Resolução Das Questões Sobre A Pane de FRIEDRICH DÜRRENMATT
Resolução Das Questões Sobre A Pane de FRIEDRICH DÜRRENMATT
Resolução Das Questões Sobre A Pane de FRIEDRICH DÜRRENMATT
O desprezo pelas leis fica claro no trecho em que o juiz diz a traps: "somos
aposentados e nos libertamos da imensidão desnecessária de fórmulas,
protocolos, escrevirúrações, leis e toda a parufernâlia que costuma lotar nossos
tribunais". "Fazemos nossos julgamentos sem considerar os miseráveis
códigos de leis e seus parágrafos". (Friedrich Dürrenrnatt, 1959, p.19 –
conforme disposto em PDF)
O desprezo as leis trazem vários aspectos negativos, entre esses, esse
desrespeito gera uma sensação de insegurança no cidadão uma vez que a lei
como imperativo de comportamento é elemento pacificador das relações
humanas. A lei neste sentido é a materialização do direito como instrumento
imprescindível para se manter a paz social. A medida que essa lei é violada
então o cidadão passa a desacreditar nesse instrumento e também põe em
xeque a capacidade das instituições de impor a necessária ordem social.
Outro aspecto importante é que o desrespeito à lei faz com que os
comandos de poder exaradas pelas diversas esferas estatais passem a serem
guiados por interesses particulares e as situações e conflitos a serem decididos
segundo julgamentos subjetivos. Também é importante destacar que o
subjetivismo acima posto também significa abrir a sociedade aos perigos do
relativismo em que comportamentos antissociais podem passar a serem
admitidos por falta de respeito às leis. E por fim, sem esgotar os ângulos de
estudo desse problema a desobediência as leis é um ato que compromete a
democracia a medida que a lei é um instrumento de controle social,
normatização de comportamentos, mas principalmente a expressão
democrática tendo em vista que o processo legislativo é conduzido pelos
representantes do povo, o que significa dizer que em última análise a lei
representa a vontade do povo de um estado. Desprezar a lei é contrariar a
vontade do povo, o que pode ser compreendido como então ato
antidemocrático.
RESPOSTA:
No Tribunal encenado na qual Traps, o caixeiro-viajante, ocupa a figura
de réu é nítido que, a apuração de provas para a concretização de um caso
para se levar a juízo do jogo é feita de maneira ardilosa e incompatível às leis,
pois, se faz uso do dolo no qual, o promotor de justiça senhor Zorn, usa de
manobras ardilosas e pensadas para conseguir do réu afirmações para
incriminá-lo. Certamente, sem a imparcialidade e a formalidade necessária
para tal ação, colhendo assim, informações do réu como um amigo íntimo,
informações essas que por vezes se mostram alegóricas e fantasiosas,
induzindo assim, o réu ao erro.
A razão pela qual Alfredo Traps foi considerado culpado e também
sentenciado pelo assassinato de seu ex-chefe, Gygax, se deu pela narrativa
distorcida dos fatos que o promotor em questão fez. Mesmo sem acusação,
sem provas e sem testemunhas, o promotor conduziu o caso de forma
totalmente maldosa, para incriminar Traps, o convencendo que não havia
inocência em seus atos, ou seja, que ele era culpado.
“Aquele homem comum caíra totalmente desprevenido nas mãos de um
promotor astuto. Seu modo despreocupado e instintivo de agir no ramo têxtil,
sua vida privada, todas as aventuras de seu ser, que se compunha de viagens
a trabalho, da luta pelo pão de cada dia e de divertimentos mais ou menos
inofensivos, foram então examinados à luz, investigados, dissecados; fatos
desconexos foram amarrados, um plano lógico foi fraudulentamente inserido no
conjunto dos fatos, incidentes apresentados como causas de ações que bem
ou mal poderiam ter acontecido também de outra maneira, o casual revertido
em intencional, o impensado transformado em propositado, de tal modo que,
ao final, só haveria de sair mesmo um assassino do interrogatório, como um
coelhinho sai da cartola de um mágico.”
Ademais, o desfecho trágico de Traps também se dá pela sua
autodefesa, a desconfiança no advogado de defesa contribuiu para sua
incriminação. Devido à ludibriação que sofrera por parte do promotor, Traps,
um homem que se orgulha de suas aventuras de sua vida de pequeno-
burguês, é levado pela emoção da fantasia “de um perfeito de um belo
assassinato”, acreditando cegamente e vendo-se como protagonista.
(Friedrich Dürrenrnatt, 1959, p.32 – conforme disposto em PDF)