Desafios Da Educacao
Desafios Da Educacao
Desafios Da Educacao
contemporaneidade
Vol. 6
Prof.° Dr. Alderlan Souza Cabral
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v.6
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ISBN: 978-65-5379-167-1
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152
CDD: 370.7
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Bruna Cristina Bonini - CRB 9/1347
SUMÁRIO 01
A contribuição da interpretação de textos na
construção da autonomia dos alunos do ensino
médio em uma escola estadual no município
de presidente Figueiredo-AM/Brasil, no período
2022-2023.............................................................10
Maria do Socorro Lima
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.1
02
Indisciplina escolar: neurociência como
ferramenta auxiliar na compreensão do
comportamento disciplinar, em uma escola
estadual de campo no município de Manicoré-
Am/Brasil, no período de 2020-2021..................22
Cleone Colares Campos
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.2
03
Dificuldades de aprendizagem na disciplina de
sociologia em uma escola estadual da cidade
de Manaus-Am/Brasil, no período de 2020-2021..
..............................................................................33
Maria Lucia de Fatima Cesar Cavalcante
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.3
04
A pesquisa e metodologia científica em sala de
aula como apoio pedagógico.............................45
Sandraléa Socorro Lima dos Santos Andrade
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.4
05
Ensino na modalidade híbrida: pontos positivos
e negativos para o desenvolvimento da
aprendizagem dos alunos de 1º ano do ensino
fundamental i, em uma escola municipal na
cidade de, Manaus-Am/Brasil, no período de
2022-2023.............................................................54
Rozélia de Melo Neves
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.5
06
Alfabetização no Brasil: percursos e desafios.....
..............................................................................67
Maria Cristina Paes de Mello
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.6
07
Desafios da educação infantil na educação
contemporânea....................................................80
Sidmara Pedroso Blaszak da Silva
Ana Claudia Ramos Santos
Vânia Kunzler Ladwig
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.7
08
A supervisão educacional frente às tecnologias
da informação e comunicação na escola.........87
Nicholas Cardoso Gomes da Silva
Odimar Lorenset
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.8
09
A contribuição do neuropsicopedagogo no
ambiente escolar.................................................99
Aline Batista de Carvalho
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.9
10
Indicadores de qualidade na educação:
autoavaliação da gestão pedagógica .............105
Francisca Arlete Costa de Oliveira
Eduardo Genaro Escate Lay
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.10
11
O uso da realidade aumentada como ferramenta
experimental para o ensino da física .............112
Jonathas Matheus Regis Chaves
Thallyson Menen Silva de Moura
Valmar Sobrinho e Tibério Alves
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.11
12
Jogos e educação: a sala de aula na
contemporaneidade..........................................126
Juliana Sena de Carvalho Alves
Joedson Alves Oliveira
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.12
13
Criatividade e trajetórias escolares: narrativas
de estudantes do ensino técnico do curso de
design de interiores..........................................131
Radian Vega Consejero
Milena Moretto
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.13
Organizador.......................................................141
Índice Remissivo...............................................142
Apresentação
Este livro compreende uma coletânea de textos elaborados por diferentes mestres e
doutores que realizaram suas práxis de pesquisas no campo da Educação. As pesquisas exem-
plificadas nesta obra apresentam um processo dinâmico, contínuo, sistemático e integrado em
todo o currículo escolar. Apresentando uma linha do ensino de forma cooperativa e integrada
em que todos os educadores e em especial o professor, precisam assumir um papel ativo e de
relevância, vendo o educando como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equi-
libradamente em todos os aspectos físicos, mental, emocional, social, moral, estético, político,
educacional e vocacional.
Atualmente quando se fala em educação ainda existem muitos entraves que de alguma
forma engessam a mesma, isto é, dificultam o seu desenvolvimento do ensino aprendizagem.
O livro apresenta sugestões, para se desenvolver uma sociedade mais igualitária, comprome-
tida em usar as ferramentas de transformação para uma sociedade mais humanizada. Com as
reflexões e experiências vividas pelos profissionais que atuam como atores nesse processo.
Almeja-se maior rentabilidade na agregação de valores educacionais, onde a sociedade precisa
entender que o ensino aprendizagem é uma ferramenta de suma importância para a construção
de um mundo melhor.
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.1
RESUMO
ABSTRACT
The ability to understand expository text is fundamental especially in high school. Where greater
skill is needed in textual interpretations. Thus, this article aims to analyze the factors that cause
low performance in text interpretation and how to increase the level of knowledge for the cons-
truction of effective citizen autonomy in high school in a State School located in the municipality
of President Figueiredo - AM / Brazil, in the period 2022-2023. To achieve the proposed objective,
descriptive exploratory research with a qualitative and quantitative focus was developed. The re-
sults found show the impact of the intervention on the different aspects of understanding evalua-
ted and on the learning of subject content. The students who participated in the research not only
benefited in their ability to understand texts, but also increased their learning of specific concepts
and content of the curriculum space.
INTRODUÇÃO
A leitura é uma das habilidades culturais que medeiam muito das atividades da vida diá-
ria dos seres humanos que vivem em sociedades alfabetizadas. Ler o jornal para se informar, ler
e detectar os componentes dos produtos que se compra no supermercado, ou ler e compreender
o consentimento informado para submeter-se a uma prática médica de rotina, são apenas alguns
exemplos da importância da linguagem escrita.
Dependendo dos contextos em que são usados, leitura e escrita, supõem demandas
diferentes para os sujeitos que participam de uma determinada atividade. Na escola, a leitura é,
além de uma aprendizagem em si, um artefato cultural que permite outros aprendizados. A leitura
e a compreensão na escola tornam-se requisito sine qua non para aprender. Por sua vez, são
essenciais como habilidades ou competências para a vida.
|Capítulo 01 |11
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
médio refere-se aos desafios que persistem caracterizados, entre outros indicadores, devido às
altas taxas de deserção, repetência e excesso de idade detectado.
Alguns autores relataram um tamanho de efeito médio para leitura de palavras como o
maior efeito para intervenção extensiva visando alunos do ensino médio com dificuldades de
leitura. Em algumas escolas públicas brasileiras foi implantado os Padrões de Núcleo Comum,
onde os alunos são solicitados a ler textos cada vez mais difíceis para construir conhecimento
específico de domínio (ou seja, adquirir conhecimento de conteúdo) e desenvolver e defender
diversas perspectivas.
|Capítulo 01 |12
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
as características culturais das regiões do país e, por outro lado, tendem a ignorar a efetiva
generalização da aprendizagem para todas as áreas de formação, tendo em conta a sua trans-
versalidade curricular (TIJERO, 2009).
Através da leitura, o ser humano pode encontrar, de fato, respostas para as muitas per-
guntas que surgem em cada etapa da vida; é assim que Cain et al. (2013), expressam: “Ler e
compreender, interpretar, descobrir, valorizar o texto, refletir sobre seus significados, internalizá-
-lo, é apropriar-se de seu significado e da interação de uma mensagem, com nossos próprios
sentidos, crenças e emoções; é um convite a pensar”.
Pelo exposto, fica evidente que a compreensão leitora não é uma habilidade isolada,
mas engloba uma série de habilidades básicas diretamente envolvidas no nível de compreensão
alcançado por um sujeito. Nesse sentido, algumas pesquisas confirmaram que o desempenho
em leitura está intimamente relacionado a certas características pessoais do aluno; Mcnamara e
Magliano (2009), com o nível educacional, sociocultural e económico dos pais, bem como com
fatores socioculturais como o ambiente familiar, o apoio aos trabalhos de casa, a avaliação da
aprendizagem e interesse das crianças na formação de atitudes e habilidades acadêmicas.
De tudo isso, pode-se concluir que existem três conjuntos de fatores associados que es-
tão intimamente relacionados à compreensão leitora: 1) Pessoal, que inclui a atitude, motivação
e hábitos de leitura do sujeito, bem como o uso de seu tempo livre; 2) acadêmicas, que envolvem
as habilidades necessárias à compreensão de um texto que devem ser desenvolvidas ao longo
do processo educativo escolar; e 3) socioculturais, que incorporam os elementos do ambiente
familiar e comunitário em que o sujeito se desenvolve. Esses três conjuntos de fatores consti-
tuem a base para as análises realizadas nesta investigação. Consequentemente, cada um dos
fatores é amplamente desenvolvido imediatamente, levando em conta os teóricos que os tratam
(CARECA, 2015).
A compreensão leitora, por outro lado, refere-se à construção de um sentido pelo leitor
em interação com o texto, como apontamos acima. Afirma-se que a relação entre esses proces-
sos é de complementaridade, no entanto, que a decodificação constitui a condição necessária,
mas não suficiente para a compreensão (CARTOCETI, 2012).
Com efeito, o reconhecimento rápido e preciso das palavras permite aceder rapidamente
ao seu significado (desde que façam parte do léxico mental). Por sua vez, a fluência nesse pro-
cesso permite liberar recursos cognitivos para aplicá-los a outros de ordem superior, envolvidos
na compreensão. Isso implica, então, entre outras coisas, leitura fluente (com precisão, rapidez
e expressão); caso contrário, surgirão dificuldades na compreensão do texto e a fluência da se-
guinte forma, segundo Castles et al. (2018, p. 66).
[...] a fluência de leitura poderia ser definida como a capacidade de ler palavras, pseudo
palavras e textos com precisão (ou seja, sem erros na sua decodificação), de forma ex-
pressiva e em um ritmo adequado, de modo que a atenção possa ser direcionada para
compreensão do que se lê. Além disso, o leitor fluente usará consistentemente essa ha-
bilidade com diferentes tipos de material escrito, mesmo que seja a primeira vez que o
esteja lendo.
A fluência leitora é um construto complexo cuja conceituação passou por uma série de
transformações ao longo da história da psicologia cognitiva. Assim, as definições de meados da
década de 1990 enfatizavam a importância da precisão e da velocidade, para as quais é neces-
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Outras definições enfatizam mais do que a própria fluência, em sua consideração como
uma ponte entre decodificação e compreensão de textos. Essas conceituações incluem, além da
rapidez e precisão, a importância da prosódia, por sua contribuição para a construção do sentido
textual. Da mesma forma, Klauda e Guthrie (2008) sustentam que as relações entre fluência e
compreensão podem ser moderadas pelas formas como é avaliada.
Nesse sentido, verificou-se que alguns equívocos não acessam o sentido do texto por
terem dificuldades em sua eficiência de leitura. Essas dificuldades são detectadas mesmo nos
níveis de ensino médio. Os modelos de compreensão discutidos a seguir assumem que a de-
codificação e o processamento sintático de sentenças são habilidades necessárias, mas não
suficientes para compreender o que é lido (KLAUDA e GUTHRIE, 2008).
Postula que o aspecto mais importante da infância está voltado para a instalação de
conhecimentos concreto, que, primeiro, dizem respeito às representações imediatas (construção
da inteligência operatória na fase das operações concretas, de 6 a 12-13 anos) e, depois, às hi-
póteses (construção da inteligência abstrata ou formal na fase das operações formais, acima de
12-13 anos) (PIAGET, apud FOULIN e MOUCHON, 2000, p.17).
Ler é uma prática básica, essencial para no desenvolvimento do ser humano, seja no
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
intelectual, social e econômico, porém para essa prática básica acontecer, se faz necessário
compreender o processo de construção da leitura, verificando como é trabalhado o hábito da
leitura na escola (SILVA, 2002).
Ao lado da exigência social, para que todos tenham acesso mínimo ao ato de ler, esta
democracia coloca-se como um imperativo individual para que cada um, no ato de ler, possa
experimentar a vivência de sua própria subjetividade. O importante aqui é que não haja uma
confusão entre liberdade de interpretação e está democracia da leitura (FERRAZ, 2007).
Numa concepção da leitura como um ato linguístico pelo qual o leitor procura e constrói
o significado, a noção de pré-requisito tem de ser redefinida. Ela deve considerar a totalidade
dos aspectos do ato de leitura. Para Silva (2002, p. 90) existem nove componentes necessários
para a leitura, são eles:
Conhecimentos das palavras, raciocínio leitura (inclusive capacidade para inferir signi-
ficados e para relacionar várias proposições); capacidade para alfabetizar atenção em
proposições explícitas do autor; capacidades de identificar a intenção do autor, seus pro-
pósitos e ponto de vista; capacidade para identificar proposições detalhadas nem trecho;
capacidade para seguir a organização de um trecho e identificar os antecedentes que se
referem a ele; conhecimento específico dos recursos literários; e capacidade para selecio-
nar o principal pensamento de um trecho.
No entanto, não é isso que se observa. Devido a uma alfabetização realizada de maneira
inadequada o que é nítido é uma leitura pobre e ineficaz. O indivíduo que tem uma alfabetização
deficiente vai consequentemente executar uma leitura pobre (SELL, 2009).
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Um dos principais problemas enfrentados pelo educando tanto do ensino básico como
do ensino superior é justamente o de não saber ler no sentido amplo da palavra. Não dominam
os requisitos citados anteriormente. Isto causa transtornos na vida do indivíduo, pois a maioria
dos adultos que tem dificuldades de leitura e concentração teve uma alfabetização deficiente, de
métodos tradicionais e arcaicos. Um ser que não sabe ler está apto a viver em uma sociedade
capitalista como a que se vive hoje onde à competitividade é absoluta e as diferenças são alar-
mantes. Por isso, a importância da leitura, para preparar o indivíduo para uma inserção social
(STOLF, 2011).
Silva (2002, p. 97) faz um paralelo entre dois hábitos: o habito de se alimentar e o hábito
da leitura. “A criança começará o que sua família ou grupo social come. Até mesmo no perma-
nentemente malnutrido terceiro mundo isto é verdadeiro”. No entanto, a criança, mesmo com
fome, muitas vezes não vê no alimento que não faz parte do seu hábito alimentar com bons
olhos, ou seja, o hábito se torna cedo, porém se não for introduzido na criança, nem que ela ne-
cessite posteriormente vai ler (SILVA, 2002).
A leitura é um dado cultural: o homem poderia se viver sem ela e, durante séculos foi isso
que aconteceu. No entanto, depois que os sons se transformaram em sinais gráficos, a huma-
nidade, sem dúvida, enriqueceu-se culturalmente. Surgiu à oportunidade de guardar o conheci-
mento adquirido e transmiti-lo a novas gerações. Assim tornou-se mais importante para o homem
saber ler. Não apenas decifrar um código escrito, mas a partir dele, discutindo-o, contestando-o
ou aceitando-o e assim construir um pensamento próprio (LIMA, 2016; TELLES, 2010).
Silva (2002, p. 101) afirma que ler, no sentido profundo do termo é “o resultado da tensão
entre o leitor e texto”, isto é, um esforço de comunicação entre o escritor, que elaborou o texto e
teve imprimido seu pensamento, e o leitor, que se interessou, comprou ou ganhou, folheou e leu
o texto. Também por isso a leitura é uma atividade individual, e só a leitura direta, sem intermedi-
ário de uma pessoa, é uma atividade quase tão criadora como de escrever. A pessoa não adquire
tal habilidade poderá até ser considerada um ser alienado. São pessoas facilmente manipuladas
por outras.
Observando esses fatos dentro de uma visão política e social não é efetivamente inte-
ressante para a classe dominante que a leitura seja utilizada por todos sem uma interpretação
correta do que lhe é exposto diariamente é muito mais fácil manipular e assim preservar as dife-
renças características da sociedade (TELLES, 2010).
O indivíduo que não lê é de fato excluído socialmente. Daí surge à necessidade da leitu-
ra de livros verdadeiros desde a alfabetização. Para começar a criança aprende a ler figuras, a
identificar o objeto representado, a relacionar a representação ao seu modelo. Em seguida, ela
aprende a identificar os fatos, as ações representadas, percebendo as relações mútuas que os
diferentes elementos mantêm no interior de uma mesma composição (SILVA, 2002).
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PROCESSO METODOLÓGICO
O universo da pesquisa foi composto por 415 alunos do ensino médio e 5 professores de
língua portuguesa. A pesquisadora selecionou para sua coleta de dados 30 alunos e 5 professo-
res de português.
Por fim foi perguntado: dos 3 fatores que ocasionam o baixo desempenho dos alunos do
ensino médio em interpretação de textos.
Gráfico 1 - Fatores que ocasiona o baixo desempenho dos alunos do ensino médio em
interpretação de textos
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Assim 46,67% disseram que são os fatores pessoais; 33,33% disseram que dos fatores
socioculturais; e, 20,00% disseram que foram os fatores acadêmicos.
Os resultados dos testes aplicados aos alunos considerados em níveis de questões (fá-
cil, médio e difícil). No nível fácil 23 alunos acertaram todas as questões e apenas 7 não acerta-
ram todas as questões; no nível mediano, 10 alunos acertaram todas questões e 20 erraram pelo
menos uma questão; e no nível difícil só 5 alunos acertaram todas as questões; e 25 erraram
pelo menos 1 questão.
Com relação ao teste com texto narrativo os alunos foram submetidos a um teste nas
mesmas proporções que foram submetidos ao teste com texto expositivo. Só que neste segun-
do teste a distribuição de graus de dificuldades foi: 3 questões fáceis; 4 questões medianas e 3
questões difíceis. O Quadro 2 sintetiza os resultados.
Quadro 2 - Teste com texto narrativo
Alunos Escola Municipal São Pedro
Nível
Acertou Errou
Fácil 30 0
Mediano 13 17
Difícil 2 28
Como se pode observar no Quadro 2, nas questões fáceis, nenhum aluno errou qualquer
questão; no nível mediano 13 acertaram as questões e, 17 erraram pelo menos 1 questão; no
nível difícil, apenas 2 acertaram todas as 3 questões e 14 erraram pelo menos 1 questão.
Por questões de espaço, neste trabalho foram apresentados apenas os resultados rele-
vantes do conhecimento do objetivo específico associados aos aspectos relacionados à concei-
tuação da compreensão, a fim de dar conta da natureza implícitas de leitura, que é seu aspecto
central.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ficou comprovado que quando os alunos sabem interpretar textos contribui para assi-
milar mais facilmente conteúdos e desenvolver pensamento crítico. Além disso, também permite
aumentar o vocabulário e adquirir mais conhecimentos a respeito do mundo. O indivíduo que
possui boa capacidade interpretativa de textos torna-se um argumentador mais eficaz.
Uma das maiores dificuldades de quem precisa ler muito é a falta de concentração.
Constatou-se nesta pesquisa que uma leitura mais atenta viabiliza o conhecimento prévio sobre
o assunto, o elemento de fundamental importância para interpretar e compreender corretamente
o texto é ter o domínio da língua.
É óbvio que nos ciclos do ensino médio os “livros didáticos” - em seu sentido mais típico
- começam a perde destaque diante do surgimento do “texto de referência” (de diferentes tipos
e gêneros) nas atividades de documentação para as tarefas de leitura dos diversos assuntos.
|Capítulo 01 |19
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
e universitário seja possível encontrar alunos que ainda mantêm teorias reproducionistas de
leitura. A linguagem é o principal código que o ser humano utiliza para atribuir sentido ao mundo
à sua volta, o que torna plausível este estudo pois os alunos da escola foco desta pesquisa pre-
cisam de metodologias de ensino inovadoras que venham facilitar o aprendizado.
REFERÊNCIAS
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FREIRE, Ana Maria Araújo. A voz da esposa: A trajetória de Paulo Freire. In: GADOTTI, Moacir (org.).
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|Capítulo 01 |20
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
de Vargas Gil, Carmem Zeli, and Zita Rosane Possamai. “Educação patrimonial: percursos, concepções
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Disponível em: <file:///G:/PARA%20TCC/TCC%20profª%20Sandra.pdf>. Acesso em: 05 de jun de 2022.
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VAN DIJK, T.; KINTSCH, W. Estratégias de compreensão do discurso. San Diego, CA: Academic Press,
1993.
|Capítulo 01 |21
Capítulo
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RESUMO
A disciplina é um conjunto de regras que servem para o bom andamento da aprendizagem esco-
lar, é uma questão de qualidade nas relações humanas, principalmente entre professor e aluno.
Quando o assunto na escola é descontrolado, certamente causa muita polêmica entre os pro-
fessores, pois são muitas as situações que acontecem com os alunos da turma que os professo-
res raramente conseguem controlar. Optou-se como temática deste artigo “Indisciplina Escolar:
Neurociência como ferramenta auxiliar na compreensão do comportamento disciplinar, em uma
escola estadual de Campo localizada no município de Manicoré-AM/Brasil, no Período de 2020-
2021”. Tendo como objetivo geral: Compreender o comportamento indisciplinar dos alunos do 6º
ano, buscando soluções que minimizem ou erradiquem esta problemática no contexto escolar
através da Neurociência escolar. A pesquisa partiu de uma pesquisa exploratória e descritiva
com o enfoque qualitativa-quantitativo, através da realização de questionários aplicado para os
professores dessa instituição, realizando dessa forma a discussão das falas dos pesquisados.
Constatou-se que, os alunos do 6º ano do ensino fundamental II primeiro necessitam de um
preparo maior para conter comportamentos indisciplinados visto que, a indisciplina implica dire-
tamente no rendimento do aluno.
ABSTRACT
Discipline is a set of rules that serve for the good progress of school learning, it is a matter of qua-
lity in human relations, mainly between teacher and student. When the subject at school is out of
control, it certainly causes a lot of controversy among teachers, as there are many situations that
happen to students in the class that teachers rarely manage to control. The theme of this article
was “School Indiscipline: Neuroscience as an auxiliary tool in the understanding of disciplinary
behavior, in a state school in Campo located in the municipality of Manicoré-AM/Brazil, in the
period 2020-2021”. With the general objective: To understand the indisciplinary behavior of 6th
grade students, seeking solutions that minimize or eradicate this problem in the school context
through School Neuroscience. The research started from an exploratory and descriptive resear-
ch with a qualitative-quantitative approach, through the realization of questionnaires applied to
professors of that institution, carrying out in this way the discussion of the researched speeches.
