Introdução Ao Filosofar
Introdução Ao Filosofar
Introdução Ao Filosofar
FILOSOFAR
Curso Online
Filosofia 360°
Prof. Dr. Mateus Salvadori
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INTRODUÇÃO AO FILOSOFAR
. E�mologia e admiração:
- Definir o que é filosofia já é em si um problema filosófico. A filosofia possui
muitas definições e isso varia a par�r de cada perspec�va, período e até
mesmo varia a par�r de cada filósofo.
- E�mologicamente, o termo FILOSOFIA surgiu com Pitágoras e significa amor
à sabedoria. Para ele, a sabedoria só é possível à divindade. Os seres humanos
colocam-se em busca da sabedoria, mas nunca chegariam à sua posse. Por
isso, o filósofo é amigo da sabedoria e não sábio. A mesma a�tude teria Sócra-
tes.
- Para Platão e Aristóteles, na raiz da filosofia está o admirar-se, o encantar-se.
E essa é uma tendência natural dos seres humanos. Assim, nos dis�nguindo
dos animais, podemos dizer que todos somos filósofos. Por outro lado, a a�tu-
de filosófica não se contenta com explicações simplistas e superficiais, senão
cairíamos no senso comum.
sões co�dianas, o que lhe permite discu�r com outros filósofos a par�r de con-
ceitos claramente definidos; DE CONJUNTO, pois a filosofia é globalizante,
porque examina os problemas sob a perspec�va de conjunto, relacionando os
diversos aspectos entre si. Nesse sen�do, a filosofia visa ao todo, à totalidade.
Daí sua função de interdisciplinaridade, ao estabelecer o elo entre as diversas
formas de saber e agir humanos.” (Dermeval Saviani apud Aranha e Mar�ns,
Filosofando).
- Se como disse Aristóteles, a filosofia começa com o espanto, ela deve ser tão
an�ga quanto a própria humanidade. Mas, até onde sabemos, antes de 600
a.C., as reações aos enigmas próprios da condição humana eram mí�cas e reli-
giosas, envolvendo apelo à tradição e ao sobrenatural. A filosofia grega an�ga
con�nuou durante todo o período helenís�co e no período em que a Grécia e
a maioria das terras habitadas por gregos faziam parte do Império Romano. A
filosofia foi usada para extrair sen�do do mundo.
- A filosofia do chamado período medieval, do declínio da cultura pagã clássica
ao Renascimento, se caracteriza pelo interesse de pensadores judeus, cristãos
e muçulmanos em combinar a filosofia grega e romana com a ortodoxia reli-
giosa.
- Com o fim da Idade Média, um espírito renascen�sta floresceu na Europa.
Nesse período de inovação e descoberta, surgiu uma nova cepa de pensadores
que contestaram as ideias medievais ortodoxas sobre a ordenação do Univer-
so e da sociedade. Há o florescimento da ciência e o desenvolvimento das
grandes concepções epistemológicas e é�co-polí�cas que marcaram o pensa-
mento moderno.
- A filosofia contemporânea, do séc. XIX aos dias atuais, derrubou as certezas
do pensamento clássico. Estudar filosofia abre novas perspec�vas sobre o
mundo e nós mesmos e fornece instrumentos poderosos para pensar clara-
mente num vasto domínio de contextos. Podemos descobrir que a filosofia
põe em causa aquilo em que sempre acreditamos.
- Qualquer assunto filosófico está inserido numa das áreas da filosofia e co-
nhecer as áreas, os seus limites, os seus problemas e conceitos (ser, jus�ça,
Deus, amor, verdade, alma etc.) é central para uma melhor compreensão de
qualquer estudo que você irá desenvolver em filosofia.
- Eis algumas áreas filosóficas: filosofia do direito, filosofia polí�ca, filosofia da
história, epistemologia, teoria do conhecimento, filosofia da ciência, filosofia
da biologia, filosofia da matemá�ca, esté�ca, filosofia da linguagem, filosofia
da mente, é�ca, antropologia filosófica, lógica, filosofia da educação, meta�si-
ca, filosofia da natureza e filosofia da religião.
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INTRODUÇÃO AO FILOSOFAR
- Muitas vezes, a filosofia examina crenças que quase todos aceitam acri�ca-
mente a maior parte do tempo. Ao examinarmos as nossas crenças, muitas
delas revelam fundamentos firmes; mas algumas não. O estudo da filosofia
não só nos ajuda a pensar claramente sobre os nossos preconceitos, como
ajuda a clarificar de forma precisa aquilo em que acreditamos.
- Eis algumas perguntas que qualquer um de nós pode fazer sobre nós
mesmos: o que sou eu? O que é a consciência? Será que eu posso sobreviver
à morte do meu corpo? Será que posso ter a certeza de que as experiências e
sensações das outras pessoas são como as minhas? Se eu não posso par�lhar
as experiências das outras pessoas, será que posso comunicar com elas? Será
que agimos sempre em função do nosso interesse próprio? Será que sou uma
espécie de fantoche, programado para fazer as coisas que penso fazer em
função do meu livre-arbítrio?
