabelas 8.16 e 8.17, não foi possível
observar grandes alterações nas dimensões fractais pelos métodos NK e FHH, entre
as amostras de adobe modificadas pelas membranas sol-gel monofuncionais e
bifuncionais, mesmo após passarem pelo teste de lixiviação.
Tabela 8.18 – Análise da rugosidade superficial por meio dos dados de área superficial
(Zygo®) das amostras de adobe natural e funcionalizadas com a aplicação dos sistemas de
membranas sol-gel E2 - TL, E2F2 - TL e E2G2 - TL após o teste de lixiviação.
Comparando as Figuras 8.142 a 8.150 com a Tabela 8.18 e também as Figuras 8.46 a
8.57 com os resultados apresentados pela Tabela 8.11 pode-se dizer que os dados de
Zygo® das amostras de adobe funcionalizadas pelas membranas E2, E2F2 e E2G2
após o teste de lixiviação, sugerem uma redução da rugosidade da superfície de
aproximadamente 22% para E2 - TL, de aproximadamente 33% para E2F2 - TL e de
aproximadamente 35% para E2G2 - TL.
9. CONCLUSÕES
O efeito do precursor MTES, doador de grupamentos CH3, pode ser evidenciado pela
ausência de picos na região de característica de H2O livre (3700 cm-1 e 3600 cm-1) e
presença de picos na região dos compostos orgânicos (2700 cm-1 e 1500 cm-1).
POSFÁCIO
Navegue
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é
para todos.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte,
ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar
necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
volte!
Se sentir saudades,
mate-a.
Fernando Pessoa
202
ALTIN, O., OZBELGE, O. H., DOGU, T. Journal of Colloid and Interface Science v.
217, p.19-27, 1999.
ARMELAO L., BASSAN A., BORTONCELO R., BISCONTIN G., DALIO S., GLISENTI
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DAUOUD, W. A., XIN, J.H. Journal of Sol-Gel Science and Technology, v. 29, p.
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204
DENG, C.S., WRIGHT, P.V., JAMES, P.F. Journal of Sol-Gel Science and
Technology, v. 13, p. 489–493,1998.
FERMEGLIA, M., FERRONE, M., PRICL, S. Fluid Phase Equilibria, v. 212, p. 315-
329, 2003.
JUANG, R.S., LIN, S.H., TSAO, K. H. Journal of Colloid and Interface Science, v.
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KAHLE, M., KLEBER, M., JAHN, R. European Journal of Soil Science, v. 53, p. 639-
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LOWELL, S., SHIELDS, J. E. Powder Surface Area and Porosity. 2. ed. Powder
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REED, J. S. Principles of Ceramics Processing. 2a ed., Nova York. John Wiley and
Sons, Inc, 1995.
UCHIDA, Y., NOBU, Y., MOMIJI, I., MATSUI, K. Journal of Sol-Gel Science and
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WEBSITE: www.materiais.ufsc.br/Disciplinas/pmpI/arquivos/pmp1-4%20Aditivos.ppt,
2005.
YUKSELEN, Y., KAYA, A. Water, Air and Soil Pollution v. 145, p. 155-198, 2003.
210
ANEXO I
211
900
800 c kaolinite
Quartz
700
600
intensity (a.u.)
500
400
300
200
100
0
0 20 40 60 80 100 120
2 Theta
900
c Caulinita
800
Quartzo
700
600
intensidade (a.u.)
500
400
300
200
100
0
0 20 40 60 80 100 120
2 Theta
900
800
c Caulinita
Quartzo
700
600
intensidade (a.u.)
500
400
300
200
100
0
0 20 40 60 80 100 120
2 Theta
900
800
c Caulinita
700 Quartzo
600
intensidade (a.u.)
500
400
300
200
100 c
c
0
0 20 40 60 80 100 120
2 Theta
6
Peak rate (Q/K)
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
-1
Leaching process (days)
Figura A. 5 – Variação de razão de picos das fases quartzo e caulinita durante o processo de
lixiviação.
0,4
0,3
0,2
Absorbancia (a. u.)
0,1
B
0
E
C -0,1
A
-0,2
4100 3900 3700 3500 3300 3100 2900 2700
Comprimento de onda cm-1
0,7
0,6
0,5
0,4
Absorbância (a.u.)
0,3
0,2
G
0,1
J
0
I
1400 1200 1000 800 600 400 200 0
H
-0,1
F
-0,2
Comprimento de onda (cm-1)
Tabela A. 1 – Tabela de área superficial específica, volume e tamanho de poros para o adobe.
1,60
ADOBE EM ÁGUA
Na 1,40
concentração do elemento (µg/mL)
1,20
1,00
0,80
0,60
0,40
K
0,20
0,00
0 10 20 30
processo de lixiviação (dias)
4,00
ADOBE EM CHUVA ÁCIDA
3,50
Na
concentração do elemento (µg/mL)
3,00
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
K
0,00
0 10 20 30