It was found that students in the 6th year of elementary school II first need greater preparation to
contain undisciplined behavior, since indiscipline directly affects student performance.
INTRODUÇÃO
|Capítulo 02 |23
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Todo professor sabe que uma de suas tarefas mais difíceis é manter a disciplina em sala
de aula, pois nem todos os alunos podem se interessar pelo conteúdo, o que acaba atrapalhando
outros que querem aprender. Com isso, optou-se como objetivo geral: Compreender o compor-
tamento indisciplinar dos alunos do 6º ano, buscando soluções para minimizar ou erradicar esta
problemática no contexto escolar através da Neurociência escolar na escola.
Tal anormalidade pede uma investigação, uma busca mais profunda para que se possa
compreender o porquê desses fenômenos comportamentais com base em fontes científicas para
que juntos (escola, professor e família) possam encontrar soluções que viabilizem a implemen-
tação de metodologias e técnicas que minimizem ou se possível que levem a erradicação deste
fenômeno.
Segundo Candau (1988) a disciplina é encarada como uma adaptação a normas e re-
gras que devem ser respeitadas para o “bom” convívio grupal e para que a aprendizagem ocorra.
Sendo assim, o aluno precisa se adaptar as tais normas, pois muitas vezes ele não é acostuma-
do a seguir normas e então acontece o conflito na escola. Quando o aluno não consegue enten-
der e seguir tais normas, atrapalha o convívio do grupo e consequentemente a aprendizagem
pode ser comprometida.
A disciplina escolar é um conjunto de regras que devem ser obedecidas para o êxito do
aprendizado escolar. Portanto, ela é uma qualidade de relacionamento humano entre o
corpo docente e os alunos em uma sala de aula e, consequentemente, na escola. Como
em qualquer relacionamento humano, na disciplina é preciso levar em conta as caracterís-
ticas de cada um dos envolvidos: professor, aluno e ambiente (TIBA, 1996, p.99)
|Capítulo 02 |24
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
fazendo, e do porquê está estudando. O ambiente também interfere na disciplina, pois salas
barulhentas, com o calor insuportável, com pouca iluminação ou com carteiras muito juntas, fica
muito difícil conseguir uma boa disciplina, portanto o ambiente deve ser agradável para obter
uma boa disciplina em sala de aula.
Para Antunes (2002), a melhor maneira de conceituar disciplina, seria conceituando in-
disciplina.
Uma classe indisciplinada acreditamos, é toda aquela que: não permita aos professores
oportunidades plenas para o desenvolvimento do seu processo de ajuda na construção do
conhecimento do aluno; não ofereça condições para que os professores possam “acordar”
em seus alunos sua potencialidade como elemento de auto realização, preparação para o
trabalho e exercício consciente da cidadania (ANTUNES, 2002, p.9).
Nessa definição pode-se observar que a sala de aula apresentando ruídos, conversa
descontextualizada com os conteúdos desenvolvidos pelo professor, desinteresse, discussões,
falta de propósito na vida, alunos desmotivados, esses fatores impedem o professor de exercer
seu papel e o seu trabalho pedagógico. papéis partilhados, portanto, esta classe é considerada
indisciplinada. Porém não se pode dizer que a sala de aula disciplinada é aquela que apresenta
silêncio entre os alunos, uma sala de aula que os alunos conversam, interagem, essa sala não
pode ser considerada indisciplinada, cabe ao educador utilizar essas características como “ferra-
mentas”, levando os alunos a discutir e interagir com o professor e colegas, encaminhando assim
os alunos a aprendizagem.
O tema disciplina se amplia, na visão de Guimarães (2004) quando afirma que o conceito
de disciplina/indisciplina é um tanto ambíguo, de um lado, pelas ações que visam ao cumprimen-
to das leis e das normas determinadas pelos órgãos centrais, e, do outro pela dinâmica de seus
grupos internos que estabelecem rupturas e permitem trocas de ideias.
Guimarães (2004) argumenta que as escolas também produzem sua própria indisciplina,
acrescenta que é preciso aprender, na ambiguidade desses fenômenos, seus modos específicos
de manifestação. Ou seja, de um lado estão os alunos que sempre obedecem, que para eles
está tudo bem, mesmo não concordando, obedecem, pois faz parte das regras da instituição
praticar a submissão, o não questionamento por culturas adquiridas anteriormente.
Esse tipo de comportamento cria pessoas sem criatividade, sem ideias próprias e que
são totalmente treinadas para obedecer, seja qual for a situação apresentada. Isso pode levar
esse indivíduo a obedecer, mas não concordar, tornando-o indisciplinado, através de boicote, ou
outros tipos de comportamento inadequado ao que foi concordado.
Não é meu objetivo valorizar esteticamente a violência, nem defender uma escola sem re-
gras, mas apontar a existência de uma lógica interna aos fatos que ofereça uma pista para
encontrarmos alternativas pedagógicas de negociação com os conflitos (GUIMARÃES;
AUREA, 1998 p. 3).
|Capítulo 02 |25
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Também pode-se dizer que professores sem plano de aula definidos, sem objetivos cla-
ros a serem trabalhados, podem gerar frustrações e promover a rebeldia tumultuando o ambiente
escolar, causando indisciplina e prejudicando o aprendizado de todos os envolvidos no processo.
A indisciplina parece ser uma resposta clara ao abandono à habilidade das funções docen-
tes em sala de aula, porque é só a partir do seu papel evidenciado corretamente na ação
em sala de aula que os alunos podem ter clareza quanto ao seu próprio papel, comple-
mentar ao do professor (AQUINO, 1998, p. 8).
Provocar o professor pode ser apenas uma alternativa, uma saída encontrada para quem
não tem objetivos claros e definidos, talvez um alerta, para que o mesmo se organize, mas esse
alerta pode ser interpretado de maneira errada, como uma situação criada pelo aluno. Visando
prejudicar a atuação do professor e dos demais alunos (TIBA, 1996).
Essa não é a única dimensão da indisciplina, ela também pode estar associada à estrutu-
ra organizacional e pedagógica da instituição de ensino, às políticas econômicas e sociais, entre
outras. No entanto, para os professores, a indisciplina, que é vista como um dos principais entra-
ves no exercício da profissão, denota a falta de noções de regras e limites da criança. Entendem
que a família deveria ter proporcionado as condições para a formação de uma estrutura moral
psicológica capaz de preparar esse jovem para viver em ambientes regulados. Isso só reforça a
relação que se estabelece entre o comportamento indisciplinado do aluno e sua formação moral.
Ainda que esta seja uma postura questionável (AQUINO, 1988), se o professor entende
assim, precisará, para intervir nessa situação, atuar também no campo da moralidade e essa é
uma atividade que pode ser entendida e praticada de diferentes maneiras.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
De qualquer forma, está em jogo para o professor a ideia de que, para ensinar, é preci-
so primeiro disciplinar o aluno. Quando falamos de disciplina, em geral, falamos de ordenação,
que muitas vezes remete à ideia de coerção entre as pessoas. No entanto, é preciso reconhecer
que, embora existam muitas formas de ordenar comportamentos, essa ordenação não deve ser
associada a práticas de dominação e subordinação. Se a ordem é realmente necessária, ela não
precisa ser estabelecida por relações autoritárias. Para a construção da ordem, da disciplina, são
necessárias regras que estabeleçam o que é ou não permitido, mas, veja, regras que ordenam
e não dominam.
Há não muito tempo, a relação de obediência era garantida pela imposição de normas
e condutas que, se transgredidas eram punidas. Assim, o respeito às regras era garantido pelo
medo, situação que, tal como entendida por Piaget (1994), não garante a moralidade.
O ambiente escolar é visto como um lugar ideal para a formação em preparação à vista
em todas as dimensões do ser humano: psíquica, social, política e etc. Quando não bem prepa-
rado por essas dimensões o educando que é dotado por um conjunto de valores e expectativas
que variam ao longo da história, traz consigo para a sala de aula uma conduta desordenada como
bagunça, tumulto, desrespeito para com o educador, falta de limites, maus comportamentos, isto
é, o não cumprimento das regras estabelecidas pelo professor. Toda essa conduta é chamada
de indisciplina, que vem se manifestando cada vez mais nas escolas, tornando um obstáculo ao
trabalho do educador e ao desempenho dos alunos e por sua vez expondo a perigo a educação.
Todo esse problema se inicia em um ser humano por uma provável carência familiar
que é quando a criança não recebe a dosagem certa de afeto, carinho, compreensão e amor
da família, ou seja, é rejeitada por ela, ou quando não tem a presença do pai ou da mãe na
vida familiar, e isso se acomoda ser de uma criança, que será marcada pela revolta, agressão,
e acaba reproduzindo o que presencia em casa levando para a escola, atingindo diretamente o
rendimento escolar.
“A indisciplina seria, talvez, o inimigo número um do educador atual, cujo manejo as cor-
rentes teóricas não conseguiriam propor de imediato, uma vez que se trata de algo que
ultrapassa o âmbito estritamente didático- pedagógico, imprevisto ou até insuspeito no
ideário das diferentes teóricas pedagógicas”. (AQUINO, 1996, p. 40).
Para testar o professor o aluno logo no primeiro dia de aula costuma verificar de várias
maneiras com atitudes de rebeldia, para ver com quem estar lidando, com isso, se torna, o inimi-
go número um do educador, em que se ver obrigado a abrir mão de seu tempo para prevenir os
demais educandos de tratamentos desiguais, e onde na maioria das vezes acaba acontecendo
que nenhuma disciplina consegue conter toda a desordem que o indisciplinado faz, mas é bom
lembrar que essas atitudes são cometidas apenas por alguns alunos e ocorrem com determina-
dos professores.
|Capítulo 02 |27
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
em desgastes emocionais o professor, perda de autoridade, perdem até mesmo estimulo pela
profissão, com isso, teria uma perda de tempo que deveria ser utilizado para a produção de
conhecimento, e muitas vezes os educadores por mais que sejam grandes mestres, ainda são
enxergados como mandões autoritários e carrascos.
Apesar do tempo em que se perde em sala de aula com a indisciplina escolar e o quanto
que isto tem perturbado os educadores no sentido do desgaste gerado pelo trabalho em
um clima de desordem, pela tensão provocada em função de uma atitude defensiva, pela
perda do sentido e da eficácia e a diminuição da autoestima pessoal que leva sentimen-
to de frustração, desanimo e ao desejo de abandono da profissão. (OLIVEIRA, 2005, p.
4505).
Atos indisciplinares sem dúvida geram inúmeras consequências em todo o contexto es-
colar, dentre estas, destaca-se a perda de tempo. Há professores que perdem muito tempo de
sua aula tentando acomodar seus alunos, conseguindo a atenção desejada para explicar o con-
teúdo e realizar as atividades. Tempo este que poderia ser utilizado para o desenvolvimento de
conteúdos e aprendizagens. Além disso, quando um grupo de alunos não está colaborando, sem
dúvida o restante da turma também acaba por sofrer com isso. Enquanto uns acatam a disciplina
e outros resistem a ela, o professor fica em meio a esta situação e seu trabalho acaba não sendo
eficaz.
Como refere Oliveira, a indisciplina é um dos fatores que tem gerado mais desgaste na
rotina do professor, atos indisciplinares comprometem o seu estado emocional, gerando senti-
mento de frustração, tensão, desânimo e baixa autoestima. Há professores que depois de um
dia de trabalho pensam em desistir de sua profissão devido a esta situação, sofrendo em uma
dimensão física, psíquica e moral (PIMENTA, 2012).
Sozinho o professor não deveria se sentir, pois existe na instituição escolar um grupo de
pessoas cuja função é a de dar apoio ao professor diante das dificuldades encontradas
dentro das instituições escolares. Quando o professor entra em sala, não está entrando
sozinho; com ele entram seus colegas, os funcionários, as regras determinadas pela es-
cola, enfim, toda a instituição que naquele momento ele passa a representar. (PIMENTA,
2012, p. 24).
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Outro fator de risco resultante da indisciplina é a violência. Esta violência pode ocorrer
entre os próprios alunos, como também entre funcionários e aluno. A disciplina é um pilar para a
realização pessoal e profissional. Quando há ausência dela, surge como resultados o desrespei-
to, as agressões físicas e verbais, o bullying.
O número de casos registrados de violência dentro das escolas tem crescido de forma
alarmante. A escola é o lugar onde a formação do cidadão deve ser complementada, é um lugar
de instruir e educar, entretanto, tem servido de palco para o triste cenário de espancamentos,
e até mortes. As condições socioeconômicas e culturais também são responsáveis por muitas
formas de violência apresentada pelas escolas.
PROCESSO METODOLÓGICO
Gil (1999, p. 117) conceitua a entrevista como “uma forma de interação social. Mais es-
pecificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados
e a outra se apresenta como fonte de informação”.
A indisciplina sempre fez parte da história da Educação é compreendida como uma vio-
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Como comprovado os alunos criados por avós, babas ou possuem renda familiar alta
apresentam segundo os professores maior índice de indisciplina, em segundo os pais divorcia-
dos e ausentes do espaço escolar, pois a criança fica sobe o cuidado de terceiros prejudica o
comportamento do aluno, o valor aquisitivo da família influência na disciplina do aluno.
Provável que quando os pais são ausentes a criança se sinta abandonada, os filhos
percebem quando o pai e a mãe estão presentes e quando são omissos, não basta está sempre
do lado do filho e não estar vendo o que ocorre com a vida do mesmo. Pais ausentes não são
apenas aqueles que passam o dia inteiro fora de casa, mas aqueles que não dão espaço para a
vida da criança entrar em conjunto com a dele.
Ficou comprovado que as práticas pedagógicas em sala aula devem exceder uma visão
fragmentada e descontextualizada do ensino, tornando as aprendizagens significativas. Abaixo
encontra-se graficado os meios de enfrentar a indisciplina no espaço escolar presume-se na vi-
são docente ser os meios mais plausíveis.
Gráfico 3 - Meio para lhe dar com atos indisciplinar
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Ficou comprovado que frente a situações diversas no espaço escolar desenvolver uma
estratégia inovadora para lhe dar com tal situação é de extrema relevância, pois quando se muda
as estratégias exemplificadas no cotidiano os resultados são mais relevantes. Estimular a auto-
nomia do aluno melhora o relacionamento entre professor e aluno, as regras da escola devem
ser expostas de forma clara e os alunos e familiares devem ter abertura para buscar entende-las
e para expor seus valores.
Até mesmo quando a coordenação escolar for conversar com os pais dos alunos indisci-
plinados é importante que o tom seja motivador, buscando uma solução em conjunto.
Presume-se que tal comportamento dos alunos do 6º ano era uma forma de eles mos-
trarem que as regras da instituição não funcionam, vale ressaltar que em um ambiente onde a
autonomia é estimulada, os alunos se sentem mais abertos, para expor suas ideias e ponto de
vista com isso tomam decisões mais responsáveis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O combate à indisciplina tem sido um processo difícil, tendo em vista que a escola ne-
cessita do apoio da família para que juntos possam alcançar seus objetivos. Analisar os fatos é
muito mais complexo do que questionar a má conduta do aluno.
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REFERÊNCIAS
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de Janeiro: Vozes, 2002.
AQUINO, J.G. A indisciplina e a escola atual, 1988. Disponível em: < http://
www.scielo.com.br> Acesso em: 08/12/22.
BOARINI, Maria Lucia. Indisciplina escolar: uma construção coletiva` junho 2013, Doutora em
Psicologia. Docente do Programa de Pós-Graduação de Psicologia da Universidade Estadual de
Maringá, PR.
CANDAU, V.M. Rumo a uma nova didática. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1988.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
OLIVEIRA, Maria Izete. A indisciplina escolar: determinações, consequências e ações. Brasília: líber
livro, 2005.
PIMENTA, Selma G. O estágio na formação de professores: unidade, teoria e prática? São Paulo:
Cortez, 2012.
REGO, T.C.R. A indisciplina e o processo educativo: uma análise na perspectiva vygotskyana. In:
AQUINO, J.G. (org.). Indisciplina na escola. 11ª Ed. São Paulo: Summus,1996, p.83 et seq.
TIBA, I. Disciplina: limite na medida certa. 23. ed. São Paulo. Gente, 1996.
Vasconcelos, Eymard Mourão. “Educação popular: de uma prática alternativa a uma estratégia de
gestão participativa das políticas de saúde.” Physis: revista de saúde coletiva 14 (2004): 67-83.
RAMPAZZO, Sandra Regina dos Reis; STEINLE, Marlizete Cristina B.; VAGULA, Edilaine. Organização
e didática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
|Capítulo 02 |32
Capítulo
03 Dificuldades de aprendizagem na
disciplina de sociologia em uma escola
estadual da cidade de Manaus-Am/
Brasil, no período de 2020-2021
Learning difficulties in the subject of
sociology in a state school in the city
of Manaus-Am/Brazil, in the period of
2020-2021
Maria Lucia de Fatima Cesar Cavalcante
Universidad de la integración de las américas
Escuela de postgrado. Maestría en ciências da educação
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.3
RESUMO
A Sociologia é uma ciência extremamente importante para o mundo em que se está vivenciando,
porque além da busca da compreensão das causas e consequências do que ocorre no mundo,
a mesma busca rever e até mesmo antecipar eventos para as gerações seguintes, ajudando
a entender e procurando soluções para os males que se apresentam na atualidade. Com isso
optou-se como temática da pesquisa “Dificuldades de Aprendizagem na Disciplina de Sociologia
em uma escola pública localizada na Cidade de Manaus-AM/Brasil, No Período De 2020-2021”.
Tendo como objetivo geral: Analisar quais são as maiores dificuldades de aprendizagem na dis-
ciplina de Sociologia para os alunos foco desta pesquisa, no período de 2020-2021. A pesquisa
partiu de uma metodologia descritiva e exploratória com o enfoque qualitativo-quantitativo, atra-
vés da realização de questionários aplicados para professores e alunos, realizando dessa forma
a discussão das falas dos pesquisados. Constatou-se que, o ensino da sociologia deve ser visto
com mais cuidado e que os professores precisam utilizar novas metodologias para despertar no
aluno interesse por essa matéria, tão importante para a vida dos discentes.
ABSTRACT
Sociology is an extremely important science for the world we are living in, because in addition
to seeking to understand the causes and consequences of what is happening in the world, it se-
eks to review and even anticipate events for subsequent generations, helping to understanding
and looking for solutions to the evils that present themselves today. With that, the theme of the
research was “Learning Difficulties in the Discipline of Sociology in a public school located in the
City of Manaus-AM/Brazil, In the Period From 2020-2021”. With the general objective: To analy-
ze what are the greatest learning difficulties in the discipline of Sociology for the students that
are the focus of this research, in the period 2020-2021. The research started from a descriptive
and exploratory methodology with a qualitative-quantitative approach, through the realization of
questionnaires applied to teachers and students, thus carrying out the discussion of the resear-
ched speeches. It was found that the teaching of sociology must be seen with more care and that
teachers need to use new methodologies to awaken in the student interest in this subject, which
is so important for the lives of students.
INTRODUÇÃO
A escola é uma das principais fontes para a formação do indivíduo e para a sua inserção
na vida social. É neste ambiente que se tem um encontro mais profundo com a diversidade, com
a realidade e com as primeiras escolhas. Muito mais do que transmissão de conteúdo, de prepa-
rativo para o vestibular ou para o mercado de trabalho, a escola se torna foco de ensinamentos
éticos e sociais, possibilitando aos alunos a oportunidade de convivência com as diferenças e de
preparação para a realidade da vida em sociedade.
Situação problemática: O problema que motivou este estudo surgiu quando se obser-
|Capítulo 03 |34
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
vou baixo rendimento estudantil em Sociologia no turno noturno, não atingindo níveis desejáveis
de aprovação em todos os bimestres, trazendo com isso uma preocupação com a aquisição do
conhecimento, tendo em vista se tratar de alunos que cursam a última etapa da educação básica
e que estão a um passo da universidade e do mercado de trabalho. Isso posto, fez-se necessá-
rio investigar as dificuldades presentes que impedem a apreensão do conhecimento esperado.
Diante disso procurou-se saber:
A reflexão sobre o ensino da disciplina de sociologia nas escolas de nível médio perse-
gue uma articulação entre os programas e reformas educacionais que introduziram ou excluíram
a disciplina da grade curricular dos cursos de ensino médio e as condições sociais, políticas,
econômicas e culturais que lhes deram suporte. Com isso optou-se como o objetivo geral:
Identificar quais são as maiores dificuldades de aprendizagem na disciplina de Sociologia para
os alunos foco desta pesquisa em uma escola pública no município de Manaus-AM/Brasil, no
período de 2020-2021.
Conceituar Sociologia não é uma tarefa fácil, pois essa possui uma infinidade de con-
ceitos, faz parte do rol das Ciências Sociais, buscando dessa forma compreender a sociedade,
abordando os fenômenos sociais. O termo Sociologia foi criado no século XIX, por Auguste
Comte, tendo como intuito entender e explicar os problemas decorrentes das transformações
econômicas, políticas e culturais do período. Deriva da palavra latina societas (sociedade) e da
palavra grega logos (estudo, ciência) (CÂNDIDO MENDES, 2016).
A Sociologia mostra a necessidade de assumir uma visão mais ampla sobre por que so-
mos como somos, e por que agimos como agimos.
A proposta do então deputado Rui Barbosa era inédita no Brasil, e ele sugeria as ques-
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Esta proposta surge quase paralela à divulgação da obra de Auguste Comte, na França,
o que nos leva a refletir sobre a receptividade das ideias europeias no contexto sociopolítico da
época. Nesse sentido, Florestan Fernandes destaca a interdependência do pensamento brasilei-
ro e europeu em seu livro A Sociologia no Brasil.