- Eis algumas perguntas sobre o mundo: por que razão há algo e não o nada?
Qual a diferença entre o passado e o futuro? Por que razão a causalidade acon-
tece sempre do passado para o futuro, ou será que faz sen�do pensar que o
passado pode ser influenciado pelo futuro? Por que razão é a natureza regu-
lar? Será que o mundo pressupõe um Criador? E, se pressupõe, será que pode-
mos compreender por que razão ele (ou ela ou eles) o criou?
- Por fim, eis algumas perguntas sobre nós e o mundo: como podemos ter a
certeza de que o mundo é realmente como pensamos que é? O que é o conhe-
cimento e que quan�dade de conhecimento temos? O que faz de uma área de
inves�gação uma ciência? (Será a psicanálise uma ciência? E a economia?)
Como conhecemos os objetos abstratos, como os números? Como conhece-
mos os valores e os deveres? Como podemos saber se as nossas opiniões são
obje�vas ou apenas subje�vas?
arte – se o temos – depende das nossas crenças sobre a sua natureza e valor.
. Crenças e autoridades:
- O que significa, especificamente, dizer que a filosofia faz a “crí�ca” das
nossas crenças? Para começar, admitamos que a maior parte das nossas cren-
ças sobre questões vitais como a religião e a moralidade são manifestamente
acrí�cas. Faça uma vez mais uma pausa para avaliar as suas crenças sobre
estas questões, perguntando-se por que razão veio a ter as crenças que tem.
- Na maior parte dos casos, você descobre que não “veio a ter” tais crenças em
resultado de uma reflexão prolongada e séria sobre elas. Pelo contrário, acei-
tou-as com base em alguma autoridade, isto é, um indivíduo qualquer, ou ins-
�tuição, que lhe transmi�u essas crenças. A autoridade pode ser os seus pais,
professores, igreja ou amigos. Muitas das nossas crenças são tomadas de
assalto pelo que chamamos vagamente “sociedade” ou “opinião pública”.
- Estas autoridades, regra geral, não lhe impõem as suas convicções. Ao invés,
o leitor absorveu essas crenças a par�r do “clima de opinião” no qual se desen-
volveu. Assim, a maior parte das suas crenças sobre questões como a existên-
cia de Deus ou sobre se por vezes é correto men�r são ar�gos intelectuais em
“segunda mão”. Mas isto não significa, claro, que essas crenças sejam necessa-
riamente falsas ou que não sejam sólidas. Podem perfeitamente ser sólidas.
Os artigos em “segunda mão” por vezes são muito bons.
- O que está em causa, contudo, é isto: UMA CRENÇA NÃO É VERDADEIRA SIM-
PLESMENTE PORQUE UMA AUTORIDADE QUALQUER DIZ QUE O É. Suponha
que, perante uma certa crença, eu lhe pergunte: “como sabe que isso é verda-
de?”. Certamente que não seria sa�sfatório responder “porque os meus pais
(ou professores, ou amigos, etc.) me disseram”. Isto, em si, não garante a ver-
dade da crença, porque tais autoridades se enganaram muitas vezes.
- Verificou-se que muitas das crenças sobre medicina dos nossos antepassa-
dos, que eles transmi�ram às gerações posteriores, eram falsas. E desde que
se fundaram as primeiras escolas, os estudantes encontraram erros no que os
seus professores diziam e, eles, os estudantes, tentaram encontrar por si cren-
ças mais sólidas. A VERDADE DE UMA CRENÇA TEM DE DEPENDER DOS SEUS
PRÓPRIOS MÉRITOS. Se o leitor aceitar uma “lei” cien�fica que leu num
manual, essa lei é válida não porque está escrita num manual, mas porque se
baseia em provas experimentais e no raciocínio matemá�co.
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INTRODUÇÃO AO FILOSOFAR
INDICAÇÕES DE LEITURAS
Danilo Marcondes
14. O Livro da Filosofia, vários autores
15. Uma Breve História Da Filosofia, de Nigel Warburton
16. 100 Argumentos Mais Importantes da Filosofia Ocidental, de Michael
Bruce e Steven Barbone
17. Tudo o que você precisa saber sobre filosofia: o guia completo da filosofia
para você abrir a mente sem sofrer, de Paul Kleinman
18. Filosofia: uma introdução por disciplinas, de Pedro Galvão
19. Pense: uma introdução à filosofia, de Blackburn
20. Problemas de Filosofia, de Rachels
21. Uma breve introdução à filosofia, de Nagel
22. Simplicidades insolúveis: 39 histórias filosóficas, de Casa� e Varzi
23. 100 experiências de pensamento para a vida cotidiana: o porco filósofo, de
Baggini
24. Os arquivos filosóficos, de Stephen Law
25. 101 problemas de filosofia, de Mar�n Cohen