A sociologia foi recebida como uma novidade intelectual no Brasil, ao mesmo tempo em
que surgiu na sociedade europeia. Faz parte da vida literária de povos culturalmente de-
pendentes cultivar um intercâmbio ativo com centros estrangeiros de produção intelectual.
Inovações dignas de nota tornam-se rapidamente conhecidas, mesmo que não tenham
sido desenvolvidas de forma independente. O destino do saber acumulado era assim re-
gulado pelos padrões da vida literária que, a rigor, o tornavam uma forma de ilustração e
um meio de adquirir notoriedade nos círculos educados (FERNANDES, 1980, p. 26).
Desse modo, os intelectuais brasileiros estavam mais interessados em importar teorias
estrangeiras do que em desenvolver uma corrente teórica própria que buscasse explicar a re-
alidade social da época. Tais ideias circularam com maior amplitude nos espaços literários, em
parte por quem detinha o poder econômico e político do país, com interesse em mandar os seus
filhos para universidades europeias, principalmente a Universidade de Coimbra, que, segundo
Tobias (1972, p. 174) era o favorito dos brasileiros.
Referimo-nos a uma de suas principais obras, o curso da filosofia positiva, em seis volu-
mes, publicados a partir de 1830. (TAMBARA, 2005, p. 166).
Apesar dos esforços de Rui Barbosa para implantar a sociologia nos cursos médio e re-
gular, bem como nas faculdades de direito, suas opiniões não puderam ser aprovadas ou discu-
tidas no parlamento (MACHADO, 1987, p.117). Nesse cenário, as sugestões de implantação da
disciplina não encontraram base de sustentação para o desenvolvimento. O interesse de que tais
estudos tenham se estabelecido na educação brasileira, no entanto, continua, por isso, poucos
anos após as declarações de Rui Barbosa, a disciplina volta ao palco com Benjamin Constant e
sua reforma docente.
A obra Educação e Sociologia, após a morte do seu autor, sobreviveu às críticas por mais
de um século por se tratar de conceitos sobre fato social, consciência social, A referida obra foi
elevada à categoria de clássico juntamente com as produções de Max Weber e Karl Marx por
sua capacidade de interpretar o seu tempo, nortear aplicação de um método sociológico aos pro-
cessos educacionais, que na atualidade, continua a influenciar os percursos formativos de várias
gerações de educadores mundiais.
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Nesse sentido, afirmou ser papel da escola adequar os indivíduos a seus destinos so-
ciais, contra os quais, nada se pode fazer. Desse modo, enfatizou ser um erro acreditar que os
pais podem educar os seus filhos como quiserem, visto que em cada momento da vida existe um
tipo regulador de educação a que todos são obrigados a se conformar aos costumes vigentes da
época. Sob este prisma, esclarece que em caso de transgressão e desrespeito constante desses
costumes, corre-se um sério risco de eles acabarem se vingando nos filhos, pois uma vez adul-
tos não estarão aptos para viver em harmonia no meio de seus contemporâneos (p. 48).
Outra questão abordada trata-se da defesa da ideia de que há homens para pensar e ho-
mens para fazer, o que o levou a fomentar o ensino de níveis diferenciados para diferentes tipos
de homens. Sinalizou ainda que a educação varia de acordo com a classe social e a região, sen-
do diferente, entre os burgueses e operários na cidade e no campo. Ao propor a especialização
e a formação unilateral da criança, conforme sua visão da divisão do trabalho social, ressaltou:
[..] cada profissão constitui um meio sui generis que demanda aptidões e conhecimentos
específicos, um meio no qual predominam certas ideias, usos e maneiras de ver as coisas;
e, já que a criança deve estar preparada com vistas à função que será levada a cumprir, a
educação a partir de determinada idade, não pode mais continuar a mesma para todos os
sujeitos aos quais ela se aplicar (p. 51).
[..] a cada nova geração, a sociedade se encontra em presença de uma tábula quase rasa
sobre a qual ela deve construir novamente. É preciso que, pelos meios mais rápidos, ela
substitua o ser egoísta e social que acaba de nascer por um outro capaz de levar uma vida
moral e social. Esta é a obra da educação, cuja grandeza podemos reconhecer (p. 55).
Dessa forma, lamentou que as aptidões supostas pela vida social não pudessem ser
transmitidas hereditariamente, dada sua complexidade. Ratificou somente que a educação seria
capaz dessa transmissão ao edificar nas pessoas o que há de melhor no homem, qual seja a
submissão dos indivíduos às necessidades sociais. Nesse contexto, ressaltou ser função e dever
do Estado à direção do ato educativo quando submetido à sua fiscalização. No entanto, pontua
que sem descuidar de sua direção, o Estado não deveria monopolizar o ensino.
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garantir conteúdos, assim sendo: “respeito da razão, da ciência e das ideias e sentimentos que
sustentam a moral democrática.
O papel do Estado consiste em identificar estes princípios essenciais, fazer com que
eles sejam ensinados nas escolas, garantir que de modo algum os adultos deixem, mas crianças
ignorá-los e certificar-se de que por toda parte se fale deles com o respeito que lhes é devido”
(p. 64).
As ideias poderiam instalar-se sem resistência desde que o hipnotizador falasse com
autoridade. Nessa lógica ratificou que o educador deve agir e observar duas condições, são elas:
“(i) acriança se encontra naturalmente em um estado de passividade [...] é por isso que ela
é tão facilmente sugestionável. [...];(ii) a primazia que o professor tem naturalmente sobre
o aluno [...] abastece naturalmente a sua ação com a eficácia que lhe é necessária” (p. 69).
Nada é tão errado e enganador quanto a concepção [...] segundo a qual o homem pode
se formar utilizando como único estímulo a atração do prazer. Embora a vida não seja sombria
[...], ela não deixa de ser séria e grave, e a educação que prepara para a vida, deve participar
desta gravidade. Para aprender a domar o seu egoísmo natural, subordinar-se a fins mais eleva-
dos, [...] é preciso que a criança exerça uma forte repressão sobre si mesma (p. 70-71).
A disciplina de Sociologia está inserida no currículo escolar oficial desde 1887, com a
entrada de Durkheim na universidade de Bordeaux, no Brasil é tida como proposta de disciplina
em 1870, e passa a ser obrigatória em 1890 (disciplina obrigatória), sendo trocada pela disciplina
de trabalhos manuais.
Com a nova LDB – Lei nº 9.394/96 a Sociologia se torna obrigatória como disciplina in-
tegrante do currículo do Ensino Médio, determinando que ao fim do Ensino Médio o educando
deve apresentar domínio de conhecimentos de Filosofia e Sociologia necessários para exercer a
cidadania, devendo seus conteúdos serem abordados de forma interdisciplinar.
Desde então é necessário garantir a sociologia como uma disciplina obrigatória do Ensi-
no Médio para que, a partir do senso comum, desenvolva assim, uma concepção científica que
atenda as exigências dos homens, proporcionando conhecimento crítico e transformador, e que,
por meio da qual, se possa analisar a complexidade da sociedade.
Com base nas diretrizes curriculares de sociologia para o Ensino Médio, sendo a so-
ciologia uma ciência natural, percebe-se as preocupações de Karl Marx, Émile Durkheim e Max
Weber, para a ordem social e organizações da sociedade.
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A sociologia pode contribuir para a formação do cidadão crítico, aquele que tem infor-
mações variadas do mundo, oferecendo ao aluno (a) modos de pensar a partir dos diferentes
paradigmas elaborados pelos cientistas sociais. Pois a sociologia oferece uma certa argumen-
tação de verificação como, por exemplo, por que há tanta violência na atualidade? Por que há
uma crise econômica que afeta a todos? A importância da Sociologia na Educação Básica se dá
também porque ela “desnaturaliza” os fenômenos sociais.
A sociologia vem para ampliação do conhecimento dos homens sobre suas próprias
condições de vida e fundamentalmente para análise da sociedade e de como vivem em grupos.
Saviani (2007) em sua obra “História das ideias pedagógicas” descreve a trajetória edu-
cacional do Brasil, concluindo que no momento atual não há uma prática única ou uma tendência
exclusiva que possa ser utilizada na educação e sim que cabe ao educador conhecer as mais
diversas e fazer uso de acordo ao contexto educacional que vivencia, tudo vale quando se obtém
resultados que não estão sendo obtidos atualmente.
Uma atualidade considerada pelo sociólogo Bauman (2001) como “Modernidade líquida”
onde nada é feito para durar, mas não se pode colocar o conhecimento neste barco, o conheci-
mento tem que ser efetivado, em algum lugar ao longo do sistema algo acontece, inúmeras são
as ideias que perpassam pela cabeça, mas a princípio, são somente ideias que precisam ser
pesquisadas, registradas e descritas, para que a partir da constatação possa haver reflexão e
intervenção necessária.
Diante de tantas mudanças que estão sendo realizadas no processo de ensino para o
Ensino Médio, cabe o questionamento se realmente é necessário se mudar o sistema, se não
será interferido nos agentes que põe em prática todo este processo, pois as pessoas serão as
mesmas. Tem-se uma aliada muito grande neste novo processo, a BNCC (Base nacional comum
curricular), já haviam os PCN’s (Parâmetros curriculares nacionais) que determinavam os cami-
nhos a serem seguidos pelos docentes em sala de aula para cada etapa, agora a BNCC está
mais detalhada, esta foca mais nos eixos que são necessários desenvolver nos educandos para
eficácia do sistema educacional. Mas precisa-se também analisar quantos docentes já tem co-
nhecimento da mesma e mais do que isto, quantos já estão incluindo suas orientações em suas
práticas, até mesmo no caso de não estar incluindo coletar os dados do porquê.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
PROCESSO METODOLÓGICO
A Instituição foco deste estudo é composta por 1.633 alunos e 64 professores, distribu-
ídos nos turnos matutino, vespertino e noturno. A pesquisadora selecionou para sua coleta de
dados: 30 alunos e 05 professores.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Esses são problemas que os professores enfrentam. Através desta pesquisa busca-se
identificar os problemas que essas dificuldades de aprendizagem podem causar, suas principais
causas e os métodos que podem ser utilizados para minimizar esse problema.
|Capítulo 03 |41
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Está comprovado que o número de alunos com diversas deficiências de ensino é bas-
tante elevado. Cabe ao professor diagnosticar o tipo de problema que o aluno está enfrentando,
o que muitas vezes não é uma tarefa fácil. Quando um professor percebe que algo está anormal
em um aluno, não tendo um bom desempenho, ao invés de pensar que o aluno é incapaz de
aprender, é necessário entender as causas dessas dificuldades.
|Capítulo 03 |42
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
entre a criança e o meio social, sendo o pensamento e a linguagem influenciados pelo meio em
que vive. A função cognitiva da mente está relacionada com a reflexão, planejamento e organi-
zação de estruturas lógicas e se adapta à comunicação simbólica e social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste estudo foi possível perceber a real situação do baixo aproveitamento es-
colar na disciplina de sociologia, visto que essa condição gira em torno de diversos fatores como:
a carência de uma formação adequada dos professores para o desenvolvimento de um plano
de aula de excelência com estratégias inovadoras, assim como também, problemas estruturais
como a ausência de apoio da família na vida escolar dos filhos, falta de apoio cultural, alunos
não enxergam a importância da escola para o seu futuro, problemas como desinteresse do alu-
no em aprender com os conteúdos ministrados pelo professor, a realidade socioeconômica dos
estudantes e outras questões.
Diante dos resultados obtidos, nota-se que as dificuldades de aprendizagem não devem
ser atribuídas apenas a fatores externos, mas também a fatores internos como os métodos de
ensino, a falta de materiais didáticos adequados, as condições psicológicas do aluno, etc.
A escola precisa rever sua estratégia de ensino-aprendizagem para transformar suas au-
las e atividades de sociologia em aulas produtivas e garantir que todos possam se desenvolver
em aprendizagem e conhecimento. Necessita de uma aproximação entre família e escola, maior
incentivo da família para o aluno, professores que estejam bem preparados para essas dificulda-
des e que busquem aprimoramentos tanto nos métodos de ensino quanto na parte psicológica
de seus alunos.
Por fim, é preciso lembrar que a escola é um lugar de aquisição de conhecimentos, mas
também de transmissão de valores. A escola deve ser vista como uma das instituições que re-
produz valores e ao mesmo tempo transmite conhecimentos sistematizados.
REFERÊNCIAS
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|Capítulo 03 |43
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TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva. Metodologia da pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Atlas,
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|Capítulo 03 |44
Capítulo
04
A pesquisa e metodologia científica em
sala de aula como apoio pedagógico
Research and scientific methodology
in the classroom as pedagogical
support
Sandraléa Socorro Lima dos Santos Andrade
UNIDA, Universidad de la Integración de las Américas)
http://lattes.cnpq.br/7031914829420378
ID Lattes: 7031914829420378
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.4
RESUMO
ABSTRACT
This research study refers to research and scientific methodology in the classroom as a pedago-
gical support, developed with students of the 3rd year of high school in a state public school, in
the city of Manaus-Amazonas/Brazil-2021, presents how general objective: To identify how the
student does research in the classroom at a state public school, in the city of Manaus-Amazonas/
Brazil-2021, in order to answer the central question: what knowledge of scientific methods does
the 3rd year student have High School in a state public school, in the Municipality of Manaus-
-Amazonas/Brazil-2021? To envision this purpose, bibliography, descriptive exploratory research
was used, carrying out State of the Art and ethnographic research, to find data with the students.
The focus of the research is qualitative with the support of a questionnaire. The research is guided
by theoretical bases: conceptualizing research and scientific methodology; the use of research in
the classroom as a pedagogical support.
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa tem como: Objetivo Geral: Identificar como o aluno faz pesquisa na sala
de aula em uma escola pública estadual, no Município de Manaus, Amazonas/Brasil-2021. O
enfoque da pesquisa é quantitativo: porque vai produzir dados descritivos e analíticos com base
em percepções dos alunos, produzindo análises subjetivas.
|Capítulo 04 |46
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Segundo Laville e Dionne (1999, p. 17): “Para sobreviver e facilitar sua existência, o ser
humano confrontou-se permanentemente com a necessidade de dispor do saber, inclusive de
construí-lo por si só”. O hábito de procurar encontrar, de buscar experiências para começar a en-
tender as coisas, abriu-se para o homem quando percebeu que precisava entender para apren-
der. Diversas foram as buscas para construir, significar sua realidade e contribuir par melhorar a
sua vida. Buscando sempre facilitar, procurando através da experiência novos meios que seriam
mais eficazes para viver uma vida mais favorável e com maior significado dentro de uma reali-
dade do seu cotidiano, de sua rotina diária. Depois de tantas experiências ainda hoje existem
muitas dúvidas e por isso ainda permanece buscando. Para Laville e Dionne (1999, p. 17): “Ele o
fez de diversas maneiras antes de chegar ao que hoje é julgado como o mais eficaz: a pesquisa
cientifica. Os antigos meios de conhecer, entretanto, não desapareceram e ainda coexistem com
o método científico”.
Laville e Dionne (1999, p. 18) destacam: “O homem pré-histórico elaborava seu saber
a partir de sua experiencia e de suas observações pessoais”. Os saberes espontâneos desper-
taram no homem buscar novas expectativas para sua vida. Ao conduzir as análises refletidas
costumeiramente o homem começou a perceber que poderia modificar e melhorar sua condição
de vida. Laville e Dionne (1999, p. 18) observa que: “Quando constatou que o choque de dois síli-
ces, ou da rápida fricção de duas hastes secas, podia provocar uma faísca ou uma pequena cha-
ma capaz de queimar folhas secas, havia construído um novo saber: como acender o fogo”. Por
ser muito criativo produz e dá prosseguimento às mudanças diariamente desde a pré-história.
Com essas descobertas do cotidiano o homem começou a ser mais observador e a que-
rer construir as coisas, como instrumentos, peças e objetos para sua melhoria de vida. Ele não
tinha a quem escutar, então se viu obrigado a começar a produzir, fazer experimentos e assim
deu prosseguimento a novas descobertas. Laville e Dionne (1999, p. 18) afirmam: “Esse saber
podia ser reutilizado para facilitar sua vida. Pois aqui está o objetivo principal da pesquisa do sa-
ber: conhecer o funcionamento das coisas, para melhor controlá-las, e fazer provisões melhores
a partir daí”.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Para Demo (1985, p. 24): “Todo projeto sério de pesquisa contém em algum momento
discussão do método, pelo menos no sentido barato de fases a serem seguidas, possíveis re-
sultados colimados, autores que se pretende ler, interpretar, rebater, superar”. Na verdade, o
método é como se fosse a bússola de uma pesquisa. Sem seguir um método determinado, o
pesquisador será levado à falência do seu objetivo. Com certeza não irá atingir suas metas, pois
não terá a direção sem o método.
Consequentemente não haverá seriedade e validade sua pesquisa, pois não havendo
apoio metodológico também não haverá respaldo para autenticidade e mérito. Demo (1985, p.
24) destaca: “Nada favorece mais o surgimento do discípulo “copiador” que a ignorância meto-
dológica”.
A sala de aula é um lugar de envolvimento, onde se reúne jovens que farão parte do futu-
ro do país. Eles são a esperança de suas famílias. Com os obstáculos que existem da pesquisa
na sala de aula fica difícil de se estabelecer uma linha de estudo dirigido para a investigação com
as ferramentas da metodologia, onde o aluno se aprofunda para fazer sua própria produção. En-
tão suas pesquisas não passam de meras cópias. O aluno se acostuma apenas a repetir, copiar,
plagiar, acreditando que fez uma pesquisa, porque é assim que se habituou a fazer, nunca foi
orientado a produzir de outra forma.
Acredita que assim é o correto. Não se preocupa em aprender, apenas faz o que foi pe-
dido e entrega, com a certeza do dever cumprido. Quando chega à Universidade se depara com
a pesquisa, com a metodologia científica e não sabe por onde começar, aí então, já perdeu muito
tempo, no mínimo se desanima, se decepciona. A partir dessa desilusão é que vai começar a
aprender, descobrir, conhecer os caminhos da pesquisa, e começa então sua peregrinação em
busca de uma boa atuação, explorando todos os meios para poder acertar o itinerário exato.
|Capítulo 04 |48
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Científica, justifica-se pela necessidade de uma educação que contemple a relação teoria/prá-
tica voltada para a (re)construção de conhecimentos e que vá além da instrução, já que o tipo
de educação centrada no mero repasse de conteúdos escolares parece não atender suficiente-
mente às necessidades do mundo atual (CASTELLS, 2003).
Ética na pesquisa tem como princípio único a busca do conhecimento de forma siste-
mática, de modo a seguir um padrão ou conjunto de procedimentos que envolve a observação,
identificação, descrição, investigação experimental, proporcionando replicabilidade de técnicas
e resultados de forma moralmente correta (PRODANOV, 2013; GUILHEM; DINIZ, 2017).
Para que o processo ocorra a contento, é necessário haver uma relação de respeito
mútuo e diálogo constante entre orientador (professor-pesquisador) e orientando (aluno-pesqui-
sador). Ferreira, Furtado e Silveira (2009, p. 171)
PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
Para a pesquisa bibliográfica foi feita coleta de dados em acervos virtuais. foi utilizado
|Capítulo 04 |49
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
questionário composto por perguntas previamente formuladas aplicado por meio do Google For-
ms.
Entende-se por Método científico a metodologia usada por cientistas na busca do conhe-
cimento, em uma definição mais precisa: Caracteriza-se por um conjunto de regras básicas para
desenvolver uma experiência a fim de produzir novos conceitos, bem como corrigir e integrar
conhecimentos preexistentes. Os alunos finalistas do ensino médio tornam-se muito interessante
possuir tais conhecimentos dessas metodologias, tais como uma Introdução as normas metodo-
lógicas cientificas.
A ideia é começar com uma situação problema a ser investigada pelos alunos tais como:
(fenômeno físico ou químico) e parte para a problematização, o porquê do acontecimento. O
aluno terá a curiosidade de despertar hipótese (uma resposta) para o fenômeno, esta deve ser
embasada em ciência então começar a desenvolver uma pesquisa, o que fortalecerá os alunos
para as pesquisas técnicas cientificas na universidade.
Os professores precisam estarem capacitados para se trabalhar com eficácia tal metodo-
logia com os alunos. Para que uma aula seja realmente eficiente, a mesma deverá ser acompa-
nhada de ações e demonstrações, dando aos alunos a oportunidade de agir através do trabalho
experimental.
De acordo com Piletti (1988), “a aula prática é muito importante para os estudos de Ciên-
cias, pois é por meio dela que o educando aprende a tirar conclusões e a fazer generalizações
sem nenhum “esforço” com fatos fundamentais para a disciplina, desenvolvendo a capacidade
de explicar o meio em que vive e podendo atuar sobre ele”.
Segundo Gil Pérez (1983), “quando o indivíduo consegue construir um significado, re-
produzindo o que lhe é ensinado, está participando do processo de construção ativa de seus
próprios significados”. Neste aspecto, o indivíduo reelabora suas concepções alternativas para
os conceitos pertencentes ao conhecimento cientifico. Tudo o que é significativo para o indiví-
duo, passa a fazer parte da sua representação cognitiva nas mais variadas situações. O que
é realmente reelaborado na estrutura cognitiva do indivíduo, passa a fazer parte de sua visão
mediante o mundo. Portanto, o indivíduo passa a utilizar-se dessa visão, relacionando-a a outras
situações e com outros indivíduos em diferentes níveis de interação.
|Capítulo 04 |50
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Precisamente, para atingir os objetivos desta pesquisa resolveu-se por considerar como
o aluno faz pesquisa na sala de aula; que conhecimentos dos métodos científicos o aluno do 3º
Ano Ensino Médio possui.
REFERÊNCIAS
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|Capítulo 04 |51
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
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|Capítulo 04 |53
Capítulo
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.5
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
|Capítulo 05 |55
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
-se as ferramentas tecnológicas ao ensino remoto, na Rede Municipal de ensino de Manaus com
ênfase nas turmas de 1º ano do Ensino Fundamental I, diretamente na escola foco desta pesqui-
sa. Diante disso procurou-se saber: pergunta central foi: Quais são as principais dificuldades
enfrentadas na utilização da modalidade de ensino híbrido no processo de ensino-aprendizagem
dos alunos 1º ano do Ensino Fundamental I na escola foco desta pesquisa? Esta pesquisa teve
como objetivo geral: identificar as principais dificuldades no processo de ensino aprendizagem
na modalidade de ensino híbrido dos alunos do 1º ano do Ensino Fundamental I, em uma Escola
Municipal da cidade de Manaus- AM/Brasil, no período de 2022-2023.
Este estudo justifica-se pelo entendimento de que o ensino híbrido se torna uma reali-
dade com a homologação da Resolução n. 02, de dez de dezembro de dois mil e vinte do Conse-
lho Nacional de Educação no Brasil. O ensino híbrido é uma proposta inovadora para a educação
básica porque permite aplicar os benefícios da tecnologia em sala de aula.
A tecnologia se caracteriza como um ambiente online que permite aos alunos assistirem
aulas fora do contexto escolar físico e lhes dá o potencial de estruturar seu aprendizado de ma-
neira diferente, além de obter novas formas de suporte ao aprendizado. Dessa forma, a configu-
ração da aula online oferece aos alunos mais controle sobre suas experiências de aprendizado.
(WASUM, 2019).
|Capítulo 05 |56
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
A Educação Básica foi essencialmente liberado e livre para conquistar novos territórios.
Assim, as modalidades tecnológicas de aprendizagem, ou tecnologias de aprendizagem, forne-
ceram os meios e o meio através dos quais a educação híbrida poderia transformar a experiência
de aprendizagem de muitos estudantes na Educação Básica.
Essas modalidades oferecem aos professores novas formas de ensinar com as intera-
ções presenciais e on-line combinadas. Além disso, são essas mesmas ferramentas tecnológi-
cas de aprendizagem que moldam como os alunos recebem e, portanto, aprendem informações
na educação híbrida. A pesquisa de Araujo (2019) ilustra os benefícios dessa instrução combina-
da - exclusiva da experiência híbrida - como tendo potencial para atender a várias necessidades
de aprendizado do aluno devido à sua estrutura e re-aulas.
|Capítulo 05 |57
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
gem mista é infinito pode produzir ambientes e experiências de ensino e aprendizagem robustos.
Como mencionado anteriormente, os alunos em aulas híbridas não são mais limitados pelas
limitações de tempo e espaço das configurações tradicionais da aula, mas também não são
deixados isolados na web para trabalhar independentemente de interações pessoais, como é o
caso da configuração totalmente online.
Portanto, é essa mistura de estratégias e estilos de ensino que se tornou benéfica para
os alunos na educação híbrida. “Métodos mistos de ensino e aprendizagem têm o potencial de
criar uma base sólida para promover ambientes centrados no aluno/aluno. Além disso, o modelo
híbrido permite mais aprendizagem em ritmo próprio com autonomia do aluno, em um ambiente
que proporciona aos alunos mais controle sobre como eles recebem e aprendem o conteúdo da
aula. Atender às necessidades dos alunos desta forma poderia produzir melhores resultados de
aprendizagem dos alunos para as instituições de ensino.
O modelo híbrido, portanto, mantém um elemento crucial para atender a diferentes tipos
de necessidades de aprendizagem dos alunos.
Wasum (2019) descobriu que o valor da educação a distância - ou híbrida - está em sua
capacidade de proporcionar aos alunos a expansão do espaço/tempo físico e online, em grande
parte proporcionado pelo uso da tecnologia. A aprendizagem individualizada tornou-se possível
com os computadores. O ensino a distância não depende de tempo ou lugar e, em muitos as-
pectos, pode ser mais flexível do que o modelo tradicional. Assim, o modelo híbrido permite que
os alunos compreendam o material da aula por meio de mais de um meio, localize-o em mais de
um local e acesse-o mais de uma vez.
A tecnologia afeta quase todos os aspectos da nossa vida quotidiana - a vida no tra-
balho, em casa e no lazer. Os rápidos desenvolvimentos e avanços na tecnologia criam novas
oportunidades para ensino e aprendizagem, por mais que muitos sistemas escolares estejam
lutando para acompanhar essas mudanças. Algumas das tecnologias comumente usadas hoje
em dia na educação são laptops, tablets, quadros interativos, câmeras digitais e de vídeo, câ-
meras de documentos, a Internet e muito mais. Há um forte consenso na literatura atual e nos
estudos de pesquisa relativos à tecnologia na educação que existe uma necessidade de integrar
a tecnologia na sala de aula.
|Capítulo 05 |58
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Os professores precisam mudar como e o que eles ensinam, de forma a refletir as rea-
lidades atuais e futuras de seus alunos. Mudar o ‘como’ significa criar uma pedagogia que fun-
cione para os alunos de hoje. Mudar ‘o quê’ significa criar um currículo que seja orientado para o
futuro e comprometido com os alunos de hoje, enquanto permanece útil e rigoroso.
Infelizmente, os professores não têm o poder de mudar o currículo, mas têm o poder de
ensinar o material curricular de forma criativa e significativa, o que é valioso para os alunos de
hoje. Vários estudos de pesquisa recentes e literatura escrita nos últimos 5 a 10 anos indicaram
que quando a tecnologia é utilizada eficazmente nas salas de aula, pode facilitar formas de
ensino que são muito mais adequadas à forma como as crianças aprendem, em oposição aos
recursos das salas de aula tradicionais. Pesquisas descobriram que os nativos digitais são mais
estimulados quando usam recursos digitais, em oposição ao material em formato impresso.
Gomes (2014) afirma como os estudantes de hoje tendem a estar mais engajados no
uso da tecnologia e podem achar as abordagens tradicionais menos motivadoras, o ensino efi-
caz com recursos digitais deve ajudar os professores a instruir de uma maneira que combine os
estilos de aprendizagem dos seus alunos. A qualidade da informação na Internet e o seu uso no
ambiente educacional:
[...] têm sido muito criticados, ao ponto de algumas universidades não aconselharem aos
seus estudantes o uso de referências a textos na Internet. Uma das fontes mais usadas
é a Wikipedia10 que, na versão inglesa, já tem perto de três milhões de artigos desde
o seu lançamento em 2001. O facto de qualquer pessoa pode editar um artigo não dá
garantia de qualidade, apesar de os sistemas internos de verificação serem capazes de
detectar os problemas mais grosseiros. O problema é, provavelmente, mais grave com
outras fontes dispersas, mesmo com fontes em portais da Educação Básica. No âmbito da
educação, o estudante está particularmente disponível para aceitar como válido o que lhe
seja dito na aula ou encontre escrito no seu livro de referência e, por extensão, na Internet.
O problema poderá ser muito grave por uma informação incorreta perdurar na memória
do estudante, podendo ser, depois, muito mais difícil corrigir um conceito errado assim
adquirido (GOMES, 2014, p. 25-26).
Apesar dos benefícios conhecidos do uso da tecnologia nas salas de aula de hoje, a in-
tegração eficaz da tecnologia de uma forma que suporte e maximize a aprendizagem dos alunos
parece ser o problema que muitos professores enfrentam atualmente.
Muitos resultados de pesquisas indicaram que a integração tecnológica eficaz tem inú-
|Capítulo 05 |59
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
meros benefícios para o ensino e a aprendizagem. Estudiosos citaram uma ampla gama de
benefícios resultantes de uma integração tecnológica bem sucedida, incluindo: maior envolvi-
mento dos estudantes, diminuição das questões disciplinares, apoio na avaliação, dando voz a
cada aluno, facilitando a instrução diferenciada para professores, promovendo o desenvolvimen-
to de competências do século XXI, e proporcionando maior acesso a diversos e atuais materiais
de aprendizagem. Além disso, os pesquisadores indicaram que a tecnologia ajuda a facilitar a
aprendizagem ativa, a aprendizagem baseada em pesquisas, e ambientes de aprendizagem
inclusivos.
Almeida (2018) elucida que o uso bem empregado da tecnologia na sala de aula pode
permitir aos professores adaptar a aprendizagem às necessidades individuais dos alunos, ao
mesmo tempo que libera o tempo da sala de aula, deixando aos professores mais tempo para
projetos. Muitas ferramentas tecnológicas educacionais fornecem instrução personalizada, per-
mitindo que os alunos façam um trabalho baseado em suas necessidades individuais, níveis de
habilidade e interesses.
|Capítulo 05 |60
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
te e ser criativo. O uso da tecnologia não só melhora ambientes de aprendizagem, mas também
prepara os estudantes para suas vidas e carreiras futuras.
PROCESSOS METODOLÓGICOS
O enfoque deste estudo foi o qualitativo, a qual busca “compreender o ‘como’. Preocupa-
-se em entender os fenômenos a partir dos símbolos ou significados atribuídos a eles” (GUER-
RA, 2014, p. 13). Esse enfoque é empregado para entender a experiência humana cotidiana em
toda a sua complexidade e em todos os seus cenários naturais.
Para esta pesquisa, foram selecionados como sujeitos: 06 Professores do Ensino Fun-
damental I, domiciliados no município de Manaus, com no mínimo 5 (cinco) anos de atuação na
área, abrangendo a faixa etária de 22 a 60 anos e quatro estudantes da referida escola pesqui-
sada.
Foi aplicada uma Entrevista Semiestruturada (contendo 10 perguntas) aos 06 (seis) Pro-
fessores. A mesma também foi aplicada aos 04 (quatro) Estudantes, mas contou apenas 04 per-
guntas. Segundo Guerra (2014), as entrevistas semiestruturadas oferecem ao pesquisador uma
margem de manobra considerável na sondagem dos entrevistados, além de manter a estrutura
básica da entrevista. Mesmo que seja uma conversa guiada entre pesquisadores e entrevista-
dos, há flexibilidade.
ANALISE DE RESULTADOS
|Capítulo 05 |61
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Os professores não estavam preparados para migrar para o ensino online e remoto, dada
a falta de formação, experiência e orientação na realização de aulas online. Além disso, a
migração para o ensino online durante a pandemia do COVID19 foi repentina.
Os professores podem não ter tempo para redesenhar seus materiais de ensino, ava-
liações e outros recursos de aprendizagem que contribuíram para os problemas encon-
trados. Outras escolas podem não ter um sistema de gerenciamento de aprendizagem
bem projetado, conectividade com a Internet e dispositivos eletrônicos que professores e
alunos possam utilizar durante esse período sem precedentes.
Além disso, os materiais didáticos também foram modificados para o ensino online, e os
professores empregaram aplicativos online como WhatsApp para tornar seu ensino online inte-
rativo e divertido. Nas palavras do Professor 3:
[...] apesar dos desafios pedagógicos que os professores enfrentaram em seu ensino on-
-line, pode-se notar que os professores também podem ter aprendido com essa experiên-
cia, onde se tornaram professores mais engenhosos, flexíveis e criativos, dispostos a se
adaptar ao cenário em mudança de Educação.
[...] embora algumas escolas tenham reaberto lentamente suas salas de aula para seus
alunos, outros pais e seus alunos podem não estar confortáveis e confiantes ainda para
voltar ao aprendizado em sala de aula residencial. Assim, as escolas, especialmente em
algumas instituições de ensino, podem oferecer uma sala de aula híbrida onde professo-
res e alunos se encontram para ensino e aprendizagem híbridos.
No entanto, embora o ensino híbrido possa não ser um novo método de ensino na edu-
cação, os estudos na literatura não deram uma conceituação e teorização definitiva do conceito,
pois muitas vezes é usado para se referir ao ensino híbrido. Essa distinção pouco clara apenas
deixa os professores confusos sobre seu uso, propósito e significado, especialmente durante
esta pandemia de COVID19, quando todas as instituições de ensino ainda podem não ter diretri-
zes claras sobre o retorno ao ensino presencial em sala de aula (SILVEIRA, 2021).
|Capítulo 05 |62
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Os estudos na literatura não apresentam uma definição clara de ensino híbrido, suas
diferenças em relação a outros modos de ministrar aulas (por exemplo, ensino híbrido) e como
essa metodologia de ensino é conduzida no ambiente de ensino e aprendizagem, especialmente
durante a pandemia de COVID19 (SUNDE; JÚLIO; NHAGUAGA, 2020). De fato, esses estudos
usaram o conceito de ensino ou aprendizagem híbrido de forma intercambiável com aprendiza-
gem combinada, enfatizando a combinação de instrução em sala de aula residencial com instru-
ção mediada por computador. O Professor 5 compreende que:
[...] o ensino híbrido é amplamente definido como um método de ensino que integra a
tecnologia para fornecer aos alunos um ambiente de aprendizado diferente, atendendo às
suas necessidades e preferências de aprendizado.
Professor 6 define o ensino híbrido (também conhecido como instrução em sala de aula
híbrida e aprendizagem híbrida) como:
[...] uma abordagem de ensino que não apenas integra a tecnologia no processo de ensi-
no, mas também combina alunos que são dentro de uma sala de aula física e alunos de
online.
Em outras palavras, o ensino híbrido é o ensino síncrono dos alunos em sala de aula e
online usando uma plataforma online, WhatsApp. Da mesma forma, como metodologia de ensi-
no, atende às preferências de aprendizagem dos alunos, principalmente durante a pandemia do
COVID19, pois os alunos que foram vacinados contra o vírus podem optar por retornar à sala de
aula ou continuar aprendendo online (SUNDE; JÚLIO; NHAGUAGA, 2020). Ao contrário da sala
de aula totalmente online.
O ensino híbrido pode não ser um novo método de ensino; no entanto, como outros
estudos na literatura descreveram e implementaram tal metodologia de ensino foi bastante pro-
blemático mais rentável.
Ficou comprovado que a aprendizagem híbrida é uma excelente opção, pois é um mo-
delo educacional ideal para preparar os alunos para um mundo onde o conhecimento não é um
conjunto fixo de fatos que podem ser facilmente divididos em disciplinas separadas. A figura
abaixo exemplifica com clareza os benefícios do ensino híbrido.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
A aprendizagem online foi eficaz, pois os desafios durante a pandemia foram devidamen-
te explorados e transformados em oportunidades. Além disso, a aprendizagem online mostra
uma série de excelências, como acesso e flexibilidade em termos de tempo, local, velocidade,
estilo de aprendizagem, material, avaliação ou caminho de aprendizagem para os alunos. Por-
tanto, as mudanças podem ser uma referência para o desenvolvimento de um novo padrão de
aprendizagem pós-pandemia de COVID-19.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
|Capítulo 05 |64
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
REFERÊNCIAS
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|Capítulo 05 |65
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
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Educativa-EPEduc, v. 3, n. 3, 2020.
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Capítulo
06
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.6
RESUMO
A alfabetização, devido ao caráter desafiador e científico do tema, é uma das questões educa-
cionais mais discutidas entre pesquisadores da área. O teor dessas pesquisas científicas aborda
tanto os aspectos que envolvem as políticas públicas de formação do(a) professor(a), quanto os
dados reveladores do baixo índice de aprendizagem nos primeiros anos de escolarização. A si-
tuação de crianças que passam de três a quatro anos no Ensino Fundamental e não conseguem
desenvolver as habilidades de leitura e escrita são fatores que comprometem a continuidade do
processo de aprendizagem. Tal tema é relevante devido à importância dessas habilidades no
desenvolvimento integral dos alunos, visto que a leitura e escrita favorecem inúmeros processos
cognitivos. Assim, de acordo com Magda Soares, o nosso problema é que todos aprendam a ler
e a escrever, é que todos possam fazer uso da escrita e da leitura, ainda que apenas para escre-
ver ou ler “um bilhete simples” (SOARES, 2018, p.58 grifos da autora). Essa ideia do uso básico
das habilidades de leitura e escrita está relacionada a paradigmas que precisam ser repensados.
Apresenta-se a alfabetização no Brasil, seus percursos e desafios durante as últimas décadas,
em particular as políticas públicas implementadas nesse período. Apresenta-se os documentos
da Base Nacional Comum Curricular e o Referencial Curricular Amazonense no que diz respeito
ao ensino da Língua Portuguesa especificamente referente ao processo de alfabetização.
ABSTRACT
Literacy, due to the challenging and scientific character of the subject, is one of the most discus-
sed educational issues among researchers in the area. The content of these scientific research
addresses both the aspects that involve public policies for the formation of the teacher and the
data revealing the low learning rate in the early years of schooling. The situation of children who
spend three to four years in Elementary School and cannot develop reading and writing skills are
factors that compromise the continuity of the learning process. Such theme is relevant due to the
importance of these skills in the integral development of students, since reading and writing favor
numerous cognitive processes. Thus, according to Magda Soares, our problem is that everyone
learns to read and write, that everyone can make use of writing and reading, even if it’s just to
write or read “a simple note” (SOARES, 2018, p.58 author’s emphasis). This idea of the basic use
of reading and writing skills is related to paradigms that need to be rethought. Brazil’s literacy is
presented, its paths and challenges during the last decades, in particular the public policies imple-
mented during this period. The documents are presented from the Common Curriculum National
Base and the Reference Amazonian Curriculum about the teaching of the Portuguese language
specifically regarding the literacy process.
INTRODUÇÃO
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
de formação intelectual. Por essa razão, tem sido, ao longo da história, tema de investigação
de estudiosos da área do ensino e passou por diversas mudanças metodológicas. A educação
básica, direito garantido por lei, tem como função preparar os indivíduos para a formação aca-
dêmica; e contribuir, assim, para o desenvolvimento da sociedade. O artigo 205 da Constituição
Federal Brasileira garante que “a educação é direito de todos e dever do Estado e da família” e,
além disso, prevê que tal direito será promovido e incentivado com a colaboração da sociedade.
Além disso, o artigo 22 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB), afirma que “A educação básica tem por finalidade desenvolver e propiciar
ao educando oportunidades para exercer sua cidadania e progredir no trabalho e em estudos
posteriores”.
5.4 Assegurar a alfabetização das crianças com deficiência e transtornos globais do de-
senvolvimento, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização em siste-
ma Braile e educação bilíngue para pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalida-
de temporal.
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Nessa modalidade de ensino, as crianças passam três anos pelo processo de alfabetiza-
ção, sem reprovação. Entretanto, constata-se que um número elevado desses estudantes chega
ao último ano do 1º ciclo (3º ano), sem alcançar o tão almejado letramento. É preciso, portanto,
refletir os fatores que envolvem o processo de aquisição do conhecimento. Rego revela que na
perspectiva de Vygotsky, “construir conhecimentos implica uma ação partilhada, já que é através
dos outros que as relações entre sujeito e objeto de conhecimento são estabelecidas” (REGO,
1995, p. 110).
Os professores que atuam no segundo ciclo de alfabetização assumem uma grande res-
ponsabilidade pela aprendizagem das crianças, pois essa fase de ensino pressupõe avanços no
letramento e na autonomia da criança. No entanto, essa não é uma questão simples, visto que
diversas dessas crianças chegam ao 4º ano do Ensino Fundamental sem saber ler e escrever
com fluência mínima. Evidencia-se, portanto, a necessidade de formação específica para esses
profissionais que atuam ou irão atuar nessas séries.
A comparação dos resultados das edições de 2014 e de 2016 revela uma estagnação no
desempenho dos alunos (INEP, 2018a). Além disso, percebe-se que a situação está muito dis-
tante daquela estabelecida pela meta 5 do Plano Nacional de Educação (PNE), a saber, alfabeti-
zar todas as crianças, no máximo, até o final do 3º ano do ensino fundamental. Quando a criança
chega ao final do 3º ano do ensino fundamental sem saber ler, ou lendo precariamente, como é
o caso de mais da metade dos alunos brasileiros, sua trajetória escolar fica comprometida. Isso
se reflete em altas taxas de reprovação, distorção idade-série, abandono e evasão. Segundo o
Censo Escolar de 2018, no 3º ano a taxa de reprovação foi de 9,4%, e a de distorção idade-série
foi de 12,6%, com aumento significativo nos anos seguintes (PNA, 2019, p.10-11, grifo nosso).
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Portanto, é preciso que se amplie o olhar para essa fase tão importante do processo de
escolarização. Uma criança que não consegue desenvolver suas habilidades de leitura e escrita
no tempo esperado para essa aprendizagem, poderá ser privada de um direito básico do desen-
volvimento cognitivo.
Ao adotar esse enfoque, a BNCC indica que as decisões pedagógicas devem estar orien-
tadas para o desenvolvimento de competências. Por meio da indicação clara do que os
alunos devem “saber” (considerando a constituição de conhecimentos, habilidades, atitu-
des e valores) e, sobretudo, do que devem “saber fazer” (considerando a mobilização des-
ses conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas
da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho), a explicitação
das competências oferece referências para o fortalecimento de ações que assegurem as
aprendizagens essenciais definidas na BNCC. (BNCC, 2017, p.13).
|Capítulo 06 |71
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
responsável e solidária.
A BNCC considera que “As atividades humanas se realizam nas práticas sociais, media-
das por diferentes linguagens: verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal,
visual, sonora e, contemporaneamente, digital (BNCC, 2017, p. 63). Desse modo, nas interações
sociais os sujeitos adquirem conhecimentos de acordo com sua cultura, construindo valores e
desenvolvendo sua autoformação. O referido documento define as seis competências específi-
cas para a área da linguagem, traduzindo as habilidades essenciais que os estudantes devem
desenvolver ao longo do Ensino Fundamental.
Figura 1- Competências Específicas de Linguagens para o Ensino Fundamental
Fonte: Elaborada pela pesquisadora tendo como referência a BNCC, 2017, p.65.
Para que tal normativa seja concretizada, fazem-se necessárias adequações curricula-
res em todas as instituições de ensino, tantos no referencial curricular quanto nos projetos peda-
gógicos das escolas.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Ao iniciar uma nova etapa de escolarização, a criança traz consigo conhecimentos ad-
quiridos na interação escolar e familiar. Essa riqueza decorrente da capacidade criativa de ima-
ginar um mundo a ser descoberto favorece novas experiências e direitos de aprendizagem.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
[...] brincar é uma experiência de cultura importante não apenas nos primeiros anos da
infância, mas durante todo o percurso de vida de qualquer ser humano, portanto, também
deve ser garantida em todos os anos do ensino fundamental e etapas subsequentes da
nossa formação! (BORBA, 2007, p. 42).
A história do desenvolvimento das funções psicológicas superiores nas crianças deve le-
var em conta as formas historicamente elaboradas de pensamento, como estas vão se
constituindo num organismo que se desenvolve, por meio das relações que estabelecem
com as pessoas que as rodeiam (GONTIJO, 2001, p. 26)
Ao tratar das prioridades do currículo escolar, o RCA destaca a formação integral, per-
tinentes com as Competências Gerais da BNCC, enfatiza a ampliação da jornada escolar em
tempo integral, acreditando que
Assim, considerando que boa parte dos estudantes das escolas públicas são carentes,
inclusive de acompanhamento educacional familiar, uma escola de tempo integral possibilita um
leque de opções de oportunidade de aprendizagem, construção do conhecimento, valores e ati-
tudes que favorecem a formação integral.
[...] propõe práticas voltadas ao estímulo do pensamento lógico, criativo e crítico, da capa-
cidade de questionar, argumentar, interagir e ampliar a compreensão de mundo, favore-
cendo a consolidação das aprendizagens antecedentes, a ampliação da linguagem e da
experiência estética e intercultural, sem desconsiderar os interesses e as suas expectati-
vas infantis para novas aprendizagens (RCA, 2019, p. 86).
Refletindo novamente sobre a realidade das crianças das escolas públicas, objeto de
investigação desta pesquisa, faz-se necessário ressaltar a importância de políticas públicas que
favoreçam essas possibilidades de acesso aos recursos tecnológicos. Tais mecanismos são
necessários frente aos conceitos atuais de desenvolvimento da comunicação. “As práticas de
linguagem contemporâneas não só envolvem novos gêneros e textos cada vez mais multissemi-
óticos e multimidiáticos, como também novas formas de produzir, de configurar, de disponibilizar,
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
A respeito do processo avaliativo, podemos citar ações vigentes no RCA e suas relações
com o cotidiano escolar, pensando nas crianças que ainda não conseguiram adquirir as compe-
tências e habilidades pertinentes a uma determinada fase de ensino.
O Ensino da Língua Portuguesa centrado no texto como ponto de partida para o desen-
volvimento das habilidades que se deseja alcançar, bem como o entendimento do caráter
mediador e organizador do uso que se faz da língua em situações concretas, materializa-
do por meio dos gêneros textuais, considera de fundamental importância o conhecimento
e a valorização no espaço escolar, da diversidade cultural presente no patrimônio cultural
e linguístico brasileiro, bem como a análise das diferenças existentes nos vários ambien-
tes onde a língua se materializa (RCA, 2019, p.108).
A escolha por esses campos, de um conjunto maior, deu-se por se entender que eles con-
templam dimensões formativas importantes de uso da linguagem na escola e fora dela e
criam condições para uma formação para a atuação em atividades do dia a dia, no espaço
familiar e escolar, uma formação que contempla a produção do conhecimento e a pes-
quisa; o exercício da cidadania, que envolve, por exemplo, a condição de se inteirar dos
fatos do mundo e opinar sobre eles, de poder propor pautas de discussão e soluções de
problemas, como forma de vislumbrar formas de atuação na vida pública; uma formação
estética, vinculada à experiência de leitura e escrita do texto literário e à compreensão e
produção de textos artísticos multissemióticos. (BNCC, 2017, p. 84)
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Fonte: Quadro elaborado pela pesquisadora (2020), com informações do RCA (2019)
No campo da vida cotidiana são apresentados gêneros textuais presentes na vida dos
estudantes, uma lista de supermercado que os pais costumam fazer, convites para festas ou
reuniões na escola, as receitas que costumam ser seguidas para preparo de algum alimento e
muitas outras situações que as crianças vivenciam. Já no campo vida pública, são apresentados
gêneros reais como as notícias dos jornais, revistas e outros. No campo das práticas de estudo
e pesquisa estão presentes os gêneros indicados pelos professores como elementos de novas
descobertas. No campo artístico literário são oferecidos gêneros textuais que despertam a curio-
sidade a criatividade e o prazer pela leitura.
A forma como a leitura e escrita vão despertando o interesse da criança acontece por
meio de estímulos intencionais, devidamente planejados pelos(as) professores(as), articulados
de forma lúdica e prazerosa.
[...] aprender a ler e escrever oferece aos estudantes algo novo e surpreendente: amplia
suas possibilidades de construir conhecimentos nos diferentes componentes, por sua in-
serção na cultura letrada, e participar com maior autonomia e protagonismo na vida social
(BNCC, 2017, p. 61).
Dessa forma, espera-se que “a criança seja alfabetizada ao longo dos dois primeiros
anos da educação básica (1º e 2º anos) e, durante os anos subsequentes (3º, 4º e 5º anos), se-
gue o processo de ortografização, que se consolidará durante toda a trajetória escolar de nove
anos” (RCA, 2019, p. 111). Nesse contexto, cabe refletir a respeito das crianças que chegam ao
4º ano do Ensino Fundamental sem saber ler e escrever. Portanto, essas crianças merecem um
olhar diferenciado, uma atenção individualizada, com ações assertivas, produtivas e significati-
vas. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
A escola como espaço de desenvolvimento integral dos estudantes, é o local com inú-
meras possibilidades de ofertas atrativas que estimulem a prática da leitura e escrita. Consi-
derando que as classes sociais menos favorecidas possuem recursos literários precários, o(a)
professor(a), no espaço escolar, possui um papel essencial na construção de hábitos de leitura
e produção textual.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos desafios apresentados, a escola deve oferecer uma estrutura pedagógica
que atenda às necessidades de um acompanhamento que favoreça a aprendizagem no primeiro
ciclo de escolarização. As falhas que ocorrem nos primeiros três anos do Ensino Fundamental,
resultam em crianças que chegam ao final da primeira etapa do Ensino Fundamental sem saber
ler. Essa discrepância aparece nos baixos índices de proficiência apresentados nas avaliações
em larga escala.
Essas crianças que passam pelo primeiro ano e não conseguem desenvolver as habi-
lidades iniciais da aprendizagem da língua escrita, seguem para novas etapas do processo de
escolarização com lacunas que precisam ser superadas. Por se tratar de um tema de várias pes-
quisas, devido às evidências do fracasso dos estudantes na aprendizagem da leitura e escrita, a
alfabetização deve ser repensada desde a formação de alfabetizadores, a suas práticas na sala
de aula.
A cultura implantada com o ensino por ciclos de aprendizagem, onde a criança passa
três anos no primeiro ciclo e dois anos no segundo ciclo, criou expectativas de aprendizagem
distorcidas:
• aquilo que a criança não aprende no 1º ano, pode ser consolidado no 2º ano;
• aquilo que a crianças não aprende no 2º ano, pode ser consolidado no 3º ano;
• no terceiro ano as crianças que não alfabetizados podem ser retidas nessa etapa,
porém a maioria são aprovadas mesmo com dificuldades. O resultado é que as falhas
no processo vão acompanhando as crianças até o 5º ano. Fato que não é novidade
nas escolas públicas brasileiras, o que se deve repensar são as medidas a serem
tomadas para que tal situação não aconteça.
Não se pode negar o esforço da escola em promover ações que viabilizem o desenvolvi-
mento de habilidades de leitura e escrita. Porém, essas ações devem ser analisadas na prática,
para que seus efeitos possam garantir que a aprendizagem aconteça. O engajamento dos pais
em contribuir com a escola é necessário, pois a ausência deles prejudica o processo de desen-
volvimento da criança.
No que diz respeito a formação dos alfabetizadores, considera-se que esses profissio-
nais precisam acima de tudo querer alfabetizar, gostar desse aprendizado, ter interesse em com-
preender a complexidade desse processo e colocar em prática.
|Capítulo 06 |77
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
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|Capítulo 06 |78
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
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2019.
|Capítulo 06 |79
Capítulo
07
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.7
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
O presente estudo é uma pesquisa de abordagem qualitativa, que tem por objetivo le-
vantar uma discussão acerca do processo educativo na educação infantil através das práticas
pedagógicas inclusivas. Reconhecendo que o profissional da educação precisa se atualizar, bus-
cando possibilidades de promover a inclusão propriamente dita, e garantir a essas crianças o
direito à educação, respeitando a singularidade de cada criança desenvolvendo uma Pedagogia
centrada na criança, capaz de educar a todas, sem discriminação, respeitando suas diferenças.
Assim estabelecendo um diálogo embasado por estudiosos da área, como Hines, Leon-
tiev, Campos, Vygotsky, entre outros, é que foi escolhido como metodologia a pesquisa bibliográ-
fica, permitindo uma visão mais ampla do objeto a ser estudado.
Desta forma serão levantados tópicos relevantes para uma análise reflexiva sobre o pro-
cesso de inclusão nas escolas regulares de Educação Infantil, através do diálogo entre teoria e
prática pedagógicas
O estudo é desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa e envolve ideias e con-
cepções de aprendizagem focando nas percepções e desafios dos professores que trabalham
|Capítulo 07 |81
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Para finalizar as considerações a respeito daquilo que deve fazer parte dos conhecimen-
tos dos professores de matemática e de como precisam buscar os mesmos.
DESENVOLVIMENTO
A Educação Infantil é uma etapa do ensino que tem conquistado seu espaço no decorrer
dos anos, integrando o ensino básico a partir da Constituição de 1988, até ganhar destaque atra-
vés da Lei de Diretrizes e Bases (LDB nº. 9.394/1996). Porém, ainda enfrenta vários desafios,
principalmente relacionados ao ingresso de crianças especiais nas turmas regulares.
Com a publicação das Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL,
1996), que a Educação Infantil é reconhecida como a primeira etapa da Educação Básica, ofere-
cida em creches e em pré-escolas para crianças de zero a cinco anos de idade. Com a conquista
desse direito, a formação do professor de criança pequena passa a ser um tópico de destaque
em estudos, políticas e projetos na área da educação.
São vários fatores que dificultam esse processo de inclusão: escolas sem estrutura física
que contemple a acessibilidade, a falta de professores, a dificuldade em obter um diagnóstico,
o déficit na formação de professores, são alguns desses desafios cotidianos enfrentados pelas
instituições públicas.
Sabe-se que alguns destes desafios dependem da aplicação de políticas públicas. Por
outro lado, deve-se considerar que a gestão da escola tem um papel importante para que essa
inclusão aconteça, pois segundo Hines (2008) a atuação da direção é fundamental para o suces-
so na transformação de uma escola na perspectiva inclusiva. É através das ações do diretor que
serão articuladas estratégias para facilitar o trabalho de profissionais da educação, pensando
na questão da formação, tão contestada por educadores, que se tornou um verdadeiro impasse
neste processo de inclusão, como também na articulação com pais e toda comunidade escolar
|Capítulo 07 |82
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A escola como espaço inclusivo enfrenta inúmeros desafios, conflitos e problemas que
devem ser discutidos e resolvidos por toda comunidade escolar. Essas situações desafiadoras
geram novos conhecimentos, novas formas de interação, de relacionamentos, modificação nos
agrupamentos, na organização e adequação do espaço físico e no tempo didático, o que bene-
ficia a todas as crianças
Pensando nesses desafios, entende-se que é no cotidiano da sala de aula que existe
a possibilidade de identificar como esse processo de inclusão está acontecendo, o que leva a
questionar sobre como as práticas pedagógicas podem contribuir para que a inclusão aconteça
nas classes regulares de Educação Infantil.
A inclusão é um desafio, que ao ser devidamente enfrentado pela escola comum, provoca
a melhoria na qualidade da educação básica e superior, pois para que os alunos com e
em deficiência possam exercer o direito à educação em sua plenitude, é indispensável que
essa escola aprimore suas práticas, a fim de atender as diferenças. (MANTOAN,2007, p.
45)
|Capítulo 07 |83
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Que estas práticas pedagógicas, sejam à partir de experiências significativas que levem
a criança a desenvolver suas habilidades, que irão surgir de acordo com cada situação estraté-
gias de ensino para que tanto a criança dita “normal”, quanto a criança com necessidade espe-
cial na Educação Infantil, possam construir seus conhecimentos.
É a atividade que mediatiza a relação entre o homem e a realidade objetiva. É por meio
da atividade que o homem entra em contato com os objetos e fenômenos do mundo, atua sobre
eles e quando os transforma a si mesmo. Para Leontiev (1978), a atividade compreende os pro-
cessos que são determinados, psicologicamente, pelo fato do seu objetivo coincidir com o motivo
que estimula a pessoa a uma atividade específica. Em determinado na vida, há uma atividade
promotora de mudanças essenciais na personalidade e no desenvolvimento infantil.
|Capítulo 07 |84
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O trabalho revela a urgência por uma formação docente capaz de promover a capacita-
ção específica para trabalhar na educação infantil. Sabe-se que cabe ao professor a tarefa de re-
alizar uma prática educativa voltada ao pleno desenvolvimento dos diversos aspectos da criança
pequena, privilegiando o ensino contextualizado e significativo e valorizando suas experiências
de vida, sua história, cultura e relações sociais. Entender e respeitar as diferenças e histórias de
cada criança, determinantes para os processos de ensino e de aprendizagem e apropriações de
novos conhecimentos, é outra importante capacidade docente.
Conclui-se, portanto, que se torna importante pontuar que a educação inclusiva não se
faz apenas por decreto ou diretrizes. Ela é construída na escola por todos, na confluência de
várias lógicas e interesses sendo preciso saber articulá-los. Por ser uma construção coletiva, ela
requer mobilização, discussão e ação organizacional de toda a comunidade escolar, e encami-
nhamentos necessários ao atendimento das necessidades específicas e educacionais de todas
as crianças.
As crianças precisam serem olhadas não como problemas, incompletude, mas como
pessoas com possibilidades diferentes, com algumas dificuldades, que, muitas vezes, se tornam
desafios com os quais pode-se aprender e crescer, como pessoas e profissionais que buscam
ajudar o outro.
REFERÊNCIAS
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|Capítulo 07 |85
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
HINE, J. T. Making collaboration work in inclusive. hing school clasrooms: recommendations for
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|Capítulo 07 |86
Capítulo
08
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.8
INTRODUÇÃO
Desse modo, evidenciamos, a seguir, definições relacionadas ao termo TICs, bem como
aspectos dos processos de ensino e aprendizagem frente às TICs, sendo eles o planejamento e
a avaliação dentro das Unidades Escolares, as práticas e atitudes dos docentes e do Supervisor
Educacional e suas melhorias, além dos impactos que as TICs causaram nas escolas, aspectos
estes que, posteriormente, são confrontados com as informações encontradas na revisão biblio-
gráfica, portanto, analisados e interpretados os dados coletados à luz do referencial teórico do
trabalho.
A sociedade atual está cada vez mais ligada às tecnologias, resultado da inserção, no
cotidiano, de técnicas que facilitam a vida moderna, bem como os trabalhos desenvolvidos pela
inteligência humana no decorrer da sua história. Durante o processo evolucionário, em cada
adaptação ou inclusão de técnicas, surgem mudanças nas relações sociais. No contexto atual, é
cada vez mais comum realizar compras, conversar, ler livros, fazer novas amizades, entre outras
coisas, por meio do mundo virtual. Nesse sentido, os especialistas da área educacional reco-
mendam que sejam adotados recursos tecnológicos nas escolas, assim como na formação dos
professores, para que eles possam aprender e se apropriar das novas tecnologias, agregando
esses recursos aos seus cursos.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Diante destes entraves referentes aos recursos digitais, os docentes têm que deixar de
ser apenas explicadores de conteúdos e assumir a função de facilitadores da aprendizagem,
avaliando os processos de ensino e aprendizagem por meio de diversas ferramentas e os quesi-
tos de cada método. Ao docente cabe propor atividades e ter transparência ao divulgar e discutir
a atual realidade com os estudantes e o Supervisor Educacional, visando proporcionar apoio a
ambos para a adoção de técnicas que melhor se adaptem à situação da instituição de ensino.
Esse processo de mudança tem característica de ressignificação da prática, pois somente se
torna possível mediante o desenvolvimento relacional colaborativo. Ou seja, o processo de trans-
formação do âmbito escolar não pode ser efeito por ações isoladas, ele precisa do engajamento
de todas as pessoas envolvidas no contexto.
Supervisão significa ter uma visão maior, superior em termos de ângulos e não de hierar-
quia. Uma visão mais apurada, que possibilite ao supervisor olhar os elementos e suas ar-
ticulações de uma forma mais ampla. A partir desse olhar orientará sua equipe, indicando
o rumo a ser seguido: aonde e como chegar, tendo a visão clara da missão, estratégias,
objetivos e valores básicos.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Nesta direção, todos contribuem para que a inovação se constitua, e, desse modo, tem-
-se um processo altruísta composto pela interação dos envolvidos. Entretanto, a participação
dos docentes na proposta de mudanças dos métodos educacionais não ocorre do nada, os
professores sentem necessidade de operacionalizar o significado da mudança (FERNANDES,
2000). Assim, é compreensível que os docentes não resistam às mudanças apenas por resistir.
Eles sentem necessidade de compreender como funcionam os métodos de ensino diferentes já
experimentados, querem conhecer propostas de trabalho, seus pressupostos filosóficos, políti-
cos e pedagógicos, para, então, adotá-los no seu fazer docente. Se faz necessário lembrar aqui
que o professor não aprende por osmose ou por decreto, nem pode lhe ser atribuída exclusiva
responsabilidade sobre o processo de aprendizagem. Trata-se de um aprendizado desafiante,
individual e coletivamente exigente, que precisa de tempo, esforço, dedicação e apoio institucio-
nal dado, principalmente, pelos Supervisores Educacionais.
O educador não é mais aquele que apenas educa, pois, enquanto ensina, também
aprende. E, assim, ambos se tornam sujeitos do processo e crescem juntos, uma vez que os “ar-
gumentos de autoridade” já não valem (FREIRE, 1987, p. 68). O docente que sabe que aprende
enquanto ensina rompe com o ensino tradicional, em que somente se ensina por transmissão.
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Nesta ruptura, muitos saberes aparecerão, visto que, dependendo da origem e das intenções, o
conhecimento pode ser distinto.
Outra ideia é o uso do computador na escola como dispositivo que é de extrema impor-
tância na aquisição de novos conhecimentos. Todavia, o uso das TICs no contexto escolar deve
ter como objetivo mediar o processo de aprendizado dos estudantes, promovendo a aprendiza-
gem e desenvolvendo habilidades relevantes, de modo que o estudante participe da sociedade
do conhecimento. Para que as TICs promovam as transformações esperadas no processo de
ensino, os meios tecnológicos não devem ser utilizados como máquinas de ensinar ou aprender,
mas como ferramenta de apoio pedagógico que crie um ambiente interativo capaz de proporcio-
nar ao educando um bom processo de ensino-aprendizagem, com possibilidade de construir o
seu próprio conhecimento.
A utilização das TICs não garante, por si só, a aprendizagem dos estudantes. A inserção
dos recursos tecnológicos na Educação deve ser bem acompanhada pelos docentes, para que,
assim, os alunos aprendam de forma responsável, não usando as ferramentas apenas como
forma de diversão e de passatempo. Destaca-se, aqui, que:
As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que representam,
mediam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de representação da
realidade, de forma mais abstrata ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou
paralela, mas todas elas, combinadas, integradas, possibilitam uma melhor apreensão da
realidade e o desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes
tipos de inteligência, habilidades e atitudes (MORAN, 2008, p. 170).
|Capítulo 08 |91
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objetivos elencados e planejados como metas e, em algumas situações, se torna o único meio
de projetar-se socialmente de forma justa.
A educação escolar deve ser levada como prioridade pela sociedade – alunos, pais,
família, docentes, orientadores, supervisores e demais profissionais da escola e indivíduos per-
tencentes à sociedade, para que os desejos deles sejam contemplados. Assim, contando com
auxílio do Supervisor Escolar, a escola deve estabelecer metas e objetivos para serem alcança-
dos nos processos de ensino e aprendizagem. Logo, devemos fazer as seguintes indagações:
como devemos pensar em estrutura e organização escolar? Como devemos organizar a escola
para que os alunos possam ter uma boa aprendizagem? E ainda: o que devemos fazer para que
a aprendizagem aconteça de forma significativa para o educando? Para isso existe a obrigação
de se planejar situações e ações que suprirão as necessidades existentes nos processos de
ensino e aprendizagem.
Assim, para que aconteça uma boa aprendizagem, é necessário, sempre, estarmos (re)
orientando o planejamento as realidades encontradas nas escolas. Portanto, se faz imprescin-
dível adotar o Projeto Político Pedagógico – PPP nas escolas, pois é um documento elaborado
pela comunidade escolar e coordenado pela gestão escolar, no qual estão contidos os objetivos,
as carências, metas e a realidade da unidade escolar, para que tudo isso possa ser trabalhado,
de forma conjunta, pelos profissionais disponíveis na mesma, tendo em vista que, conforme cita
Veiga (2003, p. 13): “[...] o Projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um
sentido explicito, com um compromisso assumido coletivamente”.
|Capítulo 08 |92
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
ensino e aprendizagem com vistas às TICs. Barbosa et al. (2004, p. 2) abordam este assunto da
seguinte forma: “Para as escolas e educadores, a necessidade mais importante criada pelo uso
generalizado das TICs, é saber como aplicar todo o potencial existente no sistema educacional,
especialmente nos seus componentes pedagógicos e processos de ensino e de aprendizagem”.
Tanto o PDE quanto o ProInfo ao abordarem objetivos sobre a TICS citam questões re-
lacionadas ao direito de todos, a cidadania que, na perspectiva das políticas citadas se
fariam pela inclusão, pelo acesso às tecnologias de informação e comunicação. Consi-
deram que estas tecnologias seriam as ferramentas capazes de possibilitar e “enfrentar
estruturalmente a desigualdade de oportunidades educacionais”.
Contudo, apenas colocar vários computadores em uma escola não é oportunizar apren-
dizagem por meio das tecnologias, necessita-se capacitar os professores e todos os servidores
da escola para a utilização dos novos meios de informação e comunicação, além de descrever,
no PPP, como ocorrerá a facilitação destes meios para os profissionais da escola e para os alu-
nos durante o processo de ensino e aprendizagem. Segundo Motta (2008, p. 2-3), compreende-
-se que:
[...] apesar de todos os programas governamentais, o primeiro grande desafio que tere-
mos de enfrentar é o da capacitação docente. Qualquer recurso didático esteja ele ligado a
qualquer metodologia, seja ele tecnológico ou não, dificilmente será a perdição ou a solu-
ção para qualquer questão educacional. A pergunta a ser feita é: os professores estão ap-
tos a investigar tal recurso a ponto de correlacionar o seu potencial às suas necessidades?
Muitos professores não têm contato com as novas TICs, tanto em seu cotidiano quanto
na prática pedagógica. Reiteramos ainda que, em vários casos, os docentes não são donos de
equipamentos tecnológicos que poderiam ser usados em sala de aula, o que, por sua vez, torna
o contato com esses recursos cada vez mais difícil. Outro fato também notório, e descrito no
texto de Dieb (2009, p. 9), diz respeito a um sentimento presente nos professores, orientadores
e supervisores educacionais, que contribui muito para o desuso dos novos meios de ensino e
aprendizagem, e que é a insegurança. Nas palavras do autor: “[...] entre os vários sentimentos
que rondam o cotidiano das professoras está o de insegurança acerca da atividade que realizam.
Essa insegurança, que ora relatam, pode ser fruto da formação que receberam no ensino médio
e que, em alguns casos, não se fortaleceu no ensino superior” (DIEB, 2009, p. 9). E por mais que
tenham ajuda de alguns profissionais da coordenação ou apoio pedagógico (supervisores e/ou
orientadores educacionais e/ou de tecnologias), vários professores ainda sentem receio de atuar
nesta nova linha.
|Capítulo 08 |93
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
tes ainda se sentem incapacitados para a utilização das TICs como uma maneira atual de prática
nos processos de ensino e aprendizagem dos estudantes. Todavia, cabe, como desafios, aos
Supervisores Educacionais, de forma interligada, conduzir, mediar e propor ações, para o plane-
jamento dos docentes, que abarquem o uso de TICs nos processos de ensino e aprendizagem,
além de ajudar os estudantes na conscientização desses usos e na busca por identificar seus
anseios e suas necessidades.
Apenas incluir computadores em salas que, normalmente, ficam fechadas, não é estar
inserindo a tecnologia de fato, é camuflar a situação. Para ocorrer a introdução tecnológica nas
instituições de ensino e, principalmente, na Educação Básica, é essencial o apoio, não apenas
tecnológico, mas também pedagógico, ou seja, é de suma importância estar orientando os pro-
fessores e os alunos neste processo. Assim, deve-se possibilitar o uso correto das tecnologias
em benefício da educação, pois, sem traçar objetivos concretos e definidos, o que se pretende
realmente fazer pode acabar ficando à deriva, sem que os estudantes aprendam sobre o assunto
ou conteúdo e, em algumas situações, até prejudicando a utilização posterior das tecnologias
durante outras aulas.
As tecnologias exigem saberes que vão muito mais além do que simplesmente ligar e
desligar um computador, haja vista que estas tecnologias são compostas de vários periféricos
de computadores, bem como de programas para os mesmos ou para outros aparelhos, e muito
mais do que isso, os componentes tecnológicos são destacados pela união de softwares e har-
dwares em um único lugar, ou seja, a unidade lógica manuseada na parte física, cabendo ao pro-
fessor saber manejar os aparelhos tecnológicos durante as aulas. Conforme Dieb (2009, p. 6):
Todavia, temos que atentar para as questões encontradas nas escolas, que podem pre-
judicar os processos de ensino e aprendizagem quando realizadas por intermédio das tecnolo-
gias. Miranda (2007, p. 4) elenca duas questões:
A primeira prende-se com a falta proficiência que a maioria dos professores manifesta no
uso das tecnologias, mormente as computacionais. Vários estudos têm revelado que a
maioria dos professores considera que os dois principais obstáculos ao uso das tecnolo-
gias nas práticas pedagógicas são a falta de recursos e de formação [...].
A segunda razão prende-se com o fato de a integração inovadora das tecnologias exigir
um esforço de reflexão e de modificação de concepções e práticas de ensino, que grande
parte dos professores não está disponível para fazer. Alterar estes aspectos não é tarefa
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
O problema reside em que alguns professores têm uma concepção romântica sobre os
processos que determinam a aprendizagem e a construção de conhecimento e concomi-
tantemente do uso das tecnologias no ato de ensinar e aprender. Pensam que é suficiente
colocar os computadores com algum software ligados a Internet nas salas de aula que os
alunos vão aprender e as práticas se vão alterar. Sabemos que não é assim. (MIRANDA,
2007, p. 4).
Quanto aos pontos otimistas das tecnologias, Miranda (2007, p. 4-5) destaca que “[...]
os efeitos positivos só se verificam quando os professores acreditam e se empenham de “corpo
e alma” na sua aprendizagem e domínio e desenvolvem atividades desafiadoras e criativas, que
explorem ao máximo as possibilidades oferecidas pelas tecnologias”. Só que, para isto, é funda-
mental que os docentes as utilizem com os alunos, segundo Miranda (2007, p. 4-5), da seguinte
forma:
Vimos, então, que a inserção das tecnologias nos processos de ensino e aprendizagem
dos alunos deve ocorrer de forma gradual e por intermédio de assuntos não tão complexos, exi-
gindo que os alunos não utilizem a prática do “copiar e colar”, principalmente de sites não confiá-
veis. É necessário subordinar a condição de uma boa leitura, antes de tudo, não comprometendo
a liberdade de receber, utilizar e compartilhar informações, desde que estas sejam verídicas e
fundamentadas, pois uma das demandas da “sociedade da informação” é a possibilidade de criar
e estar presente em todas as etapas da construção da informação, desde a formação inicial até
a divulgação.
[...] Por outro lado, educar em uma sociedade da informação significa muito mais que
treinar as pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se
de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter
uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no
conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem
como aplicar criativamente as novas mídias [...]. Trata-se também de formar os indivíduos
|Capítulo 08 |95
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a con-
tínua e acelerada transformação da base tecnológica.
Destacamos que a exigência mais urgente gerada pelas novas tecnologias é a de fomen-
tar a alfabetização digital em âmbito nacional, fundamental na organização da sociedade para se
efetuar as mudanças.
Por esta razão, a educação não pode mais restringir-se ao conjunto de instruções que o
docente transmite para o estudante receptor, ela deve enfatizar a construção do conhecimento
pelo educando e o desenvolvimento de novas competências necessárias para sobreviver na so-
ciedade atual. Nesse sentido, a formação do indivíduo para atuar nesta nova sociedade implica
entender a aprendizagem como maneira de representar o conhecimento, provocando um redi-
mensionamento dos conceitos já conhecidos, possibilitando a busca da compreensão de novas
ideias e valores.
Em concordância com Paulo Freire (1996, p. 29), não há ensino sem pesquisa e pesqui-
sa sem ensino, pois “o que há de pesquisador no professor não é uma qualidade ou uma forma
de ser ou de atuar que se acrescente a de ensinar. Faz parte da natureza da prática docente a in-
dagação, a busca, a pesquisa”. É fundamental que o docente, em sua formação continuada, “[...]
se perceba e se assume, porque professor, como pesquisador” (FREIRE, 1996, p. 29), cabendo
ao Supervisor Educacional a função de auxiliar e provocar nos docentes a busca por formação
continuada permanentemente.
Novos conceitos, até para a alfabetização, surgiram em virtude das tecnologias, e com
eles, novas formas de trabalhar devem ser utilizadas para se adequar às necessidades encon-
tradas. Porém, indagamos: como isso poderá ocorrer? Por certo, somente com o apoio dos
docentes e Supervisores Escolares que buscam conhecer estes novos meios, para, assim, atu-
alizar seus conceitos. Resumindo, podemos confirmar que novas formas de ensino auxiliam no
desenvolvimento da aprendizagem e, de certa maneira, facilitam ainda mais o acesso ao conhe-
cimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
|Capítulo 08 |96
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
então, começar a pensar no que realmente pode ser realizado a partir da utilização dessas novas
tecnologias, particularmente da internet, no processo educativo. Também é preciso destacar a
importância da presença dos Supervisores Educacionais neste processo, pois é extremamente
relevante seu acompanhamento nos processos de ensino e aprendizagem, bem como a forma-
ção dos docentes para atuação frente às TICs e a garantia dos meios tecnológicos nas escolas.
REFERÊNCIAS
DIEB, M. O professor de Educação Infantil e as novas TICs: relações identitárias e letramentos. Belo
Horizonte: [s.n.], 2009.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 15 ed. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
MORAN, J. M. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007.
PAIVA, A. M. et al. A integração da TIC na escola básica: questões para avaliação. Revista Eletrônica
do Centro de Ciências Exatas, Tecnológicas e da Natureza da Universidade Severino Sombra, ano 1,
volume 1, 2008.
|Capítulo 08 |97
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
VEIGA, I. P. A. Escola: espaço do projeto político pedagógico. 6 ed. Campinas: Papirus, 2003.
|Capítulo 08 |98
Capítulo
09
A contribuição do neuropsicopedagogo
no ambiente escolar
Aline Batista de Carvalho
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.9
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo pesquisar, observar, discutir, e elaborar estudos a partir
de artigos publicados sobre propostas elaboradas e executadas pelo profissional que desempre-
nha a neuropsicopedagogia em consultórios para espaços comum escolares, de modo que este
profissional seja integrado à educação pública; observar através dos desempenhos positivos os
aspectos agregadores que a estimulação neuropedagógica pode proporcionar para o desen-
volvimento motor e cognitivo das crianças pequenas, sobretudo os que necessitam de maiores
intervenções para o ganho da autonomia, como crianças neurodivergentes ou com desenvolvi-
mento sensório-motor comprometido. Os estudos utilizados para o desenvolvimento do artigo
foram artigos científicos, livros e publicações que tratam do assunto.
INTRODUÇÃO
A escola, como instituição, precisa manter seu trabalho para educar milhões de brasilei-
ros e formar cidadãos frente as dificuldades. O perfil dos estudantes tem mudado, principalmente
com a pandemia da Covid-19. E também, o número de crianças neurodivergentes aumentou
exponencialmente: 37,7% em um ano (2018). Desse modo, as metodologias dos professores
se tornaram obsoletas para as novas necessidades dos estudantes e as novas abordagens em
educação.
|Capítulo 09 |100
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
O ser humano passa por diversas fases de desenvolvimento, entre eles sensório-motor,
simbólico, concreto, formal (Piaget, 1999). Além do mais, tem os aspectos comportamentais e
sociais, elencadas por Freud como Id, Ego e Superego (Freud, 1996) e outros aspectos que te-
óricos e estudiosos da aprendizagem se debruçaram como a interação social, o meio ambiente,
o comportamento, o condicionamento. Nesses quesitos, levantaram essas questões Vygotsky,
Wallon, Freinet, Montessori e outros.
A formação do ser humano é entrelaçada por diversos fatores: escola, família, cultura,
saúde, lazer. Ocorre que muitas pessoas não tem segurança, estrutura familiar funcional, acesso
à cultura e saúde. E essas questões em desarmonia pode comprometer a aprendizagem, como
veremos adiante.
A educação está cada vez mais sucateada, em condições precárias, sem recursos bási-
cos, profissionais desvalorizados, mal remunerados, desestimulados. Por outro lado, a demanda
de crianças matriculadas em escolas públicas aumentou em relação às escolas privadas, confor-
me mostra o gráfico da reportagem da revista Veja:
1 – Gráfico de matrículas rede publica e rede privada
|Capítulo 09 |101
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Os reflexos e efeitos da pandemia, após o retorno das aulas, é possível observar: crian-
ças que passaram muito tempo em telas, ambientes inseguros, insegurança alimentar. As crian-
ças estão com mais ansiedade e o déficit de aprendizagem é grande. As crianças que estavam
na educação infantil em 2019, quando retornaram, foram matriculadas no 2º ano do ensino fun-
damental, sem ter passado pela base preparatória para essa nova fase.
|Capítulo 09 |102
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
e desinteresse. Por isso, a importância da família na vida das crianças. A rede de apoio familiar
ameniza os muitos problemas que atrapalham a aprendizagem e a vida social da criança.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Está claro que o perfil de estudantes mudou sobretudo após o fechamento das escolas
por dois anos ocasionadas pela pandemia da Covid-19. Porém, a instituição escolar, principal
instituição social de educação, vem se arrastando com diversos problemas ao longo dos anos. E
mesmo a demanda de alunos matriculados na rede pública seja grande, a tendência vem cres-
cendo pois há uma migração de crianças vindo da rede privada para a rede pública. Entretanto,
a escola não se prepara para atender o novo perfil de alunos e os alunos com necessidades
educacionais especiais. Não há estrutura adequada, com recursos pedagógicos adequados e
profissionais adequados.
|Capítulo 09 |103
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
carentes. E muitas vezes eles não têm com quem conversar e expor suas angústias.
O ideal de escola com todo tipo de profissional está longe de acontecer. Mas é importan-
te a sociedade pressionar o poder público para que reveja suas políticas públicas para tornar a
presença desse profissional obrigatória, garantindo acesso e qualidade de vida para as crianças
no âmbito escolar.
REFERÊNCIAS
GIANINNI, Alessandro. Cresce o número de alunos que trocam a rede privada pela pública. Revista
Veja, Publicado em 7 ago. 2022, 08h00
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/educacao/cresce-o-numero-de-alunos-que-trocam-a-rede-
privada-pela-publica/
HAJE, Lara. Uma a cada 4 crianças e adolescentes teve sinais de ansiedade e depressão na pandemia,
aponta estudo. 17/06/2021 - 14:11 Fonte: Agência Câmara de Notícias
RIVIEIRA, Camila. Revista EXAME. Matrículas na rede privada despencam em 2021; veja dados
do Censo Escolar. Publicado em 31/01/2022 às 20:58. Disponível em Matrículas na rede privada
despencam em 2021; veja dados do Censo Escolar | Exame
TENENTE, Luiza. Número de alunos com autismo em escolas comuns cresce 37% em um ano;
aprendizagem ainda é desafio. G1 Educação. Publicado em 02/04/2019 06h01, disponível em https://
g1.globo.com/educacao/noticia/2019/04/02/numero-de-alunos-com-autismo-em-escolas-comuns-cresce-
37percent-em-um-ano-aprendizagem-ainda-e-desafio.ghtml
|Capítulo 09 |104
Capítulo
10
Indicadores de qualidade na educação:
autoavaliação da gestão pedagógica
Quality indicators in education:
self-assessment of pedagogical
management
Francisca Arlete Costa de Oliveira
Doutora em Ciência da Educação pela Universidad San Lorenzo (Paraguai)
Eduardo Genaro Escate Lay
Doutor em Psicologia e Educação pela Universidad de Léon (Espanha)
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.10
RESUMO
ABSTRACT
This study is an excerpt from a doctoral research that analyzed pedagogical self-assessment and
school management: conceptions and practices of the implementation of the New Middle Scho-
ol Program in schools of the state education network in Manaus-AM. The research shows that
carrying out a self-assessment is essential to understand how the role of manager is being fulfil-
led within an educational institution. It is a formidable analysis tool, which consists not only of a
conversation of questions, which the manager himself can answer, but also listening to questions
from teachers, pedagogues, coordinators, students, in short, the school community as a whole.
Educational outcomes management primarily refers to assisting with monitoring and evaluating
school performance related to student learning. This is a qualitative research that in its methodo-
logy used, as instrument, the bibliographic survey. Thus, we will present conceptions inherent to
selected themes.
INTRODUÇÃO
É importante que haja indicadores de qualidade para nortearem a gestão, o que pode
incluir: a avaliação e a busca contínua de melhoria do projeto pedagógico da escola; a análise, a
divulgação e a utilização dos resultados obtidos; os níveis de satisfação dos alunos e da comu-
nidade escolar; a transparência e confiabilidade nos resultados.
|Capítulo 10 |106
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
O ato de planejar está presente em todos os momentos da vida humana. A todo o mo-
mento as pessoas são obrigadas a planejar, a tomar decisões que, em alguns momentos, são
definidas a partir de improvisações; em outros, são decididas partindo de ações previamente
organizadas (KENSKI, 1995). A importância e a necessidade do planejamento em educação são
de extrema necessidade, sem um planejamento adequado, as ações tendem a ser improvisadas,
imediatistas, levando notadamente ao erro, causando enormes prejuízos a educação. O ato de
prejuízos a educação. O ato de planejar, faz com que a ação do gestor escolar seja ampla, tendo
condição de permear uma liderança seguramente e uma organização sistematizada. Essa ativi-
dade é assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que garante que
todos os profissionais que trabalham em uma escola tenham um tempo reservado para planejar
a rotina.
|Capítulo 10 |107
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
É importante frisar que o planejamento escolar não pode ser conduzido de forma auto-
ritária e centralizador, por isso cabe ao gestor a mediação desses processos para extrair o me-
lhor de cada colaborador, para que não ocorram de forma isolada ou estanque, e sim de forma
sistemática, articulada e permanente, buscando garantir a organização e o desenvolvimento
da gestão da escola. O planejamento é uma prática de elaboração conjunta dos planos e sua
discussão pública, é um processo contínuo de conhecimento e análise da realidade escolar em
suas condições concretas, de busca de alternativas para solução de problemas e de tomada de
decisões (LIBÂNEO, 2004).
A construção de uma escola com qualidade implica em instituir processos mais participa-
tivos na gestão escolar, principalmente no que diz respeito ao acompanhamento e a avaliação do
que a escola faz e deve fazer para cumprir sua função social. De acordo com Luck (2009, p.45):
|Capítulo 10 |108
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
A autoavaliação pode ser um excelente mecanismo, visto que permite melhorar os pro-
cessos para que a escola atinja os seus objetivos de aprendizagem. Com destaque a outra
vantagem do uso dessa ferramenta é contagiar a equipe. Por meio dela, o autoconhecimento é
indispensável para que o gestor analise a maneira como toma as decisões e reage diante de ad-
|Capítulo 10 |109
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
versidades, mostrando a professores e funcionários que todos têm o que aprender no processo
de reflexão.
Entretanto, o que importa mesmo é saber: o que significa avaliar? O que deve ser ava-
liado? Qual a importância da avaliação para garantir a qualidade social da escola? E o que tem
a ver avaliação com a organização e gestão da escola?
Assim, percebe-se que a análise cuidadosa de tais aspectos e variáveis poderá fornecer
elementos para que, no ato do planejamento, sejam definidas novas prioridades, possam ser
estabelecidas metas e responsabilidades. Nessa direção, a escola pode reconhecer como a
avaliação contribui para a melhoria da qualidade da educação oferecida à comunidade. Segundo
Belloni (2000) a avaliação institucional visa o aperfeiçoamento da qualidade da educação, isto é,
do ensino, da aprendizagem e da gestão institucional, com a finalidade de transformar a escola
atual em uma instituição comprometida com a aprendizagem de todos e com a transformação
da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dessa análise acerca do trabalho pedagógico na escola, observamos que o ges-
tor escolar, no desenvolvimento de sua função, deve favorecer no ambiente escolar condições
harmoniosas e práticas de ensino promotoras de aprendizagens aos alunos. Para isso, se faz
necessário a construção de uma gestão pedagógica que perpasse por todos os espaços escola-
res e a criação de uma educação simultaneamente disciplinada e consistente.
|Capítulo 10 |110
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
Percebemos, ainda, que o gestor escolar no uso de suas atribuições com princípios
democráticos é levado a refletir sobre sua prática pedagógica, com intuito de conceber uma re-
alidade democrática nas escolas e consequentemente uma gestão participativa que evidencia a
responsabilidade de cunho eminentemente pedagógico. Isto faz com que a gestão escolar não
deve ter como foco apenas dimensão administrativa da escola, mas principalmente a gestão pe-
dagógica, em que o gestor priorize o processo de ensino-aprendizagem qualitativo.
REFERÊNCIAS
DIAS SOBRINHO. J. Avaliação: Políticas Educacionais e Reformas da Educação Superior. São Paulo,
Cortez, 2003.
FLETCHER, Philip. R. Propósitos da avaliação educacional: uma análise das alternativas. Estudos em
Avaliação Educacional, São Paulo, FCC, n. 11, p. 93-112, jan./jun. 1995
KENSKI, V. M. Avaliação da aprendizagem. In: VEIGA, Ilma Passos de Alencastro (Org.). Repensando a
Didática. 10. ed. Campinas: Papirus, 1995.
LAFOND, M. André Claude (1998). A avaliação dos estabelecimentos de ensino: novas práticas, novos
desafios para as escolas e para a Administração. In: Autonomia, Gestão e Avaliação das Escolas. Porto:
Edições Asa, 1998.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: teoria e prática. 5ed. Goiânia: Alternativa,
2004.
LUCK, Heloísa. Dimensões de gestão escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009.
LUCK, Heloísa. Gestão da cultura e do clima organizacional da escola. Série: cadernos de Gestão. Rio
de Janeiro, Vozes, 2013.
SOBRINHO, José Amaral. Plano decenal de educação para todos: perspectivas. Em aberto, ano 13, n.
59, Brasília, 1994.
|Capítulo 10 |111
Capítulo
11
O uso da realidade aumentada como
ferramenta experimental para o
ensino da física
The use of augmented reality as a
experiment tool for the teach physics
Jonathas Matheus Regis Chaves
Thallyson Menen Silva de Moura
Valmar Sobrinho e Tibério Alves
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.11
RESUMO
Dentre as disciplinas obrigatórias no ensino médio temos que o ensino da física é composto
essencialmente pela aprendizagem prática e empírica. Entretanto, nem sempre é possível apre-
sentar de forma prática o seu estudo devido às más condições do ensino público Brasileiro e a
falta de ferramentas para sua realização. Dessa maneira, a busca por soluções eficientes de bai-
xo custo capaz de proporcionar ao aluno a prática experimental é um tema bastante relevante no
ensino das ciências em geral. À vista disso, realizamos neste trabalho diversas pesquisas sobre
o uso da realidade aumentada no Ensino com a proposta de prototipar um laboratório virtual que
possa substituir de forma eficiente a falta de laboratório nas escolas públicas. Para isso realiza-
mos diversos testes com a proposta de compará-los com os valores teóricos a fim de garantir sua
eficácia para o ensino experimental da física.
ABSTRACT
Among the required subjects in high school that teaches physics is essentially practical and em-
pirical learning. However, it is impossible to present its study practically due to the terrible condi-
tions of Brazilian public education and the lack of tools for its realization. In this way, the search for
low-cost solutions can provide the student with an experimental practice, which is a very relevant
topic for science teaching in general. Because of this, we carried out, in this work, several kinds
of research on the use of augmented reality in teaching with a proposal to prototype a virtual labo-
ratory that can efficiently replace the lack of laboratories in public schools. For this, we performed
several tests with a recommendation of comparison with the theoretical values to make it easy to
work for the experimental physics teaching.
INTRODUÇÃO
Em um estudo feito por Fonseca et al. (2013), utilizando um laboratório virtual como fer-
ramenta de apoio ao ensino da física, foi observado uma maior familiaridade e compreensão do
conteúdo por parte dos alunos quando comparado ao uso dos laboratórios reais. A justificativa
para esse fato está ligada a fundamentação teórica necessária para entender todo o funciona-
mento do experimento real, enquanto no virtual o entendimento é mais trivial devido às informa-
ções mais expostas e resumidas ao usuário. Dessa forma, esse artigo apresenta a construção de
experimentos físicos em realidade aumentada como alternativa eficiente para realização virtual
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Como exemplo dessa ferramenta em aplicações na física, Veigas; Vieira e Silva (2012),
apresentam um projeto de laboratório virtual criado com a ferramenta AR Toolkit realizando ex-
perimentos como plano inclinado, colisão de blocos e pêndulo. Já Souza e Kirner (2011) utilizam
a realidade aumentada em um projeto de eletromagnetismo para demonstração do experimento
de Oersted, apresentando uma relação entre a eletricidade e o magnetismo mediante aproxima-
ção de uma bússola a um fio condutor de um circuito elétrico fechado. Um dos estudos mais re-
centes da RA na física foi o de Dornel et al. (2021) no estudo da relatividade geral apresentando
o funcionamento dos eclipses, para isso o autor se utiliza de experimentos visuais com o uso de
“QR codes” que demonstram como a relação Terra-Lua-sol formam os eclipses, além disto como
o espaço-tempo deformado pode curvar a luz que vem dos astros. Além da física, pesquisas re-
centes buscam realizar possíveis aplicações da realidade aumentada em outras áreas do conhe-
cimento. Na matemática, Salinas e González-Mendivil (2017) desenvolveram uma ferramenta
na área do cálculo que possibilita a visualização de sólidos de revolução por meio da realidade
aumentada. Na mesma área, Macedo, Silva, Buriol (2016) criaram um aplicativo que apresenta
em RA a geometria espacial de pirâmides, mostrando sua estrutura e realizando interação com
o usuário por intermédio de perguntas sobre o que está sendo apresentado. No campo da carto-
grafia, Souza et al. (2016) utilizam essa tecnologia na criação de figuras tridimensionais (maque-
tes) de determinados locais.
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DESENVOLVIMENTO DO APLICATIVO
Ferramentas de Desenvolvimento
Sobre as ferramentas utilizadas escolhemos o Unity por ser principal plataforma de cria-
ção e operação de conteúdo 3D interativo em tempo real, almejando uma ampla variedade de
dispositivos. Não só isso, por meio do Unity é possível criar qualquer cenário e objetos das mais
diversas formas geométricas, podendo ainda modificar sua estrutura e texturas. Para mais, o
Unity ainda conta com um kit de sistemas físicos prontos, aplicável a todos os objetos 3D, ofe-
recendo uma melhor experiência e facilidade para o desenvolvimento de aplicações de experi-
mentos físicos. A imagem abaixo mostra o desenvolvimento do aplicativo dentro da plataforma:
Figura 1 - Área de trabalho do Unity
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Experimento
A figura 3 mostra a versão final do cenário. Um local agradável, arborizado e com poucos
objetos. O lançamento acontecerá por intermédio do canhão, sendo disparado pelo usuário para
que esse realize as análises cinemáticas do projétil. Além disso o experimento ainda conta com
a possibilidade de adicionar uma certa altura do solo ao canhão. Após o disparo serão criadas
linhas para auxiliar na visualização da esfera durante o trajeto, teremos duas linhas: uma que
acompanhará o projeto para que se perceba visualmente que, sem resistência do ar, veremos
um arco de parábola, a outra será vertical e surgirá no ponto mais alto do trajeto. Caso o lan-
çamento seja horizontal, apenas a linha que acompanha o trajeto aparecerá. Por fim, o usuário
poderá acompanhar os valores finais da altura máxima atingida pelo projétil, alcance máximo e
tempo até atingir o solo.
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LANÇAMENTO BALÍSTICO
A balística é uma parte da física que serve de aplicação para os conteúdos estudados
na cinemática retilínea. Trata-se do estudo dos lançamentos horizontais e oblíquos em duas di-
mensões, contudo desprezamos todos os fatores dinâmicos presentes e estudamos unicamente
o movimento do objeto lançado.
Lançamento Horizontal
(1)
II) Para determinarmos a variação no eixo vertical, após o lançamento, o corpo terá um
movimento chamado de queda livre com sua velocidade inicial no eixo y dada por V0y=0 e a ace-
leração da gravidade dada por a=-g devido apontar no sentido negativo do eixo, a equação que
representa esse movimento é dada por:
(2)
Lançamento Vertical
(3)
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II) Quando se trata de um lançamento vertical para cima, possuindo velocidade inicial V0 ,
a variação da posição no eixo vertical (∆y) em função do tempo (t) será dada na seguinte forma:
(4)
Lançamento Oblíquo
Um lançamento oblíquo se difere do horizontal e vertical por ter uma velocidade inicial
que faz um ângulo que estará entre 0° e 90°com relação ao solo. Neste caso, temos velocidade
inicial no eixo x e no eixo y como mostra a figura 4 abaixo.
Para o caso no qual o objeto é lançado obliquamente e retorna para a mesma posição
no eixo y (∆y = 0), o módulo do tempo de subida será o mesmo de descida. Podemos calcular o
tempo de subida através da equação da variação da posição no eixo y (∆y):
(5)
Como Vy=0 no local mais alto e Voy=V0sen( ) quando isolamos o “t” encontramos o tem-
po de subida:
(6)
(7)
Para calcularmos a posição final basta usar a função horária da posição no movi-
mento uniforme.
(8)
Se substituímos o tempo (t) da equação (7) na equação (8) e utilizarmos relações trigo-
nométricas, é possível calcularmos também a posição final no eixo x:
(9)
Para o caso do objeto lançado obliquamente possuindo um uma certa altura em relação
ao solo e não retornando até o mesmo ponto , podemos usar a “equação geral da
trajetória” para encontrarmos a variação no eixo y. Tal equação é obtida isolando o tempo (t) na
equação (8) e substituindo na equação (4):
(10)
A partir desta equação é possível observar que se trata de uma equação do segundo
grau. Portanto, temos graficamente um movimento de parábola.
EQUAÇÕES UTILIZADAS
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(11)
(12)
(13)
Além disso, para melhor visualização da altura máxima do objeto lançado, utilizamos
a função Instantiate, encarregada de instanciar um objeto pré-fabricado em uma determinada
posição. Desta forma, utilizando a gravidade do próprio Unity , instanciamos uma
esfera em queda livre no ponto mais alto da trajetória para a formação da linha vertical que re-
presenta a altura máxima do projétil. A posição onde o objeto é gerado foi dada por:
(14)
(15)
(16)
Outras duas equações utilizadas nos scripts foram as responsáveis pelo retorno do valor
do alcance teórico e do tempo teórico. Poderíamos utilizar a equação (10) para os cálculos teóri-
cos, uma vez que ela serve para as duas situações do lançamento oblíquo: lançamento partindo
do solo e o lançamento a partir de uma determinada altura. Contudo, a solução dessa equação
de segundo grau resultaria em 2 resultados como solução, tornando-se uma via mais longa e
complexa para ser calculada nos scripts. Dessa maneira, para contornarmos este problema e
retornar para a interface apenas um valor do alcance, resolvemos manipular a equação (10)
desenvolvendo-a por Bhaskara e utilizando apenas o sinal positivo da raiz quadrada, pois desta
maneira teríamos o valor desejado. A manipulação ficou da seguinte forma:
(17)
(18)
(19)
(20)
(21)
Utilizamos apenas o sinal positivo da equação (21), pois o outro sinal nos daria um valor
negativo de alcance que representaria a continuação do arco de parábola até atingir o solo no
sentido contrário. Portanto, continuamos da seguinte forma:
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(22)
(23)
(24)
(25)
(26)
(7)
(28)
Levando em consideração que a variação da altura será negativa, pois a posição final
será inferior a inicial no eixo y, o termo “-2gy” dentro da raiz será substituído por “+2gy”:
(29)
A equação (29) representa o alcance atingido pelo projétil para qualquer valor de altura
no lançamento, sendo utilizada para o cálculo teórico do alcance nos scripts do programa.
Para encontrarmos o cálculo do tempo total do lançamento para qualquer altura inicial,
tínhamos duas possibilidades: seguir por uma vertente idêntica ao que acabou de ser mostrado,
utilizando a expressão (5), ou utilizar o valor do alcance já calculado pela expressão (29) subs-
tituindo na equação (8). Lembrando que a expressão (7) é útil apenas para a situação onde o
objeto é lançado e retorna para a mesma posição no eixo y. Utilizando a primeira possibilidade:
(30)
(31)
Assim como no cálculo do alcance, ao resolver esta equação do segundo grau o unity
nos daria 2 valores de tempo. Resolvemos manipular por Bhaskara e utilizar, novamente, apenas
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o valor positivo da raiz, uma vez que o sinal negativo nos daria um valor de tempo que representa
o outro sentido do arco de parábola. Continuamos da seguinte forma:
(32)
(33)
(34)
A segunda opção seria utilizar o valor do alcance calculado pela expressão (29) e jogar
na expressão (8) isolando o tempo, desta forma chegaremos ao mesmo da expressão (35):
(35)
(36)
(37)
RESULTADOS
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Este desvio está relacionado a variável “Fixed TimeStep” presente nas configurações
do Unity, sendo responsável por determinar um valor de intervalo de tempo para o processa-
mento dos cálculos físicos dentro da função “FixedUpdate()”. Notamos que ao diminuir esse
intervalo de tempo chegávamos a um resultado do alcance mais preciso, entretanto tínhamos
como consequência um maior processamento da máquina, tornando assim uma via inutilizável
para a proposta mobile. Portanto, adotamos o valor padrão do Unity de 0,02 segundos com a
finalidade de não sobrecarregar os aparelhos telefônicos.
Também foi feito a obtenção de dados para o cálculo da altura máxima do objeto lançado.
As tabelas abaixo comparam os valores de altura para as mesmas 16 situações de lançamento:
Tabela 3 - Valores teóricos da altura máxima do problema.
15° 30° 45° 60°
100m/s 34,14m 127,42m 254,84m 382,26m
75m/s 19,20m 71,67m 143,34m 215,02m
50m/s 8,53m 31,85m 63,71m 95,56m
25m/s 2,13m 7,96m 15,92m 23,89m
Tabela 4 - Valores do alcance máximo obtidos no Unity.
15° 30° 45° 60°
100m/s 34,14m 127,41m 254,84m 382,26m
75m/s 19,20m 71,67m 143,34m 215,02m
50m/s 8,53m 31,85m 63,71m 95,56m
25m/s 2,13m 7,96m 15,92m 23,89m
Notamos que para todos os casos o objeto se encontra em uma altura final abaixo do
lançamento, dessa forma o alcance seria um valor diferente do esperado justamente pela altura
final ser diferente de zero. A razão desse problema surge justamente por conta da variação do
Fixed TimeStep, fazendo com que o objeto não pare exatamente no zero. Dessa forma contor-
namos esse problema adicionando uma condicional para quando o objeto lançado se encontrar
em uma altura menor que zero, sua altura máxima será alterada para zero e seu alcance para o
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no que foi apresentado sobre a carência de laboratórios de ciências nas ins-
tituições públicas brasileiras, finalizamos que o aplicativo LabV pode ser muito eficiente para o
estudo da física experimental pelo discente no ensino médio. O resultado do produto se mostrou
muito fiel à física estudada na área de lançamento balístico. Portanto, trata-se de uma ferramenta
que auxiliará muito nos momentos de prática, buscando uma redução da carência experimental
dos discentes, além disto sabemos que os smartphones são dispositivos cada vez mais presen-
tes na adolescência, por isso um aplicativo gratuito, de fácil acesso e que contenha experimentos
tridimensionais em realidade aumentada tem um enorme potencial de tornar o estudo da matéria
mais interativo para o aluno.
Indo mais além, por se tratar de um laboratório, o LabV contará com mais experimen-
tos/simulações de todas as ramificações da física (Mecânica, Termodinâmica, Ondas, Óptica,
Eletromagnetismo etc.). O aplicativo estará em constante atualização, repleto de experimentos
manipuláveis e simulações visando enriquecer cada vez mais o estudo da física.
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TORI, Romero; HOUNSELL, Marcelo da Silva (org.). Introdução a Realidade Virtual e Aumentada. Porto
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|Capítulo 11 |125
Capítulo
12
DOI: 10.47573/aya.5379.2.152.12
RESUMO
ABSTRACT
INTRODUÇÃO
Nossa sociedade vem passando por mudanças velozes nos últimos tempos, onde nós
percebemos digitalmente conectados e organizados em redes digitais. Tal movimento de cultura
digital, tem influências significativas nas transformações em vários âmbitos da sociedade, res-
soando inclusive, no nosso modo de ser; pensar; agir e interagir com o outro; como discutem
autores como Pierre Lévy (2010), Lúcia Santaella (2009) e Lynn Alves (2012).
Além das questões sociais provocadas pela cibercultura1, não podemos também deixar
de considerar as últimas mudanças, provocadas pela pandemia do Covid-19, algumas mais sutis
e outras mais intensas, e, que ainda estão afetando a nossa sociedade como um todo, inclusive
1 Termo conceituado por Lévy Pierre (p. 17), significa o “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atividades,
de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço”
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a comunidade escolar, que precisou a duras penas buscar estratégias para desenvolver suas
atividades, realçando ainda mais os muitos desafios enfrentados na escola.
O fazer docente, como Tardif e Lessard (2008) já apontavam, além de ser uma tarefa de
complexidade multidimensional e subjetiva é uma atividade social que exige dos profissionais
atividades que mobilizem, em ação, no planejamento de inúmeras tarefas docentes para atender
exigências diversas que, segundo Raimann (2015), diz respeito às condições objetivas e às sub-
jetivas na profissão. Em tempos pandêmicos, provocado pelo COVID-19, que foi caracterizado
pela urgência do isolamento social e, atual conjuntura, chamada por alguns de “novo normal”,
o fazer docente se depara com necessidades de mudanças e reconfigurações das condições e
circunstâncias ainda mais evidenciadas, o que nos compele, como educadores, a refletir sobre a
importância de pensar na perspectiva do constante movimento.
Apesar desse cenário de tantas mudanças, em um país fortemente marcado pela desi-
gualdade econômica e social, e desafios enfrentados pela escola, principalmente a escola pú-
blica, as questões relacionadas à inclusão, desigualdade social, dentre outros, em permanente
transformação e a necessidade de diferentes compreensões, a escola pública deve ser um lugar
de resistência e de proteção aos vulneráveis. O momento enseja cada vez mais lutar e resistir por
uma educação como fonte de transformação social, uma educação emancipadora que considere
as subjetividades, as diversidades, vivências, saberes e também os diversos meios, espaços -
virtuais e não virtuais - que permeiam a sociedade conectada e atravessada pela cibercultura.
Então, o que a escola e o fazer docente teriam a aprender com a cibercultura? E ainda,
do que uma aula precisa para atender as demandas dessa sociedade, considerando tanto as
mudanças como as multiplicidades e diversidades na sociedade?
Inspirados em Silva e Santos (2009), que apresentam uma ideia do uso da metáfora do
hipertexto na educação, como uma inspiração para o desenvolvimento e construção de uma
aprendizagem colaborativa e rizomática, e apoiando-se nas ideias de educadores e pesquisa-
dores sobre jogos e aprendizagem, podemos pensar nos jogos, elemento muito significativo da
cibercultura, como uma potência a ser considerada, investigada e utilizadas nessa atual sala de
aula de atores conectados.
|Capítulo 12 |128
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Diante dessa ideia, para Jane Mcgonigal o erro nos jogos é ressignificado pela possibili-
dade de, mesmo estando diante de um problema, ainda assim não ser desmotivado por ele. Pois,
diariamente estamos expostos ao sentimento do fracasso pelo simples fato de termos medo de
errar. Até mesmo na execução de uma atividade considerada corriqueira, como assar um bolo,
facilmente nos frustramos caso não tenhamos o sucesso e o feedback esperado. No entanto, o
livro “A realidade em Jogo” de Jane Mcgonigal, nos apresenta a ideia de que é possível manter-
-se no jogo, mesmo perdendo algumas vezes, “então como os jogadores podem passar 80% do
seu tempo fracassando, e continuar adorando o que estão fazendo?” Provoca Nicole Lazzaro
(apud Jane Mcgonigal 2012, p.73).
Pensamos, dessa maneira, que os jogos também podem ser uma metáfora a ser explo-
rada na sala de aula enquanto estratégia colaborativa de aprendizagem e engajamento, na bus-
ca de tornar as aulas mais propositivas e interativas. Deste modo, com o objetivo de contrapor
a lógica do “vigiar e punir” na educação, assim como a da modelização, vale apostar no uso de
metáforas na educação, buscando o agenciamento de áreas diversas, inclusive em elementos
da cibercultura, para desterritorializar e conectar saberes, levando em conta a diversidade dos
sujeitos como virtudes e potências na produção de conhecimento de forma rizomática, colabora-
tiva e contingente.
Sendo assim, como uma forma de buscar saídas, bifurcações e entradas na produção
de ensino e aprendizagens, nós, enquanto atores da escola, no papel de educadores e pesqui-
sadores da área da educação, podemos pensar o nosso fazer docente buscando inspirações em
outras áreas, nos interesses dos aprendizes, na nossa cultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ideia de uma sala de aula em produção está tomada pela concepção da construção
colaborativa entre sujeitos, a interação e o compartilhamento de informações em um processo
que é formativo e também auto formativo. Isso porque considera as nuances vivenciadas no dia
a dia de uma sala de aula e as vivências de um contexto social.
Dessa maneira, tomamos o uso dos jogos como uma possível ferramenta que oportu-
niza a desterritorialização a sala de aula, com intuito de colaborar para um aprendizado, onde
atores produzem e aprendem colaborativamente, em um ambiente que as diferenças, tentativas
e ideias fazem parte do movimento e são vistas como potências.
|Capítulo 12 |129
|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
REFERÊNCIAS
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Capítulo
13
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RESUMO
Lecionar a alunos do curso de Design de Interiores e áreas afins em disciplinas que envolvem
desenvolvimento de projetos possibilitou um grande incômodo ao ouvir, enquanto professor, os
alunos afirmarem infinitas vezes e de forma recorrente que não eram criativos. Diante desse
contexto e, pautando-se na perspectiva histórico-cultural, o objetivo desse texto, resultado de
uma pesquisa de mestrado em andamento, é compreender as percepções dos estudantes do
ensino médio técnico de Design sobre como eles concebem a criatividade e de que forma essa
percepção está relacionada a suas vivências. Para responder a esse objetivo, foram realizadas
entrevistas semiestruturadas com três ingressantes e três egressos do curso técnico Design de
Interiores. As análises demonstram que, para os estudantes, atividades criativas foram pouco
trabalhadas na escola e, quando aconteceram, geralmente era na educação infantil ou na disci-
plina de artes. Mas, que em todas elas, a presença da mediação do outro é fundamental para o
desenvolvimento dessa função psíquica superior.
ABSTRACT
Teaching Interior Design course students and related areas in disciplines that involve project
development made possible a great discomfort to hear, as a teacher, students claiming over and
over again that they were not creative. Given this context, and based on the cultural-historical
perspective, the goal of this text, the result of an ongoing master’s research, is to understand the
perceptions of students of Design technical high school about how they conceive creativity and
how this perception is related to their experiences. To answer this goal, semi-structured interviews
were carried out with three beginners and three graduates of the Interior Design technical course.
The analyses show that, for the students, creative activities were little worked at school, and when
they did, it was usually in kindergarten or in the arts subject. But, in all of them, the presence of
the mediation of the other is fundamental for the development of this higher psychic function.
INTRODUÇÃO
A ideia de pesquisar sobre criatividade surgiu após alguns anos, lecionando em Design
de Interiores1, no curso técnico promovido pelas escolas técnicas do Estado de São Paulo, atra-
vés do Centro Paula Souza e concomitante durante 8 anos, atuando no curso superior na área
de Arquitetura e Urbanismo, tanto na universidade UNIP em Campinas - SP, quanto na CEUSP
em Salto de Itu – SP.
Durante as aulas que ministrávamos nas disciplinas que envolvem projeto, de alguma
forma, os alunos ingressantes, por vezes, se descreviam como não possuidores de criatividade
suficiente para desenvolver as propostas que eram apresentadas. Essas narrativas se prolon-
gavam nos primeiros semestres para alguns, todavia suas práticas em projeto, iam ao longo do
1 Em alguns momentos do texto, apesar do capítulo ser assinado pelo autor e coautor, haverá a narrativa em 1ª. pessoa, uma
vez que o trabalho se pauta na experiência do autor desse texto que leciona no curso técnico de Design de Interiores.
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tempo, alterando suas narrativas e demonstravam resoluções inversas às falas iniciais, ou seja,
bem criativas.
Por algum tempo, esses enunciados passaram a me incomodar. Afinal, o que explicariam
as alterações de um início, onde se colocavam como pessoas não criativas para as atividades
propostas e em um segundo momento, realizam com criatividade as tarefas indicadas? A situ-
ação descrita, ocorreu tanto no curso técnico, quanto na graduação superior, o que nos trouxe
uma questão a princípio até curiosa: o que será que poderia levar esses estudantes a não se
sentirem criativos?
A linha escolhida para meus estudos foi Formação de Professores, Trabalho Docente e
Práticas Educativas, onde tive, desde o início, a oportunidade de estudar sobre a perspectiva his-
tórico-cultural e ser apresentado a Vigotski, que se tornou a principal referência de meu trabalho.
Para essa discussão, o capítulo se apresenta da seguinte forma: inicialmente, será apre-
sentado algumas considerações teóricas que embasam o estudo; em seguida os procedimentos
metodológicos e, por fim, as análises de narrativas de estudantes do curso de Design de Interio-
res sobre suas percepções sobre criatividade.
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Vigotski (2000) explicita que as funções psicológicas (ou culturais) são construídas em
um movimento de fora para dentro, isto é, do exterior para o interior, em três estágios: desen-
volvimento em si, para os outros e para si mesmo. Para o autor, o desenvolvimento das funções
psíquicas superiores não se reduz à natureza biológica do indivíduo em si, mas no externo, “o
outro”, e as significações decorrem dessas relações.
Em relação às questões sociais e às funções superiores, Pino (2000, p. 72) aponta que,
para a perspectiva histórico-cultural, o psiquismo é algo dinâmico. Em outros termos, as funções
psicológicas são formadas e modificadas a partir da significação que as múltiplas relações so-
ciais possibilitam.
Diante dessas considerações, notamos que essa sociabilidade criada das relações so-
ciais se constitui pela historicidade do homem, em decorrência de suas vivências, uma vez que
as formas de organização humana, embasadas em leis históricas, acabam por interferir, através
desse caráter histórico, na produção humana.
Nesse sentido, Vigotski (2000), então, transfere o cerne da análise psicológica, do bioló-
gico para o cultural, propiciando a discussão da constituição da essência social enquanto produ-
ção humana. Dessa forma, “a natureza psicológica do homem é a totalidade das relações sociais
transferidas à esfera interna e tornadas funções da personalidade e formas da sua estrutura”
(PINO, 2000, p. 61).
Para a constituição do humano, torna-se importante destacar o papel do signo nas rela-
ções sociais para que as significações sejam internalizadas. De acordo com Pino (2000, p. 59),
“diferentemente do simples sinal, o signo tem a propriedade de ser reversível, ou seja, a de sig-
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nificar tanto para quem o recebe quanto para quem o emite”. Nesse sentido, o que passa a ser
internalizado são as significações produzidas nas relações, sendo resultado da maneira como
o outro tem para com o “eu”, pois, é dessa forma que o “eu” se constitui em um indivíduo social,
com subjetividade, o que justifica a afirmação “Eu me relaciono comigo mesmo como as pessoas
se relacionam comigo” (PINO, 2000, p. 67).
A criatividade é, nesse sentido, também uma função psíquica superior. Sendo assim, o
processo criativo ocorre pela apropriação das relações criadas com a história e a cultura. Nesse
processo, através dos “outros”, o sujeito vai ressignificando as ações a partir da percepção e
compreensão sobre os acontecimentos que ocorrem em sua vida.
A ação criadora, de acordo com Vigotski (2009), parte da construção de algo novo, des-
crita em duas condições, ou da memória de quem cria, partindo de algo que conhece de alguma
forma, ocorrendo a “plasticidade” - condição que permite a alteração, transformação, conservan-
do, de alguma forma, a base que originou a criação.
Para Vigotski (2009), o desenho, para a criança, é uma de suas primeiras expressões
sobre imaginação e criação, até ocorrer o chamado “desapontamento”, quando começa a com-
parar o seu ao do outro. Porém, posteriormente, surge uma nova conotação plástica, que ocorre
a indivíduos que têm um viés ou cunho artístico que aponta para uma preocupação em adquirir
conhecimento e domínio da concepção de desenhos, no sentido profissional ou arte plásticas.
É importante salientar o desenvolvimento em dominar técnicas e maneiras de expressar ideias
– a criação – pela maneira com que se maneja os materiais conhecidos e pela intervenção dos
outros, pela significação produzida nessas relações. De acordo com o autor,
Como conclusão, deve-se indicar a importância da cultura e criação na idade escolar. Todo
o futuro é alcançado pelo homem com a ajuda da imaginação criadora [...] e o exercício
da imaginação são uma das principais forças no processo da realização desse objetivo. A
criação de uma personalidade criadora, projetada para o futuro, é preparada pela imagina-
ção criadora que está encarnada no presente (VIGOTSKI, 2009, p. 122)
O ato de criar, portanto, é apresentado como uma necessidade humana, sendo descrito
como uma função que se desenvolve através do meio cultural, analogamente como o ato de falar
e é descrito através da articulação do indivíduo dentro da visão histórica cultural, em que o real
é colocado como o “mundo das coisas”, naturais ou culturais, o imaginário como o mundo da
subjetividade através das percepções das imagens que vivenciamos e o simbólico, que são os
elementos que dependem de nossa ação criadora.
Diante dessas considerações, não podemos deixar de citar o papel da escola e da inte-
ração. Refletindo sobre os conteúdos abordados no que tange sobre a formação do indivíduo e
desenvolvimento da criatividade, percebemos como a trajetória histórica, as vivências, apresen-
tam pontos significativos nas experiências da criança quando em contato com o outro. E, mais
exatamente, como essas relações vão constituindo os indivíduos. Nesse sentido, é que busca-
remos olhar para as narrativas e trajetórias de estudantes do curso de Design de Interiores que
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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
a. Conte-me um pouco sobre sua trajetória escolar e em que situações de sua trajetória
você acredita ter desenvolvido alguma atividade criativa.
b. De que maneira você crê que sua formação acadêmica anterior contribuiu para o de-
senvolvimento de sua atividade criativa?
c. Qual importância você daria à criatividade para a formação junto ao curso de design?
e. Você acredita que o curso de Design de interiores, possa alterar seus conceitos sobre
a criatividade? (para os alunos egressos, será questionado se houve uma alteração após
o término do curso).
A proposta desta etapa é a realização da análise dos discursos dos entrevistados tendo
como base os aportes teórico-metodológicos da perspectiva histórico-cultural. Iniciamos buscan-
2 Os nomes são fictícios para a preservação pessoal, intelectual e moral dos convidados, mesmo tendo os participantes autorizado
a indicação dos nomes verdadeiros.
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do indícios nas narrativas dos alunos, ingressantes e egressos, sobre suas percepções acerca
da criatividade e de como eles significaram a suas vivências escolares, uma vez que, conforme a
perspectiva que nos apoiamos, as significações são produzidas a partir da relação estabelecida
com os outros e, nesse sentido, as trajetórias de vida podem trazer pistas para compreender por-
que os estudantes dizem não se sentirem criativos quando chegam ao curso técnico em Design
de Interiores.
Retomamos, antes dessa análise, três pontos que são relevantes para buscar encon-
trar esses indícios: o sujeito como um ser em formação, que é social, a mediação semiótica em
contextos formais e não formais de ensino que podem favorecer ou não o desenvolvimento do
sujeito e as intervenções de sujeitos mais experientes como participantes ativos nesse contexto.
Considerando essas premissas é que olhamos para as narrativas dos estudantes com
o intuito de buscar indícios, em suas trajetórias, de como eles foram significando o conceito de
criatividade e, de que forma, as relações com os outros possibilitaram a compreensão do que é
ser ou não criativo. Observando a narrativa de Alice, por exemplo, a criatividade é descrita como
algo transformador, uma necessidade humana, como podemos observar no excerto a seguir:
Criatividade para mim é você... é expressar um sentimento através dos materiais concre-
tos... eu falo isso porque vou citar uma experiência pessoal... eu...eu... antes da pandemia,
eu cuidava de decoração das festanças lá da igreja, né, nunca tinha muito recurso, tal, e aí
eu queria mostrar o meu carinho, meu amor, ali, pela...por aquele trabalho, então a gente
pegava o material que tinha e transformava aquele ambiente e ficava bonito.
Na definição de Alice, como a perspectiva que nós apoiamos mostra, a criação é uma
função psíquica superior que se desenvolve através do meio cultural, isto é, o imaginário ocorre
no processo de significação daquilo que vivenciamos na articulação entre o simbólico e os ou-
tros, que são os elementos fundamentais para nossa ação criadora. Nesse sentido, criar é algo
do humano e está em todas as ações do indivíduo conforme explicita Armando:
A criatividade está presente no dia a dia, em constantes situações desde preparar um ali-
mento no almoço, uma refeição, a maneira de você organizar suas coisas pessoais, mas
no caso profissional, meu último trabalho foi uma exposição de artes e ... os conhecimen-
tos que eu adquiri durante o período da escola, de formação acadêmica, principalmente,
no curso de Gestão de Eventos e Design de Interiores, me ajudou bastante.
Ao longo da entrevista, porém, Alice conta que participou de concursos na escola e re-
cebeu premiações, o que a fez refletir que os desenhos realizados por ela contribuíram para sua
atuação, inclusive como estudante do magistério, em que ela afirma que as práticas pedagógicas
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|Desafios da educação na contemporaneidade - Vol. 6
[...] “No Magistério, é o que eu falei anteriormente, nos dá o contato com diversos tipos
de materiais e de expressão artística, então eu fiz teatro, eu fiz pintura e eu fiz diversos
trabalhos até desenho já pronto para eu só pintar, é, eu acredito que contribuiu... então eu
tive que fazer ampliação, eu tive que criar desenhos da minha cabeça, eu tinha que fazer
teatro, eu pintei parede... então, no magistério só acentuou aquilo que eu já gostava”.
Apesar das situações vividas com a mãe, Alice reconhece que foi a partir da escola, em
especial, no magistério, que ela se deparou com práticas pedagógicas que possibilitavam o de-
senvolvimento a imaginação, da criatividade. E as significações foram sendo produzidas, uma
vez que ela se sentiu capaz de criar e ousou, conforme menciona na entrevista, até comprar
papel de parede e aplicá-lo em seu dormitório, algo que ela não se julgava capaz de fazer antes
dessas vivências.
Todavia, Cintia se considera uma pessoa não criativa e diz que a escola pouco contribuiu
para esse desenvolvimento. Nas palavras dela:
[...] no ensino médio eu não... eu não, de verdade, não me lembro nada que eu posso ter
que ter me...me lembra a criatividade... fiz segundo ano, o ensino médio eu fiz química que
não tinha muito a ver... então a formação acadêmica não influenciou muito não...de verda-
de [...] talvez eu tenha um espírito um pouco independente ... na escola eu não conseguia
desenvolver... era uma coisa um pouquinho mais engessada.
Muitas vezes a escola acaba por impor o que deve ser feito e não abre espaço para que
os estudantes criem, transformem, apenas reproduzam a orientação dada por ela. E, nessas
condições, acaba por anular esse sujeito. São as não-coincidências que, às vezes, se estabele-
cem no espaço escolar conforme Smolka (2010) nos apresenta. Conforme acreditamos, tendo
em vista a perspectiva histórico-cultural que nós apoiamos, o que precisamos é compreender
dialeticamente essa relação, uma vez que a significação das situações imediatas ou vivenciadas
passa por um sistema de relações sociais e objetivas. Em outras palavras, conforme a autora, o
conhecimento de mundo passa pelo outro. Só assim que se (re)dimensionam as possibilidades
do conhecimento humano.
Nas palavras de Isabel, que se considera uma pessoa criativa, emergem as contribui-
ções do espaço escolar:
[...] eu gosto de artes desde que eu me entenda por gente... no primário, eu gostava mui-
to. Tive muito incentivo na escola que eu estudei. Eu me lembro que as professoras de
artes plásticas e educação artística, elas incentivavam muito... pintura, desenho e o que
eu achei muito importante foi o teatro. A gente assistia muito teatro, no primário mesmo.
[...] O que me incentivou muito na parte da criatividade foram os professores de educação
artística.
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Assim como Isabel, José também destaca os professores de educação artística como
maiores incentivadores do desenvolvimento da criatividade durante a trajetória escolar:
Eu tive um professor de artes, chamado Bruno, ele fazia bastante atividade de estimular
a criatividade e uma das atividades que ele tinha passado na aula era de colocar algum
objeto na sua frente e desenhar ele como é. Mas tentando modificar a configuração dele.
Depois disso, teve uma outra professora também, no ensino médio, que estimulou bas-
tante [...] Esses três últimos anos do ensino médio, eu consegui fazer uns desenhos muito
melhor do que eu fazia antes.
O discurso dos alunos permite-nos uma reflexão: por que as demais disciplinas não men-
cionadas? Por que apenas em artes os estudantes sentem ter um espaço voltado à imaginação,
sentem-se livres para criar?
Indagações que provocam, que nos fazem refletir sobre o papel da escola, o papel da
significação, do outro. A criatividade não é algo individual, como diz Edneia, é coletiva. E diante
dos dizeres dos alunos, percebemos que, conforme Vigotski (2009, p. 23) já dizia:
A conclusão pedagógica a que se pode chegar com base nisso consiste na afirmação da
necessidade de ampliar a experiência da criança, caso se queira criar bases suficiente-
mente sólidas para a sua atividade da criação. Quanto mais a criança viu, ouvir e viven-
ciou, mais ela sabe e assimilou; quanto maior a quantidade de elementos da realidade
que ela dispõe em sua experiência – sendo as demais circunstâncias as mesmas -, mais
significativa e produtiva será a atividade de sua imaginação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse texto, relatamos a experiência do autor, professor do ensino médio técnico, que
vivenciou a situação de os alunos afirmarem que não se sentiam criativos na elaboração de pro-
jetos para o curso de Design de Interiores. Foi esse cenário que motivou a realização de uma
pesquisa sobre criatividade, a nível de mestrado, ainda em andamento, cujo recorte apresenta-
mos nesse capítulo.
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Considerando que, conforme já afirmava Vigotski (apud OLIVEIRA, 1993), que o único
bom ensino é aquele que avança em seu desenvolvimento, a escola precisa não funcionar como
um local de práticas educativas reprodutivistas, mas voltar o olhar para a importância do meio
cultural e das relações entre em prol do desenvolvimento da pessoa humana.
REFERÊNCIAS
PINO, A. O social e o cultural na obra de Vigotski. Educação & Sociedade. ano XXI, n. 71, jul. 2000.
Disponível em www.scielo.br/j/es/a/gHy6pH3qxxynJLHgFyn4hdH/. Acesso em 09 jan. 2023.
SMOLKA, A.L.B. Ensinar e Significar: as relações de ensino em questão ou das (não) coincidências
nas relações de ensino. In: SMOLKA, A.L.B.; NOGUEIRA, A.L.H. (org.) Questões de desenvolvimento
humano: práticas e sentidos. Campinas: Mercado das Letras, 2010, p. 107-128.
VIGOTSKI, L. S. Manuscrito de 1929. Educação & Sociedade. v.21, n.71, jul. 2000. Disponível em http://
dx.doi.org/10.1590/S0101-73302000000200002. Acesso em 09 jan. 2023.
VIGOTSKI, L. S. Imaginação e Criação na Infância: ensaio psicológico: livro para professores. São
Paulo: Editora Ática, 2009.
|Capítulo 13 |140
Organizador Dr. Alderlan Souza Cabral
Possui graduação em Letras – Língua Portuguesa pela
Universidade Luterana do Brasil (2010), graduação em
Logística pela Universidade Luterana do Brasil (2012),
mestrado em Ciências da Educação pela Universidade
Del Sol (2017) e doutorado em Ciências da Educação
pela Universidade Del Sol (2019). Atualmente é doutor
orientador temporário – UNITI BRASIL, estatutário da Pre-
feitura Municipal do Careiro da Vázea e estatutário da
Prefeitura Municipal de Autazes. Tem experiência na área
de Educação, com ênfase em orientação de Metodolo-
gias Técnicas Científicas com mais 490 orientações entre
Mestrado e Doutorado.
C
cibercultura 127, 128, 129, 130
comunidade 90, 92, 96, 97
contemporânea 80, 81, 84
contextos 11, 56, 81
Covid-19 127
criatividade 132, 133, 135, 136, 137, 138, 139
curso 131, 132, 133, 135, 136, 137, 139
D
desafios 12, 31, 32, 46, 55, 57, 62, 64, 66, 67, 68, 77
desenvolvimento 9, 14, 16, 19, 25, 28, 35, 36, 39, 40, 43,
44, 47, 48, 49, 54, 60, 64, 68, 69, 70, 71, 73, 74, 75,
77, 78, 100, 101, 102
design 131, 136
dificuldade 34, 41, 42
disciplina 23, 24, 25, 27, 28, 29, 30, 31
docência 127, 130
E
educação 2, 9, 126, 127, 128, 129, 130
educação infantil 80, 81, 82, 85
educacional 9, 56, 57, 58, 59, 61, 62, 63
ensino 9, 10, 11, 12, 14, 16, 17, 19, 20, 21, 23, 24, 26, 27,
28, 29, 30, 31, 54, 55, 56, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64,
65, 66, 88, 89, 90, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97, 98, 106,
107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, 114, 116, 123, 127,
129
ensino fundamental 20, 21, 23, 54, 55
ensino híbrido 55, 56, 62, 63, 64, 65
escola 9, 100, 101, 102, 103, 104
escolar 9, 12, 13, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30,
31, 32, 88, 89, 91, 92, 96, 97, 106, 107, 108, 110, 111
escolas públicas 9, 113
escrita 11, 14, 20, 21, 59, 68, 70, 71, 72, 75, 76, 77, 78
estímulos 100, 102
estudantes 131, 132, 133, 135, 136, 137, 138, 139
F
ferramentas 9, 113, 115
física 112, 113, 114, 117, 123
fundamental 11, 15, 19, 20, 21, 23
G
gestão escolar 106, 108, 111
H
humana 26
humano 24, 27
I
inclusiva 127
indisciplina 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 32
interpretação 10, 11, 12, 15, 16, 17, 19
J
jogos 127, 128, 129
L
laboratório 113, 114, 123
leitura 11, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 68, 70, 71,
75, 76, 77
língua portuguesa 11, 17
linguístico 15, 20, 68, 75
M
mediação 132, 137
metodologia 34, 45, 46, 47, 48, 50, 51, 52
N
neurociência 22, 23
neuropsicopedagogia 100
P
pandemia 56, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 127
pedagógica 26, 51, 60, 64, 75, 77, 81, 83, 84
pedagógico 25, 26, 27, 45, 46, 49
percursos 21, 36, 67, 68
pesquisa 10, 11, 12, 17, 19, 20, 22, 23, 24, 29, 31, 32,
33, 34, 35, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49,
50, 51, 52, 53
políticas públicas 29, 68, 69, 71, 74, 106
prática 11, 14, 15, 29, 32, 39, 49, 50, 51, 52, 62, 63, 75,
77, 81, 83, 85
professor 9, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31
professores 106, 110
profissional 100, 102, 103, 104
R
realidade aumentada 112, 113, 114, 115, 123
S
sala de aula 12, 15, 24, 25, 26, 27, 28, 31, 32, 39, 42, 45,
46, 48, 51
sistema 5
sociais 34, 35, 36, 37, 39, 44
social 9, 127, 128, 129
sociologia 34, 35, 36, 38, 39, 40, 41, 43, 44
T
tecnológica 56, 57, 59, 60
textos 10, 11, 12, 13, 14, 17, 18, 19
TICs 88, 89, 91, 92, 93, 94, 95, 96, 97
trajetórias 131, 135, 137